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1.

CONCEITOS BÁSICOS DE OPERAÇÃO COM ARQUIVOS NO


SISTEMA OPERACIONAL LINUX (UBUNTU VERSÃO 14/SUPERIOR).
LINUX
A história do software livre tem início com Richard Stallman, que criou um projeto de
sistema operacional denominado GNU. Entretanto, ao longo de sua vida, se dedicou a criar
a Free Software Foundation (FSF), que é a fundação que defende a causa e a proteção
dos direitos e garantias do software livre. O nome “GNU” é uma sigla de “GNU’s Not Unix”.
Isso porque, na época, o Unix era um sistema operacional de código-fonte aberto muito
utilizado, já o projeto GNU tinha o Unix como base, mas não era o Unix propriamente dito.
Na época, o finlandês Linus Torvalds, estudante da Universidade de Helsinki, se interessou
pelo projeto de Stallman e, juntos, acabaram dando continuidade ao projeto GNU.
Entretanto, Torvalds não finalizou o projeto sozinho, pois lançou na internet um desafio
para os programadores do mundo todo, que se juntaram a ele e deram continuidade ao
desenvolvimento desse sistema operacional, que ficou conhecido como GNU/Linux. Isso
aconteceu ainda em 1991. O pinguim é a mascote do Linux e seu nome é Tux.
a) Principais Diferenças entre Windows e Linux
1. Windows: software proprietário, código fonte fechado, COPYRIGHT. Software
proprietário é desenvolvido com fins comerciais, sendo distribuído e comercializado sob
licença de uso. Ele é protegido por direitos autorais (reservados ao seu produtor),
geralmente licenciados através do COPYRIGTH (todos os direitos reservados).
2. Linux: software livre, código fonte aberto, COPYLEFT. Nos softwares livres, pelo fato do
código ser livre, os produtores precisam liberar o código fonte para a comunidade. O Linux
tem por base a licença GPL (General Public Licence ou Licença Pública Geral), é possível
baixá-lo e modificá-lo para uso próprio, contudo, caso alguém queira lançar uma nova
versão, será necessária uma autorização dos detentores dos direitos do sistema. Outra
característica importante é que o Linux é gratuito. Entretanto, algumas distribuições
cobram uma taxa para enviar um disco de instalação do sistema ao usuário. Além disso,
alguns serviços também podem ser cobrados, tais como manutenção e configuração do
sistema.
Obs.: é importante não confundir software livre com software gratuito (freeware).
Programas executáveis desenvolvidos para Windows, com extensão “.EXE” só podem ser
utilizados no Linux (extensão “.BIN) com o uso de um aplicativo de terceiro (emulador) e
não possuem compatibilidade garantida.
b) Características do Linux
1. Multiplataforma: o Linux pode ser instalado em vários tipos de hardware, tais como:
celulares, laptops, PC’s, mainframes, etc.
2. Multitarefas: executa vários aplicativos ao mesmo tempo em primeiro plano.
3. Multissessão: permite várias sessões (login) de usuários abertas simultaneamente.
4. Multiusuário: permite que várias máquinas se conectem a um servidor. Os múltiplos
usuários têm acesso via TELNET ou SSH ao “prompt” do shell do Linux ao mesmo tempo.
5. Preemptivo: admite que um processo/programa seja interrompido durante sua
execução.
5. Usa memória virtual: no Linux, a área de memória virtual é chamada de swap (troca),
normalmente é alocada uma partição no disco rígido que fica dedicada para estender a
memória RAM.
6. Case Sensitive: ao salvar um arquivo "aluno" e outro "Aluno", ambos são considerados
arquivos diferentes e poderão consequentemente serem salvos numa mesma pasta, pois o
Linux diferencia maiúscula de minúscula.
b) Estrutura do Linux
A estrutura do Linux pode ser dividida em kernel, shell e aplicativos:
1. Kernel: é o núcleo do sistema, ele controla todo o software e o hardware da máquina.
2. Shell: é o interpretador de comandos do Linux, uma camada intermediária que traduz os
comandos do usuário para o kernel. O shell possui as seguintes versões: BSH (Bourn
Shell), CSH (C Shell), KSH (Korn Shell), BASH (Bourn Again Shell).
3. Aplicativos: são os demais softwares que compõem o Linux.
c) Distribuições do Linux
A junção do kernel, do shell e dos aplicativos geram uma distribuição do Linux. A
distribuição é um pacote de instalação do Linux. Nela, juntamente com o sistema
operacional, o usuário recebe uma série de aplicativos que auxiliam no funcionamento do
sistema. Cada distribuição é criada para um perfil de uso, a escolha dependerá da
necessidade. Dentre algumas distribuições Linux estão:
1. Ubuntu,
2. Kurumin,
3. Mint,
4. OpenSUSE,
5. Fedora,
6. Manjaro,
7. Mandriva,
8. Slackware,
9. Elementary OS,
10. Debian,
11. Zorin OS,
12. CentOS,
13. Deepin.
14. Red Hat (muito utilizada em empresas e órgãos públicos, baixada gratuitamente,
contudo, o usuário precisará pagar para receber as atualizações ou configuração).
d) Aplicativos Nativos do Linux
Algumas das distribuições do Linux são dotadas de aplicativos nativos, ou seja, que já vem
com o sistema operacional. Entre os principais estão:
1. LibreOffice: aplicações de escritório;
2. Firefox: navegador de internet;
3. Thunderbird: cliente de e-mail;
4. VI: editor de texto do shell de comandos.
Obs.: o VI é um aplicativo muito utilizado por usuários avançados do Linux, pois permite
executar comandos no sistema operacional de uma forma muito mais rápida do que
utilizando a interface gráfica.
e) Interfaces Gráficas
Linux é diferente de Windows. O Windows tem toda a sua estrutura em modo gráfico. Já o
Linux não é gráfico, pois é texto. Contudo, o Linux traz um gerenciador de janelas, também
conhecido como Ambiente X, que cria um aspecto gráfico no Linux. Exemplos:
1. KDE;
2. GNOME;
3. UNITY;
4. XFCE.
f) Gerenciadores de Inicialização
Os gerenciadores de inicialização fazem o boot do Linux. Ficam localizados na chamada
MBR, que é o setor zero do disco rígido principal. São exemplos de gerenciadores de
inicialização do Linux:
1. LILO: Linux Loader
2. GRUB: Grand Unified Bootloader
3. BURG
g) Tipos de Usuários
O Linux conta, basicamente, com dois níveis de usuário:
1. Usuário Comum ($): é aquele que não tem privilégios de administração. Nesse sentido,
poderá apenas gerenciar os seus arquivos, sem acesso a instalação de aplicativos e
outras funções de configuração mais avançadas.
2. Usuário Root (#): conhecida como super usuário, é o administrador da máquina e tem
todos os privilégios de administração do sistema. No Linux pode haver apenas um usuário
do tipo root, sendo possível criar vários outros super usuários e usuários comuns.
h) Diretórios
A estrutura de diretórios (ou pastas) do Linux é comum a todas as distribuições, pois faz
parte do kernel do sistema operacional. Em sua estrutura de diretórios, o Linux utiliza a
barra normal ( / ) para designar o caminho das pastas:
Obs.: no sistema operacional Windows, utiliza-se a barra invertida ( \ ) para a mesma
função.

i) Hierarquia de Diretórios
Não é possível salvar mais de um arquivo ou subdiretório (pastas) com o mesmo nome no
mesmo nível de diretório, pois o Linux é case sensitive, ou seja, diferencia letras
maiúsculas e minúsculas. Exemplo:

j) Estrutura de Diretórios
É comum a todas as distribuições. Tudo começa pelo diretório raiz, que é representado por
uma simples barra ( / ). Todos os demais diretórios e subdiretórios estão contidos dentro
do diretório raiz. Dentro do diretório raiz, o primeiro é o /bin, que contém arquivos binários
e executáveis do shell, ou seja, os programas nativos do Linux.
1. /BOOT: contém arquivos de inicialização do Linux.
2. /DEV: (device, dispositivo) contém arquivos de configuração de hardware (drivers).
3. /ETC: é o diretório onde ficam os arquivos de configuração do sistema Linux. Um
arquivo importante desse diretório é o passwd, que guarda a lista com os usuários do
sistema.
4. /HOME: é o diretório em que ficam as pastas pessoais dos usuários.
5. /ROOT: é o diretório exclusivo do super usuário root.
6. /TMP: contém arquivos temporários do sistema.
7. /USR: contém os principais programas dos usuários, é mais extensa.
8. /VAR: contém as variáveis do sistema.
9. /PROC: contém as informações do Kernel e dos processos.
10. /BIN: executáveis de comando essenciais do usuário comum.
11. /SBIN: executáveis de comando essenciais de Super Usuário.
12. /LOST+FOUND: arquivos corrompidos para recuperação de falha.
13: /LIB: bibliotecas essenciais do sistema.
14. /MNT: montagem de um sistema de arquivos externo temporário.
15. / MEDIA: montagem de mídias removíveis como dispositivos USB e DVD.
16. /TMP: diretório de arquivos temporários.
COMANDOS
a) Operadores
1. “ & ” : executa o comando em segundo plano. Exemplo: comando &.
2. “ > ” : sobrescreve conteúdo de arquivo. Exemplo: ls > teste.txt.
3. “ >> ”: adiciona conteúdo ao arquivo. Exemplo: echo “novo teste” >> teste.txt.
4. “ | ” : pipe, a saída do comando vira entrada de outro comando. Exemplo: comando1|
comando2.
Obs.: Em prova, o examinador pode chamar erroneamente os operadores de comandos.
5. “.nomearquivo” : um ponto ( . ) antes do nome do arquivo torna o arquivo oculto, ele
não será exibido para o usuário quando acessar um determinado diretório. É possível
tornar um arquivo oculto em um arquivo visível, basta renomear e tirar o ponto antes de
seu nome.
b) Manuais de Ajuda
1. man comando
2. info comando
3. comando --help
4. whatis comando
c) Comandos de Informações Rápidas
1. WHATIS: exibe definição de um comando (não é um manual);
2. WHEREIS: localiza um comando;
3. WHOAMI: exibe o nome do usuário atual;
4. PWD: exibe o diretório atual completo;
5. PS: exibe um print do status dos processos do usuário, e PS AUX exibe do sistema
todo;
6. TOP: mostra os processos em execução em tempo real;
7. DF: exibe as propriedades do disco;
8. FREE: exibe as propriedades da memória RAM;
9. LS: exibe o conteúdo do diretório atual.
Atenção!
O comando ls -a exibe os arquivos ocultos. Ao mesmo passo, para exibir todos os
detalhes, inclusive dos arquivos ocultos, o usuário deve utilizar o comando ls – la (long all).
d) Comandos de Administração do Linux
1. SUDO: concede privilégios de superusuário a um usuário comum temporariamente.
2. SU: é o comando que permite a troca de usuário. Por padrão, se não for digitado
nenhum nome de usuário, o comando SU irá trocar para o usuário root, sendo necessário
ter a senha do root.
3. ADDUSER e USERADD: criam um novo usuário.
4. USERDEL: exclui um usuário.
5. PASSWD: altera a senha do usuário.
e) Comandos de Inicialização
1. INIT: reinicia o micro ou alguns módulos do sistema.
f) Comandos de Finalização
1. KILL: finaliza um processo.
2. SHUTDOWN: -h (desliga); -r (reinicia).
g) Comandos de Arquivos e Diretórios
1. TOUCH: cria um novo arquivo em branco.
2. CAT, MORE e LESS: exibem o conteúdo de um arquivo (especifico) no terminal.
3. GREP: procura por trechos de texto (strings) dentro de arquivos ou diretórios e retorna
as ocorrências encontradas. Trata-se de um comando de busca.
4. CP: copia arquivos e diretórios.
5. CD: alterna entre diretórios.
6. RM: remove arquivos e diretórios.
7. RM - RF: remove recursivamente e sem confirmação.
8. MV: move (recorta) ou renomeia arquivos e diretórios. Não permite recursividade.
9. MKDIR: cria novos diretórios.
10. IFCONFIG: exibe as configurações de rede.
PERMISSÕES
Quando se cria um arquivo ou diretório, algumas permissões de acesso são atribuídas de
forma automática. Essas permissões são vinculadas ao proprietário do arquivo (usuário),
ao grupo e a outros (UGO). Cada um desses elementos pode ser submetido a três tipos de
permissão:

Existem prefixos que devem ser inseridos para informar do que se trata a permissão, ou
seja, arquivo ou diretório. As principais são:
a) Chmod
O comando básico para alterar permissões é o chmod (ch de ‘change’ e mod de modo),
que altera as permissões de acesso a arquivos ou diretórios. Por exemplo, vamos inserir
uma permissão no grupo para leitura, em um documento com nome “arquivo.doc. ”

Podemos seguir esse raciocínio para acrescentar (+) ou remover (-) permissões. Para ler a
permissão de um diretório ou arquivo usa-se o comando ls –l.
b) Permissões em Modo Octal
São atribuídos valores fixos para as três letras das permissões. Considere sempre que
surgir as letras rwx, que elas valham, respectivamente, 4, 2 e 1. Quando surgir o valor 0
(zero), implicará sem permissões.

Com o mesmo comando chmod, é possível alterar as permissões de forma numérica.


Exemplo: chmod 777 arquivo.doc
Perceba que o valor 7 representa a soma das três letras rwx ou (4+2+1). Como ele
aparece três vezes, a permissão aqui será total para usuário, grupo e outros. Seria o
mesmo que escrevermos -rwxrwxrwx.
c) Exibição de Permissão
d) Chown
Altera o dono do diretório ou arquivo. Exemplo: chown usuário arquivo.

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