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Rubens Antonio

“Todo este mundo visível é apenas um traço “Aqueles que proclamam que os fósseis são
imperceptível na amplidão da Natureza, que partes de organismos vivos não parecem
nem sequer nos é dado conhecer mesmo de estar muito longe da verdade. (...) Quando
modo vago. Por mais que ampliemos nossas qualquer estrato é formado, toda a matéria
percepções e as projetemos além dos espaços se deposita num fluido, e, ao tempo em que
imagináveis, concebemos tão-somente o estrato inferior foi formado, nenhum dos
átomos em comparação com a realidade estratos superiores existia. (...) Os estratos,
das coisas.” mesmo os perpendiculares ou inclinados
Blaise Pascal (1623 - 1662) em relação ao horizonte, eram, no início,
paralelos ao horizonte. (...) A matéria
que forma cada estrato era contínua na
superfície da Terra, a menos que algum
outro corpo sólido obstruísse o caminho.
(...) Se um corpo ou descontinuidade corta
outro estrato deve ter se formado após esse
estrato.”
Niels Stens / Nicolaus Stenonius
(1638-1686)
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História Geológica da Bahia

O Tempo Geológico

P
“No Tempo, como no Espaço, há regiões ermas e solidões.”
Francis Bacon

erguntemo-nos quanto a um bom porto do qual partamos para que cheguemos


a uma melhor compreensão do que foi e é a História Geológica.

Para conhecermos uma montanha é melhor partirmos do cume para a base ou ascender-
mos dos baixios até o ponto mais alto? Devemos olhar bem de perto ou de longe? Para
conhecermos a montanha é apropriado limitarmo-nos a ela? Podemos, caso avancemos
mais sobre tais questões, mergulhar, no dizer de Nietzsche, em abismos que se enroscam.

Podemos partir da atualidade ou assentar nossa jornada com raízes no tempo muito
antigo em que estes terrenos eram juvenis. Esta segunda via subdivide-se em vertentes,
que são, em primeiro lugar, iniciarmos a partir das rochas mais antigas encontradas
nestes terrenos, a outra, que é avançarmos ainda mais em nosso mergulho no tempo e
lançarmos mão da referência maior que é a Origem da Terra. Afinal, se não há a via
perfeita, há teorias que permitem que eliminemos os hiatos e complementemos coeren-
temente a História que antecede os registros que dispomos. E Ciência é, na busca do
Real, tentar oferecer sempre a melhor resposta que as provas e evidências disponíveis
no momento possibilitam.

Inclinemo-nos pela proposta de trabalhar caminhando desde os instantes mais re-


motos até a atualidade. Partamos das idades originais terrestres, seguindo este passo
sem perder de vista o agora, elevando um diálogo constante do seu processo evolutivo
e suas consequências refletidos nas grandes montanhas, planaltos, planícies e abismos
que vemos atualmente.

Estaremos a trabalhar com o que o cientista Stephen Jay Gould denominou Tempo
Profundo, que é tão difícil de apreender, tão alheio à nossa experiência comum, que
permanece sendo um grande entrave no caminho de nosso entendimento.
Entretanto, compreendermos o problema dos abismos do Tempo Profundo é simples.

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Rubens Antonio

Se dizemos “Dez!”, todos sabemos escrever o número “um” seguido do “zero”. Visuali-
zarmos a sua manifestação em objetos e outros elementos é simples. Basta, por exemplo,
olharmos os dedos das mãos. Se dizemos “Cem milhões!”, todos sabemos acrescentar
oito zeros à unidade, sem maior espanto. Para “um bilhão de anos”, os nove zeros vêm
fáceis. É de simplicidade extrema pegar um papel, uma caneta, e escrevermos. Mas,
conforme muito propriamente observou Stephen Jay Gould, se transpomos estas cifras
cronologicamente, já estaríamos, para estes casos, na esfera do Tempo Profundo, e
“sentir na pele o Tempo Profundo já é bem outra coisa”. Não há como pegar, respirar,
imaginar ou perceber, domar este Tempo Profundo, pois estão longe de nós todas as
chaves apropriadas.
É com esta referência de tão difícil trato que estamos lidando, daí uma boa imaginação
a seu respeito é fundamental para quem quer, quando não só entender, mas também
sentir algo do percurso da História Geológica.
Dominado pela imponência esmagadora deste Tempo Profundo, o Tempo Geológico é
tão exterior às nossas cotidianidades que devemos ter uma abrangência de contempla-
ção muito ampla para o seu apropriado trato. E, nesta colaboração necessária entre
arrazoar e sentir, sendo fundamental não perdermos de vista o senso prático, na busca
do sentimento do que foram os seus fluir e efeitos, impõe-se uma sistematização.
A divisão do Tempo em unidades, que são Éons, Eras, Períodos, Épocas, é um instru-
mento fundamental da História Geológica. A sua representação se dá através de uma
Tabela do Tempo Geológico cujos principais referenciais são adotados como convenção
prática aceita em escala mundial, guardando-se somente uma desinteligência quanto à
denominação do último período da Era Neoproterozoica. A sua denominação “Vendia-
no“ mais antiga, apropriada, assentada no direito da primazia sofre, em arrepio a esta
tradição, quando autores e mesmo entidades internacionais chamam-no “Ediacariano”.
Seja como for, surgiu a Tabela do Tempo Geológico, que, por não haver uma sincronia
absoluta, em escala mundial, existindo hiatos locais de tempo, representa os esforços de
uma grande quantidade de geocientistas. sendo continuamente aprimorada conforme
vão se reconhecendo localidades referenciais e mais apropriadas para o estabelecimento
de transições entre seus termos. A sua condição apresentada ao lado é a mais recente,
na busca do entendimento do que foi e é o Tempo Geológico, expressa em nomes e nú-
meros. Mas, para corretamente entendê-los, temos mais que sabê-los. Urge senti-los.
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História Geológica da Bahia

Tabela do Tempo Geológico


Éon Era Período Época Milhões de anos

Quaternário Holoceno 0,01 à atualidade


Pleistoceno 2,6 a 0,01
Cenozoico Neógeno Plioceno 5,3 a 2,6
Mioceno 23,0 a 5,3
Oligoceno 33,9 a 23,0
Paleógeno Eoceno 55,8 a 33,9
Fa n e r o z o i c o

Paleoceno 65,5 a 55,8

Cretáceo 145,5 a 65,5


Mesozoico Jurássico 199,6 a 145,5
Triássico 251,0 a 199,6

Permiano 299,0 a 251,0


Carbonífero 359,2 a 299,0
Paleozoico Devoniano 416,0 a 359,2
Siluriano 443,7 a 416,0
Ordoviciano 488,3 a 443,7
Cambriano 542,0 a 488,3
Arqueano Proterozoico

Neoproterozoico 1.000 a 542,0


Mesoproterozoico 1.600 a 1.000
Paleoproterozoico 2.500 a 1.600

Neoarqueano 2.800 a 2.500


Mesoarqueoano 3.200 a 2.800
Paleoarqueano 3.600 a 3.200
Eoarqueano 4.000 a 3.600

Azoico Hadeano 4.560 a 4.000

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Rubens Antonio

“Tudo está em estado de mudança, desde o “O filósofo, entregue às suas conjecturas, pode
topo da Montanha até a praia do Oceano. supor que a animalidade possua um embrião
Nada é necessário para que as mudanças que passou por uma infinidade de organizações
aconteçam, a não ser o Tempo... Não e de desenvolvimentos... que se afasta ou que
há qualquer vestígio do começo. Não há se afastará deste estado... e desaparecerá para
qualquer perspectiva de um fim... sempre da Natureza ou, melhor, nela continuará
O Presente é a chave do Passado...” existindo, porém sob forma e faculdades
completamente distintas. Um indivíduo começa,
James Hutton (1726-1797)
cresce, vive, perece e passa. Não sucederá o
mesmo em todas as espécies? O Tempo, que
não se detém, deve colocar à larga, entre as
formas que existiram há muito, as que existem
hoje e as que existirão, a maior diferença...
E o “Nada de novo sob o céu” não é mais que
um prejuízo fundado na debilidade de nossos
órgãos, na imperfeição de nossos instrumentos
e na brevidade de nossa vida.”
Denis Diderot (1713 - 1784)
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História Geológica da Bahia

In Temporalibus... A História Geológica da Bahia...

“Do que jamais decai... como alguém escaparia?”

A
Heracleitos

dentremos a seqüência que reconstitui o passo-a-passo trilhado por nossos


terrenos. Ele é aqui reportado basicamente através de imagens paleogeográficas, isto é,
que evocam a configuração antiga dos nossos terrenos e mares. Cada uma delas busca
trazer ao observador uma visão não só daqueles momentos como da continuidade de
um instante a outro, sublinhando um processo infindo.

Acompanham-nas textos simplificados, de entendimento fácil, aos quais podem ser


facilmente associadas.

Ressalvando que, tendo sido a História Geológica foi bem mais complexa do que a
síntese do conhecimento atual que expomos, o caráter simplificado destas imagens,
com saltos indutivos e de interpretação, são condizentes ao que se encontra mais assen-
tado no Conhecimento Científico. É claro que um tema tão abrangente relacionando
estudos de tantos cientistas tem problemas para ser compilado. Afinal, há algumas
vias e teorias alternativas em relação a elementos mais ou menos específicos que são
até mesmo antípodas ou contraditórias. Estas, sempre que possível, foram citadas ou
indicadas, ainda que tenha havido escolha arbitrária de alguma das propostas visuais.

A História Geológica aqui apresentada de maneira simples está muito longe de ser
simplista. Caracteriza-se mais como um somatório de instantâneos, na tentativa de
contar ao leigo como as coisas se passaram e ao cientista ofertar uma visão geral, algo
muito caro à percepção dos fenômenos.

O lançamento, na História Geológica, de muitas referências à Vida foi realizado em


função da interrelação profunda entre ambas. Assume-se, assim, que não há História
Geológica que não seja, na sua real abrangência, também História Natural, e mesmo,
no final das contas, enfim, sua contemplação, uma profunda Filosofia Natural.
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História Geológica da Bahia

5,0 a 4,56 Bilhões de Anos Atrás (Chaotiano)

A ntes do seu surgimento, o Sol era uma nebulosa, uma nuvem colossal de poeira
e gás, que, perturbada por algum evento como a explosão de alguma estrela, começou a
girar e comprimir-se. Formou-se um grande globo central cada vez mais denso e quente.
Finalmente, o peso das camadas exteriores, impondo um imensa pressão, fez com que,
em seu núcleo, se iniciasse a fusão nuclear. Acendeu-se, assim, nossa estrelinha amarela,
cercada por anéis concêntricos de poeira e os planetesimais, isto é, grandes pedaços de
rochas primordiais, além de proto-planetas, satélites, asteroides e cometas. Dentre estes,
a nossa proto-Terra agregava-se já sólida e consideravelmente fria, com suas temperatu-
ras máximas entre 80 e 100ºC. Alguma fusão de rochas acontecia restrita e superficial,
primeiramente relacionada aos impactos constantes de um intenso bombardeio mete-
orítico primordial. Isto havendo também uma quantidade de calor bem mais intensa
que a atual, provinda da desintegração radioativa, pois havia muito mais disposição
de elementos radioativos que atualmente. Entretanto, a separação de materiais dava-
-se basicamente no estado sólido, com os compostos mais pesados afundando rumo ao
centro do nosso protoplaneta. Individualizaram-se, assim, paulatinamente a crosta,
o manto e o núcleo, e a definição clara desta estrutura interna planetária é o evento
referencial que representa formalmente aquilo que chamamos “nascimento da Terra”.

Outra visão propõe uma “origem quente”, entendendo que a pressão, a rotação, impac-
tos de meteoritos e a elevada disposição de material radioativo provocaram um hipe-
raquecimento que levou à fusão da superfície do planeta, que teria atingido 3.000°C.

Neste contexto catastrofista, há os que propõem que um protoplaneta do tamanho de


Vênus, Tellus, teria sido atingido por outro do tamanho de Marte, Theia. O impacto
teria provocado uma grande fusão das rochas ainda não tão consolidadas, fazendo com
que uma grande massa de rocha fundida fosse atirada ao espaço. Esta aspersão teria
formado a Lua, cuja superfície teria se solidificado há 4,50 a 4,44 bilhões de anos.
Outra linha defende que a Lua e a Terra se capturaram ao se aproximarem demasia-
damente, na organização do Sistema Solar, sem que entrassem em processo de choque.
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Rubens Antonio

Há 4,6 bilhões de anos, já aparecia o Sol como


uma estrela acesa. Tinha ao seu redor um disco
similar ao de Saturno, com vários anéis. Eram
formados por pequenas unidades denominadas
planetesimais, que se uniam aos poucos, sob a
forma de grandes globos. Pareciam planetas,
mas não tinham suas estruturas internas de-
finidas. Eram planetas em formação. A passa-
gem de protoplaneta a planeta efetivamente foi
dada quando se estabeleceram suas estruturas
internas. Assim, somente quando tivemos a
estruturação da Terra definida em Crosta,
Manto e Núcleo reconhecermos ter esta passado
a planeta. Isto ocorreu há 4,566 bilhões de anos.

A Terra tem, formando a Litosfera,


sua camada superior, a Crosta e o
Manto Superior. A Crosta se di-
vide em Crosta Continental, dita
granítica, e Crosta Oceânica, dita
basáltica. O Manto Superior é mais
denso, sólido, formado por rochas
ricas em Ferro e Magnésio. Abai-
xo está a Mesosfera, formada pela
Astenosfera e pelo Manto Inferior.
A Astenosfera é uma região inter-
mediária do Manto que possui 2%
fundidos. O Manto Inferior é simi-
lar ao superior, apenas mais quente
e com pressões muito maiores,
sendo totalmente sólido. Após uma
zona quimicamente intermediária
surge o Núcleo, composto por uma
mistura de Ferro e Níquel, subdivi-
dido em Núcleo Externo, que é fun-
dido, em um estado fluido-pastoso,
e o Núcleo Interno, que é sólido.
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História Geológica da Bahia

Em estudos geológicos, muitas vezes devemos estudar as rochas cortadas em finíssimas lâminas, com a es-
pessura de 3 centésimos de milímetro, para análise em microscópio. Acima, à esquerda, lâmina exibindo
uma rocha magmática, vendo-se os vazios, que são antigas bolhas, liberadas quando no estado de lava. À
direita, lâmina de um mineral de Cobre, a malaquita, que pode ser visto em sua cor natural, verde-vivo.

Acima, à esquerda, imagem de uma lâmina delgada de rocha do Município de Ipiaú, vista ao micros-
cópio, ampliando cerca de 25 vezes alguns minerais, que possuem tamanho real pouco maior que um
milímetro. - À direita, lâmina de minério de Cromo, exibindo uma raridade, pois a cromita, que são os
pontos pretos, tem junto cristais avermelhados de rubi, do Município de Guajeru.

Para alguns estudos, as rochas são cortadas em secções


polidas. A análise à luz refletida é das melhores para
minerais metálicos. Ao lado, secções mostrando miné-
rios de Ouro e de Cobre.
Imagens desta página gentilmente cedidas por Ray-
mundo José Bulcão Fróes. - Companhia Baiana de
Pesquisa Mineral.
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História Geológica da Bahia

4,56 a 4,0 Bilhões de A nos Atrás (H adeano)

O s cem milhões de anos iniciais do nosso planeta foram dominados pela queda, do
espaço, dos planetesimais que restaram da origem do Sistema Solar. Formavam nossa
atmosfera os gases Hidrogênio e Hélio, os dióxidos de enxofre e de carbono, metano,
amoníaco, vapores de ácidos clorídrico, fluorídrico e d’água. Os dois primeiros escapa-
ram para o espaço, esgotando-se, há 4,47 bilhões de anos. Não havia Oxigênio livre e
a água só existia juvenil, isto é, emanada de vulcões, além da que eventualmente caía
do espaço, em cometas, então bem mais abundantes.
Os estudiosos adeptos da “origem quente” entendem que, se a Terra não surgiu com um
mar de lava, o bombardeio ocorreu em tal intensidade que, aliado a uma desintegração
radioativa muito mais intensa que a atual, chegou a, senão no estágio de protoplaneta,
neste estágio planetário inicial, fundir a Crosta, com temperatura próxima a 3.000°C.
Porém, indicam que esta teria declinado nos primeiros dez mil anos até 2.500°C, expe-
rimentou uma queda suave chegando, em um milhão de anos, a 1.800°C, mergulhando
vertiginosamente, chegando, com 10 milhões de anos de idade, a menos de 100°C.
A visão de uma “origem fria” e fundamentalmente sólida indica que, se acontecia o
bombardeio meteorítico, este efetivamente provocava fraturas e afundamentos enormes
naquela frágil crosta primordial. Aliado à maior desintegração radioativa, favorecia efu-
sões de lava, entretanto, estas eram provavelmente localizadas e restritas em dimensão.
Seja como for, as rochas organizavam-se em pequenas placas superficiais de até setenta
quilômetros de diâmetro médio, eram arrastadas e afundavam facilmente nas camadas
inferiores. Tudo em tal intensidade que provocava uma rápida reciclagem da crosta,
mesmo em estado sólido, sendo esta constantemente destruída e reconstruída a diversos
níveis. Isto nos remete a uma História de Terra que, desde o início, mostra a tendência
à expulsão do material mais leve, rumo à superfície. Nisto, 10% do material crustal
atual foram separados nos primeiros 500 mil anos de existência do nosso planeta. Neste
processo, foram necessários 10 milhões de anos para que a Litosfera, isto é, a Crosta
e o Manto Superior, chegasse a uma espessura média de 38km estáveis e 100 milhões

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Rubens Antonio

de anos para chegar muito localmente até impressionantes e relativamente estáveis


107km. Isto numa Terra em que a velocidade de giro era tão alta que em três a cinco
horas efetuava uma rotação completa, o que fazia com que um ano tivesse 2935 dias.
Com a reflexão, por então, de 60% da luz solar, a luminosidade que atingia a superfície
do nosso planeta equivalia a 30 a 40% da atual. Esta baixa insolação favorecia tempera-
turas mais amenas, permitindo chuvas intensas, formando lagos imensos, logo tornados
mares. Podemos falar de oceanos entre 4,4 e 4,3 bilhões de anos atrás, com águas que
quase não possuíam Cloreto de Sódio, o sal mais comum atualmente, exibindo dissol-
vidos e dominantes óxidos de Ferro, Manganês, Silício, Carbono, Cálcio e Magnésio.
Entre 100 e 300 milhões de anos após a origem da Terra, provavelmente, havia con-
dições de surgimento da Vida, nas suas águas primevas. Entretanto, grandes impactos
meteoríticos teriam conseguido até vaporizar, ainda que só em parte, mares primor-
diais, eliminando a Vida mais antiga. Entende-se, assim, que a origem da Vida pode
ter ocorrido muitas vezes, em múltiplas ocasiões. Porém, esta só deve ter se tornado um
fenômeno mais estável quando surgida mais recentemente que 4,0 bilhões de anos atrás.
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História Geológica da Bahia

Mapa Bouguer da Bahia


Feito a partir de registros de valores de gravidade,
torna-se um verdadeiro retrato das profundidades
da Crosta em nossos terrenos. A cor azul indica as
áreas do domínio de bacias sedimentares, portanto
mais pesadas. Nelas a Crosta afunda profundamen-
te no Manto.
A vasta região azul no centro do Estado é dominada
pela Chapada Diamantina
e pelo Espinhaço. A nordeste, o núcleo azul é ex-
pressão da Bacia do Recôncavo Baiano.
É indicada, nessas bacias sedimentares, uma pro-
fundidade máxima de 42 quilômetros.
Fonte: Companhia de Pesquisa dos Recursos Mi-
nerais - CPRM (atual Serviço Geológico do Brasil
- CPRM)

O calor interior oriundo de fontes radioativas era mais intenso na terra juvenil, pois
muitos isótopos radioativos já se desintegraram quase totalmente. Entretanto, a Terra
ainda se configura, hoje, como uma bomba térmica, com a base da Crosta a 1200°C, o
Manto Superior a 1400°C e o Manto Inferior a 3.700°C. O Núcleo Externo vai a 4.300°C.
O Núcleo Interno chega a 7.770°C, significando ser mais quente que a superfície do Sol.
Uma referência interessante é o Grau Geotérmico, o qual indica quantos metros cavados
na Terra são necessários para que a temperatura se eleve 1ºC. Em algumas regiões de
crosta fria como no Canadá e na África do Sul são necessários 125 metros. Em regiões
de atividade vulcânica entre 20 e 5 metros e já se eleva a temperatura 1ºC.
Todas estas diferenças superficiais acaba compensada e equilibrada na base da crosta.
Caldas do Jorro, no Município de Tucano, apresenta água termal que provém de uma
perfuração feita pelo Conselho Nacional do Petróleo, de 1948 a 1949. Com diâmetro de
20cm no alto e 15cm no fundo, atravessa lençóis de água em arenitos, entre 302 e 317m,
entre 392 e 428m e entre 562 e 573m de profundidade, antes de chegar a 1.861,41m, onde
foi encerrada. Com vazão constante de água de 111 mil litros por hora, contém Sulfatos
de Cálcio e Magnésio, Cloreto de Sódio, Carbonatos de Sódio, de Potássio e de Magnésio.
Surge na superfície a 48ºC, sem vínculo com vulcanismo, fruto somente do grau geotér-
mico. Havendo três lençóis elevam-se dificuldades para calcular o grau geotérmico local.
As estimativas oscilam entre 20 e 28 metros necessários para cada 1ºC de aquecimento.
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História Geológica da Bahia

4,0 a 3,5 Bilhões de A nos Atrás (Eoarqueano ao Paleoarqueano)

O bombardeio meteorítico, que vinha diminuindo, após um grande aumento entre


3,9 e 3,84 bilhões de anos, arrefecera de vez, tornando-se similar ao atual há 3,8 bilhões
de anos. As trocas entre as camadas da Terra eram ainda muito rápidas, atingindo, por
exemplo, 5 metros por ano entre o Manto Superior e o Manto Inferior. Entretanto, o ritmo
diminuía, possibilitando, há 3,5 bilhões de anos, a formação de pequenos protoconti-
nentes mais duradouros. Se, atualmente, temos uma Crosta continental com 40 km de
espessura média, mal chegava então, em média, a 10km, apesar de profundidades muito
maiores localizadas. Nas áreas de crosta oceânica, cuja composição ia se diferenciando
cada vez mais da continental, a espessura permanecia, em média, não muito maior que
1 km, bem diferente dos atuais 15km médios, porém aumentava rapidamente.
Das primeiras rochas formadas só restaram componentes de resistência extrema, desta-
cando-se o mineral zircão, registro mais antigo destes primeiros tempos, com datações
de até 4,14 bilhões de anos, encontradas no Canadá. Os zircões baianos mais antigos
vêm de carbonados, que são diamantes de baixa cristalização, de Andaraí, atingindo
3,8 bilhões de anos de idade. Isto nos nossos terrenos que não passavam de ilhas com
grandes mares internos, nos quais fraturamentos com dezenas de quilômetros formavam
corredores de afundamentos, sob a forma de baixadas alongadas. Neles, derrames de
lavas muito fluidas escorriam intensamente no nosso principal núcleo antigo. o Bloco de
Lençóis, também conhecido como Bloco Gavião, unidade primeira dos nossos terrenos.
Há 3,5 bilhões de anos, a iluminação solar, filtrada por altos percentuais de CO2, vapor
d’água e metano, reduzia-se a 85 a 70% da atual, mantendo a temperatura atmosférica
com médias entre 30 e 50ºC. As águas de mares e oceanos tinham temperatura média
em torno de 40ºC, com máximas entre 55 e 85ºC. E foi neste ambiente que a Vida es-
tável surgiu, entre 4,0 e 3,8 bilhões de anos atrás, formada por seres termófilos, isto é,
que tinham seu ambiente ideal em temperaturas elevadas. Estes começaram a praticar,
primeiramente, quimiosíntese e logo a fotossíntese, neste primeiro momento, anóxida,
ou seja, não liberando Oxigênio. Influenciaram diretamente no ambiente, fazendo dos
antigos mares e oceanos sulfatados um novo ambiente sulfetado.
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História Geológica da Bahia

3,5 a 3,3 Bilhões de A nos Atrás (Paleoarqueano - Mesoarqueano)

E ra ainda um momento dominado por um processo de transformação relativamente


rápida, portanto, de superfície planetária instável. E, devido à elevada circulação de
calor, a crosta oceânica crescera estupendamente. Se, atualmente, tem espessura mé-
dia de 10km, podia chegar, a dinâmica e instabilidade poderia criar adensamentos e,
por então, levar à média de 25 km, que constitui seu atual máximo muito localizado.
Golfos e mares intracontinentais constituíam ambientes de baixa circulação das águas.
Em suas profundezas eram depositadas grandes quantidades de areias a argilas que só
não os entupiam, pois esta carga era contrabalanceada pelos afundamentos intensos
destas bacias. Isto se tornou tão expressivo que, acompanhando uma invasão ainda mais
acentuada de águas, através de rede de fissuras, emergiu magma abundante. Derrames
de lava eram despejados intensamente nos fundos marinhos, sendo encontrados seus
representantes nas regiões de Contendas, Boquira, Brumado, Irajuba e Jequié.
Além disto, a distensão dos terrenos acabou favorecendo a penetração de magma menos
fluido, tipo granítico, transformado nos maciços de Boa Vista - Mata Verde, Serra dos
Meira e Boa Sorte, além de, a oeste, o Sete Voltas, localizados entre as cidades de Anagé,
Vitória da Conquista e o Rio de Contas. O Maciço Boa Vista - Mata Verde tem, em seu
interior, algumas das rochas mais antigas datadas na Bahia, que atingem 3,44 bilhões
de anos de idade. No centro-norte da nossa porção microcontinental primeira, o Bloco
de Lençóis, iniciou-se um grande processo de quebra. Este evento podia ser bem visu-
alizado pela sequência de lagos dominados pelas fraturas e afundamentos alinhados.

Foram sido encontrados na Austrália, datando de 3,465 bilhões de anos, os mais indi-
cadores mais antigos da Vida fotossintetizante com liberação de Oxigênio. Com isto,
a Vida, que transformara os Mares e Oceanos, de Sulfatados em Sulfetados, começa
a retransformá-los. Entretanto, esta fotossíntese que libera Oxigênio, neste primeiro
momento, conseguira levá-lo, na atmosfera, a somente 1/7.000 da concentração atual.
Qualquer maior quantidade somente ocorria em agregações maiores de seres vivos, os
quais produziam pequenos e instáveis oásis de Oxigênio.
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Rubens Antonio

As rochas originais da Terra encontram-se, devido aos seus


clima e dinâmica, destruídas. Daí, para o estudo das suas
origens, podemos recorrer a elementos externos. Ao lado, um
fragmento da rocha mais antiga encontrada em nosso pla-
neta, o Meteorito Allende, descoberto no México. Com base
nele afirmamos datar a origem do Sistema Solar e, portanto,
também da Terra, em 4,568 a 4,566 bilhões de anos.
Fonte da imagem: commons_wikimedia
Das rochas mais antigas da Terra restam apenas seus minerais mais re-
sistentes, os zircões. Os dois exemplares superiores ao lado, do Canadá,
têm 4,14 a 3,96 bilhões de anos. Algumas datações, entretanto, atingem
até 4,40 a 4,36 bilhões de anos, em zircões encontrados na Austrália. Na
Bahia, as datações mais antigas estão nos zircões contidos em carbonados,
que são diamantes de baixa cristalização, em rochas sedimentares do Mu-
nicípio de Andaraí: 3,8 ±1,8 a 3,3 ±0,7 bilhões de anos. Os zircões baianos
mais antigos encontrados em rocha ígnea datam de 3,614 bilhões de anos,
sendo um exemplar, em forma de gota, visto ao lado, do Município de Eu-
clides da Cunha. - imagem gentilmente cedida por Débora Correia Rios.
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História Geológica da Bahia

As rochas baianas mais antigas que persistiram, apesar de muito deformadas e refundidas em
nível diverso, datam de 3,61 a 3,20 bilhões de anos, dispersas desde o centro-sul do Estado, nas
imediações de Brumado e Aracatu, subindo por Macajuba, Várzea do Poço, Mairi, Miranga-
ba, Piritiba, Lajedinho, Itaetê, Iramaia, Miguel Calmon, Ituaçu, Jacobina, Caldeirão Grande,
Senhor do Bonfim, até a região de Juazeiro. Na imagem acima, a porção cinzento - azulada
mais escura tem 3,44 bilhões de anos de idade, localizando-se no Município de Brumado. Foto
gentilmente cedida por José Carlos Cunha - CBPM.

O gnaisse Acasta, do Canadá, visto ao lado, é a rocha mais


antiga encontrada no Mundo, com 4,03 bilhões de anos. O
entendimento é de que se trata de uma rocha ígnea gra-
nitóide que se introduziu em outras mais antigas, há 4,2
bilhões de anos atrás. Esta datação mais antiga provém
de zircões restantes da rocha ígnea original. A data mais
recente é a da sua transformação, por metamorfismo.
Há indicações, também do Canadá, de que algumas
rochas datariam de 4,28 bilhões de anos.
Fonte da imagem: commons_wikimedia
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Rubens Antonio

Ser Geólogo é, antes de tudo, ter


a necessidade de conviver com a
Natureza, não como uma escolha
pessoal. É como uma espécie de
desígnio, para que mostremos
aos humanos que a Natureza
deseja ser decifrada, pois, ao
compreendê-la, saberemos ao que
viemos.
A sua sabedoria está no fato de
que, ao tentarmos decifrá-la, ela
nos fornece condições e meios
para produzirmos bens e serviços
de utilidade para nós mesmos,
como uma espécie de recompensa
pelo esforço de sabermos ao que
viemos. A sabedoria da natureza
também está no fato de ela nos
transmitir que nem tudo que
produzimos ou que fazemos é
perfeito, deixando muito claro que
só ela é perfeita.
Ao tentarmos decifrá-la com
sofreguidão, produzimos muitos
erros, sendo estes erros uma maneira
sutil de ela nos ensinar que a pressa é
inimiga da perfeição.
Como ela deixou transparecer
para Isaac Asimov, um belo dia a
humanidade dirá: Fiat Lux!
E então saberemos a que viemos.

Juracy de Freitas Mascarenhas


Geólogo - formado em 1963

40
História Geológica da Bahia

Ser Geólogo é ser sempre um curioso acerca


dos fenômenos responsáveis pela formação e
evolução do Mundo em que vivemos.
É deslumbrar-se com um pôr-de-Sol no campo,
com os espeleotemas de uma caverna, com
uma cachoeira ou uma paisagem da Chapada
Diamantina.
É tentar dividir estas satisfações com outras
pessoas, comunicar descobertas, esclarecer
dúvidas...
É saber que Geologia não é apenas pesquisar
minerais... É viver a Terra.

Augusto José de Cerqueira Lima Pedreira da


Silva - Geólogo - formado em 1966

41
História Geológica da Bahia

3,3 a 3,1 Bilhões de A nos Atrás (Paleoarqueano - Mesoarqueano)

O momento, em nossos terrenos, era do aumento da presença de fendas enormes,


com afundamentos de áreas imensas. Isto permitia avanços maiores de novos mares,
destacando-se os Mares de Mundo Novo, Contendas e Brumado. O quadro era espe-
cialmente dramático nas profundidades daqueles localizados nas regiões de Brumado,
Contendas, Mundo Novo e Jacobina onde ocorriam grandes intrusões e derrames de
lava, manifestações que significam, para o nosso contexto, que se implantava uma crosta
oceânica. Portanto, a tendência era de o esfacelamento ser assumido pelos nossos ter-
renos juvenis, e a aquela primeira e instável conjunção deixar de existir. O nosso Bloco
de Lençóis teve, inclusive, sua porção nordeste quebrada, e que passara a iniciar uma
jornada de afastamento. Era o pequeno Bloco de Mairi. Entre ele e a parte principal do
Bloco de Lençóis, o Mar de Mundo Novo transformava-se em um proto-oceano.

Os vulcões ainda despejavam produtos diversos nas águas oceânicas, mas algo mudara,
pois os óxidos de Silício e de Ferro começaram a ser depositados, criando acumulações
nos fundos dos Oceanos e Mares. Ao mesmo tempo, a atmosfera se modificava vagaro-
samente, com o Nitrogênio com participação crescente, chegando a 55%, enquanto o
Gás Carbônico caíra a 20% do total. Este evento é indicador de que iniciara a Vida, a
qual começara a influenciar no ambiente como um todo, alterando-o, através da fotos-
síntese. Se o Oxigênio livre, para este momento, simplesmente mantinha-se nulo, era
porque todo aquele que fora produzido era ainda empregado na transformação dos an-
tigos compostos que estavam dissolvidos nas águas, fazendo com que se precipitassem.

Entretanto, colocação de grandes granitóides, em profundidade, também era uma marca,


destacando-se o Granitóide de Ambrósio, de 3,162 bilhões de anos, na região Santaluz.

Com a luminosidade solar chegando, por então, a 77% da atual, parte dos estudos
indica que as águas de mares e oceanos, tinham uma temperatura média global entre
35ºC e 30ºC. Entretanto, alguns estudiosos entendem que a velocidade de seu resfria-
mento foi muito inferior, estando, por então, em torno de 75ºC e 55ºC. Neste caso, as
chuvas caíam com temperatura 70ºC e acidez similar à de um vinagre.
43
História Geológica da Bahia

3,1 a 3,0 Bilhões de A nos Atrás (Mesoarqueano)

O s mares, em processo de oceanização, pareciam apontar para a cisão irremediável


da nossa antiga ilha-continente. O Bloco Mairi, separada do Bloco de Lençóis, ainda
afastava-se com rumo nordeste. As lavas emergiam abundantes das grandes fendas,
derramando-se no fundo destes pré-oceanos, trazendo junto diversos compostos quí-
micos, enquanto a composição dos já oceanos alterava-se rapidamente. Entretanto,
ultrapassava-se o ápice desse processo de um estilhaçamento e, aos poucos, arrefeciam
os esforços que levaram ao fraturamento e afundamento dos terrenos, com a invasão
dos mares. Em profundidade, relacionado à tensão ainda existente, ainda era forte a
colocação de granitóides, como o de Araci, de 3,072 bilhões de anos.

Os óxidos de Silício e de Ferro se mantinham dissolvidos com dificuldade crescente.


Afinal, a Vida primitiva passaram a praticar a fotossíntese, começando a absorver gás
carbônico e liberar oxigênio. Isto provocou a oxidação do Ferro, que começou a afundar,
passando a formar depósitos cada vez mais espessos nos fundos oceânicos. Alternava-se
com a sílica, provavelmente devido às mudanças de estações, por estas ocasionalmente
inibirem ou estimularem a fotossíntese. Originavam-se as formações ferríferas que, em
nível mundial, tornaram-se as principais fontes atuais de Ferro. O pequeno exceden-
te de oxigênio chegava, há 3,0 bilhões de anos, à atmosfera, agregando-se localmente
como oásis gasosos, atingindo, no todo, 1/1000 da sua concentração atmosférica atual.

Nos mares e oceanos, para aqueles que entendem que houve um caminho de resfriamen-
to mais rápido, as águas tinham temperaturas médias provavelmente entre 30 e 25ºC.

A dinâmica caía cada vez mais, apesar de ser ainda muito intensa, comparando-se
com nossa atualidade. A Terra chegara a 3,2 bilhões de anos atrás com um dia de seis
horas e um ano de 1447 dias. Mas, com a diminuição da sua velocidade de rotação, os
dias passaram a ter sete horas, enquanto o ano ficou reduzido a um total de 1235 dias
há 3,0 bilhões de anos. Entretanto, alguns estudiosos indicam que a velocidade com
que a Terra freiou teria sido ainda maior, chegando-se, por então, a dias com 14 horas.

45
História Geológica da Bahia

3,0 a 2,8 Bilhões de A nos Atrás (Mesoarqueano)

A presença de derrames vulcânicos com lavas altamente fluidas deixava estru-


turas com formas almofadadas no fundo dos nossos antigos mares. Se, atualmente, a
temperatura de uma lava similar chega a máximos entre 1200 e 1480°C, por então,
chegava a máximos geralmente entre 1600 e 1650°C, com picos prováveis indo até
1800°C. Ascendia o calor e parte do magma desde entre 200 e 300km de profundi-
dade. Isto nos conduz a perceber que, há 3,0 e 2,9 bilhões de anos, abaixo da Crosta
terrestre, o Manto estava a temperaturas até 500°C mais quentes que na atualidade.

Porém, logo a tendência anterior de distensão e esfacelamento dos nossos terrenos


deixava de existir. Invertera-se a situação e uma compressão cada vez maior passara
a ser dominante. Os afundamentos não mais eram favorecidos e tendiam a deixar de
existir. Em consequência, os antigos mares internos foram sendo eliminados. O vul-
canismo perdia, aos poucos, o caráter de derrames muito fluidos, tornando-se cada
vez mais explosivo. O mesmo evento não só eliminava, aos poucos, os mares e suas
respectivas bacias de deposição, como fazia com que os sedimentos que estavam em
suas profundezas fossem comprimidos. As antigas argilas e areias foram sendo cada
vez mais enrijecidas, transformando-se em rochas sedimentares que eram empurra-
das para cima. Logo estava se transformando esta grande quantidade de rochas na
matéria-prima de novas montanhas, num processo de eliminação gradativa daqueles
nossos mares das regiões de Boquira, Ibiajara, Riacho de Santana.

Neste mesmo momento, juntando-se ao quadro de intensa compressão, a leste, no Oce-


ano Arqueano, um novo componente adentrara a cena. Avançando em direção ao nosso
Bloco de Lençóis, começava a marcar sua presença uma nova grande ilha. Deslizava
lentamente, passando a participar do espetáculo, o também nosso Bloco do Jequié.

Em termos mundiais, há indicativos de que aconteceu uma grande glaciação há 2,9


bilhões de anos, a Glaciação Pangola, sem evidências em nossos terrenos. Isto en-
quanto a nossa atmosfera apresentava volume de Nitrogênio de 75% e o CO2 caíra a
15%, com a iluminação solar que atingia a superfície representando 80% da atual.
47
Rubens Antonio

Os processos de entre 3,1 e 3,0 bilhões de anos atrás provocaram muito do surgimento dos grandes com-
plexos de rochas que formaram o embasamento dos nossos terrenos. A rocha acima, do Município de
Queimadas, mostra o quanto um material pode ser alterado na História Geológica.
Originalmente tratava-se de um sedimento no fundo de alguma das nossas antigas bacias. A pressão e
a temperatura a transformaram, primeiramente, em uma rocha sedimentar. O aumento ainda maior da
pressão e da temperatura fizeram-na tornar-se uma rocha metamórfica, no caso, um gnaiss, com seu visual
mais bandado. Acontece que continuação do processo, dispondo a rocha dos componentes adequados,
fez com que ela começasse a fundir. Isto é, transformava-se em magma, processo que atingiu um certo
nível, conforme podemos ver que parte dela perdeu o bandamento na porção inferior da foto. Entretanto
a fusão foi parcial, pois sua solidificação se deu antes que o processo se encerrasse, poupando a parte da
rocha que aparece na área superior da fotografia.
48
História Geológica da Bahia

Há cerca de 3 bilhões de
anos, em terrenos atu-
almente pertencentes ao
Município de Umbura-
nas, aconteceu um derra-
me vulcânico. Na foto ao
lado, vemos essas antigas
rochas na atualidade. Sua
estrutura em “lavas almo-
fadadas” indica que esse
derrame foi no fundo de
um mar que ali existia. -
Imagem gentilmente cedi-
da por José Carlos Cunha
– Companhia Baiana de
Pesquisa Mineral.

Rocha ígnea, datada de 2,9 bilhões de anos, com textura típica exclusiva de derrames vulcânicos sub-
marinos e lavas básicas, altamente fluidas, com temperatura entre 1650 e 1600°C. - Município de Bru-
mado - Amostra gentilmente cedida por José Carlos Cunha – Companhia Baiana de Pesquisa Mineral.

49
História Geológica da Bahia

2,8 a 2,7 Bilhões de A nos Atrás (Neoarqueano)

P rogredindo aos poucos, com apogeu há


2,7 bilhões de anos, deu-se afinal o choque
entre o Bloco do Jequié e o Bloco de Lençóis,
provocando o acentuamento do processo de
compressão, que já vinha produzindo rochas
e elevações. A força do evento foi tal que estes
blocos fundiram-se completamente, unifican-
do-se. A porção Norte-Nordeste do conjunto,
o Bloco de Mairi, que antes estava se desta-
cando, retornara em direção à sua origem.
Acabou sendo reincorporado ao todo. Neste
contexto, as bacias de outrora, onde estavam
instalados os mares e proto-oceanos, foram
eliminadas. Seus sedimentos, comprimidos
a extremos, elevaram-se, enrijeceram-se,
tornaram-se serras.

No processo de choque dessas antigas grandes


ilhas, suas bordas acabaram mergulhando
sob as outras, sendo levadas algumas das
suas partes para profundidades muito maio-
res. Em função disso, muito do seu material
acabou fundindo-se, transformando-se em
novo magma.

A leste, fora do nosso campo de visada, o grande provocador da compressão, a arqueo-


-África avançava paulatinamente em nossa direção, provocando um grande amarro-
tamento do piso oceânico vizinho. Em seu litoral, como fruto desse mesmo amarro-
tamento da crosta, surgira um arco-de-ilhas, com aparência similar à do Japão atual.

51
Rubens Antonio

“O tempo tudo tira e tudo dá... tudo se “A primeira sugestão da deriva continental
transforma, nada se destrói. me veio em 1910, contemplando um mapa,
(...) pensando sobre a congruência das costas de
cada lado do Atlântico. Não dei muita atenção
Esta Terra é igualmente percebida por
à idéia, porque achei improvável. Em 1911,
aqueles que residem em outros astros pelo
li um resumo com evidências paleontológicas
esplendor que difunde da superfície dos
de uma ligação terrestre entre Brasil e África.
mares... superfície esta que não se modifica,
Agreguei pesquisas geológicas e paleontológicas
senão em enormes intervalos de idades...
relevantes e elas forneceram tantas corroborações
período no qual os mares se mudam em
consistentes que a convicção silenciosa da idéia
continentes e os continentes em mares.”
adentrou minha mente. Então, em 6 de janeiro
Giordano Bruno (1548 - 1600) de 1912, assumi a idéia da deriva continental
pela primeira vez...”
Alfred Lothar Wegener (1880 — 1930)
52
História Geológica da Bahia

O movimento dos continentes resulta da dimensão, da estrutura e especialmente do interior terrestre ser
um grande emissor de calor. Este se deve um pouco a uma herança da formação do nosso planeta e a maior
parte a fontes radioativas atuais. Quando sobe das profundezas, tem a saída cerceada ou bloqueada pelos
continentes, fazendo com que se acumule tensão sob eles. Isto, finalmente, obriga-os a se deslocarem ou
se romperem, para que o calor possa escapar. Na imagem acima, da NASA - EUA, vemos a distribuição
das placas atuais, com seus limites em amarelo. As partes em verde azulado claro, contornando os conti-
nentes, são áreas continentais submersas, não oceânicas. A crosta oceânica surge em azuis escuro e claro.
As placas representam a Litosfera do nosso planeta, sendo formadas pela Crosta e pelo Manto Superior,
que deslizam sobre uma inferior, a Mesosfera. Esta camada inferior é formada pela Astenosfera, que é
uma região intermediária do Manto com 2% de rocha fundidos, os quais possibilitam o movimento da
Litosfera, e a região subjacente, o Manto Inferior, que é sólido.

Crosta
Litosfera
Manto
superior
Astenosfera
Mesosfera
Manto
inferior
53
Rubens Antonio

54
História Geológica da Bahia

2,7 a 2,6 Bilhões de A nos Atrás (Neoarqueano)

A presença de granitos penetrando as profundezas dos nossos terrenos tornara-


-se bem maior. Era o resultado da fusão de partes dos blocos continentais empurrados
para profundidades maiores, sob outros blocos. As antigas rochas fundiam-se a níveis
diversos, originando o magma que produziu novos granitos, geralmente, neste momento,
ainda bem marcados pela compressão. Na verdade, fenômenos assim são comuns na
dinâmica das placas que compõem a crosta terrestre. Isto porque, quando duas placas
se chocam, a tendência é de que, acompanhando os ajustes de superfície, uma acabe
tendo partes mergulhando sob a outra. Se duas placas continentais colidem, a mais
pesada, que é aquela que estiver sendo empurrada pela maior placa oceânica, terá suas
bordas mergulhadas sob a outra. Se o choque é entre uma placa oceânica e uma conti-
nental, a oceânica afundará. Entre duas placas oceânicas, afundará a maior das duas.

A união final dos Blocos de Lençóis, Mairi e Jequié estabelecia um bloco uno, o qual
permanece com a designação primeira de Bloco de Lençóis ou Bloco Gavião. Este qua-
dro marca o encerramento do ciclo formador do cerne mais antigo dos nossos terrenos.

Porém, a nordeste, aproximava-se um novo participante, uma ilha, o Bloco Serrinha,


cuja formação se iniciara há 3,2 a 3,1 bilhões de anos, distante dos outros blocos, vin-
do ao encontro ao nosso grande Bloco de Lençóis. A leste, rumava em nossa direção
outra ilha, o Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá, que neste momento se individualizava,
ressalvando-se que alguns estudiosos têm dúvidas quanto à individualização deste Bloco.

E, rematando o quadro, ainda bem além do nosso campo de visão, a grande placa con-
tinental da arqueo-África entrava em choque com o arco de ilhas que era seu vizinho,
na sua jornada em nossa direção. O Bloco de Serrinha e a arqueo-África chegavam
como partícipes do novo ciclo que logo iniciaria e afetaria intensamente nossos terrenos.

Neste momento, os mares sofreram um grande rebaixamento, sendo estimulada uma


profunda crise na Vida. Cerceou-se a fotossíntese e, portanto, a liberação de Oxigênio.
Com isto, o Ferro emanado dos vulcões tendeu a se manter solubilizado nas águas.
55
Rubens Antonio

A Serra de Irajuba, destacada em cor amarelada, é resultado de um processo que comprimiu, dobrou e
redobrou areias quartzosas que se depositaram no contexto de um antigo mar interior baiano.
Transformou-se em uma referência da amplitude dos fenômenos geológicos, assim como a megaestrutura
aproximadamente circular com cerca de 12 quilômetros de diâmetro vista ao alto à direita, localizada na
região de Brejões. Esta, para alguns estudiosos, é um falso domo, tratando-se também de resultado do
severo dobramento. - Integração de imagens em cores indicando relevo da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária - Embrapa e do Projeto Radam - Brasil.

A deposição de areias quart-


zosas, em uma bacia sedimen-
tar, foi sobreposta por outras
camadas. Esforços tectônicos
dobraram estas camadas e as
redobraram. A configuração
final da Serra de Irajuba com
projeção em profundidade
aparece neste esboço, tendo
assumido esta configuração
há 2,7 bilhões de anos. Houve
ainda mais um redobramento
perpendicular suave, então
intemperismo e erosão trou-
xeram-na à superfície.
56
História Geológica da Bahia

Ventos murmuram seus quase-silêncios nos altos da Serra de Irajuba, suavizando uma longa história
que oculta as páginas de trajetória tormentosa, que o sentir e o entender da História Geológica revelam.

No caso da Serra de Irajuba, tínhamos uma bacia sedimentar


em que, além da presença de outros sedimentos, destacava-se
o volume de areias ricas em quartzo.
Quando esta unidade geológica se viu comprimida, suas an-
tigas areias quartzosas, primeiramente, compactadas e algo
transformadas, tornaram-se arenito, uma rocha sedimentar.
A enorme compressão formara grandes dobramentos alonga-
dos, com até dezenas de quilômetros de extensão. Ao mesmo
tempo, mais modificações ocorressem no que foram as antigas
areias quartzosas.
O afundamento e a compressão das camadas ocorreu a tal
intensidade que fez com que pressões e temperaturas se ele-
vassem muito. Foi assim que a rocha sedimentar, o arenito se
viu transformado em um quartzito, uma rocha metamórfica.
A persistência ou reassumir dos esforços de dobramento,
segundo a mesma direção, fez com que as antigas grandes
dobras fossem redobradas.
Desenvolveu-se, desta maneira, a megaestrutura de dobra-
mento, materializada na Serra Quartzítica de Irajuba.
57
Rubens Antonio

Corte exibindo o Quartzito de Irajuba, com suas antigas estruturas sedimentares quase irreconhecíveis,
em meios a fraturamentos, recristalizações e mobilizações posteriores.

Acima, à esquerda, amostra do Quartzito de Irajuba com 25cm de comprimento. Originalmente um se-
dimento rico em quartzo, depositado em uma bacia sedimentar, contém 80 a 90% de quartzo e, dentre
outros minerais, um chamado hiperstênio. Sua presença significa que esta rocha foi submetida, quando
da sua compressão, a elevadíssimas temperatura e pressão. O antigo sedimento chegou a ser conduzido
a mais de 10 quilômetros de profundidade e a temperaturas acima de 800°C. Intemperismo e erosão, ao
longo Tempo Geológico, incumbiram-se de, lentamente, trazer esta rocha de volta à superfície.
Se a serra nos fala de grandes tensões geológicas, amostras de mão podem contar outros detalhes ou re-
flexos destes eventos. Esta amostra exibe uma deformação das antigas areias por dobramento em estado
dúctil ou maleável, representada na ilustração inferior acima à direita. Depois, quando estava já em
ascensão, mais próxima à superfície, onde, com menores pressão e temperatura, era menos dúctil, novas
tensões produziram pequenas falhas, isto é, fraturas com deslocamento, na sua extremidade esquerda.
58
História Geológica da Bahia

Uma rocha do Município de Macajuba oriunda de antigos sedimentos que foram submetidos a compressão
com elevadas pressão e temperatura, passando a rocha sedimentar e chegando, finalmente, a um gnais-
se, uma rocha metamórfica. Neste caso, o processo se deu a tal ponto que aconteceu uma fusão parcial
do antigo material. As figuras que se vêem são dobras redobradas, como as do Quartzito do Irajuba,
diferindo, aqui, por o dobramento e o redobramento ocorrerem devido a forças de direções diferentes.

A depender da orientação dos esforços, em relação às camadas,


podemos ter resultados distintos. À esquerda, uma liustração
exibindo consequências de dobramento e redobramento com
direções diferentes.
No caso da deformação de uma bacia sedimentar, isto significa
em dois eventos com esforços com direções diferentes.
A resultante, em um corte horizontal, é um padrão que mostra
figuras em ovais mais ou menos distorcidas.
Foi este o caso cuja resultante formou o gnaisse da fotografia
acima. Portanto, podemos afirmar que este gnaisse é fruto de
duas deformações, as quais produziram as figuras que nele
vemos, em corte horizontal.
59
Rubens Antonio

Dentre os eventos que afetaram os nossos


terrenos, houve uma grande emanação
de minerais com elementos metálicos,
a partir de fontes magmáticas. Um dos
mares interiores baianos banhava a região
do atual Município de Boquira, há 2,8 a
2,7 bilhões de anos. Este possuía, em seu
fundo, fontes vulcânicas que exalavam
chumbo, que se assentava disputando o
fundo com o Ferro que se precipitava,
derrames de lava e sedimentos diversos.
A eliminação deste mar fez a galena,
minério de chumbo, visto ao lado, fazer
parte das rochas sedimentares em que os
antigos sedimentos se transformaram.

Há 2,8 a 2,7 bilhões de anos, a região de


Brumado era dominada por baixios inva-
didos por um mar interior. O seu visual era
de um golfo marcado por este ambiente
marinho restrito, dado a eventos de divisão
e subdivisão, formando pequenas áreas de
águas rasas e evaporação intensa.
Constituía uma bacia sedimentar com
águas em cujo fundo eram depositados
sedimentos diversos, como areias, argilas,
formações ferríferas, disputando espaço
com lavas muito fluidas. Acontecia aí,
especialmente, uma intensa deposição de
material carbonático rico em Magnésio.
Quando da eliminação deste mar, há 2,7
bilhões de anos, os antigos depósitos quí-
micos dominados por carbonatos magne-
síferos se solidificaram.
Formaram-se, desta maneira, os grandes
depósitos de Magnesita, o principal carbo-
nato de Magnésio.
60
História Geológica da Bahia

Os eventos do choque dos Blocos Jequié e Lençóis formaram muitas elevações, entre 2,8 a 2,68 bilhões de
anos atrás. Uma é a retratada acima, no Município de Itatim, com cerca de 250 metros de diferença de
altitude em relação ao em-torno. Transformou-se em um dos nossos muitos inselbergues, que são monta-
nhas ou elevações residuais de antigos processos intempéricos, especialmente os físicos, com consideráveis
ângulos em sua relação com os terrenos em-torno. Enquanto os inselbergues possuem limites íngremes,
aproximando-se da ou atingindo a verticalidade, o seu em-torno tem relevo plano, o que significa ângulo
máximo de 1°, ou relevo brando, o que significa inclinação máxima de 4°.
No Mundo, os inselbergues ocupam a faixa semi-árida a árida. Em termos de América do Sul, são en-
contrados predominantemente no nordeste brasileiro. São geralmente resultado da elevação de corpos
magmáticos intrusivos, após o intemperismo e erosão de todo o material que o recobria e contornava.
Conforme se dá a elevação, acontece um desplacamento da antiga unidade. O que constitui um insel-
berg é a porção exposta do que resistiu e está, neste momento, exposto, podendo aparece sob a forma de
“castelo”, para os que têm limites muito verticalizados e topo horizontalizado, ou com característica de
topo mais curvilinear, do tipo “casco de tartaruga”, para os que possuem planta circular a levemente
ovalada, a “costa de baleia”, para os que possuem planta mais alongada.
Na Bahia, os grandes destaques na concentração de inselbergs constituindo “arquipélagos” com centenas
destas “montanhas-ilha”, os Municípios de Iaçu, Itaberaba e Itatim, sendo ainda destaques pela expres-
sividade Bom Jesus da Lapa, Guanambi, Pé de Serra e Santaluz.
61
Rubens Antonio

62
História Geológica da Bahia

2,5 Bilhões de A nos Atrás (Período Sideriano da Era Paleoproterozoica)

M ovimentos expressivos ainda aconteciam, mas não eram mais marcados pela
antiga tendência compressional, que estava presente no choque e integração do Bloco
do Jequié ao de Lençóis. Reinstalara-se um quadro do relaxamento dos terrenos, o que
começou a provocar grandes afundamentos, que apareciam com destaque em duas re-
giões. A primeira ia desde as proximidades de Juazeiro, rumo Sul, até cerca de Mundo
Novo, representando a Bacia de Jacobina. A segunda alongava-se pelas proximidades de
Vitória da Conquista, no sentido Norte, até Iramaia, caracterizando a Bacia Contendas-
-Mirante. Instalavam-se, mais uma vez, paisagens dominadas por grandes fendas e
depressões de terrenos que progrediam rapidamente. Rios corriam para estes baixios
que começaram a ser preenchidos por lagos, enquanto um fluxo intenso de sedimentos
acorria para o seu interior. Era um imenso corredor, uma grande calha sedimentar.

Mais a sul, neste eixo de afundamento, o processo permitiu avanços paulatinos do mar,
enquanto um vulcanismo intenso de caráter explosivo sublinhava os novos tempos.
Neste contexto, o Bloco de Lençóis, apesar de consideravelmente uno, tinha suas partes
orientais se destacando, com personalidade apreciável. Sua porção oriental inferior ain-
da configurava o Bloco do Jequié, enquanto a porção oriental superior se referenciava
como o Bloco de Mairi.

A crise da Vida foi ultrapassada há 2,5 bilhões de anos recuperando-se rapidamen-


te. Reestimulada a fotossíntese, a injeção de Oxigênio nas águas dos mares e oceanos
transformava o Ferro insolúvel em solúvel, levando a deposição de formações ferríferas
a um verdadeiro apogeu. Isto ainda consumia praticamente todo o Oxigênio liberado.
Permanecia, assim, a atmosfera praticamente sem a sua presença expressiva, que se
resumia no máximo, laguinhos esparsos desse gás sobre a superfície terrestre.

O entendimento é que, por então, já havia condições de existência mais clara de pequenos
micróbios que respirassem, nestes pequenos oásis de Oxigênio, este gás. Na verdade, estes
já deveriam, para alguns estudiosos, existirem desde cerca de 2,8 bilhões de anos atrás.

63
Rubens Antonio

O surgimento e a proliferação da Vida, com seres usando de fotossíntese anóxida, provocou a sulfatação
dos oceanos, enre 4,0 e 3,8 bilhões de anos atrás. A partir de 3,5 bilhões de anos atrás, com o surgimento
dos seres fotosintetizantes que liberavam oxigênio, o oceano tornou-se sulfetado, em profundidade. O
oxigênio liberado era basicamente consumido na transformação das moléculas solúveis em insolúveis de
Ferro, precipitando-o. Há 2 bilhões de anos, quando todo o Ferro já fora precipitado no fundo oceânico,
sob a forma de Formações Ferríferas, sobrou Oxigênio, começando o oceano e a atmosfera a se tornarem
cada vez mais oxigenados.

A fotossíntese libera oxigênio nos oceanos, transformando moléculas solúveis de Ferro, que tiveram origem
vulcânica, em insolúveis de Ferro, precipitando-o, sob a forma de Formações Ferríferas, cujas propor-
ções precipitadas aparecem em laranja no gráfico acima. A precipitação, entre 3,5 e 2,0 bilhões de anos
atrás, mostra o crescimento acentuado dessa atividade. Cerca de 2,2 bilhões de anos atrás, uma grande
glaciação cerceou a Vida, diminuindo a fotossíntese e a precipitação do Ferro. Superada esta situação, há
1,86 bilhão de anos não havia mais Ferro solubilizado nos oceanos. Um novo momento veio no Crioge-
niano, quando novas glaciações vigorosas cercearam a Vida e a fotossíntese entre 850 e 630 milhões de
anos atrás. O oceano voltou a acumular Ferro solúvel, que, após seu término, precipitou-se novamente.
64
História Geológica da Bahia

Acima, à esquerda, primeiramente, o momento


em que a ausência de oxigênio nas águas permitia
que o Ferro emanado dos vulcões permanecesse
solubilizado. No centro, a presença de Vida fo-
tossintetizante começou a liberar Oxigênio nas
águas, oxidando o Ferro, que começou a se depo-
sitar. Finalmente, à direita, quando quase todo o
Ferro fora depositado, há 2 bilhões de anos, com
os mares e oceanos oxigenados, o Oxigênio pode
ser acumulado na atmosfera. Ao lado, alternância
de leitos de depósitos de Ferro oxidado e, quando
a fotossíntese estava cerceada, de sílica, indicação
das oscilações rítmicas no nosso passado.

A Formação Ferrífera bandada é uma das primeiras evidências da presença da Vida na Terra assim como
da sua flagrante interferência em nosso planeta. As faixas cinza são de mineral de Ferro depositado devido
à atividade dos seres fotossintetizantes. Quando a fotossíntese era, por alguma razão, diminuída ou cer-
ceada, decrescia ou parava a deposição de Ferro, passando a dominar a deposição material silicoso, que
aparece claro. - Município de Caetité. Amostra gentilmente cedida por Plínio Melchiades de Oliveira Veiga.
65
Rubens Antonio

Ao lado, seres vivos de entre 3,5 e 2,5 bilhões de anos


atrás. Diferente do atual, era um Mundo totalmente de
seres unicelulares, geralmente anaeróbicos, apenas fa-
cultativamente aeróbicos, dominantemente generalistas,
em vez de especialistas, com populações numerosíssimas.
Todos marinhos, encontravam-se em nossos mares inte-
riores e litorais, sendo suas atividades responsáveis pela
intensa deposição de formações ferríferas e manganesífe-
ras e carbonato. Esses procariontes, ou seja, seres unice-
lulares primitivos, tinham, geralmente, enquadramento
biológico muito difícil.

A grande oxigenação oceânica que forçara a


deposição do Ferro, a partir de um certo ponto,
impusera também que o Manganês precipi-
tasse. Este, que também fora introduzido nas
águas por emanações vulcânicas submarinas,
permanecera, até então, dissolvido. Assim,
iniciou-se uma ampla deposição de óxidos de
Manganês nos fundos marinhos e oceânicos.
Esta, acabou gerando as suas grandes jazidas
mundiais. Desta maneira, assim como o Ferro,
este outro metal, sendo emanado pelos vulcões,
deve sua abundância a ter sido precipitado pela
fotossíntese que disponibilizou Oxigênio em
grandes volumes, naquelas águas.
À direita, minério de Manganês - Município de
Licínio de Almeida.

Ao lado, a distribuição da origem,


no Tempo Geológico, do minério
de Manganês. Aqueles depósitos
que se devem à oxigenação mari-
nha, forçando a precipitação dos
minerais, aparece na cor azul-
-esverdeado.
As faixas em azul claro mostram os
momentos da Terra como Planeta
como Bola de Neve.
66
História Geológica da Bahia

"Como foi que os cientistas puderam reconstruir o surpreendente passado da Terra?


Com adivinhações? Não. Foi lendo, ou melhor, decifrando o Livro das Rochas, que
eles conseguiram saber a época em que as várias classes de animais e de plantas se
estabeleceram na Terra, e qual foi a ordem do seu aparecimento e a sucessão do seu
avanço... O Livro das Rochas é o maior e o mais estranho de todos os livros que o homem
conhece. De acordo com certos geólogos, tem a grossura de uns cem quilômetros. Começa
de trás para diante, pois suas primeiras páginas ficam, justamente, onde costumam
estar as últimas páginas dos livros comuns... isto é, na parte de baixo."
"Viagem à Aurora do Mundo"
Érico Veríssimo (1905 - 1975)
67
Rubens Antonio

68
História Geológica da Bahia

2,5 a 2,4 Bilhões de A nos Atrás (Período Sideriano da Era


Paleoproterozoica)

O Mar Contendas-Mirante se impôs, com suas águas tumultuadas por explosões


vulcânicas violentas avançando pela porção central dos nossos terrenos. O grande afun-
damento no nordeste do nosso bloco incrementava a bacia de deposição sedimentar, a
Bacia de Jacobina que, com sua continuidade sul, a Bacia Contendas-Mirante, passava
a configurar uma grande calha de deposição de sedimentos. A Bacia de Jacobina ape-
sar de constituir ainda um ambiente claramente continental, afundava rapidamente,
tornando-se um receptáculo cada vez mais ativo, para o qual corriam rios diversos e
grandes fluxos sedimentares. Marcando sua dinâmica intensa, deslizamentos eram
uma constante nas suas encostas marginais. Constituiu-se aí um ambiente de recepção
e agregação de sedimentos com teor considerável de ouro, enquanto sua porção leste
ganhava individualidade como o pequeno Bloco Mairi.

Grandes ilhas, o Bloco de Serrinha e o Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá, progrediam em


nossa direção. O avanço do primeiro havia feito surgir, próximo a este, um arco-de-
-ilhas. Porém, logo o piso oceânico partiu-se e sua borda oeste começou a mergulhar
sob a borda leste do Bloco de Mairi, provocando seu soerguimento. Já o Bloco de Ser-
rinha, em seu interior também começou a sofrer afundamentos e abertura de fendas
pelas quais começou a surgir lava bem fluida. Isto aponta para a implantação de uma
crosta de piso oceânico, portanto, de natureza bem diferente daquela que aparecia no
Mar Contendas-Mirante, que era continental.

Enquanto a duração do dia chegava a 17,1 a 18,8 horas, a Vida entrou em uma grave
crise, de 2,5 a 2,45 bilhões de anos atrás. Com a superfície da maior parte do Mundo
entre −20 e −50°C, reduziu-se a fotossíntese, diminuindo-se a precipitação de Ferro no
fundo dos mares e oceanos.

Alguns autores sugerem que, os choques de há 2,7 bilhões de anos teriam sido os iniciais
da formação da mais antiga pangeia, Kenorland, que teria assumido a configuração final
há 2,4 bilhões de anos atrás, entretanto, esta proposta não foi ainda plenamente aceita.
69
História Geológica da Bahia

2,4 a 2,3 Bilhões de A nos Atrás (Período R hyaciano da Era


Paleoproterozoica)

O Mundo vivia um momento de proliferação de intrusões magmáticas que se soli-


dificaram em camadas ou leitos. Nos nossos terrenos, o avanço do Bloco de Serrinha,
além de desenhar mais claramente seu arco-de-ilhas litorâneo, empurrava ainda mais
a placa oceânica por sob o Bloco Mairi. Isto reforçava o afundamento entre ambos,
ganhando mais força a bacia de sedimentação de Jacobina, na qual implantava-se o
Mar Jacobina. Em paralelo, um magmatismo muito fluido avançava no Bloco de Ser-
rinha, indicando que aquele mar recém-surgido rumava para se tornar um oceano e
este micro-continente dividir-se.
Eventos similares ocorriam na porção sul da Grande Calha, na qual o Mar Contendas-
-Mirante prosseguia seu avanço com lavas também muito fluidas mostrando a tendência
à oceanização. Some-se a isto o nosso centro-norte ter sido também afetado por este
grande amarrotamento produzindo outros vales de afundamento associados, caracte-
rizando a Baía do Sobradinho. Às suas novas águas atingiam derrames submarinos de
lavas de características fluidas, indicando processo de oceanização. Estava, portanto,
enquadrado na tendência geral dos nossos terrenos rumo à fragmentação em várias ilhas.
Após a glaciação de 2,5 a 2,45 bilhões de anos atrás, houve novos recrudescimentos de
frio, há 2,4 a 2,32 bilhões de anos e a 2,31 a 2,22 bilhões de anos. Foram glaciações
especialmente intensas, agregadas dentro de um único evento maior denominado Gla-
ciação Huroniana. Alguns entendem que esta sequência, em algum momento, chegou
a tal intensidade que teria congelado praticamente todo o globo, transformando-o em
um Planeta Bola de Neve. Se isto efetivamente aconteceu neste momento, com a nossa
insolação ainda consideravelmente fraca, para haver reversão, a partir de efeito estufa
provocado por CO2 vulcânico, teriam sido necessários de 70 a 100 milhões de anos.

O Oxigênio, paulatinamente, retomara seu crescimento em mares e oceanos, enquanto


todos estes eventos aconteciam acompanhando aquilo que alguns consideram ter sido
o momento final de um proposto antigo megacontinente, a pangeia Kenorland.
71
História Geológica da Bahia

2,2 Bilhões de A nos Atrás (Período R hyaciano da Era Paleoproterozoica)

U ltrapassados os pulsos de resfriamento da Glaciação Huroniana, a Vida expandiu-


-se com vigor muito maior. Seres fotossintetizantes atiraram volumes ainda mais acen-
tuados de Oxigênio nas águas, forçando a deposição do Ferro, sob a forma de formações
ferríferas. E este mesmo Oxigênio surgia em tanta disponibilidade que começou a oxidar
também o Manganês que aparecia dissolvido nas águas. Assim, passou a provocar a
deposição de leitos enriquecidos nesse metal, formando as grandes jazidas mundiais.

Era o apogeu do contexto proto-oceânico e espedaçamento dos nossos terrenos, e também


o instante em que este processo começou a ser revertido. Grandes deltas surgiam, assim
como grandes deslizamentos, trazendo sedimentos não compensados por afundamentos.
O Bloco de Serrinha finalmente chocou-se contra o arco-de-ilhas que o separava do Bloco
de Mairi, enquanto o vulcanismo nas suas águas perdia o caráter de proto-oceano. O
piso oceânico que penetrava sob o Bloco de Mairi fundiu-se, provocando um vulcanis-
mo menos fluido e muito mais explosivo. Os grandes corpos magmáticos gerados já não
mostravam característica de estarem anunciando formação de piso oceânico. Ondas de
fluidos termais trouxeram ouro, que se instalou nestas rochas vulcânicas, em Santaluz.

O Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá iniciava também seu grande processo de choque. Isto


em um contexto de grande compressão, espremido que estava entre os nossos terrenos e
o grande provocador desta sua grande compressão. Esta era a aproximação paulatina da
arqueo-África, enquanto formava, à sua frente, um arco-de-ilhas similar ao Japão atual.

Ainda que a tensão estivesse em processo crescente, a penetração de corpos ígneos de


grande importância econômica. Uma foi a intrusão de um veio rico em minérios de
cobre, há 2,25 bilhões de anos, na região de Jaguarari. Do mesmo modo, outro evento
magmático veio com rochas escuras e muito fluidas, que adentraram a região em regime
de grande tranquilidade, portanto pausa nas grandes tensões, entre 2,1 e 2,085 bilhões
de anos atrás. Foi assim que apareceram corpos ígneos na região de Andorinha e Campo
Formoso, sendo destaque pela quantidade de Cromo, sob a forma do mineral Cromita.

73
Rubens Antonio

Há 2,5 a 2,3 bilhões de anos, um golfo estava


instalado na região centro-norte baiana, o Gol-
fo de Sobradinho. Em seu fundo depositava-se
um material carbonático rico em Magnésio. E,
mais uma vez, isto nos remete a uma visão pa-
leoclimática necessária. Estamos, para que tal
material tenha se depositado, nos referindo a
um mar de águas quentes, em clima seco, com
chuvas torrenciais bem localizados no ano. As-
sim, eram remetidos o carbonato e o Magnésio
àquelas águas, ali depositando-se.
À esquerda, mármore dolomítico, uma mistura
de Carbonato de Cálcio e Carbonato de Magné-
sio. As partes mais ricas em Magnésio aparecem
em cor escura vinho. - Município de Sento Sé
Amostra gentilmente cedida pela Magnesita SA.

A oxigenação dos mares e oceanos fez


com que se depositassem Formações
Ferríferas em suas profundidades entre
3,5 e 1,86 bilhões de anos, com volumes
maiores há 2,5 bilhões de anos.
A disposição original foi com suas lâ-
minas e níveis na posição horizontal.
Entretanto, exibem as consequências das
compressões que imperaram nos nossos
terrenos a partir de 2,1 bilhões de anos
atrás. Entre estas, a deformação do ma-
terial ali depositado.
Ao lado, dois exemplares de Formação
Ferrífera depositados entre 2,5 e 2,36 bi-
lhões de anos atrás. Ambas apresentam-
-se deformadas, dobradas pelos novos
esforços. São originárias do Município de
Sento Sé - a superior, com cerca de 40 cm
de altura, pertence ao acervo do Instituto
de Geociências da Universidade Federal
da Bahia, a inferior, com 22 cm de altura,
ao acervo do Museu Geológico da Bahia.
74
História Geológica da Bahia

Ser Geólogo representa uma relação


de aprendizado constante, resultando
na geração de um tipo diferenciado
de visão tetradimensional (3-D + o
tempo) e em uma relação de carinho
extremamente profunda e prazerosa
com a Terra.
É ter a audácia de tentar compreender
esta Terra extremamente complexa e
simples ao mesmo tempo, com o poder
de representar o seu principal predador
ou salvador, vivendo a dicotomia
constante, que marca uma das mais
importantes características do ser
humano: a ambiguidade.
Luiz César Corrêa Gomes
Geólogo - formado em 1982

Ser Geólogo era ter coragem de se


debruçar sobre o abismo do Tempo,
enfrentando-o e dando à Humanidade
o conceito de Tempo Profundo.
Atualmente, é atuar na exploração, uso
e conservação dos recursos naturais,
procurando compreender o sistema
Ser Geólogo é tornar-se capaz de Terra, seus ciclos, mudanças, e como
compreender o passado e conceber hipóteses estes afetam e são afetados pelas nossas
sobre os rumos da evolução futura do atividades...
planeta Terra. Não deixa de ser irônico que o mesmo
É alojar, entre as suas preocupações registro estratigráfico que, no passado,
primeiras, a necessidade de identificar nos obrigou a confrontar o abismo do
recursos naturais para que o ser humano Tempo, hoje nos ensina que a melhor
sobreviva e evolua, preservando o equilíbrio maneira de conviver com as mudanças é
estabelecido pela Natureza. se adaptar a elas.
Herbet Conceição José Maria Landim Dominguez
Geólogo - formado em 1982 Geólogo - formado em 1978
75
Rubens Antonio

Há 2,06 a 2,05 bilhões de anos, intrudiu nossos terrenos um magma de características bem diferentes
das do granítico. Resultou em uma rocha escura rica em Cromo, dispondo-se horizontalmente. Ao co-
meçar a esfriar, as condições dentro da câmara magmática faziam que, em determinados momentos, se
depositasse preferencialmente cromita, mineral de Cromo, em outros momentos outros minerais.

O resfriamento do magma provocou a deposição,


alternadamente, de níveis milimétricos a centimétri-
cos de cromita, que aparece em cor cinza escuro, e
de outros minerais, que aparecem em cor mais clara.
Surgira o minério de cromo bandado ou fitado baia-
no. - À esquerda, do Município de Campo Formoso.
Acima, do Município de Andorinha.
76
História Geológica da Bahia

A penetração de magmas que resultaram em ro-


chas máficas, isto é, escuras, exibe outros repre-
sentantes importantes.
Há 2,60 a 2,47 bilhões de anos, na Bacia Con-
tendas-Mirante, deu-se a intrusão de um magma
máfico que também, teve a sua solidificação em
camadas, em profundidade. Rico em metais, teve
leitos cristalizados de magnetita, um mineral
magnético de Ferro, ricos em Titânio e Vanádio.
À esquerda, minério de Vanádio - Município de
Maracás.

Há 2,25 bilhões de anos, um filão


magmático rico em minérios de
Cobre introduziu-se em terrenos
atualmente pertencentes ao Mu-
nicípio de Jaguarari. Os sulfetos
de Cobre são a Calcocita que
aparece em cor cinza chumbo
brilhante, a Pirrotita, em bron-
ze amarronzado, e a Covelita,
em azul intenso. Os sulfetos de
Cobre e Ferro são a Bornita, em
cor bronze amarronzado a azul
arroxeado, e o famoso “ouro de
tolo”, a Calcopirita, em amarelo-
-ouro. Sulfetos de Ferro que apa-
recem relacionados são a Pirita
e a Marcassita, ambos em cor
amarelo pálido a escuro.

Alguns estudiosos entendem que todos estes corpos magmáticos com conteúdo de minerais metálicos
derivaram de uma única grande fonte. Esta foi um solitário e colossal corpo magmático que se instalou
lentamente sob a crosta no Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá, enquanto este ainda avançava em direção ao
Bloco de Lençóis. Dele foram emanados pulsos de magma enriquecido em metais e seus filões, os quais
foram se inserindo, sob a forma de rochas intrusivas.
As suas diferenças se deveriam a modificações na própria evolução, ao longo do tempo, daquele grande
corpo magmático original.
77
História Geológica da Bahia

2,1 Bilhões de A nos Atrás (Período R hyaciano da Era Paleoproterozoica)

A final, o grande Bloco arqueo-Africano surgiu diante dos nossos terrenos. As


duas placas continentais se tocaram, empurrando-se, comprimindo-se. Os mares in-
teriores seguiram a tendência ao desaparecimento expressa na aproximação das suas
margens e no acelerado entulhamento das águas, marcado pelo aumento da chegada
de sedimentos. Primeiramente, os Blocos de Serrinha e Mairi chocaram-se. O antigo
piso oceânico que os separava mergulhou sob o Bloco de Mairi. Já a antiga outra ilha,
o Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá, ocupando uma posição aproximadamente central
neste choque, sentia-o de maneira extremamente forte. Tudo aconteceu com tal inten-
sidade que, em muitos locais, houve sofreram sutura completa dos antigos blocos. Isto
é, praticamente desapareceram as evidências da antiga separação.
Um exemplo é o antigo eixo de ligação entre as bacias Contendas - Mirante e Jacobina,
que chegara, provavelmente, a constituir uma única bacia com comunicação marinha.
Porém, a compressão intensa e os seus mares em franco recuo, esta bacia única desapa-
recera e a sutura completa eliminou qualquer evidência de eventual contato. Afinal, aí
a grande compressão se deu de uma maneira particularmente mais intensa. Da mesma
maneira o Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá, submetido à uma das regiões de maior ten-
são no choque, teve suas rochas extremamente comprimidas.
Os vulcões que haviam deixado gradativamente de derramar lavas fluidas, adquirindo
características mais relacionadas à compressão de um choque continental, tornanream-se
mais explosivos. Como mais um sintoma, acontecia uma elevação da região que se alonga
desde Itabuna, passando por Salvador, até Curaçá, marcando uma grande compressão.
Em profundidade, granitos começam a surgir nas regiões de Itaberaba e granitoides
em Teofilândia, Barrocas, Retirolândia, Cansanção. Marcando o início do choque, têm
formatos ovalados em mapa. O Granitóide de Nordestina tem forma tendendo a ovalada
com 20 km na porção central e comprimento de 45 km. Isto enquanto corpos ígneos
intrusivos básicos, daí mais fluidos, perdiam expressão, mas surgiam ainda nas regiões
entre Feira de Santana e Lameirão.
79
Rubens Antonio

80
História Geológica da Bahia

2,1 a 2,0 Bilhões de A nos Atrás (Período Orosiriano da Era


Paleoproterozoica)

A conteceu, afinal, o grande choque entre a


arqueo-Bahia e a arqueo-África, com apogeu do pro-
cesso de choque há 2,08 a 2,07 bilhões de anos, com
a pressão chegando a 8,0kbar e a temperatura a 900
a 950 °C. Unidas, passaram, integradas com outros
blocos continentais, a formar um continente. Era a
Atlântica que vinha completar o quadro mundial
junto aos continentes de Ur e Ártica. Todos os três,
num contexto mundial de agregação, com formação
de montanhas, aglutinaram-se, há 1,9 bilhão de anos.
Instalava-se a primeira pangeia mais amplamente
reconhecida, a Columbia.
Deu-se a crise final dos nossos antigos mares, que,
comprimidos, tiveram seus sedimentos amarrotados,
elevados e enrijecidos, transformados em montanhas.
Onde os mares e proto-oceanos dominavam, restaram
visuais como o da então cordilheira de Jacobina.
O magmatismo generalizou-se, com os corpos ígneos indicando a tensão dominante,
pertencendo a este momento os granitóides de Ambrósio e Araci.
Entretanto, a maior expressão foi a intrusão magmática que formou a Serra de Itiúba,
cujo alongamento evidencia a compressão de direção leste - oeste a que estava submetida.
Há cerca de 2,05 bilhões de anos atrás, ainda relacionado ao choque continental, porém
não mais expresso por movimento, aconteceu um grande pulso de calor nas rochas da
região. Como consequência, surgiram novos corpos magmáticos, que revelavam-se cada
vez livres de tensões, aparecendo cada vez mais circulares, quando vistos em mapas.
Isto em um momento em que a iluminação solar chegava a cerca de 95% da atual.
81
Rubens Antonio

Choque de 2,2 a 2,0 bilhões de anos atrás das placas da arqueo-Bahia, que aparece como grandes ilhas
separadas por mares ou proto-oceanos, e da arqueo-África, que surge à direita. Em um choque entre
continentes como este surgem fossas com bordas assimétricas e mergulhos mais acentuados que os de uma
região estável. A inclinação do mergulho da nossa Plataforma Continental que, atualmente, é de 1°, para
aquele momento, atingia cerca de 5°. A arqueo-África, continente mais pesado, avançava e afundava sob
o nosso a uma velocidade de cerca de 10 cm por ano, com inclinação da sua borda variando de 10° a 16°.
A dinâmica continental é consequência da Tectônica de Placas. Nela, duas placas podem apresentar
contatos divergentes, como no caso específico das cristas meso-oceânicas, onde magma novo ascende e
extravasa, produzindo entre 1 e 14 cm de mais material anualmente.
Aí geradas, expandem-se até chegarem limites convergentes, onde se dá um choque de placas. Se este é
entre uma placa continental e uma placa oceânica, esta segunda afunda e mergulha sob o continente,
por ser mais pesada. Já se o caso é a convergência de duas placas oceânicas, a maior das duas mergulha
sob a outra. Finalmente, se a convergência ou choque se dá entre duas placas continentais, mergulha o
continente que tiver a maior placa oceânica a empurrá-lo.
Há também contatos em que as placas simplesmente deslizam lateralmente, uma em relação à outra, sem
afundarem, constituindo limites transformantes ou transcorrentes.
82
História Geológica da Bahia

Para termos uma noção de como se comporta o fundo oceânico atualmente e compará-lo com o passado.
O espaço que nos separa da África começa com a nossa plataforma continental, cuja superfície possui
inclinação de 1°, sendo considerado um relevo plano, e se encerra no talude. Este tem uma inclinação de
3° a 4°, o que configura um relevo brando, só localmente indo até 10°, ou seja, um relevo moderado. A uma
profundidade de 140 metros tem início a elevação continental, com mergulho de 1° a 2°. Até aí estende-
-se a Crosta Continental. A partir daí adentramos as águas que repousam sobre Crosta Oceânica, que
se inclina cerca de 1°, caracterizando a planície abissal, âmbito do Oceano Atlântico propriamente dito.
São inclinações bem diferentes daquelas que caracterizaram o choque de 2,2 a 2,0 bilhões de anos atrás,
entre arqueo-Bahia e arqueo-África. Aquele provavelmente mostrava mergulhos assimétricos e mais
acentuados, com cerca de 5° para a borda do nosso continente e 10° a 16° para a arqueo-África. Esta é a
verdadeira configuração dos abismos oceânicos cujo exemplo mais profundo, atual, atinge 11.034 metros.
Após a planície abissal, temos uma ascensão com inclinação de 2° a 4°, formando a cordilheira meso-
-oceânica. A partir daí, a mesma sequência se repete, inversamente, em direção à África.

A Ladeira da Barra, no Município de Salvador, possui inclinação similar à do talude continental. Ao


fundo, a ladeira da igreja de Santo Antônio da Barra, cuja inclinação é similar à da placa mais inclinada,
aquela que mergulha sob outro continente, em um choque de placas... Podemos ilustrar a normalidade
da realidade geológica com analogias no nosso em-torno.
83
Rubens Antonio

A Serra de Itiúba é a expressão de um


grande corpo intrusivo de sienito, uma
rocha magmática que tem composição
mineral similar à de um granito, ape-
nas não possuindo quartzo. Vista na
parte superior direita desta imagem,
alonga-se na direção norte-sul por
180 quilômetros, possuindo largura
média de cerca de 15 quilômetros. Sua
conformação alongada é consequência
da compressão que afetavam a região,
no contexto de choque Bahia - África.
Este corpo magmático começou a se
intrudir e se cristalizar há 2,09 bilhões
de anos. estava ainda penetrando as ro-
chas quando se deu o apogeu do choque
continental, entre 2,08 e 2,05 bilhões de
anos atrás. Sua solidificação final deu-
-se entre 10 e 20km de profundidade. O
que vemos hoje é resultado da sua longa
elevação, desde então, no estado sólido.
No centro-esquerda da imagem, apare-
ce a Serra de Jacobina, também segun-
do Norte – Sul, conformação também
resultante do processo de compressão
Leste - Oeste, que comprimiu os se-
dimentos, quando eliminou a antiga
bacia. Sua porção norte está encurvada
devido à penetração do granito de Cam-
po Formoso - Flamengo – Jaguarari.
Sua forma mais ovalada, bem distinta
da do corpo magmático de Itiúba, é de-
vida a ter-se intrudido quando os esfor-
ços compressivos já haviam se esgotado.
Mais à esquerda, as áreas planas são o
limite norte da Chapada Diamantina.
Fonte da imagem - Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária Embrapa.
84
História Geológica da Bahia

Ao lado, mapa geológico da região apre-


sentada na imagem da página anterior.
Percebemos claramente como a imagem
crua ou natural não revela a densidade
de informações que aparecem em um
mapa como este.
A distinção dos tipos de rochas, feitas
através de cores, facilita claramente a
percepção das suas distribuições nas
áreas estudadas.
Além disto, podemos ver a localização e o
comportamento de elementos de extrema
importância para o entendimento correto
da Geologia local. Aparecem códigos que
revelam direções das camadas, o sentido
dos mergulhos destas, indicadores de
dobramentos, dentre outros.
A abreviatura das denominações de cada
unidade já é uma referência da idade
destas. Assim, uma sigla que comece com
“A” indica uma rocha do Arqueano. Con-
ter a letra “P” indica Proterozoico . Po-
demos ver “PP”, isto é, Paleoproterozoico,
“MP”, o Mesoproterozoico, e “NP”, para
o Neoproterozoico. Tanto o “A” quanto o
“P” se referem a terrenos muito antigos.
Porém, nesta imagem também vemos o
“NQ”, que significa Neógeno - Quater-
nário, terrenos muito recentes.
A letras minúsculas presentes após as
maiúsculas, guardam relação com a iden-
tificação do tipo rochoso, ou a unidade
geológica que representam.
Fonte da imagem: Mapa Geológico do
Estado da Bahia - Companhia Baiana
de Pesquisa Mineral - CBPM e Serviço
Geológico do Brasil - CPRM,
85
Rubens Antonio

Acima, a Serra de Itiúba, já vista nas páginas anteriores,


vista a partir do seu oeste, à altura do Município de Fi-
ladélfia. Originalmente é um corpo ígneo que adentrou
a região e se solidificou entre 10 e 20 km profundidade.
Isto em um longo processo de cristalização, que ocor-
reu entre principalmente há 2,09 bilhões de anos com
manifestações até 1,9 bilhão de anos atrás.
Para aflorar, hoje, como serra, foram necessárias a in-
temperização e a erosão de todas as rochas que estavam
nos níveis superiores e as que a envolviam.
Há cerca de 200 milhões de anos, ainda se encontrava
a 5km de profundidade. Atualmente, chega até 857 me-
tros de altitude no Encantado, a sul da cidade de Itiúba.
Isto significa até 500 metros de desnível em relação às
planuras vizinhas, em que se encaixa.
Entretanto, o sienito que forma a Serra de Itiúba é so-
mente a expressão mais visível de um evento ígneo maior.
Pulsos de magma similares, constituindo um único
conjunto, se alongaram, com os sienitos de Afonsos,
Santanápolis e São Félix, vistos ao lado, e o de Anuri,
bem mais a sul, todos se introduzindo e cristalizando
entre 2,100 e 2,067 bilhões de anos atrás. Isto sem con-
tar a grande quantidade de corpos menores entre estes
maiores, na prática, integrando-os.
Revela-nos este conjunto que existiu uma grande fissura
que se estendeu até as bases da Crosta, com contribui-
ção de material do Manto, através da qual este grande
magmatismo ascendeu.
86
História Geológica da Bahia

A intrusão de uma rocha magmática pode deixar


interessantes marcas deste passado localizáveis
no campo.
Ao lado, temos duas rochas em contato. À es-
querda, em cor cinza, está um antigo gnaisse,
formado há cerca de 2,7 bilhões de anos. Como
ele é aquele que recebe a intrusão do magma, é
denominado rocha encaixante.
É, na verdade, parte de um complexo de forma-
ções rochosas que constituíam o antigo terreno
que foi penetrado pela grande intrusão magmá-
tica do sienito de Itiúba.
Na região de contato entre as duas rochas há
uma película de cor um pouco mais clara. É a
consequência do denominado “metamorfismo de
contato”. Este é devido ao grande aquecimento
devido ao calor que o magma trouxe, provocan-
do uma “queima” da rocha mais antiga, quando
esta foi penetrada pelo magma mais recente.
Isto se dá através de alterações físico-químicas
na rocha mais antiga e no magma nesta região.
Outro ponto é que uma grande intrusão tende
a se estender, sob a forma de veios, através de
fraturamentos já existentes ou que ela mesma
provoque, na rocha encaixante.
Daí, na extrema esquerda da foto, aparecer um
veio do mesmo granitóide cortando o gnaisse. -
Município de Andorinha
87
Rubens Antonio

"Lembras-Te, com que paixão eu percorria as montanhas e procurava reconhecer as espécies


de rochas? Conheço isso agora como o abc.. e posso dar conta de cada monte e cada vale. É
maravilhoso e comovente cavalgar através dos vales e montes, e obter uma visão nítida da
formação da superfície terrestre... Permita-me, quando eu voltar, levar-Te ao cume de um
penhasco e mostrar-Te os reinos terrestres e suas maravilhas.
Quando aprofundei-me nesses despenhadeiros selvagens, foi a primeira vez que invejei os
poetas...
Quando se fala dos primórdios, deve-se usar linguagem poética.. A nossa linguagem de todos
os dias não basta."
Johann Wolfgang von Goethe (1749 - 1832)
Carta a Charlotte von Stein
88
História Geológica da Bahia

Acima, um inselberg formado a partir de um granito de 2,078 bilhões de anos de idade, formando o
Morro do Bugio, Bota do Diabo ou Morro da Orante, no Município de Pé de Serra.
Se pensássemos em um corte que mostrasse sua extensão, em profundidade, mostraria sua raiz nas ro-
chas em que se encaixa. Perceberíamos que esta porção emersa tem uma correspondente e ampla porção
enterrada ou submersa.
Isto se deve ao princípio da Isostasia, o qual impõe a necessidade de equilíbrio da crosta da Terra sobre o
seu manto. A crosta, como um todo, flutua sobre o manto, daí Claude Alègre tê-la proclamado a “espuma
da Terra”. Neste processo há necessárias interrelações de afundamento de algumas regiões.
Regiões elevadas da crosta precisam de projeções no manto, de modo a haver um equilíbrio. entretanto,
para as elevações, como há uma dinâmica impressa pelos processos no tempo. Conforme o intemperis-
mo vai minando os altos e a erosão vai levando seus produtos, tornando a “parte emersa” mais leve, há
um movimento da “parte submersa” em direção à superfície. Isto de maneira a restaurar o equilíbrio.
Numa breve analogia, as elevações na crosta são como gelo flutuando em água. O que vemos é somente
“a ponta”. A dinâmica da crosta terrestre, especialmente regida pela Tectônica de Placas e vulcanismos
diversos provoca desequilíbrios, resgatando diferenças e gerando novos altos.
Intemperismo e erosão diminuem diferenças. A isostasia tenta reequilibrar as condições. A dinâmica
terrestre restaura pontos de desequilíbrio.
89
Rubens Antonio

As rochas máficas são escuras, indo de


cinza médio a cinza escuro e as ultra-
máficas viariam de cinza muito escuro
a pretas, derivando de magmas de atas
a altíssimas temperatura e muito fluidos.
Cristalizam exibindo elevada concentra-
ção de minerais que lhe conferem tons
escuros, que são compostos por sílica
ferro e magnésio.
Ao lado, rocha ultramáfica datada de
2,085 bilhões de anos. - Município de
Andorinha,

O gnaisse é uma rocha metamórfica. Portan-


to, ela provém de outra rocha anterior que
foi transformada por elevação de pressão e/
ou temperatura. Esta transformação pode
ter atingido uma rocha ígnea, sedimentar
ou mesmo outra metamórfica mais antiga.
Para o caso do gnaisse, o metamorfismo
acabou também conferindo orientação aos
seus minerais.
Há 2,15 bilhões de anos, o grande choque
Bahia - África, elevou a pressão e a tempe-
ratura, metamorfizando uma antiga rocha
ígnea, transformando-a no gnaisse visto ao
lado. - Município de Andorinha.

Granito é uma rocha magmática


intrusiva, significando que penetrou
outras rochas, em profundidade.
Pode ser típico, representando uma
rocha granítica, ou com alguma
variação de composição ou textura,
enquadrando-se como granitóide.
Ao lado, o granitóide de Cansanção-
-Nordestina, menos rico em quartzo
que um granito típico, datado de
2,105 bilhões de anos.
90
História Geológica da Bahia

As intrusões de rochas ígneas podem ser compostas de


muitas variações. Nesta página, percebemos isto nestas
amostras com cerca de 25 cm de comprimento do sienito
da Serra de Itiúba, as duas acima do Município de An-
dorinha e à esquerda do Município de Itiúba.
O sienito é uma rocha que tem composição similar à
de um granito, sendo diferente basicamente por não
apresentar o mineral quartzo. Isto se deve aos magmas
serem diferentes.
Pertencentes todas a um único evento magmático, temos
porções em que os grãos são muito visíveis e outras em
que eles estão indistintos, mesmo em uma única amostra.
Isto marca a existência de fases diferentes na penetração
e resfriamento deste corpo ígneo.
A grosso modo, grãos maiores significam resfriamento
mais lento, e menores mais rápido. As grandes diferenças
de cor entre as amostras acima e a ao lado se devem à
disposição de elementos químicos quando da sua forma-
ção ter sido diferente.
91
Rubens Antonio

À esquerda, diamantes do Município de Nordestina, o maior com diâmetro de


1cm e o menor 2 mm, provavelmente originados no choque de placas de 2,2
a 2,0 bilhões de anos. - Imagens gentilmente cedidas pela Vaaldiam Mining.
Diamantes são compostos por Carbono, além de impurezas, importantes
estas ao conferirem cores. É o submetimento de massas de Carbono a eleva-
das temperatura e pressão, forçando o rearranjo dos átomos, que forma de
diamante o mais duro dos minerais. Isto significa ser extremamente resistente
à abrasão, isto é, raspagem ou atrito, embora seja muito frágil, isto é, tem
baixíssima resistência a impactos, ou seja, pancadas.

As condições para a formação natural de diamantes, no nosso planeta, só estão presentes em choque de
placas e em movimentações térmicas a grandes profundidades, que aconteceram especialmente em três
momentos. O primeiro iniciou há 3,5 bilhões de anos, teve apogeu há 3,3 a 3,2 bilhões de anos, estendendo-
-se até há 2,9 bilhões de anos. Nele, Carbono inorgânico disseminado no Manto terrestre, no quadro de
conformação da Litosfera e colisões de pequenas placas, foi trazido à superfície por lava de profundidade.
As placas tectônicas estavam amadurecidas o suficiente para estabelecer novas condições de formar
diamantes há cerca de 2,5 bilhões de anos, originando o segundo momento, entre 2,1 e 1,67 bilhão de
anos num contexto de choques de grandes placas, já contando com contribuição de Carbono orgânico .
Este, foi levado por placas em mergulho até o intervalo em que há a formação em diamantes, entre 125
e 200 km de profundidade, a temperaturas entre 900°C e 1300°C. Se os diamantes se aprofundarem
além deste intervalo, serão destruídos, raros persistindo, protegidos por condições especiais, até 400
km de profundidade. Assim, temos que contar com outra condição excepcional, que é ocorrer fusão das
rochas em mergulho, e ascendendo, escapando rumo à superfície. A solidificação deste magma forma o
kimberlito, principal rocha ígnea hospedeira original de diamantes.
O terceiro pulso de formação de diamantes deu-se há 815 a 580 milhões de anos, associado a perturbações
no Manto terrestre, provocadas por tensões como a que formou a Chapada Diamantina.

À direita, um kimberlito, “rocha-


-mãe” dos diamantes vistos nesta
página, do Município de Nordes-
tina. Trata-se da antiga rocha
magmática que, ainda fundida,
conduziu os diamantes, forma-
dos em grandes profundidades,
daquelas até próximo à superfí-
cie, onde solidificou-se, - amostra
gentilmente cedida por Antônio
José Dourado Rocha - Serviço
Geológico do Brasil - CPRM.
92
História Geológica da Bahia

Acima, à esquerda, quartzito verde do Município


de Saúde e, à direita, esmeralda do Município de
Pindobaçu. Ambos devem a cor à presença de cro-
mo. Este pertencera aos antigos corpos de cromita
de Jaguarari e Campo Formoso, que tiveram partes
intemperizadas, erodidas e depositadas na Bacia de
Jacobina. Quando estes sedimentos foram compri-
midos, no processo que teve apogeu há 2,08 a 2,05
bilhões de anos, o cromo junto às argilas tornou-se
fuxita, um mineral verde. Como associavam-se a
areias quartzosas, formou-se um quartzito verde.
Há 2,09 bilhões de anos, o início da penetração do
granito de Campo Formoso - Flamengo – Jaguara-
ri difundiu gases e fluidos contendo Berilio, Boro,
Molibdênio e Tungstênio, que acabaram atingido os
sedimentos daquela bacia. Assim, a esmeralda repre-
senta a chegada destes fluidos contendo berilio, e que
toparam, nos sedimentos, com cromo. Associando-se
ambos, surgiu a esmeralda, que é, basicamente, um
berilo, um mineral que contém berílio, e que encon-
trou, à chegada, o cromo, incorporando-o.
Ao lado, um esquema mostrando o magma ema-
nando uma molécula berilo, a qual, topando com o
cromo, forma uma molécula esmeralda, enquanto
em outro local surge o quartzito verde.
93
Rubens Antonio

A grande penetração de granitos


entre 1,9 e 1,8 bilhão de anos atrás
deixou muitos exemplares ainda
visíveis nos nossos terrenos.
O afloramento granítico ao lado, da
região de Pé de Serra mostra um
detalhe interessante.
Enquanto o granito propriamente
dito é a grande região rósea, no seu
interior aparece uma região cinza
escuro azulado. É um xenólito, isto
é, um corpo rochoso que original-
mente não pertencia ao magma que
produziu este granito.
Acontece que quando este, ainda
fundido, forçou passagem rumo à
superfície, o magma capturou um
fragmento desta outra rocha, no
caso o fragmento mais escuro.
O magma granítico começou a
“digerir” este fragmento que ar-
rastou. Entretanto, o consumo não
foi completo, restando este xenólito.

Uma intrusão magmática pode capturar não


só pedaços da rocha em que penetra, mas
também partes de fases anteriores de si mes-
ma. Ao lado, vemos que o magma granítico
capturou uma porção sua que adentrara em
momento anterior. É uma bolha de magma
capturada pelo próprio magma. Como a
houve variação na composição das fases, e
a anterior ainda não havia se solidificado,
ela aparece bem destacada. É um retrato
de uma fase anterior capturada pela fase
posterior. O processo de “digestão” não foi
adiante, daí preservar este evento.
94
História Geológica da Bahia

Há 2,14 bilhões de anos, relacionado


a rochas intrusivas e equivalentes
vulcânicos, o ouro chegou ao mi-
crocontinente de Serrinha. Há 2,1
bilhões de anos, as rochas que o
continham estavam sendo intempe-
rizadas e erodidas, depositando-se na
bacia de Jacobina. Foi o ouro elevado
com a serra, há 2,08 bilhões de anos.
- Minério do Município de Jacobina -
Amostra gentilmente disponibilizada
pela Jacobina Mineração.

Por vezes, o quartzo se mobiliza, a partir de fontes


magmáticas, sob a forma de veios. Quando isto ocor-
re, não é incomum interagir com as rochas nas quais
penetra. Pode, neste processo, atuar como um grande
coletor e agregador de ouro, levando-o consigo, até
que se solidifique. Entre 2,054 e 2,052 bilhões de
anos atrás e 1,988 e 1,912 bilhão de anos atrás, mo-
bilizações de fluidos capturaram e concentraram o
ouro, nas regiões de Jacobina, Santaluz, Nordestina,
Serrinha. À direita, duas amostras do Município de
Jacobina, pertencentes ao Museu Geológico da Bahia,
e uma do Município de Nordestina, gentilmente dis-
ponibilizada por Elizandra Pinheiro dos Reis.

Não só disseminado nas rochas ou em veios aparece este metal


precioso. Uma parte do ouro de rochas que foram intemperiza-
das e erodidas acaba, ao longo do deslocamento, encontrando
outros grãos de ouro. Como este metal tem muita facilidade ao,
contatndo outro grão de ouro, aderir a este, amalgamando-se,
vão os antigos grãos agregando-se. Ganhando cada vez mais
volume, vão assumindo o estado de pepitas maiores.
À esquerda, amalgamamento natural de pepitas com aproxi-
madamente 90% de pureza encontradas em antigas drenagens
no Município de Santaluz - Amostra pertencente ao acervo do
Museu Geológico da Bahia.
95
História Geológica da Bahia

2,0 a 1,8 Bilhão de A nos Atrás (Período Orosiriano da Era


Paleoproterozóica)

U ltrapassado estava o apogeu do processo de choque da arqueo-África , repre-


sentada pelo arqueo-Congo, e a nossa arqueo-Bahia. No centro-sul dos nossos terrenos,
um granitoide colossal iniciara a sua penetração ainda no auge do choque continental,
estendendo a sua intrusão até estes momentos de alívio. Alongou-se com as suas porções
centro e sul representadas pelas Serras de Guanambi e Açude do Estreito, em direção
ao sul para além de Urandi. Após esta, novas intrusões de granitoides, devido à ausên-
cia de pressões maiores, aparecem quase circulares em mapas, destacando-se o grande
granito de Campo Formoso - Flamengo - Jaguarari, cuja penetração vigorosa chegou a
encurvar a Serra de Jacobina. Também destacavam-se, já livres de compressões maio-
res, o grande granito de Gameleira, localizado no antigo eixo Contendas - Jacobina,
e os granitoides que aparecem desde Nordestina, em direção a Salvador, a Curaçá e
Itabuna, destacando-se os de Ipirá - Gavião, Santanápolis e São Félix.

Apesar de estar ainda quase que restrito a pequenos “lagos de Oxigênio”, datam deste
instante os mais antigos registros relacionados à presença deste gás livre na atmosfera.
Atingia, por então, somente 1/100 da sua concentração atual, enquanto o Gás Carbônico
permanecia elevado entre 10 e 20%, contrastando com seu 0,036% atual.

Nos oceanos apareciam as primeiras células mais requintadas, as eucarióticas, cujo gê-
nero mais antigo, o Grypania, datado de 1,87 bilhões de anos, surgiu provavelmente há
2,1 a 2,0 bilhões de anos atrás. Esta complexização foi uma provável resposta evolutiva
à deteriorização dos antigos ambientes devida à presença do Oxigênio, estabelecendo um
ambiente hostil àquela Vida antiga. Forçou-a rumo a novos padrões. Seria, enfim, um
reflexo das mudanças provocadas pela Glaciação Huroniana, de entre 2,31 e 2,22 bilhões
de anos atrás, no costumeiramente dramático jogo entre meio ambiente e mutações.

Em termos globais, define-se, neste momento, o fim do antigo ritmo e o surgimento de


uma Tectônica de Placas que passaria a seguir um padrão similar ao atual.

97
Rubens Antonio

Este plácido afloramento rochoso à beira-mar, em que pessoas passeiam, mal esconde suas tensões do
passado. Trata-se de leitos de antigas rochas sedimentares e também rochas ígneas, todos deformados e
dobrados em mais de um evento. Dos principais, um deles afetou nossos terrenos, há cerca de 2,7 bilhões
de anos, outro culminado entre 2,1 e 2,0 bilhões de anos. Seguir com os olhos pelas suas linhas revela
um padrão de curvas da rocha. Alguns são resultado de interferência do relevo, porém outros resultam
de antigos dobramentos, referenciando os esforços a que foi submetida. O quadro se completa quando o
estudo dos seus minerais indica que sua trajetória significou a passagem por condições de elevadíssimas
pressão e temperatura. - Praia da Barra - Município de Salvador.
98
História Geológica da Bahia

Ao lado, afloramento no costão rochoso que forma lo-


calmente a praia, na Barra, em Salvador, constituindo
um bom exemplo da riqueza dos eventos geológicos.
Vemos uma rocha escura que foi penetrada por veios
de uma mais clara, rósea.
A área cinza azulado escuro origina-se de uma sequ-
ência que envolveu deposições em bacias muito antigas
de sedimentos e de rochas ígneas. Estas podem ter sido
tanto resultantes de derrames como de pó vulcânico
que foi consequência de grandes explosões.
Seja quais forem, vulcânicas e sedimentos, estão por
certo relacionadas ao que eram os nossos terrenos em
momentos anteriores a 2,7 bilhões de anos.
Todo o material daquela antiga bacia foi comprimido,
deformado e transformado em rochas metamórficas
entre 2,7 e 2,6 bilhões de anos atrás.
Há evidências de que tudo foi de novo comprimido e
sofreu novo metamorfismo, o qual se sobrepôs ao mais
antigo, entre 2,1 e 2,0 bilhões de anos. Está, portanto,
aí marcado o choque entre a arqueo-Bahia, represen-
tada pelo Craton do São Francisco, e a arqueo-África,
representada pelo Craton do Congo.
Em algum momento após estes eventos, houve um
grande relaxamento destas rochas que, anteriormente,
estavam submetidas às tensões do choque. Com isto,
abriram-se fendas diversas nos corpos rochosos.
Por estas fendas penetrou magma que aí se solidificou
sob a forma de veios. Gerou-se, desta maneira, a rocha
rósea vista nesta fotografia, tratando-se de um granito,
cuja idade tende a estar próxima a 1,9 bilhão de anos.
Todo este conjunto, por então, não se situava na superfí-
cie, mas a alguns quilômetros de profundidade. Assim,
somente o longo tempo geológico, com intemperismo,
erosão, elevação, movimentação e reequilíbrios da
crosta, trouxe isto que vemos à superfície.
99
Rubens Antonio

A colisão das grandes ilhas de Lençóis e Jequié, seguindo-se das de Serrinha e Itabuna-Salvador-Curaçá,
verdadeiros micro-continentes vagantes, constituiu a referência principal da arqueo-Bahia. Seu choque com
a arqueo-África ofereceu um dos momentos de maior tensão geológica já vivenciados por nossos terrenos.
Na fotografia acima, em um afloramento situado no Município de Jequié, vemos uma falha, isto é, uma
fratura em que houve movimento dos dois blocos rochosos que ela separou. O bloco do lado direito avan-
çou sobre o da esquerda, deixando perceptível o traço da falha, que aparece inclinado.
Observe-se que, próximo à região diretamente ligada à falha, há uma deformação dos estratos rochosos,
que se apresentam, quando mais afastados da falha, quase horizontais. Esta deformação, em caso de falhas
pode acontecer ou não, dependendo de muitos fatores. Seja como for, a situação de falhas de empurrão é
típica de quando os estratos são submetidos a grande compressão, como no caso de um choque de placas.
Fotografia gentilmente cedida por Paulo César Dávila Fernandes.
100
História Geológica da Bahia

Estratos de antigas rochas sedimentares exibindo uma falha bem destacada, sob a forma de um traço
curvo central. Percebe-se bem o deslocamento da camada escura. Esta falha revela o relaxamento dos
terrenos posterior a toda tensão compressiva anterior. - Município de Irajuba.

Blocos mostrando as consequências de falhas, em estratos geológicos idealizados horizontais. A imagem


à esquerda é de uma situação de compressão, com a força indicada pelas setas vermelhas, evento repre-
sentado na página anterior. A imagem da direita mostra uma situação de distensão, indicada pelas setas
verdes, com as setas azuis indicando o movimento dos blocos, caso similar ao da fotografia desta página.
101
Rubens Antonio

A Crosta possui algumas áreas continentais amplas, consideravelmente estáveis e muito antigas, os Crá-
tons. A aglutinação dos terrenos que constituíam as grandes ilhas baianas, isto é, o Bloco de Lençóis ou
Gavião, o Bloco Jequié, o Bloco Serrinha e o Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá, além de suas extensões para
o sul, englobando a maior parte de Minas Gerais, formou o Craton do São Francisco. O choque continen-
tal entre esta arqueo-Bahia, representada pelo Craton do São Francisco, e a arqueo-África, representada
pelo Craton do Congo, há 2,08 a 2,05 bilhões de anos, estabeleceu-se o Craton São Francisco – Congo,
há dois bilhões de anos, como é visto acima, com a localização aproximada da Bahia.
Este craton teve sua maior parte encoberta por rochas sedimentares mais novas, só sendo sua unidade que-
brada há 114 milhões de anos. Mais tarde, o Craton do São Francisco, agregado aos Cratons do Amazonas
e do Rio de la Plata, alguns fragmentos cratônicos menores e várias faixas de rochas mais recentes, passou
a constituir a Plataforma Sul-Americana. A outra parte, o Craton do Congo, deslocou-se com a África.
Cabe observar que para alguns estudiosos este choque do Craton do São Francisco do Craton do Con-
go, não teria ocorrido neste momento, mas por volta de 550 milhões de anos atrás, envolvendo também
outras unidades. O choque das nossas antigas ilhas, sem a participação africana, teria definido nosso
Craton do São Francisco isolado.

102
História Geológica da Bahia

A Terra era amarelo-mate...


Há cerca de 1,9 bilhão de anos, separando suas massas principais, estavam águas de mares, isto é, que
cobriam crosta continental. Desta maneira, apesar da visão de separação em três grandes continentes-
-ilha, estes estavam efetivamente unidos. Não havia crosta oceânica separando estes continentes-ilha.
Assim, as três placas continentais contatavam-se diretamente sob estas águas, constituindo, formalmente,
um único continente mundial.
Acontecia, desta maneira, a agregação dos três grandes continentes, Atlântica, no qual estavam nossos
terrenos, Ártica, que também aparece denominado Nena, e Ur. Esta conjunção teria formado a grande
pangeia Colúmbia.
Era um momento ainda submetido por uma atmosfera não igual à atual. Com Nitrogênio já elevado, como
temos atualmente, um grande diferencial era, apesar da intensa queda, para os padrões anteriores, uma
resistência de um elevado percentual em gás carbônico (CO2), que pendia entre 15 e 10%.
O Oxigênio, crucial para o desenvolvimento da Vida como a estamos, surgia como percentual. Seus peque-
nos lagos gasosos, já não eram tão raros assim, tornados verdadeiros “mares de Oxigênio” sobre os conti-
nentes. Além disto, seu avanço na atmosfera mostrava-se já bem aparente, chegando a algo entre 1 e 2%.

103
História Geológica da Bahia

1,8 a 1,7 Bilhão de A nos Atrás (Período Estatheriano da Era


Paleoproterozoica)

A estabilidade mundial relativa, característica após a formação da pangeia


Colúmbia, foi sucedida por a uma tendência ao seu espedaçamento. Grandes disten-
sões na Crosta, fissuras e afundamentos dos terrenos, pelos quais avançaram mares,
eram um sinal de que também o nosso continente de Atlântica começara a ser partido.
Como reflexo, ao longo do eixo central dos nossos terrenos, começou um afinamento da
crosta, uma zona de elevada instabilidade, com fraturamentos extensos e afundamentos
de amplas regiões. O Bloco de Lençóis efetivamente se dividiu entre as porções a oeste
desta grande cava, o Núcleo Guanambi, e as a leste desta, o Núcleo Remanso.
Aproveitando este grande baixio, um braço de mar, que chegara ao sul de Minas Gerais
há 1,77 bilhão de anos, atingiu os nossos terrenos entre 1,75 e 1,7 bilhão de anos atrás.
Escarpas dominaram a paisagem, forçando rios e drenagens a se alinhar, acompanhando
uma grande proliferação de lagos naquela grande cava. Entretanto, toda esta região em
afundamento era dominada por um grande deserto. Considerando-se ser este um mo-
mento em que a Vida ainda não havia chegado à superfície continental, permanecendo
restrita aos mares, o quadro desértico significava uma área ampla e seca. Esta região,
totalmente desprovida de Vida, era amplamente dominada por dunas de areia quartzosa.

Surgiu também um vulcanismo de características intermediárias a ácidas. Para ter-


mos uma visão das características deste magma, o mais explosivo, quando um vulcão
deste tipo explode gera uma nuvem de poeira ardente com temperaturas de até 800ºC,
partindo da cratera a até cerca de 800 km/h. Extremamente violento, arrasando deze-
nas de quilômetros quadrados ao redor, nas explosões, sua lava, atingida a superfície,
avança a uma velocidade de até 1,1 km/h. Esta é muito lenta, quando comparamos com
a lava básica, muito mais fluida, que é aquela do nosso mais antigo vulcanismo, muito
menos explosiva, mas que, em condições similares, atingia, localmente, até 108 km/h.
Pertencem a este momento e ao seu processo magmático diversas intrusões de granitos,
sendo destaque o Granito de Caetité - Lagoa Real, datado de 1,746 a 1,725 bilhão de anos.
105
História Geológica da Bahia

1,7 a 1,6 Bilhão de A nos Atrás (Período Estatheriano da Era


Paleoproterozoica)

A distensão da crosta prosseguiu acentuada, sendo marcada pela progressão


do mar por sobre nossas regiões fragilizadas e afundadas entre os Núcleos Remanso e
Guanambi. Isto apesar de o vulcanismo ainda aparecer com uma característica muito
explosiva, ao longo das grandes fendas abertas na crosta, sendo comum ao longo de
toda a zona de baixios por onde avançava aquele novo mar.

O quadro resultava em uma bacia de recepção de sedimentos mais ampla e que pos-
sibilitava às águas domínios mais abrangentes, ainda que mais rasos... Chegara, efeti-
vamente, aos nossos terrenos, o Mar Espinhaço.

A bacia sedimentar que o afundamento dos terrenos gerara, apesar de menos tensa,
ganhara mais personalidade. O novo mar de águas rasas se afirmara como a principal
entidade do momento, recebendo e acumulando uma quantidade muito expressiva de
areias trazidas em cada vez maior quantidade e de mais longe, sendo atiradas nas suas
águas. Seus estratos denunciam a alternância da presença de épocas mais secas e de
chuvas muito intensas, com sedimentos mais grossos. Em instantes mais tranquilos, se-
dimentos finos como siltes e argilas assentavam-se, evidenciando os ritmos da Natureza.

O grande volume de sedimentos era marcado pela presença frequente de pequenos e


constantes deltas, mesmo aqueles oriundos de pequenas drenagens, que chegavam ao
Mar Espinhaço, principalmente a partir do sudoeste.

E, apesar destas águas, as porções continentais emersas possuíam condições ambientais


consideravelmente áridas, apontando para um ressecamento maior. Assim, campos de
dunas alastraram-se, realçando um ambiente desértico que se afirmava cada vez mais.
Portanto, além da presença espetacular, em nossos terrenos, daquele Mar Espinhaço,
aparecia também a figura de um grande deserto, um verdadeiro “mar de areia”, simi-
lar ao atual Sahara.

107
Rubens Antonio

A rocha ao lado, originalmente era um


tufo, isto é, uma agregação de pó vulcâni-
co produzida por uma erupção extrema-
mente explosiva, há 1,72 bilhão de anos.
Seus constituintes minerais foram, após
a deposição, submetidos a deformação e
recristalização, especialmente intensas.
Transformou-se de sedimento vulcânico
em rocha sedimentar.
Novas tensões transformaram-na em
rocha metamórfica.
Município de Livramento de Nossa Se-
nhora - Chapada Diamantina. - Amos-
tra gentilmente cedida por Luiz César
Corrêa Gomes - Universidade Federal
da Bahia

Um dos produtos do nosso vulcanismo, o mineral Bahianita,


somente encontrado em nosso Estado, é um óxido de alumí-
nio e antimônio, aparece em grãos com até 2cm de compri-
mento, nos municípios de Érico Cardoso, Morro do Chapéu
e Paramirim. À esquerda, exemplares do Município de Pa-
ramirim gentilmente cedidas por JohnBetts-FineMinerals.

O vulcanismo que aconteceu há cerca de 1,7


bilhão de anos, na região da atual Chapada
Diamantina, foi extremamente violento.
Suas erupções atiraram grandes quantidades
de poeira vulcânica na atmosfera. Esta for-
mou expressivos depósitos que se agregaram
sob a forma de tufo vulcânico.
O tufito, visto ao lado, é resultado da litifi-
cação, isto é, transformação em rocha sedi-
mentar, daquele antigo material. - Município
de Ipupiara. - Amostra gentilmente cedida
pela Peval Mineração à Companhia Baiana
de Pesquisa Mineral - CBPM.

108
História Geológica da Bahia

À direita, muro de edificação


feito, principalmente, a partir de
rochas denominadas quartzitos.
Estes resultam do enrijecimento
de areias quartzosas que foram
depositadas no nosso antigo Mar
Espinhaço
Nesta imagem, aparece, na parte
inferior esquerda, um bloco de ro-
cha com alinhamentos paralelos.
São marcas de ondas que passa-
ram, há 1,6 bilhão de anos, por
águas que não mais existem, de
um Mar Espinhaço que não está
mais lá. - Município de Rio de
Contas.

As rochas estão sujeitas a esforços


diversos, que podem atuar defor-
mando-as e dobrando-as, no caso
de eventos dúcteis. As respostas das
rochas são, neste caso, com compor-
tamento maleável. Entretanto, há
condições de temperatura e pressão
menores em que rochas respondem
de maneira mais rígida. Isto faz,
geralmente, com que se fraturem.
Se os dois lados da rocha separados
por estas fraturas se deslocaram, es-
tamos diante de uma falha geológi-
ca. Por exemplo, no caso à esquerda,
temos uma falha com cerca de 30
centímetros de largura que surgiu
como resposta a uma compressão,
atravessando os leitos rochosos,
fazendo com que o lado esquerdo
se elevasse, em relação ao direito. -
Município de Santo Estevão.
109
História Geológica da Bahia

1,6 a 1,5 Bilhão de A nos Atrás (Período Calymmiano da Era


Mesoproterozoica)

G anhara força, mais uma vez, o antigo afinamento da crosta, com a ampliação do
baixio que dominava nossos terrenos. Por ele avançava o Mar Espinhaço, acom-
panhado do crescimento da carga de sedimentos nele lançados, especialmente ainda a
partir de deltas a sudoeste. Porém todo o processo não ultrapassava o nível relativamente
superficial, sem quaisquer indicações de desenvolvimento para uma quebra continental.
Era um mar mediterrânico tipicamente continental, resultado tão somente de um afun-
damento local, ou seja, sem tendência à transformação do mar em oceano. Entretanto,
os grandes fraturamentos perdiam expressão. Com isto, o vulcanismo que permanecia
ativo e explosivo configurava apenas uma afirmação final de fúria magmática que logo
caminharia para um arrefecimento. Daí, o vulcanismo passaria a ocorrer em escala
menor, com as características violentas tendendo a se atenuar.

A pangeia Colúmbia, formada há 1,9 bilhão de anos, chegara aos estágios finais de ruptura.
A partir de então não mais se poderia considerar a existência daquela pangeia primeira.

Em termos de Mundo, as grandes áreas continentais expandiam-se, após receberem as


novas áreas, que anteriormente colidiram, estabilizando-se.

Sedimentos depositados no fundo do antigo Mar


Espinhaço, submetidos à compressão, origina-
ram esta ardósia, uma rocha metamórfica, Nesta
placa que tem cerca de 10 centímetros de altu-
ra, as cores indicam alternância de condições e
períodos de deposição. As areias finas aparecem
como faixas amareladas, sinal de águas algo
mais ativas, provavelmente relacionadas a épo-
cas de chuvas. Já os tempos nos quais tornou-se
mais expressiva a deposição de material mais
fino, que aparece na cor vinho, nos falam de
águas mais calmas. - Município de Seabra.
111
História Geológica da Bahia

1,5 a 1,35 Bilhão de A nos Atrás (Período Calymmiano a Ectasiano da Era


Mesoproterozoica)

U m grande recuo das águas, retrocedendo estas em direção ao sul, provocou a


exposição da maior parte do material que fora depositado no antigo leito daquele mar.
Muitos dos sedimentos, que há tão pouco tempo ali descansavam encontravam-se, então,
expostos. Assim, quando os novos rios e drenagens avançaram sobre eles, encontraram-
-nos ainda pouco consolidados, escavando-os facilmente, deixando paisagens marcadas
por ravinas, canyons e vales bem estreitos.

O clima mostrara, em paralelo, um avanço ainda maior das condições secas. Desta ma-
neira, o recuo do mar, expondo seu sedimento de fundo, fornecera material abundante
para a ampliação de antigas áreas desérticas. Crescera muito o grande campo de areia
quartzosa, o Deserto Tombador, caracterizado pelas grandes dunas, que passaram a
dominar quase completamente o centro e o centro-norte dos nossos terrenos. Ainda
assim, a presença intensa de canais fluviais entrelaçados era comum.

Rochas que originalmente eram areias que compuseram aquele antigo deserto podem
ser encontrados em municípios como Morro do Chapéu.

O fluxo de sedimentos passara a ser assumidamente a região a nordeste da bacia. Isto


indica que a Serra de Jacobina, por então muito mais elevada, tivera acentuado o seu
desgaste, tornando-se uma grande fornecedora de sedimentos dessa bacia. Estes eram
dela erodidos e levados até as dunas deste grande deserto ou para os grandes depósitos
deixados por rios torrenciais e canais.

Há, 1,5 bilhão de anos, o afinamento da crosta possibilitou a chegada e o derrame de


rochas ígneas básicas, mas sem indicação de estarem sugerindo quebras continentais.

Em termos de Mundo, a afirmação do grande domínio das grandes plataformas con-


tinentais de sedimentação é característica do Período Ectasiano, que teve início há
1,4 bilhão de anos.

113
Rubens Antonio

Níveis quase horizontais do antigo Deserto Tombador são visíveis, na imagem acima. São antigas dunas
que se moviam, devido ao vento. Com o afundamento da bacia sedimentar, acontecia a elevação do lençol
freático e as partes inferiores das dunas ficavam encharcadas, sem mais condições de serem movidas pelo
vento. Os seus níveis superiores, secos, se moviam, constituindo um estrato distinto. Após novo intervalo
de tempo, mais uma vez o nível da água no terreno subia, isolando mais um estrato, e assim sucessiva-
mente. O que vemos é um pedaço de uma longa história desta repetição, naquele antigo deserto, revelado
quando aqueles sedimentos elevaram-se, transformados em rochas sedimentares. - Município de Jacobina

Na imagem superior da figura


ao lado, dunas movimentam-se
devido ao vento. Abaixo delas,
o lençol freático impede o mo-
vimento. Na imagem inferior,
a bacia afundou, o lençol fre-
ático elevou-se. Modificou-se,
assim, a altura que o vento
podia mover. Desta maneira,
formaram-se os níveis como os
da fotografia acima.
114
História Geológica da Bahia

Ser Geólogo é amar a incógnita,


vibrar e se realizar quando ela deixa
de ser interrogação, tornando-se
a satisfação da descoberta. Ver
um Geólogo discorrendo sobre a
forma e as composições da Terra é
fascinante. Expressam-se com paixão e
entusiasmo, em relação à profissão...
É muito interessante ver o brilho
nos seus olhares quando falam de
Geologia, independentemente dos
percalços no Mercado de Trabalho
Selma Ferreira Nhan - Secretária de
empresa de Geologia desde 1996

Ser Geólogo é realizar a aventura do


descobrimento, concretizar o sonho
de criança da busca do tesouro, ver
oceanos onde há montanhas, olhar o
passado e vislumbrar o futuro.
Raymundo José Bulcão Fróes
Geólogo - formado em 1970

Ser Geólogo é poder compreender melhor os diversos fenômenos que ocorrem em nosso
Planeta. É poder expandir esta compreensão ao estudo futuro de outros planetas, vindo
(quem sabe?), um dia, a entender melhor o Universo que nos cerca.
Antonio Marcos Vitória de Moraes
Geólogo - formado em 1969
Ser Geólogo é lidar com as Ciências da Terra, com o senso de investigação, e divulgar,
para os afetos, nossas conclusões, visando definir o subsolo, a superfície visível, inclusive
descobrir riquezas minerais, metálicas ou não, e mesmo produtos energéticos, que
possam ajudar a Sociedade a ter uma vida melhor.
Paulo César Raimundo Brito
Geólogo – formado em 1975
115
Rubens Antonio

116
História Geológica da Bahia

1,35 a 1,3 Bilhão de A nos Atrás (Período Ectasiano da Era


Mesoproterozoica)

A pós um novo afundamento generalizado, implantou-se, mais uma vez, um mar


mediterrânico. Suas águas não só avançaram por praticamente todas as áreas nas quais
haviam sido depositados os sedimentos mais antigos, como as ultrapassaram em vários
pontos. Reimpunha-se o Mar Espinhaço, que, para tal instante, é também conhecido
como Mar Caboclo.
Suas águas eram típicas de um ambiente de platafor-
ma marinha rasa, não ultrapassando cem metros, em
média, para suas profundidades mais acentuadas. O
mais comum era a deposição de sedimentos em condi-
ções de tranquilidade, entretanto, procelas chegavam
a perturbar os sedimentos que repousavam em seu
fundo. Sendo muito instável, com recuos e avanços
constantes, parte do seu antigo leito era constante-
mente escavado por rios que se aproveitavam do recuo
das suas águas. Entretanto, logo esse mar recuperava
a força, inundando os vales recém-escavados.
Nessas águas, um fenômeno da maior importância
são os primeiros registros de Vida em nossos terre-
nos, representados por organismos microscópicos,
que deixaram como seus fósseis os denominados
estromatólitos.
Em termos de magmatismo, fendas profundas viabili-
zavam a ascensão de lava bem fluida, portanto já bem
diferente dos primeiros tempos desta bacia. Assim, em
vez de grandes explosões, passaram a ocorrer, mais
comumente, derrames.
117
Rubens Antonio

Ao lado, entrada de caverna na Fazen-


da Cristal, no Município de Morro do
Chapéu. Seus carbonatos registram uma
história que é um perfeito retrato da di-
nâmica geológica.
Os primeiros depósitos ocorreram osci-
lando desde a área pouco acima da maré
até mar raso. Porém, as águas avançaram,
transformando aquele sítio em ambiente
marinho profundo. Então, o mar recuou
e rios passaram a dominar o ambiente.
Mas logo o mar reavançou e os depósitos
voltaram a se realizar desde um pouco
acima da maré até mar raso. Avançou
ainda mais e os depósitos voltaram a
ocorrer em ambiente marinho profun-
do. Recuou, e, mais uma vez, tivemos
depósitos fluviais. Voltou a avançar, e os
depósitos de ambiente marinho profundo
voltaram a se impor.

Estromatólitos são fósseis. Tratam-se de depó-


sitos formados especialmente por carbonatos
com restos e evidências de atividades de mi-
cróbios primitivos que praticavam fotossíntese.
Ao lado, leitos de rocha carbonática, na Fazen-
da Cristal, no Município de Morro do Chapéu.
Alguns deles são biostromas, isto é, no caso, são
leitos sedimentares estromatolíticos.
Sua tremenda importância se assenta em serem
os mais antigos registros de Vida na Bahia,
datando de entre 1,35 a 1,3 bilhão de anos.
Nesta imagem, aparecem, além dos leitos,
fragmentos estranhos a estes. São pedaços que
foram arrancados de outros lugares e atirados
pelas águas neste novo lugar. São evidências de
tempestades agitando aquelas águas em que
viviam os mais antigos baianos.

118
História Geológica da Bahia

Colônia de estromatólitos em um modelo ideal, no qual quanto mais longe da praia, mais aparecem uni-
dades isoladas, as chamadas biohermas, que, na Fazenda Cristal, chegam a cerca de 6 metros de diâmetro.
Mais próximo à praia, a tendência é se unirem, formando leitos íntegros, denominados bioestroma. Pouco
abaixo e acima do limite superior da água forma-se uma lama ou tapete microbiano, que aparece em verde.

Ao lado, modelo da superfície dos estromatólitos, em


que micróbios da película superior, representados pe-
las colunas verdes, realizam a fotossíntese, liberando
oxigênio. Como consequência, precipita-se carbonato
de cálcio, representado em azul, na base destes mi-
cróbios, asfixiando-os. Abaixo destes, representada
por esferas azuis, uma lâmina de micróbios, que não
realizam fotossíntese, conseguindo sua energia a par-
tir da fermentação dos mortos da lâmina superior. Os
mais antigos seres vivos eram organismos fermenta-
dores. Na parte inferior, antigos níveis de carbonato
e restos de antigos micróbios. Esta sucessão de um
único nível com lâminas de seres vivos sobrepondo
níveis, há 1,5 bilhão de anos, a uma taxa de 22 a
25cm para cada 365 dias, formou os estromatólitos.
119
Rubens Antonio

120
História Geológica da Bahia

1,3 a 1,2 Bilhão de A nos Atrás (Período Ectasiano da Era


Mesoproterozoica)

A investida marinha não era uniforme em sua


progressão e, mais uma vez, uma ascensão dos terrenos
obrigara o Mar Espinhaço a recuar.
Impondo-se uma plataforma marinha muito ampla, pre-
dominantemente rasa. Entretanto, este ambiente marinho
mostrava sinais constantes de decadência, anunciando-se
o caminho do fim. Isto por serem cada vez mais comuns
evidências de grandes avalanches entre os sedimentos que
se depositavam em suas águas. Desta maneira, entulhava-
-se progressivamente esta bacia. Assinalando ainda mais a
tendência àquele mar deixar de existir, uma ascensão gene-
ralizada dos terrenos começava a se impor. Expunham-se
à erosão seus materiais recém-depositados.
Outra vez eram retrabalhados os sedimentos mais antigos, sendo levados por rios que
passaram a convergir para a região que o mar abandonava.
Na porção nordeste da bacia, vales e canyons profundos foram mais uma vez escavados.
Estes foram muito bem marcados na região de Morro do Chapéu.
Apesar disto, marcava-se, mais uma vez, a presença de um processo complexo. Isto pois
o Mar Caboclo, apesar de seu recuo considerável e dominante, constantemente reagia,
reinvadindo os terrenos com vigor. E as oscilações dramáticas do nível médio deste
mar possibilitava regiões menos protegidas serem retomadas. E o que antes era sítio
de deposição intensa, e que passara ao domínio de graves erosões, por muito pouco,
retornava a ser espaço de deposição, plenamente reintegrado à bacia sedimentar.

121
Rubens Antonio

Na Natureza, temos rit-


mos e ciclos, que podem
ter dimensões de horas,
dias, meses, séculos, mi-
lhares ou milhões de anos.
Gradativamente, confor-
me a região central dos
nossos terrenos afunda-
va, para ela acorreram
sedimentos. Sua depo-
sição ocorreu na bacia
sedimentar que ali se
estabelecera.
Na encosta vista ao lado,
os ritmos revelam-se
através da repetição de
níveis que retratam ciclos
bem mais amplos. - Muni-
cípio de Jacobina.

Como resultado dos even-


tos de 1,2 bilhão de anos
atrás, os antigos sedimen-
tos foram comprimidos
e elevados. A imagem ao
lado exibe o que se torna-
ram as antigas areias que
repousavam no fundo da
antiga bacia sedimentar
que ocupava a posição
central dos nossos terre-
nos. Percebem-se os anti-
gos estratos. - Município
de Sebastião Laranjeiras.
122
História Geológica da Bahia

Afloramento do que foram as areias quartzosas de uma antiga planície de maré do nosso mar de 1,35 a
1,25 bilhão de anos atrás. Essas areias foram compactadas e transformadas em rocha legando, ao aflo-
rarem, como herança, pouca espessura de solo. Na foto, a pedagoga Jairan Rios e os biólogos Antonio
Araãn Jambeiro Brandão e Eliane Nunes Simões - Município de Morro do Chapéu.
123
Rubens Antonio

124
História Geológica da Bahia

1,2 Bilhão a 850 Milhões de A nos Atrás (Período Steniano da Era


Mesoproterozoica a Toniano da Era Neoproterozoica)

H á cerca de 1,2 bilhão de anos, os Núcleos Guanambi e Remanso avançaram um


em direção ao outro, espremendo a grande bacia sedimentar que havia entre ambos. O Mar
Espinhaço, recuando, desapareceu aos poucos. Seus sedimentos, empurrados e comprimidos,
transformaram-se em montanhas. Grandes fraturamentos logo passaram a falhas, isto é,
com as rochas que separavam deslizando umas em relação às outras. A progressão deste
processo levou a uma paisagem final que configurava a Cordilheira do Espinhaço Central.
Esta compressão colossal era consequência de todas as áreas continentais estarem colidin-
do e se agrupando, a partir de 1,3 bilhão de anos atrás. Configurava-se uma nova agluti-
nação, com apogeu de colisões e fusões continentais entre 1,15 e 1,0 bilhão de anos atrás,
estendendo-se até 0,91 bilhão de anos atrás. Instalava-se a pangeia denominada Rodínia, em
um quadro de estabilidade mundial relativa que perdurou até 850 milhões de anos atrás.
Apesar deste contexto de compressão, o extremo sudeste baiano, então em contato com a
África, por volta de 1,1 bilhão de anos atrás, começara a afundar. Há 934 milhões de anos,
emergiu lava fluida, através de grandes fraturas, persistindo este evento até entre 910 e
900 milhões de anos atrás. E, há 880 milhões de anos, o afundamento ganhou mais força,
permitindo o avanço ainda maior do braço de mar.
Há cerca de 1,0 bilhão de anos, o oxigênio representava 2 a 5% do volume da atmosfera
terrestre, ou seja, 1/10 da sua concentração atual. Outros estudiosos entendem que o
crescimento foi mais rápido, chegando a 10% já por volta de 1,4 bilhão de anos atrás.
A partir de 1,1 milhão de anos, um pulso de calor oriundo das profundezas atingiu a
região de Lagoa Real e Caetité, provavelmente com apogeu há 960 a 906 milhões de anos.
Sua importância foi que mobilizou Urânio que permeou as rochas locais, sob a forma
do mineral Uraninita. Acabou, mais tarde, concentrando por processos intempéricos.
Isto em um momento em que a rotação da Terra, há 900 milhões de anos, fazia a du-
ração do dia chegar a algo entre 18 horas e 50 minutos e 20 horas 45 minutos.

125
Rubens Antonio

Há um bilhão de anos, impunha-se no nosso planeta uma pangeia, isto é, um único continente agregando
todas as terras continentais, que é visto na imagem acima.
As suas partes estavam separadas apenas por mares, isto é, grandes áreas aquosas com crosta continental
constituindo seu fundo, ou porções oceânicas menores.
Quatro pangeias são reconhecidas, na História Geológica, Columbia, Rodínia, Pannotia e Pangeia. A que
se configurara há 1,2 bilhão de anos fora a denominada Rodínia.
Estavam presentes, nesta pangeia, os núcleos continentais Congo-Bahia, Amazônia-Oeste Africano,
Índia-Antártica-Austrália, Sul da China, Laurência, que representa a maior porção do atual Canadá, e
Báltica, que representa a porção centro-norte européia e a Escandinávia.
Mostrando e sendo uma boa referência de quanto pode variar uma posição, na História Geológica, ob-
servemos a localização dos terrenos baianos, destacada nesta imagem acima. Eles, por então, estavam
bem mais ao sul do que a atual. Aparece no centro do continente, estando, portanto, bem distante de
uma visão de Bahia praieira. Além disto, aparece com seu eixo norte-sul invertido, ou seja, grosso modo
podemos dizer, que estava “de cabeça para baixo”... Isto tudo contemplando, podemos olhar para baixo
e ter uma noção de que este nosso chão, na dimensão do tempo profundo, é um verdadeiro saveiro.
126
História Geológica da Bahia

A pangeia Rodínia, formada há 1,2 bilhão de anos, teve longa duração e estabilidade considerável. En-
tretanto, após cerca de 450 milhões de anos, entrou em crise. Foi assim que, há 750 milhões de anos, a
pangeia Rodínia começara a se esfacelar.
Entretanto, o seu processo de quebra não impôs um espalhamento maior dos seus grandes fragmentos.
Estes simplesmente, após partidos e separados, efetuaram uma dança em torno uns dos outros. Foi assim
que se passou a ocorrer, logo, uma tendência não ao afastamento, mas a um reagrupamento.
Há 620 milhões de anos, os choques dos fragmentos continentais se intensificaram ainda mais. Final-
mente, há 600 milhões de anos formara-se uma nova pangeia, a Pannotia.
Na sua imagem, vista nesta página, podemos perceber com nossos terrenos, que na Rodínia estavam em
posições de climas mais temperados, se tornaram, então, bem mais próximos ao Polo Sul.
Entretanto, em contraposição à longa existência da pangeia anterior, Pannotia teve somente cerca de 50
milhões de anos de estabilidade. Assim, seu esfacelamento iniciou-se há 570 milhões de anos.
Com fragmentos continentais sendo cada vez mais dispersos, havendo crosta continental entre eles, não
mais existia uma pangea entre 550 e 540 milhões de anos atrás.

127
História Geológica da Bahia

850 a 705 Milhões de A nos Atrás (Período Criogeniano da Era


Neoproterozoica)

G laciações são eventos em que ocorrem avanços consideráveis de grandes geleiras.


Suas causas incluem desde vulcanismo, cuja poeira bloqueia parte do calor do Sol,
à passagem do Sistema Solar por regiões mais nebulosas no espaço, a movimentos de
placas, que podem elevar montanhas, alterar a circulação de águas de mares e oceanos.
A partir de 850 milhões de anos atrás, a temperatura média global entrou em decrés-
cimo lento porém constante, numa sequência de pequenas glaciações, passando pela
intensa Glaciação Kaigas, entre 778 e 735 milhões de anos atrás.
Quando as geleiras ultrapassam 32% da superfície mundial, aumenta-se a reflexão
da luz solar a tal ponto que os eventos evoluem até a união das capas polares ártica e
antártica no Equador. Tomado o planeta por geleiras com até centenas de metros de
espessura, as temperaturas atingem médias polares de cerca de -50°C e médias equa-
toriais de -10°C, com máximas de 10°C. Assim, com manifestações iniciais a partir de
750 milhões de anos atrás e começo em 735 a 730 milhões de anos atrás chegou-se à
Glaciação Sturtiana, de caráter global. Transformou-se a Terra em um Planeta Bola de
Neve, com força máxima há 715 a 712 milhões de anos, estendendo-se até 705 milhões
de anos atrás, com reflexos mais tênues até 680 milhões de anos atrás.
No extremo sudeste, há 800 milhões de anos, o afundamento e a intensificação dos derra-
mes de lava fluida sinalizavam haver o começo de processo de implantação do proto-oceano
Adamastor-Brasilides. Porém esta tendência à ruptura continental logo cedia, retornando
aquelas águas às características de um mar. Mas o grande referencia dos nossos terrenos
voltara a ser a porção central dos nossos terrenos , que afundara, formando uma bacia
dominada por planícies plenas de rios entre dunas, sobre os quais se impunha, progressi-
vamente, um novo mar. Nas nossas montanhas, a neve ganhara volume, concentrara-se,
adensara-se, transformara-se em grandes massas de gelo que começaram a se deslocar
vagarosamente, rumo às regiões mais baixas. Progrediram a partir do centro-sudoeste,
do sudeste, do centro-norte e do nordeste dos nossos terrenos, raspando e arranhando o
129
Rubens Antonio

pavimento rochoso sobre o qual se apoiavam, alargando vales, arrancando e arrastando


rochas por grandes distâncias. Por exemplo, blocos rochosos originários da região de
Jacobina foram levados até próximo a Irecê, significando um deslocamento de cerca de
cento e cinquenta quilômetros. Estes grandes avanços de geleiras legaram sedimentos
glaciais localizáveis especialmente nos municípios de Várzea Nova, Utinga, Wagner,
Lençóis, Andaraí, Iramaia, Itaetê, Jaguarari e Campo Formoso. Era a nossa Glaciação
Bebedouro - Macaúbas, relacionada à mundial Glaciação Sturtiana.
Após pequenas glaciações, a partir de 663 milhões de anos atrás, avançou a Glaciação
Marinoana, que retransformou a Terra, em seu apogeu, em um Planeta Bola de Neve,
entre 640 e 635 milhões de anos atrás, encerrando-se há 630 milhões de anos.
Com nosso recém-chegado mar dominado por icebergs, a Vida primitiva, que, há 900
milhões de anos, chegara a uma multiplicidade expressiva, foi atingida em cheio. Este
período agressivo eliminou 70% das espécies, afetando especialmente micróbios forma-
dores de estromatólitos, com uma Grande Extinção que iniciou há cerca de 790 milhões
de anos, estendendo-se com variações de intensidade até cerca de 630 milhões de anos
atrás. Em seus momentos mais agressivos, foi tão cerceada a fotossíntese, o oceano perdeu
tanto oxigênio livre que o Ferro emanado dos vulcões submarinos voltou a permanecer
solubilizado. Neste contexto, a maior parte dos organismos que sobreviveu o teria con-
seguido próximo a concentrações de fendas nos gelos, as quais permitiam passagem de
luz e calor, e em torno das pequenas chaminés vulcânicas submarinas, que mantinham
a temperatura local entre 15 e 35 ºC, ou em localidades mais próximas ao Equador.
Bastam dez milhões de anos do processo Planeta Bola de Neve para que, com o cercea-
mento da fotossíntese, o acúmulo de CO2 vulcânico na atmosfera desencadeie um sério
efeito estufa, reaquecendo o planeta. Com o recuo do gelo e o aquecimento, a Vida em
recuperação reoxigenou os oceanos. Depositou-se o Ferro que, devido à falta de oxi-
genação, permanecera solubilizado nas águas, surgindo novas Formações Ferríferas.
Findo o Criogeniano, logo voltou o frio muito intenso, apesar de não global, com a Gla-
ciação Gaskiers, iniciada há 585 anos, com apogeu entre 582 e 580 milhões de anos
atrás, com efeitos perdurando até cerca de 528 milhões de anos atrás.
Há indicadores que a Terra também se transformara em Planeta Bola de Neve há 2,9
bilhões de anos, quando da Glaciação Pongola, e há 2,4, 2,35 e entre 2,22 e 2,2 bilhões
de anos atrás, quando da sequência de eventos da Glaciação Huroniana.
130
História Geológica da Bahia

“A Terra é branca...” Nosso planeta transformado num Planeta Bola de Neve durante o Período Criogeniano.

Além das já citadas, outras glaciações atingiram o nosso planeta, algumas com mais destaque. A Glacia-
ção Andéeana-Sahariana aconteceu entre 450 e 420 milhões de anos atrás. A Glaciação Karoo situou-se
entre 359 e 260 a 250 milhões de anos atrás. A Glaciação Turoniana impôs-se há 91,2 milhões de anos. A
Glaciação Biber situou-se entre 3 e 2,6 milhões de anos atrás, sendo sucedida pelas glaciações do Pleisto-
ceno, que foram a Glaciação Donau, entre 2 e 1 milhão de anos atrás; a Glaciação Günz, entre 590 e 550
mil anos atrás; a Glaciação Mindel, entre 475 e 435 mil anos atrás; a Glaciação Riss, entre 130 e 110 mil
anos atrás; e, finalmente, a Glaciação Würm, entre 110 mil anos e 7.000 anos atrás. Para alguns estudio-
sos, enquanto existirem capas polares de gelo podemos considerar que ainda estamos sob regime glacial.
131
Rubens Antonio

Uma das marcas de uma glaciação são os sedimentos deixados. No fim das geleiras, como acima, e no
fundo das águas percorridas por icebergs, como abaixo, quando estes derretem, ficam os sedimentos car-
regados, geralmente uma mistura de materiais finos, areias, seixos e blocos, arrancados de muitos locais.

132
História Geológica da Bahia

Diamictito é uma rocha sedimentar formada por material fino e grosseiro de origens diversas. Se é resul-
tante do derretimento de geleira, como a rocha acima, chama-se tilito. - Município de Campo Formoso.

Chamar uma rocha tilito significa dizer que é de origem glacial. Pode ter granulação heterogênea, como
o diamictito acima, ou homogênea. Nem todo tilito é diamictito e nem todo diamictito é um tilito. Esta
rocha é um diamictito e também um tilito, como a outra no alto da página. - Município de Andaraí
133
História Geológica da Bahia

705 a 700 Milhões de A nos Atrás (Período Criogeniano da Era


Neoproterozoica)

A Glaciação Bebedouro-Macaúbas, expressão, em nossos terrenos, da global


Glaciação Sturtiana, se encerrara. O grande destaque era que, a partir de 750 milhões
de anos atrás, tivera início o espedaçamento da pangeia Rodínia, num processo que se
estendeu até 670 milhões de anos atrás. Como sintoma em nossos terrenos deste proces-
so maior, iniciava-se a formação de uma nova bacia, na qual fraturamentos profundos
permitiam a penetração intensa de magmas relativamente fluidos típicos de momentos
de distensão na crosta porém continentais, isto é, sem indicação de tendência à destrui-
ção da unidade dos nossos terrenos. O grande degelo acontecera em um contexto que
viabilizou ciclos de uma progressiva e ampla invasão marinha sobre nossos terrenos.
Começava, desta maneira, a adentrar a cena o grande Mar Bambuí.

A sudeste dos nossos terrenos, estes fenômenos aconteciam bem marcantes, com a exi-
bição de vulcanismos e lagos. Estes últimos, entretanto, tinham curta duração, pois
logo eram inundados e incorporados pelo crescente Mar Bambuí.

Outro ponto de grande destaque é que, nas águas desse Mar Bambuí, a Vida florescia
intensamente, sob a forma de grandes colônias de micróbios diversos, especialmente fo-
tossintetizantes. Estes aproveitavam das águas tranquilas e límpidas das suas margens,
da grande disponibilidade de dióxido de carbono e de um clima que variava de quente
a temperado, para proliferarem intensamente. Restaram da atividade desses micróbios
as estruturas fósseis que se chamam estromatólitos.

Apesar de ainda ausente nos terrenos continentais emersos, esses seres fotossintetizantes
conseguiram já alterar ainda mais a atmosfera, que passara a 2% de oxigênio. Porém,
a grande importância, em termos de Vida, foi o surgimento e emergência dos primeiros
organismos multicelulares. Este fato é vinculado à pressão que o frio rigoroso das gran-
des glaciações do Planeta Bola de Neve exerceram. Obrigaram, enfim, a Vida a, entre
800 e 700 milhões de anos atrás, abandonar a existência de células solitárias egoístas
para uma organização mais altruísta, coletiva.
135
Rubens Antonio

136
História Geológica da Bahia

700 a 650 Milhões de A nos Atrás (Período Criogeniano da Era


Neoproterozoica)

O Mar Bambuí progrediu aproveitando o afundamento desta porção da crosta,


que se estendeu até cerca de 670 milhões de anos atrás, configurando o maior avanço
de águas já acontecido sobre nossos terrenos. Tipicamente de interior continental, era
um mar raso, com as áreas de maior rebaixamento tendo profundidade média entre
oitenta e cem metros, com os locais mais profundos chegando, provavelmente, a cerca
de duzentos metros.
Apesar deste grande avanço de águas por sobre o continente, nada indica tendência de
quebra continental, representando este afundamento um reflexo local dos estertores da
Rodínia, em sua longa crise. Esta perdera a coerência integral do seu antigo conjunto
por volta de 750 milhões de anos atrás.
O fogo tinha seu espaço. A penetração de magmas diversos ocorria, destacando-se os
que produziram sienitos, rochas similares ao granito, porém sem quartzo. As primeiras
manifestações no Craton do São Francisco ocorreram há 740 milhões de anos. Entre
732 a 714 milhões de anos introduziram-se nas regiões de Itarantim, Santa Cruz da
Vitória, Potiraguá e Itaju do Colônia. Há cerca de 692 milhões de anos penetraram na
região de Itabuna. Suas últimas manifestações ocorreram há 675 a 670 milhões de anos.

Estes corpos ígneos intrudiram-se e solidificaram-se entre 6 e 8km de profundidade.


Foram o intemperismo e a erosão das camadas superiores, além de rearranjos geológicos
que trouxeram estes corpos anteriormente profundos à superfície.

Em termos de Vida, apesar de termos somente fósseis de próximo a 542 milhões de anos,
alguns estudos apontam para um momento entre 733 e 641 milhões de anos atrás como
aquele em que surgiram os seres bilaterais. Isto é, aqueles seres que podemos traçar
uma linha divisória e perceber duas porções ou bandas iguais. Este evento foi da maior
importância, pois abriu espaço para o grande desenvolvimento da Vida, sendo a linha
assumida pelas ramas dominantes.

137
Rubens Antonio

Há 700 milhões de anos, pequenos seres viviam Aqueles micróbios fotossintetizantes legaram, a de-
no mar raso do interior dos nossos terrenos. pender da profundidade original em que se situavam,
Estes micróbios primitivos, através da fotos- das correntes, marés, formas de estratos, cogumelos ou
síntese, induziram a precipitação de tapetes domos. Constituíram-se, assim, os estromatólitos, como
gelatinosos de carbonato que foram enrijecendo, este, exibindo as lâminas que representam gerações su-
em incontáveis gerações que se sobrepuseram. cessivas, crescendo até cerca de 10 centímetros a cada
Atualmente, 200 m de profundidade são o limite 365 dias. Esta amostra é um detalhe da que aparece na
da possibilidade de fotossíntese. página seguinte. - Município de Várzea Nova.

Corte vertical em estromatólito, com altura máxima de cada coluna variando entre 7 e 13 centímetros.
Cada linha horizontal semicircular representa uma geração de micróbios - Município de Várzea Nova.
138
História Geológica da Bahia

Os mais antigos estromatólitos do Mundo datam de cerca de 3,5 bilhões de anos, localizando-se na Aus-
trália. Os mais antigos do Brasil, localizados em Minas Gerais, datam de 2,4 bilhões de anos. Os estro-
matólitos baianos mais antigos têm 1,35 bilhão de anos. O estromatólito exibido nesta imagem data de
cerca de 700 milhões de anos, tendo, naquele momento, constituído um recife. É formado por inúmeras
pequenas colunas estromatolíticas, agregadas sob a forma de uma herma. Evidência da dinâmica geo-
lógica, atualmente localiza-se no Município de Várzea Nova, a 560 m de altitude e cerca de 450 km do
oceano. Na foto,em visita de campo, os então discentes da Universidade do Estado da Bahia, campus
Senhor do Bonfim, biólogos Antonio Araãn Jambeiro Brandão, Adriana Gonçalves da Silva, Diogo Rios,
Davi Augusto Carneiro de Almeida e Giuseppe Manera. - Município de Várzea Nova
139
Rubens Antonio

Nosso passado profundo contempla a atualidade Reconstituição dos estromatólitos ao lado, com
silencioso sob nossos pés, como piso exibindo cor- cortes horizontal e vertical, para visualizar a sua
tes horizontais e verticais de colunas de estromato- disposição. A colônia, em corte horizontal, mostra
líticas. - Shopping Barra - Município de Salvador. feições circulóides e, em corte vertical, alongadas.

Afloramento de estromatólitos do sítio referencial Reconstituição dos estromatólitos vivos que


da Fazenda Arrecife - Município de Várzea Nova. originaram a rocha ao lado, há cerca de 700
milhões de anos.
140
História Geológica da Bahia

A sequência de incontáveis gera-


ções de uma colônia de micróbios
produziu esta estrutura, há cerca
de 700 milhões de anos. É um
estromatólito. O espaço ao seu
redor exibe carbonato, que foi
sendo precipitado paralelamente
ao desenvolvimento da colônia. -
Município de Várzea Nova

Tapete microbiano formado, há


cerca de 700 milhões de anos,
quando, nas águas em repouso,
micróbios fotossintetizadores se
desenvolviam. A agitação tra-
zia sedimentos cuja decantação
sepultava uma geração. Porém,
logo desenvolvia-se outra geração,
que, mais tarde, também era se-
pultada. As formas ao lado se de-
vem a o tapete ter se formado em
terreno irregular e, atualmente,
o corte horizontal secciona altos
e baixos. - Município de Irecê -
Imagem cedida gentilmente por
Válter Mônaco Conceição Filho.
141
Rubens Antonio

A rocha ao lado, com 34cm de comprimen-


to, vista em duas posições, é uma amostra
da vida há cerca de 700 milhões de anos.
Em sua formação, tínhamos seres micros-
cópicos praticando fotossíntese, nas mar-
gens úmidas do nosso antigo mar interior,
formando um tapete microbiano, prova-
velmente uma lama algal. Com o recuo
das águas, ainda que momentâneo, estes
serezinhos morriam. Com a litificação, isto
é, a transformação do sedimento em rocha,
ficou preservada esta história.
As faixas em forma de anéis são gerações
desses micróbios contornando os antigos
altos do terreno. Nestes altos, o resseca-
mento, por exposição ao ar, gerou gretas
de contração, as quais são vistas como
rachaduras. - Município de Irecê. Amostra
gentilmente cedida por Jaime Vasconcellos.

Reconstituição do visual que teria originalmente o tapete microbiano que resultou na rocha acima. Exibe
algumas áreas emersas, nas quais o sedimento seca, e outras afogadas.
142
História Geológica da Bahia

Acima, um carbonato depositado nas águas do Mar Bambuí, tornado calcário e depois mármore, em local
atualmente pertencente ao Município de Belmonte, mas que ocorre por imensas áreas do interior baiano.
O volume colossal de carbonato que se depositou neste nosso mar interior, assim como em outras partes
do Mundo, por recobrindo os antigos sedimentos glaciais, tem implicações muito interessantes.
Em primeiro lugar, estava a Terra emergindo de um período em que ela se tornara um Planeta Bola
de Neve. Naquele, com o cerceamento da fotossíntese. o volume de gás carbônico (CO2) na atmosfera
aumentara muito, chegando a provocar o efeito estufa que deu fim ao Planeta Bola de Neve, levando a
temperatura média da Terra a cerca de 50°C. E, com o fim da sequência de glaciares, o momento herda-
ra aquela atmosfera muito rica neste gás carbônico. Daí por diante a Vida fotossintetizante, desinibida,
proliferou, expandindo-se, deixando estromatólitos em abundância. Além disto, favoreceu-se que aquele
gás carbônico acumulado encontrasse nos mares um sítio quimicamente atraente.
Isto em função de termos adentrado um período de clima quente e seco, intemperismo moderado, chu-
vas torrenciais constantes que abasteciam o nosso mar de águas rasas e límpidas. Tudo isto favorecia a
presença de uma bioatividade intensa, estimulando a elevada precipitação de carbonato.
Foi assim que o fundo do nosso Mar Bambuí se viu dominado pela grande deposição de material carbo-
nático, entre 705 de 542 milhões de anos atrás.
143
História Geológica da Bahia

650 a 542 Milhões de A nos Atrás (Períodos Criogeniano e Vendiano da Era


Neoproterozoica)

A quebra e o rearranjo de partes da pangeia Rodinia, a partir de 750 a 660


milhões de anos, definiram, a formação do megacontinente Gondwana, que integrava
terrenos aturalmente pertencentes à América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártica.
Esta reconstrução acompanhou a descaracterização da pangeia Rodínia, cujas últimas
fragmentações, entre 630 e 620 milhões de anos atrás, dariam fim. Neste contexto, a
partir de 650 milhões de anos atrás, uma grande compressão passara a afetar os nossos
terrenos. Por este momento, o dia chegara à duração de 20 horas e 48 minutos, com anos
de 421 dias, e há 620 milhões de anos a cerca de 21 horas e 30 minutos, com a Vida
ainda restrita aos mares. Porém, uma grande marca ocorrera há 635 milhões de anos,
quando surgira uma grande proliferação de novos seres. Era a Explosão Vendiana da
vida, na qual multiplicaram-se seres de corpos moles e achatados, que até ultrapassa-
vam 0,5 metro de comprimento. Viviam em uma atmosfera ainda rica em CO2, devido
ao cerceamento da fotossíntese pelas glaciações criogenianas, com o Oxigênio chegando
a 20% do seu volume atual. Estes seres desenvolveram tal capacidade que poderiam,
alimentando-se, filtrar toda água dos mares e oceanos em meio ano. Isto tornou o oce-
ano mais claro, aumentando a região com possibilidade de fotossíntese.
Há 600 milhões de anos, a tendência global logo voltou a ser o agrupamento. Assim,
estabeleceu-se uma nova pangeia, a Pannotia, a Grande Agregação Austral. Entretanto,
esta teve existência curta, pois, há cerca de 570 milhões de anos, iniciou-se seu esface-
lamento. Neste, a sua porção reconhecida como o megacontinente Gondwana, à qual
pertencíamos, sofreu rearranjos entre 550 e 540 milhões de anos atrás. Porém, suas
partes quebradas e afastadas, movendo-se a uma velocidade de cerca de 20 centímetros
por ano, retornaram ao seu encontro, reagruparam-se. Como consequência, nossa bacia
sedimentar interior foi comprimida, com apogeu do processo entre 580 e 560 milhões
de anos atrás. Enquanto os terrenos eram elevados, o Mar Bambuí recuava.
Outra marca de grandes tensões deste momento, foram granitoides que se introduziram,
entre 575 e 535 milhões de anos atrás, no sudeste dos nossos terrenos.
145
Rubens Antonio

À esquerda, granitóide que adentrou a re-


gião dos atuais Municípios de Lagoa Real
e Caetité entre 1,746 e 1,725 bilhão de
anos atrás. Sua maior importância adveio
do enriquecimento em Urânio, entre 960
e 906 milhões de anos atrás, que chegou
a partir de um pulso químico termal,
sob a forma do mineral Uraninita. Este
ainda foi alterado, posteriormente, para a
forma do mineral Uranofano, visto na cor
amarelo. - Amostra do acervo do Museu
Geológico da Bahia.

Durante a existência do Mar Bambuí,


intrudiram sienitos, que são granitói-
des sem quartzo, no embasamento das
regiões de Itaju do Colônia, Itarantim,
Potiraguá e Santa Cruz da Vitória, en-
tre 732 a 692 milhões de anos atrás.
Contendo sodalita, um mineral azul,
configura-se numa rocha ornamental
valorizada - Amostra do Município
de Potiraguá, cedida gentilmente por
Rafael Xavier de Souza Nogueira.

Também a aproximação do fim


dos eventos que eliminaram
o último grande mar interior
baiano foi marcada pelo mag-
matismo.
Ao lado um granito pós-tectô-
nico, isto é, típico de momentos
após a serenização das grandes
convulsões geológicas. - Muni-
cípio de Itapebi.
146
História Geológica da Bahia

Há 635 milhões de anos, proliferaram seres com corpos moles e achatados. Era a Explosão Vendiana.

Há 542 milhões de anos, além de um desenvolvimento de toda a Vida anterior de corpos moles, deu-se o
surgimento e proliferação de seres com partes rígidas. Era a Explosão Cambriana.
147
Rubens Antonio

148
História Geológica da Bahia

542 a 443 Milhões de A nos Atrás (Período Cambriano a Ordoviciano da


Era Paleozoica)

O Mar Bambuí não mais existia. Em seu lugar, agora, imperavam as elevações da
Chapada Diamantina. O Gondwana, que continha os terrenos que formam toda a
América do Sul, a África, a Austrália, a Antártica e a Índia, chegara ao extremo sul da
Terra. Há 530 milhões de anos, o espedaçamento continental era tal que não mais exis-
tia a pangeia Pannotia. Granitos de 520 a 500 milhões de anos já não exibiam marcas
da compressão que o eliminou nosso mar interior, transformando seus sedimentos em
planaltos e montanhas. Na região de Guaratinga um grande granito se intrudiu, com
veios se estendendo pelas regiões de Brumado, Vitória da Conquista, Itambé e Itanhém,
trazendo consigo pedras preciosas, especialmente a água-marinha.
Enquanto, os dias tinham refreado sua duração para 21 horas e 12 minutos, conduzindo
anos de 412 dias, a Explosão Cambriana da Vida, há 542 milhões de anos, marcou o
surgimento e a proliferação de seres com esqueletos. Porém, retrocessos também tinham
espaço. Até 510 milhões de anos atrás pelo menos quatro pulsos de extinção eliminaram
60% dos gêneros marinhos. Por exemplo, desapareceram os Archaeocyatha, seres pe-
queninos similares a espojas, com esqueleto carbonático, que haviam acabado de surgir,
especialmente importantes por terem sido os primeiros grandes formadores de recifes.
Há 528 a 525 milhões de anos surgiram peixes primitivos, os primeiros seres com coluna
vertebral, antepassados de todos os seres que possuem esta importante referência física.
Há 450 milhões de anos, o estilhaçamento da pangeia Pannotia ainda produzia novos
blocos continentais, mas os choques dos microcontinentes do Rio da Prata, da Amazô-
nia–Laurentia e Laurentia–Báltica instituíam o núcleo de uma nova pangeia. Iniciava-se
também aí a Glaciação Andéena-Sahariana, cujos gelos não atingiram nossos terrenos,
com graves consequências, em termos de Vida. Provocando graves flutuações do nível dos
mares, disparou uma Grande Extinção, com ápice entre 445,6 e 443,7 milhões de anos
atrás, que eliminou 60% das espécies marinhas, atingindo especialmente brachiópodes
e briozoários, mas que deve, no quadro geral, ter eliminado entre 80 e 85% das espécies.

149
Rubens Antonio

Alguns lugares são mais apropriados à erosão, outros à deposição de sedimentos. Praticamente não há lugares neutros.
Aqueles que se tornaram favoráveis à deposição são as chamadas bacias sedimentares. Elas, podem ser maiores ou
colossais, e, a depender da situação, podem ter, em sua história, a invasão por mares. E isto não acontece de maneira
simples. Podem as águas avançar e recuar, em um único evento ou muitas vezes, em ciclos.
A eliminação das bacias sedimentares pode acontecer por seu entupimento, que é quando acorreu tal volume de
sedimentos sem que houvesse afundamento correspondente. Muitas vezes a eliminação de uma bacia se dá quando,
por meio de uma compressão, seu fundo se eleva e suas margens se aproximam.
Algumas destas compressões produzem cordilheiras. São ordinariamente aquelas que se dão entre duas placas.
Atualmente, vemos como exemplos as grandes Cordilheiras dos Andes, dos Alpes e do Himalaia, todas formadas
por choques continentais, que eliminaram bacias que bordejavam os desenhos antigos dos continentes.
Estas cordilheiras são muito interessantes, porque mostram um evento que ainda está acontecendo. Ou seja, não são
fruto de algo está ainda acontecendo. Isto é, os choques que produziram estas cordilheiras começaram há muito tempo
e ainda não se encerraram. Uma placa sob o Oceano Pacífico mergulha sob a América do Sul. Uma placa contendo a
Península Itálica avança sob a Europa. Uma placa contendo a Índia colide com a Ásia. Assim, os antigos sedimentos
de velhas bacias estão ainda são comprimidos, deformados, dobrados, elevando-se, formando estas cordilheiras.
Assim ocorreu nos casos das nossas antigas Cordilheira de Jacobina, há 2,0 bilhões de anos, Cordilheira do Espi-
nhaço, há 1,2 bilhões de anos, e talvez o caso de uma ainda mais antiga Cordilheira de Boquira, há cerca de 2,7
bilhões de anos. O que vemos, hoje em dia, são os restos das suas antigas imponentes alturas.
A eliminação do Mar Bambuí, que, com sua bacia sedimentar, ocupava uma concavidade no interior de nosso antigo
continente, isto é, a nossa placa não se deu por uma compressão direta. Foi um choque de placas aconteceu bem longe
desta bacia, na periferia do continente que fez a concavidade ser eliminada. A ilustrações superior ao lado mostra
a bacia formada por um encurvamento da porção central daquele antigo continente, com seus sendo depositados
em seu fundo. O choque com outros blocos continentais, visto na figura inferior, bem longe da bacia, inverteu a
curvatura da parte central do continente. Entre 580 e 560 milhões de anos atrás, o que era uma bacia foi sendo
transformado em um alto. Neste processo, a elevação se deu formando predominantemente uma visão de camadas
muito levemente curvadas a horizontalizadas, com as da fotografia acima. - Município de Palmas do Monte Alto.
Apesar deste predomínio da horizontalidade, há belos dobramentos visíveis, resultantes do mesmo processo que
elevou a Chapada Diamantina.
150
História Geológica da Bahia

151
Rubens Antonio

Apesar de o processo de eliminação do Mar Bambuí e formação das grandes elevações da Chapada Diamantina ser
resultado de choques que ocorreram muito distantes, encurvando a crosta para cima, em nossos terrenos, produ-
ziram não só as maiores elevações da Bahia, como de todo o Nordeste brasileiro. Acima, os grandes altos na região
fronteiriça entre os Municípios de Abaíra e Rio do Pires constituem a Serra do Barbado. Nela situa-se o Pico do
Barbado, o ponto mais elevado do Nordeste, atingindo 2.033 metros de altitude.

A Serra das Almas, porção expressiva das grandes elevações Chapada Diamantina, distribuída entre os Municípios
de Livramento de Nossa Senhora e Rio de Contas, é uma das regiões que agregam maior quantidade de espécimes
únicas da flora. Destacando-se, nesta, as cerca de 120 espécies de orquídeas daí naturais.
Acima, o Pico das Almas que, com seus 1.958 metros de altitude era, até o final do século XX, reconhecido como
o mais alto de todo o Nordeste.
Atualmente, foi relocado como o terceiro mais elevado, mas sem perder nada em relação ao encanto e à atratividade,
que leva até o mesmo ainda uma quantidade muito expressiva de visitantes. - Município de Rio de Contas
152
História Geológica da Bahia

A Chapada Diamantina tem altitude média em torno de 1450 metros, com as maiores elevações situadas acima de
1900 metros e seus baixios e vales profundos com altitude variando entre 600 e 950 metros. Nela situa-se nossa cida-
de de maior altitude, Piatã, a 1268 metros. As elevações da Chapada Diamantina são erodidas a uma velocidade de
cerca de 2,5 milímetros por ano, enquando seus planaltos se esvaem a cerca de 1 milímetro por ano. Sob estes altos
a nossa Crosta Continental chega à sua maior espessura, com raízes entre 100 e 110 quilômetros de profundidade.

O Pico do Itobira, visto acima, com seus 1970 metros de altitude, foi reconhecido como a segunda montanha mais
elevada da Bahia e do Nordeste.
À diferença do Pico do Barbado e do Pico das Almas, esta elevação não se comporta de maneira tão isolada, encon-
trando-se encaixada em uma região que forma verdadeiros taboleiros muito expressivos. Daí, o seu em-torno ser
consideravelmente bem mais elevado que o das outras duas elevações.
Assim como as outras elevações, figura entre os destinos geoturísticos preferenciais, não só em função da sua altitude,
mas da preservação de qualidade que toda sua ambiência ostenta. - Município de Rio de Contas
153
Rubens Antonio

154
História Geológica da Bahia

A fotografia acima mostra a Serra do Sincorá. Seu visual é resultado deste processo atuando por centenas
de milhões de anos, na Chapada Diamantina. As camadas que anteriormente estavam unidas foram se
afastando aos poucos, pelos processos erosivos. elevados quase que em movimento vertical perfeito, os
antigos leitos da bacia sedimentar da Chapada Diamantina mantiveram a horizontalidade predominante,
testemunhando sua longa história.
No passado, estas elevações estavam em contato, sob a forma de leitos contínuos.
O primeiro processo que acontece é o de intemperismo, que é o enfraquecimento da rocha sedimentar,
como resultado, dentre outras coisas da ações de aquecimento diário e resfriamento noturno, chuvas
ácidas. O próximo evento é a erosão, que é a retirada do material antes intemperizado, resultante da
atuação de agentes, dentre outros, como a gravidade, chuvas e ventos.
A massa ao pé das encostas originalmente constituía seus paredões, tendo desabado, formando acumu-
lações, as quais continuam a ser retiradas lentamente, ao longo do tempo.
Agora, em silêncio ao uivar sentido dos longos ventos, continuam sendo desgastados, lentamente separa-
dos, em função da ação conjunta de intemperismo e erosão. - Município de Palmeiras
Na página ao lado, o riacho da Onça entremeia elevações da Chapada Diamantina. Percorre a herança
de centenas de milhões de anos, um belo canyon encravado nestes altos.
Intemperismo e erosão aprofundam lentamente a separação entre estas elevações que já constituíam ca-
madas unas. O Tempo Profundo é um escultor constante, silencioso, paciente, zeloso e eficaz. - Município
de Mucugê - Foto gentilmente cedida por Zé Álvaro – calangodecamelo.wordpress.com
155
Rubens Antonio

O Morro do Pai Inácio, no Município de Palmeiras, visto acima, tem altitude de 1.120 metros e altura de 140 me-
tros, a partir da sua base. É uma excelente testemunha de uma história que pertence ao Tempo Profundo. As linhas
da sua fachada evidenciam leitos sedimentares que se depositaram conforme a região foi afundando. A sua parte
mais baixa foi depositada em um ambiente de um grande delta. Houve um avanço do mar sobre a região, porém,
de maneira inconstante, dada a retrocessos. Daí, os seus sedimentos intermediários serem caracterizados como de-
positados em uma alternância de ambientes de deltas e de rios mais afastados do mar. Finalmente, em um quadro
de afundamento regional, porém com recuo do mar, o que atualmente é o alto desta elevação foi depositado em um
ambiente desértico.
Quando da eliminação da antiga bacia sedimentar, esta região foi sendo elevada, predominando os movimentos
verticais, impondo um visual de tendência horizontal às camadas. Suas curvaturas amplas, relacionadas a grandes
dobramentos, atingem ângulos de até 10°. Abaixo, em um corte esquematizado, com entidades referenciais, envol-
vendo a região percebemos que as camadas se encontram levemente encurvadas, com amplitude do dobramento
se estendendo por cerca de 50 quilômetros, como visto no corte abaixo (modificado de Pedreira e Bonfim, 2002).

156
História Geológica da Bahia

Nas regiões em que as bacias sedimentares são tomadas pelas áreas de maiores tensões nos choques de
placas os dobramentos são muito intensos. Geram-se cordilheiras, como Andes, Himalaia e Alpes. A
aparente horizontalidade das camadas da Chapada Diamantina não furta a presença de dobramentos de
vários tamanhos. Acima, uma bela dobra nos seus antigos sedimentos. - Município de Seabra.

A presença do Mar Bambuí e todo


um leque de ambientes, variando
de deltas a desertos, deixou inúme-
ras evidências em seus sedimentos.
Uma vez tornados aqueles antigos
sedimentos rochas sedimentares,
elevadas sob a forma da Chapada
Diamantina, muitos destes elemen-
tos são visíveis.
Ao lado, marcas de onda deixadas
nas areias litorâneas daquele anti-
go mar. - Município de Palmeiras.
Foto Gentilmente cedida por Cláu-
dio Sérgio Oliveira de Rosato.
157
Rubens Antonio

Diamantes, originalmente in-


corporados em rochas ígneas,
podem ser levados até bacias
sedimentares. Transformados
os sedimentos em rochas sedi-
mentares, nestas permanece-
rão tais diamantes. - Amostra
do Município de Mucugê -
Exposta no Museu Geológico
da Bahia.

A transformação de carbono em elevadas temperatura e pressão não


conduziu somente aos diamantes hialinos. Podem conduzir a car-
bonados, que são conhecidos como diamantes negros. Sua origem,
segundo a maior parte dos autores, é similar à de diamantes, porém
com pressão e temperatura algo menor, não atingindo a maturidade
daqueles. Alguns autores vinculam-nos a eventos estelares, indicando
uma geração no interior de antigas estrelas. Já outros associam-nos
a impactos meteoritos. Ao lado exemplares de carbonados extraídos
do Rio Paraguaçu, na Chapada Diamantina. Fonte da Imagem: SGM

As manifestações de veios denominados pegmati-


tos são comuns em muitos eventos de magmatismo
granítico. Basicamente tratam-se de emanações
a partir daquele corpo rochoso em seus estágios
finais de solidificação. Comumente trazem consigo
algumas pedras preciosas. Há 520 a 500 milhões
de anos, uma manifestação granítica atingiu o
extremo-sul baiano e a região nordeste mineira.
Durante esta foi emanado um pulso importante
de pegmatitos contendo águas marinhas
À esquerda, a água marinha de qualidade acentuada pelo “azul
profundo”, que é reconhecida como do tipo “maxixe”, encontrada
no garimpo de Jaquetô, Município de Guaratinga.
À direita, um outro belo exemplar de água-marinha - Município
de Itanhém.
158
História Geológica da Bahia

Encontro entre História e História Geológica... No Alto da Favela, no sítio da Guerra de Canudos, em
1897, uma trincheira dos guerrilheiros, que aproveitaram as características da rocha predominante local,
o filito, de formar placas. - Parque Estadual de Canudos - Município de Canudos.

Ao lado, o filito, rocha de


aspecto placoidal. É simi-
lar à ardósia sendo porém
sedosa ao toque, derivada
do metamorfismo de anti-
gas areias e argilas do Mar
Bambuí. Constitui a maior
parte do chão da região em
que se deu a Guerra de Ca-
nudos. - amostra do Parque
Estadual de Canudos - Mu-
nicípio de Canudos.
159
Rubens Antonio

Nossa História Geológica possibilitou termos uma grande variedade


de tipos de Quartzo. Acima, garimpeiros de Brotas de Macaúbas
exibem uma grande drusa de Quartzo. - fotografia gentilmente
cedida por Olderico Barreto.
À direira, Olderico Barreto com
amostras de Quartzo hialino ou
Cristal-de-rocha, com transpa-
rência magnífica e um exemplar
de quartzo citrino levemente
fumê com agulhas de rutilo.
À esquerda, exemplar de Quart-
zo hialino do Município de
Itambé, com 1,2 metro de com-
primento. É composto por um
percentual de 99 a 99,95% de
SiO2. As impurezas mais fre-
quentes são de Alumínio, Ferro,
Lítio, Manganês e Titânio, que,
em quantidades maiores, confe-
rem cores ao quartzo.
Exemplar exposto no Museu
Geológico da Bahia - Salvador.

160
História Geológica da Bahia

Ser Geólogo é escutar o coração da Terra, e sentir que ela só é azul por fora porque por
dentro é verde.
Gélbio Melo Fagundes Rocha
Geólogo - formado em 1978

161
Rubens Antonio

Ametista - Morion - Ametista queimada - Quartzo hematóide - Prásio ou Quartzito


Sento Sé Contendas do Sincorá Jacobina Ibitiara verde - Pindobaçu

Cabeleira de Vênus - Quartzo citrino - Quartzo Rosa - Quartzo Róseo - Quartzo fumê -
Brotas de Macaúbas Ibitiara Campo Formoso Jacobina Novo Horizonte

Quartzo laranja - Citrino com rutilo - Quartzo leitoso - Quartzo fantoma - Quartzito azul -
Jacobina Ipupiara Ibitiara Seabra Oliveira dos Brejinhos

Grandes volumes de areia quartzosa depositados nas nossas bacias sedimentares, transformados em arenitos ou
quartzitos, foram intemperizados, erodidos, solubilizados, recristalizados. Chegaram também fluidos de origem mag-
mática. Sendo o cristal-de-rocha o Quartzo hialino, praticamente puro, são as impurezas que oferecem a expressiva
de variedade de cores, seja pelos elementos que as constituem, seja pela maneira como se relacionam com outras.
O Quartzo leitoso deve o aspecto a micro–inclusões fluidas. A Ametista é roxa pela presença de Ferro e o Quartzo fumê
pela de Alumínio ou Silício intersticial. O Quartzo negro ou morion tem sua cor causada por Alumínio e o Quartzo
162
História Geológica da Bahia

Citrino pelo Ferro. O falso Citrino resulta da Ametista aquecida a 500°C. O Quartzo rosa tem a cor devida a Titânio,
sendo sempre translúcido, enquanto o Quartzo Róseo deve a sua à presença do Fósforo e Alumínio, apresentando
transparência. O Quartzo hematóide apresenta óxidos de Ferro. O Quartzo verde é o Prásio, em função de inclusões
de minerais verdes, e a Aventurina, quartzito verde, devida à presença de Fucsita intergranular. O Quartzito azul
deve sua cor à presença intergranular de minerais azuis, no caso baiano, a Dumortietrita. O Quartzo rutilado exibe
inclusões de Rutilo que, quando muito expressiva, forma o Quartzo Cabeleira de Vênus. O Quartzo fantasma ou
Quartzo fantoma apresenta impurezas macroscópicas disseminadas pelo interior do cristal, sob a forma de manchas
irregulares. Quando estas marcam o crescimento do cristal formam o Quartzo barracado.

Geodos e drusas são variedades de preenchimento natural de vesículas, isto é, vazios nas rochas, por minerais.
Distinguem-se por as drusas representarem preenchimento parcial, enquanto os geodos são marcados pelo preen-
chimento total. Acima, à esquerda, drusa contendo ametistas; no centro, drusa preenchendo quase totalmente o
escpaço com quartzo hialino, apenas localmente com ágata; finalmente, um geodo de ágata. - Amostras do acervo
do Museu Geológico da Bahia.

O quartzo pode aparecer em formas microcris-


talinas, que são aquelas cujos cristais somente
se tornam visíveis através de auxílio de algum
aparelho ótico, como lente, lupa ou microscópio.
É assim genericamente denominado calcedônia,
que se diferencia em jaspe, que é maciço, ágata,
que é bandada concêntrica, e o ônix, cujas ban-
das são retilíneas paralelizadas. ou granulares
Aparecem ainda expressões criptocristalinas a
amorfas, que não exibem cristais mesmo atra-
vés de instrumentos. Dentre suas variedades, o
chert é a não gemológica e a opala a gemológica.
Ao lado, na parte superior, uma cornalina, isto
é, uma ágata vermelha, imagem gentilmente
cedida pela CPRM. Na parte inferior, à esquer-
da, chert do Município de Boninal, e, ao seu
lado, um jaspe amarelo do Município de Campo
Formoso, ambas amostras do acervo do Museu
Geológico da Bahia.
163
História Geológica da Bahia

443 a 390 Milhões de A nos Atrás (Períodos Siluriano e Devoniano da Era


Paleozoica)

A Glaciação Andéena-Sahariana, iniciada há 450 milhões de anos, estendeu-


-se até 420 a 413 milhões de anos atrás, sem atingir diretamente nossos terrenos.
Entretanto, destaca-se por ter disparado mais um processo de Grande Extinção, com
dois momentos mais intensos, com ápice há 443,7 milhões de anos. Eliminando 80%
de todas as espécies, extinguiu 60% das espécies de invertebrados marinhos, ceifando
com rigor especial os trilobitas, além de 52 a 79% das espécies planctônicas. Porém as
mudanças mostravam logo conquistas da Vida, expandindo-se por sobre os continentes.
A Cooksonia foi mais antiga planta vascular a progredir sobre os continentes, há cerca
de 432 milhões de anos. Entre 420 e 410 milhões de anos atrás, quando a vegetação,
que já invadira boa parte emersa dos continentes, chegaram os primeiros animais, os
Euripterídeos, que eram muito parecidos com o dos atuais escorpiões.

Os recifes, após a crise de 510 milhões de anos atrás, recuperaram-se lentamente. Há


460 milhões de anos tinham adquirido riqueza muito grande. Algas, esponjas, corais e
briozoários formavam-nos, disputando espaço. Os placodermas, estranhos peixes com
carapaças, impunham-se como os maiores predadores, há 400 a 380 Milhões de anos.

Um grande afundamento da crosta ocorria centrado nos atuais territórios do Ceará,


Maranhão e Piauí. Implantou-se a Bacia do Parnaíba, uma nova bacia sedimentar cujo
limite sul era a região centro-norte e norte dos nossos terrenos, afetada diretamente
por este evento. Também, neste processo, nossa porção nordeste se viu afundada, sendo
dominada por uma rede de canais entrelaçados, com elevada deposição de sedimentos.

Há 435 milhões de anos, a duração do dia chegara a 21 horas e 36 minutos, resultando


anos com 405 dias. Há 425 milhões de anos, tínhamos um dia de 21 horas e 40 mi-
nutos e há 395 milhões de anos de 21 horas e 48 minutos, chegando o ano a 401 dias.
Isto enquanto o percentual de Oxigênio na atmosfera, que há 630 milhões de anos re-
presentava 20% do atual, há 500 milhões de anos atingira 25% do atual, chegara, há
400 milhões de anos, a 70% do percentual atual.
165
Rubens Antonio

A Vida há 416 milhões de anos. assemelhando-se a um polvo com concha, um Orthoceras, com 5 metros
de comprimento, aproxima-se. Vêem-se ammonóides de conchas espiraladas, trilobitas, brachiópodes,
crinóides e celenterados. Os seres parecendo peixes são apenas seus parentes próximos, os Agnatha.
166
História Geológica da Bahia

Acima veem-se Euripterídeos devorando um peixe primitivo. Apesar da sua aparência similar à de escor-
piões atuais, trata-se apenas de um caso de formas análogas. Isto é, a evolução conduziu euripterídeos e
escorpiões, seres pertencentes a classe biológicas diferentes, a formas similares.
Não possuindo os euripterídeos veneno em seu arpão, viveram entre 510 e 348 milhões de anos atrás,
destacando-se por terem sido, entre 420 e 400 milhões de anos atrás, os prováveis primeiros seres a sair
das águas e percorrer terra firme. O gênero Pterygotus representou o apogeu do tamanho desses seres,
chegando a cerca de 2,0 m.
Além destes, sob as águas veem-se trilobitas.
167
História Geológica da Bahia

390 a 359 Milhões de A nos Atrás (Período Devoniano da Era Paleozoica)

U m grande afundamento a norte dos nossos terrenos permitiu a chegada de volta


um novo mar com águas contidas pelos altos que dominavam o nosso interior. Nesta
bacia de ambiência rasa, deltas atiravam um volume elevado de sedimentos arenosos.

Há 385 a 370 milhões de anos, deu-se o avanço mais expressivo dos animais sobre os
continentes. Surgiram peixes como o Eusthenopteron, com início do que viria a ser
o nosso sistema respiratório, além de barbatanas musculosas oferecendo capacidade
para caçar com mais eficiência desviando dos detritos n’água ou rastejando próximo às
margens dos alagados. O Panderichthys, há 380 milhões de anos e o Tiktaalik, há 375
milhões de anos, configuraram avanços no desenvolvimento destas nadadeiras rumo
a braços, mãos, pernas e pés. Entre 365 e 360 milhões de anos atrás, o Acanthostega,
termo final deste nível da transição, apesar das patas, ainda era um peixe, possuindo
guelras e brânquias. Nesse contexto, há 363 a 360 milhões de anos, surgiu também o
Ichthyostega, um anfíbio primitivo de até 1,5 m de comprimento, outro referencial na
passagem da vida das águas para a terra. Mostra um ser já apto à exploração do am-
biente terrestre próximo alagado, em continentes nos quais, há 365 a 362 milhões de
anos, já haviam surgido aquelas que são consideradas as primeiras árvores.

Há 374 a 359 milhões de anos, quando a duração do dia chegara a 22 horas e 30


minutos, a Glaciação Karoo, em seus primeiros pulsos, causava graves alterações no
nível médio dos oceanos. Provocou uma grande regressão, influenciando diretamente
na série de pequenas extinções distribuídas entre 367 e 359,2 milhões de anos atrás.
83% de todos os gêneros marinhos pereceram, especialmente esponjas e braquiópodes.
Os trilobitas tiveram 45% dos seus gêneros extintos. 90% do plâncton foram afetados.
Os recifes foram afetadíssimos. Neles, os briozoários mostraram alguma resistência,
mas as esponjas quase se extinguiram, os corais Tabulata perderam 80% a 92% de
seus gêneros. Os corais Rugosa 65%. Também 65% das espécies de placodermas de-
sapareceram. 43% a 50% das espécies de plantas sucumbiram, No total geral, 55% a
60% dos gêneros, representando 70 a 82% das espécies do planeta, foram eliminados.

169
Rubens Antonio

Os placodermas podem ser considerados peixes que dispunham de uma possante couraça óssea. Havia
desde os pequenos, centimétricos até métricos. Como marca do seu desenvolvimento primitivo, parece que
apresentavam costumeira dificuldade digestiva. Entretanto, um marco interessante no desenvolvimento
da vida é que alguns placordas apresentaram, há 380 milhões de anos, pela primeira vez na História da
Vida, desenvolvimento de seu feto dentro de uma placenta.
Acima, vemos um colossal Dunkleosteus, que foi o maior gênero dos placodermas.Tendo vivido entre 370
e 360 milhões de anos atrás, chegava a cerca de 9 metros de comprimento..
170
História Geológica da Bahia

Há 385 a 370 milhões de anos, peixes como o Eusthenopteron exibiam os primórdios de um sistema respi-
ratório adequado ao ar livre, com nadadeiras configuradas por barbatanas musculosas. O Panderichthys,
de 380 milhões de anos, e o Tiktaalik, há 375 milhões de anos, eram peixes que mostravam avanços em
direção a braços, mãos, pernas e pés, melhorias nas estruturas respiratórias e o surgimento do pescoço.
Entre 365 e 360 milhões de anos atrás, o Acanthostega era o termo final deste nível da transição, sendo
ainda um peixe, mas com patas. Quando temos o Ichthyostega, entre 363 e 360 milhões de anos, este já
era um anfíbio primitivo referencial típico do início da vida em terra firme.
171
História Geológica da Bahia

359 a 340 Milhões de A nos Atrás (Período Carbonífero da Era Paleozoica)

D entro do novo contexto, enquanto nossos terrenos se


aproximavam do Polo Sul, avançou a implantação da Glacia-
ção Karoo, bem caracterizada a partir de 359 milhões de anos
atrás. Apesar de estarmos fora das regiões mais atingidas, esta
glaciação, que se estenderia até 260 a 250 milhões de anos atrás,
marcou presença no extremo nordeste dos nossos terrenos.

Neste momento, uma grande conquista das plantas foi o surgimento de sementes. Este
ponto parece ter oferecido o amadurecimento necessário para que a vida vegetal se dis-
seminasse com muito mais força. As árvores atingiram tamanhos colossais, chegando
a entre 30 e 40 metros de altura, com troncos de até 1 metro de largura. Vigorosas,
disseminaram-se rapidamente, compondo grandes florestas. Todo este quadro foi acom-
panhado por uma grande multiplicação de gêneros anfíbios, dominando as regiões cir-
cunvizinhas de lagos, alagados e rios. Seus comprimentos chegaram logo a ultrapassar
dois metros. Mas o ponto que pode ser considerado determinante, nesse momento, foi o
surgimento dos mais antigos répteis. Ainda eram pequeninos, mas a sua desenvoltura
oferecia oportunidades até então vedadas aos outros seres.

Nos mares, grandes conchas e acumulações de brachiópodes produziam, inclusive, re-


cifes formados a partir destes seres.

Alguns estudiosos entendem que houve uma considerável manutenção, nos momentos
quentes, de calor nos mares e oceanos. A sua temperatura média, há 350 milhões de
anos, estaria em torno de 45ºC.

Isto enquanto, há 345 milhões de anos, a Terra, em seu constante frear, chegava a dias
de 22 horas e 6 minutos, o que resultava em anos de 396 dias.

173
História Geológica da Bahia

340 a 320 Milhões de A nos Atrás (Período Carbonífero da Era Paleozoica)

A companhando a retração da glaciação em nossos terrenos, apesar da sua


manutenção em outras partes do Gondwana, as águas avançaram por sobre a bacia
sedimentar do nordeste, cujos limites chegavam ao norte dos nossos terrenos. Os indi-
cativos são que aquele mar continental típico chegara a um termo de características
mais transicionais para o ambiente oceânico. Apesar de consideravelmente calmo, esse
mar oscilava entre avanços e recuos nos nossos terrenos, deixando lagunas, cordões
litorâneos e pequenas ilhas arenosas.

Os recifes, que desde cerca de 360 milhões de anos atrás haviam retraído muito, come-
çaram a se recuperar paulatinamente. sendo formados por briozoários, algas e esponjas.
Os corais permaneciam cerceados, lutando para escapar à extinção.

As grandes florestas impuseram-se terminantemente, aproveitando o clima predomi-


nantemente moderado a apenas localmente frio. A árvore denominada Lepidodendron
atingia 40 metros de altura, enquanto a Stigmaria chegava a impressionantes 50 metros.

Um ponto de destaque era a atmosfera se enriquecera em oxigênio a um ponto crítico.


O seu percentual teria chegado a algo entre 25% e 35% do volume atmosférico, muito
superiores, portanto, aos 20% atuais. Isto fez com que a nossa atmosfera se aproxi-
masse perigosamente de um nível em que poderia entrar em combustão. Entretanto,
essa condição possibilitou o surgimento de grandes insetos, que proliferaram, como
a Arthropleura, uma espécie de gongolo ou embuá, uma centopéia com até 2,4 m de
comprimento e 0,5 m de altura no dorso, pesando 50 kg, e a Meganeura, uma libélula
com entre 70 e 90 cm de envergadura e 1 kg de peso. Os anfíbios haviam permanecido
com seus maiores exemplares em torno de 2 metros de comprimento, e a novidade era
o aparecimento, há 350 milhões de anos, dos primeiros répteis. Isto enquanto, nos oce-
anos, braquiópodes e trilobitas abundavam, dividindo a cena com cefalópodes.

Isto enquanto, há 325 milhões de anos, a duração do dia atingira 22 horas e 24 minu-
tos, resultando num ano de 394 dias.
175
História Geológica da Bahia

320 a 251 Milhões de A nos Atrás (Período Carbonífero a Permiano da Era


Paleozoica)

O vai-e-vem das águas do Mar Parnaíba redesenhava constantemente o nosso


litoral norte-nordeste, indo de marinho raso a lagos e planícies de inundação. Isto en-
quanto, há 295 milhões de anos, recuou mundialmente a Glaciação Karoo, em forma
de centros glaciais intermitentes, até seu fim, há 260 a 250 milhões de anos. Porém, o
grande destaque é que, entre 255 e 250 milhões de anos atrás, os continentes estavam
reagrupados em uma única massa continental, a Pangeia Última ou Pangeia propria-
mente dita, formada pelo meridional Gondwana, onde estavam nossos terrenos, e a se-
tentrional Laurásia. Nela, a redução de orogêneses, isto é, formação de novas montanhas,
provocava o excesso de terras planas e alagadas, com redução de intemperismo e erosão.
Pela maior parte do Gondwana proliferou intensamente o Glossopteris, uma árvore
com entre 4 e 6m de altura. De elevada diversidade chegou a cerca de 100 espécies,
espalhando-se por alagados e baixios ribeirinhos. Em termos globais, anfíbios com até
nove metros de comprimento tornavam perigosíssima a proximidade de rios e lagos.
Dominavam vastas áreas os dicinodontes, grandes herbívoros com até seis metros de
comprimento. Cinodontes como o Anteosaurus, o Exaeretodon e o Lycaneops, eram
perigosos carnívoros. Grandes répteis como o Dimetrodon e o Edafosaurus controla-
vam melhor, com estruturas em forma de vela nas costas, a sua própria temperatura.

Bem a sul dos nossos terrenos, uma grande bacia geralmente tomada por uma grande
lagoa, estendia-se entre áreas unidas pertencentes ao sul do Brasil e sudoeste da África.
Nela, pequenos répteis como o Brazilosaurus, o Mesosaurus e o Stereoternum lançavam-
-se à busca de peixes. Sua importância maior é que constituíram um dos primeiros
indicadores da existência de pelo menos uma pangeia no passado terrestre.
Há 265,8 milhões de anos, iniciaram-se fenômenos que culminaram com vulcanismos,
a partir de 260,4 milhões de anos, em terrenos que atualmente são parte da China e
da Índia, e de 255 milhões de anos, na Sibéria. Estes provocaram transformações que
lançaram a Vida na sua mais notável crise, a Grande Extinção Permo-Triássica.
177
Rubens Antonio

A partir de 1,2 bilhão de anos, nossos terrenos foram se aproximando do Polo Sul. Acima, a mancha
branca é o Polo Sul, aparecendo também a localização dos nossos terrenos, a partir de 550 milhões de
anos atrás, no Gondwana, integrando-se ao Pangeia, há 255 milhões de anos. Levados pelos movimentos
daqueles continentes, nossos terrenos realizaram uma verdadeira dança em torno daquele polo.
178
História Geológica da Bahia

Olhar nossos terrenos e pensar em estabilidade é quase um devaneio... Intemperismo, erosão, tectonismo,
magmatismo e todo um rol extenso de fenômenos geológicos tornam o momento um leve instantâneo de
uma grande rota. No tempo geológico, isto atua de maneira muito mais densa,
Se pudéssemos destacar o contorno dos nossos terrenos, e marcarmos, com ele, o seu movimento na su-
perfície do Globo terrestre, tomando os pólos geográficos atuais como referência, teríamos algo como a
figura acima. O primeiro mapa, na parte superior esquerda, retrata a nossa posição há cerca de 1,2 bilhão
de anos. A partir de então, a deriva das parcelas continentais sobre a qual nos encontrávamos realizou
uma jornada impressionante.
Um grande mergulho nos levou até as proximidades do pólo, como visto na imagem da página ao lado, lá
trafegando entre 550 e 340 milhões de anos atrás. Depois, nos movimentamos lentamente até chegarmos
a aproximadamente a posição em que nos encontramos agora, há cerca de 240 milhões de anos.
A partir de então, experimentamos apenas pequenas variações... até que, um dia... nosso saveiro se faça,
mais uma vez, ao mar, levado pelos ventos da Tectônica de Placas, no Oceano do Tempo...
179
Rubens Antonio

Pseudo-fósseis são elementos minerais ou ro-


chosos de origem natural, cuja aparência lem-
bra aqueles de origem animal ou vegetal. Po-
dem confundir leigos que os tomam por fósseis.
Ao lado, medindo 23 cm de altura, um pseudo-
-fóssil que se assemelha a ramas vegetais.
São “dendritos de Pirolusita”. Formam-se
quando a Pirolusita, um mineral de Manganês,
é levado por água.
Esta permeia a superfície de uma rocha. Quan-
do seca, a Pirolusita cristaliza nesta forma.
- Município de Miguel Calmon. - Acervo do
Museu Geológico da Bahia.

Outro pseudo-fóssil aparece ao


lado, em duas posições, medindo
12cm de diâmetro. É uma mistura
de silex e hematita que estava em
um estado plástico, quando fo-
ram comprimidos. Assumiu então
uma forma que se assemelha à
de algumas ciclomedusas, isto é,
tipos de águas-vivas, fossilizadas.
A conclusão da sua cristalização
preservou a forma. - Município de
Alagoinhas

Ao lado, medindo 25cm de diâ-


metro, uma septária, em duas
posições. É uma estrutura natural,
produzida pela compressão de ar-
gila. Através das gretas da argila
penetram fluidos contendo outros
minerais. - Acervo do Museu Geo-
lógico da Bahia.
Na Bahia, em Serrinha, encontrou-
-se uma septária com 1,5 metro de
diâmetro.
180
História Geológica da Bahia

Uma nova grande conjunção continental, entre 255 e 250 milhões de anos atrás, estabeleceu a última
pangeia. Suas duas porções a Laurásia, a norte, e a Gondwana, a sul, envolviam o Oceano Tethys, en-
quanto dominava o outro lado do globo o grande Oceano Panthalássico. Atualmente, as duas imensas
pontas a leste constituem o sul e o norte da China, a grande área em destaque no centro-norte é a Sibéria,
e a Índia se encontrava no centro-sul. Os vulcanismos que aí ocorriam provocaram uma grande extinção.

As quatro pangeias,
suas denominações,
início e fim, em mi-
lhões de anos atrás.
Além destas, alguns
est udos sugerem a
ex istência tam bém
da pangeia Kenor-
land, entre 2,4 e 2,32
bilhões de anos atrás.
181
Rubens Antonio

D
De Harpias, Fúrias e Parcas...

e todas as espécies que já existiram 96 a 99% estão extintos, ten-


do sido 4 a 6% eliminados nas Extinções em Massa, que são aquelas que
ocorreram em intervalos de tempo relativamente curtos, atingindo uma
quantidade muito elevada de espécies de diversos grupos. Ao longo da
História Geológica, ocorreram apenas cinco ou, mais rigorosamente, três
vezes. Não surgiram submetidas pela visão apocalíptica de impactos meteo-
ríticos. Alongaram-se por dezenas de milhares a milhões de anos, dimensão
da rapidez elevada no Tempo Geológico. Uma testemunha que vivesse em
um momento de uma Extinção em Massa provavelmente não a perceberia.
Uma Extinção em Massa conta uma história em que é praticamente impos-
sível localizar culpados isolados. E a maior delas começou com a redução
de orogêneses, isto é, formação de novas montanhas. Isto provocou um ex-
cesso de terras planas e redução das intensidades de intemperismo e erosão.
Entre 263 a 260,4 e 257 milhões de anos atrás, deram-se os vulcanismos
Emeishan, na região que hoje é o sul da China, e Panjal, em terrenos atu-
almente situados na Índia. O nível dos mares e oceanos iniciara um rebai-
xamento jamais visto, chegando, entre 263 e 261 milhões de anos atrás, ao
seu ponto mais baixo na História Geológica. Este leque de eventos conduziu
a um aumento de CO2, o gás carbônico, acompanhado de uma superanoxia
das águas, isto é, uma redução e até falta de Oxigênio gravíssima.
Iniciou-se um declínio intenso da diversidade da Vida. Os já fragilizados corais Rugosa estavam entre os
primeiros atingidos, beirando a extinção. Os brachiópodes sentiram este impacto que se revelaria uma
mera introdução, vendo-se reduzidos em abundância e com seus antigos espaços sendo ocupados por seres
como bivalves e gastrópodes, que praticamente não foram atingidos neste primeiro momento.
Logo após o encerramento destes vulcanismos, desencadeou-se, na Sibéria, o maior evento vulcânico de
todos os tempos, expresso por uma sequência de 45 subconjuntos de megaderrames de lava, com espessura
média total de 2 km distribuídos por uma área de 3.000.000 km2. Suas manifestações primordiais haviam
ocorrido há 265 milhões de anos, intensificando-se há 255 milhões de anos, chegando-se ao apogeu entre
251,7 e 251,1 milhões de anos atrás, decrescendo, até 249,9 milhões de anos atrás.
Este evento vulcânico atirou quantidades enormes de CO2 e SO2 à atmosfera. A Vida fotossintetizante
entrou em crise, sendo rebaixado o percentual de O2 atmosférico a entre 10 e 15%. O CO2, pobremente
retrabalhado, chegou a subir a concentrações que variavam entre 17 e 30%. E, encerrado o momento de
maior força vulcânica, o CO2 na atmosfera era tanto que permaneceu com percentuais entre 10 e 15%,
por cerca de dez mil anos. Depois, manteve-se ainda seu percentual entre 5 e 10% por mais cem mil anos.
Os céus mostraram belos avermelhamentos. Afetou-se a camada de ozônio, permitindo que chegassem
à superfície do planeta radiações mortais. Bloqueou-se a Radiação Ultravioleta B, que atua como bac-
182
História Geológica da Bahia

tericida e viricida, favorecendo a proliferação de causadores de doenças.


Chuvas ácidas e temperaturas oscilantes desestruturaram ecossistemas. Os
oceanos, com química muito alterada, mantinham rebaixamento drástico
do seu nível, quadro agravado pela circulação reduzida das águas. Estas
necessitavam mais de 1000 anos para que uma mistura eficiente fosse rea-
lizada, enquanto atualmente são necessários, em áreas de menores índices,
no máximo, 50 anos, para a mistura de águas oceânicas.
Após um resfriamento inicial, houve um grande avanço do calor, elevando-se
as temperaturas médias 4ºC a 5ºC. No pico do evento, localmente, a tem-
peratura média ficou 10ºC mais elevada. Expandiram-se áreas tropicais e
desérticas, às custas das temperadas e frias. Há 252 milhões de anos, a tem-
peratura média das águas oceânicas, no Equador, era de cerca de 34ºC. Nos
polos esta temperatura variava entre -4ºC e 4ºC, com picos de 8ºC. Mesmo
nas profundezas oceânicas, o efeito do grande aquecimento era sentido. A
3000 metros de profundidade a água, que atualmente se aproxima do ponto
de congelamento, estava entre 4 e 5ºC. Em um quadro geral, a média global
da temperatura das águas e oceanos estava, pelo menos, 4ºC mais quente que
na atualidade. Cresceu a aridez. As capas glaciais polares desapareceram.
Iniciou-se a Grande Extinção com apogeu entre 252,6 e 251,4 milhões de
anos atrás, seguindo ainda intensa até 249,8 milhões de anos atrás, configu-
rada especialmente por dois pulsos principais que duraram 300 mil e 160 mil
anos. Alguns estudiosos vêem três pulsos com duração total de 80 mil anos.
Para alguns cientistas, as espécies continentais sofreram sozinhas o avanço da extinção por 40.000 anos.
Só depois, o mar foi atingido, começando pelo plâncton vegetal. Para outros, este foi a primeira vítima. o
que desestruturou a Vida. Seja como for, em pouco tempo, pereceram 85 a 96% das espécies marinhas.
Então, nos continentes, recrudesceu a extinção. Entre os vegetais continentais, a elevada degeneração, fez
com que os fungos decuplicassem suas quantidades. A árvore típica Glossopteris, de imensa distribuição
por todo o Gondwana, extinguiu-se. As grandes florestas de coníferas desapareceram. 65% dos répteis
extinguiram-se. Desapareceram 99% dos radiolários, 96% dos brachiópodes, 79% dos briozoários, 75%
das esponjas, 97% dos ammonóides, 67% dos anfíbios, 80% dos répteis, 98% dos cnidários. Antes em
ganho com o processo de extinção, gastrópodes tiveram 85% e os bivalves 59% dos seus gêneros extintos.
As ordens de corais Tabulata e Rugosa, que haviam sofrido muito mas resistido aos eventos de entre 263
e 257 milhões de anos atrás, foram finalmente eliminadas. Sobreviveram somente os corais pertencentes
à antes pouco expressiva ordem Scleractinia. As derradeiras espécies de trilobitas sucumbiram. 70 a 80%
das espécies terrestres extinguiram-se, destacando-se, entre estas, 70 a 75% das espécies de vertebrados.
Ao final do processo, estavam extintos 90 a 95% de todas as espécies do nosso planeta.
Iniciou-se a recuperação somente cerca de 100 mil anos após a crise. Acontecendo de forma diferenciada
para cada grupo biológico, a Vida levou 4 a 30 milhões de anos para reatingir seu antigo vigor.

183
Rubens Antonio

184
História Geológica da Bahia

251 a 145 Milhões de A nos Atrás (Período Triássico


a Período Jurássico da Era Mesozoica)

A recuperação da Vida começou com a expansão de bivalves e gastrópodes. Ani-


mais maiores, como tetrapodes, levaram 20 a 30 milhões de anos para consistentemente
se multiplicarem. Como primeira novidade, entre 237 e 232 milhões de anos atrás,
surgiram os dinossauros, destacando-se o Herrerasaurus, o Eoraptor, da Argentina, o
Staurikosaurus, o Unaysaurus, o Guaibasaurus e o Saturnalia, no Brasil. Outra no-
vidade foi o surgimento dos primeiros mamíferos, há 190 milhões de anos.
Há 203,1 a 201,3 milhões de anos, com ápice há 199 a 197 milhões de anos, estendendo-
-se a 190 milhões de anos, fissuramentos e derrames de lava indicaram tendência à cisão
da Pangeia em duas porções, a norte, Laurásia, e a sul, o Gondwana. Seguiu-se uma
série de eventos, com escurecimento da atmosfera, resfriamento global, queda acentuada
do nível dos mares. Iniciou-se uma nova onda de extinções há 201,4 milhões de anos,
sendo os seres continentais mais duramente atingidos há 200,6 milhões de anos. Os
marinhos foram mais severamente atingidos há 200 milhões de anos, perecendo 52%
dos gêneros, equivalendo a 80% das suas espécies. Entre os vegetais, 60% das famílias
de araucárias foram extintos. Ao final, 76% das espécies de seres vivos tinham perecido.
Um grande derrame de lavas no Karoo, África, teve início há 189 milhões de anos, re-
crudescendo há 184 milhões de anos, com ápice há 183.7 a 183 milhões de anos, e fim
há 182 milhões de anos. Característico do avanço da crise do Gondwana, ao seu termo,
a separação entre África e Antártica estava concluída. Tudo isto acompanhado de mais
outra leva de extinções que se estendeu de 186 a 182,5 milhões de anos.
Há 150 milhões de anos, um megacalombo crustal, o Alto Bahia-África, ocorria a sul
a sudeste, além dos nossos terrenos. A região nordeste baiana, periferia deste alto, in-
versamente, afundava segundo um eixo Norte-Sul, estabelecendo a Bacia Sedimentar
do Recôncavo. Para seus baixios acorreram drenagens, proliferando lagos com elevada
deposição de argilas e areias.
O dia continuava seu constante retardo, chegando, há 190 milhões de anos, a uma du-
ração entre 22 horas e 54 minutos e 23 horas e 20 minutos, reduzindo o ano a 382 dias.
185
Rubens Antonio

A Era Mesozóica trouxe consigo répteis gran-


des, destacando-se a Família Prestosuchidæ.
Vivendo entre 237 e 221 milhões de anos
atrás, o Prestosuchus foi um dos terrores deste
momento. Atingia até 6 m de comprimento,
com 1,6m de altura, com cerca de 800 quilos.
Seu fóssil visto ao lado revela um crânio que
alojava possantes músculos, indicando uma
mordida extremamente possante.
Os maiores representantes desta Família
biológica eram ainda maiores. O Fasolasu-
chus, da Argentina, chegava a 11 metros de
Crânio de Prestosuchus. Fonte SGM comprimento.
Tendo fósseis encontrados no sul do país, é
provável este ser ou um similar haver estado
em nossos terrenos.
186
História Geológica da Bahia

Na figura acima, em primeiro plano, abaixo, à esquerda, vemos um Rhyncosaurus, um herbívoro que foi
extremamente abundante entre 225 e 220 milhões de anos atrás. Ao fundo, surgem outros herbívoros,
os Dicinodontes que tiveram espécies desde pequenas até com 3,5 metros de comprimento por 1,8 m de
altura no dorso. Os gêneros de Dicinodontes aqui representados, Kannemeyeria, Jachaleria e Stahlecke-
ria, viveram entre 250 e 208 milhões de anos atrás. Sendo encontrados no sul do Brasil é provável que
estes ou variedades similares tenham chegado também aos nossos terrenos.

Os Cinodontes eram predadores,


carnívoros. Um deles foi o Exaere-
todon, encontrado no sul do Brasil
e do continente, atuando entre 234
e 228 milhões de anos atrás. É pro-
vável que este gênero ou um similar
tenha vivido em nossos terrenos.
187
Rubens Antonio

Entre 237 e 232 milhões de anos atrás surgiam os primeiros dinossauros. Uma linhagem era represen-
tada por pequenos predadores com até 1,5 m de altura e 4,0 m de comprimento, como o Stauricosaurus,
o Eoraptor, o Guaibasaurus e o Herrerasaurus.
Destacou-se também uma linhagem herbívora, com pescoços longos, os prosaurópodes. O mais antigo
membro que deu origem a esta linhagem parece ter sido o Saturnalia tupiniquim, visto acima, que viveu
há 225 milhões de anos, um pequeno dinossauro com cerca de dois metros de comprimento encontrado
no sul do Brasil. Em pouco tempo, seus prováveis descendentes chegavam a ter até 4,5 m de altura nas
costas e 15 m de comprimento.

Na imagem ao lado, um casal de Staurikosaurus, que atingia até 2m de comprimento, contempla um


prosaurópode, que, podendo ter até 9,0 m de comprimento, se eleva em posição defensiva. Afinal, o dano
que um pequeno animal voraz que podia correr, talvez, a cerca de 45km/h deveria preocupar mesmo o
grande herbívoro.
188
História Geológica da Bahia

189
Rubens Antonio

Imagem exibindo a pangeia mais recente, também chamada Pangeia Última ou simplesmente Pangeia,
há cerca de 200 milhões de anos. Exibia grandes vales de afundamento com grandes fraturamentos e
derrames de lava, indicando a tendência á separação das suas porções norte, a Laurásia, e a sul, o Gon-
dwana, que caminhavam, desta maneira, para a cisão. O auge deste vulcanismo aconteceu entre 202 e
198 milhões de anos atrás, marcando também o apogeu de uma Grande Extinção.

Datando de 190 milhões de anos, a


grande novidade foi o surgimento e a
imediata proliferação dos mamíferos.
Eram pequeninos, não ultrapassando
alguns centímetros de comprimento e
poucos gramas de peso. Apesar de não
haver sido encontrado ainda um fóssil
brasileiro desses mamíferos antigos, por
certo estiveram por aqui já nesse mo-
mento. Na imagem, a reconstituição de
um Hadrocodium, encontrado na China

190
História Geológica da Bahia

"O interesse da Geologia, a partir do momento onde a estratificação das camadas do


terreno pode aparecer como resumo da História, é trazer uma espécie de confirmação
histórica do ser...
A Terra pode ser apreendida como um paradigma daquilo que, no ser, no nível psíquico e
histórico, se cria, por sucessão de tempo, numa série, por vezes, descontínua de pressões, de
movimentos de sedimentação e erupção.
Vista assim, a Terra parece não apenas como cenário da aventura humana, mas como
partícipe de sua História, guardando nela, sob forma fossilizada, os estigmas dos estágios
passados."
Monique Schneider - Psicanalista (1935 - *)

191
Rubens Antonio

Os ares foram domi-


nados pelos répteis,
com o aparecimento,
há 190 milhões de
anos, da Ordem Pte-
rosauria. Cérebros
e olhos bem desen-
volvidos possibilita-
vam excelentes visão
e destreza. necessá-
rios ao vôo. Tendo
vivido entre 170 e
145 milhões de anos
atrás, dominando as
regiões litorâneas. O
Rhamphorhynchus
foi um dos primeiros
pterosauros, podendo
ter chegado aos nos-
sos terrenos.

Na página ao lado, vemos, na parte superior, um Ichthyosaurus atento à chegada de um colossal Temno-
dontosaurus, que ocupa a posição central na imagem. Ambos eram representantes da Ordem Ichthyo-
sauria, que agregava cerca de cem espécies de répteis marinhos. Nesta destacava-se também o gênero
Ophtalmosaurus, que chegou a 3,5 m de comprimento, pesando até cerca de 1 tonelada, um feroz pre-
dador que teve os maiores olhos, em relação ao tamanho corporal, na História da Vida, com diâmetro
de 23 cm. Eram apropriados para os seus mergulhos até entre 600 e 1500 m, que perfaziam a cerca de
2,5m/s, em suas caçadas por lulas, antes de voltarem à tona para respirar. Entre 195 e 175 milhões de
anos atrás, o Temnodontosaurus foi o maior gênero dessa ordem, atingindo entre 9 e 10 m de compri-
mento, pesando mais de 3 toneladas.
Em tamanho absoluto, o Temnodontosaurus teve os maiores olhos já existentes, com 26 cm de diâmetro,
perdendo só na relação diâmetro do olho versus comprimento do corpo, para o Ophtalmosaurus. Também
tinha facilidade para atingir águas profundas, mergulhando, provavelmente, até entre 500 e 700 metros.
Apesar da sua multiplicidade e da força com que dominaram mares e oceanos, há 145 milhões de anos
atrás foram atingidos por uma extinção que eliminou a maior parte dos seus gêneros. Em prolongada
agonia, extinguira-se a Ordem Ichthyosauria há 90 milhões de anos.
Vemos ainda, apequenados em função do porte do Temnodontosaurus, um Plesiosaurus e um Elasmo-
saurus, com seus longos pescoços, peixes, moluscos cefalópodes , um Placodus, que se assemelhava em
muito a uma tartaruga, além de muitos peixes.
192
História Geológica da Bahia

193
Rubens Antonio

194
História Geológica da Bahia

145 a 135 Milhões de A nos Atrás (Período Cretáceo da Era Mesozoica)

O elevado entre os nossos terrenos e aqueles que, atualmente, compõem o Congo


cedera, deixando um grande jogo de fraturas e afundamentos representados por vales
e baixios dominados por lagos. Era a depressão Bahia-África, que, na região da atual
Cidade do Salvador, dividia-se em duas ramas. A principal seguia para o interior dos
nossos terrenos, rumo norte, com os terrenos afundando e sedimentos afluindo em uma
espiral tal de intensidade que estabelecia a Bacia do Recôncavo. A outra rama, por en-
tão mais tímida, avançava pelo que atualmente é nosso litoral norte. Desenvolvia-se o
processo, de implantação desta bacia sedimentar, há 141 milhões de anos, na chamada
Fase pré-Rift, com velocidade geológicamente rápida de afundamento do terreno à ra-
zão de 32 metros para cada milhão de anos. Isto enquanto, no abrangente quadro de
despedaçamento da Pangeia começaram a separar também a Austrália da Antártica, a
América do Norte da América do Sul, a Laurêntia da Sibéria.

Entre 145 e 144 milhões de anos atrás, pelo menos dois pulsos de extinção atingiram
especialmente répteis marinhos e dinossauros. A Ordem Ichthyosauria foi severamente
afetada, quase desaparecendo. Entre os mais afetados estavam os bivalves marinhos,
que tiveram entre cerca de 90% das suas espécies extintos.

Os saurópodes, dinossauros herbívoros de longos pescoços, ganharam ampla distribui-


ção no Hemisfério Norte, com apogeu aí entre 144 e 130 milhões de anos atrás, com
maiores exemplares chegando a 55 metros de comprimento. Destacavam-se também
grandes anfíbios, os quais deveriam abundar nos alagados da nossa depressão Bahia
- África. Para termos uma noção, do tamanho, o Koolasuchus, da Austrália, chegava
a 5 metros de comprimento. Pertence também a este momento o maior peixe de todos
os tempos, o Leedsichthys, com seus 22 metros de comprimento.

Tudo isto enquanto a velocidade de rotação da Terra prosseguia diminuindo, com a du-
ração do dia chegando a 23 horas e 12 minutos. Isto resultava em anos com 377 dias.

195
História Geológica da Bahia

135 a 118 Milhões de A nos Atrás (Período Cretáceo da Era Mesozoica)

O baixio entre nossos terrenos e o oeste da África teve iniciado seu momento mais
intenso, a Fase Rift, há 135 milhões de anos. O afundamento médio dos terrenos chegou
a 53 metros para cada milhão de anos, o que corresponde a 0,0053cm/ano. Na região
da Cidade do Salvador, a rama principal que apontara para dentro dos nossos terrenos
chegou ao seu apogeu há 120 milhões de anos, dominada por lagos e rios logo agrega-
dos sob a forma de um grande lago de águas profundas. Porém, a dinâmica da Bacia
Sedimentar do Recôncavo logo diminuiria, passando a haver um equilíbrio entre o seu
afundamento e a chegada de sedimentos. E esta rama, que parecia orientar a separação
continental, perdia força, enquanto sua vizinha, que corresponde aos atuais litorais
norte baiano e nordestino, anteriormente mais contida, crescia em vigor.

No sul do Brasil, entre 138 e 126 milhões de anos atrás, grandes derrames de lavas evi-
denciavam a crise do Gondwana. E, há cerca de 135 milhões de anos, esta crise chegou
claramente aos nossos terrenos, sob a forma de um pequeno braço do Mar proto-Atlântico
Sul. Além disto, as regiões que atualmente constituem o além-São Francisco começaram
a apresentar um grande afundamento. Estabelecia-se uma nova bacia sedimentar, para
a qual acorriam os sedimentos oriundos dos nossos altos interiores.

Nos mares, os recifes, que haviam superado com dificuldade a crise de 360 milhões de
anos atrás, conseguiram, afinal distribuição e multiplicidade de habitantes jamais vista.
Os corais, que atualmente, através da ordem Scleractinia, dominam o quadro geral,
eram somente um dentre os muitos seres dentro de um quadro equilibrado. Abundavam
também algas, briozoários, foraminíferos e esponjas, compondo ricas comunidades, nas
quais todos apareciam em quantidades expressivas de gêneros.

Grandes dinossauros carnívoros entraram em seu momento de maior tamanho. Mas a


grande novidade foi o surgimento das plantas com flores, as Angiospermas, há 135 a 130
milhões de anos. Co-evoluindo uma quantidade imensa de seres se associariam a estas
de maneira extremamente eficiente, tornando-as os vegetais superiores de maior sucesso.

197
Rubens Antonio

198
História Geológica da Bahia

118 a 116 Milhões de A nos Atrás (Período Cretáceo da Era Mesozoica)

O grande baixio a leste dos nossos terrenos apa-


recia cada vez mais claramente. O Mar Atlântico Sul
avançava com constantes recuos, mas o caráter de
progressão era maior, enquanto a rama que cons-
tituía a Bacia do Recôncavo, ia sendo abandonada.
Era a sua Fase pós-Rift, em que ainda havia afun-
damento, mas sua velocidade caíra a cerca de 23
metros por milhão de anos, pouco para compensar
a chegada de sedimentos, que acontecia a uma ra-
zão de 43,5 metros de altura por milhão de anos.
O soterramento desta bacia tornara-se inexorável,
com seus antigos vales sendo aterrados, rios cada
vez menos vigorosos e lagos cada vez mais isolados.

Na região de Salvador, as duas ramas já não com-


petiam, pois o processo de separação continental
seguira assumidamente o caminho do desenho do
nosso litoral atual.

Cabe observar que, para alguns estudiosos, a separação continental deu-se de maneira
diferente. O avanço do afundamento de sul para norte coincide nas duas visões. Entre-
tanto, não teria sido acompanhado pelo mar. Isto porque as águas teriam sido contidas
por um alto resistente situado entre os litorais atuais de Santa Catarina e São Paulo.
Assim, apesar dos fraturamentos e do grande afundamento terem se dado de sul para
norte, diante dos nossos terrenos, o Mar Atlântico Sul não o acompanhou.

Quando o grande rebaixamento chegou à região entre Pernambuco e Paraíba, e as duas


grandes regiões de rebaixamento ali se encontraram, as águas do Mar proto-Atlântico
Norte tiveram acesso á imensa depressão. Por ela teriam mergulhado aproveitando todo
o amplo rebaixamento em velocidade elevada de avanço.
199
Rubens Antonio

Há 160 a 150 milhões de anos, a elevação de um ponto quente magmático forçou a crosta para o alto.
impondo uma espécie de calombo, cuja borda ocidental estabelece uma bacia de sedimentação, a Bacia
do Recôncavo. Há 145 a 135 milhões de anos, exaurida a pressão magmática, a crosta cede e os terrenos
afundam. Entre 141 e 118 milhões de anos atrás, avançou o baixio, correndo sedimentos intensamente
para a Bacia do Recôncavo. Isto enquanto, paulatinamente, o mar invadiu o baixio as áreas rebaixadas
pela falência dos terrenos. Há 114 milhões de anos, o Mar proto-Atlântico Sul encontrou com o Mar proto-
-Atlântico Norte, à altura dos litorais da Paraíba ou do Rio Grande do Norte. O magma, em ascensão,
logo começou a formar uma crosta oceânica, entre os dois continentes. Surgia o Oceano Atlântico Sul.
200
História Geológica da Bahia

A figura ao lado mostra, com a coloca-


ção das fronteiras atuais do nordeste
baiano com os estados de Sergipe,
Alagoas e Pernambuco, a posição que
a África ocupava e o quanto avançou a
Bacia do Recôncavo, formalmente co-
nhecida como Bacia Recôncavo-Tucano-
-Jatobá. Sua implantação iniciou-se há
cerca de 150 milhões de anos, porém o
primeiro grande afundamento deu-se
entre 145 e 144 milhões de anos atrás.
O afundamento avançou desde o sul,
marcando uma tentativa primeira de
rompimento da antiga ligação entre
África e América do Sul.
Entre 141 e 135 milhões de anos atrás
deu-se o apogeu da implantação da
Bacia do Recôncavo. Era a fase pré-Rift
com afundamento cada vez mais acen-
tuado e sedimentação intensa naquela
grande depressão. Isto provocou um vi-
sual de grandes corridas de sedimentos
para estes baixios e a presença de lagos
de águas profundas.
Esta foi sucedida, entre 135 e 118
milhões de anos atrás, pela Fase Rift.
Nesta, a velocidade de afundamento era
muito maior, apontando para o provável
sucesso desta rota da separação conti-
nental. Entretanto, na fronteira com
Pernambuco, o grande afundamento
topou com áreas mais resistentes.
Entre 118 e 116 milhões de anos atrás,
ainda com intensa deposição, o afunda-
mento ensaiou um desvio, mas parou.
Afinal, o processo descobriu uma me-
lhor rota, que foi desenhando o atual
litoral nordestino.
201
Rubens Antonio

A topografia da Cidade do Salvador exibe


consequências do processo de separação con-
tinental. As cidades alta e a baixa são ligadas
por ladeiras, planos inclinados e, com desta-
que, o Elevador Lacerda.
Este corte mostra como a falha teve um dos
seus lados afundados, formando-se um baixio
que recebeu sedimentos, enquanto o outro
lado permanecia como um alto.
A parte rebaixada constituiu a Bacia Sedi-
mentar do Recôncavo, com afundamento de
até 6.000 metros, no centro da bacia. A parte
rebaixada invadida pelo mar entre 12 e 7 mil
anos atrás, implantando-se a Baía de Todos
os Santos.
Em suas planuras emersas e aterros estabe-
leceu-se a Cidade Baixa. Na parte que per-
maneceu elevada, não afundada, elevou-se a
Cidade Alta.

Esta imagem apresenta, à direita, a Península Soteropolitana, dominada pela Cidade do Salvador, com
destaque acentuado, separando as cidades alta e baixa, do traço da Falha Geológica do Salvador. À
esquerda, a Ilha de Itaparica, separada de Salvador pelas águas da Baía de Todos os Santos. No corte
podemos ver, sob as águas da baía, a estruturação dos sedimentos da Bacia do Recôncavo, percebendo-se
que esta bacia sedimentar não é simétrica, apresentando maiores espessuras de sedimentos mais próximas
à Península Soteropolitana. (arte sobre imagem do Google Earth)
202
História Geológica da Bahia

Fachada de Salvador, em foto obtida no século XIX, contemplada a partir do mar, à altura do antigo
Mercado do Ouro, que é visto em primeiro plano à esquerda. Percebe-se claramente, nesta foto antiga,
com urbanização ainda não dominada por prédios maiores, a separação entre as cidades alta e baixa,
com a encosta que atinge cerca de 60 metros de altura neste ponto.
A grande Falha de Salvador é o reflexo mais aparente do processo que gerou a Bacia do Recôncavo.
Apontada costumeiramente a atual encosta como a Falha de Salvador, esta, entretanto, não deve ser
considerada, de maneira estrita como sendo de origem natural. O que acontece é que, a partir de 1549,
com a fundação da Cidade do Salvador, a antiga encosta de falha foi verdadeiramente atacada pelo ser
humano. Usou-se o quanto pode, em atitudes quase sempre espontaneístas e individuais, do antigo manto
de solo que cobria a borda da falha.
Isto foi realizado de maneira a se obter material para o aterro que foi, aos poucos, ampliando a anterior-
mente exígua faixa praiana, criando espaço, conquistando áreas ao mar, onde viria a surgir a Cidade Baixa.
Daí, o atual desenho e a verticalidade mais acentuada da encosta representarem uma verdadeira escultura
realizada por múltiplas gerações humanas sobre a falha, em praticamente todo o seu trajeto.
203
História Geológica da Bahia

116 a 115 Milhões de A nos Atrás (Período Cretáceo da Era Mesozoica)

O Mar Atlântico Sul passara, afinal, por nós, conforme


a visão mais aceita, no sentido norte, desenhando, grosso
modo, o que é o nosso litoral atual. Apenas localmente, ain-
da se podia ser visualizada a África que de nós se afastava
em ritmo acelerado, regido pela intensidade das fraturas e
afundamentos, que, aprofundando, configuravam a rup-
tura continental. O afundamento dos terrenos da Bacia do
Recôncavo, que chegara a atingir, em certas localidades,
cerca de 6000 metros, cessara praticamente por comple-
to. A velocidade de chegada de sedimentos ao seu interior
diminuía progressivamente. O Recôncavo perdia qualquer
relevância diante do processo de separação continental que
se desenvolvia intensamente.

Para a visão científica alternativa, mantida a direção do avanço do rebaixamento e da


fissura rumo ao norte, o momento crítico foi quando esta se encontrou com a fissura que
descia do norte, na altura de Pernambuco e Paraíba. Neste momento, de águas do Mar
Atlântico Norte, na verdade um braço do Oceano Tethys, encontraram o grande baixio
no qual penetraram com facilidade extrema de avanço. Isto porque nossos terrenos
atualmente litorais, apesar de, nesta visão, não estarem tomados por aquelas águas, já
estavam bem rebaixados permeados, provavelmente, por lagos e charcos.

Os dinossauros seguiam seu domínio, com probabilidade, pois havia continuidade ge-
ográfica, de serem encontrados aqui similares àqueles descobertos em outras partes do
megacontinente Gondwana e variações similares a muitos africanos. Poderíamos ter
por aqui predadores como o Giganatosaurus, Carnotaurus e o Carcharadontosaurus
ou aparentados, além dos grandes herbívoros.

205
História Geológica da Bahia

115 a 114 Milhões de A nos Atrás (Período Cretáceo da Era Mesozoica)

A bandonada pelo processo de ruptura, a Bacia do Recôncavo era dominada por


cargas enormes de sedimentos que a ocupavam sem qualquer resposta de afundamento
regional. O máximo que acontecia eram meros reequilíbrios da crosta diante deste novo
peso de grandes massas de sedimentos mal consolidados. Estes escorriam movidos por
grandes enxurradas, que, submetidas a ventos fortes e clima seco, transformavam-se
em dunas.

Na rama que seguira adiante, este momento é referencial, pois, precisamente há 114
milhões de anos, em algum lugar entre os litorais da Paraíba e do Rio Grande do Norte,
as águas dos Mares Atlântico Sul e Atlântico Norte se uniam. Dava-se a quebra final
que provocaria a separação entre os continentes da América do Sul e da África.

Na outra concepção, de águas vindas do norte em sentido sul, o encontro entre as águas
dos Mares proto-Atlântico Sul e proto-Atlântico Norte teria se dado na altura dos atuais
litorais de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Ali, o Mar proto-Atlântico Norte e o
Mar proto-Atlântico Sul teriam se encontrado,

Seja como for, logo incrementou-se o volume de derrames magmáticos submarinos,


formando-se uma crosta oceânica paulatinamente mais expressiva, desenhado o futuro
Oceano Atlântico.

Sobre os nossos terrenos movia-se uma fauna que só imaginamos por extensão dos
estudos de outros locais. Provavelmente grandes dinossauros herbívoros pastavam e
migravam, acompanhados por grupos de dinossauros predadores e carniceiros diversos.
A decadência dos grandes saurópodes, os herbívoros colossais de pescoços alongados,
no Hemisfério Norte, foi sucedido pela sua expansão e apogeu, no Hemisfério Sul. Pte-
rossauros revoavam próximo ao mar, enquanto as aves, recém-surgidas, se distribuíam
pelo interior continental. No mar que, afinal, voltava a banhar os nossos terrenos, en-
quanto os representantes da Ordem Ichthyosauria viviam sua decadência, outros grandes répteis
marinhos, como mosassauros e plesiosauros competiam por cardumes.
207
Rubens Antonio

O momento apical na separação América - África aconteceu há 114 milhões de anos, quando o Mar Atlân-
tico Sul, desenhando nosso litoral, encontrou-se com a rama descendente do Atlântico Norte, segundo a
visão mais aceita, em algum local onde, atualmente, temos os litorais da Paraíba e Rio Grande do Norte.

A separação América -
África foi acompanhada
de muitos fraturamentos e
magmatismo. À esquerda,
a rocha escura é um veio
de uma rcoha magmática
chamada diabásio. Esta
adentrou uma fenda na
rocha mais clara, como
consequência do processo
de separação. - Praia da
Pituba - Salvador
208
História Geológica da Bahia

Em Bacias sedimentares
depositam-se sedimentos,
que podem ser físicos, no
caso grãos, ou químicos,
no caso partículas. Os grãos
são denominados conforme
o tamanho.
Se têm menos que 0,0004
centímetro são grãos de ar-
gila. De 0,0004 até 0,0062
centímetro os grãos cha-
mam-se silte.
Se os grãos têm entre 0,0062
e 0,2 centímetro são grãos
de areia.
Entre 0,2 centímetro e 0,4
centímetro temos grânulos.
Seixos são aqueles que têm
entre 0,4 e 6,4 centímetros.
Acima disto até 25,6 centí-
metros os fragmentos rocho-
sos denominam-se blocos.
Se a granulação é maior que
25,6 centímetros, temos os
matacões.

O argilito é uma rocha sedimentar que se originou de um sedimento argiloso, isto é, de granulação muito
fina. A argila, uma vez depositada, foi compactada, sofrendo alterações físicas e químicas, transformando-
-se em uma rocha sedimentar.
Estes argilitos acima foram depositados na Bacia Sedimentar do Recôncavo, entre 100 e 120 milhões
de anos atrás, sob a forma de camadas, em região atualmente pertencente ao Município de Alagoinhas.
Havendo boa disponibilidade de carbonato e/ou de sílica, o aspecto da rocha é mais maciço, como na
imagem superior. Se estes aparecem em menor proporção, o visual tende mais a laminado. com maior
tendência ao desplacamento.
Se o percentual de carbonato e/ou de sílica é muito menor, predominando em muito a argila, as lâminas
se tornam ainda mais finas. Chega-se aí, a um ponto em que ocorre o fenômeno chamado fissilidade.
É como se a rocha pudesse ser folheada. É precisamente o que vemos na rocha sedimentar que aparece
acima, com fissilidade muito desenvolvida.
209
Rubens Antonio

Ao lado, amostra contendo linhito ou hulha, esta


também conhecida como “carvão mineral”. Trata-se,
na verdade, de um fóssil produzido por um processo
chamado “incarbonização”, o qual atua sobre vegetais.
A antiga planta, uma vez morta, não entrou em contato
com o ar, que tem o corrosivo Oxigênio. Isto se dá , ge-
ralmente, por ter esta se depositado e/ou permanecido
em terreno alagado.
Provavelmente este exemplar depositou-se nas margens
de um lago raso, entre 135 e 130 milhões de anos atrás,
que existia onde está atualmente a Ilha do Frade, na
Baía de Todos os Santos.
Amostra pertencente ao acervo do Museu Geológico
da Bahia.

A Celulose (C6H10O5 ), componente vegetal fundamental, quando as plantas morrem, se escaparem de


permanecer expostas ao ar, por exemplo, em um terreno afogado, tenderão a entrar na .sequência da
“incarbonização”. Nesta, dá-se um progressivo enriquecimento do fóssil em Carbono, devido à perda dos
demais componentes da Celulose, fazendo com que se percorra a série acima.
O vegetal, que tem, em média, 48% de Carbono, 45% de Oxigênio e 7% de Hidrogênio, passa, na turfa
à média de 60% de Carbono, 35% de Oxigênio e 5% de Hidrogênio. No linhito atinge a média de 70%
de Carbono, 25% de Oxigênio e 5% de Hidrogênio. Na hulha tem em média 83% de Carbono, 13% de
Oxigênio e 4% de Hidrogênio, e no antracito, em média, 93% de Carbono, 4% de Oxigênio e 3% de
Hidrogênio. Identificáveis os elementos estruturais vegetais na turfa e no linhito, tornam-se difíceis de
distinguir na hulha e muito difíceis no antracito. O aumento da densidade faz com que o antracito pese
entre até 1,7 mais que a madeira original. O teor de água na madeira, superior a 90%, cai para 75% na
turfa, 25% no linhito, 8% na hulha, chegando a 3% no antracito.
210
História Geológica da Bahia

Acima, um tronco fossilizado com 2,55 metros de compri-


mento exposto no Instituto de Geociências da Universidade
Federal da Bahia. Ao lado, um outro exemplar com cerca
de 0,5 metro de comprimento, em duas posições, exposto
no Museu Geológico da Bahia. Datando de cerca de 150
milhões de anos atrás, são ambos originários do Municí-
pio de Canudos.
Chuvas costumeiramente são, pelo menos, levemente
ácidas. Em função disto, dissolvem lentamente areias
quartzosas. A sílica destas é levada nas águas, através
dos sedimentos, topando eventualmente com troncos se-
pultados. Aproveitando a permeabilidade da madeira, este
líquido rico em sílica penetra os espaços entre as células
vegetais. Conforme a madeira vai sendo deteriorada, a
água vai levando este material embora, deixando, em seu
lugar, nos espaços, a sílica, que aí se cristaliza. Forma-se
assim uma réplica do antigo ser vivo denominada
211
Rubens Antonio

A antiga Bacia do Recôncavo, com a perda da tendência a ser o eixo do processo de separação continental,
teve seus terrenos elevados. Com isto, expuseram-se partes dos seus antigos sedimentos, já sob a forma
de rochas sedimentares, como no dobramento acima. - Município de Jeremoabo

Antigos sedimentos são


facilmente visíveis entre
Salvador e Feira de San-
ta, e daí no sentido norte.
Vêem-se leitos paralelos,
antigos depósitos desta
região da Crosta que afun-
dou, formando-se a Bacia
do Recôncavo. Elevados
de maneira regular, apre-
sentam-se, muitas vezes,
horizontais. - Município de
Nova Soure.
212
História Geológica da Bahia

Nos antigos sedimentos da Bacia


do Recôncavo aparecem, local-
mente, estruturas esferoidais, que
são concreções. Estas são agrega-
ções minerais naturais que se for-
mam-se quando os sedimentos são
atravessados por fluidos enrique-
cidos em alguns compostos, como
carbonato de cálcio, que topam
com algum ponto que favorece a
sua concentração e crescimento. A
concreção, geralmente, preserva
orientações dos antigos níveis dos
sedimentos em que cresceu, como
na concreção ao lado, que mede
1,5 m de largura. - Município de
Nova Soure.

Concreções costumam se formar


,utilizando uma espécie de ânco-
ra, um ponto central, em torno do
qual cresce, servindo de referência
para a concentração do carbonato
que vem nos fluidos. Muitas vezes
este ponto é um resto de um ser
orgânico, que se tornará um fóssil.
A concreção age como uma cápsu-
la, ajudando a proteger este ma-
terial que a ajudou a se originar.
Ao lado, uma pequena concreção
com 8 cm de largura envolve um
núcleo com aparência de vértebra.
- Município de Nova Soure.
213
Rubens Antonio

Em nossos terrenos existia uma bacia sedimentar, a Bacia do Re-


côncavo, com uma quantidade muito grande de Vida microbiana
em seus grandes lagos de águas profundas. Eram abundantes
aqueles seres muito pequenos, com tamanhos predominantemen-
te entre 0,0002 e 2 milímetros, similares aos que caracterizam
o plâncton atual, como estes vistos ao lado.
Morrendo, depositaram-se em grande quantidade no fundo da-
quela bacia sedimentar.
Para termos a formação de petróleo e gás, estes restos orgânicos
não foram destruídos, mas sim transformados.
Primeiramente, as águas tinham sua circulação muito restrita
e, não sendo agitadas, impediu-se a oxigenação do fundo da
bacia. Passamos a ter aquilo que chamamos “ambiente redutor”.
Em segundo lugar, a carga de sedimentos lançados à bacia era
muito grande, sepultando os seres rapidamente.
Ligado a isto, em função de estarmos em uma bacia sedimentar
com evolução temporal adequada, houve gerações e gerações, de
seres mortos depositados no seu fundo.
Com as condições de pressão e temperatura adequadas manti-
das pelo afundamento da bacia, durante o tempo apropriado,
geraram-se nossos hidrocarbonetos, isto é, petróleo e gás.
214
História Geológica da Bahia

Ao lado, os antigos sedimentos da


Bacia do Recôncavo aparecem em
cor mais esverdeada. Neles, desta-
cadas em amarelo, estão as loca-
lizações dos campos petrolíferos
baianos.
Em 21 de janeiro de 1939, o poço
DNPM-163 atingiu um reservatório
de petróleo. Era a primeira desco-
berta de petróleo em solo brasileiro.
Isto ocorreu nas terras que haviam
pertencido a Francisco Rodrigues
Lobato, daí o nome da localidade
ser Lobato,
Este primeiro achado era uma ocor-
rência, isto é, não era economica-
mente viável. Entretanto, esta des-
coberta impulsionou as pesquisas.
Em função disto, no dia 29 de Junho
de 1941, no poço C-01, localizado
em Candeias, descobriu-se a primei-
ra jazida, isto é, depósito economica-
mente viável, de petróleo no Brasil.

Este recipiente de vidro à esquerda é um patrimônio referencial baiano e bra-


sileiro, atualmente guardado no Museu Nacional. Com cerca de 40 centímetros
de altura, contém Petróleo obtido no primeiro poço, em 1939.
Em termos de História Geológica, resulta de um processo de longo termo
temporal que transformou restos de antigos micróbios que habitaram nossos
lagos de águas profundas, há 160 a 116 milhões de anos atrás, em Petróleo.
Em termos de História, em sua face humana, é o resultado do esforço de mui-
tos, destacando-se os nomes de Manoel Ignacio Bastos, José Bento Monteiro
Lobato e Oscar Cordeiro, que resultou no primeiro poço que produziu Petróleo
no Brasil. Extraído em terrenos baianos, em Lobato, quebrou terminantemente
a visão anterior de que em nosso país não havia Petróleo.
215
Rubens Antonio

O primeiro passo da conquista dos continentes pelas plantas veio com o gênero Pachytheca, uma transição
das algas às primeiras plantas vasculares, há 443 milhões de anos. Desenvolver um sistema de vascu-
larização foi crucial, por permitir que líquidos se elevassem no interior das plantas, que puderam assim
crescer verticalmente e se expandirem. Há 432 milhões de anos, o gênero Cooksonia foi a mais antiga
planta vascular, com poucos centímetros de altura, reproduzindo-se através de esporos, proliferando
com eficiência nos baixios úmidos continentais. Logo outros gêneros de plantas primitivas tornaram-se
mais comuns, chegando a até 20 centímetros de altura. Este avanço das plantas viabilizou a invasão dos
continentes, há 420 a 410 milhões de anos, pelos animais. Indo além, mostrando um impulso vigoroso,
entre 400 e 390 milhões de anos atrás, outras plantas primitivas já atingiam cerca de 3 metros de altura.
Outro grande momento foi o surgimento das Pteridófitas, plantas sem sementes, que também se reprodu-
zem através de esporos, porém com adaptações a ambientes mais secos, possibilitando a estas aventurarem-
-se decisivamente pelos continentes. Similares a grandes samambaias ou avencas constituíram, a partir
de 365 a 362 milhões de anos atrás, um visual de primeiras árvores e florestas. O gênero Lepidodendron
atingia 40 metros de altura, enquanto o Stigmaria chegava a impressionantes 50 metros.
Pouco depois, o surgimento das primeiras e primitivas sementes, ainda entre as antigas Pteridófitas,
conduziu às Gymnospermas, com suas sementes mais avançadas em forma de frutos sem carne ou polpa.
Atualmente, seus representantes mais conhecidos são as coníferas e os pinheiros. No Gondwana, seus
maires representantes eram árvores do gênero Glossopteris, com exemplares de até 8 metros de altura.
Apesar da sua origem poder remontar a 180 milhões de anos, há 144 milhões de anos apareceu o gênero
Archaefructus. Era a mais antiga das Angiospermas, isto é, plantas com flores e a semente protegida
por uma capa suculenta. Marcava-se assim também a primeira presença das frutas, cuja expansão veio
vasta, irresistível e com uma variação impressionante. Isto especialmente às custas das Gymnospermas,
tornando-se a rama dominante dos vegetais superiores.
Olhemos em torno. Há uma dura competição no reino vegetal... e somos agentes decisivos.
216
História Geológica da Bahia

Há cerca de 90 milhões de anos, um pequeno peixe se afasta dos grandes predadores. Ao fundo, um
Tylosaurus, um grande réptil, que chegava a 15 metros de comprimento, começara a tomar a cena com o
maior predador marinho. No centro-esquerda, um Platypterygius, o último dos Ichthyosauria. Abaixo,
no centro, um Elasmosaurus, que chegava a 14 metros de comprimento, com seu pescoço representando
cerca de 8 metros, aproxima-se de um cardume. Além destes, um pequeno tubarão, abaixo, à direita.
Abaixo, o Baurusuchus um réptil que viveu há 90 milhões de anos, com fósseis encontrados em São
Paulo. Chegava até a 4 m de comprimento, sendo possível que este gênero ou similar tenha chegado aos
os nossos terrenos.

217
Rubens Antonio

218
História Geológica da Bahia

114 a 68 Milhões de A nos Atrás (Período Cretáceo da Era Mesozoica)

E ntre 100 e 70 milhões de anos atrás, a Groenlândia separou-se do Canadá e o bloco


Antártica – Austrália separou-se da Nova Zelândia. Entre 99 e 93 milhões de anos atrás,
finalmente implantou-se uma crosta oceânica sob as águas que nos separavam da África.
O Mar Atlântico Sul cedia seu espaço ao Oceano Atlântico Sul. O antigo relaxamento
dos terrenos perdera força, mas novas tensões de borda reforçaram o mesmo efeito, en-
curvando nossa crosta. Reforçou-se assim a tendência à formação de uma nova bacia
sedimentar no oeste dos nossos terrenos, cujas condições climáticas transformara, em
um grande deserto, um mar de areia representado por uma ampla sequência de dunas
dominadas por fortes ventos. Era o Deserto Urucuia, estendendo-se desde o Maranhão
até Minas Gerais, Tocantins e Goiás, dominando o oeste baiano.

Entre 93,5 e 89,3 milhões de anos atrás, um aquecimento mundial fez a temperatura
média superficial oceânica chegar a 35°C. Entretanto, encravada no centro desse even-
to, por volta de 91,2 milhões de anos atrás, houve espaço para acontecer a Glaciação
Turoniana. Porém, a partir de 85 milhões de anos atrás, o clima abrandou. Em nossos
terrenos, rios desenvolviam-se, envolvendo cada vez mais as dunas do Deserto Urucuia.

Estas modificações provocaram uma crise perceptível na Vida, desde por volta de 100
milhões de anos atrás. Esta foi primeiramente sentida nos corais, nem tanto por dimi-
nuição de gêneros, mas sim em termos de difusão geográfica. Esta queda fez com que
o espaço destes, há 90 milhões de anos, equivalesse a menos de 5% do existente no
início da crise. A partir de então recuperaram-se até 10% da sua antiga distribuição.

Uma perda que chama a atenção é que, entre os extintos, aparecia o último gênero dos
antes abundantes Ichthyosauria.

Os mamíferos, até então não tão prolíficos, experimentaram um pulso de surgimento


de novos espécies, gêneros e ordens a partir de 89 milhões de anos atrás, com ápice há
85 milhões de anos. Após um primeiro momento de acomodação, suas diversificações
e expansões tornam-se mais intensas a partir de 74 milhões de anos atrás.
219
Rubens Antonio

Entre 95 e 65 milhões de anos


atrás, o oeste dos nossos terre-
nos foram dominados por um
clima muito seco. Implantou-se
ali o grande Deserto Urucuia,
A fotografia acima mostra um
afloramento das suas antigas
areias, mostrando finas lâmi-
nas. Estas são dominadas ge-
ralmente por grãos de quartzo,
porém ocorrem níveis mais
ricos em óxido de ferro.
A imagem ao lado mostra uma
pequena tubulação fóssil, pro-
duzida por insetos, provavel-
mente pouco após a deposição
daquelas areias. - Município de
Barreiras.
220
História Geológica da Bahia

Acima, vemos uma reconstituição provável de pterossauros


do gênero Anhanguera.
Ao lado, dente fóssil medindo 3,2 cm de comprimento maior,
foi encontrado entre os bairros de Plataforma e Itacaranha,
no Município de Salvador, pelo pesquisador Joseph Mawson,
assim como outro de dimensão similar. Atualmente, perten-
cem ambos ao acervo do Natural History Museum britânico,
em Londres, Inglaterra.
O seu tipo sugere ter pertencido a um pterossauro, mais
especificamente do gênero Anhanguera ou um aparentado
próximo seu. Assim, é citado como sendo, de maneira mais
geral, fóssil de um Anhangueridæ.
Sua dentição sugere que tinha hábitos de pescador, sendo
provável que sua idade se situe entre 136,4 e 130,0 milhões
de anos.
Imagem obtida e gentilmente cedida por Lorna Steel, do
Natural History Museum.

221
Rubens Antonio

Há 110 milhões de anos, domina a cena um Tupandactylus imperator, que já foi conhecido como Ta-
pejara imperator. Ostentava sua crista que atingia até 1 m de altura, tendo envergadura de asas de até
5 m. À esquerda, em vôo, vemos um Tapejara wellnhoferi, que dispunha de crista bem menor. Alguns
estudiosos propõem ser possível que um Tapejara não passe de um Tupandactylus juvenil. Seriam não
só o mesmo gênero como a mesma espécie... Discute-se também se estas cristas eram recursos úteis ao
vôo ou, entendimento mais aceito, um aparato visando atração sexual, e se ambos os sexos a possuíam.
Na porção superior central da imagem, um Tupandactylus imperator eleva vôo. Compõem ainda a cena,
na revoada outros pterosauros, como o Tupuxuara, o Santanadactylus, o Araripesaurus, o Araripedac-
tulus, o Thalassodromeus, o Brasileodactylus, o Cearadactylus, o Lacusovagus e o Anhanguera, este
com um exemplar se aproximando em vôo, enquanto outro deste gênero repousa sobre a rocha, à direita.
Além do Anhanguera ou, ao menos, um gênero similar, os demais pterosauros podem por aqui terem estado.

222
História Geológica da Bahia

Outra evocação de pterossauros encontrados no Nordeste do Brasil e/ou que provavelmente estiveram por
aqui. Pousados, seu caminhar era quadrúpede, adotando postura bípede, ficando de pé, talvez, somente
quando queriam mirar ao longe, em situação de vigilância. Estes seres mostraram predomínio em áreas
costeiras, enquanto as aves contemporâneas predominavam no interior. Enquadrados como répteis ala-
dos, mostravam, entretanto, provavelmente, diferenças em relação aos répteis propriamente ditos. O seu
metabolismos provavelmente deveria ser bem distinto do dos répteis atuais.
Surgem, ainda, três saurópodes, grandes dinossauros herbívoros com pescoço alongado. Enquanto para
o restante do mundo os grandes saurópodes extinguiram-se há 130 milhões de anos, na América do Sul
chegaram aos maiores tamanhos após 100 milhões de anos atrás. Nesta imagem, caminham à praia, em
busca de algas mortas atiradas à areia. À beira do riacho jaz um dinossauro carnívoro similar ao Car-
charodontosaurus, da África, ou ao Giganatosaurus, da Argentina, que por aqui talvez tenham estado.

223
Rubens Antonio

224
História Geológica da Bahia

Os peixes da Era Mesozoica mostraram uma considerável evolução, em relação aos da Era Paleozoica,
ganhando hidrodinâmica,daí maior velocidade. O Lepidotes roxoi chegava a 2 metros de comprimento,
possuindo couraça de escamas reforçadas. Típico de águas salobras, rasas e tranquilas, alimentava-se
principalmente de pequenos invertebrados. Sua boca formava um cone que atirava para a frente de um
golpe, para capturar presas pequenas, como fazem as atuais carpas. Extinguiu-se há 90 milhões de
anos. A distribuição deste gênero era muito grande, tendo sido o exemplar acima encontrado na Ilha de
Itaparica, Bahia, encontrando-se exposto no Museu Nacional. - Rio de Janeiro.

O Enneles audax ou Calamopleurus cylindricus foi um peixe predador feroz. Encontrado na Bacia do
Araripe, pode ter chegado a nossas águas. - O exemplar, visto acima, com 1 metro de comprimento, está
exposto no Museu Geológico da Bahia - Município de Salvador.
Vista ao lado, a maior espécie já descoberta dos pterossauros foi a Quetzalcoatlus northropi, encontrada
na América do Norte. Tendo viveu entre de 80 e 70 milhões de anos atrás, chegava a 12 ou 13 m de en-
vergadura e 6 m de altura. Para alguns estudiosos, ele era extremamente leve, atingindo apenas 85 kg,
entretanto, outros sugerem que chegasse a 150 kg. Outros representantes da sua família, a Azhdarchidæ,
de relações duvidosas com o Quetzalcoatlus, foram encontradas dispersos pelo mundo, não havendo
certeza se são outros gêneros e/ou espécies. Não é improvável que tenha chegado aos nossos terrenos.
225
Rubens Antonio

226
História Geológica da Bahia

A família biológica Spinosauridæ, formada por grandes dinossauros predadores, surgiu há cerca de 150
milhões de anos. Ao lado aparece um seu representante, o Oxalaia quilombensis, com fósseis encontrados
no Estado do Maranhão, datados de entre 100 e 98 milhões de anos atrás. Foi um dos maiores dinossauros
carnívoros que existiram, com até 14 metros de comprimento, 7 metros de altura no dorso, sem contar
a sua crista espinhal típica dos espinossauros, pesando cerca de 6 toneladas.
O Angaturama ou Irritator, outro espinossauro, também habitou a região da Chapada do Araripe. Tinha
cerca de 8 metros de comprimento e 3 metros de altura, no dorso, tendo vivido há 110 milhões de anos.
Devido à continuidade continental, é provável que o Oxalaia e o Angaturama ou gêneros similares tenham
vivido em nossos terrenos, assim como outros hiper-predadores. Um foi o Giganotossaurus, encontra-
do na Argentina, visto na imagem acima, observado por um Tupandactylus. chegando a 13 metros de
comprimento e 7 metros de altura no dorso, vivendo entre 100 e 97 milhões de anos atrás. Outro colosso,
o Carcarodontosaurus, encontrado na África, com dimensões similares às do Giganotossaurus. Viveu
entre 121 e 112 milhões de anos atrás.
A partir de cerca de 95 milhões de anos atrás, a Família biológica Spinosauridæ, até então prolífica,
entrou em franco declínio, extinguindo-se próximo a 83 milhões de anos atrás.
227
História Geológica da Bahia

68 a 65 Milhões de A nos Atrás (Período Cretáceo da Era Mesozoica)

H á 68 milhões de anos, extinções já atingiam várias espécies de dinossauros e


seres marinhos, como ammonóides e bivalves. A presença de alterações rumo a nova
onda de extinções ficou mais clara a partir de 66,8 milhões de anos, quando aumentou
muito a presença dos micróbios oportunistas. Estes proliferam quando há crises na Vida.

Modificações climáticas diversas exibiam vínculos diretos com uma grande sequência
de derrames vulcânicos que ocorriam em territórios que atualmente formam o Deccan,
parte da então grande Ilha da Índia. Este caracterizou-se por pulsos de derrames, no
qual destacaram-se três grandes fases. O apogeu da primeira fase ocorreu entre 67,5 e
67,4 milhões de anos atrás, atirando à atmosfera tal quantidade de gases e poeira que
provocou seu obscurecimento gradual. Isto provocou um resfriamento em tal escala
que há 66 milhões de anos, a temperatura média mundial havia decrescido 3oC. Isto
ao tempo em que o seu nível médio viu-se rebaixado entre 70 e 100 metros, permitindo
que porções continentais isoladas se conectassem.

Após um intervalo de tempo em que houve alguma tranquilidade, sobreveio a segunda


fase vulcânica, que foi a mais intensa, representando 80% dos derrames do Deccan.
Entre 65,4 a 65,2 e 65,0 milhões de anos atrás, foram ejetados, na atmosfera, dezenas de
bilhões de toneladas dos gases CO2, SO2, HF e HCl, fazendo com que o percentual de O2
atmosférico caísse até cerca de 12%. O resfriamento anterior foi sucedido por um efeito
estufa, elevando-se as temperaturas mundiais 1 a 5oC acima das médias anteriores. As
temperaturas médias das águas em mares e oceanos aumentaram 3 a 4oC. Porém, há
65,1 milhões de anos, o quadro de aquecimento foi revertido, e a temperatura média
mundial decresceu rapidamente 2 a 3oC.

Rematando o quadro do vulcanismo, aconteceu a terceira fase de derrames no Deccan,


que foi a menos intensa, situada entre 64,7 e 64,4 milhões de anos atrás. Porém as duas
fases anteriores já haviam sido suficientes para impor o desastre, com um vasto leque
de extinções que, superada a crise, abriria espaço para um grande rearranjo da Vida.

229
Rubens Antonio

As derradeiras espécies de pterosauros e saurópodes,


os grandes dinossauros herbívoros, extinguiram-se
entre 10 e 5 milhões de anos antes do limite de 65
milhões de anos atrás. Mosassauros, Plesiossauros,
todos os demais répteis aquáticos foram extintos, à
exceção das tartarugas. Estas, de 17 espécies então
existentes, apenas 2 espécies desapareceram, mas al-
guns autores estimam que podem ter perdido até 30%
das suas espécies. Os dinossauros remanescentes não
ultrapassaram o limite de 65 milhões de anos atrás,
à exceção dos atuais representantes, as aves, que são
dinossauros terópodes diferenciados. Cefalópodes com
conchas, como os ammonites, que haviam entrado em processo de decadência, deixaram,
ao final da crise, somente 9 gêneros. Seus aparentados de conchas retas, os belemnites,
sobreviveram debilitados, para se extinguirem pouco depois. De 27 espécies de bra-
chiópodes, só 8 sobreviveram. O plâncton, seriamente atingido, viu desaparecerem, de
início, 10% das espécies, chegando a ser eliminados, ao fim da crise, 80% das espécies.
As espécies de seres microscópicos do fundo marinho foram reduzidas em 50%. Os corais
Scleractinia ganharam, de início, maior abrangência geográfica, mas logo acabaram
gravemente atingidos , perdendo entre 30% e 45% das suas espécies. Até o apogeu da
extinção ou um pouco depois dela, perderam até 65% das suas espécies, conseguindo
estabilizá-las, mas em processo de perda de distribuição geográfica por ainda cerca
de 15 milhões de anos. As plantas exibiram um processo de extinção lento, atingindo
uma média de 10% das espécies por localidade, chegando a um máximo de cerca de
75% das espécies nas regiões de maior intensidade, ao longo de toda esta crise da Vida.

75% das aves, 6% dos répteis e 15% dos peixes extinguiram-se. Os mamíferos masurpiais
sofreram mais que os placentários, tendo 75% de espécies extintas, enquanto aqueles
tiveram apenas 15%, Os anfíbios localmente exibiram até grau nulo de extinção.

Alguns estudiosos indicam não ser improvável encontrarmos, algum dia, algumas es-
pécies de dinossauros, fora as aves que tenham ido um pouco além desta crise.

No intervalo de dois a três milhões de anos, com apogeu entre 65,2 e 65,0 milhões de
anos atrás, extinguiram-se, no total, 56% dos gêneros terrestres e 47% dos marinhos.
230
História Geológica da Bahia

Elevou-se, a partir dos anos 1980 do século XX, a teoria de que a extinção em massa situada na passagem do
Período Cretáceo para o Terciário teria sido motivada por um impacto meteorítico. Apontou-se como relacio-
nada ao evento causador deste suposto cataclisma a cratera de Chicxulub, no Golfo do México. Entretanto,
contrariando aquela visão catastrofista, estudos deixaram claro que já havia uma extinção em massa em an-
damento bem antes do impacto. Além disto, a datação deste impacto mostra que ele aconteceu 300 mil anos
antes da fronteira Cretáceo - Terciário, que marcou o termo final desta extinção em massa.
Outro ponto a ser considerado é que a Terra foi e é, no Tempo Geológico, constate e intensamente atingida por
meteoritos, não havendo qualquer indicador de que os impactos, mesmo os mais impressionantes, tenham
acompanhado qualquer das extinções em massa ou mesmo vagas menores de extinções.
Uma queda de um corpo celeste pode deixar, na superfície do nosso planeta, astroblemas, isto é, crateras
de impactos meteoríticos. O maior astroblema brasileiro é o de Araguainha, que aparece nesta imagem
tratada de satélite, acima à esquerda, com centro de impacto medindo 6 a 8 km de diâmetro. Seu núcleo
está situado em Mato Grosso, podendo ser percebido pelo seu centro e estruturas circulares em torno. Toda
a estrutura atinge 40km, adentrando Goiás, tendo este choque acontecido há 247 a 243 milhões de anos.
Na imagem à direita, em sua parte inferior esquerda, aparece a mais bela cratera brasileira, a da Serra
da Cangalha, no Estado de Tocantins. Seu núcleo de impacto tem 3 a 4 km de diâmetro, atingindo a
região afetada cerca de 12 km de diâmetro, datando de 300 a 280 milhões de anos atrás. Distante desta
apenas 45 km, aparece acima, à direita na imagem, a cratera de Riachão, no Maranhão, com 4 a 5 km
de diâmetro. Data de algo menos que 200 milhões de anos de idade.
Fonte das imagens: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa.
231
Rubens Antonio

Meteoróides são corpos que viajam em torno do Sol a uma velocidade de até 42 km/s, os quais, capturados pela
nossa gravidade do nosso planeta, mergulham como meteoritos a uma velocidade próxima a 25 km/s, poden-
do atingir, em função da rotação da Terra, até 85 km/s. Sua queda, devido ao atrito com nossa atmosfera,
tende a deixar rastros luminosos nos céus, que se enquadram como fotometeoros, mais ou menos visíveis,
variando em função dos seus tamanhos, suas velocidades, suas composições, de haver ou não ionização,
dos ângulos de mergulho. Começam a queimar perto de 140km de altitude, assim acontecendo até cerca
de 20km de altitude, entretanto, o intervalo normalmente visível a partir da superfície da Terra situa-se
entre 130km e 70km de altitude.

Ocorrem várias “chuvas de


meteoritos” durante o ano,
algumas ao mesmo tempo.
Ocorrem tipicamente nos mes-
mos períodos, todos os anos.
Ao lado, a somatória da média
de todas as quedas por hora,
integrando todas as chuvas,
por período. Agosto, maio e
fevereiro são péssimos meses
para procurarmos “estrelas
cadentes” nos céus. Já em abril,
julho, final de outubro, início
de novembro e dezembro elas
aparecem facilmente.
232
História Geológica da Bahia

Alguns meteoritos foram encontrados na Bahia. O Meteo-


rito Palmas de Monte Alto, visto acima, pesa 150kg, com
cerca de 60cm de comprimento. Está exposto na prefeitura
do Município de Palmas de Monte Alto.
O Meteorito Vitória da Conquista, visto ao lado, com
10,5kg e 25 cm de comprimento, está exposto na Univer-
sidade Estadual do Sudoeste da Bahia. - Imagens gentil-
mente cedidas por Wilton Pinto de Carvalho.

Acima, o Meteorito Rio do Pires,


pesando 85 gr.
À esquerda, fragmento do Meteorito
Quijingue, que inteiro pesava 54kg,
visto em suas faces externa e inter-
na polida, aparecendo cristais do
mineral olivina na massa de Níquel
e Ferro. Coleção Wilton Carvalho.
233
Rubens Antonio

O meteorito Bendegó é o maior já localizado no Brasil, devendo seu nome a um riacho próximo ao local
em que foi encontrado, atualmente pertencente ao Município de Uauá, Bahia. Entrando na nossa atmos-
fera em velocidade praticamente igual à de rotação da Terra, seu impacto resultou em uma queda livre,
não deixando cratera expressiva. Foi descoberto pelo jovem vaqueiro Bernadino da Motta Botelho ou seu
filho, Domingos, em 1784, tendo sido retirado por uma expedição, de 1887 a 1888, e conduzido ao Rio
de Janeiro, por determinação do imperador Pedro II.
Utilizou-se um carretão puxado por juntas de bois. Nesta foto, a travessia do leito do Rio Itapicuru,
aparecendo, em primeiro plano, o encarregado do transporte até o Rio de Janeiro, tenente José Carlos
de Carvalho.
Mede 2,15 metros de comprimento, por 1,5 metro de largura e 0,66 metro de altura, pesando 5.360 qui-
logramas. É um siderito, isto é, um meteorito constituído por uma liga de Ferro e Níquel. A constituição
do seu peso são 92,70% de Ferro, 6,52% de Níquel e o restante formado por cobalto, fósforo, carbono,
gálio, germânio e irídio. Sua densidade é de 7,56.
Foto de Humberto Antunes gentilmente cedida por Wilton Pinto de Carvalho.

234
História Geológica da Bahia

O Meteorito Bendegó, atualmente, localizado no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. O corte visível no me-
teorito é fruto da retirada de uma porção de 60 quilogramas para análises e permutas com outros museus.

À esquerda, fatia de 884 g do


Meteorito Bendegó, no Museu
Geológico da Bahia - Salvador
- Sendo um meteorito de Ferro
e Níquel, por possuir menos
de 17% de Níquel, seu corte
exibe estrutura formando as
denominadas Figuras de Wi-
dmanstatten, como a vista no
modelo à direita.
235
Rubens Antonio

Acima, o geólogo Luiz César Corrêa


Gomes, em campo, examina uma ro-
cha com sua lupa. O serviço exaustivo
de coleta de dados pormenorizados de
campo e precisas é fundamental para
que seja decifrado todo o processo em
que se viu envolvida a rocha. - foto
gentilmente cedida por Geraldo Mar-
celo Pereira Lima.
Ao lado, a geógrafa e geóloga Renata
Cardia Rebouças analisa sedimentos
em microscópio. Com uma mão efetua
contagem grão a grão, com a outra
pressiona as teclas de um contador
mecânico. - Instituto de Geociências
da Universidade Federal da Bahia. -
Município de Salvador.
236
História Geológica da Bahia

A atualidade geocientífica realça a ne-


cessidade dos trabalhos de campo, seja
nos passos do método indutivo ou no co-
roamento do método dedutivo. Acima, a
bióloga e paleontóloga Márcia Cristina
Teles Xavier em coleta meticulosa de
fósseis. - Município de Jaguarari.
Decisiva para a investigação geocien-
tífica é a transformação dos dados de
campo e laboratório em informação.
Ao lado, a geógrafa e geóloga Renata
Cardia Rebouças e o biólogo Lucas
Nascimento processando dados e in-
formações. Hipóteses transformam-se
em teses e teorias. - Instituto de Ge-
ociências da Universidade Federal da
Bahia. - Município de Salvador.
237
Rubens Antonio

238
História Geológica da Bahia

65 a 23 Milhões de A nos Atrás (Período Paleógeno da Era Cenozoica)

O estilhaçamento do Gondwana prosseguira. A Índia, cujas manifestações iniciais


de afastamento começaram 200 milhões de anos atrás, concluiu a separação há 80
milhões de anos. Há 64 a 55 milhões de anos atrás, a Austrália se separou da Antárti-
ca, que só se separaria da América do Sul há 35 milhões de anos. A América do Norte
aproximou-se da América do Sul há 63 a 60 milhões de anos, mas incompletamente,
pois a América Central permanecia submersa, assumindo apenas a forma de ilhas.
Entretanto, isto permitiu, aí, um primeiro intercâmbio faunístico entre as Américas.
Neste nosso continente-ilha o litoral leste, já desenhado em molde próximo ao atual, via
seu o oeste seguir um desenvolvimento dramático. Elevava-se, paulatinamente, a cadeia
de montanhas dos Andes, na verdade um amorrotamento resultante do empurrão que
a América do Sul recebia e exercia em relação às placas vizinhas do Oceano Pacífico.
Os mamíferos, desde 200 a 190 milhões de anos atrás minúsculos e ocupando inters-
tícios ambientais, há 89 milhões de anos ganharam diversificações, multiplicando-se
ainda mais a partir de 74 milhões de anos atrás. Adaptaram-se aos nichos cada vez mais
abandonados devido à grande extinção do final do Cretáceo. Nos ares, por exemplo,
começaram a planar há 165 milhões de anos, até que, há 60 milhões de anos surgiram
os morcegos, passando verdadeiramente a voar. Aí, dividiam espaço com as aves, que,
surgidas entre 150 a 130 milhões de anos atrás, também difundiram-se com eficiência
neste novo momento.
Nos mares, partindo de há 53 a 48 milhões de anos atrás, com o Pakicetus, há 49 mi-
lhões de anos, com o Ambulocetus, e há 45 a 35 milhões de anos, com o Basilosaurus,
instalou-se a linhagem das baleias. Já os corais formadores de recifes, que haviam expe-
rimentado grande proliferação e expansão, viram-se, durante a grande extinção envoltos
em um processo de grave redução de área. Entre 60 e 50 milhões de anos atrás, mesmo
mantendo relativamente estável o número de espécies, tinham sua área de distribuição
reduzida em dez vezes. Disputaram espaço com outros formadores de recifes, conse-
guindo se impor a duras penas, chegando à antiga distribuição há 40 milhões de anos.

239
Rubens Antonio

Há 30 milhões de anos, a reemergência parcial momentânea da América Central sob


a forma de ilhas, permitiu um segundo intercâmbio faunístico entre as Américas. Este
foi realizados por seres que conseguiam “saltar” de ilha a ilha.
A grande novidade, entre 60 e 30 milhões de anos atrás, foi o surgimento das gramíne-
as. Com expansão mais intensa a partir de 20 milhões de anos atrás, surgiam com elas
grandes pastagens, permitindo novos seres proliferarem. Estes precisaram de modifi-
cações nos seus dentes, de maneira a poderem lidar melhor com a nova oferta vegetal.

As Aves do Terror surgi-


ram no nosso continente
há 26 milhões de anos,
sendo encontrados seus
fósseis no sul do país e do
continente, mas tiveram,
por certo, difusão conti-
nental.
O Phorusrhacos, com en-
tre 2 e 3 m de altura na
cabeça, tinha velocidade
de até 60 a 70 km/h. O
Titanis, visto ao lado,
com entre 1,5 e 2,5 m de
altura, e cerca de 150 kg,
atingiu maior difusão.
Características das Aves
do Terror sul-america-
nas, garras apareciam
nas asas.
É possível que tenha che-
gado aos nossos terrenos.
240
História Geológica da Bahia

O Thylacosmilus, encontrado na Argentina, era um marsupial com seu até 1,7 m de comprimento. Seus
dentes cresciam ao longo da sua vida inteira, repondo desgastes. Extinguiu-se há 5,3 milhões de anos.

O Guarinisuchus, com
3metros de comprimen-
to foi um crocodilo ma-
rinho que surgiu na
África, durante o Cretá-
ceo. Não só sobreviveu à
Grande Extinção como
se expandiu, ocupando
espaços deixados pelos
répteis marinhos ex-
tintos, chegando, pro-
vavelmente, às nossas
praias. Datando de 62
milhões de anos, seu
fóssil foi encontrado em
Pernambuco.
241
História Geológica da Bahia

23 Milhões a 11 Mil A nos Atrás (Período Neógeno a Quaternário da Era


Cenozoica)

H á 23 milhões de anos, a temperatura média mundial baixou 8°C. Há 20 mi-


lhões de anos iniciou-se um aquecimento mantido até 15 milhões de anos atrás. Do
litoral do Amazonas ao do Rio de Janeiro uma grande deposição sedimentar produziu
a Formação Barreiras que, atualmente, forma belas falésias no sul baiano. As Amé-
ricas religaram-se, há 8 milhões de anos, por uma sequência de ilhas tornada, há 5
a 2,5 milhões de anos, uma ligação contínua, possibilitando um grande intercâmbio
faunístico. Preguiças, tatus, gliptodontes, toxodontes, dentre outros seres, seguiram em
direção ao norte. Na contramão, felinos, canídeos, camelídeos, elefantes, cervos, ursos,
lebres, dentre outros, invadiram nossa América. Como reflexo, atualmente, 10% dos
gêneros da fauna da América do Norte descendem de seres oriundos da América do Sul
e 60% dos gêneros da América do Sul originam-se de seres vindos da América do Norte.

Entre 3 e 2 milhões de anos atrás, o Rio São Francisco, que corria em direção ao Rio
Tocantins, voltou-se em direção ao nosso litoral.

Num contexto mundial, a Glaciação Biber avançou entre 3 e 2,6 milhões de anos atrás.
Foi sucedida pela Glaciação Donau, entre 2 e 1 milhão de anos atrás. A partir daí, cerca
de trinta avanços e recuos glaciais aconteceram, destacando-se quatro. A Glaciação Günz
teve seu apogeu entre 590 e 550 mil anos atrás. A Glaciação Mindel desenvolveu-se entre
475 e 435 mil anos atrás. No período quente, interglacial, entre 143.000 e 116.000 anos
atrás, o nível médio do oceano estava oito metros acima do atual, chegando a dez me-
tros na região de Olivença. Porém, há 180 mil anos, iniciara-se um novo resfriamento.
Com fase mais intensa entre 130 e 110 mil anos atrás, impondo-se a Glaciação Riss.

A Glaciação Würm começou a marcar seus efeitos há 110 mil anos, com um resfriamento
acentuado entre 70 a 50 mil anos atrás, e um reaquecimento entre 50 e 30 mil anos
atrás, que antecedeu o apogeu desta Glaciação entre 21.000 e 18.000 a 17.000 anos atrás,
quando a cobertura de gelo da Terra, que atualmente são 10%, chegou a 30%. Como

243
Rubens Antonio

uma consequência, o nível dos mares baixou cerca de 120 metros em relação ao atual.

Há 23 milhões de anos, uma grande elevação do interior continental fez com que se in-
crementasse sua erosão, ao tempo em que acontecia um afundamento do litoral aumentou
nele a sedimentação. Esta, sob a forma de deltas e planícies de inundação, estendeu-se
desde o Rio de Janeiro até o Amapá. Este evento durou até 7 milhões de anos atrás,
quando o continente se reequilibrou. Nos terrenos baianos estes sedimentos começa-
ram a ser erodidos, surgindo as falésias citadas, inclusive, por Pero Vaz de Caminha.

Novos processos intempéricos e erosivos retrabalharam o material rochoso baiano,


produziram novas formas e novos tipos. Um bom exemplo é o da formação, entre 250
e 10 mil anos atrás, do Calcário Caatinga, na Chapada Diamantina. Este é o resultado
de alterações intempéricas do antigo Calcário Salitre, que fora depositado pelo Mar
Bambuí, centenas de milhões de anos antes.

A grande deposição de sedimentos iniciada há 23 milhões de anos, perdurou até 7 milhões de anos atrás,
quando um reequilíbrio rebaixou o interior e elevando nosso litoral. Surgiu assim a Formação Barreiras,
que os processos de avanço e recuo do mar, esculpiram, sob a forma de falésias, como as que a Pero Vaz de
Caminha descreveu, em de Porto Seguro. - Imagem gentilmente cedida por José Maria Landim Dominguez.

244
História Geológica da Bahia

Ao pisar em campo, pela primeira vez,


como estudante de Geologia, em Olinda,
Pernambuco, em março de 1959, nem sabia
bem o que era Geologia... Porém, naquele
momento, tive a sensação de ter encontrado
o meu destino... pelas mãos de Deus...
Quando pisei em campo, pela primeira vez,
como Geólogo, formado, em 11 de fevereiro
de 1962, em Petrolina, Pernambuco, tive
uma mistura de vontade de demonstrar
serviço com aquele medo de não saber como
fazer da melhor maneira...
Atualmente, quando piso o campo como
Geólogo com a experiência que tenho,
com os tantos trabalhos publicados, sinto
o mesmo entusiasmo de sempre... Cada
vez mais, tenho convicção da pressão
do Tempo... pois tenho pouco tempo...
e da pressão dos futuros leitores... o
“esperávamos melhor”.
Sempre vou feliz... O campo é meu bálsamo
e minha escola... onde ainda aprendo
várias coisas de Geologia... e, mais ainda,
da Vida... Nós somos pretensiosos... Nós
precisamos estudar mais... Nós precisamos
mais humildade perante a Natureza...
As novas gerações têm livros de Geologia bons, em português... Têm a quem perguntar...
Temos melhores geólogos de que nas gerações passadas. As próximas gerações devem tentar
trazer a Geologia para perto da Sociedade... A Geologia tem que ser explorada, estudada,
interpretada, em beneficio da coletividade. Temos que rasgar os grilhões do cientificismo...
e isto é algo que a minha geração não pode ou não soube fazer, pois quanto mais próxima
da demanda do povo, melhor ela será... Porque ser Geólogo é ser feliz... Ser Geólogo é se
aproximar da riqueza imensurável da natureza... Ser Geólogo é chegar perto de Deus...
Benjamin Bley de Brito Neves
Geólogo, formado em 1962
245
Rubens Antonio

Há cerca de 23 milhões de anos, uma grande oscilação na borda leste do nosso continente, desde o Amapá
até o Rio de Janeiro, fez com que esta apresentasse tendência a afundamentos. Constituiu-se assim uma
área com uma grande deposição de sedimentos, que progrediu por todo o litoral do nosso Estado. Era o
domínio da Formação Barreiras.
Seus depósitos atingiram a dimensão de até dezenas de metros de altura, avançando por até algumas
dezenas de quilômetros, rumo ao interior. Isto se deve ao avanço, por estes terrenos rebaixados, de águas
marinhas e também à instalação de novas e ativas bacias fluviais.
Na fotografia acima, no Município de Itapebi, vemos um corte em que a parte inferior da encosta é formado
por uma rocha antiga intemperizada. Na parte superior temos a presença uma camada horizontalidade
de rochas sedimentares formado por belo estratos.
A deposição da Formação Barreiras se deu até entre 13 e 7 milhões de anos atrás. Após este momento,
elevaram-se os terrenos, e seus antigos sedimentos começaram a ser intemperizados e erodidos. Deixaram
como uma das suas heranças as belas falésias da região de Porto Seguro. São as barreiras do sul baiano,
que chamaram a atenção já de Pero Vaz de Caminha, que as descreveu em sua famosa carta.
246
História Geológica da Bahia

Passos de uma história, esculpindo o nosso litoral, destacando o visual de falésias da Formação Barreiras.
A - O mar avançou e erodiu os sedimentos da deposição Barreiras.
B - O mar recuou e se formaram cones de derrames de sedimentos sobre as praias.
C - Há 150.000 a 130.000 anos, o mar reavançou, e os cones anteriores foram atacados, sendo erodidos.
D - O mar recuou outra vez.
E - Há 5.100 anos, o mar reavançou uma última vez. deixa para trás barras arenosas.
F - O mar recuou pela última vez, constituindo a situação momentânea atual... Mas a história não pára.
(imagem modificadas de Martin, Dominguez, Suguio, Flexor, 1983)
247
Rubens Antonio

O intemperismo é o processo de
alteração dos minerais da rocha,
seja por causas físicas, seja por
causas químicas, sem implicar em
deslocamento expressivo das suas
resultantes.
Grandes espessuras de sedimentos
carbonáticos foram originalmen-
te depositados no fundo do Mar
Bambuí. Com a eliminação deste
mar, este material se transformou
em rochas sedimentares calcárias.
Há 250 mil anos, na região de
Ourolândia, as condicionantes
climáticas fizeram com que tivesse
início um processo especial de in-
temperismo destes calcários.
Progredindo desde a superfície, em
direção ao fundo, o calcário teve
suas características modificadas.
Transformou-se em um calcáreo
do tipo denominado “calcrete”.
Estendeu-se este processo até entre
10 e 30 metros de profundidade.
Ao lado, a ilustração mostra um
corte com a configuração e o avan-
ço deste processo, primeiro dissol-
vendo e depois recristalizando as
regiões superficiais em calcrete,
formando-se o denominado Cal-
cário Caatinga.
Um dos destaques do Calcário
Caatinga é abrigar cavernas ex-
pressivas. Um exemplo é a Toca
dos Ossos, em Ourolândia, sítio da
descoberta de importantes fósseis
da Megafauna Mamífera.
248
História Geológica da Bahia

Calcário Caatinga, do Mu-


nicípio de Ourolândia - Nes-
ta amostra, este o calcário
se apresenta fragmentado e
contendo, na parte superior
esquerda, um osso fossilizado
de mamífero talvez da Mega-
fauna. - Amostra gentilmente
cedida por Jaime Vasconcellos.

Calcário Caatinga, do Município de Ourolândia, em sua expressão mais característica.


Nesta amostra, este o calcário se apresenta sob a forma de uma placa polida, a modo de rocha ornamental,
para ser comercializado sob o nome fantasia de “mármore bege-bahia”.
249
Rubens Antonio

Proliferou a Megafauna Mamífera, que é formada por mamíferos que ultrapassam 50kg
quando adultos. De 122 gêneros a ela relacionados, por então, 50 chegavam a mais de
100kg e 15 a mais de uma tonelada. Uma referência da expressividade destes seres é que
na África atual só 5 espécies chegam a mais de uma tonelada, e poucas a mais de 100kg.

Em lenta evolução a partir de 25 milhões de anos atrás e definição clara rumo a gêne-
ros maiores a partir de 6 milhões de anos atrás, destacaram-se as Preguiças Terrícolas.
Seus dois maiores gêneros pertenceram à subfamília Megatheriinæ, constituindo as
Preguiças Gigantes propriamente ditas, com comprimento de até 6 metros do focinho
à extremidade da cauda, atingindo, quando de pé, altura de até 4 metros, pesando até
entre 4 e 5 toneladas. Herbívoras, com suas grandes e maciças unhas escavavam em
busca de raízes, arrancavam cascas de árvores e/ou puxavam galhos para atingir folhas
mais macias. O maior gênero que habitou os nossos terrenos foi o Eremotherium, que se
distribuiu desde o sul do Brasil até a porção média da América do Norte, destacando-
-se os exemplares encontrados em Brejões, Jacobina e Nova Itarana. Outro gênero da
mesma Família, porém um pouco mais atarracado, o Megatherium, não chegou aos
nossos terrenos, distribuindo-se somente do sul do Brasil até a Patagônia.

Outros gêneros de preguiças terrícolas viveram em nossos terrenos. O Nothrotherium


tinha até 1,5m de comprimento e 1m de altura, quando em pé, pesando 50kg. O Ca-
tonyx chegava, de pé, a 1,8m. O Scelidotherium chegava a 4m de comprimento e 3m
de altura quando sobre duas patas. O Ahytherium tinha 3m, o Mylodon até 2,5m e o
Ocnotherium até 4m de comprimento. O Glossotherium, que provavelmente também
esteve aqui, chegava a 3,5m de comprimento, com 1,8m no dorso. Outras preguiças ter-
rícolas que por aqui estiveram foram o Mylodonopsis, o Iporangabradys e o Valgipes.

Preguiças terrícolas de destaque sem fósseis baianos, ocorreram entre a Patagônia e o


centro-sul da América do Norte. O Lestodon, da América platina, atingia 4m de com-
primento. O Megalonyx, da América do Norte, tinha 3m de comprimento. O Thalas-
socnus, do Peru, mostrando a multiplicidade da classe, era semi-aquático.

Praticamente todas as Preguiças Terrícolas possuíam, na superfície do corpo, osteoder-


mos, que são pequenos ossinhos em forma de plaquetas, neste caso irregulares. Chega-
vam a mais de mil unidades por animal, sendo talvez um resquício de uma tendência
ao desenvolvimento de uma carapaça.
250
História Geológica da Bahia

Megatherium Eremotherium Lestodon

Mylodon Catonyx Scelidotherium

Thalassocnus Nothrotherium Glossotherium

Valgipes Ahytherium Megalonyx


251
Rubens Antonio

252
História Geológica da Bahia

Na página ao lado, numa reconstituição, aparecem duas preguiças terrícolas. Um grande Eremotherium,
de pé, alimenta-se de folhas mais tenras de uma árvore, diante de um Mylodon.
Nesta página, em segundo plano, à sombra, um esqueleto de Smilodon. Em primeiro plano um grande
Eremotherium, de pé. Esta preguiça terrícola chegava a 6 metros de comprimento por 4 metros de altura e
entre 4 e 5 toneladas. Na verdade, apesar do predomínio de ossos fósseis do gênero Eremotherium, oriun-
dos da Toca dos Ossos, originalmente pertencente ao Município de Jacobina, atualmente ao Município de
Ourolândia, este esqueleto fóssil é um antigo compósito, integrando mais que partes de vários exempla-
res, agregando até mesmo elementos referenciadas em outros gêneros. - Museu Nacional - Rio de Janeiro.
253
Rubens Antonio

Os tatus atuais pertencem à família biológica Dasypodidæ, sendo o seu maior representante o Priodontes,
nosso “tatu canastra”, que chega a 1,5 metro de comprimento. Já os grandes tatus extintos pertenciam à
família biológica Pampatheriidæ, que incluiu o Pampatherium, visto acima. Este media 1 metro no alto das
costas e até 2,6 metros de comprimento, pesando até centenas de quilos. Outro gênero que provavelmente
esteve em nossos terrenos foi Propraopus, com 0,9 metro no dorso e comprimento entre 1,2 e 1,5 metro.
O Holmesina, outro grande tatu, com até 2 metros de comprimento, foi muito comum em regiões da
América do Norte. Entretanto, pode ter chegado aos nossos terrenos, uma vez que há indicações de sua
presença no Ceará, na Paraíba e no Rio Grande do Norte.
Como os tatus atuais, ambos possuíam carapaças flexíveis. Tinham capacidade para escavar, mas prova-
velmente o fazia apenas ocasionalmente. Entretanto, localmente, foram encontradas tocas provavelmente
relacionadas a estes animais que resistiram mesmo depois de tanto tempo deles extintos.
Quando suas antigas tocas aparecem entupidas por sedimentos posteriores são chamadas crotovinas.

254
História Geológica da Bahia

O Doedicurus e o Glyptodon foram gêneros pertencentes à Família Glyptodontidæ. Dispunham de mo-


saicos de plaquetas ósseas de formato poligonizado, formando carapaças inflexíveis, o que os diferencia
dos tatus, que possuem faixas que lhes conferem carapaças maleáveis. Possuíam caudas possantes, uti-
lizadas em golpes, sendo que o Doedicurus contava ainda com uma pesada maça com espinhos na sua
extremidade. Este gênero, pesando até 1,4 tonelada, era o maior representante da família, chegando a
entre 3,6 e 4,3 m de comprimento, dos quais 1,3 a 1,5 m para a cauda, atingindo 1,6 m de altura no dorso.
O Glyptodon chegou a entre 3,0 e 4,0 m de comprimento, com 1,2 a 1,5 m de altura, pesando entre 1,0
e 1,4 tonelada. Outro gênero da mesma família, o Sclerocalyptus, era menor, com 1,5 a 2,0 m de com-
primento, pesando até 250 kg.
Além destes, outro representante desta família, que deve ter estado em nossos terrenos, foi o Panochthus,
que chegava a 3,0 m de comprimento.

255
Uma tranquila família de outro membro da Megafauna Mamífera que se distribuiu por quase toda a
América do Sul, do seu norte até a Patagônia, habitando os nossos terrenos, vive o início de um novo dia.
Era o Toxodon, cujo macho adulto media entre 2,5 e 3,0 m de comprimento, por 1,5 m de altura, pesan-
do cerca de 1,1 a 1,3 tonelada, sendo a fêmea um pouco menor. Com os hábitos desse herbívoro situados
entre aqueles dos rinocerontes e hipopótamos atuais, seus dentes incisivos inferiores mais pareciam pás,
sendo aptos para recolhimento de alimentação vegetal abundante. Em consequência desta quantidade
de vegetais e intensidade de mastigação, havia um grande desgaste dos dentes que, como compensação,
cresciam continuamente, ao longo da sua vida. As patas dianteiras mais curtas que as traseiras reforça-
vam o aspecto atarracado deste ser.
Seu primeiro fóssil brasileiro foi encontrado, em 1920, em Pedra Vermelha, Município de Monte Santo.
História Geológica da Bahia

Além das famílias Pampatheriidæ, que englobava os grandes tatus extintos, e Glyptodontidæ, que agre-
gava os seres com grandes cascos não flexíveis, um outro ser, o Pachyarmatherium, não se enquadra bem
em nenhuma das duas, apesar de alguns autores vincularem-no à segunda. Um aparentado próximo de
ambos, provavelmente chegou aos nossos terrenos, com indicadores também da sua presença encontrados
em outros estados do Nordeste.
O Pachyarmatherium, visto acima, em primeiro plano, tinha o corpo medindo um metro e meio de
comprimento. Em vez de uma carapaça flexível, como a dos tatus, ou definitivamente rígida, como a dos
gliptodontes, possuía-a dividida em dois grandes cascos unidos por uma única faixa flexível.
Apesar de estudos mais antigos indicarem que teria se extinguido muito tempo atrás, estudos mais recentes
indicam que pertenceu ao mesmo contexto da Megafauna mamífera extinguindo-se junto com a mesma.

257
Rubens Antonio

A Macrauchenia patagonica distribuiu-se por


praticamente toda a América do Sul, após surgir
neste continente há 700 mil anos. Sendo carac-
terizada pela tromba similar à das antas atuais,
seus representantes baianos teriam sido indivi-
dualizados o suficiente para serem considerados
outro gênero, denominando-se Xenorhinotherium
bahiense. Para alguns estudiosos, isto seria um
exagero, por seriam meramente uma subespécie
mais leve ou grácil, a Macrauchenia patagonica
bahiense. Nossos exemplares mediam até cerca de
2,0 metros de comprimento, com altura de cerca
de 1,5 metro no dorso e 2,5 metros na cabeça.

A Palaeolama weddelli foi um camelídeo que


chegou aos nossos terrenos após o Grande Inter-
câmbio faunístico. Proliferou desde o Maranhão
até a Argentina. Chegava a 1,5 m nas costas e 2,0
m no alto da cabeça, pesando cerca de 250 kg.
258
História Geológica da Bahia

Na Ordem Proboscidea estão enquadradas 352 espécies que já existiram e as três sobreviventes, que são
relacionadas à Família Elephantidæ. São o Elephas maximus, que é o elefante asiático, o Loxodonta
africana e o Loxodonta cyclotis, que são elefantes africanos. Pertenceu também a esta Família o Mam-
muthus, que proliferou no Hemisfério Norte, atingindo até colossais 4,5 metros de altura. Na América
do Norte viveu um mastodonte, o gênero Mammut, que pertenceu à Família Mammutidæ, e que não deve
ser confundido com o mastodonte que habitou nossos terrenos. Por o nosso mastodonte ter pertencido
à Família Gomphoteriidæ, podemos dizer que eram gonfotérios, que eram sim proboscídeos, mas não
elefantes. Proliferaram por toda a América do Sul até o centro-sul norte-americano, sendo representados
primeiramente pelo gênero Cuvieronius, que só habitou os Andes e baixios próximos.
Alguns estudiosos entendem que Cuvieronius deu origem a duas ramas, o Notiomastodon, com presas
retas e dentes desenvolvidos, e o Haplomastodon, com presas mais curtas, curvas, e dentes menos de-
senvolvidos. Assim, o nosso mastodonte pode aparecer citado como Notiomastodon ou Haplomastodon.
Entretanto, para a maior parte dos estudiosos, o Cuvieronius originou duas ramas dentro de um único
gênero. Foram o Stegomastodon platensis, da região do Rio da Prata, e o Stegomastodon waring, que
habitou o restante da América do Sul. Foi, assim, o Stegomastodon waring o gonfotério que habitou nossos
terrenos, como visto na imagem acima, tendo por aqui chegado há cerca de 2,5 milhões de anos. Media
entre 1,9 e 2,8 m de altura no dorso, com até 3,5 a 4,0 m de comprimento, da base da presa ao início da
cauda, pesando entre 2,5 e 3,5 toneladas. Suas presas variavam de praticamente retas a um pouco curvas
chegando a pouco mais de um metro de comprimento. A sua primeira descrição científica foi realizada
com base nos fósseis coletados na localidade de Pedra Vermelha, do Município de Monte Santo, na Bahia.
259
Rubens Antonio

O Arctotherium foi um urso que habitou nossos terrenos, mostrando este gênero distribuição desde os
pampas até próximo as imediações da América Central. Provavelmente, chegou à América do Sul já de-
finido enquanto gênero, relacionado ao Grande Intercâmbio Faunístico, há cerca de 2 milhões de anos.
Entretanto, há estudiosos que entendem que quem chegou, por aquele momento, aos terrenos da nossa
América, foi um antepassado tanto deste quanto do grande Arctodus, também um urso. Este teria quase
que imediatamente dado origem a este gênero.
Seguindo a riqueza típica dos ursídeos, surgiram várias espécies do gênero Arctotherium, sendo que a que
viveu em nossos terrenos era das menores. Este ser, por certo um onívoro, voltava-se para presas menores.
Quando comparado a gêneros atuais, revelava uma face com focinho curto. Suas pernas também eram
proporcionalmente diferentes das dos ursos atuais, sendo muito mais alongadas. Provavelmente tinha
pelos de cor castanho claro a médio.
Possuía adaptações que indicam grande mobilidade, não se limitando a regiões estritas, e a atravessar
vegetação mais aberta. Sua expansão, entendem alguns estudiosos, estava relacionada ao avanço da dis-
tribuição de vegetação mais rasteira e de clima temperado, contrapondo-se ao clima mais seco e a savana
ou cerrado que dominavam nossos terrenos.

260
História Geológica da Bahia

Dentre os muitos seres relacionados à Ordem biológica Carnivora, destacaram-se, em nossos terrenos,
também os incluídos na grande família biológica Canidæ, que é aquela que inclui seres como cães, ra-
posas e lobos. Os canídeos aqui chegaram devido ao Grande Intercâmbio Faunístico, expandiu-se logo
pela América do Sul.
Surgindo por volta de 800 mil anos atrás, descendendo de algum daqueles canídeos, surgiu o Protocyon.
Para alguns estudiosos, este canídeo era muito similar a um lobo atual, variando desde um pouco menor
até bem maior, sendo sempre mais corpulento, vigoroso.
Talvez atingisse, para os maiores exemplares, cerca de 3 metros de comprimento, da ponta do focinho à
extremidade da cauda.
O entendimento geral é que, como o lobo atual, caçava agregando-se em alcatéias, preferindo presas
herbívoras de tamanho mediano, como veados e caetitus, que proliferavam nas zonas de transição entre
cerrado e mata.
Em nossos terrenos a espécie que se disseminou foi a Protocyon troglodytes, com fósseis bem represen-
tativos encontrados especialmente no Município de Campo Formoso. Entretanto, seus fósseis têm sido
encontrados em praticamente todas as cavernas do Estado.

261
Rubens Antonio

Derivado do Smilodon gracilis, da América do Norte,


adentrou a América do Sul, no Grande Intercâmbio
faunístico, um felino que acabou evoluindo para o
grande terror dos nossos terrenos, o Smilodon popu-
lator. Sendo 25% maior que os atuais tigres, chegava
a entre 1,3 e 1,5 metro de altura no dorso, pesando
o macho adulto cerca de 400 quilos.
Com patas bem mais encorpadas que os grandes
felinos atuais, sendo as traseiras relativamente cur-
tas, as dianteiras mais longas, a cauda curta, revela
estrutura corporal não preparada para disparadas,
mas para botes espetaculares. Assim, provavelmente
espreitava, a partir de uma tocaia ou se aproximava
com muita cautela, atacando de curta distância,
saltando com violência. Nisto, sua musculatura era
suficiente para impor à maior parte das presas que
tivessem ossos quebrados e/ou fossem atiradas ao solo.

262
História Geológica da Bahia

Enquanto leões, muitas vezes, asfixiam suas vítimas, a mordida de


um Smilodon populator não era tão forte, daí, por certo, não matava
por estrangulamento. Porém, suas capacidades de abrir a boca em até
120° e de localizar pontos frágeis nas vítimas tornavam seus grandes
dentes de até 25 cm armas extremamente letais. Efetuava isto, por
certo, com eficácia muito elevada, pois é difícil surgirem fósseis de
Smilodon populator com presas quebradas em vida.
Para vítimas maiores, após feri-las gravemente, apenas cumpria ficar
por perto, aguardando que agonizassem.
Por haverem sido encontrados fósseis de exemplares que teriam sérias
dificuldades de caçar, apresentando sequelas físicas, alguns estudiosos
sugerem que ele deveria se agregar em grupos como os atuais leões.
Não há uma indicação segura quanto ao seu período diário de caça,
não se sabendo se tinha mais atividade diurna, noturna ou atuava
em ambos os turnos.
O Smilodon fatalis não foi encontrada em nossos terrenos, tendo por-
te intermediário entre o Smilodon gracilis e o Smilodon populator.
263
Rubens Antonio

Mostrando o vigor do nosso patrimônio espeleológico, 22 das 50 maiores cavernas brasileiras são baianas,
As quatro maiores cavernas brasileiras estão em nossos terrenos. A Toca da Boa Vista e a Toca da Barri-
guda, respectivamente com 107 km e 33 km de corredores, situam-se no Município de Campo Formoso,
a Gruta do Padre, com 16 km de corredores, distribui-se pelos Municípios de Santana e Santa Maria
da Vitória, e a Gruta do Boqueirão, com 15 km de corredores, localiza-se no Município de Carinhanha.
Aparecem, além das citadas, representantes também nos Municípios de Coribe, Iraquara, Irecê, Ituaçu,
Iuiu, Morro do Chapéu, Palmeiras, São Desidério e Seabra.
Acima, grupo de espeleólogos formado pelo
ecologista Xavier Prous e pelos biólogos André
Vieira, Erika Taylor, Leopoldo Bernardi, Lin-
da Gentry El-Dash e Rodrigo Lopes Ferreira,
na Toca da Barriguda, Município de Campo
Formoso. - Foto gentilmente cedida por André
Vieira - Grupo Cactus.
Ao lado, planta produzida pelo Grupo Bambuí
de Pesquisas Espeleológicas mostrando a dis-
tribuição da trama dos corredores das nossas
principais cavernas, que distam somente 700
metros. Além destas, relativamente, próximas,
formando um conjunto, estão as Tocas do Calor
de Cima, do Pitu e do Morrinho.
264
História Geológica da Bahia

A formação de cavernas deve-se a um evento químico simples. A chu-


va, com composição inicial de água (H2O), em sua queda, topa com
gases, como o Gás Carbônico (CO2). Unindo ambos, passamos a ter
um novo composto, o Ácido Carbônico (H2CO3). Este, ao atingir um
solo calcário, encontra o principal composto que o forma, o Carbo-
nato de Cálcio (CaCO3), sendo este processo visto na figura acima, à
esquerda. O próximo passo, observável na imagem central, é quando,
havendo o contato entre o Ácido Carbônico e o Carbonato de Cálcio,
estes reagem, compondo o Bicarbonato de Cálcio (Ca(HCO3)2), que é
solúvel, comportando-se como 2HCO3- e Ca++ em água (H2O).
Esta solução vai sendo levada, enquanto mais e mais Ácido Carbô-
nico vai atingindo e percorrendo fendas, dissolvendo mais calcário,
alarga-as, ampliando o processo, formando comumente cavernas.
A solução, ao penetrar o terreno, pode topar com uma caverna antiga.
Como o ambiente é menos rico em Gás Carbônico (CO2), este passa
da solução ao ambiente. Havendo esta perda, o Carbonato de Cálcio
(CaCO3), insolúvel, precipitará.
No teto da caverna, sua acumulação formará uma estalactite. O
gotejamento no chão da caverna provoca uma outra acumulação
gradual, a estalagmite.
A velocidade do crescimento pode variar muito de uma caverna para
outra, dependendo, por exemplo, dentre outros fatores, da concen-
tração de carbonato na água. Uma estalactite e uma estalagmite
podem se desenvolver a velocidades de, em média, 13 a 20 centí-
metros por milênio.
265
Rubens Antonio

O Poço Encantado, localizado no Município de Itaetê, é uma expressão do nível impressionante de beleza
a que pode uma caverna chegar. Tendo diâmetro médio na superfície das águas de cerca de 110 metros,
a profundidade destas é de cerca de 42 metros na área do facho de luz, chegando até 65 metros nas áre-
as mais profundas. Estes valores variam cerca de 1,2 metro ao longo do ano, em função do aumento de
chuvas, entretanto, a movimentação e troca das águas é lentíssima.
Foi descoberto por um fazendeiro de nome Gustavo, em 1940, que instalou uma escada para acessar as
águas. Relegado, foi redescoberto como atração turística, em 1980, pelo guia Miguel de Jesus Mota, que
assumiu a administração do Poço.
266
História Geológica da Bahia

Cavernas costumam dispor de um acervo expressivo de fós-


seis. Podem ter ido parar ali levados por predadores, que ali
se protegiam para devorá-los. Alguns animais simplesmente
nas cavernas morreram, quando em busca de proteção,
alimentação ou salitre, um mineral que complementa a
alimentação. Alguns ali caíram através de fendas. Outros,
tendo morrido na superfície foram para ali conduzidos por
águas de chuvas mais intensas.
Acima, fóssil de um Nothrotherium, uma preguiça terrícola.
- Toca da Boa Vista - Município de Campo Formoso - ima-
gem gentilmente cedida por André Vieira - Grupo Cactus.
Ao lado, fóssil de uma folha em tufa, um sedimento calcá-
rio relativamente recente e frágil.- Município de Morro do
Chapéu. - amostra gentilmente disponibilizada por Antônio
José Dourado Rocha - Serviço Geológico do Brasil - CPRM.
267
Rubens Antonio

268
História Geológica da Bahia

11.000 anos atrás às vésperas da Atualidade


(Época Holocênica do Período Quaternário da Era Cenozoica)

H á cerca de 7500 anos, nosso último mastodonte caminhou sem companhia,


procurando uma manada que não mais existia.

A chegada de glaciações tende a ser lenta, mas seu fim pode ser consideravelmente abrup-
to. Assim, tende a provocar problemas para a Vida que sua implantação. A Glaciação
Würm, cujos gelos avançaram dramaticamente no Hemisfério Norte, se refletira, em
nossos terrenos, numa paisagem de cerrado, com apogeu entre 20.000 e 17.000 anos
atrás. A partir daí, a temperatura iniciou uma espiral de aquecimento, especialmente
entre 14.700 e 14.000 anos atrás, quando a média mundial chegou a aquecer 10ºC em
apenas 50 anos. Há 13.700 anos, esta glaciação recuperou sua força, avançando por
cerca de 300 anos. Entre 13.400 e 12.700 anos atrás, nova deglaciação ocorreu, mas
logo ocorreu uma queda de 8 a 17ºC na região equatorial, e, finalmente, os gelos rea-
vançarem com força. Se a altura atual, em algumas cordilheiras para que apareça gelo
é de entre 1900 ou 2000 m, naquele momento bastariam 500 ou 600 m. Os glaciares
absorviam as águas e o nível médio dos mares chegou a estar, em um momento entre
18.000 e 15.000 anos atrás, 130 metros abaixo do atual. Há 11.000 anos, o nível médio
dos mares estava 55 a 66 metros abaixo do atual. Afinal, entre 10.500 e 10.000 anos
atrás, houve um aquecimento médio de 10ºC, enquanto a chuva dobrava de volume.

Mergulhou-se num aumento de temperatura, até que, há 9.000 anos, o nível médio
dos mares chegou a um valor próximo ao atual. Há 7.000 anos, com condições termais
similares às nossas, o nível médio dos mares esteve 5 metros acima do atual. Um novo
resfriamento, a partir de 4.500 anos atrás, estabeleceu-se, mas submetido a aqueci-
mentos periódicos. Há 3.800 anos, o nível dos mares era precisamente o atual, tendo
subido até 3 metros acima, há 3.500 anos. Há 2.700 anos reequiparava-se ao atual,
mas, há 2.400 anos, um aquecimento fez com que retornasse para 2,5 metros acima.
Como consequência de toda esta grande oscilação, perturbadas necessidades alimenta-
res, ciclos migratórios, períodos de procriação, atingiu-se em cheio a Vida. E há cerca
269
Rubens Antonio

de 15.000, iniciou-se a extinção da Megafauna Mamífera, com crise maior entre 11.000
e 10.000 anos atrás. O Macrauchenia, um dos primeiros gêneros a serem atingidos,
rarefez-se gradativamente até cerca de 8.500 anos. O Doedicurus, o Pampatherium e
o Holmesina desapareceram entre 12 e 11 mil anos atrás, assim como o Arctotherium.
Nossas preguiças terrícolas experimentaram pulsos de extinção, desaparecendo as
gigantes e a maior parte dos outros gêneros há 11 a 10 mil anos, com os seus demais
gêneros sucumbindo há 8 a 7 mil anos atrás. O Protocyon extinguiu-se entre 11 e 10
mil anos atrás. O Stegomastodon decaiu a partir de 12 mil anos atrás com processo de
extinção encerrado entre 9 e 7 mil, no máximo 6 mil anos atrás. O Catonyx foi-se há 9
mil anos. O Toxodon, o Glyptodon, o Palaeolama e o Smilodon extinguiram-se entre
7 e 6 mil anos atrás. O Mylodon foi-se entre 5,5 e 5 mil anos atrás.

A Megafauna Mamífera mundial teve extintos 19% das suas espécies africanas, 74% das
norte-americanas, 79% das sul-americanas e 86% das australianas. A explicação de que
houve influência direta ou indireta do ser humano, através da caça é frágil, permane-
cendo firme a abordagem que coloca as drásticas mudanças climáticas como decisivas.
A região onde atualmente se encontra a Baía de Todos os Santos já a exibia há 120
mil anos. Entretanto, o mar iniciou um longo recuo, até 20 mil anos atrás eliminando
a baía até entre 13 e 12 mil anos atrás. A partir de 10.500 anos atrás, com o final da
Glaciação Würm, o nível das águas aumentou, avançando pelos antigos baixios lito-
râneos, ganhando terreno a uma velocidade entre 5 a 7,5 metros por ano. E, há cerca
de 7 mil anos, a situação da Baía de Todos os Santos era próxima à atual, acontecendo
ainda oscilações menores com três subidas e duas descidas até chegar ao nível de hoje.
Esta estabilização permitiu a implantação dos primeiros núcleos de corais que viriam
formar os recifes de Abrolhos, no sul da Bahia, desde há 7,7 mil anos atrás. Cresciam
ainda de maneira tímida, a média 1,5 milímetro por ano. Porém, o encontro de condições
favoráveis, seja de embasamento para fixação, águas a temperaturas e transparência
apropriadas, nutrientes suficientes, fez com que, há 4,4 mil anos, a taxa de crescimento
dos corais chegasse a 5,5 mm por ano. Finalmente, há 1,5 mil anos, houve uma acele-
rada expansão lateral dos corais.

Outra consequência do apogeu da glaciação, nossos terrenos passaram por uma maior
aridez, deixando um grande campo de dunas, atualmente visível dividido em duas
partes, no lado esquerdo do Rio São Francisco, à altura dos Municípios de Barra, Pilão
270
História Geológica da Bahia

Há 120 mil anos, a Baía de Todos


os Santos existia de maneira similar
ao desenho atual. Somente era um
tanto maior e as águas avançavam
algo além da sua posição atual.
Entretanto, a paisagem se modificou
tanto devido a uma elevação da cros-
ta quanto devido aos pulsos glaciais
recentes. A consequência foi o nível
do mar ter sido rebaixado.
Em função disto, há 20 mil anos, o
nível médio do mar se encontrava
120 metros abaixo do atual.
A linha de praia recuou até próximo
à região que liga a Ponta do Padrão,
em Salvador, à Ilha de Itaparica.
Com isto, o Rio Paraguaçu não to-
pava com a baía na região de Sali-
nas da Margarida. Seguia adiante,
recebendo o Subaé e outros rios
como tributários, desembocando no
mar em algum lugar pouco além da
Ponta do Padrão.
Ao lado, acima,a situação há 12 mil
anos. O padrão de drenagem, esca-
vando facilmente os terrenos sedi-
mentares, destaca o Rio Paraguaçu.
Ao lado, abaixo, a situação atual,
com a Cidade do Salvador na Pe-
nínsula Soteropolitana, separada
da Ilha de Itaparica pela Baía de
Todos os Santos. Com a aplicação
de transparência nas águas, vemos,
no fundo desta, as rias, ou seja, os
canais afogados dos antigos rios.
Imagens modificadas a partir da
originais do Google Earth - 2010, e
Guilherme Lessa.
271
Rubens Antonio

Arcado e Xique-Xique. São dunas fósseis, porque se é característica das dunas estarem
“vivas”, isto é, movimentarem-se, estas estão paralisadas há milênios.
Possuem altura média de 20 metros, podendo atingir até 60 metros. Registram-se
nelas três episódios. Um entre 28.000 e 15.000 anos atrás, quando a região ressecou,
produzindo suas maiores dunas. Outro entre 9.000 e 4.000 anos atrás, quando dunas
menores e em forma de “U” surgiram. Finalmente, entre 4.000 e 900 anos atrás, no-
vos tipos de dunas, estas alongadas e já não mais relacionadas às consequências da
glaciação geograficamente distante, mas a eventos como o “El Niño”, avançaram sobre
as dunas mais antigas.

Dois campos de dunas fossilizadas à margem esquerda do Rio São Francisco. Originalmente eram unidos,
avançando por área bem mais ampla. Dimensão vertical da imagem: cerca de 50 quilômetros. - Muni-
cípio de Xique-Xique - Fontes das imagens utilizadas nesta composição: Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária - Embrapa e Google Earth.

272
História Geológica da Bahia

Acima, os componentes normais de uma praia arenosa.

Gráfico modificado de Martin, Suguio,

Flexor, Dominguez e Bittencourt (1996)

Os componentes de uma praia arenosa migram conforme há deslocamento do nível do mar, o que o gráfico
acima, mostrando a sua oscilação recente, na Bahia, indica ser comum. Há 7.000 anos, o nível do mar
estava em ascensão. Estabilizou. Subiu de 6.000 até 5.100 anos atrás, quando seu nível médio estava
cerca de cinco metros acima do atual. Caiu até perto de 4.000 anos atrás, até abaixo do nível atual, logo
iniciando uma ascendência, para de novo cair, perto de 3.000 anos atrás. Ascendeu novamente, para, há
cerca de 2.500 anos, iniciar sua descida suave até o nível atual..
273
Rubens Antonio

O mosaico integrado de aerofotos


ao lado data de 1959, abrangen-
do uma largura de cerca de 35
quilômetros. Nele, figura a região
abrangida pelas Municípios de
Canavieiras e Belmonte.
No centro, o curso final do Rio
Jequitinhonha, tocando o mar
junto à cidade de Belmonte.
Mais acima, o termo final do Rio
Pardo, que chega ao mar junto à
cidade de Canavieiras.
Como grande destaque podemos
perceber, na região que mais
avança em direção ao mar várias
linhas. Estas estão arranjadas de
maneiras relativamente paralelas
ao litoral atual.
Cada uma destas linhas visíveis
é uma crista de duna de praia.
Na verdade, são cristas de paleo-
-dunas, evocando etapas de
praias que existiram no passado
geológico recente da região.
Resultante do recuo do nível do
mar após 5.000 anos atrás, fica
claro que aconteceu um processo
de retrocesso gradual das águas.
Ou seja, em vez de um recuo claro
e retilíneo, houve uma sequência
grande de estágios.
Estes estágios foram de tal di-
mensão temporal que conse-
guiram deixar registrados seus
momentos, sob a forma de belas
“praias fósseis”.
Fonte da imagem: Cruzeiro do
Sul - SACS.
274
História Geológica da Bahia

A aerofoto colorizada de 1959 mostra a região da cidade do Prado com uma sequência de faixas semipara-
lelizadas, em relação à praia. São depósitos de areia indicando antigas posições da praia. Percebemos, pelo
desenho que o mar, há cerca de 5.000 anos, adentrava cerca de 2,4 quilômetros por terrenos atualmente
continentais, formando uma baía de 4,7 quilômetros de abertura na entrada. Deu-se, então, o processo
de retrocesso gradual das águas, deixando “praias fósseis”. Fonte da imagem: Cruzeiro do Sul - SAGS.
A fotografia inferior recente mostra a ocupação urbana destruindo as antigas marcas que contavam,
em belo visual, algo da história geológica mais recente dos nossos terrenos. - Fonte da imagem: Google.
275
Rubens Antonio

276
História Geológica da Bahia

A final... A Atualidade

A Terra gira, em torno de si, a uma velocidade de


1.649 km/h, em torno do Sol, a 107.000km/h, seguindo
em direção à estrela Vega a 72.000 km/h, enquanto efetua
um giro na nossa Galáxia a 720.000 km/h.

A partir do ano 500 até cerca de 900, a Terra experimen-


tou um leve resfriamento, estabilizando-se as temperatu-
ras até cerca do ano 1300, num “ótimo climático”. Uma
queda de apenas 1oC nas temperaturas médias mundiais,
entre 1400 e 1850, com trouxe uma Pequena Era do Gelo,
com reavanços de geleiras e invernos rigorosos.

Enquanto persistirem capas polares de gelo, a grande


glaciação mais recente sequer acabou, apenas reduzindo-
-se até cerca de 10% da área do planeta. Ou seja, ainda
estamos em um período glacial, no qual qualquer recuo
de geleiras pode ser apenas localizado ou estar associado
aos rituais naturais da glaciação, uma pulsação dos gelos.

A África está sendo rasgada de alto a baixo, tendendo a originar dois continentes. A
Península Arábica destacou-se da África e avança em direção à Ásia, ampliando o Mar
Vermelho e encolhendo o Golfo Pérsico. Brasil e África se afastam de um a três centímetros
por ano. A Índia está ainda se chocando com a Ásia, elevando e deslocando a Cordilheira
do Himalaia. O assoalho do Oceano Pacífico se abre a até quinze centímetros por ano,
mergulha por sob a América, amarrotando sua borda oeste, mantendo em formação a
Cordilheira dos Andes. Tudo isto em grande escala, em curto tempo. E, nalgum momento
de um futuro incerto distante milhões de anos, continentes chocar-se-ão, estabelecendo
uma nova pangeia, a Amásia, fruto da fusão da nossa América com a Afro-Eurásia.

277
Rubens Antonio

Terremotos ocorridos na Bahia entre 1720 e 2011 - Fontes: Sampaio (1918) (1920), Assumpção (sd), Lima
(2000), Corrêa (2010) e Observatório Sismológico da Universidade de Brasília.
278
História Geológica da Bahia

Rede com os 5.473 grandes fraturamentos e falhas que atravessam a Cidade do Salvador. Falhas são
fraturamentos em que seus lados deslocaram. Nesta imagem, em vermelho, a grande Falha de Salvador.
Mostrando como os comportamentos de falhas podem ser complexos, em laranja a provável situação de
outra referência, a Falha do Iguatemi, que se encurva e ramifica. Percorrer a chapada do Rio Vermelho
e a grande cava por onde se desenvolve a Avenida Paralela, até a altura do Centro Administrativo, é se-
guir sobre esta antiga falha. São heranças de compressões e movimentações do nosso passado geológico,
geralmente assumem a feição dos vales que vemos e percorremos no nosso dia-a-dia.

Intervimos no nosso em-torno. erigimos em encostas, transformamos antigos rios em


esgotos depois os sepultamos. Antigos vales e altos foram eliminados, para assentarmos
nossas avenidas. Desfiguramos a interface natural.

Desde 1720, na Bahia aconteceram 98 terremotos. Entre 1918 e 1919 ocorreram 15


terremotos em torno da Baía de Todos os Santos, destacando-se o de 7 de novembro
de 1918, com epicentro em Pojuca, sentido em Salvador, Feira de Santana, Amargosa,
Nazaré, Valença, Alagoinhas. Acontecendo em três pulsos distintos, sua descrição, por
Theodoro Sampaio, coloca-o em 4,5 da Escala Mercale e 5 da Richter: “O primeiro e o
segundo foram fortes e, por essa ocasião, causando grande susto em todo o pessoal, que
não adormeceu até o amanhecer. Pelo segundo abalo, houve ataques em pessoas mais
nervosas, choro em outras e até aborto se deu. Diversas casas abalaram-se e se lhes
fenderam as paredes, correram telhas, pararam os relógios, quebraram-se espelhos e
quadros pendentes das paredes das salas, jarros e frascos caíram dos seus lugares. Na
igreja fendeu-se uma parede e se quebrou até um conduto feito de cimento.”
279
Rubens Antonio

Incúria humana, em relação ao Meio Ambiente. Imagem em mosaico, a partir de fotos aéreas, da Península
Soteropolitana em 1959 (SACS), colorizada em computador, e 2003 (Conder). Observe-se a intensidade do
avanço da ocupação humana, a modificação destrutiva das antigas drenagens e a redução dramática da
cobertura vegetal. Após o último momento retratado, a agressão a esta mata remanescente intensificou-se.
280
História Geológica da Bahia

Incúria humana, em relação ao Meio Ambiente. Invasão de Alagados, em Salvador, vista em imagens de
1959 (Fonte: SACS - colorida artificialmente) e 2003 (Fonte: Conder).

Em 1904, um terremoto afetou a cidade de Senhor do Bonfim. Em 1905, foi a vez de


Xique-Xique. Outro atingiu a região de Correntina, Jaborandi e Coribe, em 31 de ja-
neiro de 2009. Marcando 2,6 graus Richter, teve hipocentro, isto é, ponto de origem,
a 11 km de profundidade. Em 2010, seis terremotos tiveram epicentro, isto é, projeção
na superfície, em Mutuípe, sendo que o de 01 de junho atingiu 3,2 graus Richter e foi
sentido até em Apuarema. Em 14 de junho de 2010, ocorreu um terremoto mais intenso
com epicentro no Município de Umburanas, atingindo 4,4 graus Richter, apesar do seu
hipocentro estar a 30 km de profundidade, sendo sentido até em Serrolândia.
Alguns questionam temerosos sobre a probabilidade de desabamentos associados a
terremotos virem a acontecer no Município de Salvador, especialmente na área do Cor-
redor da Vitória. Isto não é uma impossibilidade, pois não há estudos sobre o montante
de peso que as todas edificações somadas impõem sobre esta região com muitas falhas
antigas inativas mas que, “cutucadas” podem vir a experimentar um “efeito Lázaro”.
Ao contrário da imaginação popular de que este tipo de evento seria mais provável aconte-
cer na nossa orla marinha, um maremoto ou, palavra que está mais na moda, “tsunami”,
em 1666, elevou excepcionalmente, por quatro dias o nível das águas, na Baía de Todos
os Santos. Isto porque as antigas falhas que produziram a Bacia do Recôncavo ainda se
mostram dadas a reacomodações, como aquelas da década de 1910.
281
Rubens Antonio

A curva descendente do número de dias do ano, em relação à idade da Terra, em bilhões de anos, deve-
-se à redução da velocidade de rotação da Terra, ao longo do Tempo Geológico, determinante quando
pensamos a História do nosso planeta em seu longo termo temporal.
Ciclos de marés davam-se em velocidades muito maior que a atual. Além disto, a posição da Lua, que
ainda está progressivamente se afastando do nosso planeta, era bem mais próxima, forçando uma maior
intensidade de atração.
Lembremos que as marés não só movimentam águas de mares e oceanos. Também tensionam as próprias
rochas. Modificam-se em ritmos de erosão marinha, eólica. A influência, em termos de Vida, é dramática,
com interferências em relógios biológicos de curto prazo. Ciclos de atividade fotossintética, por exemplo,
eram muito diferentes dos atuais. Rotinas de crescimento de estromatólitos, corais, seres com conchas,
dentre outros, todos são muito afetados pela dimensão da relação dia - noite.
A insolação diurna provoca dilatação das superfícies das rochas. O resfriamento noturno as recontrai.
Isto, no dia-a-dia, em constante expande - contrai, configura um “efeito sanfona” intensificando a intem-
perização da rocha. Para um momento em que esta sequência seja mais vivamente intensa, é provável
que, apesar de menor amplitude de variação de temperaturas, haja intemperização mais acentuada.
Para termos uma referência, as marés isoladamente atrasam, atualmente, a rotação da Terra em 2 se-
gundos a cada 100.000 anos. A ação da Lua retarda a rotação da Terra em 1 segundo a cada 132 anos.
E lembremos que, dada a esfericidade da Terra, latitudes diferentes significam velocidades diferentes.
Quem está em Juazeiro, por exemplo, para que efetue uma rotação completa por dia, movimenta-se a
457 metros por segundo. Em Salvador, esta velocidade é de 436 metros por segundo. Em Mucuri 436
metros por segundo.
282
História Geológica da Bahia

A evolução do dia no Tempo


geológico fez com que chegasse
à dimensão atual de 24 horas.
Tomando o dia integral, consi-
derando ser este formado pela
sua parte em que temos o Sol
acima do horizonte e aquela em
que ele não está visível, anota-
remos variações interessantes.
Estas se devem à translação
elíptica do nosso planeta em
torno do Sol e à sua rotação
com eixo inclinado 23º27’ em
relação ao seu plano em que
realiza esta translação.
Ao lado, um gráfico exibindo
claramente a oscilação dos
momentos de alvorada e ocaso,
portanto de Sol acima e abaixo
do horizonte, caracterizando
dia e noite. Isto tomando os
dados oferecidos pela Marinha
do Brasil, para Salvador, Bahia,
no ano 2012,
O Sol permanece elevado menos
tempo, do nascer ao pôr por três
dias, equivalente ao período en-
tre 28 e 30 de junho, durando,
neste intervalo, 11 horas e 23
minutos, sendo portanto aque-
les de maior duração da noite.
O dia em que há mais tempo entre o nascer e o por-do-Sol é 13 de novembro, durando 12 horas e 42
minutos, sendo, portanto, o dia com a noite mais curta.
Os dias entre 16 e 31 de janeiro são aqueles em que o Sol se põe mais tarde, às 18:08. Já aqueles em que
ele se põe mais cedo se situam entre 23 de maio e 7 de junho, quando o faz às 17:14, .
Os dias em que o Sol nasce mais cedo, às 4:57, estão entre 13 e 26 de novembro. Já aqueles dias em que
o Sol nasce mais tarde, às 05:57, ocorrem de 30 de junho a 20 de julho.

283
Rubens Antonio

Há uma noção difusa entre os leigos de que as posições de por e de nascer do Sol variam no horizonte,
ao longo do ano. Alguns sentem a diferença. Entretanto, é difícil para os que não anotam com mais ob-
jetividade materializar esta modificação, de ponta a ponta, em sua verdadeira dimensão. .
Isto, assim como as estações, é uma consequência de o nosso planeta Terra possuir uma inclinação do seu
eixo de rotação de 23º27’ em relação ao seu plano de órbita em torno da nossa estrela Sol.
Fica mais fácil a observação das diferenças se tomarmos alguns pontos fixos como referência. Por exem-
plo, na imagem acima, o Sol aparece se pondo em dois momentos na Baía de Todos os Santos, atrás da
Ilha de Itaparica, com vista a partir da lateral do antigo Forte de Santo Antônio da Barra, em Salvador.
Os Solstícios representam pelos dois pontos extremos de deriva do Sol no horizonte. É isto que vemos
nesta imagem compósita. Chega o Sol, no máximo, até eles, iniciando então a trajetória de retorno. Per-
manece neste quicar anual, de um extremo a outro.
O por-do-Sol visto à esquerda foi fotografado no dia 21 de dezembro, marcando o Solstício de Verão,
que ocorre neste dia ou 22 de dezembro, quando nasce às 05:06 e se põe às 17:59. A partir deste ponto,
o por-do-Sol retornará, rumo Norte, o que significa para a direita nesta imagem.
Já o por-do-Sol da direita foi fotografado no dia 21 de junho, marcando o Solstício de Inverno, que ocorre
neste dia ou 22 de junho, quando se nasce às 05:55 e se põe às 17:17. É o ponto máximo da caminhada
do por-do-Sol rumo Norte, no horizonte. A partir daí, retornará rumo Sul, o que, na imagem, significa
rumar para a esquerda.
Visão similar aparecerá se contemplarmos o nascer-do-Sol, que aparecerá bem separado para os solstí-
cios de verão e de inverno.
No centro do caminho estão os Equinócios, momento em que, em sua órbita aparente, visto da Terra, a
estrela Sol cruza o Equador. O por-do-Sol estará a meio caminho entre os Solstícios.
Ocorrem estes Equinócios a 20 ou 21 de março, quando nasce às 05:38 e se põe às 17:44, marcando
o início do Outono, e 21 ou 22 de setembro. quando nasce às 05:24 e se põe às 17:30, anotando-se aí o
começo da Primavera.

284
História Geológica da Bahia

O nosso planeta possui rotação, que é o giro em torno de si mesmo que nos oferece dias e noites. Realiza-o
com seu eixo inclinado 23º27’ em relação ao plano de translação, isto é, o do seu caminho em torno do Sol.
Esta combinação nos oferece as estações. Além disto, estes mesmos eventos fazem com que a posição rela-
tiva do Sol no céu varie muito, ao longo do ano. Para marcarmos isto, podemos realizar um experimento.
Nele, se obtendo uma imagem do Sol repetida dia a dia, a partir do mesmo ponto, na mesma hora, com
o mesmo sentido, a união da sua posição em todas as fotos formará uma figura denominada Analemma.
Na imagem acima, escolhemos as 17 horas, em Salvador, contemplando o Farol da Barra a partir do
Morro do Cristo, sendo repetidas fotografias em dias intervalados em uma semana. Agregando as imagens
temos este analemma das 17 horas. Nele, o ponto mais à esquerda a que o Sol chega ocorre em 21 ou 22
de dezembro, no Solstício de Verão. A partir deste ponto percorrerá a curva superior esquerda da figura,
permanecendo em sua região mais elevada entre 16 e 31 de janeiro, quando se porá às 18:08, o horário
mais tardio. Passará pelo nó da figura, no outono, a 15 de abril. Passará pelo seu ponto mais baixo entre
23 de maio e 7 de junho, quando se porá mais no horário mais cedo, às 17:14. Chega, afinal, ao ponto
extremo direito na figura, tomado a 21 ou 22 de junho, isto é, no Solstício de Inverno. Após este, percor-
rerá a parte superior direita da figura, retornando. Chegará de volta ao nó que marca o cruzamento da
sua jornada a 1 de setembro.
E, se tomarmos fotografias em outros horários ele se repetirá proporcionalmente no céu, com outros ana-
lemmas similares. Mesmo para o meio-dia, uma câmara fixada, com fotos em dias diferentes do ano, se
agregadas, formar-se-á figura similar, no alto céu, apenas com dimensão algo menor.
Se tentarmos cortar a figura em duas bandas, no seu maior comprimento, ela terá uma pequena assi-
metria. Esta se deve ao fato da nossa órbita, como a dos demais astros, ser elíptica. Além disto, devemos
saber que há também modificações no analemma em função da latitude em que nos encontramos. Para
o hemisfério norte, por exemplo, a banda mais curta da figura estaria à esquerda.
Para termos uma figura de um analemma, não precisamos contemplar e fotografar o céu. Se colocamos
uma vareta no chão e, durante o ano, sempre no mesmo horário, marcarmos a posição da ponta da sua
sombra, desenharemos também esta interessante evocação do infinito no que é tão passageiro.

285
Rubens Antonio

Fotometeoros são fenômenos óticos que ocorrem na atmosfera, podendo ser relacionadas a eventos como
refração ou difração da luz, eventos elétricos, magnéticos etc... Um dos mais conhecidos é o arco-íris,
que é fruto de refração da luz solar. Já as nuvens iridescentes são devidas a uma difração, que é um fe-
nômeno que ocorre quando a luz solar atinge gotículas muito pequeninas d’água. Estas se comportam
como uma trama fina de pequenos obstáculos com a mesma ordem de grandeza que o seu comprimento
de onda de luz. Quanto mais homogêneas as gotículas, mais intensas as cores. - Acima, uma nuvem
iridescente observada às 13 horas e 15 minutos, de 28 de dezembro de 2009 - Município de Tanquinho.

Parhelia, vistos na foto superior da página ao lado, são fotometeoros sob a forma de duas pequenas áreas
luminosas brancas ou iridescentes que ocorrem lateralmente ao Sol. Surgem quando a luz solar topa com
cristais de gelo nas camadas superiores da atmosfera, que a refratam. Traçando-se uma reta que o une
ao Sol ao observador, podem ser vistos em ângulos de 22o para cada lado, estando o Sol no centro. Estes
pahelia foram registrados às 17 horas e 18 minutos, em 26 de novembro de 2009 - Município de Salvador.

Há muitos outros tipos de fotometeoro. Um é o Arco Tangencial Superior, como o visto na fotografia
inferior da página ao lado. Resulta da refração da luz solar em conformidade a dados ângulos especiais.
Este foi registrado ás 17 horas e 13 minutos de 08 de março de 2010 - Município de Itabuna.
286
História Geológica da Bahia

287
Rubens Antonio

Acima, um tanquinho usado por gado, no Município de Filadélfia, com


presença de água salobra. As águas do lençol freático no nordeste baiano
são frequentemente salobras ou salgadas, sendo que cerca de 9% têm
salinidade alta. Deve-se isto a um processo que se desenvolve na atu-
alidade. As chuvas, geralmente um pouco ácidas, atingindo as rochas,
intemperizam seus minerais. Entre os produtos deste processo são comuns
sais. Some-se a isto as chuvas rarefeitas e intensas, a baixa infiltração,
a lenta circulação de águas subterrâneas, e estes sais não são facilmente
deslocados. Daí, seguem acumulando-se.
O gráfico ao lado mostra a classificação da salinidade das águas. Para nos-
so semi-árido, comumente, se situam entre 1 e 4 gramas por litro, campo
das águas leve a moderadamente salobras. Nas nossas áreas em que o sal
é mais enriquecido, apresentam salinidade com valores médios entre 5 e
6 gramas, domínio de águas moderadamente salobras, e picos entre 12
e 30 gramas por litro, portanto dentro do intervalo de alta salinidade.
No Município de Uauá, com águas do lençol freático tendo média de 4
gramas de sal por litro, chega-se a atingir entre 30 e 35 gramas por litro,
beirando a hipersalinidade.
O sal dos oceanos, com média de 35,5 gramas por litro na superfície, é,
aquele que, assim formado, além do emanado em alguns eventos vulcâni-
cos, conseguiu para lá se deslocar, acumulando-se, no Tempo Geológico.
288
História Geológica da Bahia

Praia da Torrefação ou do Forte, no bairro do Rio Vermelho, aprazível até a década de 1960, vista na
foto superior, de autoria desconhecida. Aconteceu sua transformação em costão rochoso, já na década
de 1970, visto na foto inferior. Primeiramente, desviou-se do Rio Camurujipe, furtou à praia seus sedi-
mentos. Depois, implantou-se o emissário submarino, que, de alguma maneira, desviou outra parcela de
sedimentos. Cercearam-se assim as principais fontes da areia desta antiga praia. - Município de Salvador.

289
Rubens Antonio

A altura das marés é devida especialmente a dois responsáveis, sendo 47% relacionados à influência so-
lar e 53% à influência lunar. Estes são valores médios. pois mostram variação, especialmente devido à
distância da Terra de ambos não ser algo constante, variando desde apogeus, isto é, valores máximos de
distância máxima, a perigeus, isto é, valores de distância mínimos. A Lua, por exemplo, no apogeu da
sua distância à Terra, está a 406.720 km, enquanto no perigeu está a 356.375 km. Apogeus ou perigeus
sucessivos ocorrem a cada 27 dias e meio,
290
História Geológica da Bahia

Marés de Sizígia são as que ocorrem


quando há um alinhamento do Sol
e da Lua, seja em conjunção, na Lua
Nova, ou em oposição, na Lua Cheia.
Caracterizam-se pelas grandes ampli-
tudes, ou seja, diferenças expressivas
entre as alturas nas suas ocasiões de
cheia e baixa. São as “marés vivas”.
Marés de quadratura são as que ocor-
rem em épocas de luas crescente ou
minguante, exibindo menor diferença
entre os valores de alta e baixa.

No gráfico da parte superior da página, acompanhando a variação da altura da maré por dois meses ,
em Salvado, podemos perceber claramente esta variação. Já o outro gráfico detalha a variação por dois
períodos diferentes de dois dias, sendo o superior em maré de sizígia e o inferior em maré de quadratura.
Percebemos que são duas marés altas e baixas por dia. Os seus pontos mínimo e máximo vão se atrasando,
de um dia para o outro, devido ao chamado retardo lunar. Daí, são 24 horas, 50 minutos e 28 segundos
para o nível da água retornar ao mesmo ponto.
Observa-se ainda que, devido à inclinação do eixo de rotação da Terra, para o mesmo dia, as duas pre-
amares, isto é, marés altas têm alturas diferentes, assim como as duas baixamares, isto é, marés baixas.
Outra característica interessante é a velocidade com que as marés sobem, A enchente de sizígia sobe a
uma velocidade média de 40.9 cm/s, enquanto a sua vazante se dá a 25.5 cm/s. A enchente de quadratura
se dá a 28.5 cm/s, enquanto sua vazante se dá a 17.6 cm/s.
Em algumas marés de sizígia atinge-se a maior diferença entre a alta e a baixa, chegando a 3 metros.
Em algumas marés de quadratura chega-se à menor amplitude, podendo variar somente 60 centímetros.
291
Rubens Antonio

Disposição superficial, sob a forma de “areia preta”, de ilmenita, um mineral cuja fórmula química é óxido
de Ferro e Titânio. Origina-se do intemperismo e erosão das rochas locais. - Praia da Barra - Salvador.

Em 1911, a Baía de Todos os Santos pareceu efervescer e peixes começaram a saltar das
águas. Deveu-se o fenômeno a uma verdadeira erupção gasosa de metano ou gás carbônico.

A areia preta, visível especialmente na praia da Barra, em Salvador, é a devida à presença


de ilmenita, um óxido de Ferro e Titânio, originado do intemperismo das rochas antigas
locais. Ocorrendo em quantidades variadas por todo o litoral baiano, com sua alternância
com níveis claros de quartzo oferece-nos a bela visão de belas estruturas sedimentares.

Em lentíssimo escoar, o Rio Sergi, afluente do Rio Subaé, escava seu canyon.

No litoral da Ilha de Itaparica, estromatólitos crescem entre 0,3 e 0,4 mm por ano, ou
seja, cerca de 250 vezes mais lentamente que aqueles formados há aproximadamente
um milhão de anos e que agora repousam nos altos da Chapada Diamantina.
292
História Geológica da Bahia

Estratificação atual. Níveis alternados de areia quartzosa e de um mineral mais escuro, a ilmenita, na
Praia da Barra - Salvador.

Na Plataforma Continental, com profundidade nas bordas atingindo 130 a 180 metros, a
deposição de sedimentos varia entre 30 e 40 cm por cada 1000 anos. A cerca de 200km
de distância a sedimentação é dominada por mais de 60% de sedimentos finos. Até dois
quilômetros de profundidade os grãos ainda predominam sob a forma de lama. A partir
daí, a sedimentação predominante é química, a velocidade de 0,01 a 0,05mm por ano.

Modificamos, com nossas intervenções, relações físico-químicas marinhas e oceânicas.


Podada sua potência por barragens, o Rio São Francisco já quase não mais lança sedi-
mentos ao mar, como deltas de outros nossos rios, que já não recebem tanto sedimento,
tendendo a desaparecer. Assim agindo, provocamos a diminuição de nutrientes ao mar,
alterando as condições da Vida ali existente.

293
Rubens Antonio

A ação de geleiras atira anualmente às águas 2,0 bilhões


de toneladas de sedimentos. Através dos ventos, chegam
a estas mesmas águas de 600 milhões de toneladas e a
erosão costeira contribui com 250 milhões de toneladas
de sedimentos. Rios lançam anualmente 18 bilhões de
toneladas de sedimentos nos mares e oceanos. Entretanto,
de todo este material, somente 7% chegam às bacias oce-
ânicas profundas, em sua maior parte como sedimentação
química, com suas condicionantes. Sedimentos carboná-
ticos, por exemplo, só se depositam até cerca de 4 quilô-
metros de profundidade, pois, abaixo disto, o carbonato
permanece solubilizado. Assim, quando as elevações do
fundo do oceano ultrapassam este nível, a precipitação
do carbonato gera o aspecto de “picos nevados”.

Podemos acentuar o processo erosivo. A perda de solo


anual em uma área de mata virgem é de cerca de 4kg
por hectare. Transformada em pastagem, até triplica esta
taxa, enquanto uma plantação de café ou soja decuplica-a.

O desvio do Rio Camurujipe, na década de 1950, privou


a sua antiga foz, junto com o Rio Lucaia, em Salvador, da
principal fonte de sedimentos. A instalação do emissário
submarino desviou, de alguma maneira, o fluxo dos se-
dimentos que caminhavam pelo litoral, retirando a fonte
fundamental. Como resultado, a Praia da Torrefação ou
do Forte do Rio Vermelho foi dizimada, enquanto, um
pouco adiante, a Praia da Paciência, lucrou, “engordando”.

Em 1935, diante da ameaça de invasão à então belíssi-


ma Enseada dos Tainheiros, Mário Leal Ferreira, em um
Acima, corte com cerca de 1,5 m
relatório à Prefeitura da Cidade do Salvador, assentou:
de altura em duna de praia, com
“Reajamos e tentemos salvar ainda estas jóias da na- várias estruturas sedimentares
tureza baiana, para que os vindouros não desprezem a atuais, formadas gradativamen-
lembrança dos seus antepassados...” te. Praia da Barra - Salvador.
294
História Geológica da Bahia

Conglomerado, uma rocha sedimentar, aqui recém-formada, já sendo erodida - Praia da Barra - Salvador.

Somos os antigos “vindouros” fazendo, em incontáveis níveis, muito pior que nossos
antepassados. Transformamos as belezas naturais em paisagens de consumo, precipi-
tando edificações em cascata para determos o privilégio de nem tê-las como molduras
do viver. Envolvidos em nosso “viva o agora” e , nesta fugacidade, imprimimos uma
marca que pode ser distorcida e danosa... ou banhada no humanismo, no senso de fu-
turo, na integridade, transformar-se em um atento e previdente motivador...
295
Rubens Antonio

296
História Geológica da Bahia

Um Mapa Geológico é retrato sumariado do conhe-


cimento momentâneo da distribuição das rochas e
formações de uma dada localidade.
É o produto do esforço de gerações de cientistas,
buscando dados geológicos, transformando-os em in-
formações, situando-os, agregando-os e, finalmente,
locando-os em uma carta dos nossos terrenos. Isto
se realiza sobre uma base cartográfica, ou seja, que
contém cidades, estradas e rios principais. Lançam-se
cores, siglas e símbolos que representam a distribuição
de tipos, formações e estratos rochosos, além de outras
referências de como estes se comportam. O significado
de cores, símbolos e siglas é revelado por uma legenda.
Facilita-se, assim, em muito a contemplação da situa-
ção e do relacionamento das unidades geológicas. Este
é um passo decisivo para que se entendam suas mais
complexas interrelações.
Longe de ser estático, em um mapa geológico há
constantemente lançamento de informações mais
enriquecidas, a passo do avanço do conhecimento.
Assim, é comum a incorporação de novos elementos,
contribuindo para uma melhor compreensão .
Tudo isto é parte da exploração. Abre espaço tanto
para o entendimento da sua História Geológica quanto
para a percepção de novos sítios promissores à explo-
tação, isto é, aproveitamento econômico, de minérios.
O primeiro Mapa Geológico específico do Estado da
Bahia foi editorado pela Coordenação da Produção
Mineral - CPM, pertencente à antiga Secretaria de
Minas e Energia, no ano de 1978.
O segundo foi editorado pela Superintendência de Ge-
ologia e Recursos Minerais - SGM, da Secretaria da
Indústria, Comércio e Mineração, em 1994.
Ao lado, o Mapa Geológico do Estado da Bahia, pro-
duzido pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral
- CBPM e pelo Serviço Geológico do Brasil - CPRM,
em 2003.
297
Rubens Antonio

“De agora em diante, o crime mais atroz é ultrajar o planeta e ter em maior
conta as entranhas do insondável do que o sentido da Terra.”
Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 – 1900)
298
História Geológica da Bahia

E pifanias e Inesquecibilidades

“Tempo é criança brincando, jogando...

H
de criança o reinado.”
Heracleitos

omero descreveu gerações “como pó ao vento”...


Horácio comparou-nos a “pó e sombras”... Antonio Vieira
relacionou-nos a “ folhas ao vento”... Evocaram a fragilidade
temporal das nossas trajetórias enquanto seres vivos.
Quando nosso sentir percorre o em-torno da História Geoló-
gica, emerge um quadro em que se impõe inapartável relação
entre esta inevitável e frágil Vida e o inescrutável Todo... Isto
bem além de mera e tremenda, seqüência de águas, planos,
montanhas e abismos que se alternam... Revela-se algo que
flui em escala infinita, no qual cada cisco que uma brisa
atira de encontro a uma montanha representa, na verdade,
um pugilato de gigantes, do qual somos reféns catenares.
Percorrermos a História Geológica é estarmos a continuação
e a ampliação de diversos processos de infância, interme-
diando, em nossos corações e mentes, a “Viagem ao Centro
da Terra”, de Jules Verne, e o “Cosmos”, de Carl Sagan. É
abraçar a própria Vida com plenos e simultâneos razão, sen-
tir, inspiração e intuição... É perceber dádivas e processos
permeando todos os fenômenos naturais e humanos como
vívidas sementes na brisa. É vivermos nossa humanidade
sorvendo e contribuindo em um entremeio de viés de enten-
dimento neste e deste fantástico Pluriverso...
Não há quaisquer referências científicas, religiosas, populares
ou filosóficas que substituam a pluri-riqueza da existência.
Vivenciando o mergulho neste Todo, sintamos o permear do
299
Rubens Antonio

curso destes terrenos, aspiran-


do algo significativo, ao reco-
nhecermo-nos nele partícipes.
A Geologia instiga, convidando
a, mergulhando neste momen-
to, termos uma perspectiva de
uma longevíssima História.
Aos que têm olhos e coração,
propõe uma espécie de pacto
pedagógico, em que ambien-
te natural, história de longo
termo temporal e seres vivos
somos interfaces em perpétuo
diálogo... Mestres e aprendizes,
a cada dia que, ebulindo em
fugacidade, há de permanecer
para sempre.
Friedrich Nietzsche obser-
vou... “Do mesmo modo que a
criança ou o artista brincam,
brinca o fogo eternamente vivo,
construindo e destruindo, sem
culpa... E este jogo o Éon joga
consigo mesmo...”

Nada que está ao nosso redor é estático. Tudo o que percebemos é, lembra Benjamim
Bley de Brito Neves, mero flagrante, um momento fugidio, entretanto, guarda a pro-
fundeza do Eterno em sua mais definitiva pureza... Este senso nasceu de uma maneira
nada fácil, porém irresistível, revelando uma História Geológica enquanto entremeio
deste processo que podemos acompanhar passo-a-passo, a partir dos nossos terrenos...
É Vida e nos ensina a viver... Somos em incêndio de lentas mudanças... Nós e o nosso
planeta... O imponderável e inarredável Ser traduz-se num profundamente tênue e su-
blime Estar... O leve e esquivo Estar pareia um abismal, insondável e esfíngico Ser...
300
História Geológica da Bahia

O educador referencial Anísio


Teixeira lembrou:
“O Saber Científico se ela-
borou por saltos e não sem
luta e esforço, vencendo re-
sistências obstinadas. Houve
perseguição e martírio... A
in-humanidade da Ciência é
algo artificial... A divisão en-
tre meios e fins é uma conse-
qüência dos falsos dualismos
entre Ciência e Filosofia...
Ciência e Religião.
Não há meio que não seja um
fim, nem fim que prescinda de
meios. A aplicação universal
do método científico e o aban-
dono do fatal dualismo entre
meios e fins nos encaminharão
para a senda de um progres-
so integrado, harmônico...
Humanístico, Humanizante e
Humano.”

John Constable afirmou que “nada vemos verdadeiramente até entendermos”... Jorge
Luís Borges indicou que “não se pode contemplar sem Paixão.”... Assim, somente sendo
inapartáveis apaixonar e raciocinar perceberemos a Terra real, que também somos nós,
comungando o seu fundamento coinfinitamente fluente, firme, indissolúvel, etéreo...
Resgataremos a efetiva realidade dos fenômenos sentindo o que Sêneca, filósofo latino,
quis dizer: “Não devemos concentrar nossas preocupações em vivermos muito, porém
em vivermos o suficiente... Para vivermos muito tempo, necessitamos da ajuda do des-
tino... Para vivermos o suficiente, apenas da correta disposição de espírito... A vida é
301
Rubens Antonio

longa quando plena... Ninguém


Te fará reviver os anos... Nin-
guém Te devolverá a Ti mesmo.
Teu tempo de vida decorrerá
conforme começou, sem retraçar
o seu curso, sem se deter... não
fará alarde e não Te lembrará
que passa depressa... Fluirá
simplesmente... e em silêncio...”

No grande sistema do Tempo


Profundo, as Histórias Geológi-
ca, da Vida, Humana, Natural
enfim, são consonâncias de um
Todo Pluriversal, em que toda
amplidão será sempre átimo e
grão, submetidos pelas imensi-
dades do Infinito e do Eterno...

Urge vivermos, conhecermos e


integramo-nos na busca, luta
pelo saber, missão nossa, en-
quanto gênero humano...

Esta busca passa, como lembrou Archibald Geikie, por uma percepção que demorou
muito a chegar, de que “qualquer verdadeira Teoria da Terra deve sustentar-se sobre
provas fornecidas pela própria Terra...” Assim para a Terra... assim para a Vida...
Alfred Wegener observou: “Os cientistas parecemos ainda não havermos entendido
suficientemente que todas as Ciências da Terra devem contribuir juntas para o des-
velamento do estado do nosso planeta nos seus tempos passados... e que a verdade
sobre isto pode apenas ser atingida pela agregação de todas as evidências... E a ver-
dade significa encontrar aquele quadro em que expomos todos os fatos conhecidos
no seu melhor arranjo, chegando ao mais avançado grau de probabilidade... Além
disto, devemos estar preparados para a possibilidade de que cada descoberta assim
302
História Geológica da Bahia

realizada, não importando o que os cientistas pensem agora disto, podem modificar
as conclusões que agora desenhamos...”
Saudemos as respostas que signifiquem o parir e reparir de novas perplexidades e
questões. Unamos o “Nada perdura... a não ser a instabilidade...” de Mary Shelley,
ao “Tudo ecoa pela Eternidade...”, em uma visão do fluir lentíssimo porém inexorável
e demasiado profundo. Na História Geológica, vivamos uma nova linha. Sintamos a
complexidade e a delicadeza do equilíbrio entre litosfera, atmosfera, hidrosfera e bios-
fera... Reconheçamos um “nada perdura... mas tudo ecoa pela Eternidade”... ainda que
não saibamos precisamente o que seja tudo... o que seja perdurar... o que seja ecoar...
o que seja Eternidade... Então, fechemos as mãos em concha e recolhamos nelas todas
as Eternidades e todos os Infinitos... tornados leves como o existir...
Olhemos em volta... Percebamos... Sintamos a dança silenciosa do nosso Mundo... pre-
cisamente agora...

“Emília - disse Dona Benta - Se você


abrir um buraco ali, no terreiro, que
é que sai?
- Terra - disse a boneca.
- E depois? Se o buraco for bem fundo?
- Terra quente.
- E depois, mais, mais, mais fundo?
- Terra derretida ou lava.
- E depois?
- Terra quente, outra vez.
- E depois?
- Terra fria, outra vez.
- E depois?
- Depois? Depois saem os chineses.
Todos riram, menos Dona Benta.”
“Geografia de Dona Benta”
Monteiro Lobato
303
Rubens Antonio

“D eus, ou quem quer que seja, /


Me parece / Que está testando / Quan-
tas lágrimas ainda restam em meus
olhos. /Me parece, / Que está testando
quantos corações restam em meu peito.
/ Me parece, / Que está testando quan-
tas vidas tenho para jogar pela janela.
Deus, ou quem quer que seja, / Ainda acha que sou
forte para retribuir sem os entes que foram. / Ele ou
quem quer que seja / Não sabe que meus olhos são
rasos / Que meu peito só tem um coração / E que
minha vida não sabe seguir só.
Ele ou quem quer que seja / Deixou de me avisar
que minha falha é sentir em demasia / De me cortar
quando alguém se corta / De sangrar pela ferida do
irmão / De afogar na seca do sertão vizinho. / Ele ou
quem quer que seja / Me deu a vida e a poesia. /E aí?
/ O que faço com estas limitações?
A água dos meus olhos é de poço raso. / As pala-
vras... Não sei até onde seguirão e quantas pingarão /
no chão que ando e folheio.
Ele ou quem quer que seja / Não sabe do poço raso
que tento manter molhando eternamente. / E por
isso, me entregam mortos / e um monte de palavras
que não enterram. / - A poesia não enterra / A poesia
apenas joga na superfície as faces.
Sou poeta! E aí? / Não sei seguir só / Não sei / Não /
Não sei ser outra coisa
Adeus, amigo....”
Jean Cláudio
304
História Geológica da Bahia

Rodi Jupy Rafael Lamarck Cícero

Jairo Nelson Plínio Jorginho Hermes

Gélbio Rosângela e César Fenemê


305
R ubens Antonio, carioca de Realengo, fi-
lho de baianos, reside em Salvador, Bahia, desde
1984. Cursou Geologia, pela Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ, Artes Plásti-
cas, licenciatura e bacharelado em História, pela
Universidade Federal da Bahia – UFBa. Mestre
em Geologia pela UFBa, teve trajetória pelas Co-
ordenação da Produção Mineral - CPM, Superin-
tendência de Geologia e Recursos Minerais - SGM,
Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM,
Coordenação de Mineração – Comin e Diretoria
de Mineração - Dimin do Estado da Bahia. Atu-
almente, trabalha no Museu Geológico da Bahia.
Na Universidade do Estado da Bahia - UNEB le-
cionou Elementos de Geologia, Estudos Evolutivos
da Geosfera, Epistemologia, Paleontologia, Sedimentologia, Antropologia, História da
Ciência e Metodologia do Trabalho Científico. Ministra cursos e profere palestras so-
bre Antropologia e as Histórias da Arte, de Salvador e Geológica. É co-autor do Mapa
Metamórfico da Bahia, Folhas Jequié e Rio de Contas, e dos dois volumes do seu texto
explicativo. Teve diversos artigos publicados no Caderno de Cultura do jornal “A Tarde”,
integrando estudos filosóficos, artísticos e históricos. Coordenou e redigiu um capítulo
do livro “Mineração na Bahia – Ciclos Históricos e Panorama atual”.
É autor do livro “História Geológica da Bahia”, publicado em 2010 pela Sociedade
Brasileira de Geologia - SBG, pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM e
pelo Serviço Geológico do Brasil - CPRM.
Livre pensador, propõe-se a um trabalho holístico, utilizando integradamente os domí-
nios do Conhecimento em seu senso mais amplo possível. Aproxima-se, desta maneira, da
antiga visão integral do historiador natural, com gradações a filósofo natural, solicitando
a busca de um conhecimento que agregue percepções emocionais e racionais. Defende a
necessidade de ações constantes de expressivas divulgação e popularização científicas.
Para contatar o autor: historiageologica@gmail.com / historiageologica@hotmail.com
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