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Análise de Política Pública

(Era FHC) - Fundef

por Flávio Justino e Sonirza Marques


Análise de Política Pública (Era FHC) - Fundef

Boletins:
Nº 05/2002, Nº 06/2003 e Nº 07/2003 - principais programas citados no
boletim: Fundef, Bolsa Escola, PNAE, ProInfo, PDDE, PNLD, SAEB e ENEM.

Gestão (Presidente/MEC): Fernando Henrique Cardoso / Paulo Renato


Costa Souza
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Presidente da República: FHC Ministro do MEC: Paulo Renato


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CONCEPÇÕES DE GESTÃO EDUCACIONAL

> Equidade na Gestão da Educação (Compensação)

> Gestão Integralizadora - MEC como coordenador de políticas públicas

> Eficiência VS Desvio de recursos e/ou de finalidades

> Criatividade e a competência do gestor para distribuir de forma eficiente e justa o


que se tem à mão.
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Eixo Escolhido:

> VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO

Política Pública Específica:

Fundef - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do ENSINO FUNDAMENTAL e


de Valorização do Magistério
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Regulamentação da Política

O Fundef foi instituído pela Emenda Constitucional Nº 14/96 e sua regulamentação

ocorreu através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e do Decreto nº 2264/97. A implantação desta
política pública só ocorreu de fato no ano de 1998 , fim do primeiro mandato do
presidente Fernando Henrique Cardoso/PSDB e vigorou por todo seu segundo mandato até o
primeiro mandato do Governo Lula/PT.
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Histórico Complexo

O Brasil estava em um início do processo de redemocratização, em um período


chamado de 6ª República. O Governo Collor (90-92) que prometeu muito, acabou
sofrendo Impeachment. Com isso Itamar Franco (92-94) assumiu o mandato e
concluiu o Governo.

FHC era Ministro da Fazenda de Itamar, mas devido a implementação do Plano


Real que salva o Brasil da crise econômica e inflacionária, que se arrastava desde a
Era Sarney, FHC cria corpo político e robustez para sair candidato a presidência da
república e vencer o pleito.
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Bússola Política

Forte apelo do Mercado e dos Organismos Internacionais na definição de metas e


legislações. Intuito: financeiro

Governo considerado conservador na gestão e liberal econômico. Apontado como


espectro de centro-direita. Apesar disso, ao contrário do que se prega, houve
significativos avanços sociais, pois o partido do presidente FHC é detentor da visão
social democrata.
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FUNDEF

> Política pública redistributiva e supletiva da União em relação aos estados/DF e


municípios. A União se apropria da arrecadação dos entes e redistribui os recursos de
acordo com o censo escolar de alunos matriculados na etapa alvo da política.
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Composição Tributária Educacional pela CF/1988

UNIÃO (18%) ESTADOS (25%) MUNICÍPIOS (25%)

II ITCMD IPTU
IE ICMS ITBI
IPI IPVA ISS
IOF
ITR
IR
“IGF”
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FUNDEF - Composição Tributária Educacional pela CF/1988

15% do ICMS

15% do FPM

15% do FPE

15% IPI-Exp

15% da Lei Kandir (compensação)


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FUNDEF - Manutenção e Desenvolvimento do Ensino

MDE Outras Despesas

Mínimo de Máximo de
60% 40%
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FUNDEF

> Por ser um fundo, suas receitas são específicas e por força de lei vinculam-se no
intuito de atingir os objetivos almejados pela política de governo. Na prática, por ser um
fundo de natureza contábil, ele funcionou semelhante à operacionalização dos fundos de
participação dos entes federados. Com a diferença de que ele possuía um coeficiente
específico para seu caráter redistributivo.
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FUNDEF - Algumas particularidades:

As faixas de alvos: anos iniciais, anos finais, EJA, escolas rurais.

Até 1999, o valor dentro do EF era o mesmo. Já de 2000 em diante, o valor mudará
entre os “AI” (primário) e os “AF” (ginásio).

Governo fixava valores, pouca politicagem para “toma lá, dá cá”.

Municípios que arrecadavam muito e tinham poucos alunos matriculados eram alvos
da reorganização (redistribuição) da política.
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FUNDEF - Críticas

A valorização docente não foi atingida diretamente com políticas de carreira e incentivos
salariais na educação básica. O foco foi recurso aplicado na área educacional.

Anísio Teixeira décadas antes tinha proposto um cálculo complexo que usava a
remuneração do professor para o cálculo contábil e com isso o salário seria valorizado
sempre que se precisasse aumentar os recursos.

Os recursos do MDE foram superiores ao planejado desde a CF/1946.


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FUNDEF - Críticas

Anísio Teixeira também propunha em sua época que o cálculo não deveria ser por aluno
matriculado no recenseamento escolar, mas sim pelo número de indivíduos entre 7 a 11
anos. Trazendo para a escola o valor, independente de quem estava dentro dela ou em
outra instituição não pública. Isso valorizaria ainda mais a quantidade densa de recursos.

O plano de 1988-1996 da Era FHC é mais ousado que o de 1946 Era Vargas, pois no
atual aumentou-se o repasse dos entes federados, além do percentual dentro deles que
seria a composição do fundo e do MDE.

Houve, de fato, a universalização do ENSINO FUNDAMENTAL. E a quase erradicação


do analfabetismo no Brasil. Os percentuais catalogados pelo MEC beiraram acima de
91% dentro da escola e alfabetizados.
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FUNDEF - Críticas

A efemeridade do fundo que era uma política pública de governo e não de Estado foi o
que se conseguiu na época para aprovação nas casas legislativas (bicamerais). Porém não
é demais lembrar que a cada 10 anos se teria uma crise ou “apagão” educacional sempre
que a validade da política pública chegasse ao fim. O próprio Anísio Teixeira tinha
almejado que o fundo fosse uma política permanente de Estado.
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FUNDEF - Referências Bibliográficas e Legislativas

Amaral, Nelson Cardoso. Um novo Fundef? As ideias de Anísio Teixeira. Educação & Sociedade [online].
2001, v. 22, n. 75 [Acessado 13 Outubro 2021] , pp. 277-290. Disponível em: <
https://doi.org/10.1590/S0101-73302001000200013>. Epub 05 Set 2001. ISSN 1678-4626.
https://doi.org/10.1590/S0101-73302001000200013.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1946. Brasília, DF: Presidência da República.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. Lei nº 9394/1996. BRASIL.

LEI 9424. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de


Valorização do Magistério, na forma prevista no art. 60 do Ato das Disposições Transitórias, e dá outras
providências. Art. 6º, Brasília (DF), 1996.

FNDE. https://www.fnde.gov.br/index.php/financiamento/fundeb/sobre-o-plano-ou-programa/historico.
BRASIL.

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