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Aquilles e Patrocolo:

 Genealogia de Aquiles:
- Pai Peleu.
- Mãe Tétis.
- Semi-deus.
- Ftia (Mirmidões)
- Triste destino (morrer na Guerra de Tróia ou viver até longos anos em Ftia)
 Pátroclo:
- Filho de Menécio
- Aos oito anos Pátroclo mata um amigo por conta de uma disputa em um jogo.
- Logo após, é entregue a tutela de Aquilles (relacionamento de amizade, assim como
Aquilles representa um modelo de pai e masculinidade para Patrocolo. Tutor e
protegido). Relação de amizade (livre escolha afetiva, não regida por lações familiares
de dois ou mais indivíduos autônomos)
- Apresenta grande potencial como guerreiro.
 História: Ilíada
- A filha de Crises, Criseide, é capturada por Agamêmnon. Crises, sacerdote de Febo
Apolo, pede ajuda ao deus para recuperar sua filha, caso não devolvida, a terrível
peste que afligia o acampamento Aqueu iria persistir.
- Agamnamon devolve Criseide a seu pai, mas toma Briseida de Aquiles, escrava
capturada por este último em um espólio de guerra, uma falta de reconhecimento
social à excelência guerreiro de Aquiles.
- Ágora (assembleia)
- Por esta injustiça, Aquilles se revolta contra os aqueus e decide abandonar a Guerra
de Troia, pedindo que sua mãe peça a Zeus que este negue a vitória aos Gregos e faça
com que este reconheçam o injusto erro de Agamêmnon.
- A retirada dos ftios da guerra permite com que os troas avancem sobre o
acampamento dos aqueus, chegando perto a queimar as simétricas naus gregas que
consolidaria a derrota grega. No entanto, Palas Atenas e Hera estão do lado aqueu,
protegendo estes da derrota diversas vezes.
- Odisseu e outros guerreiros aqueus vão até Aquilles com ricos presentes e promessas
pedindo a este que volte à guerra, mas Aquilles se nega.
- Aquilles permite que Patrocolo salve as naus gregas, mas faz com que este prometa
não avançar mais que o acampamento grego. Patrocolo, realizando grandes façanhas,
alcança os muros de Troia, entra em combate com Heitor, filho de Príamo, este último
mata Patrocolo e profana o cadáver do morto, retirando suas armas. Ajax, Odisseu e
Diomedes recuperam o cadáver do morto, sofrendo os três feridas, e o retornam à
Aquilles.
- Aquilles se revolta e jura vingar a morte do amigo, matando Heitor. No entanto, a
voltar à guerra consolida seu triste destino de morrer jovem.
- Aquilles mata Heitor, cimentando a queda de Troia. Profana o cadáver de Heitor por
14 dias quando seu pai, Príamo, vai até Aquilles com ricos presentes e beija as mãos do
assassino do filho, pedindo a este que devolva o cadáver de Heitor.
 Por que os ritos funerários eram tao importantes para os povos gregos?
- Aquele que não tivesse os ritos funerários iria ficar as margens do rio Letes, jamais
sendo permitida a entrada no mundo dos mortos (Limbo)
 Patrocolo e sua personalidade:
- Representa a juventude (ansiedade, compaixão, coragem)
- Substituto ritual de Aquiles (veste suas armas quando entra na guerra)
- Pagina 6, Ilíada canto XVI.
- Duplo de Aquiles (therápon ‘’servidor”)
- Canto XV, pg 10.
- Bateu nas coxas: sacrifício a si mesmo.
- Apolo apoia Heitor e desnorteia Pátroclo.
- Solicito: se auto sacrifica.
- Valentia, descrito na Ilíada assim.
- Um condutor de cavalos.
 Aquilles e sua personalidade:
- Canto XVIII Ilíada, pg 07.
- Um herói emocional e falho.
- Menos racional que outros grandes heróis da mitologia grega.
- Mito do tendão de Aquilles
. Tétis mergulha Aquilles no rio Letes, protegendo-o em todas as partes do
corpo menos seu calcanhar.
. Representa a falha fatal humana que independe de todas suas qualidades e
virtudes.
- Um semideus mais humano que deus, diferentemente de Hercules (que após sua
morte, é deificado) e menos racional ou piedoso que Eneias, assim como recebe
menos vantagens que Eneias, filho de uma das principais deusas do Panteão Grego
(Afrodite).
- Duplicidade entre os dois, Ilíada XVIII pg 17.

A philotes de Aquiles e Pátroclo na Ilíada Teodoro Rennó Assunção:


 Termos morais em Homero fortemente impregnado de valores relacionais, não
individuais.
 Relação de aidós e phílos: “respeito e reverencia” e “agrupamento estreito”
- Aidós: “sentimento desta consciência coletiva, deste respeito de si mesmo que deve
estreitar a solidariedade entre eles” (Benveniste) – Philótes (companheiros em armas,
aidós)
 Nadia von Brock: pg 08: “ Pátroclo morre, revestido das armas de Aquiles e após ter
querido se fazer passar por ele; e é preciso da morte de Pátroclo para que Aquiles,
parando algum tempo à distância, reapareça com um novo brilho.”
 Pg 12: “ (...) – com sua morte ritual como substituto de Aquiles- o elemento decisivo
para a transferência final da dor desta guerra para os Troianos, assim como o meio
para que Aquiles, voltando ao combate para matar Heitor e dar a vitória aos Aques,
adquira a “glória dos ancestrais (significado do nome de Pátroclo)” em uma tradição
que é basicamente guerreira.”

A arrogância de Aquilles e a doçura de Pátroclo:

 Aquiles – um herói em crise, quase um anti-herói.


 Iliada I, 1: “ A ira canta, ó Deusa, do filho de Peleu, Aquiles.”
 Pg 01: “ Como postula Umberto Eco, toda obra é aberta porque fala ao leitor e pode
sofrer dele as intervenções que bem possa querer fazer. O leitor se vê na obra e ela
nada mais é do que seu retrato, ali estão seus medos e sussurros, alegrias e alegorias,
suas medidas sufocadas na garganta e suas des-medidas gritadas aos quatro ventos.”
 Pg 02: “ É possível perceber no decorrer da narrativa pelo menos duas iras, em
circunstancias e intensidades diferentes: o que poderíamos chamar de primeira ira – a
fúria diante de Agamêmnon, por causa de Briseis, que o tira (a Aquiles)
deliberadamente da guerra; e a segunda ira, muito mais profunda e dolorida, gerada
pela perde de seu companheiro Pátroclo.”
 Pg 02: “ Pátroclo, portanto, é quem acrescenta ao poema uma dupla perfeição, pois,
por sua morte, motiva a reconciliação de Aquiles com Agamêmnon, trazendo à baila os
feitos heroicos daquele e, por conseguinte, permite-nos descobrir um pouco mais da
alma deste herói-guerreiro.”
 Pg 03: “ Tais epítetos apontam, de certa forma, para o herói como um ser completo,
alguém realmente digno de culto póstumo e de ser mantido na memoria coletiva de
seu povo. (...). Tais conceitos – a doçura e a piedade- funcionam como contraponto de
Aquiles, pois é a piedade de Pátroclo que fará com que aquele pague por sua
impiedade; mostrando-se justo onde Aquiles foi injusto Pátroclo concentra sua
benevolência.”
 A cegueira, nevoa a qual Apolo encobre os olhos de Pátroclo o levando a sua perdição,
transita entre os dois guerreiros.
 Pg 04: “ Ao vestir-se com a armadura de Aquiles, cada peça vai-se adequando ao seu
corpo (de Pátroclo) como se fora sua própria. Pode-se pensar, a nível simbólico, que
neste momento a armadura de Aquiles encaixa-se perfeitamente ao corpo de Pátroclo,
como uma representação de que a partir de então Pátroclo é Aquiles, e a cegueira
deste (de não participar da guerra) foi transferida ao companheiro, a ponto de não
ouvi-lo e caminhar em direção à sua fatídica batalha.”
 Pg 05: “ O bravo guerreiro é homem de carne e osso, sob a armadura.”
 Colera, raiva e mania.
 “ a virtude depende então de nós, assim como o vicio” (Ética a Nicômaco)
 Cícero: “ A amizade é uma suma harmonia nas coisas divinas e humanas, com
benevolência e amor. Dons tão grandes, que não sei se os deus concederam outro
maior aos mortais (...). E assim discorrem nobremente os que constituem o sumo bem
na virtude e esta é a que engendra e mantém as amizades, de modo que, sem ela, não
pode existir amizade de modo nenhum.”
 Pg 07: “ Amizade. O termo definiria o sentimento que os autores gregos queriam
descrever em sua literatura, desde Homero? Muitos estudos históricos recentes sobre
o século V a. C tratam da questão da philía. A interpretação do terma vai desde uma
amizade entre iguais, mormente homens, que os une em um ideal comum do bem,
pela pólis, até a tênue linha entre essa amizade tão profunda e o amor propriamente
dito entre iguais na sociedade em tela.”
 Phília, segundo Aristoteles: “ querendo para alguém o que se pensa de bom, e por sua
causa e não pelas nossas próprias, e assim estar inclinado, tanto tempo quanto puder,
fazer tais coisas por eles.”

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