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INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
LABORATÓRIO DE ENSINO DE HISTÓRIA
Bruno De Oliveira Holanda Cavalcante - 18/0117581

Tarefa Individual 2

O mapa estudado foi feito em 1958 e obtido pelo lançamento das divisas de todos os imóveis
situados dentro do Distrito Federal sobre folha cartográfica, elaborada pelos Eng.º Joffre Mozart
Parada e Eng.º Janusz Gerulewicz, na escala de 1:100.000.
Eram 45 imóveis originários do Município de Luziânia; 38 de Planaltina; e 25 de Formosa.
No mapa é possível ver também os imóveis nos limites do DF, as casas de fazenda em cada um deles,
assim como a rede hídrica do território. Brazlândia e Planaltina, as únicas cidades que já existiam,
também se encontram marcadas juntamente com o projeto do Plano Piloto que aparece pela primeira
vez em um mapa. Vê-se, ainda, a primeira pista de pouso e as estradas coloniais, registradas nos
mapas dos séculos XVIII e XIX, em especial pela Comissão Cruls, ainda estão.

Pode-se separar os imóveis de acordo com seus nomes:


Sobrepondo o mapa estudado e um mais atual temos o seguinte resultado:

É possível perceber permanências como Taguatinga, Vicente Pires, Gama, Paranoá e


Sobradinho. Algumas permanecem no mesmo local, outras na mesma região do imóvel
desapropriado, mas não necessariamente ele todo. Muitos outros nomes que existem hoje em dia
existiam no mapa como nomes de cursos de água. Esse é o caso de Águas Claras, Arniqueira, Guará,
Samabaia etc. Seus significados no presente e suas possíveis relações com a história recente do
Distrito Federal parecem ser embasados preferencialmente nos locais escolhidos, pois, tirando o plano
piloto e as localidades muito próximas a ele, os nomes não foram criados, apenas aproveitados. A
permanência dos topônimos originalmente presentes de alguma forma no local, seja denominando
rios e córregos, seja demarcando propriedades, demonstra que mesmo tendo sido uma cidade
artificialmente implantada no meio de um terreno onde, até então, pouco se via pessoas, a história
local permanece até hoje presente mesmo que apenas nos nomes que foram utilizados. Muitos dos
cursos de água, por exemplo, nem existem mais, mas seus nomes estão preservados e são utilizados
por diversas pessoas que podem até não conhecer suas origens, mas prestam homenagem mesmo sem
saber.
Apenas nessa pequena parte do mapa, é possível ver algumas dessas continuidades. Poucas
foram as mudanças a partir dos topônimos. Percebe-se a partir dela que os nomes de cursos de água
foram os mais usados para denominar os locais mesmo no mapa originalmente estudado e que essa
tendencia permanece até hoje como é o caso de Águas Claras e Arniqueira que são RAs mais novas.
A história dos topônimos presentes no DF é muito interessante justamente pois o
reaproveitamento de nomes locais não se pensa que exista em uma cidade artificial. Tende-se a crer
que tudo ali fora criado da mesma forma artificial que a cidade. Não é possível dizer se isso ocorreu
por influência ou a falta de algo melhor a ser usado (vulgo preguiça) mas estudar isso pode fazer com
que as pessoas não tenham dúvidas de que boa parte do que aprenderam até então não passa de uma
história montada para fazer parecer algo perfeito, com figuras impecáveis assim como a cidade.
As dicotomias presentes nesse mapa também são de grande valia. Nele é possível ver cidades
já existentes juntamente com o esboço de outra. E também, caminhos já existestentes desde o período
colonial contrastando com uma pista de pouso.
FONTES
- Mapa das Fazendas, 1958.
- Mapa dos limites das regiões administrativas do Distrito Federal, Brasil. Conforme a Lei
Complementar nº 958, de 20 de dezembro de 2019. (disponível em
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mapa_das_Regi%C3%B5es_Administrativas_do_Distrito
_Federal_(Brasil)_(2).png )

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Projeto Documentos Goyaz. Fundo Casa Altamiro de Moura Pacheco (disponível em:
http://www.arquivopublico.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/03/GOYAZ-Guia-de-Cartografia-
Histórica.pdf )

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