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CONSTITUCIONAL
Controle de Constitucionalidade
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO CONSTITUCIONAL
Controle de Constitucionalidade
Luciano Dutra
1. Controle de Constitucionalidade...................................................................................4
2. Conceito......................................................................................................................4
3. Pressupostos..............................................................................................................4
4. Legislação Aplicada. .................................................................................................. 10
5. Inconstitucionalidade por Ação e por Omissão.......................................................... 10
6. Inconstitucionalidade Material e Formal.. .................................................................. 12
7. Inconstitucionalidade Total ou Parcial........................................................................ 14
8. Sistemas de Controle de Constitucionalidade............................................................ 15
9. Momento do Controle de Constitucionalidade. . .......................................................... 18
10. Modelos de Controle de Constitucionalidade............................................................22
11. Formas de Controle de Constitucionalidade..............................................................24
12. Controle Difuso........................................................................................................26
13. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).........................39
14. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO)...59
15. Controle Concentrado – Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC). . ...............64
16. Controle Concentrado – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
(ADPF).......................................................................................................................... 72
17. Controle Concentrado – Representação Interventiva............................................... 80
18. Inconstitucionalidade por Arrastamento, por Arrasto, por Atração, Consequencial
ou por Reverberação Normativa................................................................................... 81
19. Inconstitucionalidade Superveniente versus Revogação. . .........................................83
20. Normas Constitucionais Originárias Inconstitucionais. . ............................................83
21. Transcendência dos Motivos Determinantes............................................................83
22. Declaração de Nulidade sem Redução de Texto. . .................................................... 84
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1. Controle de Constitucionalidade
Querido(a) aluno(a), estamos de volta. Espero que você esteja pleno(a) de saúde e dispos-
to(a), pois enfrentaremos uma árdua caminhada.
Primeiramente, caso você tenha preconceito com o controle de constitucionalidade, peço,
encarecidamente, que se livre dessa mágoa.
Reconheço que o controle de constitucionalidade é uma matéria extensa, mas está longe
de ser um “bicho de sete cabeças”. Aliás, reputaria o assunto como fácil. Mas, para absorver
os conhecimentos que apresentarei, concito que esteja de alma leve, sem trazer para nosso
agradável encontro dissabores passados.
Combinado?
Então, vamos lá!!! Aperte o cinto que o avião do Gran Cursos Online decolará!
2. Conceito
3. Pressupostos
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Controle de Constitucionalidade
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DE OLHO NO DETALHE
Todas as normas que estão na Constituição Federal são igualmente constitucionais, inde-
pendentemente do seu conteúdo. Não existe uma norma constitucional que esteja acima das
demais. Portanto, a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) é tão constitucional quanto o
confisco de propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo (art. 243).
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Controle de Constitucionalidade
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xo das forças sociais e políticas. Para ele, a Constituição jurídica possui força ativa capaz de
condicionar a realidade política e social de um Estado, o que denominou de “força normativa
da Constituição”. A Constituição possui força normativa se os mandamentos constitucionais
forem efetivamente realizados pelos detentores do poder político – é o que o autor denomi-
na “vontade de Constituição”. Hesse concorda com Lassalle ao afirmar que a Constituição
jurídica é condicionada pela realidade político-social; concorda, também, que a pretensão de
eficácia da Constituição somente pode ser realizada se for levada em conta essa realidade.
Entretanto, não concorda com Lassalle quando este conceitua a Constituição jurídica como
“mera folha de papel”, pois, para Hesse, é inconcebível reduzir a Constituição jurídica à mísera
função de justificar as relações de poder dominantes. Segundo a visão de Hesse, a Constitui-
ção jurídica e a Constituição sociológica estão em relação de coordenação, condicionando-se
mutuamente. No entanto, em caso de eventual conflito entre ambas, a Constituição jurídica
deve prevalecer, uma vez que é dotada de força normativa própria.
Em resumo, nossa atual Constituição Federal de 1988 é rígida, possuindo, portanto, supre-
macia formal em relação às demais normas infraconstitucionais. Dessa maneira, as leis só
são válidas e estão aptas a produzir seus efeitos no mundo jurídico se, e somente se, forem
compatíveis com seu fundamento de validade – a Constituição Federal vigente.
DICA DO LD
1) Da rigidez constitucional decorre sua supremacia formal e,
em virtude desta, controla-se a constitucionalidade das de-
mais leis e atos normativos.
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Controle de Constitucionalidade
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Certo.
Exatamente o que acabo de explicar!
Errado.
Em consequência da supremacia formal da Constituição Federal, todas as normas constitucio-
nais equivalem-se em termos de hierarquia.
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Errado.
Mais uma vez, todas as normas constitucionais equivalem-se em termos de hierarquia.
Errado.
Só se fala em supremacia formal da Constituição em Estados que adotam a Constituição do
tipo rígida.
Errado.
Mais uma vez, para fixarmos definitivamente a ideia central: só se fala em supremacia formal
da Constituição em Estados que adotam a Constituição do tipo rígida.
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tuição, defendida por Konrad Hesse, não tem pontos em comum com a concepção de cons-
tituição defendida por Ferdinand Lassalle, uma vez que, para Konrad Hesse, os fatores histó-
ricos, políticos e sociais presentes na sociedade não concorrem para a força normativa da
constituição.
Errado.
Konrad Hesse concorda com Ferdinand Lassalle no sentido de que a Constituição jurídica é
Constituição somente pode ser realizada se for levada em conta essa realidade.
Certo.
Exatamente como ensinamos.
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Certo.
De acordo com o que falamos, essa é a ideia central da teoria de Konrad Hesse.
4. Legislação Aplicada
além da nossa tradicional fonte de estudo (a Constituição Federal), das Leis n. 9.868, de 1999,
e n. 9.882, também de 1999. Portanto, imprima as leis citadas e as mantenha ao seu lado du-
rante o estudo.
CF
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL Lei n. 9.868, de 1999
Lei n. 9.882, de 1999
tituição vigente, é importante fixar que essa desconformidade pode se dar por ação ou por
omissão.
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tre as normas jurídicas e os atos do Poder Público com o seu parâmetro de controle – a Cons-
Por sua vez, a inconstitucionalidade por omissão decorre de um não fazer do Estado que
o direito de greve dos servidores públicos civis caracteriza uma inércia inconstitucional. A afe-
rição desta inconstitucionalidade por omissão pode se dar pela via concentrada, por meio de
uma ação direta de inconstitucionalidade por omissão, ou pela via difusa, por meio de manda-
do de injunção. Essa omissão inconstitucional pode ser total (ausência total da norma regula-
ora, basta saber que existem instrumentos capazes de combater a omissão inconstitucional.
mem com os princípios e preceitos da Constituição, mas ainda não existe instrumento jurídico
Errado.
Conforme vimos, existem mecanismos jurídicos para corrigir omissão inconstitucional. Pela
via concentrada, o instrumento será a ação direta de inconstitucionalidade por omissão (estu-
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dada mais à frente). Já pela via difusa, poderá ser utilizado o mandado de injunção, que será
estudado em Remédios Constitucionais.
O que é inconstitucionalidade? É
uma ofensa à constituição.
ESPÉCIES DE
INCONSTITUCIONALIDADE inércia ofensiva à CF
somente possível quando a CF exige um fazer
POR OMISSÃO
total ou parcial
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Certo.
Exatamente isso. Na inconstitucionalidade formal, o vício é na forma, ou seja, no processo legis-
lativo.
Errado.
ato normativo.
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peite preceito ou princípio da CF deve ser declarado inconstitucional, por possuir vício formal
insanável.
Errado.
nalidade material.
Como o próprio nome já indica, a inconstitucionalidade total atinge todo o ato normativo,
ao passo que, na inconstitucionalidade parcial, apenas parte da lei é atingida pelo vício de
inconstitucionalidade.
A declaração de inconstitucionalidade parcial pelo Poder Judiciário pode recair sobre fra-
ção de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, até mesmo sobre uma única palavra de um desses
dispositivos da lei. No entanto, o Poder Judiciário não poderá subverter o intuito da lei, mudan-
do o sentido e o alcance da norma, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes.
sempre, com a inconstitucionalidade total, visto que o ato editado em desconformidade com
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Errado.
Pode haver inconstitucionalidade parcial mesmo no caso de inconstitucionalidade formal. Va-
mos a uma hipótese: imagine que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei ordinária que
trate de matéria própria de lei ordinária; no entanto, é inserido um artigo cuja matéria deveria ser
tratada por lei complementar. Como todo o projeto de lei foi aprovado por maioria simples, esse
artigo não atingiu a maioria absoluta exigida pela Constituição para tratar de matéria própria de
lei complementar, sendo apenas o referido artigo atingido pelo vício de inconstitucionalidade
formal. Percebeu? Haverá uma inconstitucionalidade formal apenas em parte da lei.
MATERIAL
(NOMOESTÁTICA) conflito de conteúdo
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Errado.
No Brasil, quem detém a competência para realizar o controle de constitucionalidade é o Poder
Judiciário, havendo apenas traços de controle político.
Errado.
À luz da Súmula 347, do STF, é permitido que os Tribunais de Contas, no exercício de suas atri-
buições, apreciem a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.
SISTEMAS DE
CONTROLE
parcialmente judicial e parcialmente político
MISTO
ex.: Suíça (leis nacionais – controle político; leis locais – controle judicial)
predominantemente judicial
NO BRASIL CCJ
CONTROLES POLÍTICOS NO BRASIL Veto jurídico (art. 66, § 1° )
Súmula 347 do STF
sempre no controle concreto
Súmula 347, do STF: o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e
dos atos do poder público.
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Cuidado com o que eu vou dizer agora!!! O Poder Judiciário atua no controle preventivo em
apenas uma única hipótese: quando houver um mandado de segurança impetrado no Supremo
Tribunal Federal por parlamentar da própria Casa legislativa em que esteja o projeto de lei pela
inobservância do devido processo legislativo constitucional. Imagine que esteja tramitando no
Congresso Nacional uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para abolir uma cláusula
pétrea. Essa PEC está na Câmara dos Deputados. Um Deputado Federal poderá entrar no STF
com um mandado de segurança pedindo o arquivamento dessa PEC, por ofensa à Constituição
Federal, haja vista que é proibida proposta de emenda tendente a abolir as matérias elencadas
no art. 60, § 4º, conhecidas como cláusulas pétreas. Na situação apresentada, o Poder Judiciá-
rio estará atuando, excepcionalmente, no controle preventivo de constitucionalidade, retirando
do mundo jurídico um projeto de lei (no caso, uma PEC).
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Certo.
Exatamente o que falamos.
Certo.
Única hipótese de controle preventivo realizado pelo Poder Judiciário.
Errado.
Como alertamos, há uma única hipótese para o Poder Judiciário atuar no controle preventivo:
quando houver um mandado de segurança impetrado por parlamentar da própria Casa legisla-
tiva pela inobservância do devido processo legislativo constitucional.
Por sua vez, o controle será repressivo quando recair sobre uma lei já existente. Também
é realizado por todos os Poderes da República. Vejamos.
O Poder Legislativo atua no controle repressivo nas seguintes hipóteses:
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DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
O STF caminha para entender que se está diante de verdadeira mutação constitucional do art.
52, X, especialmente com a adoção da repercussão geral nos recursos extraordinário. O que se
propõe é uma interpretação que confira ao Senado Federal a possibilidade de simplesmente,
mediante publicação, divulgar a decisão do STF (ADIs 3.406 e 3.470).
VAMOS APROFUNDAR
Sobre essa possibilidade de descumprimento de lei inconstitucional pelo Presidente da Repú-
blica, importante trazer os seus aspectos históricos.
O controle concentrado de constitucionalidade surge com a EC 16/1965, que estabeleceu
como único legitimado o Procurador-Geral da República. Nessa época, a doutrina e a jurispru-
dência firmaram o entendimento de que o Presidente da República poderia deixar de aplicar
uma lei que entendesse inconstitucional, orientando a Administração Pública a seguir esse
entendimento, uma vez que o Ministério Público detinha o monopólio para provocar o controle
concentrado de constitucionalidade.
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Por sua vez, com o advento da atual Constituição Federal, o argumento, fundado na exclusi-
vidade de legitimidade perde espaço, haja vista a ampliação de competência para o controle
concentrado de constitucionalidade, sobretudo porque o Presidente da República tornou-se
um legitimado ativo. Com isso, passou-se a questionar a possibilidade de o Presidente da
República negar de ofício o cumprimento da lei inconstitucional.
Ocorre que o princípio da supremacia da Constituição nos revela que a aplicação de uma lei
flagrantemente inconstitucional é a própria negação da Constituição. Nesse sentido, não há
razão para que o Presidente da República aplique uma norma inconstitucional, mesmo legiti-
mado para impetrar uma ação direta de inconstitucionalidade. Por tudo isso, permanece pos-
sível ao Presidente da República, mesmo com a mudança do contexto jurídico, negar cumpri-
mento a uma lei contrária à Constituição.
Por fim, o Poder Judiciário realiza o controle repressivo de constitucionalidade, tanto por
meio do controle difuso, quanto por meio do controle concentrado (a seguir explicarei a dife-
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Errado.
No Brasil, há os dois modelos de controle de constitucionalidade: o difuso e o concentrado.
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titucional difusa) e o controle concentrado (ou jurisdição constitucional concentrada) são dois
exercício a todos os componentes do Poder Judiciário, e o segundo ocorre se só for deferido
Certo.
Exatamente isso!
Acerca dos antecedentes históricos, segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino1, o mo-
delo concentrado teve sua origem na Áustria, em 1920, sob a influência do jurista Hans Kel-
sen. Para Kelsen, a fiscalização da validade das leis representava tarefa especial, autônoma,
que não deveria ser conferida a todos os membros do Poder Judiciário, já encarregados de
exercerem a jurisdição, mas somente a uma Corte Constitucional, que deveria desempenhar
exclusivamente essa função. Sob esse pensamento, foi criado o Tribunal Constitucional Aus-
tríaco, com a função exclusiva de realizar o controle de constitucionalidade das leis. Na visão
de Kelsen, a função precípua do controle concentrado não seria a solução de casos concretos,
mas sim a anulação genérica da lei incompatível com as normas constitucionais.
Por outro lado, no modelo difuso, ou sistema norte-americano, todos os órgãos do Poder
Judiciário, inclusive o próprio STF, podem realizar o controle de constitucionalidade das leis e
dos atos normativos. A sua origem histórica está assentada no famoso caso Madison versus
Marbury (1803), em que o Juiz Marshall da Suprema Corte Americana afirmou que é ínsito da
atividade jurisdicional interpretar e aplicar a lei e, ao fazê-lo, identificando contradição entre a
legislação e a Constituição Federal, deve o magistrado aplicar esta última por ser superior a
qualquer lei infraconstitucional.
1
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito constitucional descomplicado. 4. ed. São Paulo: Método, 2009. p. 706.
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CONCENTRADO + DIFUSO
NO BRASIL
Existem duas formas pelas quais se pode buscar no Poder Judiciário a declaração de in-
Na via concreta (ou por via de exceção), a impugnação de uma lei pressupõe a comprova-
ção de lesão a direito daquele que alega. Tenho me valido de um exemplo hipotético esdrúxulo,
mas elucidativo.
Exemplo: imagine que um Estado-membro altere a alíquota do IPVA para 95% do valor do
carro. Essa lei que trouxe essa nova alíquota fere a Constituição Federal, que proíbe tributos
com caráter confiscatório. Eu, contribuinte do IPVA, posso ir até o Poder Judiciário e entrar
com uma ação. No pedido da ação, digo: não quero pagar o IPVA; na fundamentação do pedido
alego que a lei é inconstitucional. O juiz que julgar a minha ação realizará o controle de cons-
titucionalidade concreto, uma vez que a inconstitucionalidade da norma está vinculada a uma
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Já pela via abstrata (ou por via de ação), a inconstitucionalidade é requerida “em tese”, sem
vinculação à ofensa a direito, sem vinculação a um caso concreto. Vamos utilizar o mesmo
exemplo acima. Mas agora um dos legitimados do art. 103 entra com uma ADI. No próprio pe-
vação de lesão a direito de alguém, porque, pela via abstrata, o que se busca é a preservação
da Constituição Federal que foi violada por uma lei inconstitucional. Ou seja, na via abstrata
não há um caso concreto a ser analisado, apenas se a lei ofende ou não a Constituição.
cia de um caso concreto a ser julgado, diz-se que esse controle é concentrado e abstrato.
Certo.
Exatamente isso. É concentrado porque realizado por apenas um tribunal, no caso brasileiro,
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Errado.
Conforme vimos, no controle difuso ou incidental, o juiz de ofício pode fundamentar sua deci-
são pela inconstitucionalidade da lei aplicável ao caso sob julgamento, independentemente de
provocação das partes (autor ou réu).
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Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Po-
der Público.
Esse princípio da reserva de plenário (também chamado de cláusula full bench) estabelece
que dentre todos os órgãos do tribunal, somente o plenário ou o órgão especial – quando hou-
ver (veja o art. 93, XI, que trata deste tal “órgão especial”) – poderão declarar a inconstituciona-
lidade das leis, por deliberação de maioria absoluta de seus membros.
Art. 93, XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das
atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-
-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;
Tal previsão significa que os órgãos fracionários e monocráticos dos tribunais (um desem-
bargador ou um ministro isoladamente, ou uma turma, ou uma sessão) não possuem compe-
tência para declarar a inconstitucionalidade da norma atacada, somente o plenário ou órgão
especial, se houver.
Importante que se diga que todos os tribunais se submetem ao princípio da reserva de
plenário, inclusive o próprio STF.
Certo.
Essa é a regra geral prevista no citado art. 97, da CF.
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Certo.
Exatamente isso. Veja como é importante o estudo do princípio da reserva de plenário.
Aliás, o Supremo editou uma importantíssima súmula vinculante sobre o princípio da reser-
va de plenário que despenca em concurso público, vejamos:
Súmula Vinculante n.10: viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
A ideia dessa Súmula Vinculante é a seguinte: se na tese levantada pelas partes tem a aná-
lise da inconstitucionalidade de uma lei, deve o tribunal enfrentar essa análise pelo plenário ou
órgão especial, se houver. Os órgão fracionários não podem simplesmente afastar a incidência
da lei trazida pelas partes (autor ou réu) e julgar por outro fundamento. Se assim o fizer, estará
sendo desrespeitado o princípio da reserva de plenário.
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Certo.
De acordo com o teor da Súmula Vinculante 10.
os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição
de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes (plenário ou órgão especial do
próprio tribunal) ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
Errado.
Não é isso!!! O incidente de deslocamento do processo da arguição de inconstitucionalidade,
das turmas de um tribunal ao seu plenário ou órgão especial, quando não houver pronuncia-
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mento destes, é desnecessário se o ato normativo questionado já tiver sido declarado incons-
titucional pelo plenário do STF.
DICA DO LD
O princípio da reserva de plenário não se aplica em caso de
análise de direito pré-constitucional frente à nova Constitui-
ção, vale dizer, a verificação da recepção ou não de uma nor-
ma, justamente por não envolver juízo de inconstitucionalida-
de, dispensa a aplicação da reserva de plenário, permitindo
o reconhecimento por órgão fracionário dos tribunais de que
a lei pré-constitucional foi ou não recebida pela nova ordem
constitucional.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
1) Segundo o STF, os órgãos fracionários dos tribunais podem aplicar a denominada interpreta-
ção conforme a Constituição sem a observância da cláusula de reserva de plenário, haja vista
que, no caso, haverá uma declaração de constitucionalidade e não de inconstitucionalidade
conforme se refere o art. 97. Ou seja, pode o órgão fracionário do tribunal declarar a norma
constitucional, sem necessidade de instaurar o incidente processual próprio da reserva de ple-
nário (RE 579.721).
2) Fixou o STF que a decisão monocrática do relator exarada em medida cautelar não se
submete à cláusula da reserva de plenário albergada no art. 97 da Constituição Federal (Rcl
11.768).
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Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade
quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
CONTROLE
DIFUSO
qualquer juiz
COMPETÊNCIA cláusula ”full bench”
órgão fracionário de tribunal não pode
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em
parte.
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de se-
gurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
Atuação do Senado, à luz do art. 52, X, da CF: a Constituição Federal vigente autoriza que
o Senado Federal suspenda a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
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A ideia central aqui é a seguinte: quando o STF julga no controle difuso, os efeitos da de-
cisão serão inter partes. Entretanto, o Senado, ao tomar conhecimento da decisão do STF, po-
derá, por meio de uma resolução, estender os efeitos daquela decisão para que atinja pessoas
estranhas ao processo, mas que se enquadrem na mesma relação jurídica, transformando a
decisão que outrora possuía efeitos inter partes em erga omnes (para todos).
Alguns questionamentos emergem desse debate. Acompanhe comigo!!!
1) O Senado Federal está obrigado a suspender a execução da lei?
Não. É um ato discricionário do Senado.
2) Qual espécie de lei formaliza a suspensão?
Uma resolução do Senado Federal.
3) Poderá o Senado Federal modificar os limites da decisão do STF?
Não. O Senado, decidindo pela suspensão da norma, não poderá modificar os limites da
decisão do STF. Em outras palavras, suspende nos termos da decisão do STF.
4) Pode o Senado Federal voltar atrás, desistindo da suspensão?
Não. Uma vez editada a resolução, o Senado não poderá voltar atrás, por se tratar de um
ato irretratável.
5) Quais leis podem ser suspensas?
Todas. A competência do Senado Federal para tal fim alcança normas federais, estaduais,
distritais e municipais.
6) Qual a eficácia da suspensão?
Depende. Em regra, a suspensão da execução da lei pelo Senado Federal possui eficácia
ex nunc (não retroativa). Mas, se se tratar de uma norma federal, a eficácia será ex tunc (retro-
agindo), por força do art. 1º, § 2º, do Decreto n. 2.346, de 1997. Perceba:
Art. 1º As decisões do Supremo Tribunal Federal que fixem, de forma inequívoca e definitiva, inter-
pretação do texto constitucional deverão ser uniformemente observadas pela Administração Públi-
ca Federal direta e indireta, obedecidos aos procedimentos estabelecidos neste Decreto.
§ 1º Transitada em julgado decisão do Supremo Tribunal Federal que declare a inconstitucionalida-
de de lei ou ato normativo, em ação direta, a decisão, dotada de eficácia ex tunc, produzirá efeitos
desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional, salvo se o ato praticado com base
na lei ou ato normativo inconstitucional não mais for suscetível de revisão administrativa ou judicial.
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§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se, igualmente, à lei ou ao ato normativo que tenha sua
inconstitucionalidade proferida, incidentalmente, pelo Supremo Tribunal Federal, após a suspensão
de sua execução pelo Senado Federal.
§ 3º O Presidente da República, mediante proposta de Ministro de Estado, dirigente de órgão inte-
grante da Presidência da República ou do Advogado-Geral da União, poderá autorizar a extensão dos
efeitos jurídicos de decisão proferida em caso concreto.
DICA DO LD
A partir da adoção da sistemática da repercussão geral, os re-
cursos extraordinários, que possuíam efeitos inter partes, pas-
sam a ter eficácia erga omnes, tornando despicienda a norma
escrita no art. 52, X, para os casos em apreço. Nesse contex-
to, o STF passou a considerar que o sentido normativo do art.
52, X, seria: “compete privativamente ao Senado Federal dar
publicidade à suspensão da execução, operada pelo Supremo
Tribunal Federal, de lei declarada inconstitucional, no todo ou
em parte, por decisão definitiva do Supremo”.
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Certo.
Exatamente isso. A decisão definitiva de mérito proferida pelo STF, em controle difuso, produz,
de regra, efeitos ex tunc. O termo “de regra” foi inserido na questão, considerando a possibilida-
de excepcional do STF modular os efeitos temporais da decisão para ex nunc, ou, até mesmo,
pro futuro. O Senado Federal, por resolução, pode usar a prerrogativa constante do art. 52, X,
da CF, qual seja, a de suspender, no todo ou em parte, a execução da lei tida por inconstitucio-
nal, desde que a decisão tenha sido definitiva e deliberada pela maioria absoluta do pleno do
tribunal. Caso o faça, os efeitos serão erga omnes, porque atingirão a todos que se enquadra-
rem na situação jurídica objeto de julgamento pelo Supremo. A suspensão pelo Senado produz
efeitos, via de regra, a partir do momento em que a resolução do Senado Federal for publicada
na imprensa oficial (ex nunc).
Errado.
A resolução do Senado Federal que suspende a execução da lei ou ato normativo declarado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal terá efeitos erga omnes e ex nunc.
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“inter partes”
“ex tunc” (princípio da nulidade dos atos inconstitucionais)
EFEITOS DA DECISÃO
possibilidade de modulação dos efeitos temporais (art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999)
RE com repercussão geral (art. 102, § 3° ): “erga omnes”
CONTROLE
DIFUSO
ato discricionário
por resolução
não pode modificar os limites da decisão do STF
ATUAÇÃO DO SF (art. 52, X) irretratável
normas federais, estaduais, distritais e municipais
eficácia “ex nunc” (como regra)
eficácia “ex tunc” (norma federal) – Decreto n. 2.346, de 1997, art. 1º , § 2º
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Art. 3° da Lei n. 11.417, de 2006: São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento
de enunciado de súmula vinculante:
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI – o Defensor Público-Geral da União;
VII– partido politico com representação no Congresso Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX- a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios,
os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleito-
rais e os Tribunais Militares.
Por fim, do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula vinculante apli-
cável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que,
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada,
e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
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Errado.
O quórum é de 2/3.
Certo.
Exatamente isso!!!
Ponto interessante que merece destaque diz respeito à extensão dos efeitos vinculantes.
Como disse na minha obra Direito Constitucional Essencial,
conforme delineado pelo caput e pelo § 3º do art. 103-A, o efeito vinculante dirige-se, precipua-
mente, ao Poder Judiciário e ao Poder Executivo das três esferas federativas. Isso não significa
que o Poder Legislativo não seja atingido pelos efeitos vinculantes da súmula, haja vista que, atipi-
camente, também exerce atividades administrativas. Vale dizer, o efeito vinculante da súmula atin-
ge o Poder Legislativo quando atua na realização de sua função atípica de administrador (exemplo:
nomeação de servidor público). A súmula vinculante não atinge o Legislativo na sua função típica
de legislar. Não vincula, portanto, os atos legislativos próprios (leis ordinárias, leis complemen-
tares, emendas constitucionais etc.). A ideia estende-se às medidas provisórias que, apesar de
criadas pelo Poder Executivo, cuida-se de verdadeiro ato normativo primário e, portanto, não sujeito
ao efeito vinculante da súmula. O Poder Legislativo deve respeitar, por exemplo, o enunciado da
súmula vinculante 13: a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de car-
go em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta
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e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.2
DE OLHO NO DETALHE
Os efeitos vinculantes da súmula atingem:
1) o Poder Executivo, salvo quando exerce a função típica de legislar;
2) o Poder Judiciário;
3) o Poder Legislativo, quando exerce as funções atípicas de administrar e julgar.
Errado.
Atinge o Legislativo no exercício da sua função atípica de administrador, bem como atinge o
Poder Executivo. Só não alcança a função legislativa.
2
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 3ª edição. 2017. p. 78.
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Art. 3° São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I – o Presidente
da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República;
V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI – o Defensor Público-Geral da União; VII– partido politico com
representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX- a Mesa
de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais
Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
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Luciano Dutra
Reconheço que não é tarefa fácil esta memorização. Vou passar para você uma dica:
DICA DO LD
3 autoridades: Presidente da República; Governadores; Procu-
rador-Geral da República.
3 mesas: Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos De-
putados; Mesa das Assembleias Legislativas.
3 instituições: Conselho Federal da OAB; partido político com
representação no Congresso Nacional; confederação sindical
ou entidade de classe de âmbito nacional.
1) Entende-se por partido político com representação no Congresso Nacional aquele que
propositura da ação e não no momento do seu julgamento. Ou seja, não se fala em perda
4) Quanto às entidades de classe de âmbito nacional, o STF muda seu entendimento para reco-
como entidades de classe de segundo grau), que congregam exclusivamente pessoas jurídi-
5) Segundo o STF, as entidades de classe de âmbito nacional, que reúnam membros de mais
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Luciano Dutra
Letra c.
A única alternativa que não representa um legitimado ativo presente no art. 103 é a letra c.
Percebeu como é importante memorizar o rol do art. 103?
Errado.
Conforme o rol taxativo do art. 103, o MP estadual não pode propor ADI.
É importante dizer que nesse rol taxativo do art. 103 há legitimados universais e legitima-
dos especiais. Mas qual a diferença? Os legitimados universais podem arguir a inconstitucio-
nalidade de qualquer matéria, ao passo que os legitimados especiais só podem levar para o
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Luciano Dutra
STF a discussão de matérias sobre as quais demonstrarem interesse (aquilo que se denomina
pertinência temática).
São legitimados universais: Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da
Câmara dos Deputados; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos Advo-
gados do Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional.
São legitimados especiais: Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
Distrito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal; confederação sindical ou entida-
de de classe de âmbito nacional.
Errado.
As Mesas da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal são legitima-
dos especiais, ou seja, devem demonstrar a pertinência temática.
Outro ponto que merece nossa abordagem é a necessidade ou não de constituir advogado.
Será que todos os legitimados têm capacidade postulatória para ir ao Supremo sem advoga-
do? Na verdade, não. Uns possuem essa capacidade postulatória, outros não.
Portanto, quem necessita de advogado? Os partidos políticos com representação no Con-
gresso Nacional, as confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional NECES-
SITAM da assistência de advogado para a propositura da ADI.
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Luciano Dutra
Em sentido contrário, os demais legitimados poderão impetrar a ação direta sem a neces-
sidade de um advogado, na medida em que detêm capacidade postulatória.
Errado.
O Governador de Estado e o Governador do DF não precisam constituir advogado, porque pos-
suem a capacidade postulatória para impetrar a ADI.
Art. 103, I a IX
3 autoridades, 3 mesas e 3 instituições
Legitimados universais e especiais (pertinência temática)
1 Dep. ou 1 Sen.
PARTIDOS POLÍTICOS
não há perda superveniente de legitimidade
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Portanto, fica claro que a competência do STF para julgar ADI alcança somente leis fede-
rais e estaduais, não alcançando as leis municipais.
E as normas do Distrito Federal, como ficam? Bem, o DF possui a chamada competência
cumulativa, ou seja, acumula as competências estaduais e municipais. Se a norma do DF for
no exercício das competências estaduais, poderá ser atacada no STF por ADI, no entanto, se
for no uso das competências municipais, não poderá.
Aliás, dessa maneira foi sumulada no STF, perceba:
Súmula 642, do STF: “não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Fede-
ral derivada da sua competência legislativa municipal”.
Nessa linha, podem ser objeto de ADI: emendas constitucionais de reforma, emendas
constitucionais de revisão, tratados internacionais equiparados às emendas, leis ordinárias,
leis complementares, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções,
tratados internacionais não equiparados às emendas, decretos autônomos, regimentos inter-
nos dos tribunais, Constituições Estaduais, Lei Orgânica do Distrito Federal.
DICAS DO LD
1) Em razão da jurisprudência do STF, só poderão ser impug-
nadas em ação direta as leis e atos normativos federais e es-
taduais que:
a) sejam pós-constitucionais: para o Supremo não é possí-
vel o controle de constitucionalidade de lei anterior à Constitui-
ção pela via da ação direta de inconstitucionalidade;
b) possuam conteúdo normativo geral e abstrato: segundo
o STF, só constitui ato normativo idôneo a submeter-se ao con-
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Certo.
É uma lei em sentido amplo federal, portanto, pode ser objeto de ADI.
Questão 37 (STM/JUIZ AUDITOR/2013) São objeto de ADI: atos normativos primários, trata-
dos internacionais, atos normativos federais, regimento interno, decreto autônomo, leis ou atos
normativos anteriores a 05/10/1988, constituições e leis estaduais, decretos (com força de lei)
e atos normativos estaduais.
Errado.
Os atos normativos primários (aqueles que buscam seu fundamento de validade direto da
Constituição Federal), tratados internacionais, atos normativos federais, regimento interno dos
tribunais, decreto autônomo (produzido à luz do art. 84, VI), constituições e leis estaduais, de-
cretos (com força de lei) e atos normativos estaduais PODEM ser objeto de ADI. No entanto,
leis ou atos normativos anteriores a 05/10/1988, data da publicação do ato de promulgação
da atual Constituição, não. Somente leis e atos normativos federais e estaduais pós-constitu-
cionais podem ser objeto de ADI.
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Art. 102, I, a
Leis e atos normativos federais e estaduais
Leis municipais: silêncio eloquente
Leis distritais: só na competência estadual (Súmula 642 do STF)
primário
atos regulamentares não (inconstitucionalidade é reflexa) – crise de legali-
ADI OBJETO
SOMENTE ATOS dade
NORMATIVOS: pós-constitucionais
em vigor
não sejam questões “interna corporis”
não sejam normas constitucionais originárias
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Art. 103, § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de nor-
ma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou
texto impugnado.
Cuidado com isso!!! É uma atuação vinculada (defender o ato impugnado), mas o Supre-
mo relativizou o comando constitucional autorizando que, em dadas situações, o AGU poderá
defender a inconstitucionalidade, nos casos em que o próprio STF já tiver se manifestado em
outro processo pela inconstitucionalidade da norma atacada.
Errado.
O único erro é o termo “imprescindível”, considerando a exceção citada anteriormente.
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Errado.
Mais uma vez, temos o mesmo erro. Há a possibilidade de o AGU defender a inconstituciona-
lidade nas situações em que o próprio STF já tiver se manifestado pela inconstitucionalidade
da norma atacada.
ADI
Atuação vinculada como regra (are. 103, § 3°)
Defende como regra a constitucionalidade
ATUAÇÃO DO AGU
Curador da presunção de constitucionalidade das leis
Exceção: quando já houver posicionamento do STF pela inconstitucionalidade (ADI 1616)
DICA DO LD
Não se admite desistência do pedido principal e da medida
cautelar (liminar) eventualmente suscitada.
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Errado.
Proposta a ADI, não cabe desistência.
Errado.
Pela mesma razão!!!
VAMOS APROFUNDAR
Cuidado! Muito embora não caiba intervenção de terceiros, o STF admite o “amicus curiae”. O
“amicus curiae” (numa tradução literal significa amigo da Corte) é o terceiro interessado, mas
não legitimado, que atua no controle concentrado de constitucionalidade como colaborador.
Tem por finalidade pluralizar o debate do tema constitucional impugnado, especialmente de
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assuntos muito técnicos, permitindo que o Tribunal disponha dos elementos necessários à
melhor solução da controvérsia constitucional, legitimando democraticamente as decisões do
STF. É o que está no art. 7º, § 2º, da Lei 9.868, de 1999, segundo o qual “o relator, considerando
a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecor-
rível, admitir a manifestação de outros órgãos ou entidades”. Segundo entendimento do STF, a
admissão do “amicus curiae” tem como prazo limite a data de remessa dos autos para mesa
de julgamento (ADI 4.071).
Diga-se que, se o STF inadmitir o pedido de ingresso do “amicus curiae”, cabe a interposição
de agravo.
O novo Código de Processo Civil (CPC) tornou o estudo do “amicus curiae” um pouco mais
complexo.
Como dito acima, em seu art. 7º, caput, a Lei n. 9.868, de 1999, veda a intervenção de tercei-
ros, haja vista o caráter objetivo do processo de fiscalização abstrata de constitucionalidade,
incompatível com a busca de interesses econômicos de agentes alheios à relação jurídico-pro-
cessual. No entanto, justamente pelo caráter objetivo do controle concentrado, o § 2º do art. 7º
da Lei n. 9.868, de 1999, autoriza a admissão, pelo relator, de outros órgãos ou entidades, na
qualidade de “amici curiae” (plural de “amicus curiae”), sempre que a matéria seja de significa-
tiva relevância e os requerentes ostentem representatividade adequada.
Segundo o próprio STF: “a intervenção de “amicus curiae” no controle concentrado de atos
normativos primários destina-se a pluralizar e a legitimar social e democraticamente o debate
constitucional, com o aporte de argumentos e pontos de vista diferenciados, bem como de
informações fáticas e dados técnicos relevantes à solução da controvérsia jurídica e, inclusive,
de novas alternativas de interpretação da Carta Constitucional, o que se mostra salutar diante
da causa de pedir aberta das ações diretas”.
Será que caberia pessoa física como “amicus curiae” em controle concentrado de constitucio-
nalidade? O tema é controverso. Reconhece-se que o novo CPC trouxe uma novidade quanto
às regras aplicadas ao “amicus curiae”, qual seja, a aceitação da pessoa física como amiga da
Corte. No entanto, o STF tem jurisprudência histórica no sentido de que a falta de representa-
tividade da pessoa natural torna-se um obstáculo ao reconhecimento de sua condição como
“amicus curiae”.
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Luciano Dutra
Sendo assim, muito embora o novo CPC traga a possibilidade de aceitação de pessoa física
como “amicus curiae”, tal perspectiva depende de mudança da jurisprudência histórica do STF.
OK?
Errado.
Conforme afirmado, não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de
inconstitucionalidade.
Em outras palavras, à luz do art. 24 da Lei n. 9.868, de 1999, e tendo por base que, em
sede de ADI, o pedido formulado pelo autor é pelo reconhecimento da inconstitucionalidade da
norma, teremos o seguinte: a) se a ação direta é julgada procedente, será declarada a incons-
titucionalidade da norma impugnada; b) se a ação direta é julgada improcedente, será decla-
rada a constitucionalidade do texto guerreado3. Perceba que mesmo a improcedência da ação
produz efeitos, qual seja, o reconhecimento pelo STF da constitucionalidade da lei impugnada.
3
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 87-88.
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Luciano Dutra
DICA DO LD
Em Constitucional, não precisamos saber o que são embargos
de declaração e ação rescisória. Basta-nos saber o que está
no art. 26, da Lei n. 9.868, de 1999.
Certo.
Exatamente isso!!!
Errado.
Não cabe ação rescisória.
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Não há perda do direito de ação por decurso do prazo: importante que se diga que a propo-
situra de ADI não se sujeita a nenhum prazo limite, ou seja, os legitimados pelo art. 103 podem
propor a ação em qualquer tempo, uma vez que os atos inconstitucionais não se convalidam
pelo decurso do tempo.
Errado.
Conforme afirmamos, não há prazo.
Certo.
Exatamente isso!!!
Efeitos da decisão: muito cuidado com esse ponto!!! Despenca em concurso público.
Vamos inicialmente ler o art. 102, § 2º, da CF, e o art. 28, parágrafo único, da Lei n. 9.868,
de 1999.
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Art. 102, § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão efi-
cácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da decisão, o Supremo Tribunal
Federal fará publicar em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União a parte
dispositiva do acórdão.
Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a inter-
pretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de
texto, têm eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à
Administração Pública federal, estadual e municipal.
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de se-
gurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maio-
ria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela
só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
DICA DO LD
Muito embora concebida para o controle concentrado de
constitucionalidade, é possível a aplicação da modulação dos
efeitos temporais da decisão proferida pelo STF no controle
difuso de constitucionalidade.
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Errado.
Maioria de 2/3.
Certo.
O comando do art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999, aplica-se tanto no controle concentrado quanto
no difuso, mas sempre pelo STF.
Não vinculação à causa de pedir: no julgamento da ADI, o STF pode decidir por funda-
mentação diversa daquela trazida pelo autor. É o que se chama de causa de pedir aberta. Mas
cuidado, o pedido vincula!!! Ou seja, se o autor pede a declaração de inconstitucionalidade
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apenas do art. 1º de uma determinada lei, o STF só analisará este art. 1º por força do princípio
da demanda.
Errado.
É justamente o contrário. O Supremo Tribunal Federal NÃO fica vinculado aos fundamentos
apresentados pelo proponente, por ser a causa de pedir ABERTA, PERMITINDO que a decisão
seja assentada em qualquer parâmetro constitucional.
Certo.
Exatamente isso!!!
Possibilidade de concessão de medida cautelar: segundo o art. 10, da Lei n. 9.868, de 1999,
salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da
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maioria absoluta dos membros do STF, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais
emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.
Segundo o art. 11, § 1º, da Lei n. 9.868, de 1999, a medida cautelar, dotada de eficácia con-
tra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o STF entender que deva conceder-lhe
eficácia retroativa.
Importante dizer que, segundo o STF, somente a concessão da medida cautelar terá efeito
vinculante.
Por fim, a concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso exis-
tente, salvo expressa manifestação em sentido contrário pelo STF (art. 11, § 2º, da Lei n. 9.868,
de 1999).
Sobre a possibilidade de concessão de medida cautelar, a jurisprudência do STF é pacífi-
ca no sentido de que o Supremo deve analisar a conveniência política de eventual suspensão
cautelar da lei impugnada. Na ADI 5.077, o Min. Alexandre de Moraes cita diversos precedente
da Corte para afirmar que “A análise dos requisitos do fumus boni iuris e periculum in mora para
a concessão de medida liminar em sede de controle abstrato de constitucionalidade admite
maior discricionariedade por parte do STF, com a realização de verdadeiro juízo de conveniên-
cia política da suspensão da eficácia”.
Entendeu ADI? Espero que sim! Para finalizar essa parte, vejamos alguns mapas mentais.
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ADI
IMPOSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS Art. 7º , “caput”, da Lei n. 9.868, de 1999
IMPOSSIBILIDADE DE RECURSO (SALVO ED) E DE AÇÃO RESCISÓRIA Art. 26 da Lei n. 9.868, de 1999
Art. 102, § 2°
Eficácia “erga omnes”
VINCULAÇÃO AO PEDIDO
Querido(a) aluno(a), fique com a seguinte ideia: o julgamento da ADO segue o mesmo
procedimento anteriormente estudado para a ADI, ressalvadas as peculiaridades a seguir exa-
minadas.
Portanto, os assuntos estudados nas seções anteriores, como o objeto, a não vinculação à
causa de pedir, a vinculação ao pedido, a impossibilidade de desistência, a impossibilidade de
intervenção de terceiros, a natureza dúplice, a impossibilidade de recurso (salvo embargo de
declaração), a impossibilidade de ação rescisória e a inexistência de perda do direito de ação
por decurso do prazo valem para a ADO também.
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Errado.
Como vimos, no julgamento da ADO, a oitiva do AGU é facultativa, uma vez que o relator poderá
solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União.
Errado.
O Advogado-Geral da União deverá ser obrigatoriamente ouvido, em ações de inconstituciona-
lidade por comissão APENAS, para defesa do ato normativo, ainda que sua origem seja esta-
dual. Já sabemos que no caso de ADO, a manifestação do AGU é facultativa.
Art. 103, § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias
e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
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Certo.
É exatamente isso que extraímos das normas aplicáveis.
Errado.
Não é bem isso. Na verdade, após o julgamento da ADO pelo STF, será dada ciência e oportu-
nidade para que o Poder competente adote as providências necessárias e, em se tratando de
órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias ou em prazo razoável a ser fixado pelo STF.
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Medida cautelar: segundo o art. 12-F, da Lei n. 9.868, de 1999, em caso de excepcional
urgência e relevância da matéria, o STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros,
poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis
pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 dias. A medida cau-
telar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no
caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimen-
tos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo STF (art. 12-F, § 1º, da Lei
n. 9.868, de 1999).
Art. 103, I a IX
LEGITIMAÇÃO ATIVA
ADO
Art. 102, I, a
OBJETO
Leis e atos normativos federais e estaduais (sob a ótica da omissão)
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Inicialmente, é importante fixar que essa ação de controle concentrado foi a única que foi
criada por emenda à Constituição, por meio da EC n. 3, de 1993. As demais são normas cons-
Errado.
Como vimos, a ADC foi instituída pelo constituinte derivado, por meio da Emenda Constitucio-
nal n. 3, de 1993.
Finalidade: questão interessante é saber o porquê da criação da ADC. A ideia é encerrar, de-
finitivamente, relevante controvérsia judicial sobre a validade de uma lei FEDERAL, haja vista
que a decisão do STF nessa ação produzirá eficácia erga omnes e efeito vinculante em relação
aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal.
De acordo com o princípio da presunção de constitucionalidade das leis, uma lei nasce
constitucional até declaração em contrário do Poder Judiciário (ou seja, a norma goza de pre-
sunção relativa de constitucionalidade). Assim, quando o STF declara uma lei constitucional
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c) Os Prefeitos.
d) O Presidente da República.
Letra c.
Prefeito não está no rol do art. 103, portanto, não tem legitimidade para propor ação direta de
Objeto: muito cuidado com isso. Conforme se extrai do art. 102, I, a, só é possível entrar
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Errado.
Essa é uma pegadinha clássica. Compete ao STF processar e julgar originariamente a ação di-
reta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual. Porém, no que tange
à ação declaratória de constitucionalidade, a competência do Supremo restringisse à lei ou ato
normativo federal.
ADC
Art. 102, I, a
OBJETO
Leis e atos normativos federais
Relevante controvérsia judicial: para que seja admissível uma ADC no STF, o autor deve de-
monstrar a existência de relevante controvérsia judicial. É o que cita o art. 14, inciso III, da Lei
n. 9.868, de 1999. Importante destacar que relevante controvérsia doutrinária não basta para o
conhecimento da ação declaratória de constitucionalidade pelo STF.
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III – a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação
declaratória.
Certo.
Exatamente isso!!!
Atuação do PGR: exatamente da mesma maneira das demais ações do controle concen-
trado de constitucionalidade, ou seja, obrigatória e livre, conforme se vê no art. 103, IV, e no
art. 103, § 1º, ambos da CF.
Atuação do AGU: cuidado com isso!!! Na ADC, o AGU não se manifesta (QO ADC 1). Como
o papel do AGU é defender a constitucionalidade do ato impugnado e nesta ação de controle
concentrado o autor busca justamente a declaração da constitucionalidade, não há razão para
a manifestação do AGU.
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Errado.
Na ADC, o AGU não se manifesta!!!
Errado.
Dois erros. Primeiro, norma estadual não pode ser objeto de ADC, somente norma FEDERAL.
Segundo, na ADC, o AGU não se manifesta.
Medida cautelar: à luz do art. 21, da Lei n. 9.868, de 1999, o STF, por decisão da maioria
absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de
constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam
o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da
ação até seu julgamento definitivo.
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Certo.
Exatamente isso!!!
Letra a.
O rol de legitimados é o mesmo.
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função administrativa. Não vinculam o Poder Legislativo e o Poder Executivo quando exercem
a função legislativa, sob pena de ferir a independência entre os Poderes;
3) efeitos retroativos (ex tunc): a declaração de constitucionalidade retroage ao início da
vigência da lei, transformando a presunção relativa de constitucionalidade em presunção ab-
soluta de constitucionalidade. Porém, se o STF julgar improcedente a ADC, estará declarando a
inconstitucionalidade da lei, situação em que poderá aplicar o art. 27, da Lei n. 9.868, de 1999.
Relembremos, por importante, o teor do citado art. 27, da Lei n. 9.868, de 1999:
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de se-
gurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
ADC
impossibilidade de perda do direito de ação por decurso do prazo
Impossibilidade de desistência (art. 16 da Lei n. 9.868, de 1999)
Impossibilidade de intervenção de terceiros (art. 18 da Lei n. 9.868, de
1999)
ASPECTOS COMUNS COM A Possibilidade de “amicus curiae” (admitido pelo STF, apesar do veto ao § 2°
ADI do art. 18 da Lei n. 9.868, de 1999)
Impossibilidade de recurso (salvo ED) e impossibilidade de ação rescisória
(art. 26 da Lei n. 9.868, de 1999)
Natureza dúplice ou ambivalente
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Prezado(a) aluno(a), inicialmente é importante fixar que a ADPF tem previsão constitucio-
nal no art. 102, § 1º, a saber:
Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Su-
premo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante
de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental: I – quando
for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, esta-
dual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;
a) ADPF autônoma (que tem por finalidade evitar ou reparar lesão a preceito fundamental);
b) ADPF incidental (que pressupõe a existência de uma outra controvérsia constitucional
prévia).
A ADPF autônoma pode ser preventiva ou repressiva. Assim, temos:
1) ADPF autônoma preventiva: utilizada para evitar lesão a preceito fundamental, resultan-
te de ato do Poder Público;
2) ADPF autônoma repressiva: utilizada para reparar lesão a preceito fundamental, resul-
tante de ato do Poder Público;
3) ADPF incidental: utilizada diante de relevante controvérsia constitucional sobre lei ou ato
normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição Federal de 1988.
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Certo.
No caso, trata-se de uma ADPF incidental.
Errado.
Vimos que existe, sim, a ADPF autônoma preventiva.
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Apesar de não haver um delineamento objetivo e prévio do que sejam preceitos fundamen-
tais, tarefa que cabe, como visto, à Suprema Corte caso a caso, a doutrina identifica como
preceitos fundamentais na Constituição:
a) os princípios fundamentais do Título I (artigos 1º ao 4º);
b) os direitos e garantias fundamentais (espalhados por todo o texto constitucional);
c) os princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII);
d) as cláusulas pétreas (art. 60, § 4º);
e) as limitações materiais implícitas.4
Certo.
Exatamente isso!!!
Caráter subsidiário: muito cuidado com isso!!! De acordo com o art. 4º, § 1º, da Lei n.
9.882, de 1999, não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quan-
do houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.
Isso é o que se chama caráter subsidiário da ADPF. Só impetra a ADPF se não houver outra
ação ou recurso apto para prevenir ou sanar lesão a preceito fundamental.
4
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É importante que se diga que a mera possibilidade de utilização de outros meios proces-
suais não basta; os instrumentos disponíveis devem ser aptos para sanar ou prevenir de modo
eficaz a lesividade.
Certo.
Exatamente isso!!!
Fungibilidade entre a ADPF e ADI: outro ponto muito interessante no estudo da ADPF é o
reconhecimento pelo STF da fungibilidade entre essa ação e a ADI.
Caso o autor da ADPF tenha se equivocado, sendo, na verdade, hipótese de ADI, o STF rece-
berá a ADPF como se ADI fosse, desde que presentes os demais requisitos para a ADI.
No mesmo sentido, se o autor entrar com uma ADI, mas, na verdade, seja caso de ADPF,
presentes os demais requisitos da ADPF, o STF receberá a ADI como ADPF.
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Errado.
É justamente o contrário. O entendimento do STF é no sentido de que a ADPF PODE ser conhe-
cida como ADI na hipótese em que o pedido principal da arguição seja a declaração de incons-
titucionalidade de preceito autônomo por ofensa a dispositivos constitucionais, e que estejam
presentes os demais requisitos da ADI.
ADPF PRECEITO FUNDAMENTAL STF: não há um rol expresso na CF. Cabe ao próprio STF, no caso concreto, identificar
Atuação do PGR: mais uma vez fixamos o entendimento de que a manifestação do PGR é
Atuação do AGU: não há previsão legal, mas tem sido usual a sua manifestação.
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Luciano Dutra
Medida cautelar: o STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir
Dito isso, após esgotarmos a atuação do PGR e do AGU nas ações de controle concentrado
de constitucionalidade, vou deixar uma tabelinha para você jamais esquecer a atribuição de
AGU PGR
Manifestação obrigatória. Atua na defesa do ato
ADI impugnado como curador da constitucionali- Legitimado ativo universal ou custus legis
dade, como regra
Percebeu que a atuação do PGR é sempre a mesma? Ou ele é o autor da ação de contro-
le concentrado de constitucionalidade (como legitimado ativo universal, podendo questionar
qualquer matéria, independentemente de interesse) ou ele atua como fiscal da lei, emitindo
parecer de caráter obrigatório, com plena liberdade de atuação, em razão da sua independên-
cia funcional. A diferença está na atuação do AGU. Para não remanescer dúvida, vamos a um
mapa mental que sintetiza a atuação do AGU.
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Controle de Constitucionalidade
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AGU
Importante lembrar que em Direito Constitucional não precisamos saber aspectos recur-
sais próprios do Direito Processual Civil, tampouco precisamos saber o que é uma ação resci-
sória. OK?
Errado.
É justamente o contrário. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em ar-
guição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de
ação rescisória.
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Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática
dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito
fundamental.
[…]
§ 3º A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do
Poder Público.
Podemos dizer que os efeitos da decisão são semelhantes aos já estudados até aqui, per-
ceba:
1) eficácia erga omnes (contra todos que se encontrem perante a mesma situação jurídica
enfrentada no julgamento): por se tratar de processo objetivo, os efeitos da decisão atingem a
todos que se encontram sob a mesma situação jurídica;
2) efeito vinculante: atinge todo o Poder Judiciário (menos o próprio STF, que poderá mu-
dar seu entendimento), bem como o Poder Executivo e o Poder Legislativo quando executam a
função administrativa. Não vinculam o Poder Legislativo e o Poder Executivo quando exercem
a função legislativa, sob pena de ferir a independência entre os Poderes;
3) efeitos retroativos (ex tunc): em regra, a declaração de inconstitucionalidade retroage
ao início da vigência do ato guerreado, uma vez que vige a tese da nulidade dos atos incons-
titucionais. Porém, a lei permite que o STF, em situações excepcionais, modifique os efeitos
temporais da sua decisão, nos termos do art. 11 da Lei n. 9.882, de 1999. Vejamos:
Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de arguição de
descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de ex-
cepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus
membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
Entendeu ADPF? Espero que sim. Vamos ao último mapa mental sobre a ADPF.
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Da leitura das normas transcritas, percebemos que a representação interventiva pode ocor-
rer em duas hipóteses constitucionais:
a) ofensa aos princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII);
b) recusa à execução de lei federal por parte de Estado-membro (art. 34, VI).
Nessas duas situações, a intervenção federal dependerá de provimento pelo Supremo Tri-
bunal Federal de representação interventiva proposta pelo Procurador-Geral da República. Ou
seja, a competência é do STF e a legitimidade ativa é apenas do PGR.
Caso o STF dê provimento à representação interventiva proposta pelo PGR, o STF dará ci-
ência ao Presidente da República para que este tome as providências cabíveis.
Portanto, quem decretará a intervenção, se for o caso, será o Presidente da República,
a partir de requisição do STF.
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COMPETÊNCIA STF
Exemplo: imagine que um dos legitimados do art. 103 entre com uma ADI em face de uma Lei
X, e que essa Lei X tenha sido regulamentada pelo Decreto Y. A declaração de inconstitucionali-
dade da Lei X produz por arrastamento a inconstitucionalidade do seu Decreto regulamentar Y.
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Errado.
STF declarar a inconstitucionalidade de uma norma objeto do pedido e de outro ato normativo
que não tenha sido objeto do pedido, em virtude de correlação, conexão ou interdependência
é certo que o Supremo Tribunal Federal aprecia a validade dos dispositivos legais indicados no
pedido formulado pelo autor da ação, porém admite a inconstitucionalidade por “arrastamen-
Certo.
Exatamente isso!!!
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Controle de Constitucionalidade
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sidade de pronunciamento específico pelo STF. É uma tendência do Supremo, mas não pode-
mos afirmar que essa teoria é utilizada pela Corte hoje. Conheçamos para fins de prova. Não
se aplica ao obter dictum (comentários paralelos que não influenciam a decisão).
Haverá declaração de nulidade sem redução de texto, como técnica de interpretação cons-
titucional aplicada ao controle de constitucionalidade, quando o STF afasta, por inconstitucio-
nal, um sentido que não poderá ser aplicado (declara a inconstitucionalidade).
Não se confunde com a interpretação conforme a Constituição, pois, neste caso, o STF
determina o sentido a ser dado a uma norma polissêmica (que admite mais de um sentido), a
fim de conformá-la com a Constituição da República (declara a constitucionalidade).
Inconstitucionalidade em Trânsito
(art. 5º, LXXIV c/c 134, caput) e o prazo em dobro para o processo penal. O Supremo, conside-
rando a precariedade das Defensorias Públicas, declarou o prazo em dobro para a Defensoria
do Ministério Público. Mas, quando houver uma devida estruturação das Defensorias Públicas,
esse prazo em dobro deve ser reconhecido como inconstitucional, em razão da “paridade de
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armas” que a Defensoria Pública deve ter em relação ao Ministério Público. Ou seja, essa nor-
ma que prevê o prazo em dobro hoje é constitucional, mas sua inconstitucionalidade está em
trânsito. Compreendeu?
Esse assunto ganhou importância com o advento da Emenda Constitucional 45, de 2004,
que inseriu o § 3º ao art. 5º, permitindo que tratados internacionais sobre direitos humanos
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos
tratados internacionais sobre direitos humanos com força de emenda constitucional alargou o
DE OLHO NO DETALHE
A Constituição Estadual e a Lei Orgânica do DF não podem atribuir a legitimidade ativa para a
propositura da representação de inconstitucionalidade a apenas um órgão. Ou seja, deve haver
mais de um legitimado ativo.
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DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
1) Segundo o STF, compete ao tribunal de justiça o julgamento da ação de controle abs-
trato de constitucionalidade quando o parâmetro de controle for a Constituição Estadual,
mesmo que se trate de norma de reprodução obrigatória da Constituição Federal, res-
guardada a possibilidade de recurso extraordinário para o STF.
2) Segundo o STF, os tribunais de justiça podem exercer controle abstrato de constitu-
cionalidade de leis municipais, utilizando como parâmetro de controle normas da Cons-
tituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados-
-membros.
“Estado de coisas inconstitucional” é uma terminologia nova utilizada pelo Min. Marco Au-
rélio no julgamento da ADPF 347, replicando termos usados pela Corte Constitucional da Co-
lômbia.
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isso, não pode ser objeto de normas autorizativas. A ministra Cármen Lúcia, na mesma
linha, afirmou que a Corte está caminhando para uma inovação da jurisprudência no sen-
tido de não ser mais declarado inconstitucional cada ato normativo, mas a própria maté-
ria que nele se contém. O ministro Edson Fachin concluiu que a declaração de inconsti-
tucionalidade, ainda que incidental, opera uma preclusão consumativa da matéria. Isso
evita que se caia numa dimensão semicircular progressiva e sem fim. E essa afirmação
não incide em contradição no sentido de reconhecer a constitucionalidade da lei estadual
que também é proibitiva, o que significa, por uma simetria, que todas as legislações que
são permissivas – dada a preclusão consumativa da matéria, reconhecida a inconstitu-
cionalidade do art. 2º da lei federal – são também inconstitucionais.
[ADI 3.406 e ADI 3.470, rel. min. Rosa Weber, j. 29-11-2017, P, Informativo 886.]
4) Súmula Vinculante 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de
órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionali-
dade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
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5) ARE 791.932: É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação do inciso
II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula 331/TST, e declarar ilícita a terceiri-
zação e atividade-fim, reconhece a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e
o empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de constitucionalidade, decla-
rando a parcial nulidade sem redução de texto do referido dispositivo sem observar a
cláusula de reserva de Plenário.
[ARE 791.932, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 11-10-2018, P, DJE de 6-3-2019, Tema 739.]
7) ADI 4.654: (...) os Municípios não figuram no rol de entidades legitimadas para a pro-
positura de ação direta de inconstitucionalidade perante esta Corte previsto nos arts. 103
da Constituição e 2º da Lei 9.868/1999.
[ADI 4.654, rel. min. Gilmar Mendes, j. 28-11-2011, dec. monocrática, DJE de 2-12-2011.]
9) ADI 2618: Partido político. Legitimidade ativa. Aferição no momento da sua proposi-
tura. Perda superveniente de representação parlamentar. Não desqualificação para per-
manecer no polo ativo da relação processual. Objetividade e indisponibilidade da ação.
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10) ADPF 264: Os conselhos de fiscalização profissional têm como função precípua o
controle e a fiscalização do exercício das profissões regulamentadas, exercendo, por-
tanto, poder de polícia, atividade típica de Estado, razão pela qual detêm personalidade
jurídica de direito público, na forma de autarquias. Sendo assim, tais conselhos não se
ajustam à noção de entidade de classe, expressão que designa tão somente aquelas
entidades vocacionadas à defesa dos interesses dos membros da respectiva categoria
ou classe de profissionais.
[ADPF 264 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 18-12-2014, P, DJE de 25-2-2015.]
11) ADI 4.029: Ação direta de inconstitucionalidade. Lei federal 11.516/2007. Criação do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Legitimidade da Associação
Nacional dos Servidores do Ibama. (...) A democracia participativa delineada pela Carta
de 1988 se baseia na generalização e profusão das vias de participação dos cidadãos
nos provimentos estatais, por isso que é de se conjurar uma exegese demasiadamente
restritiva do conceito de “entidade de classe de âmbito nacional” previsto no art. 103, IX,
da CRFB. A participação da sociedade civil organizada nos processos de controle abs-
trato de constitucionalidade deve ser estimulada, como consectário de uma sociedade
aberta dos intérpretes da Constituição, na percepção doutrinária de Peter Häberle, mercê
de o incremento do rol dos legitimados à fiscalização abstrata das leis indicar esse novel
sentimento constitucional. In casu, a entidade proponente da ação sub judice possuir
ampla gama de associados, distribuídos por todo o território nacional, e que representam
a integralidade da categoria interessada, qual seja, a dos servidores públicos federais dos
órgãos de proteção ao meio ambiente.
[ADI 4.029, rel. min. Luiz Fux, j. 8-3-2012, P, DJE de 27-6-2012.]
12) ADI 3.617: Carece de legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade a
entidade de classe que, embora de âmbito estatutário nacional, não tenha representação
em, pelo menos, nove Estados da Federação, nem represente toda a categoria profissio-
nal, cujos interesses pretenda tutelar.
[ADI 3.617 AgR, rel. min. Cezar Peluso, j. 25-5-2011, P, DJE de 1º-7-2011.]
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= ADI 4.230 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 1º-8-2011, P, DJE de 14-9-2011
13) ADI 4.983: Consoante dispõe a norma imperativa do § 3º do art. 103 do Diploma
Maior, incumbe ao advogado-geral da União a defesa do ato ou texto impugnado na ação
direta de inconstitucionalidade, não lhe cabendo emissão de simples parecer, a ponto de
vir a concluir pela pecha de inconstitucionalidade.
[ADI 4.983, rel. min. Marco Aurélio, j. 6-10-2016, P, DJE de 27-4-2017.]
14) ADPF 147: A arguição de descumprimento de preceito fundamental não é a via ade-
quada para se obter a interpretação, a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante.
[ADPF 147 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-3-2011, P, DJE de 8-4-2011.]
Vide ADPF 80 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 12-6-2006, P, DJ de 10-8-2006
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16) RE 364.304: A teoria da nulidade tem sido sustentada por importantes constitucio-
nalistas. Fundada na antiga doutrina americana, segundo a qual “the inconstitutional sta-
tute is not law at all”, significativa parcela da doutrina brasileira posicionou-se pela equi-
paração entre inconstitucionalidade e nulidade. Afirmava-se, em favor dessa tese, que o
reconhecimento de qualquer efeito a uma lei inconstitucional importaria na suspensão
provisória ou parcial da Constituição. Razões de segurança jurídica podem revelar-se, no
entanto, aptas a justificar a não aplicação do princípio da nulidade da lei inconstitucional.
Não há negar, ademais, que aceita a ideia da situação “ainda constitucional”, deverá o Tri-
bunal, se tiver que declarar a inconstitucionalidade da norma, em outro momento fazê-lo
com eficácia restritiva ou limitada. Em outros termos, o “apelo ao legislador” e a declara-
ção de inconstitucionalidade com efeitos limitados ou restritos estão intimamente liga-
dos. Afinal, como admitir, para ficarmos no exemplo de Walter Jellinek, a declaração de
inconstitucionalidade total com efeitos retroativos de uma lei eleitoral tempos depois da
posse dos novos eleitos em um dado Estado? Nesse caso, adota-se a teoria da nulidade
e declara-se inconstitucional e ipso jure a lei, com todas as consequências, ainda que
dentre elas esteja a eventual acefalia do Estado? Questões semelhantes podem ser sus-
citadas em torno da inconstitucionalidade de normas orçamentárias. Há de se admitir,
também aqui, a aplicação da teoria da nulidade tout court? Dúvida semelhante poderia
suscitar o pedido de inconstitucionalidade, formulado anos após a promulgação da lei
de organização judiciária que instituiu um número elevado de comarcas, como já se veri-
ficou entre nós. Ou, ainda, o caso de declaração de inconstitucionalidade de regime de
servidores aplicado por anos sem contestação. Essas questões – e haveria outras igual-
mente relevantes – parecem suficientes para demonstrar que, sem abandonar a doutrina
tradicional da nulidade da lei inconstitucional, é possível e, muitas vezes, inevitável, com
base no princípio da segurança jurídica, afastar a incidência do princípio da nulidade em
determinadas situações. Não se nega o caráter de princípio constitucional ao princípio
da nulidade da lei inconstitucional. Entende-se, porém, que tal princípio não poderá ser
aplicado nos casos em que se revelar absolutamente inidôneo para a finalidade perse-
guida (casos de omissão ou de exclusão de benefício incompatível com o princípio da
igualdade), bem como nas hipóteses em que a sua aplicação pudesse trazer danos para
o próprio sistema jurídico constitucional (grave ameaça à segurança jurídica).
[RE 364.304 AgR, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-10-2006, 2ª T, DJ de 6-11-2006.]
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17) ADI 4.029: O diploma constitucional hoje vigente é dotado de um amplo catálogo de
expressões de compreensão equívoca, identificados pela doutrina como cláusulas aber-
tas ou conceitos jurídicos indeterminados, que adquirem densidade normativa a partir
da atividade do intérprete, o qual, inevitavelmente, se vale de suas convicções políticas e
sociais para delinear a configuração dos princípios jurídicos. Segundo Robert Alexy, o sis-
tema jurídico é um sistema aberto em face da moral (...), precisamente pela necessidade
de conferir significação a princípios abstratos como dignidade, liberdade e igualdade.
Sendo assim, seria iniquamente antidemocrático afastar a participação popular desse
processo de transformação do axiológico em deontológico. Nesse contexto, a manifes-
tação da sociedade civil organizada ganha papel de destaque na jurisdição constitucional
brasileira. Como o Judiciário não é composto de membros eleitos pelo sufrágio popular,
sua legitimidade tem supedâneo na possibilidade de influência de que são dotados todos
aqueles diretamente interessados nas suas decisões. Essa a faceta da nova democracia
no Estado brasileiro, a democracia participativa, que se baseia na generalização e pro-
fusão das vias de participação dos cidadãos nos provimentos estatais. Sobre o tema,
Häberle preleciona: “(...) (em tradução livre: O domínio do povo deve se apoiar na partici-
pação e determinação da sociedade nos direitos fundamentais, não somente mediante
eleições públicas cada vez mais transparentes e abertas, senão também através de com-
petências baseadas em processos também cada vez mais progressistas”. (...). A interfe-
rência do povo na interpretação constitucional, traduzindo os anseios de suas camadas
sociais, prolonga no tempo a vigência da Carta Magna, evitando que a insatisfação da
sociedade desperte o poder constituinte de seu estado de latência e promova o rom-
pimento da ordem estabelecida. (...) Não se deve olvidar que os direitos fundamentais,
entre eles o da participação democrática, merecem sempre a interpretação que lhes dê o
maior alcance e efetividade.
[ADI 4.029, voto do rel. min. Luiz Fux, j. 8-3-2012, P, DJE de 27-6-2012.]
18) ADI 2.971: Com efeito, no que concerne ao primeiro desses elementos (elemento con-
ceitual), cabe ter presente que a construção do significado de Constituição permite, na
elaboração desse conceito, que sejam considerados não apenas os preceitos de índole
positiva, expressamente proclamados em documento formal (que consubstancia o texto
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escrito da Constituição), mas, sobretudo, que sejam havidos, igualmente, por relevantes,
em face de sua transcendência mesma, os valores de caráter suprapositivo, os princípios
cujas raízes mergulham no direito natural e o próprio espírito que informa e dá sentido
à Lei Fundamental do Estado. Não foi por outra razão que o STF, certa vez, e para além
de uma perspectiva meramente reducionista, veio a proclamar – distanciando-se, então,
das exigências inerentes ao positivismo jurídico – que a Constituição da República, muito
mais do que o conjunto de normas e princípios nela formalmente positivados, há de ser
também entendida em função do próprio espírito que a anima, afastando-se, desse modo,
de uma concepção impregnada de evidente minimalismo conceitual (...). É por tal motivo
que os tratadistas – (...) –, em vez de formularem um conceito único de Constituição,
costumam referir-se a uma pluralidade de acepções, dando ensejo à elaboração teórica
do conceito de bloco de constitucionalidade, cujo significado – revestido de maior ou de
menor abrangência material – projeta-se, tal seja o sentido que se lhe dê, para além da
totalidade das regras constitucionais meramente escritas e dos princípios contempla-
dos, explícita ou implicitamente, no corpo normativo da própria Constituição formal, che-
gando a compreender normas de caráter infraconstitucional, desde que vocacionadas a
desenvolver, em toda a sua plenitude, a eficácia dos postulados e dos preceitos inscritos
na Lei Fundamental, viabilizando, desse modo, e em função de perspectivas conceituais
mais amplas, a concretização da ideia de ordem constitucional global. (...) Veja-se, pois,
a importância de compreender-se, com exatidão, o significado que emerge da noção de
bloco de constitucionalidade – (...) –, pois dessa percepção resultará, em última análise,
a determinação do que venha a ser o paradigma de confronto, cuja definição mostra-se
essencial, em sede de controle de constitucionalidade, à própria tutela da ordem consti-
tucional. E a razão de tal afirmação justifica-se por si mesma, eis que a delimitação con-
ceitual do que representa o parâmetro de confronto é que determinará a própria noção
do que é constitucional ou inconstitucional, considerada a eficácia subordinante dos ele-
mentos referenciais que compõem o bloco de constitucionalidade.
[ADI 2.971 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 6-11-2014, P, DJE de 13-2-2015.]
19) ADI 5.127: Reconhecer que a prática sistemática da edição de emendas em processo
legislativo de conversão em lei com conteúdo temático distinto daquele da Medida Pro-
visória sob o escrutínio do Congresso Nacional demonstra desobediência sistemática
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20) RE 466.343: (...) a temática dos direitos humanos, por dizer respeito aos direitos fun-
damentais, que têm primazia na Constituição, é sempre ipso facto materialmente consti-
tucional. E é possível extrair da conjugação dos §§ 2º e 3º do art. 5º que o que temos aí
é, pura e simplesmente, uma distinção entre os tratados sem status de emenda consti-
tucional, que são materialmente constitucionais, e os do § 3º, que são material e formal-
mente constitucionais. Qual a substância da distinção? A de regimes jurídicos. Com qual
consequência? Com uma única consequência: saber os efeitos ou os requisitos do ato
de denúncia pelo qual o Estado pode desligar-se dos seus compromissos internacionais.
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21) ADI 3.937: O Plenário (...) julgou improcedente ação direta ajuizada contra a Lei
12.684/2007, do Estado de São Paulo, que proíbe o uso de produtos, materiais ou artefa-
tos que contenham quaisquer tipos de amianto no território estadual. Além disso, decla-
rou incidentalmente a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 9.055/1995, que permite a
extração, industrialização, comercialização e a distribuição do uso do amianto na varie-
dade crisotila no País (...). A Corte ressaltou que o processo de inconstitucionalização
da Lei 9.055/1995 se operou em razão de mudança no substrato fático da norma. A dis-
cussão em torno da eventual necessidade de banimento do amianto é diferente da que
havia quando da edição da norma geral. Se, antes, tinha-se notícia de possíveis danos
à saúde e ao meio ambiente ocasionados pela utilização da substância, hoje há con-
senso em torno da natureza altamente cancerígena do mineral e da inviabilidade de seu
uso de forma segura. Além disso, atualmente, o amianto pode ser substituído por outros
materiais (...), sem propriedade carcinogênica e recomendados pela Anvisa. Portanto,
revela-se a inconstitucionalidade material superveniente da Lei 9.055/1995, por ofensa
ao direito à saúde (...) ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por
meio de normas de saúde, higiene e segurança (...) e à proteção do meio ambiente (...)
Diante da invalidade da norma geral federal, os Estados-membros passam a ter compe-
tência legislativa plena sobre a matéria, até sobrevinda eventual de nova legislação fede-
ral. Como a lei estadual questionada proíbe a utilização do amianto, ela não incide no
mesmo vício de inconstitucionalidade material da lei federal.
[ADI 3.937, rel. p/ o ac. min. Dias Toffoli, j. 24-8-2017, P, Informativo 874.]
22) ADI 2.535: Tem-se inconstitucionalidade reflexa -- a cuja verificação não se presta a
ação direta -- quando o vício de ilegitimidade irrogado a um ato normativo é o desrespeito
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à lei fundamental por haver violado norma infraconstitucional interposta, a cuja obser-
vância estaria vinculado pela Constituição: não é o caso presente, onde a ilegitimidade
da lei estadual não se pretende extrair de sua conformidade com a lei federal relativa ao
processo de execução contra a Fazenda Pública, mas, sim, diretamente, com as normas
constitucionais que o preordenam, afora outros princípios e garantias do texto fundamen-
tal.[ADI 2.535 MC, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 19-12-2001, P, DJ de 21-11-2003.]
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24) MS 27.744: O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) não ostenta compe-
tência para efetuar controle de constitucionalidade de lei, posto consabido tratar-se de
órgão de natureza administrativa, cuja atribuição adstringe-se ao controle da legitimidade
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do MP federal e estadual
(art. 130-A, § 2º, da CF/1988). Precedentes (MS 28.872 AgR/DF, rel. min. Ricardo Lewa-
ndowski, Tribunal Pleno; AC 2.390 MC-REF, rel. min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno; MS
32.582 MC, rel. min. Celso de Mello; ADI 3.367/DF, rel. min. Cezar Peluso, Tribunal Pleno).
In casu, o CNMP, ao declarar a inconstitucionalidade do art. 141, in fine, da Lei Orgânica
do MP/SC, exorbitou de suas funções, que se limitam, como referido, ao controle de legi-
timidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Parquet.
[MS 27.744, rel. min. Luiz Fux, j. 14-4-2015, 1ª T, DJE de 8-6-2015.]
25) RE 411.156: Se, contudo, o ajuizamento da ação civil pública visar, não à apreciação
da validade constitucional de lei em tese, mas objetivar o julgamento de uma específica
e concreta relação jurídica, aí, então, tornar-se-á lícito promover, incidenter tantum, o con-
trole difuso de constitucionalidade de qualquer ato emanado do poder público. (...) É por
essa razão que o magistério jurisprudencial dos tribunais – inclusive o do STF (Rcl 554/
MG, rel. min. Maurício Corrêa – Rcl 611/PE, rel. min. Sydney Sanches, v.g.) – tem reconhe-
cido a legitimidade da utilização da ação civil pública como instrumento idôneo de fiscali-
zação incidental de constitucionalidade, desde que, nesse processo coletivo, a controvér-
sia constitucional, longe de identificar-se como objeto único da demanda, qualifique-se
como simples questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio principal (...).
[RE 411.156, rel. min. Celso de Mello, j. 19-11-2009, dec. monocrática, DJE de 3-12-2009.]
26) Súmula Vinculante 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão
de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucio-
nalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em
parte.
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27) ADI 4.066: Em julgamento desprovido de eficácia vinculante por não alcançar o
quórum exigido pelo art. 97 da CF em razão de impedimento dos ministros Roberto Bar-
roso e Dias Toffoli, o Plenário, em conclusão, não pronunciou juízo de constitucionalidade
ou inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 9.055/1995, que disciplina a extração, indus-
trialização, utilização, comercialização e transporte do asbesto/amianto crisotila e dos
produtos que o contenham.
[ADI 4.066, rel. min. Rosa Weber, j. 24-8-2017, P, Informativo 874.]
28) Rcl 24.284: A jurisprudência deste Supremo Tribunal é pacífica no sentido de que é
desnecessária a submissão de demanda judicial à regra da reserva de plenário na hipó-
tese em que a decisão judicial estiver fundada em jurisprudência do Plenário do Supremo
Tribunal Federal ou em Súmula deste Tribunal, nos termos dos arts. 97 da Constituição
Federal, e 949 do CPC/2015.
[Rcl 24.284-AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 22-11-2016, 1ª T, DJE de 11-5-2017.]
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[ARE 893.585 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 29-9-2015, 1ª T, DJE de 14-10-2015.]
31) ARE 705.316: A cláusula de reserva de plenário (full bench) é aplicável somente aos
textos normativos erigidos sob a égide da atual Constituição.
[ARE 705.316-AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 12-3-2013, 1ª T, DJE de 17-4-2013.]
32) ADI 3.406: O STF, por maioria, julgou improcedentes pedidos formulados em ações
diretas de inconstitucionalidade ajuizadas contra a Lei 3.579/2001 do estado do Rio de
Janeiro. O referido diploma legal proíbe a extração do asbesto/amianto em todo o terri-
tório daquela unidade da Federação e prevê a substituição progressiva da produção e da
comercialização de produtos que o contenham. A Corte declarou, também por maioria e
incidentalmente, a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei federal 9.055/1995, com efeito
vinculante e erga omnes. O dispositivo já havia sido declarado inconstitucional, inciden-
talmente, no julgamento da ADI 3.937/SP (rel. orig. min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. min.
Dias Toffoli, julgamento em 24-8-2017). A partir da manifestação do ministro Gilmar
Mendes, o Colegiado entendeu ser necessário, a fim de evitar anomias e fragmentação
da unidade, equalizar a decisão que se toma tanto em sede de controle abstrato quanto
em sede de controle incidental. O ministro Gilmar Mendes observou que o art. 535 do
CPC reforça esse entendimento. Asseverou se estar fazendo uma releitura do disposto
no art. 52, X, da CF, no sentido de que a Corte comunica ao Senado a decisão de declara-
ção de inconstitucionalidade, para que ele faça a publicação, intensifique a publicidade. O
ministro Celso de Mello considerou se estar diante de verdadeira mutação constitucional
que expande os poderes do STF em tema de jurisdição constitucional. Para ele, o que se
propõe é uma interpretação que confira ao Senado Federal a possibilidade de simples-
mente, mediante publicação, divulgar a decisão do STF. Mas a eficácia vinculante resulta
da decisão da Corte. Daí se estaria a reconhecer a inconstitucionalidade da própria maté-
ria que foi objeto deste processo de controle abstrato, prevalecendo o entendimento de
que a utilização do amianto, tipo crisotila e outro, ofende postulados constitucionais e, por
isso, não pode ser objeto de normas autorizativas. A ministra Cármen Lúcia, na mesma
linha, afirmou que a Corte está caminhando para uma inovação da jurisprudência no sen-
tido de não ser mais declarado inconstitucional cada ato normativo, mas a própria maté-
ria que nele se contém. O ministro Edson Fachin concluiu que a declaração de inconsti-
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tucionalidade, ainda que incidental, opera uma preclusão consumativa da matéria. Isso
evita que se caia numa dimensão semicircular progressiva e sem fim. E essa afirmação
não incide em contradição no sentido de reconhecer a constitucionalidade da lei estadual
que também é proibitiva, o que significa, por uma simetria, que todas as legislações que
são permissivas – dada a preclusão consumativa da matéria, reconhecida a inconstitu-
cionalidade do art. 2º da lei federal – são também inconstitucionais.
[ADI 3.406 e ADI 3.470, rel. min. Rosa Weber, j. 29-11-2017, P, Informativo 886.]
33) Rcl 11.473: De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não se
aplica a teoria da transcendência dos motivos determinantes das decisões às reclama-
ções ajuizadas na vigência do CPC/1973.
[Rcl 11.473 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 17-3-2017, 1ª T, DJE de 29-3-2017.]
34) Rcl 22.012: A jurisprudência do STF se consolidou no sentido de ser incabível recla-
mação fundada na teoria da transcendência dos motivos determinantes de acórdão com
efeito vinculante.
[Rcl 16.619 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 6-10-2015, 1ª T, DJE de 20-10-2015.]
= Rcl 22.012, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 5-12-2017, 2ª T, DJE de 27-2-2018.
35) ADI 5.081: Nesses casos, em que esta Corte não se manifestou sobre a questão
constitucional específica, entendo ser cabível a reapreciação da norma anteriormente
considerada válida pelo Tribunal, sobretudo quando a análise da constitucionalidade do
ato normativo ocorreu apenas sob o aspecto formal. A coisa julgada e a causa de pedir
aberta no controle abstrato não devem funcionar como mecanismos para impedir a aná-
lise de questões constitucionais não apreciadas sobre o respectivo ato normativo. Caso
assim não fosse, esta Corte permitiria a manutenção no ordenamento jurídico de dispo-
sitivos em aparente desacordo com a Constituição pelo simples fato de a sua validade,
sob o ponto de vista formal, já haver sido atestada em julgamentos anteriores. A validade
formal do diploma legal não garante imunidade a vícios de natureza material, e não se
pode realisticamente supor que o Tribunal irá antever todos os possíveis vícios de incons-
titucionalidade material nestas hipóteses.
[ADI 5.081, voto do rel. min. Roberto Barroso, j. 27-5-2015, Plenário, DJE de 19-8-2015.]
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36) ADI 2.971: Como se sabe, o controle normativo abstrato qualifica-se como instru-
mento de preservação da integridade jurídica da ordem constitucional vigente. A ação
direta, enquanto instrumento formal viabilizador do controle abstrato, traduz um dos
mecanismos mais expressivos de defesa objetiva da Constituição e de preservação da
ordem normativa nela consubstanciada. A ação direta, por isso mesmo, representa meio
de ativação da jurisdição constitucional concentrada, que enseja, ao STF, o desempenho
de típica função política ou de governo, no processo de verificação, em abstrato, da com-
patibilidade vertical de normas estatais contestadas em face da Constituição da Repú-
blica. Não é por outra razão que o controle concentrado de constitucionalidade trans-
forma, o STF, em verdadeiro legislador negativo (...). É que a decisão emanada desta
Corte – ao declarar, in abstracto, a ilegitimidade constitucional de lei ou ato normativo
federal ou estadual – importa em eliminação dos atos estatais eivados de inconstitu-
cionalidade (...), os quais vêm a ser excluídos, por efeito desse mesmo pronunciamento
jurisdicional, do próprio sistema de direito positivo ao qual se achavam, até então, formal-
mente incorporados (...). Esse entendimento (...) permite qualificar, o STF, como órgão de
defesa da Constituição, seja relativamente ao legislador, seja, ainda, em face das demais
instituições estatais, pois esta Corte, ao agir nessa específica condição institucional,
desempenha o relevantíssimo papel de “órgão de garantia da hierarquia normativa da
ordem constitucional” (...).
[ADI 2.971 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 6-11-2014, P, DJE de 13-2-2015.]
37) ADI 5.992: Associação Brasileira dos Distribuidores Mitsubishi (ASSOMIT) e Asso-
ciação Brasileira dos Concessionários Suzuki Automóveis (ABRAZUKI) não possuem
legitimidade para propositura de ação direta de inconstitucionalidade contra o art. 3º
do Decreto 37.004/2016 do Estado da Paraíba, porque seus escopos de atuação não
abrangem a totalidade da categoria econômica afetada pela norma em comento, mas tão
somente aqueles particulares que exercem a atividade sob circunstância especial, qual
seja, a de comercializarem produtos das marcas “Mitsubishi” ou “Suzuki”.
[ADI 5.992 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 12-11-2018, P, DJE de 23-11-2018.]
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38) ADPF 254: As associações que congregam mera fração ou parcela de categoria pro-
fissional em cujo interesse vêm a juízo não possuem legitimidade ativa para provocar a
fiscalização abstrata de constitucionalidade.
[ADPF 254 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 18-5-2016, P, DJE de 30-6-2017.]
39) ADI 4.462: A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES) não tem
legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade contra norma de interesse
de toda a magistratura. É legítima, todavia, para a propositura de ação direta contra norma
de interesse da magistratura de determinado estado-membro da Federação.
[ADI 4.462 MC, rel. min. Cármen Lúcia, j. 29-6-2011, P, DJE de 16-11-2011.]
= ADPF 254 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 18-5-2016, P, DJE de 30-6-2017
40) Súmula 642, do STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito
Federal derivada da sua competência legislativa municipal.
41) ADI 3.534: Ausente alteração substancial no conteúdo do ato normativo questionado,
superveniente alteração meramente redacional não implica prejuízo ao exame do mérito.
42) ADI 4.263: O Plenário, por maioria, julgou improcedente o pedido formulado em
ação direta ajuizada em face da Resolução 36/2009 do Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP), que dispõe sobre o pedido e a utilização de interceptações telefônicas,
no âmbito do MP, nos termos da Lei 9.296/1996. De início, as preliminares de não conheci-
mento foram rejeitadas pelos seguintes argumentos: (a) o ato normativo, de caráter geral
e abstrato, foi editado pelo Conselho no exercício de sua competência constitucional e
constitui ato primário, sujeito a controle de constitucionalidade, por ação direta, no STF; e
(b) as mudanças promovidas no ato impugnado, por resolução posterior, não implicaram
na perda do objeto desta demanda. No que tange à alegação de inépcia apresentada pela
AGU, a petição inicial foi considerada suficientemente clara e não contém vícios formais.
[ADI 4.263, rel. min. Roberto Barroso, j. 25-4-2018, P, Informativo 899.]
43) ADI 4.081: Segundo a teoria da divisibilidade das leis, em sede de jurisdição consti-
tucional, aqueles dispositivos que não apresentem vício de inconstitucionalidade devem
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44) ADI 5.316: A cumulação simples de pedidos típicos de ADI e de ADC é processual-
mente cabível em uma única demanda de controle concentrado de constitucionalidade,
desde que satisfeitos os requisitos previstos na legislação processual civil (...).
[ADI 5.316 MC, rel. min. Luiz Fux, j. 21-5-2015, P, DJE de 6-8-2015.]
46) Rcl 10.114: Não caracteriza ofensa aos termos da Súmula Vinculante 10, mas tão
somente ao art. 10 da Lei 9.868/1999, o deferimento de medida liminar, em sede de con-
trole concentrado de constitucionalidade, por maioria simples dos membros de órgão
especial de tribunal de justiça.
[Rcl 10.114 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-12-2013, P, DJE de 19-2-2014.]
47) ADO 25: (...) a ação direta de inconstitucionalidade por omissão – considerada a sua
específica destinação constitucional – busca neutralizar as consequências lesivas decor-
rentes da ausência de regulamentação normativa de preceitos inscritos na Carta Polí-
tica e que dependem da intervenção concretizadora do legislador, traduzindo significativa
reação jurídico-institucional do vigente ordenamento político, que a estruturou como ins-
trumento destinado a impedir o desprestígio da própria Carta da República . A imposição
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48) ADO 25: (...) a problemática da inconstitucionalidade por omissão está entre os
mais tormentosos e, ao mesmo tempo, mais fascinantes temas do direito constitucional
moderno. De um lado, envolve o problema da concretização da Constituição pelo legisla-
dor – e todas as questões de eficácia aí implicadas – e, de outro, desafia também a argú-
cia do jurista na solução do problema sob uma perspectiva estrita do processo constitu-
cional. Quando se pode afirmar a caracterização de uma lacuna inconstitucional? Quais
as possibilidades de colmatação dessa lacuna? Qual a eficácia do pronunciamento da
corte constitucional que afirma a inconstitucionalidade por omissão do legislador? Quais
as consequências jurídicas da sentença que afirma a inconstitucionalidade por omissão?
Essas e outras indagações desafiam a dogmática jurídica aqui e alhures. É, todavia, salu-
tar o esforço que se vem desenvolvendo, no Brasil, para descobrir o significado, o con-
teúdo e a natureza desses institutos. Todos aqueles que, tópica ou sistematicamente,
já se depararam com uma ou outra questão atinente à omissão inconstitucional, hão de
ter percebido que a problemática é de transcendental importância não apenas para a
realização de diferenciadas e legítimas pretensões individuais. Ela é fundamental, sobre-
tudo, para a concretização da Constituição como um todo, isto é, para a realização do
próprio Estado de Direito Democrático, fundado na soberania, na cidadania, na dignidade
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49) ADC 15: A Lei 9.868/1999 estabelece, em seu art. 14, que a petição inicial da ação
declaratória de constitucionalidade indicará “III - a existência de controvérsia judicial rele-
vante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória”. Esta comprovação é
imprescindível pois constitui elemento fundamental para que a ação possa ser recebida e
conhecida. Sem ela a petição é inepta, por carecer de elemento essencial legalmente exi-
gido. O STF decidiu, na ADC 1, que a comprovação da existência de dissídio judicial rele-
vante é requisito imprescindível para o conhecimento da ação: (...) Na espécie em foco,
não houve sequer referência a qualquer controvérsia judicial que esteja a causar insegu-
rança na matéria arguida. A autora não fez anexar decisões que, contraditórias ou diver-
gentes, tivessem a provocar insegurança de modo a determinar a apreciação do caso, em
sede de controle abstrato de constitucionalidade, como é a ação declaratória. Não fosse
bastante a carência da comprovação de existência de controvérsia judicial relevante para
conduzir à conclusão da inépcia da petição inicial, é de relevo anotar também que a ação
ajuizada não busca, efetivamente, o controle abstrato de constitucionalidade, mas deci-
são judicial relativa a interesses subjetivos específicos, o que também impede o prosse-
guimento do feito, como é pacificado na jurisprudência do STF: (...).
[ADC 15, rel. min. Cármen Lúcia, j. 15-3-2007, dec. monocrática, DJ de 27-3-2007.]
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passo que aos entes privados é dado fazer tudo que a lei não proíbe. Estabeleceu haver
cinco pontos passíveis de exame pelo julgador quanto à viabilidade do acordo: a) se real-
mente houve declaração de vontade de reconhecer o pedido, de renunciar ao direito ou de
ajustar mútuas concessões entre as partes; b) se a matéria comporta ato de disposição;
c) se os contratantes são titulares do direito do qual dispõem total ou parcialmente; d) se
são capazes de transigir; e e) se estão adequadamente representados.
[ADPF 165, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 1º-3-2018, P, Informativo 892.]
53) ADPF 387: No que se refere à subsidiariedade, a Lei 9.882/1999 impõe que a arguição
de descumprimento de preceito fundamental somente será admitida se não houver outro
meio eficaz de sanar a lesividade (art. 4º, § 1º). Como observei na decisão monocrática,
anoto que, em relação a esse requisito, o STF vem admitindo o cabimento de arguição
de descumprimento de preceito fundamental nos casos que envolvam a aplicação direta
da Constituição e a alegação de contrariedade à Constituição decorrente de decisão judi-
cial ou controvérsia sobre interpretação adotada pelo Judiciário que não cuide de sim-
ples aplicação de lei ou normativo infraconstitucional. Nesse sentido, merece destaque
a ADPF 101 (rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 24-6-2009), ajuizada contra decisões
judiciais que autorizaram a importação de pneus usados de qualquer espécie. Também
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a ADPF 144 (rel. min. Celso de Mello, julgamento em 6-8-2008), a propósito da inelegi-
bilidade de pessoas condenadas em primeiro grau, estava voltada a questões sobre a
interpretação adotada pelos diversos órgãos judiciais. Ademais, não se pode admitir que
a existência de processos ordinários e recursos extraordinários deva excluir, a priori, a
utilização da arguição de descumprimento de preceito fundamental. Até porque, entre
nós, o instituto assume feição marcadamente objetiva. Sendo assim, é possível concluir
que a simples existência de ações ou de outros recursos processuais não poderá servir
de óbice à formulação da arguição de descumprimento. Ao contrário, a multiplicação de
processos e decisões sobre um dado tema constitucional reclama, as mais das vezes, a
utilização de um instrumento de feição concentrada, que permita a solução definitiva e
abrangente da controvérsia.
[ADPF 387, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 23-3-2017, P, DJE de 25-10-2017.]
55) ADPF 347: O requerente diz estar configurado o denominado, pela Corte Constitu-
cional da Colômbia, de “estado de coisas inconstitucional”. Segundo as decisões desse
Tribunal, há três pressupostos principais: situação de violação generalizada de direitos
fundamentais; inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas
em modificar a situação; a superação das transgressões exigir a atuação não apenas
de um órgão, e sim de uma pluralidade de autoridades (...). Independentemente de rótu-
los, importa esclarecer quais implicações, presentes os limites de atuação do Supremo,
surgem a partir do reconhecimento de se encontrarem satisfeitos os pressupostos pró-
prios desse estado de coisas. Qual papel o Supremo está legitimado a desempenhar
ante o estágio elevadíssimo de inconstitucionalidades? (...) Esse é (...) o papel que deve
desempenhar o Tribunal em favor da superação do quadro de inconstitucionalidades do
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56) ADI 314: Inadmitida a arguição de descumprimento de preceito fundamental ante “erro
grosseiro” na escolha do instrumento, considerado o artigo 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/1999,
descabe recebê-la como ação direta de inconstitucionalidade.
[ADPF 314 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 11-12-2014, P, DJE de 19-2-2015.]
57) ADPF 178: Aplicação do princípio da fungibilidade. (...) É lícito conhecer de ação
direta de inconstitucionalidade como arguição de descumprimento de preceito funda-
mental, quando coexistentes todos os requisitos de admissibilidade desta, em caso de
inadmissibilidade daquela.
[ADI 4.180 REF-MC, rel. min. Cezar Peluso, j. 10-3-2010, P, DJE de 27-8-2010.]
vide ADPF 178, rel. min. presidente Gilmar Mendes, dec. monocrática, j. 21-7-2009, DJE
de 5-8-2009
vide ADPF 72 QO, rel. min. Ellen Gracie, j. 1º-6-2005, P, DJ de 2-12-2005
58) ADI 5.875: O art. 7º, § 2º, da Lei federal 9.868/1999 autoriza a admissão da manifes-
tação de órgãos ou entidades investidas de representatividade adequada nos processos
de controle abstrato de constitucionalidade que versem sobre matérias de grande rele-
vância. (...). (...) o telos precípuo da intervenção do amicus curiae consiste na plurali-
zação do debate constitucional, com vistas a municiar a Suprema Corte dos elementos
informativos necessários ou mesmo trazer novos argumentos para o deslinde da contro-
vérsia. Assim, a habilitação de entidades representativas se legitima sempre que restar
efetivamente demonstrado o nexo de pertinência entre as finalidades institucionais da
entidade e o objeto da ação direta.
[ADI 5.875, rel. min. Luiz Fux, j. 26-11-2018, dec. monocrática, DJE de 28-11-2018.]
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62) RE 638.115: O Plenário (...) fixou o quórum de maioria absoluta dos membros da
Corte para modular os efeitos de decisão em julgamento de recursos extraordinários
repetitivos, com repercussão geral, nos quais não tenha havido declaração de inconstitu-
cionalidade de ato normativo.
[RE 638.115, rel, min. Gilmar Mendes, j. 18-12-2019, P, Informativo 964.]
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64) ADI 4.430: O STF está autorizado a apreciar a inconstitucionalidade de dada norma,
ainda que seja para dela extrair interpretação conforme à CF, com a finalidade de fazer
incidir conteúdo normativo constitucional dotado de carga cogente cuja produção de
efeitos independa de intermediação legislativa.
[ADI 4.430, rel. min. Dias Toffoli, j. 29-6-2012, P, DJE de 19-9-2013.]
65) Rcl 27.171: O acórdão recorrido considerou ilegítima a terceirização dos serviços,
pois concluiu a Lei 8.987/1995 (que trata do regime de concessão e permissão de pres-
tação de serviços públicos) não autorizou, em seu art. 25, a terceirização da atividade-fim
das empresas do setor elétrico (...). Ao realizar essa interpretação, o órgão fracionário
do TRT-3 exerceu o controle difuso de constitucionalidade e utilizou a técnica decisória
denominada declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto, pela qual
o intérprete declara a inconstitucionalidade de algumas interpretações possíveis do texto
legal, sem, contudo, alterá-lo gramaticalmente, ou seja, censurou uma determinada inter-
pretação por considerá-la inconstitucional.
[Rcl 27.171, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 26-10-2018, dec. monocrática, DJE de 30-10-
2018.]
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66) ADI 5.127: No julgamento do HC 70.154/RS (rel. min. Ilmar Galvão, DJ de 1º-7-1993),
o STF aplicou a técnica da lei ainda constitucional, originária do direito constitucional
germânico, na qual se reconhece que determinadas peculiaridades fáticas ou sociais
impõem o reconhecimento temporário da validade de uma norma, não obstante seja ela
a rigor inconstitucional, para evitar uma situação de anomia ou de dano ainda maior à
ordem constitucional. O leading case, no direito comparado, dizia respeito à lei sobre
casamentos mistos editada sob o regime nazista. Ainda que a referida lei, porque dis-
criminatória, fosse manifestamente inconstitucional em face da nova Constituição da
República Federal da Alemanha, o Tribunal Constitucional daquele país se viu obrigado
a reconhecê-la como “ainda constitucional”, à constatação de que a declaração da sua
inconstitucionalidade acarretaria lacuna normativa intolerável. Já no HC 70.154/RS, para-
digma da adoção dessa tese no direito constitucional brasileiro, o STF reconheceu inci-
dentalmente como ainda constitucional a lei que assegurava prazo em dobro às defenso-
rias públicas ao entendimento de que a situação de desorganização administrativa das
defensorias públicas – naquele momento as defensorias públicas ainda não existiam na
maioria dos estados da Federação – legitimava o tratamento desigual, e a elas favorável,
em relação ao Ministério Público. A lei deixaria de ser constitucional, assim, quando as
defensorias públicas adquirissem nível de organização equivalente ao dos Ministérios
Públicos, situação em que o tratamento desigual previsto na lei em questão passaria a
traduzir afronta ao devido processo legal.
[ADI 5.127, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, voto da min. Rosa Weber, j. 15-10-2015, P, DJE
de 11-5-2016.]
67) ADI 5.105: A legislação infraconstitucional que colida frontalmente com a jurispru-
dência (leis in your face) nasce com presunção iuris tantum de inconstitucionalidade, de
forma que caberá ao legislador ordinário o ônus de demonstrar, argumentativamente,
que a correção do precedente faz-se necessária, ou, ainda, comprovar, lançando mão de
novos argumentos, que as premissas fáticas e axiológicas sobre as quais se fundou o
posicionamento jurisprudencial não mais subsistem, em exemplo acadêmico de muta-
ção constitucional pela via legislativa. Nesse caso, a novel legislação se submete a um
escrutínio de constitucionalidade mais rigoroso, nomeadamente quando o precedente
superado amparar-se em cláusulas pétreas.
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71) Rcl 22.339: É cabível o ajuizamento de reclamação para impugnar acórdão do STJ
que manteve decisão condenatória por ato de improbidade administrativa em desacordo
com o Enunciado 13 da Súmula Vinculante do STF. (...) A reclamação seria cabível desde
que a decisão condenatória proferida em primeira instância, ou mesmo diante da mera
iniciativa postulatória do Ministério Público, porquanto o STF tem afastado a aplicação
do referido enunciado a cargos públicos de natureza política, ressalvados os casos de
inequívoca falta de razoabilidade por manifesta ausência de qualificação técnica ou de
inidoneidade moral.
[Rcl 22.339 AgR, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 4-9-2018, 2ª T, Informativo 914.]
72) Rcl 22.012: É cabível o ajuizamento de reclamação para impugnar acórdão do STJ
que manteve decisão condenatória por ato de improbidade administrativa em desacordo
com o Enunciado 13 da Súmula Vinculante do STF. (...) A reclamação seria cabível desde
que a decisão condenatória proferida em primeira instância, ou mesmo diante da mera
iniciativa postulatória do Ministério Público, porquanto o STF tem afastado a aplicação
do referido enunciado a cargos públicos de natureza política, ressalvados os casos de
inequívoca falta de razoabilidade por manifesta ausência de qualificação técnica ou de
inidoneidade moral.
[Rcl 22.339 AgR, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 4-9-2018, 2ª T, Informativo 914.]
É isso, meu(minha) aluno(a). Mais uma vez, volto a dizer que o controle de constitucionali-
dade é um assunto extenso, mas está longe de ser um “bicho de sete cabeças”.
Tenho certeza de que aqueles que ultrapassaram possíveis traumas iniciais com relação
ao assunto em voga, neste momento do estudo, já estão aptos a acertar todas as questões de
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Como fechamento da nossa aula, quero trazer dois lembretes: 1) o Gran Cursos Online
possui um fórum de dúvidas para que possamos ajudá-lo(a) na plena compreensão do Direito
Constitucional; 2) gostaria de receber sua avaliação acerca da nossa aula. Isso é muito impor-
tante para nós.
Muito obrigado pela credibilidade.
Fique com Deus, fortíssimo abraço e bons estudos!
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Controle de Constitucionalidade
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RESUMO
Conceito: o controle de constitucionalidade é um conjunto de atos tendentes a garantir
a supremacia formal da Constituição. Destina-se a averiguar a compatibilidade vertical das
demais normas jurídicas e atos do Poder Público com o seu fundamento de validade – a Cons-
tituição Federal.
Pressupostos do Controle de Constitucionalidade: a rigidez constitucional e sua suprema-
cia formal.
Inconstitucionalidade por Ação: a inconstitucionalidade por ação diz respeito à verificação
da compatibilidade vertical entre as normas jurídicas e os atos do Poder Público com o seu parâ-
metro de controle – a Constituição Federal. Significa um fazer inconstitucional do Poder Público.
Inconstitucionalidade por Omissão: a inconstitucionalidade por omissão decorre de um
não fazer do Estado que ofende uma determinação constitucional.
Inconstitucionalidade Material: teremos a inconstitucionalidade material (também chama-
da de nomoestática) quando o vício está no conteúdo da norma (na sua matéria).
Inconstitucionalidade Formal: na inconstitucionalidade formal (ou nomodinâmica), o vício
está no processo legislativo. Essa inconstitucionalidade formal subdivide-se em: a) subjetiva:
o vício está na iniciativa para a propositura do projeto de lei; b) objetiva: o vício estará situado
nas demais fases do processo legislativo; c) orgânica: o vício está na repartição constitucional
de competências.
Inconstitucionalidade Total: a inconstitucionalidade total atinge todo o ato normativo.
Inconstitucionalidade Parcial: na inconstitucionalidade parcial, apenas parte da lei é atin-
gida pelo vício de inconstitucionalidade.
Sistemas de Controle de Constitucionalidade: 1) judicial: realizado pelo Poder Judiciário;
2) político: realizado por órgãos não integrantes do Poder Judiciário; 3) misto: parcialmente
judicial e parcialmente político.
Momento do Controle de Constitucionalidade: 1) preventivo: será preventivo quando se
fiscaliza um projeto de lei, com o fim de se evitar que seja inserida no ordenamento jurídico
uma norma incompatível com a Constituição; 2) repressivo: o controle será repressivo quando
recair sobre uma lei já existente.
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Controle de Constitucionalidade
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Atuação do Senado, à luz do Art. 52, X, da CF: a Constituição Federal vigente autoriza que
o Senado Federal suspenda a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
Súmula Vinculante (Requisitos): 1) quórum de 2/3 dos membros do STF (mínimo de 8 Mi-
nistros); 2) reiteradas decisões sobre matéria constitucional; 3) controvérsia atual entre órgãos
judiciários ou entre esses e a Administração Pública que acarrete grave insegurança jurídica e
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
Súmula Vinculante (Extensão dos Efeitos): a súmula terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas fe-
deral, estadual e municipal.
ADI (Legitimidade Ativa): I – o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a
Mesa da Câmara dos Deputados; IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislati-
va do Distrito Federal; V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI – o Procurador-Geral
da República; VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII – partido político
com representação no Congresso Nacional; IX – confederação sindical ou entidade de classe de
âmbito nacional. Essa legitimação ativa também se aplica para ADO, ADC e ADPF.
Legitimados Universais: Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da Câ-
mara dos Deputados; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos Advoga-
dos do Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional.
Legitimados Especiais: Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Dis-
trito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal; confederação sindical ou entidade
de classe de âmbito nacional.
ADI (Objeto): lei ou ato normativo federal ou estadual.
Súmula 642, do STF: não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Fede-
ral derivada da sua competência legislativa municipal.
ADI (Atuação do PGR): o PGR é um dos legitimados para propor as ações de controle con-
centrado de constitucionalidade, independentemente da comprovação de interesse na matéria
(legitimado ativo universal). Além disso, deverá ele ser previamente ouvido em todas as ações do
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Preceito Fundamental: o STF fixou o entendimento de que a ele próprio (o STF), no caso
concreto, compete identificar as normas constitucionais que devam ser consideradas precei-
tos fundamentais para o fim de conhecimento das ADPFs ajuizadas.
Caráter Subsidiário: não será admitida ADPF quando houver qualquer outro meio eficaz de
sanar a lesividade.
Fungibilidade entre a ADPF e ADI: caso o autor da ADPF tenha se equivocado, sendo, na
verdade, hipótese de ADI, o STF receberá a ADPF como se ADI fosse, desde que presentes
os demais requisitos para a ADI. No mesmo sentido, se o autor entrar com uma ADI, mas, na
verdade, seja caso de ADPF, presentes os demais requisitos da ADPF, o STF receberá a ADI
como ADPF.
ADPF (Atuação do AGU): não há previsão legal, mas tem sido usual a sua manifestação.
ADPF (Irrecorribilidade e Impossibilidade de Ação Rescisória): a decisão que julgar proce-
dente ou improcedente o pedido em arguição de descumprimento de preceito fundamental é
irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.
ADPF (Efeitos da Decisão): 1) eficácia “erga omnes” (contra todos que se encontrem pe-
rante a mesma situação jurídica enfrentada no julgamento): por se tratar de processo objetivo,
os efeitos da decisão atingem a todos que se encontram sob a mesma situação jurídica; 2)
efeito vinculante: atinge todo o Poder Judiciário (menos o próprio STF, que poderá mudar seu
entendimento), bem como o Poder Executivo e o Poder Legislativo quando executam a função
administrativa. Não vinculam o Poder Legislativo e o Poder Executivo quando exercem a fun-
ção legislativa, sob pena de ferir a independência entre os Poderes; 3) efeitos retroativos (“ex
tunc”): em regra, a declaração de inconstitucionalidade retroage ao início da vigência do ato
guerreado, uma vez que vige a tese da nulidade dos atos inconstitucionais.
Representação Interventiva: ação destinada a aferir legitimidade ao processo de interven-
ção, que pode ocorrer em duas hipóteses constitucionais: a) ofensa aos princípios constitucio-
nais sensíveis (art. 34, VII); e b) recusa à execução de lei federal (art. 34, VI). Nestas duas situ-
ações, a intervenção federal dependerá de provimento pelo STF de representação interventiva
proposta pelo PGR.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CÂMARA DE SERRANA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO/2019) O deputado fede-
ral que não queira participar de votação de projeto de lei, que considere inconstitucional por
violar o devido processo legislativo,
a) poderá ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade contra o projeto de lei.
b) poderá impetrar um mandado de segurança preventivo para impedir a tramitação.
c) nada poderá fazer, a não ser tentar obstruir a votação em plenário.
d) somente poderá abster-se de votar, mas não pode tomar qualquer medida judicial.
e) deve solicitar ao Ministério Público que tome as medidas legais cabíveis.
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b) por conta do princípio da separação de Poderes, o Presidente da República não realiza con-
trole de constitucionalidade.
c) não é admitida a fungibilidade entre ação direta de inconstitucionalidade e arguição de des-
cumprimento de preceito fundamental.
d) não será admitida arguição de descumprimento fundamental quando houver qualquer outro
meio eficaz capaz de sanar a lesividade.
e) a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade não pos-
suem os mesmos legitimados para a sua proposição.
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d) A Constituição de 1988, desde a sua redação originária, previa o efeito vinculante das deci-
sões tomadas pelo STF nas ações diretas de inconstitucionalidade.
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I – A administração pública indireta, assim como a direta, nas esferas federal, estadual e
municipal, fica vinculada às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade.
II – Em razão do princípio da subsidiariedade, a ação direta de inconstitucionalidade por
omissão somente será cabível se ficar provada a inexistência de qualquer meio eficaz
para afastar a lesão no âmbito judicial.
III – É possível controle de constitucionalidade do direito estadual e do direito municipal no
processo de arguição de descumprimento de preceito fundamental.
IV – São legitimados para propor ação direta de inconstitucionalidade interventiva os mes-
mos que têm legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade genérica.
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Questão 11 (EXAME DA OAB/2009.2) Assinale a opção correta no que diz respeito ao con-
trole das omissões inconstitucionais.
a) A omissão inconstitucional pode ser sanada mediante dois instrumentos: o mandado de
injunção, ação própria do controle de constitucionalidade concentrado; e a ação direta de in-
constitucionalidade por omissão, instrumento do controle difuso de constitucionalidade.
b) O mandado de injunção destina-se à proteção de qualquer direito previsto constitucional-
mente, mas inviabilizado pela ausência de norma integradora.
c) A ação direta de inconstitucionalidade por omissão que objetive a regulamentação de nor-
ma da CF somente pode ser ajuizada pelos sujeitos enumerados no artigo 103 da CF, sendo a
competência para o seu julgamento privativa do STF.
d) Na omissão inconstitucional total ou absoluta, o legislador deixa de proceder à completa
integração constitucional, regulamentando deficientemente a norma da CF.
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b) Tal medida não poderá ser apreciada em período de recesso ou férias, visto que é imperioso
que seja concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do STF, após a audiência
dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado.
c) Essa medida cautelar só poderá ser concedida se ouvidos, previamente, o advogado-geral
da União e o procurador-geral da República.
d) A decisão proferida em sede de cautelar, seja ela concessiva ou não, será dotada de eficácia
contra todos, com efeito ex nunc, salvo se o STF entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.
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Questão 22 (XVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A Medida Provisória Z, embora tendo cau-
sado polêmica na data de sua edição, foi convertida, em julho de 2014, na Lei Y. Inconformado
com o posicionamento do Congresso Nacional, o principal partido de oposição, no mês se-
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guinte, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) atacando vários dispositivos norma-
tivos da referida Lei. Todavia, no início do mês de fevereiro de 2015, o Presidente da República
promulgou a Lei X, revogando integralmente a Lei Y, momento em que esta última deixou de
produzir os seus efeitos concretos. Nesse caso, segundo entendimento cristalizado no âmbito
do Supremo Tribunal Federal,
a) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos
produzidos no intervalo de tempo entre a promulgação e a revogação da Lei Y.
b) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos
produzidos no intervalo de tempo entre a edição da Medida Provisória Z e a revogação da Lei Y.
c) deverá ser reconhecido que a ADI perdeu o seu objeto, daí resultando a sua extinção, inde-
pendentemente de terem ocorrido, ou não, efeitos residuais concretos.
d) em razão da separação de poderes, deverá ser reconhecida a impossibilidade de o Supremo
Tribunal Federal avaliar as matérias debatidas, sob a ótica política, pelo Poder Legislativo.
Questão 23 (XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO) No que tange às disposições legais regu-
lamentadoras da ação direta de inconstitucionalidade, da ação direta de inconstitucionalidade
por omissão e da ação declaratória de constitucionalidade, assinale a opção correta.
a) A medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão poderá consistir na
suspensão de procedimentos administrativos.
b) O ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade e de ação direta de inconstituciona-
lidade por omissão não admite desistência. Em razão da presunção de constitucionalidade
do ordenamento jurídico, a legislação específica da ação declaratória de constitucionalidade
admite desistência.
c) Existindo norma federal objeto, ao mesmo tempo, de ação declaratória de constitucionalida-
de e de ação direta de inconstitucionalidade, em homenagem ao caráter ambivalente destas
ações, será uma delas extinta sem resolução do mérito por litispendência e a outra terá julga-
mento de mérito.
d) Da decisão proferida na ação declaratória de constitucionalidade caberá, tão somente,
a oposição de embargos de declaração e o ajuizamento posterior de ação rescisória.
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Questão 26 (XI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Após reiteradas decisões sobre determina-
da matéria, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou enunciado de Súmula Vinculante deter-
minando que “é inconstitucional lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre
sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias”. O Estado X, contudo, não con-
cordando com a posição do Supremo Tribunal Federal (STF), edita lei dispondo exatamente
sobre os sistemas de consórcios e sorteios em seu território. A partir da situação apresentada,
assinale a afirmativa correta.
a) O Supremo Tribunal Federal (STF) poderá, de ofício, declarar a inconstitucionalidade da nor-
ma estadual produzida em desconformidade com a Súmula.
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ganização da Defensoria Pública da União (DPU) e que tal proposição, depois de aprovada na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal, fosse encaminhada à sanção do presidente da
República, julgue os itens que se seguem. Se considerasse o projeto em apreço inconstitucio-
nal, o presidente da República poderia vetá-lo, exercendo, nesse caso, controle preventivo de
constitucionalidade.
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nalidade de determinada lei, turma do Superior Tribunal de Justiça determinou sua não incidên-
cia parcial em determinado caso concreto. Assertiva: Nesse caso, fica configurada violação à
cláusula de reserva de plenário.
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GABARITO
1. b 28. d 55. C
2. e 29. e 56. C
3. d 30. E 57. C
4. a 31. E 58. E
5. c 32. E 59. C
6. b 33. E 60. E
7. b 34. E
8. b 35. E
9. a 36. C
10. a 37. E
11. c 38. C
12. a 39. C
13. d 40. C
14. a 41. E
15. a 42. C
16. c 43. E
17. c 44. E
18. c 45. C
19. a 46. E
20. c 47. E
21. c 48. C
22. c 49. C
23. a 50. E
24. b 51. E
25. a 52. E
26. d 53. C
27. d 54. b
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CÂMARA DE SERRANA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO/2019) O deputado fede-
ral que não queira participar de votação de projeto de lei, que considere inconstitucional por
violar o devido processo legislativo,
a) poderá ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade contra o projeto de lei.
b) poderá impetrar um mandado de segurança preventivo para impedir a tramitação.
c) nada poderá fazer, a não ser tentar obstruir a votação em plenário.
d) somente poderá abster-se de votar, mas não pode tomar qualquer medida judicial.
e) deve solicitar ao Ministério Público que tome as medidas legais cabíveis.
Letra b.
É a única hipótese de controle preventivo realizada pelo Poder Judiciário, qual seja: mandado
de segurança impetrado por parlamentar no STF por desrespeito ao devido processo legislati-
vo constitucional, conforme entendimento do STF.
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Letra e.
Conforme disse, pode o parlamentar impetrar mandado de segurança no STF para fazer valer
seu direito líquido e certo à observância do devido processo legislativo previsto na Constitui-
ção Federal.
Letra d.
Segundo o art. 4º, § 1º, da Lei n. 9.882/1999, “não será admitida arguição de descumprimento
de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade”.
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Letra a.
No Brasil, há dois modelos de controle de constitucionalidade: o difuso e o concentrado. O con-
trole difuso de constitucionalidade é justamente aquele que pode ser exercido por todo e qual-
quer juiz ou tribunal. Todos os membros do Poder Judiciário (juízes, desembargadores e minis-
tros), ao julgarem suas causas, dispõem de competência para declarar a inconstitucionalidade
das leis aplicáveis ao caso sob julgamento.
Letra c.
Do estudo da jurisprudência consolidada do STF, conclui-se não ser possível, em sede de ação
direta de inconstitucionalidade, o controle de constitucionalidade de atos normativos pré-cons-
titucionais. Com efeito, é imperioso destacar que, em razão das restrições impostas pela juris-
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prudência do Supremo, só poderão ser impugnadas em ação direta as leis e atos normativos
federais e estaduais que:
• sejam pós-constitucionais;
• possuam conteúdo normativo geral e abstrato;
• não sejam tipicamente regulamentares;
• estejam em vigor;
• não sejam questão interna corporis; e
• não sejam normas constitucionais originárias.
Letra b.
Podem propor a arguição de descumprimento de preceito fundamental os mesmos legitima-
dos para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de cons-
titucionalidade, previstos no art. 103 da CF/1988. São eles: o presidente da República; a Mesa
do Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de Assembleia Legislativa ou
da Câmara Legislativa do Distrito Federal; o governador de Estado ou do Distrito Federal; o pro-
curador-geral da República; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido po-
lítico com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe
de âmbito nacional. Nesse sentido, conclui-se que cidadão não possui legitimidade ativa para
propor arguição de descumprimento de preceito fundamental.
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Letra b.
O governador de um estado ou a Assembleia Legislativa que impugna ato normativo de outro
estado deve demonstrar a pertinência temática da pretendida declaração de inconstitucionali-
dade da lei, uma vez que são legitimados especiais. Os legitimados para propor a ação direta
de inconstitucionalidade (genérica e por omissão), a ação declaratória de constitucionalidade
e a arguição de descumprimento de preceito fundamental estão exaustivamente elencados
nos incisos I a IX do art. 103 da CF/1988. Tais legitimados dividem-se em universais e espe-
ciais. Os legitimados universais poderão impugnar qualquer matéria, independentemente da
comprovação de interesse (pertinência temática), são eles:
• presidente da República;
• Mesa do Senado Federal;
• Mesa da Câmara dos Deputados;
• procurador-geral da República;
• Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; e
• partido político com representação no Congresso Nacional.
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Letra b.
I – Certo. Dispõe o art. 102, § 2º, da CF/1988, com sua redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 45/2004, que “as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucio-
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nalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos
do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal”. Ademais, prevê o parágrafo único do art. 28 da Lei n. 9.868/1999, que “a declaração
de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Cons-
tituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia
contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração
Pública federal, estadual e municipal”.
III – Certo. Segundo o art. 102, § 1º, da CF/1988, “a arguição de descumprimento de preceito
fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na
forma da lei”. Em regulamentação à norma constitucional, foi editada a Lei n. 9.882, de 1999,
que, em seu art. 1º, parágrafo único, inciso I, estabelece que “caberá também arguição de
descumprimento de preceito fundamental quando for relevante o fundamento da controvérsia
constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anterio-
res à Constituição”. Assim, a Lei n. 9.882/1999 permite a impetração de ADPF nas seguintes
hipóteses:
• para evitar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do poder público (ADPF pre-
ventiva);
• para reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do poder público (ADPF re-
pressiva); e
• quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato nor-
mativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.
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Letra a.
Conforme o art. 102, § 2º, da CF/1988, “as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Su-
premo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias
de constitucionalidade produzirão [independentemente de existência de súmula vinculante]
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário
e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal”.
Letra a.
A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) é uma ação de controle con-
centrado de constitucionalidade que pode ser ajuizada perante o Supremo Tribunal Federal,
após iniciativa dos legitimados constitucionais, estabelecidos no rol do art. 103 da CF/1988.
Podem ser atacados pela ADPF os atos do poder público (atos normativos e atos de efeito
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concreto), conforme se extrai do art. 1 º, caput, da Lei n. 9.882/1999, desde que não haja outro
meio eficaz para sanar a lesividade, de acordo com o art. 4 º, § 1 º, do mesmo diploma legal
(princípio da subsidiariedade). De fato, a regulamentação da ADPF tem por objetivo comple-
mentar o sistema de proteção previsto na CF/1988. Por esclarecedor, vejamos o que leciona
Dirley da Cunha Júnior5:
Questão 11 (EXAME DA OAB/2009.2) Assinale a opção correta no que diz respeito ao con-
trole das omissões inconstitucionais.
a) A omissão inconstitucional pode ser sanada mediante dois instrumentos: o mandado de
injunção, ação própria do controle de constitucionalidade concentrado; e a ação direta de in-
constitucionalidade por omissão, instrumento do controle difuso de constitucionalidade.
b) O mandado de injunção destina-se à proteção de qualquer direito previsto constitucional-
mente, mas inviabilizado pela ausência de norma integradora.
c) A ação direta de inconstitucionalidade por omissão que objetive a regulamentação de nor-
ma da CF somente pode ser ajuizada pelos sujeitos enumerados no artigo 103 da CF, sendo a
competência para o seu julgamento privativa do STF.
d) Na omissão inconstitucional total ou absoluta, o legislador deixa de proceder à completa
integração constitucional, regulamentando deficientemente a norma da CF.
5
Cunha Júnior, Dirley. Curso de Direito Constitucional. 3ª edição. Editora Juspodivm. 2009. Páginas 417/418.
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Letra c.
Ação direta de inconstitucionalidade por omissão é uma das ações de controle concentrado
de constitucionalidade que tem, por fim, tornar efetiva norma constitucional, por meio do re-
conhecimento da inconstitucionalidade da omissão do legislador infraconstitucional quanto
ao dever de regulamentar determinadas normas previstas na Constituição Federal de 1988,
segundo o que dispõe o art. 103, § 2º, da CF/1988. Os legitimados ativos estão arrolados no
art. 103, incisos I a IX, da CF/1988. A competência para julgamento dessa ação é do STF.
Letra a.
O preâmbulo é a parte precedente do texto constitucional que sintetiza os valores e objetivos
adotados pela Constituição Federal e, de acordo com a doutrina constitucional majoritária e a
jurisprudência do STF, não possui força normativa. No julgamento da Ação Direta de Inconsti-
tucionalidade n. 2.076-AC, da relatoria do ministro Carlos Velloso, o Supremo Tribunal Federal
reconheceu, tão somente, valor hermenêutico ao preâmbulo, servindo de mero vetor ao proces-
so interpretativo das normas constitucionais.
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O tribunal julgou improcedente o pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Partido So-
cial Liberal (PSL) contra o preâmbulo da Constituição do Estado do Acre, em que se alegava
a inconstitucionalidade por omissão da expressão “sob a proteção de Deus”, constante do
preâmbulo da CF/1988. Considerou-se que a invocação da proteção de Deus no preâmbulo da
Constituição não tem força normativa, afastando-se a alegação de que a expressão em causa
seria norma de reprodução obrigatória pelos estados-membros. (ADI 2.076-AC, rel. Min. Carlos
Velloso, 15.8.2002. (ADI-2076), informativo N. 277, de 12 a 16 de agosto de 2002).
O preâmbulo não é considerado verdadeiramente uma norma constitucional, mas uma simples
manifestação de crenças e valores que não possuem força normativa. Não é norma de obser-
vância obrigatória pelos estados-membros, pelo Distrito Federal e pelos municípios e jamais
poderia ser utilizada como parâmetro de controle de constitucionalidade.
Letra d.
O controle de constitucionalidade é o conjunto de atos tendentes a garantir a supremacia for-
mal da Constituição. Destina-se a averiguar a compatibilidade das demais normas jurídicas
com o seu fundamento de validade: a Constituição Federal. O controle de constitucionalidade
possui como pressupostos a supremacia da Constituição e a rigidez constitucional. Isso por-
que, se estamos num regime de Constituição flexível, em que as normas constitucionais e as
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normas ordinárias são alteradas segundo o mesmo processo legislativo, não se pode falar em
fiscalização de uma frente a outra. Assim, para que se possa falar em controle de constitucio-
nalidade, é imprescindível que o texto constitucional seja rígido, isto é, apenas modificável por
processo legislativo mais rigoroso do que aquele aplicado às demais normas existentes em
um ordenamento jurídico. Da rigidez constitucional decorre sua supremacia formal e, em virtu-
de desta, controla-se a constitucionalidade das demais leis e atos normativos.
Letra a.
Segundo o art. 12 da Lei n. 9.868/1999, “havendo pedido de medida cautelar, o relator, em
face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança
jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do
Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de
cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar defini-
tivamente a ação”.
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Letra a.
A presente questão retorna ao conhecimento do art. 97 da CF/88, que trata do princípio da
reserva de plenário, segundo o qual “somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros
ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucio-
nalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”. A cláusula da reserva de plenário, segundo
acentua Alexandre de Moraes6, atua como verdadeira condição de eficácia jurídica da própria
declaração jurisdicional de inconstitucionalidade dos atos do poder público, aplicando-se para
todos os tribunais, via difusa, e para o STF, também no controle concentrado. Registre-se
que a jurisprudência do STF informa que o desrespeito ao princípio da reserva de plenário gera
a nulidade absoluta da decisão colegiada se, emanada de órgão fracionário, tenha declarado a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.
6
Moraes, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. 7ª edição. São Paulo. Atlas. 2007.
Página 1406.
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Letra c.
Segundo o art. 52, X, da CF/1988, “compete privativamente ao Senado Federal suspender a
execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Su-
premo Tribunal Federal”. Assim, declarando o Supremo Tribunal Federal, incidentalmente, a in-
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, estadual, distrital ou municipal em face da
Constituição do Brasil, caberá, pois, ao Senado Federal suspender a execução da lei, total ou
parcialmente, conforme o caso, desde que a decisão do Supremo Tribunal Federal seja defini-
tiva. Tal ato do Senado tem, por fim, estender os efeitos da decisão a terceiros não integrantes
da relação jurídico-processual primitiva, por meio da suspensão da execução da lei ou do ato
normativo, vale dizer, a decisão que possuía efeitos inter partes passa a ter eficácia erga om-
nes. Em relação a essa competência do Senado Federal, lembremos que:
• o Senado Federal não está obrigado a suspender a execução da lei;
• o ato que formaliza a suspensão da execução da lei é uma resolução do Senado Federal;
• o Senado Federal não poderá alterar os termos da decisão do STF;
• a suspensão da execução da lei pelo Senado Federal é ato irretratável;
• o Senado Federal dispõe de competência para suspender a execução de normas fede-
rais, estaduais, distritais e municipais;
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Letra c.
De todas as ações de controle concentrado de constitucionalidade, a única que se presta para
guerrear uma norma pré-constitucional é a arguição de descumprimento de preceito funda-
mental, segundo o que preleciona o art. 1º, parágrafo único, I, da Lei n. 9.882/1999, vejamos: “a
arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo
Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de
ato do Poder Público. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental
quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo
federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição”.
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gitimação para agir aos mesmos órgãos e entidades legitimados a propositura de ação direta
de inconstitucionalidade.
b) A decisão do Tribunal de Justiça que declara a inconstitucionalidade de lei local em face da
Constituição Estadual é irrecorrível, ressalvada a oposição de embargos declaratórios.
c) Não ofende a Constituição da República norma de Constituição Estadual que atribui legitimi-
dade para a propositura de representação de inconstitucionalidade aos Deputados Estaduais
e ao Procurador-Geral do Estado.
d) Não é possível o controle de constitucionalidade no plano estadual, no modo concentrado,
se a norma constitucional estadual tomada como parâmetro reproduzir idêntico conteúdo de
norma constitucional federal.
Letra c.
A presente questão cobra o conhecimento do art. 125, § 2º, da CF/1988: “cabe aos Estados a
instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou
municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a
um único órgão”. De fato, não ofende a Constituição da República norma de Constituição es-
tadual que atribui legitimidade para a propositura de representação de inconstitucionalidade
aos deputados estaduais e ao procurador-geral do Estado. É livre ao Estado definir, em sua
Carta Política, qual o rol de legitimados que entenda pertinente para representação de incons-
titucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais contestadas em face da
Constituição estadual.
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Controle de Constitucionalidade
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Letra a.
Das alternativas apontadas, a única que não se trata de uma diferença entre a ação direta de
inconstitucionalidade (ADI) e a ação declaratória de constitucionalidade (ADC) é o rol de legitima-
dos. O rol de legitimados previstos no art. 103, incisos I a IX, da CF/1988, aplica-se à ADI (genérica
ou por omissão), à ADC, bem assim à arguição de descumprimento de preceito fundamental.
Letra c.
De fato, as emendas à Constituição estão sujeitas ao controle de constitucionalidade. Ademais,
as emendas à Constituição devem respeitar as cláusulas pétreas estabelecidas no art. 60, § 4º,
da Constituição da República.
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Controle de Constitucionalidade
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Letra c.
Caso haja manifestação do Plenário ou órgão especial (quando houver) de um determinado tri-
bunal, ou, ainda, o Plenário do STF já tiver resolvido a questão de constitucionalidade em outro
processo, poderão os órgãos fracionários aplicar o mesmo entendimento aos demais casos
concretos. É o que se extrai da leitura do art. 949, parágrafo único, do Novo Código de Processo
Civil: “os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial,
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Questão 22 (XVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A Medida Provisória Z, embora tendo cau-
sado polêmica na data de sua edição, foi convertida, em julho de 2014, na Lei Y. Inconformado
com o posicionamento do Congresso Nacional, o principal partido de oposição, no mês se-
guinte, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) atacando vários dispositivos norma-
tivos da referida Lei. Todavia, no início do mês de fevereiro de 2015, o Presidente da República
promulgou a Lei X, revogando integralmente a Lei Y, momento em que esta última deixou de
produzir os seus efeitos concretos. Nesse caso, segundo entendimento cristalizado no âmbito
do Supremo Tribunal Federal,
a) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos
produzidos no intervalo de tempo entre a promulgação e a revogação da Lei Y.
b) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos
produzidos no intervalo de tempo entre a edição da Medida Provisória Z e a revogação da Lei Y.
c) deverá ser reconhecido que a ADI perdeu o seu objeto, daí resultando a sua extinção, inde-
pendentemente de terem ocorrido, ou não, efeitos residuais concretos.
d) em razão da separação de poderes, deverá ser reconhecida a impossibilidade de o Supremo
Tribunal Federal avaliar as matérias debatidas, sob a ótica política, pelo Poder Legislativo.
Letra c.
É pacífica a jurisprudência do STF no sentido de que deverá ser reconhecido que a ADI perdeu
o seu objeto, daí resultando a sua extinção, independentemente de terem ocorrido, ou não,
efeitos residuais concretos, quando, após o seu ajuizamento, sobrevém a revogação ou a ces-
sação de eficácia da norma impugnada em processo objetivo. Cito diversos precedentes: RTJ
154/396, Rel. Min. CELSO DE MELLO – RTJ 154/401, Rel. Min. PAULO BROSSARD – ADI 117/
PR, Rel. Min. CELSO DE MELLO – ADI 437/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO – ADI 519/DF, Rel.
Min. MOREIRA ALVES – ADI 747/TO, Rel. Min. MOREIRA ALVES – ADI 973/AP, Rel. Min. ROBER-
TO BARROSO – ADI 1.823/DF, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI – ADI 2.105/DF, Rel. Min. CELSO DE
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MELLO – ADI 2.263/SE, Rel. Min. CELSO DE MELLO – ADI 2.840-QO/ES, Rel. Min. ELLEN GRA-
CIE – ADI 2.942/DF, Rel. Min. GILMAR MENDES – ADI 4.035/DF, Rel. Min. ROSA WEBER – ADI
4.061/DF, Rel. Min. LUIZ FUX – ADI 4.855/RO, Rel. Min. DIAS TOFFOLI – ADI 4.939/SP, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI.
Questão 23 (XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO) No que tange às disposições legais regu-
lamentadoras da ação direta de inconstitucionalidade, da ação direta de inconstitucionalidade
por omissão e da ação declaratória de constitucionalidade, assinale a opção correta.
a) A medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão poderá consistir na
suspensão de procedimentos administrativos.
b) O ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade e de ação direta de inconstituciona-
lidade por omissão não admite desistência. Em razão da presunção de constitucionalidade
do ordenamento jurídico, a legislação específica da ação declaratória de constitucionalidade
admite desistência.
c) Existindo norma federal objeto, ao mesmo tempo, de ação declaratória de constitucionalida-
de e de ação direta de inconstitucionalidade, em homenagem ao caráter ambivalente destas
ações, será uma delas extinta sem resolução do mérito por litispendência e a outra terá julga-
mento de mérito.
d) Da decisão proferida na ação declaratória de constitucionalidade caberá, tão somente,
a oposição de embargos de declaração e o ajuizamento posterior de ação rescisória.
Letra a.
De acordo com o art. 12-F, § 1º, da Lei n. 9.868/1999, “a medida cautelar poderá consistir na
suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial,
bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ain-
da em outra providência a ser fixada pelo Tribunal”.
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preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. Com base no legalmente disposto
sobre a ADPF, assinale a opção correta.
a) Face à extraordinariedade da ADPF, a decisão de indeferimento liminar da petição inicial é
irrecorrível.
b) De acordo com a Lei n. 9.882/99, vige o princípio da subsidiariedade quanto ao cabimento
da ADPF.
c) A decisão proferida em ADPF produzirá somente efeitos erga omnes e ex tunc.
d) O prefeito de qualquer município pode propor ADPF contra lei local perante o STF.
Letra b.
Conforme o art. 4º, § 1º, da Lei n. 9.882/1999, “não será admitida arguição de descumprimento
de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade”. É o
chamado princípio da subsidiariedade da arguição de descumprimento de preceito fundamen-
tal. O que se entende por “outro meio eficaz”? Outro meio eficaz, segundo o STF, tendo por base
o julgamento da ADPF n. 3, da relatoria do ministro Sidney Sanches, significa que a lesividade
poderá ser sanada por qualquer ação ou recurso e não apenas por outras ações de controle
concentrado. Vale dizer, se houver outro meio processual apto a sanar a lesividade, a Suprema
Corte não conhecerá a ADPF.
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Letra a.
O art. 20, § 1º, da Lei n. 9.868, dispõe que “em caso de necessidade de esclarecimento de ma-
téria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos,
poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para
que emita parecer sobre a questão ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos
de pessoas com experiência e autoridade na matéria”.
Questão 26 (XI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Após reiteradas decisões sobre determina-
da matéria, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou enunciado de Súmula Vinculante deter-
minando que “é inconstitucional lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre
sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias”. O Estado X, contudo, não con-
cordando com a posição do Supremo Tribunal Federal (STF), edita lei dispondo exatamente
sobre os sistemas de consórcios e sorteios em seu território. A partir da situação apresentada,
assinale a afirmativa correta.
a) O Supremo Tribunal Federal (STF) poderá, de ofício, declarar a inconstitucionalidade da nor-
ma estadual produzida em desconformidade com a Súmula.
b) Qualquer cidadão poderá propor a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante que,
nesse caso, será declarada mediante a decisão de dois terços dos membros do Supremo Tri-
bunal Federal (STF).
c) É cabível reclamação perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a validade
da lei do Estado X que dispõe sobre os sistemas de consórcios e sorteios em seu território.
d) A súmula possui efeitos vinculantes em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Admi-
nistração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, mas não vincula o
Poder Legislativo na sua atividade legiferante.
Letra d.
De acordo com o art. 103-A, caput, da CF/1988, “o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício
ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas deci-
sões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
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oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administra-
ção pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à
sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei”.
Letra d.
Na verdade, em nenhum dos casos poderá haver desistência. Vejamos o que dispõe a Lei n.
9.868/1999 sobre o tema em análise:
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mara Cível do Tribunal de Justiça do Estado Alfa, ao analisar a apelação interposta, reconhece
que assiste razão à recorrente, mais especificamente no que se refere à inconstitucionalidade
do referido ato normativo X. Ciente da existência de cláusula de reserva de plenário, a referida
Turma dá provimento ao recurso sem declarar expressamente a inconstitucionalidade do ato
normativo X, embora tenha afastado a sua incidência no caso concreto. De acordo com o sis-
tema jurídico-constitucional brasileiro, o acórdão proferido pela 3ª Turma Cível
a) está juridicamente perfeito, posto que, nestas circunstâncias, a solução constitucionalmente
expressa é o afastamento da incidência, no caso concreto, do ato normativo inconstitucional.
b) não segue os parâmetros constitucionais, pois deveria ter declarado, expressamente, a in-
constitucionalidade do ato normativo que fundamentou a sentença proferida pelo juízo a quo.
c) está correto, posto que a 3ª Turma Cível, como órgão especial que é, pode arrogar para si a
competência do Órgão Pleno do Tribunal de Justiça do Estado Alfa.
d) está incorreto, posto que violou a cláusula de reserva de plenário, ainda que não tenha de-
clarado expressamente a inconstitucionalidade do ato normativo.
Letra d.
É o que prevê a Súmula Vinculante n. 10 do STF: “viola a cláusula de reserva de plenário (CF,
artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que, embora não declare expressamente
a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo
ou em parte”.
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Controle de Constitucionalidade
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Errado.
Não há hierarquia entre as normas constitucionais, possuindo todas, independentemente do
seu conteúdo, o mesmo status jurídico.
Errado.
O ADCT é sim norma constitucional de mesmo grau hierárquico das demais normas constitu-
cionais do corpo permanente (o chamado articulado do art. 1º ao art. 250).
Errado.
A extensão dos efeitos da súmula vinculante é assunto deveras intrincado. À luz do caput e
do § 3º do art. 103-A, o efeito vinculante dirige-se, precipuamente, ao Poder Judiciário e ao
Poder Executivo das três esferas federativas. Isso não significa que o Poder Legislativo não
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Controle de Constitucionalidade
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seja atingido pelos efeitos vinculantes da súmula, haja vista que, atipicamente, também exerce
atividades administrativas. Vale dizer, o efeito vinculante da súmula atinge o Poder Legislativo
quando atua na realização de sua função atípica de administrador (ex.: nomeação de servidor
público). A súmula vinculante não atinge o Legislativo na sua função típica de legislar. Não
vincula, portanto, os atos legislativos próprios (leis ordinárias, leis complementares, emendas
constitucionais etc.). A ideia estende-se às medidas provisórias que, muito embora criadas
pelo Poder Executivo, cuidam-se de verdadeiros atos normativos primários e, portanto, não su-
jeitos ao efeito vinculante da súmula. O Poder Legislativo deve respeitar, por exemplo, o enun-
ciando da Súmula Vinculante n. 13: “a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal”.
Errado.
O deputado federal só tem legitimidade para impetrar mandado de segurança que vise assegu-
rar o respeito ao devido processo legislativo constitucional, tão somente quando o projeto de
lei ou proposta de emenda esteja tramitando na Câmara dos Deputados.
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Controle de Constitucionalidade
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Errado.
Art. 26 da Lei n. 9.868/1999.
Certo.
Art. 49, V, da CF/1988.
Errado.
Os legitimados para impetrar arguição de descumprimento de preceito fundamental são os
mesmos para ingressar com a ação direta de inconstitucionalidade ou a ação declaratória de
constitucionalidade, previstos no art. 103, incisos I a IX, da CF/1988.
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De fato, é cabível contra lei municipal o controle difuso de constitucionalidade, assim como o
controle por meio de arguição de descumprimento de preceito fundamental (art. 1º, I, da Lei n.
9.882/1999).
Certo.
Art. 49, V, da CF/1988.
Certo.
A inconstitucionalidade por arrastamento ocorre em caso de dependência recíproca entre nor-
mas, de maneira que a inconstitucionalidade de uma “arrasta” a outra. Na própria decisão,
o STF define quais normas são “arrastadas”, reconhecendo a nulidade das demais normas. Se-
gundo o STF, não há afronta aos limites da demanda fixados na peça de ingresso, já que há um
pedido implícito que alcança a segunda norma que, a rigor, está numa relação de dependência
com a norma objeto do pedido.
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Controle de Constitucionalidade
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Como assevera Sylvio Motta, “ao se declarar inconstitucional a norma primária (com funda-
mento direto na Constituição) esta é eliminada do ordenamento jurídico, portanto, a norma
secundária perde seu fundamento de validade (na norma primária) passando a encontrar fun-
damento direto na Constituição e por tanto inconstitucional, salvo se puder ter existência autô-
noma (em relação à norma primária declarada inconstitucional)”.
Errado.
No modelo difuso, ou sistema norte-americano, todos os órgãos do Poder Judiciário, inclusive
o próprio STF, podem realizar o controle de constitucionalidade das leis e dos atos normativos.
Certo.
A presente questão aborda a diferença entre a interpretação conforme a Constituição e a decla-
ração de nulidade sem redução de texto. Com efeito, haverá declaração de nulidade sem redução
de texto, como técnica de interpretação constitucional aplicada ao controle de constitucionalida-
de, quando o STF afasta, por inconstitucional, um sentido que não poderá ser aplicado (declara a
inconstitucionalidade). Difere da interpretação conforme a Constituição, pois, nesse caso, o STF
determina o sentido a ser dado a uma norma polissêmica (que admite mais de um sentido), a fim
de conformá-la com a Constituição da República (declara a constitucionalidade).
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Errado.
Segundo o art. 103, incisos I a IX, da CF/1988, o defensor público-geral federal não terá legiti-
midade para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade perante o STF.
Errado.
Quando o Plenário ou órgão especial (quando houver) de um determinado tribunal, ou, ainda,
o Plenário do STF já tiver resolvido a questão de constitucionalidade debatida em outro pro-
cesso, poderão os órgãos fracionários aplicar o mesmo entendimento aos demais casos con-
cretos. É o que se extrai da leitura do art. 481, parágrafo único, do Código de Processo Civil: “os
órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição
de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo
Tribunal Federal sobre a questão”.
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Certo.
No controle preventivo, fiscaliza-se a validade do projeto de lei com o fim de se evitar que seja
inserida, no ordenamento jurídico, uma norma incompatível com a Constituição. O Poder Exe-
cutivo realiza o controle preventivo de constitucionalidade por meio do veto jurídico realizado
pelo presidente da República em projetos de leis inconstitucionais (art. 66, § 1º).
Errado.
Não há hierarquia entre as normas constitucionais, possuindo todas, independentemente do
seu conteúdo, o mesmo status jurídico.
Errado.
O ADCT é sim norma constitucional de mesmo grau hierárquico das demais normas constitu-
cionais do corpo permanente (o chamado articulado do art. 1º ao art. 250).
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Certo.
Súmula Vinculante n. 10.
Certo.
Art. 49, V, da CF/1988.
Errado.
Súmula n. 347 do STF.
Errado.
Súmula n. 642 do STF.
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Errado.
Art. 103 da CF/1988.
Certo.
É o que se extrai da leitura do art. 949, parágrafo único, do Novo Código de Processo Civil: os
órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição
de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes (plenário ou órgão especial
do próprio tribunal) ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
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Letra b.
A inconstitucionalidade por arrastamento ocorre em caso de dependência recíproca entre nor-
mas, de maneira que a inconstitucionalidade de uma “arrasta” a outra.
Certo.
Súmula Vinculante n. 10.
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Certo.
O efeito vinculante das decisões do Supremo Tribunal Federal em controle de constituciona-
lidade sempre alcança os demais órgãos do Poder Judiciário e toda a administração pública.
Errado.
Lei anterior à atual Constituição Federal de 1988 não pode ser objeto de ação direta de incons-
titucionalidade (ADI). Mesmo podendo ser objeto de arguição de descumprimento de preceito
fundamental, não se pode afirmar que “a lei anterior à vigência da Constituição que tenha con-
teúdo incompatível com esta deve ser declarada inconstitucional”. Considerando em linha de
hipótese que o autor tenha impetrado equivocadamente uma ADI em face de uma lei anterior
a 1988, o STF não irá conhecer a ação, portanto, não irá declarar a lei anterior à atual Constitui-
ção, nesse caso, inconstitucional.
Certo.
Como dito, a inconstitucionalidade por arrastamento ocorre em caso de dependência recípro-
ca entre normas, de maneira que a inconstitucionalidade de uma “arrasta” a outra.
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Errado.
O MP estadual não é legitimado ativo, segundo o que dispõe o art. 103 da CF/1988.
Luciano Dutra
Advogado da União desde 2009, com atuação no Supremo Tribunal Federal. Autor de livros. Professor de
Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames
de Ordem presenciais e on-line. Aprovado em diversos concursos públicos. Graduado em Direito pela
Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Direito Público. Graduado e pós-graduado em
Ciências Militares.
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