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Eu sou Gilberto Gil.

Estou aqui no Rio de Janeiro, cidade onde eu moro há muitos anos. Eu sou nascido na
Bahia, em Salvador, mas já moro no Rio há muitos anos.
Eu morei um tempo em São Paulo, depois fui pro exterior, na época do exílio, eu estive
em Londres durante três anos, foi nessa época em que eu Fiz contato mais amplo com a
Europa, cantei na Espanha, na França, na Suíça, na Itália, na Alemanha, iniciei,
praticamente, minha carreira Internacional naquela oportunidade, mil novecentos e
sessenta e nove, setenta, setenta e um. Depois voltei ao Brasil e me estabeleci no Rio de
Janeiro, que é a cidade onde eu vivo até hoje. Estamos a hoje, por exemplo, pra que tá
muito quente, é verão, está um calor muito forte mas é uma cidade muito calorosa
também no sentido humano, não só no sentido climático, mas também no sentido
humano. É a cidade das escolas de samba, é a cidade das praias bonitas, das morenas, é
a cidade da garota de Ipanema.
Pra mim a colaboração com outros artistas, com outros colegas, eh cumpre funções
variadas. A primeira delas é o é a realização de um sonho que vem desde a infância,
quando eu escutava os grandes artistas do rádio, do disco, na época que eu era menino.
Rapaz, eu sonhava com, com eles, como se fossem Tios meus ou padrinhos ou enfim
Estar perto de, de Dorival Caymmi, ou de Jacó do Bandolim, ou de Antônio Carlos
Jobim, era como estar próximo da própria fonte geradora de música. Então, o primeiro
papel que que a colaboração com outros artistas tem é esse, de me aproximar da das
outras fontes de música.
Outros que realizam música e que foram os inspiradores, os incentivadores do meu
trabalho. Ah, depois, eh, tem uma outra função, que é a troca, mesmo, de informação,
tem um sentido mais utilitário, digamos assim.
Tem um sentido de ensinamento também, eles me ensinam coisas, me ensinam coisas
tanto no ponto de vista do da alma, do coração, trazem sentimentos diversos, emoções,
sensações diferentes, mas também me trazem técnicas diferentes, conhecimentos
diferentes, informações diferentes sobre como fazer música, como manipular os
elementos que constituem a música. Um dia, um ritmo diferente, uma sensibilidade
melódica diferente, uma sensibilidade harmônica diferente, um texto, uma palavra, uma
poesia, diferente, colaboração com os artistas
É fundamental. Tem muitas outras finalidades e utilidades também. Mas essas duas
principalmente.
A música eh eh interage com a política, eu tenho impressão que da mesma forma que
interage em todas as outras As outras expressões populares, todas as outras formas de
De comunicação, de manifestação que estão eh ligadas à indústria cultural, ligadas a
mídia, eh ligadas a ao as a linguagem popular, as linguagens populares, tenho impressão
que a música se relaciona com a política da mesma maneira que que o teatro, que a
televisão, eh, que os esportes, enfim, eh em muitas circunstâncias, a música pode ser
usada como uma, uma, uma, uma forma de veículo para o discurso político.

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