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UNIVERSIDADE PARANAENSE – UNIPAR

Curso de Engenharia Civil - Campus Guaíra

GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) NO MUNICÍPIO DE


ELDORADO - MS

¹Jefferson Santana Kraemer; ²Vanda Zago Lupepsa;

¹Discente do Curso de Engenharia Civil da Universidade Paranaense - UNIPAR;


²Docente do Curso de Engenharia Civil da Universidade Paranaense - UNIPAR;

1 Introdução
A geração de resíduos na construção civil é quase que inevitável uma vez que se
precisa deste setor que tem papel fundamental no crescimento da economia e também
contribui para aumento de habitações, além de gerar emprego (RÔHM; NETO; RÖHM,
2013).
Conforme Röhm; Neto; Röhm (2013), reforça que o aumento da população de forma
demasiada e com alta densidade populacional em um só área faz com que a demanda
por habitações cresça e em decorrência disso o aumento da quantidade de RCC gerado
por esse setor é inevitável.
O setor da construção civil está diretamente ligado ao setor econômico, pois sempre
contribui de forma eficiente na geração de empregos e redução de déficit habitacional
conforme explica Röhm; Neto; Röhm (2013), porém as empresas e construtoras que
exercem esta atividade comercial sofrem com alto volume de resíduos sólidos gerados
nos canteiros de obra todos os dias.
No âmbito da construção em média 60% de resíduos sólidos urbanos são coletados,
destes a maior parte é produzida em pequenas construções, deve-se isso a falta de
tecnologias adequadas e também acesso a informação (SILVA, 2018).
Nos dias atuais, explica Jesus (2013), a destinação tem se dado, em sua maioria, ao
lançamento a céu aberto, apenas depositando esses resíduos sobre o solo sem qualquer
medida de regulamentação, logo surge o grave problema de contaminação ambiental.
Segundo Medeiros (2012), para que se possa reduzir e diminuir os poluentes
resíduos sólidos é imprescindível o descarte desses materiais em seus respectivos locais
de destinação, além de que se faz necessário reduzir os descartes, reutizar quando
possível e reciclar sempre, para que se possa ter a disposição final ambientalmente
correta.
Para Medeiros (2012), há a necessidade de manter informada a população, sobre a
destinação adequada de seus resíduos sendo eles sólidos ou não, bem como a
apresentação da lei 12.305/2010, que regulamente a Política Nacional de Resíduos
Sólidos(PNRS), a fim de se evitar demasiados gastos futuros com ações para controle e
recuperação ambiental causada pela desinformação e descaso dos habitantes e gestores
de seus respectivos municípios e também do próprio país.

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O objetivo desta pesquisa é a verificação de possíveis descartes irregulares de


resíduos sólidos oriundos da construção civil nas imediações do bairro Ipê no município
de Eldorado - MS.

2 Revisão Bibliográfica
Segundo Ferreira et al (2014), poucas são as ações preventivas tomadas e
implantadas no país que visam à reciclagem ou reutilização como forma de aproveitar os
resíduos de construção ou demolição e visando sempre a diminuição da quantidade de
resíduos direcionada para os aterros inadequados.
Conforme explica Ferreira et al (2014), existe uma grande dificuldade no que se diz
respeito ao manejo dos resíduos sólidos, uma vez que as comunidades não percebem a
real situação da falta de uso de técnicas adequadas para destinação final dos resíduos
sólidos.
De acordo com Ferreira et al (2014), é no início do empreendimento que deve se
pensar em quais produtos usar e quais as técnicas de execução utilizadas resultaram em
um menor desperdício de materiais, visando também uma posterior reutilização de
matérias-primas que tendem a ser desperdiçadas quando não são utilizadas na obra.

2.1 Resíduos da Construção Civil

2.1.1 Definição e Classificação


Segundo a Resolução CONAMA n° 307/2002, os Resíduos da construção civil: são
os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção
civil.
Classificação e destino dos resíduos oriundos de construções e demolições conforme a
Resolução n o 307 do CONAMA:

Tabela 1- Resolução CONAMA (2002)


Conforme a Resolução CONAMA n° 307/2002, quem gera os resíduos deve se
preocupar em não gerar, reduzir a geração de resíduos, reutilizar e reciclar antes da
destinação final, os mesmos devem ainda não podem ser dispostos em bota foras, aterros
domiciliares, encostas ou próximos a corpos d’água, com pena de sanções que podem vir
a ser aplicadas em caso de descumprimentos dessas medidas.

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Essa resolução de 05/07/2002 prevê que todas as orientações sejam cumpridas,


visto que entrou em vigor em 2002, mas com o prazo de 18 meses a partir de janeiro de
2003 para que todos se adequarem a nova resolução.

Grafico 1 - Estimativa da geração de RCC no municipio de Eldorado MS, entre o ano de


2016 até 2035.

Fonte: PIGIRS-CONISUL (2016)

2.1.2 Impactos provocados pelos Resíduos Da Construção Civil


O impacto ambiental segundo Lima (2019), é toda mudança da característica do
aspecto ambiental mesmo não sendo maléfica para o ambiente em si, surgem efeitos que
são aplicados de forma direta no meio ambiente.
A degradação do meio ambiente através da exploração das riquezas minerais da
natureza, sem dúvida alguma é o principal impacto causado pela alta demanda de
matérias-primas impostas pelas grandes indústrias para abastecer o país conforme
explica (LIMA, 2019).
Segundo Ferreira et al (2014), alguns pontos específicos influenciam de forma
negativa na geração de RCC, entre eles podemos citar: falta de detalhamento nos
projetos sejam eles estruturais, arquitetônico ou de instalação; procura de materiais de
baixa qualidade para suprir orçamento; baixa de quantidade de mão-de-obra qualificada
na obra; ausência de procedimento de inspeção no controle da execução da obra.

Após a exploração e uso da matéria-prima surgem os grandes volumes de resíduos


que se descartados de forma irregular causam grandes danos ao meio ambiente. Os
resíduos depois do seu beneficiamento precisam de gerenciamento adequado para ser
deposto, porém esse processo é árduo e oneroso, o que acarreta no descaso das
empresas e das pessoas na hora do descarte explica (SILVA, 2018).
Ainda segundo Silva (2018), vários métodos para a destinação de RCC já foram
criados, no entanto a maioria se fez inadequada. Armazenamento em bota foras
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clandestino, áreas irregulares, lençóis d'água trazem prejuízos ambientais e sociais, visto
que isso acarreta em assoreamento de rios, contaminação de nascentes e também afeta
diretamente na questão do saneamento básico fator esse que está ligado diretamente
com as doenças que afetam as pessoas que necessitam consumir essa água sem seu
devido tratamento.
A falta de consciência da indústria da construção civil causa danos ambientais que
se alastram ao longo dos anos. O processo de construção amplamente utilizado no Brasil
consiste em explorar matéria- prima não renovável em grande escala, com enorme
consumo de energia, nas fases de extração, armazenamento, transporte e beneficiamento
desses insumos, além de que o consumo de materiais com grande fonte geradora de
resíduos é feito em larga escala, aponta (SILVA, 2018).
Conforme Ferreira et al (2014), as cidades são desafiadas a quantificar e
administrar a quantidade de resíduos gerados visando sua diminuição, ainda mais que
desde de 2002 são obrigadas a cumprir as normas da resolução CONAMA n° 307, no
entanto ainda são poucas as formas usadas no país visando a reciclagem dos resíduos, a
fim de diminuir o montante direcionado aos aterros sanitários. Essa dificuldade imposta
pela sociedade de uma melhor disposição final dos resíduos sólidos faz com que não se
perceba a real situação grave que vive o país por causa da formação de locais
inadequados de deposição de RCC.

2.1.3 Gestão dos Resíduos da Construção Civil


Para Lima (2019), o serviço público deve se reinventar e oferecer um novo plano
de captação de resíduo mais eficiente e menos burocrático, que possa investir em pontos
de captação espalhados pelas cidades para pequenos e grande geradores de resíduos,
além de que também é possível se beneficiar desses resíduos já gerados por meio da
reutilização e também do reaproveitamento dos mesmos que já estão dispostos em locais
irregulares ou não. A mudança de pensamento existente que se faz uma cultura de
produção de resíduos sólidos pode ser revertida em ações que visam a diminuição de
geração, mais coleta e melhor disposição em locais adequados, possibilitando assim que
reusem os mesmos.
O Poder Público administra a Gestão dos Resíduos da Construção Civil e
estabelece procedimentos e diretrizes que são transformadas em atividades que visam
minimizar os impactos ambientais e sociais causado pelos resíduos provenientes da
construção civil e por assim dizer garantem benefícios tanto para sociedade quanto para o
meio ambiente das cidades, explica (LIMA, 2019).
Para Röhm; Neto; Röhm (2013), a redução da geração de RCC pode ocorrer, mas
para isso é preciso a realização sistêmica no planejamento do empreendimento, sem o
uso de ações pontuais, desde a fase inicial até execução final e até mesmo nas
atribuições de mão-de-obra terceirizada. Esse RCC deve ser triado por tipos durante a
construção, isso viabiliza as práticas de reutilização dos materiais na obra mesmo e
reciclagem dos materiais que não é possível fazer o reuso na obra, os mesmos são
descartados de forma adequada conforme a resolução CONAMA n° 307.
Röhm; Neto; Röhm (2013), entende que é preferível reduzir a produção de RCC
nos canteiro do que fazer seu beneficiamento para um futuro uso, isso do ponto de vista
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ambiental. Tendo em vista da parte econômica, a viabilidade do entulho é estritamente


ligado com o tanto de resíduos gerados, faz se necessárias análises para definição de
ações a serem tomadas visando a minimização de impactos ambientais para cada fase da
obra.
Conforme diz Ferreira et al (2014), os órgãos governamentais e a própria
população em si precisam se mostrar mais proativos no que se refere à disposição final
do enorme volume de RCC que é produzido, visto que essa atividade é de caráter
fundamental para desenvolvimento tanto econômico quanto social e que fazem suprir as
necessidades básicas e atenuam muitos problemas da sociedade, promovendo moradia,
infraestrutura urbana e saneamento básico.

Tabela 2 – Forma de prestação dos serviços públicos de limpeza e manejo de


resíduos sólidos no município de Eldorado/MS.

Fonte: PIGIRS-CONISUL (2016)

Figura 1- Croqui de identificação das atividades existentes na área do “lixão” municipal de


Eldorado/MS.

Fonte: PIGIRS-CONISUL (2016)


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Figura 2 – Vazadouro a céu aberto para disposição final dos Resíduos da


Construção Civil (RCC) em Eldorado – MS.

Fonte: PIGIRS-CONISUL (2016)


Figura 3 – Disposição de RCC no “lixão” do município de Eldorado MS

Fonte: PIGIRS-CONISUL (2014)

2.1.4 Legislações que regulamentam a Gestão do RCC no Mato Grosso Do Sul


As legislações que se referem especificamente aos Resíduos da Construção Civil,
e que abrange os Resíduos Sólidos em geral, da sua correta destinação e seu devido
gerenciamento, conforme citado abaixo algumas leis:
Lei Estadual n° 2.080, de 13 de janeiro de 2000: Estabelece princípios,
procedimentos, normas e critérios referentes à geração, acondicionamento,
armazenamentos, coleta transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no
Estado de Mato Grosso do Sul visando o controle da poluição, da contaminação e a
minimização de seus impactos ambientais;

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Lei Estadual n°4.303, de 20 de dezembro de 2012: Institui o Programa de Parceria


Público-Privada do Estado de Mato Grosso do Sul (PROPPP-MS), e dá outras
providências;
Lei Estadual n° 2.661, de 6 de agosto de 2003: Dispõe sobre a Política de
Reciclagem de Materiais;
Decreto nº 14.023 de 31 de julho de 2014 que estabelece critérios para o rateio do
percentual referente ao ICMS Ecológico. Em ser Art. 1º define que 3/10 (três décimos)
serão destinados ao rateio entre os municípios que possuam plano de gestão, sistema de
coleta seletiva e disposição final de resíduos sólidos, devendo esta última estar
regularizada com licença de operação;
Resolução SEMADE nº 22, de 30 de dezembro de 2015: Disciplina os critérios e os
procedimentos de participação dos municípios no rateio da alíquota do ICMS Ecológico
para os componentes Resíduos Sólidos Urbanos e dá outras providências.

2.1.5 Legislações que regulamentam a Gestão do RCC em Eldorado - MS


O Município de Eldorado - MS, não possui legislações específicas aos Resíduos da
Construção Civil (RCC), mas de uma forma geral eles são abrangidos por outras normas
e juntamente com o Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do
Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento da Região Sul de Mato Grosso do Sul
(PMGIRS-CONISUL- 2016), é formado o sistema de diretrizes para possibilitar a Gestão
dos RCC na cidade, dentre elas destacadas algumas:
Lei Orgânica Municipal Será de objeto de promoção educacional através de
campanhas públicas a questão sanitária no que se refere à destinação adequada ou
reaproveitamento do lixo urbano (art. 91, § 7º);
Lei Municipal n° 292/1989 (Código de Posturas de Eldorado/MS) O serviço de
limpeza das ruas, praças e logradouros públicos, será executado direta ou indiretamente
pela Prefeitura bem como o serviço de limpeza, ou melhor, coleta de lixo domiciliar (art.
5°);
Art. 7º - Para preservar de maneira geral a higiene pública, fica proibido:
Obstruir vias públicas com lixo, materiais velhos ou qualquer detritos;
O lixo das habitações será recolhido em recipientes apropriados para ser removido
pelo serviço de limpeza pública (art. 13);
Não será reconhecido como lixo os resíduos provenientes de fábricas e oficinas ou
resto de material de construção, resíduos de casas comerciais, bem como terra, folhas e
galhos, os mesmos serão removidos à custa dos respectivos proprietários (art. 13,
Parágrafo Único);
É proibido queimar mesmo nos próprios quintais, lixo ou qualquer objeto em
quantidade capaz de molestar a vizinhança (art. 14).
Lei Municipal n° 292/1989 (Código de Posturas de Eldorado/MS) O serviço de
limpeza das ruas, praças e logradouros públicos, será executado direta ou indiretamente

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pela Prefeitura bem como o serviço de limpeza ou melhor coleta de lixo domiciliar (art.
5°);
Art. 7º - Para preservar de maneira geral a higiene pública, fica proibido: Obstruir
vias públicas com lixo, materiais velhos ou qualquer detritos; O lixo das habitações será
recolhido em recipientes apropriados para ser removido pelo serviço de limpeza pública
(art. 13); Não será reconhecido como lixo os resíduos provenientes de fábricas e oficinas
ou resto de material de construção, resíduos de casas comerciais, bem como terra, folhas
e galhos, os mesmos serão removidos à custa dos respectivos proprietários (art. 13,
Parágrafo Único); É proibido queimar mesmo nos próprios quintais, lixo ou qualquer
objeto em quantidade capaz de molestar a vizinhança (art. 14).
Lei Municipal n°645/2005 (Política Municipal de Meio Ambiente) São objetivos da
Política Municipal de Meio Ambiente do Município de Eldorado (art. 4°): Exigir o
tratamento e a disposição final de resíduos sólidos, lançamento de efluentes e emissões
gasosas de qualquer natureza de forma adequada à proteção do meio ambiente (art. 4°,
inciso XI); Entende-se por resíduos sólidos qualquer forma de matéria ou substância nos
estados sólidos e semi-sólidos, que resulte de atividade industrial, comercial, de serviços,
hospitalar, agrícola, doméstica, de varrição e de outras atividades da comunidade,
capazes de causar qualquer impacto ao meio ambiente (art. 67); Ficam incluídos entre os
resíduos sólidos definidos no caput deste artigo, os iodos provenientes de sistemas de
tratamento de água e os gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição
(Parágrafo Único);
Quanto aos resíduos ficam proibidos:
- o lançamento in natura a céu aberto (inciso I);
- a queima a céu aberto (inciso II);
- o lançamento em cursos d’água, áreas de várzea, poços e mananciais e suas
áreas de drenagem (inciso III);
- a disposição em vias públicas, terrenos baldios e outros locais impróprios(inciso
IV); o armazenamento em edificação inadequada (inciso VI);
Todo e qualquer sistema público ou privado, de geração, coleta, transporte,
armazenamento, tratamento e/ou destinação de resíduos sólidos localizados no Município
de Eldorado, estará sujeito ao controle da Gerência Municipal de Agricultura e Meio
Ambiente (art. 69);
Todo e qualquer sistema de tratamento e/ou destinação de resíduos sólidos,
deverá ter sistemas de controle da poluição (art. 70);
Todo o gerador de grandes volumes de lixo domiciliar, bem como, de resíduos
perigosos de natureza industrial ou oriundo dos serviços de saúde, de rodoviária, portos
ou aeroportos, será responsável pela apresentação à Gerência Municipal de Agricultura e
Meio Ambiente de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos abrangendo a
coleta, transporte, armazenamento, tratamento e destinação final (art. 71);
A Gerência Municipal de Agricultura e Meio Ambiente deverá implantar um
programa de educação ambiental voltado à questão específica dos resíduos sólidos (art.
72);

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Art. 6º. O Planejamento Ambiental é o instrumento da Política Ambiental que


estabelece as diretrizes visando o desenvolvimento sustentável do Município, observados
os seguintes princípios:
Tecnologias disponíveis e alternativas para preservação e conservação do meio
ambiente, visando reduzir o uso dos recursos naturais, bem como o reaproveitamento e a
reciclagem dos resíduos gerados nos processos produtivos (inciso II).
Lei Municipal n° 764/2009 (altera a Política Municipal de Meio Ambiente) Todo o
gerador de grandes volumes de lixo domiciliar, bem como, de resíduos perigosos de
natureza industrial ou oriundo dos serviços de saúde, de rodoviária, portos ou aeroportos,
será responsável pela apresentação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente Turismo
de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos abrangendo a coleta, transporte,
armazenamento, tratamento e destinação final que será auditado periodicamente (art.
70).
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo deverá implantar um programa
de educação ambiental voltado à questão específica dos resíduos sólidos, promovendo a
diminuição de sua geração, esclarecendo a população sobre seus 79 deveres ambientais,
introduzindo conceitos e técnicas de coleta seletiva e reciclagem, de modo a diminuir a
incidência de disposição inadequada de lixo em locais clandestinos, através de
campanhas de publicidade e mutirões de fiscalização com aplicação de multas e demais
sanções administrativas (art. 71);
O Poder Público estimulará através de programas desenvolvidos pela Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Turismo, a investigação de matérias-primas e tecnologias
que minimizem a geração de resíduos, bem como um programa de coleta seletiva de
resíduos, reciclagem do lixo e usina de processamento de resíduos urbanos (art. 72).

2.1.6 Reduzir, Reutilizar, Reciclar


Para Oliveira e Filho, (2018) o gerenciamento de resíduos se baseia em alguns
princípios tais como reduzir o uso e extração de matérias-primas e energia, reutilizar os
produtos para outras funções que não são as originárias deles, e fazer o retorno dos
resíduos ao processo inicial do ciclo de produção através da reciclagem. No entanto esse
processo só se concretiza se houver participação de forma coletiva das indústrias,
organizações ambientais, população, e órgãos públicos colaborando com práticas de
conscientização e conservação sociais e econômicas a fim de promover a conservação
do meio ambiente.

Complementa Scalone (2013), que na hora do descarte final dos resíduos é


importante que se definam as classes e que sejam devidamente separados para não
haver contaminação de outros materiais, tendo em vista que só assim é possível
maximizar as chances de reciclagem do mesmo.

Para Scalone (2013), para que haja a redução, reutilização e posterior reciclagem é
necessário que se faça o gerenciamento de resíduos pelo Plano de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil (PNRS).

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2.1.7 Política Nacional de Resíduos Sólidos

Diante dos grandes problemas ambientais, sociais e econômicos enfrentados no


país, eis que em 02 de agosto de 2010 é instituída a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), com intuito de melhorar, incentivar e promover o manejo adequado dos
resíduos sólidos, segundo a lei n° 12.305/10. A PNRS tem como ideais a prevenção e
redução na geração de resíduos, bem como incentiva práticas de consumo sustentável,
aumento da reciclagem e também da reutilização dos resíduos sólidos, e ainda gerencia a
destinação final de forma adequada daquilo que não se pode mais ser aproveitado.

No entanto a PNRS segundo Maiello (2018), apresenta falhas no que se refere a


sua aplicação propriamente dita, por oferecer baixo orçamento para implementar essa
política ainda mais nos municípios menores, seguido de pouca capacidade de instruir e
gerenciar o cumprimento das normas pelos municípios.

Segundo Thode Filho (2015), os resíduos sólidos urbanos devem ter a destinação
final adequada com a distribuição de fornada organizada dos rejeitos dispostos em
aterros, conforme as normas de armazenamento com intuito de minimizar danos à saúde
pública e ao ambiente.

Para Thode Filho (2015), os padrões de consumo atuais são os responsáveis pelo
desequilíbrio ambiental, uma vez que se faz necessário a cada dia aumentar a demanda
de produtos, e ainda não consegue se fazer o retorno desses produtos gerados para seu
ciclo de produção ocasionando sobrecarga do sistema de destinação final
ambientalmente adequado. Para minimizar esse dano deve se adotar o método da coleta
seletiva como mecanismo de retorno da produção á cadeia produtiva, porém a falta de
preparo dos gestores locais junto com a pouca educação ambiental, seguida da alta
oneração das indústrias de reciclagem impedem o pleno funcionamento dessa logística
reversa.

A PNRS estabelece que os responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos são o
fabricante e o poder público bem como importadores e distribuidores. O poder público tem
por objetivo criar mecanismos e incentivar as práticas da logística reversa para melhor
coleta e destinação final dos resíduos segundo (THODE FILHO, 2015).

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Figura 4 – Política Nacional de Resíduos Sólidos

Fonte: www.newtrade.com.br

3 Metodologia Proposta
Será feita pesquisa bibliográfica, através de trabalhos científicos e outras
bibliografias, para aprofundamento dos conhecimentos no tema.

Será feito pesquisa de campo com a realização de visitas ao bairro Jardim dos Ipês,
no município de Eldorado - MS, para a verificação se as normas de descarte de resíduos
estão sendo cumpridas.

Será feito registro fotográfico dos locais de despejo irregular de resíduos da


construção civil e também serão mapeados com a utilização do mapa da cidade através
do Google Earth, com a identificação dos pontos com a marcação de um ponto vermelho
sobre o local de despejo irregular.

Será feita uma listagem de locais de despejo, tipo de despejo e quantidade


aproximada de resíduos deposto, e se é resíduo sólido de construção ou demolição à
partir de dados da visita in loco.

Após a coleta de dados, tendo sido encontradas situações de irregularidade no


despejo de resíduos será apontado soluções práticas para o problema.

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Figura 5- Mapa do centro de Eldorado - MS

Fonte: Google Maps (2020)

4 Resultados Esperados

Através desta pesquisa pretende-se obter resultados sobre a destinação atual dos
Resíduos Sólidos da Construção Civil no bairro Jardim dos Ipês, município de Eldorado -
MS, a fim de que esses dados obtidos sirvam como base para ficarem disponíveis para
futuras resoluções de problemas que possam ser encontrados.

5 Referências

BRASIL. Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos


Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=636>.
Acesso em: 10 Jun. 2020.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução Nº 307, de 05 de


julho de 2002. Estabelece Diretrizes, Critérios e Procedimentos para a Gestão dos
Resíduos da Construção Civil. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307>. Acesso em: 05 mai. 2020
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Consórcio Intermunicipal para Desenvolvimento da Região Sul de Mato Grosso do


Sul- CONISUL. Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do
Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento da Região Sul de Mato Grosso do Sul
- PIGIRS. Campo Grande, 2016. Disponível em:
<http://www.eldorado.ms.gov.br/2/arquivos-2017/plano-residuosolido/plano-integrado-
residuo-solido-eldorado-ms.pdf>. Acesso em: 10 Jun. 2020.

FERREIRA, Alice Cristina Alves; COSTA, Fernanda Monteiro Vieira da; DIAS, Isabella De
Cássia Teotônio, SANTOS, Silvino, Gestão De Resíduos Sólidos na Construção Civil.
Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014. Belo Horizonte, 2014 Disponivel em:
http://revistapensar.com.br/engenharia/pasta_upload/artigos/a140.pdf. Acessado em: 03
Jul. 2020.

JESUS, Willian Ferraz De. Caracterização Das Formas De Destinação Final Impostas
Pela Política Nacional De Resíduos Sólidos e Identificação De Seus Principais
Aspectos e Potenciais Impactos. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para
obtenção do título de Engenheiro Ambiental na Universidade Tecnológica Federal Do
Paraná- CAMPUS LONDRINA, 2013.

LIMA, Emerson Eleno de Souza. Análise da gestão dos Resíduos da Construção Civil
(RCC) no município de Eldorado - MS. Trabalho Final de Curso apresentado para
obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil na Universidade Paranaense -
UNIPAR. Guaíra, 2019.

MAIELLO, Antonella; BRITTO, Ana Lucia Nogueira de Paiva; VALLE, Tatiana Freitas.
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https://www.scielo.br/pdf/rap/v52n1/1982-3134-rap-52-01-24.pdf. Acessado em: 18 Jul.
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SCALONE, Paola Arima. Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil: Estudo de


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SILVA, Luiz Fernando Bautitz Da. Destino Final De Resíduos Sólidos Na Construção Civil
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THODE FILHO, Sérgio. A Logística Reversa e a Política Nacional de Resíduos Sólidos:


desafios para a realidade brasileira Revista Eletrônica em Gestão, Educação e

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Curso de Engenharia Civil - Campus Guaíra

Tecnologia Ambiental, v. 19, n. 3, set-dez. p. 529-538. Santa Maria, 2015. Disponível


em: file:///D:/usuario/Downloads/19322-95711-1-PB.pdf. Acessado em: 18 Jul. 2020.

TFC 2020 – TRABALHO FINAL DE CURSO 14

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