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Colégio Dos Jesuítas2
Colégio Dos Jesuítas2
Licenciatura em Turismo
Funchal 2020
I.S.A.L. Instituto Superior de Administração e Línguas
Licenciatura em Turismo
Funchal 2020
INDÍCE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
4. CONCLUSÃO................................................................................................... 11
5. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 12
Instituto Superior de Administração e Línguas| Licenciatura em Turismo
1. INTRODUÇÃO
Por mais de 400 anos teve vários visitantes importantes, desde os Jesuítas que
edificaram o conjunto histórico para propagar a fé cristã, passando pelos invasores
ingleses e pelos militares que aqui se instalaram durante mais de um século, até chegar
aos nossos dias como sede da Universidade da Madeira.
A Associação Académica da Universidade da Madeira, instituição atualmente
integrada neste conjunto arquitetónico, veio implementar um conjunto de ações para
dar a conhecer este importante monumento secular à população e aos seus visitantes,
nomeadamente:
• Circuito de visitas autónomas ao exterior do edifício, no qual é fornecido
um desdobrável gratuito em 7 idiomas (português, inglês, francês,
alemão, espanhol, russo e mandarim);
• Visitas guiadas e exposições periódicas;
O corpo do trabalho é composto por uma revisão de literatura, tentámos reunir o
essencial dos textos consultados (artigos de enciclopédias, revistas e jornais científicos
especializados) expondo a matéria de modo suficientemente abrangente e profundo,
tentando proporcionar uma abordagem prática e esclarecedora do tema, sem, contudo,
deixar de atender à especificidade e ao rigor indispensáveis.
Tal como acontece com a maior parte dos trabalhos, o conteúdo deste trabalho
deverá ser compreendido tendo em conta as suas limitações, falta de artigos sobre o
tema e características do próprio trabalho.
2.1. HISTÓRIA
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Universidade da Madeira
Com efeito, o colégio foi inicialmente previsto com um pátio e tem hoje dois, de
campanhas de obras diferentes; a capela-mor da igreja entra francamente num dos
corredores do colégio, sinal de ter havido dificuldades de articulação geral do espaço;
a torre da igreja não se integra nem com a mesma nem com o colégio, parecendo, pelos
pormenores de construção, ser anterior a todo o conjunto; etc. No mesmo sentido, um
ou dois dos visitadores mandaram iniciar as obras sem que houvesse aprovação para
tal do geral da Companhia, em Roma, alegando que a autorização viria depois.
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realizado de 1545 a 1563, foi o 19º concílio ecumênico da Igreja Católica. Foi convocado pelo Papa
Paulo III para assegurar a unidade da fé e a disciplina eclesiástica,[1] no contexto da Reforma da Igreja
Católica e da reação à divisão então vivida na Europa devido à Reforma Protestante, razão pela qual é
denominado também de Concílio da Contrarreforma. O Concílio foi realizado na cidade de Trento, no
antigo Principado Episcopal de Trento, região do Tirol italiano.
o próprio camarim do altar-mor ficar saliente no atual corredor das antigas capela e
biblioteca. Este planeamento previa somente um conjunto de edifícios à volta de um
pátio, depois “pátio dos padres”, com uma igreja simples. Com a expansão da igreja,
uma das construções mais notáveis que existe na ilha, terá vindo a edificação do
segundo pátio, a norte, o “pátio dos estudantes”, contemporâneo ou até anterior à
construção da igreja (1629), uma vez que o portão das aulas, que com certeza ficava
anexo ao conjunto edificado, dando para a cerca e R. dos Ferreiros, tem a data de 1619.
A torre foi levantada entre 1578 a 1590 e a de ala do Castanheiro foi construída entre
1595 e 1599.
Segundo Carita (2013), a primeira ala a ser construída foi a que corre sobre a R.
do Castanheiro e de que ficaram inúmeros pormenores dos finais do séc. XVI e,
provavelmente, também elementos que podem ser anteriores e que foram
reaproveitados, como a pequena janela de molduras de cantaria chanfrada, hoje nas
escadarias que ligavam os corredores à antiga capela interior e no piso térreo da rua
citada. Em toda essa ala ficaram pormenores, no piso térreo, de ombreiras de portas,
provavelmente de 1599. O andar superior, no entanto, deve ser já do séc. XVII e,
provavelmente, pode ter sido alteado ao longo dessa centúria ou mesmo nos inícios de
Setecentos. Uma das campanhas mais interessantes envolveu a fachada ao pátio dos
estudantes, que, nitidamente, foi desmanchada e remontada 2 m para dentro do pátio,
tendo o piso térreo, do séc. XVI/XVII, ficado semi-emparedado. O andar intermédio
manteve a mesma escala intimista e nos inícios do séc. XVIII, o conjunto terá sido
dotado com mais um andar.
A descrição corresponde assim ao edifício que temos hoje, sinal de que, depois
dos Jesuítas, os militares que ali estiveram, ao longo de quase 200 anos, não alteraram
significativamente as estruturas e linhas gerais do imóvel. A fachada ao longo do atual
Largo do Município mantém também as linhas gerais, com o corredor da portaria, com
um piso térreo e um intermédio, que deve ter sido construído por volta de 1665, ainda
havendo um outro superior. Teve um remate em frontão sobre o final do chamado
“corredor grande”, que percorre todo o edifício ao longo da R. do Castanheiro, mas
que desapareceu nos finais do séc. XIX, restando apenas algumas fotografias. Teve
igualmente um alpendre, no acesso à portaria, coberto por coruchéu, como existe em
quase todos os restantes colégios portugueses e de que ficou uma gravura inglesa dos
Colégio Jesuíta do Funchal| História de Arte
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inícios do séc. XIX (CARITA, 2016). Esse alpendre terá desaparecido com as obras
de 1835, quando também desapareceu a ampla escadaria, a pedido da CMF, para
ampliar a então Rua do Ouvidor. (DA SILVA & MENESES, 1998)
Na fachada sobre a Rua dos Ferreiros subsiste o antigo “portão das aulas”, o
elemento datado mais antigo do colégio (1619) e que está dotado das armas reais
portuguesas, e também ainda subsiste o antigo campanário das aulas, a rematar este
corredor. Os dois corredores perpendiculares (o da livraria e da capela e o dos
lavatórios) são realçados na fachada da Rua dos Ferreiros, em relação ao corredor do
eirado, por frontões rematados com pináculos e que, pela sua elegância, nos parecem
mesmo de meados desse séc. XVIII. Interiormente, ainda mantêm as conversadeiras,
com bancos de encosto de madeira, o mesmo acontecendo ao longo desse corredor em
algumas das salas voltadas para a Rua dos Ferreiros e para o pátio dos estudantes, do
corredor dos lavabos, mas mais pequenos e sem os encostos de madeira.
A fachada sobre a atual Rua dos Ferreiros deve ter conhecido pelo menos três
campanhas de obras. A primeira terá decorrido no séc. XVII e dela, em princípio,
somente restam, no interior do edifício, junto à fachada norte desta ala, hoje no pátio
dos estudantes, vestígios de portas e janelas, deixadas ficar nas obras de reabilitação
de 2000 e 2001 como elementos de memória, e também uma janela no piso superior,
geminada, que se afasta muito de todo o restante conjunto. Entre os finais do séc. XVII
e os primeiros anos do XVIII deve-se ter reconstruído este corpo, dotado de três portas,
no piso térreo de um conjunto monumental, que devem ter sido muito afetadas pelo
terramoto de 1748. Depois do terramoto, todo o conjunto deve ter tido obras,
reformulando-se as grandes janelas do final dos corredores, rematadas à Rua dos
Ferreiros por frontão triangular e pináculos, com o emblema da Companhia em estuque
relevado, infelizmente só reconhecível pela cartela3.
Pelas evidências nas cantarias das antigas portas, os panos laterais do conjunto
terão tido grades de ferro fixas e, o central, móveis, sem portadas de madeira. Como
nos restantes colégios, terão tido, com certeza, alpendres. Todo o lintel do conjunto
era formado por dupla fiada de cantaria rija insular e sofreu, entretanto, um grande
3
Elemento decorativo oval ou oblongo com uma face ligeiramente convexa, tipicamente emoldurado
por um floreio em forma rolo. É utilizado para abrigar uma pintura ou um baixo relevo
desastre, pelo que desapareceram os tramos centrais das cantarias e toda a estrutura
ficou desaprumada. Tudo leva a crer ter sido no grande tremor de terra do dia 31 de
março de 1748 que os lintéis caíram e a estrutura cedeu.
Segundo CARITA (2016), em 1768, o colégio foi utilizado para servir de aula
militar e, dez anos depois, doado para seminário, tomando a diocese posse do mesmo
a 22 de setembro de 1787). Mas com a invasão inglesa de 1801 e a utilização do colégio
para aquartelamento, o edifício não voltou à posse da diocese. Ali seria instalado o
batalhão de artilharia, em 1802; em seguida, entre 1808 e 1814, as novas tropas
inglesas de ocupação; após a saída das mesmas, o batalhão de infantaria do Funchal,
que somente viria a sair dali para as novas acomodações em São Martinho, estas
inauguradas a 31 de outubro de 1970.
3. CARACTERÍSTICAS ARQUITETÓNICAS
A igreja de São João Evangelista. Mostra um Templo jesuíta típico, com uma
arquitetura religiosa educativa, maneirista e barroca. Tem uma grande e alta nave
única, falso transepto e larga e profunda capela-mor, perfeitamente em evidência. A
nave da igreja é bordeada de capelas laterais, iguais e comunicantes, isoladas da nave
por balaustrada de madeira torneada, sobre as quais corre uma passagem embutida na
parede, com janelas e balcões, ao nível do coro, que cobre a entrada, com
correspondência ao mesmo nível no piso que percorre as capelas colaterais e a capela-
mor. A nave e o sub-coro são cobertas por teto de madeira pintado, enquanto todas as
capelas são cobertas por abóbadas maneiristas de berço em pedra. Este esquema
arquitetónico foi definido em Portugal antes dos finais do século XVI e divulgado por
todo o Mundo por onde os missionários jesuítas espalharam a Palavra de Cristo e os
Ensinamentos do Concílio de Trento, devendo ser um dos esquemas arquitetónicos
mais divulgados de sempre. A Igreja deve ter sido desenhada inicialmente por Mateus
Fernandes (III), por volta de 1590-95, sob as diretivas dos jesuítas, altura em que se
levantou a torre, a obra mais antiga do conjunto, sendo, entretanto, ampliada e a
primeira pedra foi lançada em 1624. As paredes estavam levantadas por 1630, segundo
a Insulana de Manuel Tomás. O principal recheio da igreja de São João Evangelista do
Funchal é o seu conjunto de retábulos de talha dourada, datados de 1647, 1648, 1654
e 1660. São atribuíveis à oficina de Manuel Pereira, ativa no Funchal entre 1632 e
1670 e, os das quatro capelas laterais sobre a entrada, muito provavelmente à do seu
filho, Manuel Pereira de Almeida, ativa nos finais do século XVII. O altar-mor é
considerado uma das joias da talha madeirense desta época, tendo sido levantado em
1646/47 e depois reformulado em 1660, data que ostenta ao lado do amplo sacrário de
talha, para integração de um "trono" ou "camarim", para exposição do Santíssimo.
Integram ainda esta capela duas importantes tábuas pintadas: um Presépio, à esquerda,
do lado do Evangelho, atribuível a uma oficina flamenga, "tenebrista", dos anos 20 do
século XVI e, do lado oposto, da Epístola, uma Adoração dos Reis Magos, atribuível
à escola de Veneza (Veronezo ), ou de Roma (Lourenço de Salzedo, pintor da rainha
Exteriormente
O último piso é rematado por empena triangular coroada por cruz latina. Ostenta
ao centro o escudo de armas do reino, inscrito em moldura pentagonal, tocando esta
na janela que se abre logo abaixo. No eixo das janelas duplas surgem dois nichos, onde
se encontram duas esculturas que representam S. Francisco de Borja e Estalisnau
Kostka.
4. CONCLUSÃO
Este trabalho é o culminar de uma visita de estudo e de uma pesquisa que exigiu
uma análise e uma reflexão profunda sobre o surgimento e características do colégio
jesuíta do Funchal e a sua evolução, possibilitando a obtenção de conhecimentos.
Fundado por alvará do rei D. Sebastião em 20 de agosto de 1569, o Colégio dos
Jesuítas marcou, ao longo dos séculos, a vida de toda a ilha da Madeira.
O colégio e a igreja de São João Evangelista foram o maior complexo edificado
até ao século XIX. O colégio, hoje sede da Universidade da Madeira, encontra-se
dividido em cinco corredores e dois andares. A igreja é um amplo templo jesuíta, com
nave grande e alta. A nave é ladeada por capelas idênticas, sobre as quais se encontra
uma passagem embutida na parede com janelas e balcões ao nível do coro.
Este esquema arquitetónico foi definido em Portugal antes dos finais do século
XVI e, mais tarde, espalhado por todo o mundo, onde os missionários Jesuítas levavam
a Palavra de Cristo. Este é, provavelmente, um dos esquemas arquitetónicos mais
divulgados de sempre.
O recheio principal da igreja é o seu conjunto de retábulos de talha dourada,
datados de 1647, 1648, 1654 e 1660. O altar-mor é considerado uma das joias da talha
madeirense desta época. Entre as muitas capelas, a das 11 Mil Virgens destaca-se pelo
seu belíssimo altar. Esta igreja apresenta ainda uma coleção excecional de azulejos das
oficinas portuguesas em Lisboa.
Todos os objetivos propostos inicialmente foram cumpridos e este estudo foi
realmente interessante e definitivamente instrutivo, elevando o meu o grau
conhecimento da matéria estudada.
5. BIBLIOGRAFIA
Académica.
29 de 12 de 2019, de http://aprenderamadeira.net/colegio-dos-jesuitas/:
http://aprenderamadeira.net/colegio-dos-jesuitas/
Funchal.
5.1.REFERÊNCIAS ON-LINE
• http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5012
• https://www.madeira-web.com/pt/locais/funchal/arquitetura/colegio-dos-
jesuitas.html
• http://www.visitmadeira.pt/pt-pt/o-que-fazer/cultura/pesquisa/colegio-dos-
jesuitas-do-funchal
• https://www.infopedia.pt/$igreja-de-s.-joao-evangelista-(funchal)