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Hip Hop – início dos anos 70 no Bronx, Nova Iorque, EUA

- arte urbana
- expressão da cultura afro-americana

- Globalização nos anos 80: cultura afro-diaspórica


- 4 elementos originais: Grafite, DJ, Break, RAP/MC
https://www.youtube.com/watch?v=lz-dryAsJx8

5° elemento: conhecimento
6° elemento: moda

https://www.youtube.com/watch?v=l-Vo1N4V7EE
Negro Drama
Nego drama
Entre o sucesso e a lama
Dinheiro, problemas, invejas, luxo, fama

Nego drama
Cabelo crespo e a pele escura
A ferida, a chaga, à procura da cura

Nego drama
Tenta ver e não vê nada
A não ser uma estrela
Longe, meio ofuscada

Sente o drama
O preço, a cobrança
No amor, no ódio, a insana vingança

Nego drama
Eu sei quem trama e quem tá comigo
O trauma que eu carrego
Pra não ser mais um preto fodido

O drama da cadeia e favela


Túmulo, sangue, sirene, choros e velas
Passageiro do Brasil, São Paulo, agonia
Que sobrevivem em meio às honras e covardias

Periferias, vielas, cortiços


Você deve tá pensando
O que você tem a ver com isso?

Desde o início, por ouro e prata


Olha quem morre, então
Veja você quem mata

Recebe o mérito a farda que pratica o mal


Me ver pobre, preso ou morto já é cultural
Histórias, registros e escritos
Não é conto nem fábula, lenda ou mito

Não foi sempre dito que preto não tem vez?


Então olha o castelo e não
Foi você quem fez, cuzão

Eu sou irmão do meus truta de batalha


Eu era a carne, agora sou a própria navalha
Tim-tim, um brinde pra mim
Sou exemplo de vitórias, trajetos e glórias

O dinheiro tira um homem da miséria


Mas não pode arrancar de dentro dele a favela
São poucos que entram em campo pra vencer
A alma guarda o que a mente tenta esquecer
Olho pra trás, vejo a estrada que eu trilhei, mó cota
Quem teve lado a lado e quem só ficou na bota
Entre as frases, fases e várias etapas
Do quem é quem, dos mano e das mina fraca

Hum, nego drama de estilo


Pra ser, se for tem que ser
Se temer é milho

Entre o gatilho e a tempestade


Sempre a provar
Que sou homem e não um covarde

Que Deus me guarde, pois eu sei que ele não é neutro


Vigia os rico, mas ama os que vem do gueto
Eu visto preto por dentro e por fora
Guerreiro, poeta, entre o tempo e a memória

Ora, nessa história vejo dólar e vários quilates


Falo pro mano que não morra e também não mate
O tic-tac não espera, veja o ponteiro
Essa estrada é venenosa e cheia de morteiro

Pesadelo, hum, é um elogio


Pra quem vive na guerra, a paz nunca existiu
No clima quente, a minha gente sua frio
Vi um pretinho, seu caderno era um fuzil, fuzil

Nego drama

Crime, futebol, música, carai'


Eu também não consegui fugir disso aí
Eu sou mais um
Forrest Gump é mato
Eu prefiro contar uma história real
Vou contar a minha

Daria um filme
Uma negra e uma criança nos braços
Solitária na floresta de concreto e aço
Veja, olha outra vez o rosto na multidão
A multidão é um monstro sem rosto e coração

Hei, São Paulo, terra de arranha-céu


A garoa rasga a carne, é a Torre de Babel
Família brasileira, dois contra o mundo
Mãe solteira de um promissor vagabundo

Luz, câmera e ação, gravando a cena vai


Um bastardo, mais um filho pardo sem pai
Hei, senhor de engenho, eu sei bem quem você é
Sozinho cê num guenta, sozinho cê num entra a pé

Cê disse que era bom e as favela ouviu


Lá também tem uísque, Red Bull, tênis Nike e fuzil
Admito, seus carro é bonito, é, e eu não sei fazer
Internet, videocassete, os carro loco

Atrasado, eu tô um pouco sim, tô, eu acho


Só que tem que
Seu jogo é sujo e eu não me encaixo
Eu sou problema de montão, de Carnaval a Carnaval
Eu vim da selva, sou leão, sou demais pro seu quintal

Problema com escola eu tenho mil, mil fita


Inacreditável, mas seu filho me imita
No meio de vocês ele é o mais esperto
Ginga e fala gíria; gíria não, dialeto

Esse não é mais seu, oh, subiu


Entrei pelo seu rádio, tomei, cê nem viu
Nóis é isso ou aquilo, o quê? Cê não dizia?
Seu filho quer ser preto, ah, que ironia

Cola o pôster do 2Pac aí, que tal? Que cê diz?


Sente o negro drama, vai, tenta ser feliz
Ei bacana, quem te fez tão bom assim?
O que cê deu, o que cê faz, o que cê fez por mim?

Eu recebi seu ticket, quer dizer kit


De esgoto a céu aberto e parede madeirite
De vergonha eu não morri, to firmão, eis-me aqui
Você não, cê não passa quando o mar vermelho abrir

Eu sou o mano, homem duro, do gueto, Brown, oba


Aquele loco que não pode errar
Aquele que você odeia amar nesse instante
Pele parda e ouço funk
E de onde vem os diamante? Da lama
Valeu mãe, negro drama (drama, drama, drama)

Aí, na época dos barraco de pau lá na Pedreira


Onde cês tavam?
Que que cês deram por mim?
Que que cês fizeram por mim?
Agora tá de olho no dinheiro que eu ganho?
Agora tá de olho no carro que eu dirijo?

Demorou, eu quero é mais, eu quero até sua alma


Aí, o rap fez eu ser o que sou
Ice Blue, Edy Rock e KL Jay
E toda a família, e toda geração que faz o rap
A geração que revolucionou, a geração que vai revolucionar
Anos 90, século 21, é desse jeito

Aí, você sai do gueto


Mas o gueto nunca sai de você, morô irmão?
Cê tá dirigindo um carro
O mundo todo tá de olho 'ni você, morô?
Sabe por quê? Pela sua origem, morô irmão?
É desse jeito que você vive, é o negro drama

Eu num li, eu não assisti


Eu vivo o negro drama
Eu sou o negro drama
Eu sou o fruto do negro drama
Aí Dona Ana, sem palavra
A senhora é uma rainha, rainha

Mas aí, se tiver que voltar pra favela


Eu vou voltar de cabeça erguida
Porque assim é que é, renascendo das cinzas
Firme e forte, guerreiro de fé
Vagabundo nato!

https://www.youtube.com/watch?v=9vvZAqCRlDA

Estamos de Luto
Facção Central

Estamos de luto aos manos que se foram


Aê aos que ficaram meu pêsames, aguardem sua vez
Não tem apelo pro inferno, nem oração lá pra cima
Todo mundo já era é uma contagem regressiva
Cada mano numa alça vela acesa mesma cena
Um caixão que mal identifico
Será que valeu a pena, o sangue no peito
O B.O. no carro forte, o plaquê de Dólar
Um caixão velado por ninguém
A lágrima da coroa que de canto chora
Ontem um muleque que sonhava com Vídeo Game, no Natal
Hoje um cadáver em pedaços desfigurado irreconhecível, embaixo do jornal
Sem marcha fúnebre cortejo só o toque da sirene
Apenas mais um defunto mais uma cruz no cemitério, outra medalha pra
civil, outra medalha pra PM (roubo a banco, Denarc, ROTA, tático cinza )
E nesse embalo quantos manos meus, eu já contei
Com certeza o velório de quase todos eu presenciei
Sempre no mesmo estilo, caixão caindo ao pedaços
Botaram quase a bunda no crack
E como lixo foram enterrados
Cadê a auto-estima, aqui ninguém se liga
Que ser esperto não é ser ladrão
É não morrer no oitão na doze da policia
Ainda me lembro do glicério cambuci da antiga
Pivetada no caminho estudando seria um alguém na vida
Não progrediram honestamente mas no crime a história se inverte de 155
16 hoje a banca toda
É 121 12 157, assalto a banco homicídio tráfico coisas desse tipo
Só que existe um detalhe a cada fita ninguém volta rico muito menos vivo
Se alguém tomasse como exemplo, cadáver ensanguentado
Não haveria tanto embalo rezando pra ser finado
Não haveria o IML lotado, com os nossos manos
Não haveria nossa juventude imbecilmente se acabando
Não quero ver mais mano meu sendo apenas defunto
E aos manos que se foram, nós estamos de luto
Seu enterro não vai ter ninguém de luto
É só mais um outro caixão, só mais um defunto
No cadáver como um lixo no necrotério
Sem flores nem lágrimas no cemitério estamos de luto
Estamos apresentando a imbecilidade
A lei do mais forte, aqui é só malandragem
Não tem espaço pra otário aqui quem se da bem
É quem atira primeiro, argumentos pouco interessam
O negócio é dinheiro é cocaína é malandragem pilantra na mira
Esquemas de assaltos aliados falsos varias vadias
O vínculo com a morte a porta do inferno
Ninguém pega boi, não tem otário nem esperto
Quem está com o revolver tem a razão
A lei foi feita assim, aqui por nós a lei de ladrão
Não tem negócio de irmão que branco e preto que nada
Deveu dinheiro deu bonde em farinha, se liga na rajada
E aê pilantra e o dinheiro?
Que dinheiro mano?
Dinheiro da droga o cuzão
Te devo nada mano
Me deve nada ô filho da puta, então vai (barulhos de tiros)
Assim se movimenta a parte pobre o submundo
Honestidade sem chance aqui ninguém tem futuro
Um corredor da morte
Onde a cadeira elétrica são os próprios manos na crocodilagem
Não tem pessoa certa, não existe aliado
Nem mano de parada, se a casa cai num DP
Foi ele aí eu não sei de nada
Quantas vezes vi os próprios manos se caguetando
Tornando se inimigos na sequencia se matando
Aquele aliado que roubava do meu lado
Deu brecha me caguetou vai virar finado
A regra é assim, simples e eficaz
Se pilantrou já deu motivo então descanse em paz
Não compre sua passagem para o inferno
Seja mais que malandro 10 vezes mais que esperto
Não seja apenas só mais um defunto
É que pra morte da gente dificilmente mano,
Alguém fica de luto
Seu enterro não vai ter ninguém de luto
É só mais um outro caixão, só mais um defunto
No cadáver como um lixo no necrotério
Sem flores nem lágrimas no cemitério
Estamos de luto
Ouço tiros daqui, mais um mano se foi
A casa caiu caguetagem, não teve boi
Mais um outro aliado na delegacia
Se abriu igual uma piranha, e aí só alegria
É a tal lei de ladrão, capitulo proteção
Se eu tô bem tô vivo descanse em paz um mano no caixão
É o lado irônico do crime sem a menor graça
Seu aliado de quadrilha é o mesmo que te enterra
É a mão que segura sua alça
Sem aplausos, salva de tiros
É só mais um episódio do suicidio coletivo
É só mais um finado mais um defunto
Mais um enterro, ninguém de preto, ninguém de luto
É triste sim mas na verdade o que mais me deixa atacado
É saber que não importa o quanto haja finados
Manos enterrados nosso veneno é ignorado
Aqui não tem enterro, não tem crack policia
PT engatilhada, aqui não existe inferno é tudo paz só alegria
Quebrada da playboyzada que nada
Eu tô falando da Muniz de Souza do Glicério do Ipiranga Cambuci se liga é
cemitério não precisa de favela barraco pra ser quebrada de ladrão,
periferia interior, centro vacilou, bum é caixão
São Paulo de ponta a ponta é um defunto esperando o seu enterro
Em nome do pai Zona Norte em nome do filho Zona Sul do espirito santo
Leste, Zona Oeste amém meus sentimentos
Nossa quebrada segue a regra, o Lucifer decide o nosso fim, aqui é rota
enterro influencia ruim
Muniz de Souza de luto PT e 38, salve o mano Nei e o Nicolau
assassinado, ali no posto
Salve o mano DG (Meu velho mano DG)
bons tempos Maranjaí
A quebrada em peso até hoje, lamenta o seu fim
Salve o mano Tony, morto numa parada
Salve todos manos assassinados, de todas quebradas
Facção Central, e aos que foram nós sentimos muito
Mano Eduardo Erick 12 Dum-Dum nós estamos de luto
Seu enterro não vai ter ninguém de luto
É só mais um outro caixão, só mais um defunto
No cadáver como um lixo no necrotério
Sem flores nem lágrimas no cemitério
Estamos de luto

https://www.youtube.com/watch?v=VbI3XlB5iGU

Levanta e anda
Emicida

Era um cômodo incômodo


Sujo como o dragão de komodo
Úmido, eu homem da casa
Aos seis anos
Mofo no canto, todo TV
Engodo pronto pro lodo
Tímido, porra!
Somos reis, mano
Olhos são elétrodos, sério
Topo, trombo corvos
Num cemitério de sonhos
Graças a leis, planos
Troco de jogo vendo roubo
Pus a cabeça a prêmio, ingênuo
Colhi sorrisos e falei vamos
É um novo tempo, momento
Pro novo a sabor do vento
Me movo pelo solo onde reinamos
Pondo pontos finais na dor como
Doril, Anador somos a luz do Senhor
E pode crê, 'tamo construindo
Suponho não, creio, meto a mão
Em meio a escuridão pronto acertamos
Nosso sorriso sereno hoje é o veneno
Pra quem trouxe tanto ódio pra
Onde deitamos

Quem costuma vir de onde eu sou


Às vezes não tem motivos pra seguir
Então levanta e anda, vai, levanta e anda
Vai, levanta e anda
Mas eu sei que vai, que o sonho te traz
Coisas que te faz prosseguir
Vai, levanta e anda, vai, levanta e anda
Vai, levanta e anda, vai, levanta e anda

Irmão, você não percebeu


Que você é o único representante
Do seu sonho na face da terra
Se isso não fizer você correr, chapa
Eu não sei o que vai

Eu sei, sei cansa


Quem morre ao fim do mês
Nossa grana ou nossa esperança
Delírio é equilibro
Entre o nosso martírio e nossa fé
Foi foda contar migalha nos escombros
Lona preta esticadas, enxada no ombro
E nada vim, nada enfim
Recria sozinho
Com a alma cheia de mágoa e as panela vazia
Sonho imundo só água na geladeira
E eu querendo salvar o mundo
No fundo é tipo David Blaine
A mãe assume, o pai some de costume
No máximo é um sobrenome
Sou o terror dos clone
Esses boy conhece Marx
Nós conhece a fome
Então serra os punho sorria
E jamais volte pra sua quebrada de mão e mente vazias

Quem costuma vir de onde eu sou


Às vezes não tem motivos pra seguir
Então levanta e anda, vai, levanta e anda
Vai, levanta e anda
Mas eu sei que vai, que o sonho te traz
Coisas que te faz prosseguir
Então levanta e anda, vai, levanta e anda
Vai, levanta e anda, vai, levanta e anda

Somos maior, nos basta só sonhar, seguir

É o poder

É o poder
Aceita porque dói menos
De longe falam alto mas de perto tão pequenos
Se afogam no próprio veneno, tão ingênuos
Se a "carapuça" serve falo mesmo e eu cobro quem me deve
É o poder, o mundo é de quem faz
Realidade assusta todos tão normais
(Daw di rau di rau daw di rau di rau) Viu? Falei!
Depois não vem dizer que eu não avisei
Só não vem dizer que não
Só não vem dizer que não
Só não vem dizer que não

Sociedade choque eu vim para incomodar


Aqui o santo é forte, é melhor se acostumar
Quem foi que disse que isso aqui não era pra mim, se equivocou
Fui eu quem criei, vivi, escolhi, me descobri, e agora aqui estou
Não aceito cheque, já te aviso, não me teste
Se merece então não pede, vai fazer algo que preste!
Quem é ligeiro investe, não só fala também veste
Juíz de internet caga se espalhando feito peste

Se não tá no meu lugar então não fale, meu, não fale


Se for fazer pela metade, não vai, não vai
Eu vivo com doses de só Deus que sabe, o resto ninguém sabe
Quebro tudo para que todos se caiam

Quem vem?
Só quem tem coragem vai
Já falei que quem nasceu pra ser do topo
Nunca cai
O medo é de quem? (hein?)
Olha quem ficou para trás
É a vida segue (segue)
E o tempo não volta mais!

É o poder, o mundo é de quem faz


Realidade assusta todos tão normais
(Daw di rau di rau daw di rau di rau) Viu? Falei!
Depois não vem dizer que eu não avisei
Só não vem dizer que não
Só não vem dizer que não
Só não vem dizer que não

Eles não sabem o que dizem


Não aguenta então não fiquem
Eles não sabem o que dizem
Não aguenta então não fiquem

Se tem uma coisa que me irrita


É ver bocas malditas dizendo mentiras sobre minha vida
Coisas que eu nem vivi ainda (eita!)
Frustados, pirados na cova
Já perdi a hora, preciso ir embora
Alguém me espera lá fora, me deixe

Me deixe, me deixe, me deixe, me deixe, me deixe...


Link das músicas em ordem de apresentação – Lucas
É o poder – Karol Conka: https://www.youtube.com/watch?v=kOSQngZjvdc
Procure – Rico Dalasam: https://www.youtube.com/watch?v=BjTc_3I-tVw
Afrontamento – Tássia Reis: https://www.youtube.com/watch?v=Z-HueL6CkGM
Quem tem joga – Drik Barbosa: https://www.youtube.com/watch?v=LL7B6v9xZ1g
Mandume – Várias vozes: https://www.youtube.com/watch?v=mC_vrzqYfQc
Principia – Emicida:: https://www.youtube.com/watch?v=kjggvv0xM8Q
Não existe amor em SP – Criolo ft Milton Nascimento: https://www.youtube.com/watch?
v=vwjVbpKlTUc
Procuro alguém – Djonga: https://www.youtube.com/watch?v=-CrD1n1loXs
Bluesman – Baco Exu do Blue: https://www.youtube.com/watch?v=82pH37Y0qC8
Gosto de quero mais – Hiran ft Tom Veloso: https://www.youtube.com/watch?v=AwE6VzyUTl0
Engenho de dentro – Vaine ft Natania Borges: https://www.youtube.com/watch?v=mH3KL9eyfMk

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