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Direito da Informática

Comércio eletrónico e contratação online


• Segundo a Comissão Europeia:

• “O mercado único digital está longe de ter atingido o seu pleno potencial.
Estima-se que o custo deste atraso seja no mínimo de 4,1% do PIB daqui até
2020, isto é, 500 mil milhões de euros”.

• Um enquadramento coerente para reforçar a confiança no mercado único digital do


comércio eletrónico e dos serviços em linha, Comunicação da Comissão ao Parlamento
Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões,
COM(2011) 942 final, p. 2.
• Economia digital:
• as novas empresas da internet e a migração da economia tradicional para a Internet.
• Vantagens e riscos do comércio eletrónico.

• Noção e modalidades do comércio eletrónico:


• B2B e B2C
• Ecommerce direto e ecommerce indireto

• A proteção do consumidor no comércio eletrónico como fundamento de


harmonização do regime jurídico do comércio eletrónico na União
Europeia
• Diretivas e leis do comércio eletrónico.
• Leis
• - Decreto-Lei n.º 7/2004 de 7 de janeiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 62/2009 de 10 de março e pela Lei n.º 46/2012 de 29 de
agosto
• - Decreto-Lei n.º 24/2014 de 14 de fevereiro (alterado) sobre contratos à distância
• - Regulamento 1215/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de dezembro de 2012, sobre competência judiciária,
reconhecimento e execução de decisões em matéria civil e comercial (revogou e substituiu o Regulamento nº 44/2001 de 22 de
dezembro de 2000).
• - Regulamento (CE) n.º 593/20008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de junho de 2008, sobre a lei aplicável às
obrigações contratuais («Roma I»).
• - Regulamento (CE) n.º 864/2007 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de julho de 2007, relativo à lei aplicável às
obrigações extracontratuais («Roma II»).

• Jurisprudência
• - Acórdão de 7 de dezembro de 2010, proc. C-144/09 e C-585/08, Alpenhof e Pammer (conceito de atividade dirigidas na Internet)
• - Acórdão de proc. apensos C-509/09 e C-161/10, eDate Advertising / Martinez (noção de domicílio ou centro de atividades)
• - Acórdão de 24 de outubro de 2009, proc. C-489/07, Pia Messner (responsabilidade do consumidor que exerce o direito de
resolução do contrato após utilização do bem de uma forma incompatível com os princípios do direito civil, como a boa fé ou o
enriquecimento sem causa)
• Acesso ao mercado eletrónico
• Noção e exemplos de serviços da sociedade da informação.

• Liberdade de prestação de serviços da sociedade da informação e o princípio


do país de origem no comércio eletrónico
• Sentido e limites
• Providências restritivas.

• Exemplos:
• apostas desportivas pela Internet (acórdão do Tribunal de Justiça de 8 de setembro de
2009, C-42/07, Bwin c. SCML);
• venda de medicamentos pela Internet (Decreto-Lei n.º 307/2007 de 31 de agosto).
• Serviços da sociedade da informação: “qualquer serviço prestado a distância por via eletrónica, mediante remuneração ou pelo
menos no âmbito de uma atividade económica na sequência de pedido individual do destinatário”

• Considerando 18, os serviços da sociedade da informação abrangem uma grande diversidade de atividades económicas, por ex.;
• venda de mercadorias em linha e na possibilidade de celebrar contratos em linha;
• serviços não remunerados pelo respetivo destinatário, como os que consistem em prestar informações em linha ou comunicações comerciais
ou fornecer ferramentas de pesquisa, acesso e descarregamento de dados
• serviços de transmissão de informação por meio de uma rede de comunicações, de fornecimento de acesso a uma rede de comunicações ou
de armazenagem de informações prestadas por um destinatário do serviço
• serviços transmitidos ponto a ponto, como o vídeo a pedido ou o envio de comunicações comerciais por correio eletrónico

• Não abrange:
• serviços enumerados na lista indicativa do anexo V da Diretiva 98/34/CE que não envolvem tratamento e armazenamento de dados
• entrega de mercadorias enquanto tal ou a prestação de serviços fora de linha
• radiodifusão televisiva (não é prestado a pedido individual)
• utilização do correio eletrónico ou de comunicações comerciais equivalentes, por exemplo, por parte de pessoas singulares agindo fora da sua
atividade comercial, empresarial ou profissional, incluindo a sua utilização para celebrar contratos entre essas pessoas
• relação contratual entre um assalariado e a sua entidade patronal
• atividades que, pela sua própria natureza, não podem ser exercidas à distância e por meios eletrónicos, tais como a revisão oficial de contas de
sociedades, ou o aconselhamento médico, que exija o exame físico do doente.
• Princípio da transparência

• Obrigação de disponibilização permanente de informações de identificação.

• Dever de identificação da natureza publicitária das comunicações à distância

• Exigência de consentimento prévio do consumidor para envio de


comunicações não solicitadas (remissão)
• A via eletrónica da contratação
• Idoneidade da via eletrónica como meio de declaração negocial.

• Liberdade de celebração de contratos por esse meio.

• Equiparação do documento eletrónico ao documento escrito.

• Exclusões
• Negócios reais imobiliários
• Negócios familiares e sucessórios
• Garantia particular
• Negócios legalmente sujeitos a reconhecimento ou autenticação notariais
• A consensualidade na negociação por via eletrónica e o esquema de
“duplo clique”

• A posição típica de oferta contratual nas relações com consumidores

• Sentido e valor da exigência de confirmação


• Assinatura eletrónica e certificação

• Noção e modalidades.

• Valor jurídico (validade e força probatória):


• a força probatória plena do documento com assinatura eletrónica certificada por
entidade credenciada.

• Regime das entidades de certificação (serviços de confiança)


Proteção do consumidor no diploma do
comércio eletrónico (DL 7/2004)
• Proibição de cláusulas contratuais gerais que imponham a celebração por
via eletrónica dos contratos com consumidores
• Dispositivos de identificação e correção de erros.
• Informações mínimas prévias à encomenda (remissão)
• Aviso de receção da encomenda com identificação fundamental do
contrato
• Confirmação a encomenda na sequência desse aviso
• Armazenamento e reprodução dos termos contratuais e cláusulas gerais
• Proposta contratual e convite a contratar: a situação típica nos contratos
com consumidores
• Referência aos acordos “aceite clicando” face à lei dos contratos de adesão
• Direitos do consumidor nos contratos celebrados à distância por
meios eletrónicos (DL 24/2014)
• Direito a informação pré-contratual.
• Regime especial da encomenda sujeita a pagamento.
• Confirmação da celebração do contrato.
• Restrições nos sítios da Internet (disponibilidade, meios de pagamento).
• Direito de consentimento prévio de envio de comunicações não solicitadas
por meios eletrónicos.
• Inexistência de requisito especial de forma para os contratos celebrados à
distância (comparação com os contratos celebrados fora do estabelecimento)
• Direito de livre resolução no prazo mínimo de 14 dias a contar da entrega do bem tangível
(no caso de compra e venda) ou da celebração do contrato (no caso de prestação de serviços,
incluindo o fornecimento de conteúdos digitais sem suporte material)
• Liberdade de forma do exercício do direito de resolução
• Efeito extintivo das obrigações de «execução» do contrato e da eficácia da proposta contratual, quando
proveniente do consumidor.
• Direito de reembolso de todos os pagamentos efetuados, incluindo o custo de entrega

• Direito de inspeção e manipulação do bem, mas possível responsabilidade pela sua


depreciação – o caso Messner (C-489/07)

• Dever de pagamento de montante proporcional ao serviço prestado a pedido do consumidor


e até ao momento da comunicação da resolução.
• Quanto ao fornecimento de conteúdos digitais sem suporte material, o consumidor está isento de
quaisquer custos se não tiver consentido previamente o início da execução antes de decorrido o prazo
de livre resolução, se não tiver reconhecido que perde o seu direito de livre resolução ao dar o seu
consentimento, ou se o fornecedor de bens não tiver fornecido a confirmação do consentimento prévio
e expresso do consumidor.
• Exclusões do direito de livre resolução. Por ex., fornecimento de conteúdos digitais sem
suporte material quando tenha início com o consentimento prévio e expresso do consumidor
e este reconheça que o seu consentimento implica a perda do direito de livre resolução.

• Direitos imperativos do consumidor em caso de utilização fraudulenta de cartão de débito ou


de débito
• Diretiva dos pagamentos eletrónicos DSP I – Dir. 260/2012, 14.03; DSP II Dir. 2015/66, 25.11 ; Reg. 2015/751, PE e Conselho, 29 de abril

• Prazo de cumprimento de contrato celebrado à distância. Em caso de não cumprimento por


indisponibilidade e ausência de reembolso dos montantes pagos, direito a devolução em
dobro dos montantes pagos pelo consumidor, salvo acordo de substituição por bem
equivalente.

• Imperatividade dos direitos dos consumidores na contratação à distância.

• Referência às Propostas de Diretivas sobre certos aspetos dos contratos em linha e outras
vendas à distância de bens e sobre o fornecimento de conteúdos digitais (dezembro de 2015)
• Proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho sobre
certos aspetos dos contratos de fornecimento de conteúdo digitais
(COM(2015) 634 final)

• Proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho sobre


contratos de compra e venda de bens em linha ou outros meios à
distância (COM(2015) 635 final)
• Proposta de Diretiva sobre contratos de fornecimento de conteúdo digitais
• Remédios do credor no caso de não conformidade do conteúdo digital com o
contrato

• direito de resolução em caso de não fornecimento

• direito de reparação e de redução do preço em caso de fornecimento defeituoso


(não conformidade com o contrato)

• Direito de denunciar contratos duradouros, cujo período de fidelização poderá ser de


até 12 meses (artigo 16º/1)

• Portabilidade transfronteiras de conteúdos, de modo a que o consumidor possa


desfrutar em qualquer Estado-Membro de conteúdos digitais adquiridos noutro
Estado-Membro (proibição do bloqueio geográfico)
• Proposta de Diretiva sobre contratos de compra e venda de bens em linha
ou outros meios à distância
• Falta de conformidade com o contrato, abrangendo igualmente a incorreta
instalação do bem quando acordada especificamente.
• Remédios no caso de falta de conformidade com o contrato
• Direito a reparação ou substituição sem custos, ou
• Direito de redução do preço ou, em ultima ratio, de resolução do
contrato
• Integração da informação pré-contratual e da publicidade no contrato
• Cláusula de ressalva de direitos de terceiros (third party rights)
• O vendedor tem o dever de garantir ao consumidor a autenticidade dos produtos
• O regime da venda de coisa alheia por comerciante (artigo 1301.º CC)
• Portabilidade de serviços de acesso a conteúdos digitais

• Neutralidade da rede e internet aberta


• Regulamento sobre Internet Aberta – Reg (UE) 2015/2120

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