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FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições

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DOUTRINAS, COSTUMES
E TRADIÇÕES

INTRODUÇÃO
Existe um número considerável de pessoas
que confundem costume com doutrina, como se
ambos fossem a mesma coisa ou equivalentes,
não há como questionar a distinção existente
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entre ambos os conceitos, aplicados na vida do
cristão e da igreja.

I - O CONCEITO DE COSTUME

Por costume, entende-se a maneira de agir,


vestir, ser, etc., próprio de um povo, de uma
época, de uma condição social, legislação escrita,
fixada pelo uso. Os costumes, independentemente
de suas origens, variam de povo para povo, de
região para região para região, e de época para
época.

1 - NO JUDAÍSMO
O costume desempenha um papel
importante no Judaísmo. Muitos aspectos da
tradição judaica não pertencem à lei oral nem à
escrita, tendo, porém, força de obrigatoriedade
porquanto tem sido costumeiramente observado
pelo povo judeu.
Os rabinos do Talmud ensinavam que se
“devia dar atenção aos costumes de nossos pais”,
mas nem tudo comumente observado era
reconhecido pelos rabinos como obrigatório, e
certos costumes foram abolidos. Os costumes
obrigatórios são os considerados dignos de serem
observados, em razão de sua aproximação ao
caráter e espírito da lei judaica. Tais costumes
foram aceitos mesmo depois da conclusão do
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Talmud, e incorporados aos códigos heláchicos.
Certos costumes encontram ressonância somente
entre grupos limitados, o que conta como motivo
para as variações sofridas pela tradição judaica
nos diferentes países da Diáspora.
O Talmud, por exemplo, anota usos e
costumes de judeus babilônicos que diferiam dos
observados na Palestina. Ainda hoje há
diferenças entre costumes de judeus orientais e
ocidentais.
O costume desempenha um papel
importante na determinação do caráter de uma lei
a respeito da qual há diferença de opinião, e tem
sido dito (y yavomot 12.1) que “os costumes
revogam a lei”. O costume é de efeito coercitivo
na lei civil judaica, e “o costume da terra” é, por
exemplo, o fator determinante nas relações entre
empregador e empregado.

2 - ENTRE OUTROS POVOS


Entre os povos árabes e outros povos que
povoam a África, por exemplo, existem hábitos
culturais próprios dos povos aí existentes,
costumes que jamais serão assimilados pelo povo
brasileiro.
No meio dos árabes é comum o homem se
trajar com roupas longas e esvoaçantes como se
vestem as mulheres ocidentais, inclusive usam
turbantes na cabeça. Na Argélia, por exemplo, é

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muito comum encontrar-se homens de mãos
dadas passeando pelas ruas, sem que nenhuma
censura sofressem sobre esse tipo de
comportamento. Entre os russos é comum o
cumprimento entre os homens com um efusivo
beijo na boca. Na Escócia é habito homens
usarem saias xadrez e tocarem gaitas de fole.
Missionários cristãos ocidentais que
trabalhavam ao norte do Congo, na África,
estavam tratando de convencer os Cristãos
nativos de que as mulheres deveriam cobrir os
seios costumeiramente nus. Os próprios maridos
se ressentiram diante dessa exigência dos
missionários, dizendo que não permitiriam que as
suas esposas se vestissem como prostitutas.

3 - O POVO BRASILEIRO
Com extensões continentais, o Brasil se
constitui num grande mosaico cultural. De um
Estado para outro existem grandes diferenças nos
costumes. Cada Estado ou Região têm os seus
próprios costumes e tradições. Por vezes ficamos
surpresos com costumes de uma região.
O sistema patriarcal de família muito comum
nas regiões norte e nordeste diferem em muito
dos modelos existentes em outras regiões do
país. Poderíamos relacionar aqui muitos outros
exemplos de costumes e tradições locais
relacionados com a música, o folclore , o
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artesanato, a comida, a maneira própria de ser
de cada povo.
No contexto evangélico há costumes que
diferenciam uma igreja de outras. Igrejas onde as
mulheres se assentam separadas dos homens
durante a realização do culto. Noutras igrejas,
porém, todos os crentes, independentemente do
sexo, estado civil ou idade, se assentam juntos.
Na celebração da Ceia do Senhor, haviam
igrejas onde era usado o cálice comunitário do
qual se serviam mais de uma pessoa, já noutras
existia o individual. Há igrejas em que o
comungaste come o pão da Ceia tão logo o
recebe, em outras, porém, ao receber o pão
espera-se até o momento em que o celebrante dê
o sinal para todos cearem juntos.
Na verdade existe uma centena de
diferenças. Este fato implica que uma igreja
esteja certa por adotar determinados costumes e
que outra igreja esteja errada por não adotá-lo?
Absolutamente não ! São apenas costumes.
Porém, há de se ressaltar que alguns
pastores têm tratado normas, costumes e
tradições com um ar de doutrina, como se fossem
verdadeiros preceitos bíblicos.
Analisar o por quê isto ocorre é o mais
difícil da questão, visto que alguns pastores o
fazem por desconhecer o real conceito de
doutrina, outros por quererem impor a igreja que
pastoreiam um sistema de regras, os chamados
“legalismos”, que tanto o Senhor Jesus condenou.

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II - O CONCEITO DE DOUTRINA

Teologicamente analisada, entende-se a


doutrina bíblica como o “ conceito da fé cristã ”.
Ao contrário dos costumes, concebidos ao gosto
de cada povo ou grupo de acordo com sua etnia
ou filosofias, a doutrina é uniforme, a mesma em
todos os lugares, para todas as pessoas, em
todos os tempos. A explicação para essa
universalidade da doutrina cristã consiste do fato
dela emanar da mesma fonte, a Bíblia.
A doutrina se ocupa em revelar Deus aos
homens. Ela expõe a vontade divina para a vida
dos filhos de Deus. Ela fala da salvação em
Jesus, da santificação como um estado
permanente na vida do crente e da sua
responsabilidade de testemunhar da sua fé em
Jesus.
Neste ponto a explicação tem de ser
didática para que cada pessoa entenda de uma
vez por todas a diferença entre doutrina bíblica e
costumes.
São três as diferenças entre doutrina
bíblica e costumes:
a) Quanto à origem: A doutrina é divina - O
costume é humano;
b) Quanto o alcance: A doutrina é geral - O
costume é local; e

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c) Quanto ao tempo: A doutrina é imutável -
O costume é temporário.
Os homens de um modo geral se acham
social e culturalmente divididos em etnias, grupos
de interesses diferentes e definidos, examinando
as Escrituras entendemos que Deus vê a todos,
habitem em grandes centros ou nas mais
primitivas das aldeias, como pessoas que têm os
mesmos anseios, problemas e as mesmas
necessidades: todos pecaram, todos necessitam
da graça salvadora de Deus.
Se o homem mora na cidade mais moderna
do mundo, ou nas aldeias primitivas, a ordenança
da doutrina bíblica para ele é: “ arrependei-vos e
crede no evangelho.” A todos os cristãos do sul
ou norte, o imperativo maior da doutrina bíblica
para suas vidas é santificai-vos hoje.
Temos de entender que a doutrina bíblica
forma bons costumes, mas nunca devemos
confundir esses bons costumes com a doutrina
bíblica. Doutrina não é aquilo que o Líder
estabelece como ensino para a sua igreja. Ele
poderá estar pregando a favor do que gosta, e
contra o que não gosta, e no seu zelo passa a
admitir que está a ensinar essencialmente
doutrina bíblica, quando não é verdade. Agora, só
deverá ser aceito como doutrina quando a
congregação que o ouve puder conferir o seu
ensino com o que a Bíblia expõe e depois dizer:
amém!
Leia o que diz a Palavra em At 17.11
“porque receberam a palavra com toda a avidez,
examinando diariamente as Escrituras para ver
se essas coisas (o que Paulo ensinava) eram
assim”.
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III - TESTEMUNHO E CONDUTA CRISTÃOS

Quando falamos de testemunho, queremos


que se entenda a demonstração do Evangelho
através da prática da doutrina na vida cristã
diária. É na prática o ser com o fazer. Jesus
disse: “Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do
mundo.” Primeiro temos de ser o sal da terra e a
luz do mundo, e em seguida faça a sua luz brilhar.
Se a nossa conduta for determinada por
simples força do hábito, ou radicalismo farisaico,
o crente há de se sentir no direito de julgar os
outros, e acreditar que está vivendo os padrões
cristãos, enquanto, ele sim, se julga está na
posição de preferido de Deus. Sua deturpada
mente o conduz ao seu mundo Egocêntrico,
idealizado por sua vazia visão de Deus. O mundo
formado por nações, tribos e línguas, foi resumido
a ele só. Ele é o centro das atenções de Deus.
Veja, se a conduta e o testemunho
estiverem apoiados na doutrina bíblica,
certamente o crente se deixará influenciar pela
mensagem de Cristo e não em valores humanos.
A grande ênfase sobre a observância de
costumes e tradições regionais, e às vezes
inventados de maneira casual, tem de todos os
modos contribuído para afastar o crente do alvo
verdadeiro da vida cristã. Quando enfatizamos a
conservação dos costumes, muitos deles antigos,
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mas de nenhum valor para vida espiritual, na
realidade estamos induzindo os irmãos a levarem
um fardo pesado de imposições de homens. É por
isso que um grande número de conversos
abandona a fé antes aceita com alegria e firme
propósito.
Cerca de 50% dos conversos abandonam a
fé nos primeiros anos da Igreja. A realidade é que
de cada dez neoconvertidos, apenas seis voltam
no próximo culto; dos seis, quatro não assistem
mais do que cinco reuniões; aquele que fica, a
cada culto que passa, se sente abordado de forma
diferente, e às vezes contraditória à abordagem
da qual foi alvo quando aceitou a Jesus. Na
verdade ele se sente enganado.
É como um consumidor, que pagou antes N
reais por uma mercadoria, dois dias depois, ao
receber a mercadoria, recebe junta uma nota que
lhe cobra N + 1. Qualquer um se sentiria lesado,
enganado. Aí surge uma grande frustração; é
como uma propaganda enganosa.
Permita que eu fale um pouco mais sobre o
assunto. Para convensermos o pecador, fazemos
de tudo. Promessas, abraçamos, agradamos,
apertamos sua mão, dizemos venha como estás e
etc.
Tão logo a pessoa é recebida na igreja
começa um processo que acaba na maioria das

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vezes decepcionando-a. Começamos a
estabelecer restrições que não existiam antes.
Agimos com o neoconverso como se por palavras
ou por atitudes, estivéssemos lhe dizendo: “bem,
agora que você está aqui e é membro desta
igreja, não toques, não proves, não manuseies.
Venha aos cultos, dê o dízimo, e etc., e tudo
estará bem com você”. Veja se não é a salvação
proclamada como recebida por fé, mas que
deve ser mantida por obras, ou pela simples
prática de costumes .
Na igreja primitiva as pessoas eram
desafiadas a começar entrando pela porta
estreita. O próprio Jesus dizia: “quem não toma a
sua cruz, e não segue após mim não é digno de
mim”.
Jesus é a porta estreita e apertada, de
difícil acesso, principalmente para acomodados.
Os que conseguem entrar e por ela passam, note
o que Jesus diz: entrará e sairá.(Jo 10.9) Veja a
idéia de liberdade e de progresso na vida
daqueles que entram no reino de Deus através da
porta estreita, Jesus. Ele entra e sai. Note que
aqui não há a idéia de voltar atrás, nem de
estacionar, mas de sair, prosseguir para frente.
A vida cristã determinada por meros
costumes locais ou por tradições de homens, é
algo vazio, mórbido, e frustrante. É o oposto da
vida oferecida e transmitida por Jesus. Note o
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final de sua declaração: “... e achará
pastagem”.Jesus diz mais: “Eu vim para que
tenham vida, e a tenham em abundância” Jo
10.10.
A rigidez da maioria dos costumes que
pregamos hoje pode ser figurada como uma
espécie de muralha que cerca a igreja, para
protegê-la das influências mundanas. Mas, o que
adianta mantermos essas muralhas de pé e os
portões trancados, enquanto falta alimento
para manter a igreja viva dentro desta redoma?
O que é pior morrer nas mãos do inimigo ou
morrer de fome? O povo de Deus necessita hoje é
de alimento consistente.
Podemos manter todos os nossos bons
costumes, contudo, se o rebanho não for
alimentado com o alimento puro, extraídos da
Bíblia muitos membros podem perecer.
Em nossos dias, porém, ao contrário dos
dias da igreja primitiva, confundimos os valores
de uma vida espiritual ativa com costumes que
nada mais servem senão para fazer dos
discípulos da atualidade aquele tipo de “cristão
para inglês ver”, crentes de fachada. Estamos
banalizando a graça de Deus.
Algumas igrejas locais estão perdendo a
cada ano dezenas de crentes para outras igrejas
ditas “liberais”. Essas estão abarrotadas de

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crentes. Estes crentes estão louvando a Deus,
dizimando, tendo comunhão com os irmãos e o
pastor da igreja antiga, aquele duro nos
costumes, está ficando sozinho a cada dia, pois
ele confundiu alimento de ótima qualidade com
costumes e preceitos de homens.
Este pastor bem intencionado, cuidadoso
com o rebanho, temente a Deus, porém que não
se contextualizou vive num dilema terrível, pois
confunde a todo instante doutrina bíblica com
costumes e tradições. Já falei: “não acho nada de
errado nos bons costumes, porém eles não podem
substituir a graça de Deus na vida do cristão”.
Creio que os pastores liberais ou não devem
e podem orientar seus rebanhos a uma vida de
oração, santidade e um viver cristão piedoso
fugindo da aparência do mal. Eles podem primar
pela decência e pela ordem social e pela ética
cristã, porém evitando ultrapassar os limites da
relação pastor-ovelha. O púlpito não pode servir
para atingir o rebanho e sim para admoestar as
ovelhas.
Quando falamos de moral ela não apenas
deve atingir as mulheres, mas também aos
homens. Não se deve falar apenas das roupas,
dos decotes e pendentes. Deve-se exigir uma
vestimenta moralmente decente, vestimentas que
cubram a nudez tanto da mulher quanto do
homem. E não importa se são adolescentes, todos
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devem cuidar de vestir-se decentemente. Logo, os
pais devem ensinar seus filhos desde cedo.
Não acredito que pendentes, adornos e
pinturas sejam pecaminosos. Sinceramente, creio
que o homem e mulher devem cuidar de sua
aparência. Agora, devemos ter o cuidado para que
não ocorram exageros. Pendentes, adornos e
pinturas exageradas não são para quem é
aconselhado por Paulo, o apóstolo, para andar
discretamente, sem frisos e etc.
Tenho pregado em muitas igrejas, liberais
ou não, onde não tem alimento de qualidade, que
o pastor e sua família ficam sós, sem assistência.
Onde há alimento de qualidade, águas tranqüilas,
pastos verdejantes e etc, não importa se o pastor
é ou não liberal a igreja está cheia. Estes
pastores estão vivendo um grande problema: não
há espaço para colocar tanta gente. Enquanto
isso muitos queixosos que não têm Palavra
verdejante e águas tranqüilas ficam falando mal
dos outros pastores dizendo: “que eles liberaram
geral”, “que eles não têm o temor de Deus”, e
“que estão levando o povo para o inferno”. Acho,
sinceramente, que é pura inveja. Pura
incompetência.

IV - ATITUDES CRISTÃ ANTE AOS COSTUMES

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Muita gente toma suas decisões não como
resultado de qualquer esforço da sua própria
inteligência, ou de uma escolha imparcial, mas
para concordarem com o sistema ou com algum
hábito predominante, ou com o que a maioria está
praticando. Faz-se o que as pessoas querem que
façamos. Aquilo que é popular, então é certo.
As pessoas empurradas por motivos
externos a este comportamento, nunca
perguntam: esta ação é boa ou má? Ou esta
decisão está certa ou errada? Se aceita o
costumeiro como autoridade final sem
ponderação. O problema é que dentro dos
costumes há muitos conflitos que são um tanto
complicado. Há sempre dois ou mais pensamentos
sobre uma questão qualquer.
Um exemplo é que uma pessoa pode
considerar ilícita uma atividade (esportiva,
cultural, social, etc), enquanto outra poderá
considerar como algo mal e nocivo. As igrejas
agem da mesma forma. Às vezes se toma
decisões sem medir as conseqüências, se é
correto ou errado o costume ou tradição. Tomam-
se as decisões e o povo fica privado da liberdade
que conquistou em Cristo.

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Aqui vai um alerta, freqüentemente assuntos
muito importantes e assuntos absolutamente sem
importância são igualmente objeto de hábito. Em
nosso país é hábito ir-se à igreja aos domingos,
assim como é hábito de muitos brasileiros ir ao
estádio de futebol para ver o seu time jogar.
Agora veja, para muitos que vão à igreja, tornou-
se um hábito meramente social e não motivados
pela adoração a Deus.

As pessoas confundem às vezes tradição de


família, com vida cristã plena em Cristo. Não é
porque o costume é praticado pela coletividade
que ele é legitimo, isso não o faz inquestionável
como lei ou mandamento para as pessoas.

V - ATITUDE CRISTÃ FRENTE À CONSCIÊNCIA

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Pessoas inteligentes, tanto jovens como
velhos, são as que chegaram a convicções
pessoais bem definidas acerca do certo e do
errado. Em termo vida, seguem suas próprias
consciências. Isso não significa que eles não
aceitam costumes ou tradições. Essas pessoas os
aceitam, mas fazem-no conscientes, depois de
verificarem que são certos e verdadeiros.
Temos de ter inteligência para compreender
que esse negócio de maioria, muitas vezes
significa simplesmente que todos os tolos estão
do mesmo lado. Já parou para analisar qual seria
a situação do mundo hodierno, caso Jesus, os
Seus apóstolos e homens como Paulo, Jerônimo,
Martinho Lutero, Daniel Berg e Gunnar Vingren,
admitindo que estavam do lado oposto as
maiorias, tivessem cruzado os braços e seguido
após essa maioria? Pense um pouco. Existem
mentiras de tanto serem repetidas acabam soando
como se fossem verdades absolutas.
O que alguém considera certo hoje, poderá
vir a considerar errado amanhã. Isso não é sinal
de instabilidade. Pode ser indicação de
crescimento, maturidade. Além da consciência
treinada na Palavra de Deus, o cristão deve ter o
auxílio do Espírito Santo no momento de tomar
decisões.

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VI - EVITANDO A HIPOCRISIA
O propósito da doutrina bíblica é fazer o
cristão autêntico, verdadeiro. Na verdade não se
pode admitir um discípulo de Jesus que não tenha
bons costumes! Já vimos antes que a doutrina
bíblica gera bons costumes, mas o contrário não é
verdade. Mas se fizermos isso, vamos transformar
bons costumes num substitutivo da piedade
genuinamente cristã, virtude só alcançada através
da prática da doutrina bíblica.
Vejamos algumas peculiaridades do
farisaísmo, comparando-as com o viver
alegadamente cristão diante dos costumes e das
já famosas tradições. Leia o que Jesus diz em Mt
23.2-7; 13-17; 23-33., Ele os condena de
hipocrisia diretamente.
Em síntese, Jesus acusou os fariseus de:
falsos legisladores, abuso de autoridade,
religiosidade de fachada, amantes dos primeiros
lugares, pedras de tropeço, inimigos do reino de
Deus, espoliadores das viúvas (longas orações),
povoadores do inferno, omissos na prática da
justiça, promotores duma religiosidade exterior,
aparente santidade, candidatos à perdição e ao
inferno.

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Apesar de andarem conforme mandava o
figurino da sua religião, mesmo assim Jesus os
condenou, chamando-os: hipócritas, impuros,
guias de cego, serpentes e etc., Mt 15.3.
Teologicamente, analisando, o farisaísmo
originou-se durante o cativeiro babilônico, e os
seus adeptos diferem-se pelos seguintes
aspectos:
- Davam primazia à lei oral ( tradição), em
detrimento da lei escrita;
- Introduziam às práticas religiosas,
costumes e tradições não mencionados na
Palavra;
- Ostentavam uma piedade falsa;
- Desprezavam o povo comum, que sabiam
não poder cumprir o código dos Escribas;
- Satisfaziam-se com a simples aparência
exterior; e
- Pregavam uma lei democrática , várias
interpretações feitas por eles eram aceitas.
Veja se isto não acontece hoje no meio
evangélico? Jesus condena em sua palavra estas
atitudes vazias de sinceridade. Diante disso
podemos citar vários tipos de fariseus:
- O fariseu Ombro , que faz ostentação das
suas obras e fala aquilo que não é; há pessoas

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que ostentam uma aparência piedosa, mas na
verdade são ocas espiritual e emocionalmente.
- O fariseu Boa-ação, aquele que está
sempre dizendo que está fazendo isto ou aquilo e
até boas ações; essas pessoas já estão
recebendo aqui mesmo seus galardões.
- O fariseu Cego, aquele que vê e finge que
não viu nada; todos nós temos de tomar cuidado,
pois a cada dia que passa o nosso amor vai
esfriando e aí não vemos nada que acontece ao
nosso redor.
- O fariseu Contador de histórias , aquele
que vive a contar feitos dos outros como sendo
seus, vive contando vantagens e até falsos
milagres. O que tem de obreiros e irmãos
relatando feitos alheios ou simplesmente que
nunca existiram, não é brincadeira.

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VII - FATORES BÁSICOS A ESCLARECER

1 - Costumes e Tradições e a Salvação


a) Somente a fé no sacrifício de Cristo pode
salvar homem. Ef 2.8,9.
b) A transformação realizada pelo Espírito
Santo no ser humano começa em seu interior e se
reflete em sua vida exterior (I Ts 5.23). A interior
é mais importante porque é ela que produz a
exterior e não vice-versa.
c) Ignorância, vaidade e a má fé podem
conduzir a excessos no cuidado com práticas e
aparências exteriores e os excessos são sempre
prejudiciais (II Sm 21.2).
d) Os fatores culturais, em se tratando de
costumes e tradições devem ser consideradas
com toda cautela.
O fato de algumas pessoas adotarem
erroneamente algumas práticas para serem
salvas não invalida tais práticas quando são
feitas como resultado da salvação . Por exemplo,
alguém se abster do fumo para com isso ganhar a
salvação está errado. Deixar de fumar porque se
está salvo e liberto está correto. Agora, em se
tratando do relacionamento entre cultura e
cristianismo, é necessário ter muito cuidado. São
muito comuns as práticas pecaminosas ligadas às
culturas dos povos.

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Um evangelho que não provoca mudanças
não é o Evangelho. Se pessoas são mudadas,
povos também são modificados. Foi assim em
Éfeso (At 19.17-20), em Corinto (I Co 12.2), em
Creta (Tt 1.9-13) e tem de ser desta maneira em
nossos dias. Cremos que o Evangelho é
superior a cultura dos povos .

2 - O Batismo
Na igreja primitiva, quando uma pessoa se
convertia, era imediatamente batizada, conforme
At 8.36-38. Em nossas Igrejas o novo convertido
passa algum tempo sendo preparado para o
batismo. Por que isso? Uma das razões é que
antigamente qualquer pessoa ou era judia ou era
cristã ou pagã. Não havia meio termo. Quando
alguém se convertia ao cristianismo, se era pagã,
abandonava o culto aos ídolos com todas as suas
práticas demoníacas e imorais. Hoje em dia o
paganismo está muito sofisticado e há muitas
pessoas que dizem ser cristãs e, na verdade, são
pagãs. É preciso um tempo para se aprender
realmente o que significa ser cristão.

O Evangelho não mudou, mas o mundo


mudou. Então, até que o novo crente conheça os
principais itens do pacto que há entre os membros
da denominação em que quer se batizar, vai um
certo tempo. Se sua conversão for genuína e

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FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições
Jesus vier buscar a Igreja, ou ele morrer, não há
problema, ele está salvo porque não deixou de
batizar-se por desobediência. Jesus não disse:
“quem não for batizado será condenado ”.
Disse: “quem não crer será condenado ”. Mc
16.16.

3 - O Alcoolismo
O álcool tem causado muitos males a família
do que qualquer outra droga. O álcool tem seu
consumo estimulado por todos os meios de
comunicação. Agora adolescentes e jovens tem
tido acesso com muita facilidade ao álcool em
nossos dias. Entra-se no supermercado e as
prateleiras estão lotadas de bebidas alcoólicas,
são vendidas como mercadorias inofensivas. Qual
o resultado disso? Famílias inteiras arruinadas,
crimes e mais crimes induzidos pela embriaguez,
acidentes graves e um grande número de
enfermos ocupando leitos de hospitais com
doenças provocadas pelo álcool.
A indústria do álcool está realmente a
serviço do inferno e seria banida se três coisas
fossem levadas em consideração:
1 - Se os que bebem socialmente são a
maioria, então são eles que financiam essa
destruição, a desgraça dos viciados.
2 - O alcoólatra foi algum dia um bebedor
moderado e ele nunca seria o que é se não
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FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições
tivesse tomado o primeiro copo (bebido
socialmente).
3 - Existe um esquema infernal com o
objetivo de levar milhares de pessoas a serem
escravas do álcool. O álcool, comprovadamente
cria dependência, e o esquema com publicidade,
as tensões, e os hábitos sociais funcionam como
peças fundamentais para arrebatar as pessoas.
Estas coisas tornam diferente a tolerância para
com a bebida hoje da tolerância que havia nos
tempos bíblicos. “ Não vos embriaguez com o
vinho, no qual há contenda , mas enchei-vos do
Espírito Santo ”.
As Vítimas do Álcool
O álcool faz milhares de vítimas todos os
anos nas ruas e nas estradas brasileiras. Isso é
real e ninguém pode negar. O governo faz
campanhas publicitárias na tentativa de
sensibilizar àqueles que bebem bebida alcoólica,
porém o esforço e o gasto governamental
parecem inúteis. Parece que não limite para os
acidentes de trânsito causados pelos usuários
desta droga legal. Repito droga, pois causa
dependência química, trazendo sérios prejuízos
ao organismo de várias formas.
Aqui vai um lembre. A maioria dos
dependentes químicos desta droga têm grande
dificuldade de liberta-se. Atualmente, já existem

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FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições
grupos do AA por quase todas as partes do país,
porém muitas pessoas não chegam a tempo nos
AA para receberem ajuda.
Agora quero que você reflita um pouco.
Seria possível você chegar num templo para
adorar ao Senhor embriagado? O que você
acharia se o pastor da igreja chegasse no templo
para ministrar a Palavra de Deus para a igreja
alcoolizado? O que você acha se um familiar seu
se tornasse dependente químico do álcool? O que
você faria?

4 - O Tabagismo
O hábito de fumar provoca uma variedade
enorme de doenças. Causa desde problemas
dentários a câncer. Afeta ao fumante voluntário e
os chamados fumantes involuntários - pessoas
que respiram o ar contaminado pelos fumantes. O
fumante pratica três coisas:
- Escravidão ao vício; Autodestruição e o
Desperdício. Leia: Hc 2.13; Is 55.2.
O cristão não fuma, pois ele é o Templo do
Espírito Santo. I Co 3.17 e I Co 7.23
Também tem a hipocrisia dos defensores da
ecologia, combatem a poluição do ar e, no
entanto, vivem jogando fumaça de cigarro
diretamente para dentro de seus próprios pulmões
e para os pulmões dos outros.

26 JO RG E LE I BE
FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições
5 - Aparência Pessoal
a) Princípios Bíblicos sobre Vestimentas :
1 - A função principal de nossas
roupas é cobrir a nudez . Esta verdade é exposta
em Gn 3.7,21 até Ap 16.15. Existem muitas outras
referências sobre o assunto: Gn 9.20-25, Ex
20.26, Ex 32.25-29, Jo 21.7, Ap 3.18 . Tanto
homens como mulheres devem vestir-se
convenientemente, cobrindo a nudez do corpo.
Há trajes, utilizados em nossos dias,
que sutilmente induzem as pessoas à
sensualidade, cobrindo o corpo sem cobrir a
nudez. Roupas transparentes, as muito justas, as
decotadas e etc.
2 - Roupas masculinas e femininas
devem ser diferentes entre si. A defesa deste
princípio tem causado muitos problemas a
Assembléia de Deus no Brasil. A Bíblia não é
machista nem feminista (Gl 3.28). O que ela
ensina é que Deus fez o homem para ser homem
e a mulher para ser mulher. Em Dt 22.5 está a
questão. Este texto menciona claramente a
orientação divina de que as vestes masculinas
devem ser diferentes das femininas. Logo,
criaram dois argumentos para combater este
texto: 1º Não se pode basear uma doutrina em
uma única passagem bíblica; 2º Roupa masculina
ou feminina são conceitos subjetivos.

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FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições
O 1º argumento, contém um princípio
escriturístico básico e nisto nosso versículo não
está nada solitário. O princípio básico é que Deus
criou o homem física e psicologicamente diferente
da mulher. Deus quer que homem se pareça com
homem e a mulher se pareça com mulher. Os
próprios travestis buscam a qualquer preço se
parecer com mulheres. “ Então vereis outra vez a
diferença entre o que serve Deus e o que não
serve”.
O 2º argumento, traz a idéia de
conceitos subjetivos. Há quem pergunte: “quê são
vestes masculinas e femininas? Quem disse que
calças compridas são vestes masculinas? Nas
sociedades ocidentais o são e há muitos séculos.
Dentro do conceito ”tapar o sol com a peneira” há
quem apele para o raciocínio de que, existindo
saias e vestidos mais indecentes do que calças
esporte, o uso destas últimas se justifica. Ora, um
erro não justifica outro. Para quem não sabe, as
calças foram impostas às mulheres para que
elas exponham seus corpos.
É verdade que muitas mulheres não estão
conscientes, mas outras sim. Os homens sim.
Quando uma mulher, trajando calça comprida,
passa pelos homens na rua. Estes
automaticamente a acompanham como olhares
cheios de cobiça. Tais olhares podem envaidecer
muito uma mulher mundana, mas são
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FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições
completamente abomináveis para as santas de
Deus.
Aqui está o problema. Quando as santas de
Deus não entendem isso, começam perder a
graça e a pecar. Elas acabam fazendo com que
servos de Deus autênticos percam a graça diante
da sensualidade exposta inadvertidamente.

b) Os nossos Cabelos
Encontramos escrito em I Co 11.14,15
que é desonroso para o homem ter cabelo
crescido e que com a mulher acontece o
contrário. Deus quer diferenciar o homem da
mulher também através do cabelo. As desculpas
de que afeta a higiene e falta de tempo são
totalmente infundadas. Não serão os cabeleireiros
homossexuais ou atores e atrizes prostituídos e
possessos de demônios que irão nos dizer o que
é certo para nós como filhos de Deus. Leia Ap
9.8. (demônios com rostos de homens e cabelos
de mulher). Leia Ct 4.1; 7.5; I Co 11.4-15.

6 - Jogos de Azar e Bingos


Há alguns problemas básicos com os jogos
de azar.
O primeiro é que tais jogos viciam, vício é
escravidão e o filho de Deus não pode ser servo
de nada além do próprio Deus.

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FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições
O segundo é o desperdício de tempo e de
dinheiro, Tg 4.17.
O terceiro é que os jogos induzem as
pessoas a terem uma vida inútil, ganhando ou
perdendo dinheiro sem produzirem nada.
E quarto quem ganha a vida com o jogo,
vive do prejuízo dos outros. Hc 2.9 e Sl 1.1.
Jogos e eventos como Disque-900, Tele-
sena, Papa-tudo, Tele-sorte, Sorteios com
conotação de jogos, Loteria, Sena, caça-
níqueis, Raspadinhas e Bingos são totalmente
abomináveis. Muitos pais de família deixam de
alimentar seus filhos para gastar o dinheiro
nestes jogos. Temos de entender que esses jogos
viciam e fazem com que as pessoas aspirem
ganhar a vida sem produzirem, sem trabalharem. I
Ts 5.22. Leia ainda Sl 128.2 e Gn 3.17-19.
Os aposentados estão se perdendo nos
bingos da vida. Alguns em face à proibição do
governo estão revoltados alegando que este bingo
era o único meio de diversão que tinham. Na
verdade eles já estavam viciados. Veja só: os
aposentados na sua maioria ganham pouco e o
pouco que ganham estão entregando para os
explorados dos bingos e caça-níqueis. É uma
vergonha.
Há jogos, como a roleta, o baralho e a
porrinha (palitinho), que são sempre associados à
apostas. Os crentes não devem praticá-los nem
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FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições
por brincadeira! Primeiro para evitar a aparência
do mal (I Ts 5.22) e segundo, os prejuízos que
tais jogos sempre acarretam.
Não foi isso que Deus planejou para os seus
filhos, Ele tem prosperidade para os fiéis nos
dízimos e nas ofertas alçadas (Ml 3.10). Preciso
dizer ainda que só ficam ricos os donos e os
promotores desses jogos e “sorteios”. Sei que
alguém vai perguntar, irmão e os sorteios feitos
pelas rádios evangélicas (fogões, televisão, carro
e etc.)? A questão a considerar é que neste tipo
de sorteio não se utiliza recurso de espécie
alguma. Os sorteios são feitos para promover
eventos, produtos e outros assuntos com o
objetivo de conquistar clientes e etc. Olha se o
seu coração não lhe condena, tampouco eu! O
importante aqui é não se deixar dominar a ponto
de começar a viver em função dos sorteios. Paulo
diz: “Todas coisas me são lícitas,... mas eu não
me deixarei dominar por nenhuma ” I Co 6.12;
depois fala: “..., mas nem todas as coisas
edificam.” I Co 10.23.
Diante do exposto acima gostaria
que refletisse e visse se realmente nós
precisamos praticar esses artifícios
para termos algo. Espere pelo melhor
de Deus, não troque a benção de Deus
por jogos e eventos.
Lembre-se, nos jogos dos milhares de
participantes apenas um sai vencedor . Deus tem
o poder de abençoar a todos!

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FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições
VIII - O QUE CRÊEM OS VERDADEIROS
EVANGÉLICOS NO BRASIL

1 - Em só Deus, que subsiste eternamente em


três pessoas: o Pai, o Filho e o E. Santo, Dt
6.4; Mt 28.19; Mc 12.29.
2 - Na inspiração verbal da Bíblia, única regra de
fé e prática: 2 Tm 3.14-17.
3 - No nascimento virginal de Jesus, em sua
morte vicária e expiatória, em sua ressurreição
corporal dentre os mortos e sua ascensão aos
céus: Js 7.14; Rm 8.34 e At 1.9.
4 - No pecado do homem que o destituiu da glória
de Deus, e que só o arrependimento e a fé na
obra expiatória e redentora de Cristo é que o
pode restaurar a Deus: Rm 3.23; At 3.19.
5 - Na necessidade absoluta do novo nascimento,
Jo 3.3-8.
6 - No perdão dos pecados, na salvação presente
e perfeita e na eterna justificação da alma. At
10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.2; 5.9.
7 - No batismo bíblico efetuado por imersão do
corpo inteiro uma só vez em águas, em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo, como
ensinou Jesus. Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12.
8 - No batismo bíblico com Espírito Santo que nos
é dado por Deus mediante a intercessão de

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Cristo, com a evidência inicial de falar em
outras línguas, leia At 1.5; 10.44-46; 19.1-7.
9 - Na atualidade dos Dons espirituais dados pelo
Espírito Santo para a edificação, consolação e
exortação da Igreja, 1Co 12.1-12.
10 - No viver santo mediante a obra expiatória e
redentora de Jesus, Hb 9.14; 1 Pe 1.15,16.
11 - Na segunda vinda de Cristo, em duas fases:
1ª Invisível ao mundo, para arrebatar a igreja
fiel da Terra, antes da tribulação; e
2ª visível e corporal, com sua igreja
glorificada, para reinar sobre o mundo por
mil anos, 1 Ts 4.16,17; 1 Co 15.51-54; Ap
20.4; Zc 14.5; Jd 14.
12 - Que todos os cristãos comparecerão diante
do Tribunal de Cristo, 2 Co 5.10.
13 - No juízo vindouro que justificará os fiéis e
condenará os infiéis, Ap 20.11-15.
14 - Na vida eterna de gozo e felicidade para os
fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis,
Mt 25.46.

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FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições

IX - O QUE PODEMOS CONCLUIR?


Não me consta que Deus tenha delegado
aos lideres o poder de determinar o que compete
à igreja fazer ou não fazer. Sei que isso chocará
a muitos, principalmente aqueles lideres
acostumado, na verdade viciados, a imporem seus
gostos e caprichos sobre a igreja que pastoreiam,
sem nenhum respaldo na autoridade de Deus e da
Sua Palavra. Acredito, sim, que Deus tem dado
aos lideres autoridade no sentido de orientar os
membros de nossas igrejas a tomarem decisões
por si mesmos, como igreja fazendo-a participante
do seu próprio governo.
A superação dos problemas causados pelo
grande número de costumes que vem asfixiando
nossas igrejas e criando nos crentes um desprezo
pela doutrina verdadeiramente bíblica, só poderá
acontecer no momento em que pudermos refletir
sinceramente e sem emoção os seguintes pontos:
1 - O ministério local , precisa entender que
a autoridade vinda de Deus nunca pode ser
exorbitada no exercício pastoral, impondo à
congregação costumes por simples questão de
preferência pessoal. Os membros de nossas
igrejas devem ser feitos servos de Cristo e nunca
escravos dos caprichos humanos, muitas vezes
resultantes de zelo pessoal.
2 - Os púlpitos precisam estar ocupados
pela interpretação correta e equilibrada da Bíblia.
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Precisamos resgatar a Bíblia do “cativeiro” em
que se encontra, presa a interpretações inexatas.
3 - Precisamos ver se os costumes , regras
e tradições impostos tornam na sua observância
os crentes diferentes do mundo ou parecidos com
Cristo?
4 - Necessitamos ser sinceros e humildes
de verificar a necessidade de abolir tradições
(confessadamente de homens), que mais
prejudicam do que contribuem para o progresso
dos fiéis, fazê-lo com coragem e sem complexo de
culpa. A alegação de que devemos agir deste ou
daquele modo porque foi assim que agiram os
santos do passado, é questionável. Talvez você
use como contra-argumento, Pv 22.28: “Não
removas os limites antigos que teus pais fixaram”.
Este é um texto isolado e não uma doutrina
bíblica. Certamente esta recomendação não
implica na proibição de remover costumes
antigos, pois segundo as Escrituras:
- Davi aboliu a tradição quando entrando no
santuário comeu do pão da proposição, só
permitido ao sumo sacerdote;
- Jesus anulou o costume de não trabalhar
no sábado;
- Pedro anulou o costume segundo o qual
um judeu não podia se congregar com um gentio;

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FATUN Doutrinas, Costumes e Tradições
- Daniel Berg e Gunnar Vingren quebraram a
tradição quando falaram em línguas estranhas
dentro duma Igreja Batista; e
- O Espírito Santo está quebrando uma
tradição pentecostal batizando membros de
igrejas tradicionais.
5 - Os bons costumes resultantes da
prática da sã doutrina, principalmente aqueles
que têm contribuído para a edificação e unidade
do corpo de Cristo, devem ser mantidos. Porém,
independentemente de quais sejam eles e de
onde são praticados, eles não têm a virtude de
serem assimilados como doutrina. Lembre-se eles
não salvam ninguém! Leia Cl 2.6-8, 20-23.
Deus nos chama a atenção no sentido de
trazermos os nossos púlpitos de volta para a
Bíblia, ou a Bíblia de volta para eles, e assim
trazer ao povo do Senhor à verdadeira doutrina.
6 - O povo de Deus nunca deve confundir
liberdade em Cristo com libertinagem , esta
última do diabo. A Doutrina Bíblica gera
costumes, valores e regras que precisam ser
observados. O contrário não é verdade. Nunca vi
costume gerar doutrina bíblica, gera sim doutrina
de homens.
Que o Senhor Deus vos de a graça de
entender o propósito desta obra, feita visando
abençoar e esclarecer vidas que estão de alguma
maneira envolvidas com um dos assuntos acima.
Agradeço ao Senhor Jesus .
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“QUE DEUS VOS PROSPERE


ABUNDANTEMENTE”.

BIBLIOGRAFIA
1. SILVA, Pr. Antônio Gilberto da. Através da
Bíblia, RJ: CPAD, 94.
2. THOMPSON, Bíblia de Referência. Edição
Contemporânea, RJ: Ed. VIDA, 95.
3. PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. Edição
Brasileira, RJ: CPAD, 95.
4. OLSON, N. Lawrence – Plano Divino Através
dos Séculos.
5. PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas
da Bíblia – Editora Vida, Miami, USA, 78.
6. LEIBE, Jorge, S. Pereira. HERMENÊUTICA –
Editora FATUN – RJ – Brasil – 98.

Convites: (021) 2290-0147 ou 2253-7266

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