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CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO

LICENCIATURA EM ARTES

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO.
BEHAVIORISMO/NEOBEHAVIORISMO,
HUMANISMO, GESTALT E
PSICANÁLISE.

Nathalie Ferreira Abreu


RA: 1174263

Tatuí
Março/2016
Behaviorismo/Neobehaviorismo
Possibilidades: O Behaviorismo foi criado pelo psicólogo John B.
Watson, em 1931. O foco principal desta abordagem era muito próxima ao
Associacionismo, e instituía que se uma ou mais ideias ocorrem aproximadas
frequentemente, elas se associariam. Watson e Pavlov estudavam suas
teorias, com base na associação: estímulo-resposta, em comportamentos
observáveis. Pavlov estudou bastante estes comportamentos em cães,
associando a hora da comida com a salivação dos animais. Percebeu que
havia uma relação entre os dois momentos. Para Watson, o criador desta
abordagem, a psicologia behaviorista deveria ser tratada como a física e a
química, para que os psicólogos pudessem replicar os experimentos em
laboratórios pelo mundo.
Quando começou a estudar crianças, Watson destacou que, ao nascer,
os bebês apresentavam três reações básicas: amor, raiva e medo, e partir
destes seriam formados os hábitos da criança.
O Neobehaviorismo, estudado por Skinner, estudava os
comportamentos humanos. Para o psicólogo, as consequências dos
comportamentos poderiam ser previstas a partir de reforços (positivos,
negativos ou intermitentes). O ser humano, a partir do reforço, comporta-se de
forma que pode ser prevista e estudada.
Na educação também podemos perceber esta questão de análise de
“estímulo – resposta” com a figura do professor, que replica o conhecimento
que sabe aos alunos e os associa. As consequências das ações são
fundamentais no comportamento (reforço positivo ou negativo). Dependendo
das consequências, o comportamento pode voltar a ocorrer ou não.
Limitações: Os conceitos de imaginação, percepção, memória,
julgamento e raciocínio não deveriam ser julgados como objetos de estudo
desta abordagem. A omissão de componentes importantes, como os citados
acima e os processos sensoriais foram alvo de críticas ao Behaviorismo,
porque o ser humano é um sujeito inteiro, formado de diversas dimensões.
O conhecimento é muito melhor aprendido quando une dois ou mais
processos sensoriais: audição e visão (slides, por exemplo, ou imagens), visão
e tato, audição e visão, e assim sucessivamente.

Gestalt
Possibilidades: A Gestalt foi um movimento que se desenvolveu na
mesma época, aproximadamente, do Behaviorismo, porém sua maior
aplicação ocorreu na Alemanha. Seus estudiosos mais importantes são Max
Wertheimer, Koffka e Köller.
É uma abordagem que também prioriza o comportamento humano, a
partir da experiência imediata, porém não exclui a percepção humana. Para os
gestaltistas, a percepção vai muito além daquilo que os “olhos veem”.
Algo que foi muito estudado nesta abordagem foi a questão as
sensações provocadas nos seres humanos a partir de ilusões de óptica, por
exemplo. É um movimento que não existe, mas que a percepção humana
entende e reage.
A teoria da Gestalt afirma que o cérebro trabalha com todos os seus
elementos simultaneamente, de forma dinâmica. Por isso conseguimos definir
uma “organização” da percepção humana a partir de alguns princípios, como
proximidade, continuidade, semelhança, preenchimento, simplicidade e figura-
fundo.
Para esta abordagem, na prática educacional, a maneira como o aluno
percebe os estímulos fornecidos pelo professor vão influenciar a sua
aprendizagem e o seu comportamento.
Na educação, a aprendizagem não se aprende pela fórmula estímulo-
resposta dos behavioristas, e sim pelos “insights”. Este processo acontece de
forma repentina, e de forma global.
Limitações: Nem sempre as situações que acontecem em sala de aula
apresentam-se de forma clara, para que o entendimento seja imediato. Não
conseguindo exercitar esta percepção, o aprendizado fica comprometido,
porque o aluno não vai conseguir identificar o “todo” e depois partir para as
suas partes, que é uma das concepções da Gestalt.
Além do mais, para que o aluno compreenda e associe que objetos
“incompletos” fazem parte de um todo, ele deve estar ciente de sua existência,
do contrário não será favorecido em nada.

Humanismo
Possibilidades: Esta abordagem busca uma maior humanização entre
as relações humanas. Com isso, não existem seres humanos melhores ou
piores, são todos iguais. Seu grande representante foi Carl Rogers.
Os estudos começaram no campo clínico, com a teoria de criar um
ambiente externo saudável, no qual o paciente poderia fazer mudanças
internas. Isso está centrado no campo afetivo.
Na educação esta abordagem funciona de forma semelhante à clínica,
porque se preocupa em humanizar o sistema escolar, ou seja, a aprendizagem
deve estar centrada no aluno, que não é apenas um ser biológico, e sim um
indivíduo pensante, com desejos e implicações, e que é completamente capaz
de fazer suas mudanças internas.
Ao professor cabe o papel de facilitador da aprendizagem do aluno, e
deve ser sincero quanto ais seus sentimentos sobre tudo. Isso é ser autêntico.
Limitações: Estipular uma forma de aprendizagem para cada aluno,
levando em consideração suas vivências e individualidades tornam-se um
meio complicado para o professor. Este acaba criando um sistema de ensino
pessoal, baseado em suas experiências, mas ao mesmo tempo sendo
“genérico”, para que todos possam compreendê-lo. Sua forma de ensinar é
replicada aos alunos, que deverão estar “sintonizados” para que possam
aprender da melhor forma.

Psicanálise
Possibilidades: Tem em Sigmund Freud seu grande nome. A
psicanálise afirma, ao contrário do Behaviorismo e da Gestalt que a vida
psíquica não se resume a fatores conscientes, como percepção, memória, e
sim à dimensões ocultas, à manifestações do inconscientes, muitas vezes
escondidas em gestos, atos, comportamentos. O núcleo do estudo desta
abordagem está no inconsciente, que é um lugar com leis próprias, instintivas,
que não respeita unidades de tempo, de ação, de medida... o Id, Ego e
Superego são criações para explicar os conteúdos que ficam reprimidos no
inconsciente.
Há também, nesta abordagem, os mecanismos de defesa, utilizados
para, geralmente, evitar uma dor maior, uma proteção do aparelho psíquico.
São eles: recalque, formação reativa, regressão, projeção e racionalização.
Na educação, a principal possibilidade da psicanálise está na relação
afetiva entre professor/aluno, nos quais estão envolvidos sentimentos de amor
e ódio (para Freud, tudo se resume a estes dois sentimentos).
Nas transferências positivas, quando predominam as expressões de
amor, o aluno sente-se impelido a gostar do professor, confiar em seu
discernimento, desejar, colaborar com as aulas, buscar cada vez mais
conteúdo. Nas transferências negativas, nas quais predominam as expressões
de ódio, o aluno não sente-se impelido pela inveja, pelo ódio, pela
competitividade, acredita que o professor não gosta dele, vai rejeitá-lo, ou
ainda, prejudica-lo só por prazer.
A contratransferência acontece do professor para o aluno, e também é
elemento fundamental para a aprendizagem.
Em ambas as transferências podemos ver que a figura chave é o
professor, que muitas vezes assume um papel de “pai/mãe” substituto(s). As
crianças passam, muitas vezes, mais tempo na companhia dos professores do
que dos pais biológicos.
Para isso, o professor tem de estar ciente de sua importância na
formação dos alunos, e tentar ser o mais imparcial possível, prevendo uma
maior possibilidade de transferências positivas em sua sala de aula.
Limitações: Uma das limitações mais interessantes é a do professor,
em sua função de contratransferência. Sendo o professor um ser humano, com
seus processos conscientes e inconscientes, talvez não seja possível uma
relação positiva com todos os alunos. Há os que o professor se identifica mais
e outros menos.
O trabalho entre inconsciente e consciente deve ser trabalhado de
forma muito cuidadosa, senão será atribuído ao inconsciente “animalesco”
todos os comportamentos dos alunos. Isso deve ser feito em um ambiente
favorável, que não desperte os mecanismos de defesa.
Referências Bibliográficas

CAMPOS, J. AP. P. P.; BACARJI, K. M. G. D’AVILA; SOUZA, T. N.; PARREIRA,


V. L. C. Psicologia da Educação. Batatais: Claretiano, 2013.

E-Referências

Vídeo aulas: “Psicologia da Educação” – Blocos 1 e 2, disponível na Sala de Aula


Virtual

<https://www.youtube.com/watch?v=PKe_b1LsU4k&feature=youtu.be> Acesso
em 01/04/2016

<https://www.youtube.com/watch?v=gJjM9qHN8Rk> Acesso em 01/04/2016

<https://www.youtube.com/watch?v=eqTjj2PXU9k> Acesso em 01/04/2016

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