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Obra: Oréstia, com direção de Malu Galli e Bel Garcia.

Link: https://youtu.be/GT8a2OU27Eg

Oréstia, de Ésquilo, escrita em 458 a.c., é uma trilogia composta pelas peças “Agamênon”,
“Coéforas” e “Eumênides”.

A primeira parte, Agamênon retorna da guerra de Troia, que se saiu com sucesso, após matar a sua
própria filha, Ifigênia, em sacrifício aos deuses. Clitemnestra, esposa de Agamênon e mãe de Ifigênia,
vingou a morte da filha assassinando o próprio marido com a ajuda do amante, Egisto. Ainda em
Agamênon, tem a Cassandra, vidente no qual previu a morte de Agamênon e a dela mesma.

A segunda parte, Orestes, filho de Agamênon, é orientado pelo deus Apolo, como vingar a morte do
pai, e retorna a cidade. O amante de Clitemnestra também é morto por Orestes, com a ajuda do
deus Apolo e da sua irmã Electra, que era maltratada pela mãe, Clitemnestra.

A terceira e última parte, Eumênides, traz a ira de Clitemnestra, já morta, materializada nas Fúrias,
que são vistas somente por Orestes e responsáveis pela sua loucura. Narra também o julgamento do
crime de Orestes: o assassinato da própria mãe, que será analisado pela deusa Atena.

No espetáculo dirigido por Malu Galli e da Bel Garcia, narra essa trilogia, mas recorre a uma
dramaturgia própria, que busca confrontar as trajetórias dos personagens. E privilegia o imaginário
pessoal de cada ator com o estudo das figuras trágicas.

– Procuramos preservar a poesia e certo eruditismo do texto, privilegiando o foco nas relações
familiares, na figura dos heróis e sobretudo nas escolhas dos personagens, que afinal os fazem
serem quem são – explica Malu.

A tragédia grega, ainda traz as raízes da obra original de Ésquilo, e aborda temas com discussões e
críticas de questões que a sociedade enfrenta até os dias de hoje, como por exemplo: a injustiça com
a Ifigênia, a ganancia fria e calculista de Agamênon, a vingança de Clitemnestra e Orestes, o ódio, o
julgamento de quem é certo ou errado e se devemos acreditar na vingança dos homens ou na
vingança divina. (Referência da cena do julgamento de Orestes, feito pela deusa Atena). A obra é
uma arte política, e também uma obra retórica. Pois na tragédia, vemos a importância da política
pela não violência, mas sim pelo diálogo (pela retórica), pois não existe política sem
discurso.

ALUNA: Clarissa de Medeiros Bock.

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