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Curso Salvamento em Alturas

2018

AULA 1

Normas Equipamentos Nós e


amarrações.

Objetivos Notas
1) Identificar e utilizar adequadamente os materiais de
segurança para salvamento em altura
2) Realizar os nós e amarrações
3) Nomear de forma adequada cada tipo de nó.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE


Primeiro dia (17/09/2018)

Período da manhã
Instrutores: Cap Souza, Ten. Tozi, Ten. Saulo, Ten Assunção, Ten Machado e
Cb PM Paulo

 Apresentação do curso e boas vindas aos alunos.


 Todos instrutores explicaram os objetivos, datas e todo cronograma do
curso.
 Foi realizado a divisão das cangas e grupos (4 alunos) para as avaliações.
 Cada aluno recebeu uma folha sulfite, onde tiveram que especificar os
objetivos e expectativas do curso.
 Intervalo para o almoço

Período da tarde
Instrutores: Ten Tozi, Ten Assunção, Ten Machado, Cb Paulo e Sd Torres.

 Ao retornar do almoço, os alunos realizaram um círculo no pátio para


treinamento de nós simples, nós de salvamento e auxiliares, utilizando o
cabo da vida (corda de sete metros).
 Os instrutores ensinavam o nó e estipulavam um tempo para o aluno
realizar.
 Segue abaixo definição e modelo dos nós realizados nesta data:

Nó Direito

Serve para ligar duas cordas de bitola igual e de materiais


iguais que não demandem muita força.
Para executar o nó direito basto cruzar os chicotes duas vezes,
sendo sempre o mesmo a passar por cima.

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Nó pescador duplo

Se quisermos que este nó fique ainda mais seguro, faz-se da


mesma forma e os chicotes, em vez de uma, dão duas voltas
em torno da outra corda, fazendo assim o nó de pescador
duplo.

Nó Fiador

Também designado por nó de Oito ou Volta de Fiador, inicia-se


com um cote e leva-se o chicote a passar pelo interior deste
contornando o seio.

Cote x Arremate

Cote: É uma volta simples em que uma das partes do cabo


morde a outra.

Arremate: É um nó simples utilizado ao final dos nós mais


complexos, garantindo maior segurança (pescador simples).

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Nó Volta do Fiel

Também conhecido por nó de Porco, este nó pode ser feito na


mão, dando com a corda duas voltas redondas que, depois de
sobrepostas, se vão encapelar no tronco, ou feito diretamente
no tronco, dando duas voltas redondas em volta do tronco de
modo a que o chicote passa por cima na primeira e por baixo
na segunda, ficando trilhado.
Este nó serve para amarrar um cabo ou uma espia a um
suporte fixo.

Fiel seio

Fiel chicote

Nó Simples

O nó simples também designado por laçada pode ser:


- Singelo: Começa-se com um cote direto ou inverso passando por
baixo do seio.

- Dobrado: Para a execução deste nó existem dois processos:

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1ª - Dá-se à corda tantas voltas com o chicote quantas às desejadas,
até ficar com uma disposição semelhante à da primeira imagem. Para
terminar o nó puxa-se pelas extremidades até ele ficar devidamente
socado como na segunda imagem.

Primeira imagem

Segunda imagem

2ª - Aconselha-se que quando desejar um nó com muitas


voltas enrola-se a corda à volta de um bocado de madeira,
quantas vezes que se quiser.

Seguidamente, retira-se a madeira e faz-se passar o


chicote “A” por dentro das voltas dadas, e simultaneamente
por detrás do chicote “B”.

Finalmente, depois de socado, obtém-se o nó desejado.

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Nó de Azelha

Este nó executa-se do mesmo modo que o nó simples, mas é


dado com a corda dobrada.

Nó Torto

Este nó varia do anterior apenas porque no segundo


cruzamento de chicotes, passa por cima o chicote que
anteriormente tinha passado por baixo.
Este nó é pouco utilizado devido à sua facilidade de correr.

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Nó pescador simples

Nó pescador simples ou nó de Burro. É o nó usado para unir


cordas de bitolas iguais ou próximas, sendo muito finas,
molhadas ou escorregadias.
Execução: Colocam-se as cordas lado a lado e em sentidos
contrários de forma que o chicote de cada uma delas possa dar
o nó simples em torno do seio da outra. Para o nó ficar bem
socado é necessário que os nós simples encostem bem um no
outro.

Nó pescador duplo

Se quisermos que este nó fique ainda mais seguro, faz-se da


mesma forma e os chicotes, em vez de uma, dão duas voltas

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em torno da outra corda, fazendo assim o nó de pescador
duplo.

Nó de Escota simples

Serve para unir duas cordas de bitola ou materiais diferentes.


Para a execução é necessário dobrar o chicote da corda mais
grossa de modo a formar uma argola por onde vai passar a
mais fina que, depois de rodeá-la, se vai trilhar.

Nó de Escota duplo

Passa-se o chicote de um cabo por dentro da meia-volta do


outro e de novo por fora da volta. Em seguida faz-se uma
meia-volta em torno do outro e finalmente o chicote sob o
próprio e fora da meia-volta do outro.
Utilizado como o nó de Escota, com melhores condições de
segurança. É recomendado para cabos de diâmetros diferentes.

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Nó Lais de Guia

Nó de grande utilidade, usado para formar uma laçada não


corrediça. É um nó muito confiável, pois além de não
estrangular sob pressão é fácil de desatar, mas deve ser bem
executado para que não desmanche com facilidade.

Nó Lais de Guia de correr

O nó Lais de Guia de correr é um tipo de nó de forca. Ele irá


apertar automaticamente quando sujeito a tensão, mas irá
liberar facilmente assim que a tensão seja retirada, desliza
facilmente e desata-se de forma fácil também mesmo após
utilizações intensas.

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Nó Oito Duplo pelo seio

É utilizado na escalada para formar uma alça que serve para o


mosquetão unir a corda ao arnês. E ainda usado pelos
montanhistas para unir dois cabos.

Nó Oito Duplo pelo chicote (falomi)

É o mesmo nó em oito, porém fazendo-se primeiro um nó em


oito simples e transformando-o em nó duplo ao refazer o
caminho do oito com o chicote do cabo. Esse método permite
fixar a alça da corda em um anel ou elo rígido, que não possui
gatilho móvel, ou a um poste, barra ou árvore que não se
permitem ser laçadas pela alça feita por outro método.

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Nó de U.I.A.A com nó de Mula

Utilizado para resgatar vítimas em dificuldade. Também


chamado de Rappel dobreável, com utilização no U.I.A.A e um
mosquetão. Usado em situação onde a corda depois de feita a
transposição, possa ser resgatada. Muito seguro, mas requer
atenção em sua utilização.

 Em seguida ao treinamento de nós foi realizado o treinamento de


adaptação de altura (Pórtico), utilizando o colchão inflável.

 Primeiramente o instrutor realizou o salto do segundo patamar, dando as


instruções necessárias a cerca da segurança.
 Então os alunos realizaram o salto também do segundo patamar.
 Sendo assim foi finalizado o primeiro dia de curso com a oração do
guerreiro.

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Curso Salvamento em Alturas
2018

AULA 2

Normas, Equipamentos, Nós e Amarrações.

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos:

1) Terão conhecimento quantos as normas reguladoras;

2) Saberão identificar os materiais, e conhecimento quanto


sua utilização;

3) Executar as principais voltas e nós;

4) Nomear cada um dos nós.

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1. NORMAS
As Normas Regulamentadoras Brasileiras (NBR) são conjuntos de leis que visam
parametrizar as práticas de trabalho. Elas tem como propósito reduzir e evitar acidentes de
trabalho.
NBR é uma sigla estabelecida e divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE). Uma vez que o MTE é uma instituição do Poder Público, as Normas
Regulamentadoras têm caráter obrigatório.
Trata-se de um conjunto de direcionamentos e procedimentos técnicos referentes à
segurança no trabalho. As Normas Regulamentadoras foram definidas e podem ser
alteradas, por intermédio do MTE, de acordo com as necessidades da sociedade em geral,
indicadores estatísticos, demandas de órgãos fiscalizadores e organizações empresariais.
Tem como objetivo:
Conservar a segurança, a saúde e a integridade dos trabalhadores;
Parametrizar procedimentos;
Incentivar a implantação de políticas de segurança e saúde no trabalho dentro das
empresas;
Traçar estratégias para prevenção de acidentes de trabalho;
Evitar que seja atribuído ao trabalhador atividades que o exponham a condições
precárias, pondo em risco sua integridade física;
Formalizar uma legislação de proteção à segurança e medicina do trabalho.
Embora atendam suficientemente aos ambientes de trabalho, como os da construção
civil e da indústria, não contemplam atividades esportivas ou de salvamento, para as quais
são consideradas inadequadas, razão pela qual seguiremos normas internacionais de
consenso para especificação e aquisição de equipamentos.

1.1. National Fire Protection Association

A National Fire Protection Association (NFPA) é uma associação independente


sediada em Massachussetes – EUA, destinada a promover a segurança contra incêndio e
outras emergências. Dentre diversas normas, a NFPA - 1983 Standard on Fire Service

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Safety Rope and Systems Components, revisada em 2001, versa sobre equipamentos de
salvamento em altura utilizados por bombeiros.
Esta norma estabelece a classificação de equipamentos de uso pessoal e de uso geral
(para duas pessoas, também chamadas “cargas de resgate”). Segundo a norma, a carga de
uma pessoa é de 300 lbs (135kg) e a carga de resgate equivale a 600 lbs (270 kg), estes
valores levam em conta o peso estimado de uma pessoa padrão mais os equipamentos de
segurança.

A NFPA não certifica equipamentos; a certificação é realizada por laboratórios de


teste independentes e idôneos, como o Underwrites Laboratories (UL) ou o Safety
Equipament Institute (SEI).

É importante ressaltar que o fator de segurança preconizado por essa norma é 15, ou
seja, os equipamentos de uso pessoal (1 pessoa) deve suportar no mínimo uma carga de
135kg x 15, logo aproximadamente 2000kg (20 KN) e para equipamentos de uso geral,
carga de salvamento, seria 270kg x 15 = 4050 Kg. Contudo com a revisão da norma em
2001, foi afirmado que esta não deveria ser seguida para a atividade de bombeiros, que
somente os fabricantes e as indústrias deveriam seguir estas especificações, portanto
criou-se o termo AHJ, o qual seria a autoridade jurisdicional, em que quem decide sobre a
tática e a técnica empregada em salvamento é o comandante da emergência. Traduzindo
essa reformulação, foi dada a opção ao bombeiro de poder trabalhar fora desta margem de
segurança, se entender necessário e fator preponderante para o sucesso da operação.

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1.2. União Internacional de Associações de Alpinismo

A União Internacional de Associações de Alpinismo (UIAA), sediada em Genebra –


Suíça, estabelece normas para os equipamentos e a segurança dos montanhistas (de uso
esportivo).

1.3. Outras Normas

Existem outras normas que tratam de equipamentos para atividades em altura, como
as EN (Normas Européias), cuja fabricação nessa conformidade, é indicada por um
número e pela chancela CE, que significa estar “conforme especificações”.

2. EQUIPAMENTOS

O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo utiliza uma grande quantidade de


materiais de salvamento. Sua grande maioria, feito em aço sendo poucos materiais
esportivos, ou seja, feitos de uma liga de alumínio.

2.1) Mosquetão

É um anel metálico que possui um segmento móvel, chamado gatilho, que se abre
para permitir a passagem da corda. É um equipamento típico de uso em esportes e

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salvamento que utilizam cabos (cordas) como item de segurança, como escalada,
espeleologia e canyoning.
Existem diversos tipos e formatos, cada qual com uma função específica. O tipo, o
formato e o material variam de acordo com a destinação e uso. Existem mosquetões sem
trava, com trava e com trava automática, feitos em diversos materiais como aço carbono,
alumínio, aço inox e em vários formatos.

É dividido nas seguintes partes: (1) dorso ou espinha, (2) dobradiça, (3) gatilho, (4)
trava e (5) bloqueio ou nariz.

Os mosquetões são desenhados para suportarem carga unidirecional ao longo do


dorso com a trava fechada.

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Os mosquetões usados em esporte são concebidos para serem bastante leves e
compactos, alguns mosquetões utilizados em escalada podem ser abertos mesmo com
carga. Ao contrário, mosquetões para salvamento não devem ser abertos com carga,
devem suportar cargas mais elevadas e ter maior abertura para utilização conjunta com
outros equipamentos e para prender macas ou estruturas de grande diâmetro ou espessura.
A NFPA prevê mosquetões de uso geral com trava, em aço e com resistência nominal de
4000Kgf.
Ao inspecionar o mosquetão, observe toda sua estrutura procurando detectar
deformidades, amassamentos ou trincas. Observe ainda o alinhamento entre o bloqueio e
o corpo do mosquetão e a tensão da mola da dobradiça. Outrossim, qualquer material
metálico que sofra uma queda importante, deve ser descartado.

2.2. Freio 8

Freio bastante difundido no Corpo de Bombeiros, de funcionamento simples, leve,


robusto, compacto e pouco custoso. Confeccionado em aço ou duralumínio e nos formatos
convencionais ou de salvamento (com
orelhas).

Tem como características torcer a corda, dissipar mal o calor, não permitir a
graduação do atrito e necessitar ser removido do mosquetão para a passagem da corda.
Comparando-se o oito convencional ao de salvamento, o segundo tem melhor dissipação
de calor, não permite a formação do nó boca de lobo e possibilita a realização de outra
variação de trava em função das orelhas, além de facilitar a conecção da vítima ao freio,
através do orifício central.

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oito convencional oito de salvamento

2.3. Rack

Descensor linear metálico com barretes móveis em alumínio maciço ou aço inox
que apresenta as vantagens de não torcer a corda, não necessitar ser desclipado da
ancoragem para a passagem da corda, dissipando melhor o calor e permitindo a graduação
do atrito da corda ao freio durante sua utilização (à medida em que são aumentados ou
diminuídos os barretes).

2.4. Descensores autoblocantes

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Descensor autoblocante com função anti-pânico para o resgate: possui alavanca a
qual é possível controlar a descida da seguinte forma: puxando a alavanca até um ponto
intermediário, o equipamento libera a descida do usuário; ou puxando demais ou soltando
a alavanca, o equipamento trava, assegurando a vida do usuário. Com esta mesma
alavanca, é possível posicioná-la na função “lock” onde garante que o equipamento estará
bloqueado, na função “store”, a qual o equipamento deve ser armazenado e ainda na
posição “belay”, a qual possibilita dar segurança ao bombeiro. É possível colocar e retirar
a corda dentro do descensor, sem retirá-lo do mosquetão, garantindo assim que ele não
seja perdido, durante o uso e possui mordente interno, que bloqueia a corda se ela for
colocada no aparelho de forma inadequada.

2.5. Bloqueadores estruturais

Aparelho que possui uma canaleta fechada, por onde a corda desliza, e uma cunha
excêntrica que pressiona a corda, prensando-a contra a canaleta e travando-a. Para a
montagem do bloqueador, é necessário desengatar um pino removível, desmontando o
aparelho em três peças para a passagem da corda, observando-se a correta montagem e
direcionamento, de acordo com o sentido de travamento desejado. Deve-se atentar para o
risco de perda da cunha em virtude do rompimento do cabo que une o corpo do
bloqueador à peça, o que comumente ocorre após muito tempo de utilização.

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2.6. Bloqueadores de mão
Bloqueador dotado de uma canaleta aberta na lateral e de uma cunha dentada que
pressiona a corda contra a canaleta por ação de uma mola, além de uma manopla para
empunhadura. Cada aparelho é operado por uma das mãos, formando-se o par (direito e
esquerdo).
Existe também bloqueador ventral, o qual destina-se a mesma função do bloqueador
de mão, porém se localiza na região peitoral.

2.7. Placa de ancoragem

Placa metálica que facilita a distribuição de várias linhas de ancoragem, distribuindo


os esforços e facilitando a visualização, organização e manipulação dos equipamentos
empregados, também utilizadas na preparação de macas, para convergência dos tirantes,
ancoragem ao sistema e conecção do bombeiro e da vítima.

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2.8. Cordim

Cordelete de 6 a 8 mm de diâmetro, empregado normalmente sob forma de anéis


fechados por pescador duplo ou nó oito, utilizado principalmente para realização de um
nó bloqueador à corda em ancoragens, para montagem de tirantes ajustáveis para macas,
ascensão em cordas, entre outras aplicações.

2.9. Fitas tubulares

As fitas tubulares podem ser fechadas por nó ou costuradas. De forma geral,


destinam-se a facilitar ancoragens, de modo bastante prático e funcional, preservando a
corda. Todo material têxtil sofre desgaste tanto pela abrasão, quanto pela deterioração por
raios ultravioletas (raios solares). Devem ser trocadas toda vez que as linhas da costura
começarem a puir ou quando sua coloração começar a aparentar uma tonalidade
desbotada (queimada pelo sol).

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2.10. Cadeira de salvamento
Cintos, em diversos modelos, formados por fitas, fivelas e alças que envolvem a
cintura e as pernas, com pelo menos um ponto de ancoragem na cintura, podendo ou não
ter outros pontos de ancoragem (pontos estruturais) e possuir suspensórios ou peitorais, de
acordo com sua destinação.
Existem modelos para uso esportivo e para uso profissional (salvamento). As
cadeiras para salvamento reúnem características específicas como fitas largas e
acolchoadas (prevendo-se a possibilidade da permanência dependurado por um longo
tempo, durante uma operação de salvamento), além de, no mínimo, dois pontos
estruturais, na parte anterior e posterior da cintura.

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Os pontos de ancoragem são feitos por anéis metálicos em “D”, com resistência de
22 kN, com ou sem alça de fita de segurança. Pode ser utilizada com peitoral avulso ou
que seja parte integrante da cadeira. Nesses casos, há pontos de ancoragem na altura do
osso esterno e na região dorsal, podendo ainda haver pontos de fixação em “V” sobre os
ombros. Cadeiras com estas características são indicadas para trabalhos em espaço
confinado, ascensão em cordas e salvamento aquático.
A NFPA-1983 (edição 2001) classifica as cadeiras de salvamento em três classes:
Classe I – cintos que se ajustam em torno da cintura e em torno das coxas, e são
desenhados para fuga de emergência com carga de apenas uma pessoa;
Classe II – cintos que se ajustam em torno da cintura e em torno das coxas
dimensionados para carga de salvamento; e
Classe III – cintos que além de ajustarem-se em torno da cintura e coxas, ajustam-se
ao tronco através de peitoral ou suspensório.
Ao utilizar cadeiras, especial atenção deve ser tomada quanto aos pontos de
ancoragem (pontos estruturais) daquele modelo, de modo que não sejam confundidos com
os porta-objetos, impróprios para quaisquer ancoragens.
Ao executar a inspeção periódica da cadeira, observe todas as fitas e peças
metálicas, detectando deformidades, cortes e abrasão anormais, bem como a eficiência das
fivelas de fechamento e ajuste e as condições das costuras, normalmente em cores
contrastantes com a fita, justamente para conferência deste item.

2.11 Polias

As polias servem para desviar o sentido de aplicação da força ou para compor


sistemas de vantagem mecânica, de acordo com a forma de utilização, assim como servem
para proporcionar o deslize por uma corda. Existem diversos modelos, cada qual com
destinações específicas, dentre os quais destacamos as simples ou duplas (referente ao
número de rodas da polia), polias de base chata (cujo formato das placas laterais permite o
ajuste automático do nó prussik, destinando-se a operar como polia mestra em sistemas de
vantagem mecânica) e polias passa-nó (cuja largura avantajada possibilita a passagem de
cordas emendadas ou duplas, assim como pode ser utilizada como módulo redutor de
atrito).

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3. NÓS E AMARRAÇÕES

3.1. Nó Direito

Serve para ligar duas cordas de bitola igual e de materiais iguais que não demandem
muita força.

3.2. Nó pescador duplo

Se quisermos que este nó fique ainda mais seguro, faz-se da mesma forma e os
chicotes, em vez de uma, dão duas voltas em torno da outra corda, fazendo assim o nó de
pescador duplo.

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3.3. Nó Fiador

Também designado por nó de Oito ou Volta de Fiador, inicia-se com um cote e


leva-se o chicote a passar pelo interior deste contornando o seio.

3.4. Nó Volta do Fiel

Também conhecido por nó de Porco, este nó pode ser feito na mão, dando com a
corda duas voltas redondas que, depois de sobrepostas, se vão encapelar no tronco, ou
feito diretamente no tronco, dando duas voltas redondas em volta do tronco de modo a
que o chicote passa por cima na primeira e por baixo na segunda, ficando trilhado.
Este nó serve para amarrar um cabo ou uma espia a um suporte fixo.

3.5. Nó Simples

O nó simples também designado por laçada.

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3.6. Nó de Azelha

Este nó executa-se do mesmo modo que o nó simples, mas é dado com a corda
dobrada.

3.7. Nó Torto

Este nó é pouco utilizado devido à sua facilidade de correr.

3.8. Nó pescador simples

Nó pescador simples ou nó de Burro. É o nó usado para unir cordas de bitolas iguais


ou próximas, sendo muito finas, molhadas ou escorregadias.
Execução: Colocam-se as cordas lado a lado e em sentidos contrários de forma que
o chicote de cada uma delas possa dar o nó simples em torno do seio da outra. Para o nó
ficar bem socado é necessário que os nós simples encostem bem um no outro.

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3.9. Nó pescador duplo

Se quisermos que este nó fique ainda mais seguro, faz-se da mesma forma e os
chicotes, em vez de uma, dão duas voltas em torno da outra corda, fazendo assim o nó de
pescador duplo.

3.10. Nó de Escota simples

Serve para unir duas cordas de bitola ou materiais diferentes. Para a execução é
necessário dobrar o chicote da corda mais grossa de modo a formar uma argola por onde
vai passar a mais fina que, depois de rodeá-la, se vai trilhar.

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3.11. Nó de Escota duplo

Passa-se o chicote de um cabo por dentro da meia-volta do outro e de novo por fora
da volta. Em seguida faz-se uma meia-volta em torno do outro e finalmente o chicote sob
o próprio e fora da meia-volta do outro.

Utilizado como o nó de Escota, com melhores condições de segurança. É


recomendado para cabos de diâmetros diferentes.

3.12. Nó Lais de Guia

Nó de grande utilidade, usado para formar uma laçada não corrediça. É um nó muito
confiável, pois além de não estrangular sob pressão é fácil de desatar, mas deve ser bem
executado para que não desmanche com facilidade.

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3.13. Nó Lais de Guia de correr

O nó Lais de Guia de correr é um tipo de nó de forca. Ele irá apertar


automaticamente quando sujeito a tensão, mas irá liberar facilmente assim que a tensão
seja retirada, desliza facilmente e desata-se de forma fácil também mesmo após
utilizações intensas.

3.14. Nó Oito Duplo pelo seio

É utilizado na escalada para formar uma alça que serve para o mosquetão unir a
corda ao arnês. E ainda usado pelos montanhistas para unir dois cabos.

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3.15. Nó Oito Duplo pelo chicote (falomi)

É o mesmo nó em oito, porém fazendo-se primeiro um nó em oito simples e


transformando-o em nó duplo ao refazer o caminho do oito com o chicote do cabo. Esse
método permite fixar a alça da corda em um anel ou elo rígido, que não possui gatilho
móvel, ou a um poste, barra ou árvore que não se permitem ser laçadas pela alça feita por
outro método.

3.16. Nó de U.I.A.A com nó de Mula

Utilizado para resgatar vítimas em dificuldade. Também chamado de Rappel


dobreável, com utilização no U.I.A.A e um mosquetão. Usado em situação onde a corda
depois de feita a transposição, possa ser resgatada. Muito seguro, mas requer atenção em
sua utilização.

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3.17. Nó Volta da Ribeira

Este nó destina-se a prender uma corda a um suporte a fim de içar ou arrastar.


Executa-se fazendo um cote e enrolando o chicote à volta dele, fazendo passar o
tronco por dentro dele. Pode-se ainda dar mais uma volta ao tronco com o cabo para
maior segurança.

3.18. Nó Borboleta

Nó utilizado para aplicar desvio de força no seio de um cabo ou para dividir


direções de ancoragem. Depois de realizado oferece uma alça que pode ser utilizada para
unir outro cabo ou fazer desvio no posicionamento do cabo principal. Permite aplicação
de força em direção oposta nos dois chicotes.

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3.19. Nó nove

Este nó é semelhante ao nó oito, tendo uma volta a mais na sua finalização,


tornando-o ainda mais confiável para cargas e com menor percentual de redução da
resistência dos cabos.

3.20. Nó de Coelho

Mais utilizado por montanhistas, para fazer ancoragem dupla em segurança móvel
ou fixa; também utilizado em salvamento de vítimas, coloca-se uma perna em cada alça.

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3.21. Nó Prússico

Nó autoblocante usado na segurança estática; em trabalhos de ancoragem que não


podem sofrer deslizamento; e empregado na subida pela corda. Usado Cordelete de 4 mm
a 6 mm. Desaconselha-se o uso de fita tubular, pois ela sofre deslizamento.

3.22. Nó Balso de Calafate

Mais empregado pelos montanhistas, como ancoragem dupla; usado no salvamento


de vítimas, a pessoa senta-se em uma das alças e a outra fica no peito sob os braços.

3.23. Nó balso pelo seio

Forma uma alça dupla, usada no salvamento de pessoas; pode ser usado de duas
maneiras: 1ª) Com uma perna em cada alça; 2ª) Sentado em uma alça e a outra no peito
sob os braços.

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3.24. Nó Catau

Serve para encurtar um cabo sem que ele perca a resistência; ou esconder uma falha.

3.25. Nó Catau de tração

Este nó tem larga aplicação na tração de cabos e cordas, também servindo em


substituição à laçada corrediça, na tensão de toldos.

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3.26. Nó U.I.A.A ou Nó Meia-volta-do-fiel

Função de dar segurança a guiadas e “top Rop”, pode substituir perfeitamente oitos
e ATCs, com a vantagem de ser mais difícil da corda escorregar num momento de
distração. Podendo ainda servir para fazer rapel em caso da perda do descensor, tem a
desvantagem de gerar mais atrito na corda provocando um desgaste maior.

3.27. Nó de Fita

Nó extremamente seguro, usado para emendar cabos de mesmo diâmetro. Estes


podendo estar molhado; e para fita tubular é o nó mais empregado por não “maltratar” a
mesma.

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3.28. Nó Boca-de-lobo

Usado para amarrações provisórias, devendo receber tração nos dois chicotes.
Usado para fixar o mosquetão a base de um grampo.

3.29. Nó Sete

Serve para atar corda fixa a outra ancoragem intermediária, deve ser confeccionada
na direção solicitada. Para orientá-lo na direção desejada, deve-se orientar a coca inicial
na direção oposta.

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3.30. Nó Belonesi

Nó que funciona como blocante da mesma forma que o Nó Prussik, porém aplica-se
a cordas de mesma bitola, ou seja, a corda que receberá o nó possui a mesma bitola da
corda utilizada para confecção do nó, podendo ser inclusive a mesma corda (no caso de
compassos para equalização de maca-cesto). É também utilizada em sistemas de
segurança durante descidas de maca (na corda de segurança), ascensão, substituindo
bloqueadores mecânicos (em último caso, pois o esforço nas manobras será bem maior se
comparado com equipamentos mecânicos) etc. Deverão ser realizadas três voltas acima e
três abaixo, realizando ao final um Nó Simples para segurança, evitando que o Belonesi se
desfaça devido a uma falta de ajuste.

3.31. Nó Romano

Serve para atar corda fixa a outra ancoragem intermediária, deve ser confeccionada
na direção solicitada. Para orientá-lo na direção desejada, deve-se orientar a coca inicial
na direção oposta, ou seja, possui a mesma função do nó sete, porém com mais voltas na
corda. Esse nó é muito utilizado com passa block.

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3.32. Nó Marchand

Nó auto-blocante usado na segurança estática e na subida pela corda, com a


desvantagem de só poder ser tracionado em um sentido. Utiliza-se cordelete de 4 mm a 6
mm. Caso seja feita com fita tubular aconselha-se dar no mínimo cinco voltas.

3.33. Cadeirinha de alpinista


Efetue duas a três voltas com a corda na cintura, então passe o chicote entre as
pernas.
Depois realize um cote de cada lado e passe um dos chicotes debaixo de uma das
alças da virilha e acompanhe as voltas. Em seguida faça um nó direito na lateral; observe
para que ele esteja correto.
Efetue um cote de cada lado do nó direito, envolvendo os dois ramais da corda e por
fim faça o auto-seguro, deixando o oito duplo do lado oposto ao da mão de comando.

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3.34. Cadeirinha simples com fita tubular

3.35. Arremate no tórax

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Curso Salvamento em Altura
2018

Aula 3
Adaptação à altura e Maneabilidade

Objetivos Notas
Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1. Estar adaptados à altura;


2. Fazer a retomada no cabo aéreo.

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Adaptação à altura
Através de várias passagens pelo pórtico do 12º GB o aluno aos poucos vai se
adaptando a situação de altura e tornando-se mais confiante nos equipamentos.
Segue algumas passagens:
- passagem normal;
- passagem de costas;
- passagem com os olhos vendados;
- passagem com vítima;
- transpor pessoa em pé;
- sentar, deitar e levantar.

Maneabilidade no Cabo Aéreo


Os alunos tiveram instrução sobre as diversas maneiras de retomar o cabo aéreo:
- oitava;
- subida do bombeiro;
- trava de perna;
- mudança de direção;

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- subida do leão.

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Curso Salvamento em Alturas 2018

Aula 4
ANCORAGENS

Objetivos Notas
Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Definir ponto bomba;


2) Definir e executar uma ancoragem simples;
3) Definir e executar uma ancoragem com nó trapa;
4) Definir e executar ancoragem equalizada e humana;
5) Realizar um nó salva cabo.

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ANCORAGEM

Considera-se ancoragem como o sistema de amarração ou fixação de


uma corda ou indivíduo a um ponto. Existem abordagens e linhas diferentes de
execução, principalmente em virtude da região e tipos de materiais empregados.
De um lado, temos a linha européia (ou alpina) cuja ênfase é dada a cordas mais
leves e de menor diâmetro, em que as ancoragens são feitas com base na
divisão da carga entre dois ou mais pontos de fixação
(equalização), realizando tantos fracionamentos quantos sejam necessários,
visando preservar a corda, padrão definido por conta da realidade da região,
onde existe a necessidade de progressão em grandes alturas por conta do relevo
e seus tipos de ocorrência logo, exige um equipamento mais leve e portátil. De
outro lado, temos a linha americana, que dá ênfase a cordas de maior diâmetro e
resistência ao atrito, clipadas a ancoragens já existentes e robustas (um ponto “à
prova de bomba”), sanando-se as preocupações com o desgaste da corda
através do uso de proteções.
A abordagem do MTB 26 leva em conta as duas linhas de trabalho,
considerando os pontos aplicáveis a cada situação peculiar e estabelecendo
critérios mínimos que levem em conta a segurança, a preservação do material e
a funcionalidade de cada técnica, um exemplo a ser citado é a diferença de um
equipamento a ser transportado ao subir uma torre de televisão e o utilizado ao
descer uma ponte .

NÓS DE ANCORAGEM

Nós de Ancoragens servem para “amarrar” algo em algum lugar.


Os nós de ancoragem mais utilizados são: volta do fiel e trapa (nó sem tensão)

Figura 1: nó colta do fiel

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Figura 2: nó trapa

Sistemas de ancoragem

Para optarmos pela técnica e tipo de ancoragem a ser empregada em


uma ocorrência, devemos levar em conta os seguintes aspectos:

• Resistência dos pontos de ancoragem; e


• Localização dos pontos de ancoragem entre si.

Com base nesta avaliação, será adotado um dos seguintes conceitos:

• Ponto-bomba;
• Back-up; ou
• Equalização.

Ancoragem à prova de bomba (Ponto Bomba)

O ponto “a prova de bomba” (PAB) é aquele escolhido para a realização


de uma ancoragem que, devido a sua grande resistência, dispensa qualquer
outro sistema secundário de ancoragem de segurança.

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Figura 3: exemplo de ponto bomba, onde teoricamente suportaria
qualquer esforço.

Sendo assim, ao utilizarmos um “Ponto Bomba”, qualquer reforço,


ancoragem de segurança ou back-up, se tornará obsoleto, pois a resistência do
ponto de ancoragem é superior à resistência de qualquer outro componente do
sistema de ancoragem e, a seu respeito, não paira qualquer dúvida sobre sua
resistência. Ao encontrarmos um “ponto bomba”,
partiremos para a confecção de uma ancoragem simples utilizando fitas
tubulares, mosquetão, cordins e cordas.

Ancoragem simples:

Esta ancoragem substitui a ancoragem com trapa.


Sempre que não houver possibilidade de se executar o nó trapa como
ancoragem, (maioria dos casos) deve se optar pela ancoragem simples.
A ancoragem simples é composta por fita tubular, cordins, corda e
mosquetão de aço.

Ancoragem com trapa:

Esta ancoragem é realizada apenas com voltas em uma superfície


cilíndrica, superfície esta que não tem quinas e partes abrasivas à corda.
Compõe a ancoragem com trapa apenas a corda e o mosquetão de aço.

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Figura 4: nó trapa

Back Up:

O termo “back-up” diz respeito a uma segunda segurança, que pode visar
o ponto de ancoragem ou o equipamento. É utilizado para garantir a segurança
de todo o sistema.
Para realização do “back-up” como segundo ponto de ancoragem,
algumas regras devem ser observadas:

• Os pontos devem estar preferencialmente alinhados;


• O ponto secundário de ancoragem (“back-up”) não deve receber carga e
somente será utilizado em caso de falência do ponto principal;
• Não deverá haver folga entre os dois pontos de ancoragem, para evitar o
aumento da força de choque em caso de rompimento do ponto principal; e
• O “back-up” sempre deverá ser mais forte e resistente do que o principal.
Levando-se em conta as regras apresentadas, para que o “back-up” cumpra seu
papel com eficiência, podemos nos deparar com duas situações:

Ponto secundário - ponto principal

Quando nos depararmos com esse caso, devemos realizar uma ancoragem
simples no ponto mais resistente (back up) e posteriormente uma ancoragem
simples no poto secundário que deve ser o mais fraco, conforme ao exemplo a
ser citado. É importante lembrarmos que deve existir uma laseira entre o Ponto
principal e o secundário, esta não deve ser muito grande para evitar o aumento
do fator de queda.

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Ponto principal - ponto secundário

Quando nós obtivermos a ordem inversa dos pontos devemos realizar a


ancoragem simples que antes estava a frente, no ponto de trás, e para a união
ao ponto secundário devemos realizar um nó sete que não deve ficar sobre
tensão, para unir a corda ao ponto de ancoragem.

Equalização

Em situações em que não haja um ponto único suficientemente seguro


(PAB) ou em que o posicionamento do ponto existente seja desfavorável ao local
em que desejamos que nossa linha de trabalho seja direcionada, podemos
lançar mão da equalização.
A técnica da equalização consiste em dividir, em partes iguais, a carga
sustentada pelo sistema entre os pontos de ancoragem. Para isso, devemos
obedecer algumas regras:

• Escolha pontos preferencialmente alinhados (paralelos) entre si;


• O ângulo formado pela equalização deverá respeitar o limite de 90º,
evitando sobrecarga sobre os pontos de ancoragem;
• A equalização deverá ser sempre auto-ajustável; e
• Para proporcionar segurança em caso de falência de um dos pontos de
ancoragem, é necessária a confecção de um cote de segurança.

Pode ter a forma de V (equalização simples) ou M (equalização tripla)


sendo essencial que seja observado o ângulo máximo de 90º entre as linhas de
ancoragem. Quanto maior o ângulo formado, maior a possibilidade da

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ancoragem entrar em colapso, pois aumentará exponencialmente a sobrecarga
nos pontos de fixação, tendendo ao infinito.

Figura 5: passo 1: deve ser realizada a equalização

Figura 6: passo 2: deve ser realizado o cote de


segurança

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Figura 7: ancoragem em W, vale ressaltar que
nesta ancoragem não necessita do cote de
segurança.

Ancoragem com Homer

Homer é um acessório em duralumínio utilizado como ancoragem móvel.


Assemelha se à uma morsa.
Ele faz parte de um kit de rapel tático israelense há muito tempo adquirido.

Não devo realizar tracionamentos com


este equipamento.

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ANCORAGEM COM ESTACAS (PREGÕES)

Podemos também utilizar pregões para realizarmos uma ancoragem


emergencial. Lembrando que pra se fazer uma ancoragem segura, os pregões
deverão ser fixados na proporção de 2/3 do seu tamanho.

Figura 8: realização de ancoragem simples com estacas metálicas.

EQUALIZAÇÃO MESMA CORDA

Figura 9: quando os meios são restritos pode ser feita uma


equalização com uma corda só: 1-se permeia a corda e realiza-se um
nó sete voltado para a ancoragem; 2- se fecha o sistema fazendo um
follow-me no nó sete; 3- após o follow me utiliza-se um mosquetão
para a equalização.
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CRIAÇÃO DE PONTOS DE ANCORAGEM

Os pontos ou dispositivos de ancoragem podem ser criados de forma


criativa e segura para suprir uma necessidade, através da construção deles ou
da utilização de meios de fortuna.

Ancoragem humana

Utilizando-se homens como ponto de ancoragem, adotam-se os princípios


relativos à equalização, devendo-se ainda observar o limite de carga e o
posicionamento estável dos homens que dividirão o esforço, a diminuição da
silhueta e do ponto de gravidade dos mesmos.

Figura 10: exemplo de ancoragem humana

Meios de fortuna

Figura 11: exemplo de meio de fortuna utilizando estacas


metálicas.

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SALVA CABO

Haverá ocasiões em que o Bombeiro necessitará fazer a recuperação da


corda após a realização de seu trabalho, e muitas das vezes não haverá a
possibilidade de retorno deste até o ponto de ancoragem, para isso foram
desenvolvidas algumas técnicas baseadas em nós específicos que permitem a
soltura da ancoragem à distância, esses são os nós de salva cabo ou safa
cabos.

Figura 12: em seguida puxa-se uma das cordas


por dentro do seio.
Figura 13: uma das maneiras inicia se
passando o cabo permeado pelo ponto de
ancoragem.

Figura 14: o ideal é no mínimo 3 cotes.


Figura 15: após a alça puxada trava-la
com cotes.

Figura 17: o segundo passo também é bem


Figura 16: para finalizar basta parecido, puxando uma alça por dentro da outra.
apertar o nó e descer na corda em
que foi feito o cote de segurança.

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Figura 18: outro método muito
Figura 19: o segundo método e mais seguro é o uso da corda dobrada em
conhecido inicia da mesma maneira. um freio oito; para tal passa-se a
corda pelo seio no local escolhido
para a ancoragem e logo após se
passam os dois chicotes pelo freio
oito.

Figura 20: realiza-se a descida normalmente, porém é feito um


nó simples unindo os dois cabos por segurança.

As técnicas para realização de salva cabos são diversas e muitas são


criadas todos os dias nas equipes de alpinismo e bombeiros no mundo inteiro, o
que interessa é a atenção na utilização desta técnica por conta da grande
possibilidade de erro caso não sejam seguidas as devidas regras de segurança
no que tange à conferência e a produção de meios que evitem a soltura da
corda.

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Curso Salvamento em Alturas
2018

Aula 5
Síndrome de Suspensão Inerte

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Definir Síndrome de suspensão prolongada

2) Reconhecer sinais e sintomas

3) Tratamento

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1) SÍNDROME DE SUSPENSÃO PROLONGADA/
SÍNDROME DEL ARNÉS

Primeiros relatos

1968- Em Ohio (EUA) 5 voluntários foram pendurados por 30


minutos, 1 perdeu a consciência.
1972 – encontraram 10 alpinistas pendurados , 2 já estavam
mortos e os outros 8 morreram após a retirada. Sispemsos de 30
minutos a 8 horas, as mortes ocorreram entre 30 minutos a 11 dias.
1980 – publicações citam o encontro de pessoas sadias, sem
trauma, pendurados em suas caderinhas. Lesões hepáticas e
cardiacas compátiveis com o sofrimento hipóxio.
Experimento utilizando 10 voluntários com cadeirinha tipo 3, nos
primeiros 5 minutos congestão venosa em MMSS e MMII e começam
a parestesias. Entre 8 a 22 minutos colapso circulatório iminente,
com palidez, sudorese fria e dilatação pupilar. Interrompe-se o
experimento.

Figura 21: vítima suspensa, cadeirinha classe 2,


esportista

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A síndrome de suspensão prolongada é uma patologia que
necessita de requisitos essências para sua ocorrência:

suspensão + imobilidade = sind. Suspensão

Figura 22: Vítima suspensa, cadeirinha classe 3,


trabalhador

A síndrome acontece devido a compressão do sistema venoso, e


não do arterial, ela acontece devido a dificuldade/ interrupção do
retorno de sangue, diminuindo o sangue, acontece a diminuição
do tamanho cardíaco, alargamento do volume das coxas,
diminuindo o retorno o fluxo de sangue, para o coração e
consequentemente para a cabeça, diminuindo o nível de
consciência.
O sequestro de sangue nas extremidades produz uma
diminuição da pré-carga do ventrículo direito, redução do débito
cardíaco e diminuição da queda da pressão de perfusão cerebral. A
perda de consciência pode ocorrer rapidamente, e se a síndrome
progredir pode causar a morte da vítima. A rapidez do início dos
sintomas tem componentes individuais.

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Pontos que retardam ou dificultam a síndrome, é cadeirinha
com mais pontos de ancoragens, a movimentação do membros,
principalmente os inferiores, movimentando as pernas, aliviando e
movimentando as fitas das pernas, pode ser utilizado uma pedaleira
para ficar em pé aliviando os pontos da cadeirinha.

O pedal de emergência foi criado para dar um suporte para o


trabalhador que está suspenso nesta situação, criando um apoio para
facilitar a circulação do sangue nas pernas e diminuindo assim o
desconforto e os agravantes da síndrome, enquanto aguarda um
resgate.

SINAIS E SINTOMAS, iniciam de 8 a 22 minutos, variando de acordo


com cada pessoa:
- palidez
-bradicardia
-hipotensão
-náuseas
-tontura

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-síncope
-dilatação das pupilas
-sudorese
-parestesia
*Compressão apenas do sistema venoso (veias, retorno).

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TRATAMENTO
-Oxigênio
-Fluídoterapia
-Calça anti-shock
-Vias aéreas pérvias
-Posição fetal de 20 a 40 minutos

*Deve-se sempre priorizar o tempo, pois quanto maior o tempo mais


riscos a vítimas, deve ser feito um deslocamento rápido, e um
salvamento rápido, diminuindo o tempo da mesma suspensa.

SALVAMENTO DE VÍTIMA SUSPENSA (IMAGENS)

Figura 23: Descensão utilizando ID Figura 24: Abordagem, se


até a vítima identificando e acalmando a vítima

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Figura 25: primeiro ancora-se a vítima no seu auto
seguro, em seguida, alivia-se a compressão nas
pernas da vítima, usando uma pedaleira, ou um nó
fiel para que a vítima fique em pé.

Figura 26: Mantém a vítima agachada, não deixa ela se


levantar e sair andando.

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Figura 27: Posição fetal de 20 a 40 minutos

Figura 28: Resgate, sempre que possível atendimento avançado

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Figura 29: Doutor Edson ministrando instrução

Figura 30: Instrução vítimas suspensas - CSALT 2018 12 GB

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Curso Salvamento em Alturas
2018

Aula 6
Vantagem Mecânica

Objetivos Notas
Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Saber diferenciar vantagem mecânica de


multiplicação de força;

2) Identificar os sistemas de vantagem


mecânica;

3) Saber montar os sistemas de vantagem


mecânica com captura de progresso.

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Vantagem Mecânica
É comum haver confusão entre “Vantagem Mecânica” e “Multiplicação de
Força”, uma vez que são trabalhos executados de forma idênticas, porém, algumas
vezes com a obtenção de resultados diferentes. Distinguindo estes dois trabalhos,
então temos:
“Multiplicação de Força” – É quando utiliza-se de cordas, fitas, mosquetões e uma
ou mais polias para mover cargas, mas não, necessariamente, obtendo vantagem
mecânica.

Acima temos uma carga (humana) ancorada a um ponto fixo (humano), existindo apenas uma mudança de direção.

“Vantagem Mecânica” – É quando da utilização destes equipamentos, será


fornecida uma determinada vantagem, favorecendo a movimentação destas cargas,
seja dividindo o peso da carga, seja distribuindo a força aplicada para a
movimentação da carga.

Acima temos um sistema de 2:1. Uma polia está na carga (humana) com mais uma polia sendo usada apenas como mudança de
direção.

O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo utiliza, para os


trabalhos de Salvamento em Alturas alguns materiais e equipamentos
padronizados.
As cordas - São do tipo estática, de 12,5 mm de bitola e com capacidade acima de
4.000 kg.

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Já os cordins, são utilizados os de 6 a 8 mm, e quanto menor for a bitola deste,
melhor será o atrito na corda (quando estiver sendo utilizado com o nó Prussik) e
assim melhor será o travamento.

Aqui vemos uma corda de 12,5mm e um cordim de 8mm.

Quanto aos equipamentos, temos:


O Freio Oito – Estes podem ser Esportivos (sem orelhas) ou de Salvamento. Os
freios oito esportivos, por não terem as orelhas, permitem que a corda passe uma
pela outra no próprio olhal, de tal forma que pode ocorrer a formação de um nó
“boca de lobo”, ocasionando assim o travamento do bombeiro na decida da
corda, já os freios oito de salvamento, além de impedir este acontecimento, também
favorece a dissipação de calor (formado pelo atrito com a corda durante a decida),
tendo ainda outras possibilidades de utilização, como exemplo, a existência de um
pequeno olhal central, que pode ser utilizado para outras formas de montagem com
a corda e o mosquetão.

Nesta imagem podemos ver os 2 tipos de freios oito citados. Um deles é o esportivo (sem orelhas) e outro é de salvamento.

Rescuecender – É uma peça blocante, que quando conectada na corda, bloqueia para
um lado e libera para o outro, fazendo com que a corda deslize por ele para somente
um dos lados.

Rescuesender

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Polias – Existem as de base redonda e as de base chatas, estas são ideais para serem
utilizadas como limitadores de cordins. As polias podem ainda ser única, dupla,
tripla, etc.

Aqui temos 2 polias duplas de base chata.

Mosquetão – É composto das seguintes partes: nariz, dorso, dobradiça, gatilho e


trava. Existem os mosquetões de trava manual e os de trava automática, os de aço e
os de duralumínio, e os mais variados formatos, como oval, pera, etc. A escolha do
modelo mais adequado varia de acordo com a utilidade e capacidade exigidas.

À esquerda um mosquetão de trava manual em duralumínio e à direita um mosquetão de trava automática aço.

(Descensor Industrial) – Também existem diversos modelos, desde os de


uso pessoal (esportivo ou técnico), aos de uso geral. É um equipamento
bastante seguro, de fácil manuseio, possibilita um excelente controle de
decida, além de servir para diversos tipos de trabalho, como ascensão e até
mesmo como polia.

No detalhe, um I.D. aberto mostrando a passagem da corda.

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Multiplicação de Força
“Toda forma de utilização de uma polia, dará uma multiplicação de força,
mas nem todas estas formas de utilização dará uma vantagem mecânica”.
Vejamos algumas aplicações práticas:
Mudança de direção – ao ancorar uma carga móvel em uma polia presa em um
ponto fixo, teremos apenas uma mudança de direção. Assim temos a multiplicação
de força, mas não temos nenhuma vantagem mecânica.

Nesta imagem, considerando a carga móvel (carga humana à direita) passando por uma polia (considere a polia conectada em
um ponto fixo à esquerda), esta fará apenas uma mudança de direção.

Quando se utilizar um ponto de ancoragem para mover uma carga, deve-se


sempre observar se este ponto suportará o dobro (ou mais que) a carga
submetida.
Deve-se, também, sempre utilizar um cordim com o nó prussik, para capturar o
progresso da movimentação da carga.

Aqui vemos um cordim com o nó prussik funcionando como captura de progresso.

Quando for ancorado o início da corda na carga e depois passar pelo ponto bomba, o
sistema será considerado um sistema ímpar, mas quando for ancorado o início da
corda no ponto bomba e depois passar pela carga, será considerado um sistema par.

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Vemos na imagem um sistema par com mais uma polia fazendo uma mudança de direção.

“Sistema Estendido” – Usa-se a extensão entre a carga e o ponto de ancoragem


para a montagem do sistema (como na imagem acima). Se houver 10 metros entre a
carga e o ponto de ancoragem, e for montado um sistema 3:1, será necessária uma
corda com mais de 20 metros para a montagem do sistema, pois haverá a passagem
da corda entre estes 2 pontos (carga e ancoragem) de pelo menos 2 vezes, devendo
ser considerado ainda a confecção dos nós e o chicote para se fazer o tracionamento.

Acima, um sistema 2:1 com mudança de direção, estendido.

“Sistema Reduzido” – No sistema reduzido, utilizamos menor quantidade de


cordas, pois ao ancorar a carga e passar pelo ponto bomba, podemos montar o
sistema, a partir daí, de forma bem reduzida, não sendo necessário ir até a carga
novamente. Neste tipo de sistema, é possível montar somente sistemas ímpares.

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Sistema 9:1 reduzido.

“Sistema Independente” – No sistema independente, temos uma corda ancorada


na carga e em um ponto fixo (ponto bomba), então monta-se um sistema à parte
(com outra corda) e conecta nesta corda (ancorada na carga e no bomba).

Acima, a ilustração de um sistema independente retirado do MTB 26.

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Nesta imagem vemos um sistema 4:1 (2 sistemas 2:1 conectados entre si) feito com um cabo da vida.

“Sistema Combinado” – Quando temos um sistema (par ou ímpar), e


neste sistema conectamos um outro sistema (tanto par como ímpar
também), teremos então um sistema combinado. Ao combinarmos sistemas
devemos multiplicar os sistemas, e não somar, veja o exemplo a seguir:

Na imagem vemos um sistema ímpar 3:1 combinando com outro sistema par 2:1, tornando um sistema
combinado 6:1 (imagem retirada do MTB 26).

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Nesta imagem vemos um sistema 18:1 (2 sistemas 3:1 combinado com outro 2:1 conectados entre si) feito com um cabo da
vida.

“Tirolesa” – Com os testes, concluiu-se que 12 homens puxando uma


corda para tencioná-la, resultava numa tração de 600 kg. Para a
montagem do sistema de tirolesa no Corpo de Bombeiros da PMESP,
utiliza-se então o padrão da “Regra dos 12”, que é, nada mais,
nada menos que, a montagem de um sistema com vantagem
mecânica de acordo com a quantidade de homens que irão puxar esta
corda. Exemplificando, temos: Se houver 4 homens para puxar a corda,
monta-se um sistema 3:1 (este sistema 3:1 também é conhecido
como sistema “Z”), se houver 3 homens para puxar, monta-se um
sistema 4:1, e assim sucessivamente.

Exemplo de uma tirolesa estendida entre duas árvores (retirado do MTB 26).

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Quando temos uma corda tencionada na tirolesa, temos uma tração de 600
kg em cada um dos pontos de ancoragem. Quando um bombeiro entra no
sistema para descer no rapel no meio desta tirolesa, o seu peso é
multiplicado por 2 e somado aos 600 kg de forma que, se considerarmos
um bombeiro pesando 70 kg, cada ponto de ancoragem, sofrerá uma tração
de 740 kg.

Recuperação de tirolesa tencionada com Mariner, usando cabo da vida.

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Curso Salvamento em Alturas
2018

Aula 7
Rapel I e II

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes


de:

1) Estar adaptados ao Rapel;


2) Conhecer as diversas maneiras de se
realizar um rapel;
3) Estar familiarizado com os diversos
tipos de descensores.

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Descensores
Os descensores são peças metálicas, também conhecidas como freios
descensores ou freios, que funcionam através do atrito, auxiliando o
bombeiro a executar a descida do rapel de maneira controlada e segura,
podendo ser utilizada tanto pelo bombeiro para que ele controle sua
descida quanto instalada em um ponto fixo para que esse bombeiro possa
ser debreado.
Ex: Freio oito, freio rack, freio stop (endievo), freio I’D.

Freio Oito

Cada freio descensor possui uma característica específica e uma técnica


para realização de sua trava. O freio tipo “oito” é bem simples e mais
utilizado por se tratar de uma peça mais barata que as demais e seu uso
estar difundido.

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Os bombeiros devem utilizar o freio “oito” em sua cadeira de maneira que
ele sempre fique preso pelo olhal maior quando não estiver sendo
utiilizado, facilitando assim a passagem da corda pela peça com a uilização
da técnica do oito imperdível (técnica em que o oito nunca perde contato
com o mosquetão que o prende a cadeira do bombeiro ou com a corda).

Freio Oito

“Oito Imperdível”

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A passagem do “oito imperdível” é realizada para que ao retirar o freio da
linha ou mesmo a linha do freio, a peça não fique solta correndo risco de
cair danificando-a e o usuário ficando sem seu descensor.
Ou seja, ao terminar o rapel, o usuário não retira o freio oito da linha,
somente após “dar o tombo” e clipa-lo novamente ao mosquetão.

TRAVA DO FREIO OITO


A trava do freio oito deve ser realizada com sua mão de comando,
movimentos circulares anti-horário, o chicote passa por de trás do oito
duas vezes sendo que a segunda, deve ser passado por dentro do
mosquetão
principal.

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Freio Rack

Este tipo de freio é ideal para resgate por ser mais versátil e linear
diferente do freio oito, ou seja, não forma cocas na corda. Com ele é
possível aumentar ou diminuir o atrito do sistema em plena operação, não
sendo preciso retirar a peça do sistema.
O Rack possui algumas pequenas barras em sua estrutura chamadas
de barretes. Quanto mais barretes, maior será o atrito. O primeiro barrete,
conhecido por pino-trava, deve sempre ser o primeiro e último barretes a
serem utilizados como procedimento de segurança, sendo necessária a
utilização de um mosquetão na parte superior do freio rack caso não exista
o pino de segurança.

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Trava do Freio Rack
Sua trava dever ser feita com cotes envolvendo o pino trava e o
corpo do rack. Feito isso, arremata se com o nó simples após passar o
chicote por dentro do mosquetão principal como feito anteriormente.

Outra trava também pode ser realizada em Freios Hack sem o pino trava. A
mesma deve ser realizada, passando o chicote por trás do vivo
(semelhante ao freio oito), posteriormente passando a alça formada pelo
mosquetão e realiza um nó simples como arremate.

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Freio Descensor Industrial (Id)

O freio descensor auto blocante conhecido como Id ou industrial


Descensor, realiza a função de freio através de uma alavanca manipulada
pelo operador com a mão esquerda. Por ser auto blocante e possuir função
ante pânico, se demonstra um freio extremamente seguro.
A função auto bloqueio e ante pânico, significa que o freio só irá
realizar a descida do operador se e somente se ele estiver com a mão na
alavanca do Id.
Se puxar a alavanca demasiadamente ela trava como função pânico,
se soltar a alavanca, para qualquer outra manobra com as mãos, ele trava
como função bloqueio.
Para fazer a passagem da corda no Id, deve
posicionar a peça fechada com a parte vermelha
virada para o operador e a alavanca voltada para
o lado oposto, para ser operada com a mão
esquerda, deve-se atentar para que a “parte
tesada (vivo) da corda esteja sempre entrando
por baixo do Id”, e que a parte sem tensão
(chicote) esteja saindo pela parte de cima do
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freio.

Além disto, é fundamental que sempre se faça o uso de um


mosquetão auxiliar por onde deve passar o chicote antes de ir para a mão
de comando, isto fará com que se acione a última trava do Id caso o
operador realize algum procedimento errado.

Freio INDY EVO (Kong) / STOP (Petzel)

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Os freios descensores auto blocantes conhecidos como INDY EVO (Kong)
ou STOP (Petzel), realizam a função de freio através de uma alavanca
manipulada

pelo operador com a mão esquerda. Por serem auto blocantes e possuirem
função ante pânico, se demonstra um freio extremamente seguro, porém
por se destinarem a cordas com bitolas menores do que as usadas pelo
CBSP sua utilização é muito dificultadas, além de se controle de descida ser
muito sensível, o que torna sua descida instável.

Este descensor auto blocante tem a vantagem de permanecer preso ao


socorrista durante toda a operação, sendo que a corda deve ser passada de baixo (parte
que vem da ancoragem), para cima (chicote), contornando as polias. O acionamento é
feito com a mão esquerda pressionando a alavanca e a trava ao se soltar a alavanca, não
sendo necessária a utilização de mosquetão auxiliar.

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Rapel prussicado.

Consiste na técnica simples do rapel, conforme aula rapel I, com a


confecção do nó prussik com o cordin acima do freio oito acoplado num
mosquetão auxiliar na cadeira do bombeiro.
O bombeiro desce segurando o nó próximo ao freio oito para que ele
não trave, caso queira travar libera o nó para correr na corda.
Essa técnica é utilizada para que não seja necessária a presença de
um segurança.

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Essa técnica também pode ser aplicada utilizando uma fita tubular
com o nó “machard” clipado em um mosquetão na perna do usuário
envolvendo a cadeira conforme foto a seguir:

Rapel aranha
Consiste na técnica do rapel com o bombeiro descendo pela linha
com tórax voltado para baixo, ou seja, o freio oito vai acoplado no olhal
traseiro da cadeirinha, mantendo a mão de comando
no chicote da corda para trava.
Precisa de segurança.

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Curso Salvamento em Alturas
2018

Aula 8
Ascensão

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Fazer com que o bombeiro suba de uma


patamar ao outro utilizando de algumas técnicas;

2) Executar as técnicas de ascensão utilizando


cabo da vida, cordim, ascensor de punho,
ascensor ventral e ID

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Ascensão
Ascensão é toda progressão vertical que implica em deslocamento, no mínimo,
do peso do próprio corpo. São diversos os locais que podem exigir a progressão vertical
do bombeiro para o atendimento a uma emergência. Em ambientes urbanos temos
fachadas de edificações, torres metálicas de energia elétrica, de telefonia (antenas),
chaminés, andaimes, painéis, telhados, poços, árvores em risco de queda iminente,
córregos canalizados, ambientes industriais e espaços confinados. Em ambiente rural,
encostas, costeiras, cachoeiras ou vales podem ser o cenário de um acidente que
demande uma operação de salvamento em altura.

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Ascensores de punho (JUMAR)

Os equipamentos individuais necessários são: capacete, cadeira de


salvamento, um par de ascensores de punho, quatro mosquetões com
trava de rosca, dois auto-seguros, um par de luvas e um sistema de
pedaleiras (fabricadas ou improvisadas com fitas tubulares).

DICAS
 Mosquetão ideal para travar o JUMAR na corda é o OVAL;
 Uma pedaleira em cada ascensor de punho ( pode-se usar apenas
uma)

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ASCENSÃO com nós bloqueadores

Preferencialmente, deve-se executar uma ascensão com uso de


aparelhos específicos, pois o bombeiro poderá ter maior agilidade, e
eficácia. No entanto, quando não se dispõe dos ascensores, os nós que
bloqueiam a corda podem ser uma boa alternativa técnica, como o prussik,
marchard ou a ascensão com o nó belonesi e cabo da vida.

PRUSSIK

DICAS

• Primeiro cordim fazer um Prussik na altura dos olhos e fixá-lo com


mosquetão na cadeira;
• Segundo cordim fazer um Prussik cerca de um palmo ( 20cm) abaixo
do primeiro Prussik;
• Conecte o auto-seguro no segundo cordim passando a ter 2 pontos
de ancoragem, e faça a pedaleira.

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BELONESI

DICAS

• Faça um Belonesi na corda em uma altura que possa alcançá-lo;


• Se não possuir um mosquetão, faça um nó no olhau da cadeira (fiel,
boca de lobo, oito);
• Com a outra ponta do cabo da vida faça outro belonesi na corda
(cerca e 20 cm abaixo do primeiro);
• Fazer um nó de alça o mais próximo do 2° belonesi para fazer a
pedaleira;
• Conectar o auto-seguro no sistema para ter 2 pontos de ancoragem.

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ASCENSÃO COM ID E ASCENSOR DE PUNHO
DICAS

• Conectar um ascensor de punho (JUMAR) na corda, de preferência


com um mosquetão oval, em uma altura que possa alcançá-lo;
• Conectar o ID na corda logo abaixo do JUMAR (cerca de 20 cm);
• Fazer uma pedaleira no JUMAR;
• Quando for subir, arraste o JUMAR com a mão, para fazer força
apenas uma vez.
• Utilize uma polia no ascensor de punho para melhor desempenho.

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ASCENSÃO COM ASCENSOR VENTRAL
DICAS

• Faça uma pedaleira utilizando os dois pés e segure no ascensor de


punho com as duas mãos, desta maneira você terá um melhor
desempenho.

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Curso Salvamento em Alturas
2018

Aula 9
Amarrações, Macas de Salvamento e
Técnicas com uso de escadas

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Identificar os tipos de macas de salvamento e suas


amarrações;

2) Executar as possíveis formas de regaste de vítimas


com uso de escadas.
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Amarração tipo Cadeira Rápida

Esse tipo de amarração garante uma boa estabilização para a vítima em prancha
rígida. Além de ser muito rápida para se confeccionar, ela é obrigatória em todo tipo de
estabilização e condução com a vítima em nossas macas.
Basicamente inicia-se permeando a corda, deixando uma alça na altura da
cintura da vítima e passando cada chicote por debaixo de cada perna da mesma,
fixando e arrematando com um cote de cada lado da prancha, subindo até os ombros e
finalizando com o nó direito com arremate. Detalhe importante, a amarração deve estar
bem tesada ao corpo e usar os mesmos “olhais” ou “recortes” da prancha rígida pros
mesmos lados, nunca fazer o cote ou a passagem do cabo da vida por “recortes da
prancha” diferentes. Outro detalhe para as vítimas femininas, tentar abaixar um olhar
superior para o nó final (nó direito) não terminar em cima da linha dos seios.

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Amarração Cruz de Diamante na Prancha Rígida

Após ser realizada a amarração tipo cadeira rápida na vítima, podemos dar uma
maior segurança para a mesma em caso de içamentos e transportes usando a
amarração cruz de diamante.
Para se realizar essa amarração, siga as seguintes etapas:
1. Inicialmente com um cabo da vida ou corda realize o nó volta do fiel na
alça próxima aos pés da vitima;
2. Depois realizar dois nós volta do fiel pelo seio e envolver os pés da
vítima;
3. Iniciar os cotes nas alças da maca em direção à cabeça da vítima, sempre
realizando o travamento do cote para cima quando se estiver subindo com o cabo da
vida;
4. Se necessário realizar emenda do cabo da vida com nó pescador duplo
até que nas alças próximas ao tórax seja adotado o sentido inverso, ou seja, em direção
aos pés da vítima;
5. Nesta fase os cotes da corda nas alças de transporte deverão ser feitos
para baixo para seu completo travamento, e finalizar com outro nó volta do fiel.

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Amarração INSARAG

Existe um tipo de amarração denominada INSARAG, que é utilizada em casos de


resgate de vítimas em estruturas colapsadas e em situações que a vítima necessite de
rápido transporte. Para sua confecção, são necessários dois cabos da vida e dois
bombeiros, devendo ser realizada da seguinte forma:
1. Cada bombeiro realiza com seu cabo da vida uma volta do fiel na alça da
maca cesto, na altura dos ombros da vítima;
2. Entrelaçam os cabos uma vez sobre o tórax da vítima, mas sem trocá-los.
3. Fazem um cote na próxima alça da maca;
4. Fazem um seio sobre o fêmur da vítima, passam o chicote sob os joelhos
dela no sentido de fora para dentro e, de baixo para cima entram com o chicote no seio,
ajustando à cintura e virilha;
5. Cruzam os cabos e finalizam com mais um nó volta do fiel ao lado do
primeiro ou na alça superior.

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Maca Cesto

A Maca Cesto de Resgate é rígida e resistente a quedas, o casco é feito em


polietileno de alta resistência possui pegadores amplos para facilitar o uso com luvas
ou amarrações.

Para imobilizar a vítima na maca cesto primeiramente se coloca a vítima deitada


na maca ou se estiver com algum trauma se coloca primeiramente a vítima numa
prancha rígida, com as devidas amarrações já ministradas. Após imobilizar a fratura
colocando-a na maca cesto que será presa pelos tirantes da maca e também por um
trançado feito com cabos da vida, imobilizando-se primeiramente os dois pés e
costurando-se em ziguezague até a região do tórax onde o cabo da vida será emendado
com o nó pescador duplo e volta ziguezagueando até os pés onde será fixado com nó
volta do fiel na parte inferior na maca cesto (Cruz de
diamante).

Caso seja necessário suspender a vítima a um ponto


mais elevado que a altura de um homem será usada dois
cabos da vida passados na maca cesto nos olhais
apropriados e fixados com um nó belonese de cada lado e no
ápice ancorado ao mosquetão através do nó oito duplo,
sendo feito ancoragem com um cabo da vida na altura dos
ombros e com o outro cabo da vida na altura do tornozelo,
efetuando-se a seguir a equalização de forma que a maca
fique bem equilibrada e a vítima com a cabeça ligeiramente
inclinada acima dos membros inferiores, conforme imagem
ao lado.

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Para o transporte da Maca Cesto, possuímos duas amarrações. A primeira sendo
a alça de transporte realizada com duas voltas do fiel com o cabo da vida permeado e
finalizando com o nó direto ao centro com arremate. E a segunda iniciando com um nó
boca de lobo, nó oito duplo ao centro equalizado e finalizando com o nó volta do fiel.

Primeira amarração Segunda amarração

Também é necessário um cabo guia, para transpor a vítima em caso de locais de


difícil acesso ou com muitas árvores e obstáculos. Nesse caso é realizado o nó balso
pelo calafate, tanto na parte inferior da maca (pés) ou na lateral, isso vai depende do
posicionamento do bombeiro e do local do sinistro.

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Uma nota importantíssima a ser estudada: Salvamentos realizados com o apoio de
aeronave não se utilizada maca cesto, pois a rotação das pás da hélice provoca um
deslocamento de ar fortíssimo que projeta a maca de um lado pro outro, como um
pêndulo, levando a mesma ao motor de calda da aeronave causando à sua destruição e
consequentemente a queda da aeronave com piloto, tripulante e a própria vítima. Pois a
maca cesto não tem uma saída de ar, causando uma aerodinâmica muito ruim e o tal
efeito pêndulo, por isso é somente utilizado a maca tipo envelope (SKED).

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Maca SKED

SKED (Maca Envelope) conhecida pelo nome da sua original fabricante SKEDCO,
uma das melhores ferramentas para resgate e transporte de vítimas em espaços
confinados, restritos e externos. Confeccionada em chapa de plástico de alta resistência,
foi criada para uso em gelo e montanhas e atualmente adotada ao uso cotidiano pelo
Corpo de Bombeiros de São Paulo. Depois de a vítima ser devidamente estabilizada, na
prancha rígida e com as amarrações descritas nas páginas anteriores, a maca envelope
é fechada com suas próprias fivelas, tornando-a compacta. Através de cordas ou cintas
de elevação pode ser arrastada ou içada facilmente, atentando para que os tirantes
amarelos de afivelamento não fiquem por debaixo da maca. Seguindo os mesmos
padrões de amarrações, a vítima pode ser içada e arrastada por suas alças de
transporte, porém um detalhe importante é que a prancha rígida deve ser fixada à
maca, ou seja, amarrada e estabilizada em dois pontos cruzados, um inferior e outro
superior, por exemplo, por um cordim ou pelo mesmo cabo que acompanha a maca.

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Técnicas de Salvamento com o uso de escadas
Descida tipo Mão Francesa: Essa técnica pode ser utilizada, porém devemos
saber da necessidade de muitos bombeiros para a montagem de todo o sistema
conforme pode ser visualizado nas fotos acima.
Devem-se realizar nós de amarra quadrada, ou dois nós volta do fiel nas duas
hastes disponíveis, “croquis” que serão utilizadas para empurrar a escada à frente.
Devemos utilizar cabo guia para descida controlada da vítima tanto pelos socorristas
acima, como os que estarão ao solo

recepcionando a vítima.

Conforme podemos verificar nas fotos acima, devemos utilizar amarração com
fita e polias no 2º degrau e banzos a fim de facilitar a descida da maca cesto e também
espias para estabilização da escada.

Descida tipo Rebatimento de Escada: Nessa técnica apoiamos a escada


próxima à parede externa, levemente inclinada, e realizamos os seguintes
procedimentos: Com dois cabos da vida, fazemos quatro nós volta do fiel, um em cada
alça da maca, na altura da cabeça, e um em cada banzo da escada, atentando para que
envolva o segundo degrau acima e abaixo para ser paga por bombeiros. Os nós devem
ser bem ajustados. Depois colocamos um cabo guia nas alças inferiores da maca para
outro bombeiro debrear a vítima com um descendor. Conforme um bombeiro paga a
vítima utilizando um descensor, outros dois bombeiros pagam a escada. Assim a maca
rebate por cima da escada enquanto os dois (vítima e escada) descem ao mesmo
tempo. Sempre na visão do comandante da operação para deixar a cabeça da vítima
mais elevada que seus pés.
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Descida tipo Topogan: Devemos priorizar este tipo de retirada de vítima com a
utilização desta técnica pela sua simplicidade e não exigência de um grande efetivo
para sua realização.
Deve-se içar a escada de forma a passar dois degraus da mesma do local onde se
realizará a descenção da vítima em maca cesto ou sked.
Como regra geral de segurança devemos utilizar esta técnica apenas para
alturas de no máximo 12 metros, devido às limitações da própria escada, e todas as
amarrações devem ser feitas envolvendo os banzos e não somente os degraus da
escada.
A escada deverá ser amarrada no patamar da edificação com nós de amarra
quadrada com cabo da vida ou fita, e se necessário poderá ser utilizada estacas para
travamento da escada ao solo, para descida mais segura da maca cesto. Sempre que
possível um bombeiro deve ir pagando a vítima com um
descensor ancorado.

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Curso Salvamento em Alturas
2018

Aula 10
Resgate de Operário

Objetivos
Notas
Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Resgatar um Operário através de planejamento analisando os


riscos e utilizando as técnicas adequadas para o respectivo risco
analisado.

2) Planejamento 1; usar em primeiro momento o sistema de


ancoragens debreáveis, onde o sistema de resgate já estará
“embutido”, bastando apenas acionar um freio e descer a vítima –
dessa forma você ganha mais tempo, torna o resgate mais simples e
evita que o socorrista se exponha aos riscos da verticalidade;

3) Planejamento 2; Utilizar técnicas do Rapel para acessar o operário


entrando o sistema de um kit pré-montado para efetuar a liberação do
operário para sua linha usando o oito, ou dois oito ou mesmo o I’D;

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RESGATE DO OPERARIO

RESGATE

São diversos os locais que podem exigir do bombeiro para o atendimento a uma
emergência. Em ambientes urbanos temos fachadas de edificações, torres metálicas de
energia elétrica, de telefonia (antenas), chaminés, andaimes, painéis, telhados, poços,
córregos canalizados, ambientes industriais e espaços confinados. Em ambiente rural,
encostas, costeiras, cachoeiras ou vales podem ser o cenário de um acidente que demande
uma operação de salvamento em altura.

USO DE DOIS FREIOS OITO

Os equipamentos individuais do primeiro sistema sendo com o rapel utilizando o


oito: capacete, cadeira de salvamento nível III, um freio oito, 6 mosquetão com trava de
rosca, dois auto seguros (3 fitas tubulares), uma polia simples e uma polia dupla, 1 cordelete
de captura de progresso no sistema de multiplicação, um cabo da vida, um par de luvas e um
sistema de pedaleiras (fabricadas ou improvisadas com fitas tubulares).
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DICAS

Colocar um freio oito acima do seu freio oito e não se esquecer de acoplar uma fita tubular
nos dois para funcionar com arrasto.
Parar sempre a uma distância acima onde possa ter acesso à cadeira do operário ou
que possa realizar uma cadeira rápida ou a colocação do fraldão com o mínimo de esforço.
1º passo: Acoplar o auto seguro na cadeira do operário assim que tiver contato com o
mesmo. (Obs. fita tubular permeada já acoplada dois mosquetão).
2º passo: Acoplar o sistema de multiplicação para livrar o mesmo da corda que se encontra
preso e posterior deixar cair no seu sistema, (obs.: prioridade cortar a corda do operário

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quando livrar o mesmo, agora caso tenha condições de liberar o mesmo da corda sem por em
risco o trabalho efetua a liberação sem cortar a corda).
3º passo: Após o mesmo estar já no sistema seu, efetuar a descida controlada sempre
protegendo o operário.

APENAS USO DE UM FREIO OITO

Os equipamentos individuais do primeiro sistema sendo com o rapel utilizando o


oito: capacete, cadeira de salvamento nível III, um freio oito, 6 mosquetão com trava de
rosca, dois auto seguros (duas fitas tubulares), uma polia simples e uma polia dupla, um
cordelete de captura de progresso no sistema de multiplicação, um cabo da vida, um par de
luvas e um sistema de pedaleiras (fabricadas ou improvisadas com fitas tubulares).

DICAS

Parar sempre a uma distância acima onde possa ter acesso à cadeira do operário ou que
possa realizar uma cadeira rápida ou a colocação do fraldão com o mínimo de esforço.
1º passo: Acoplar o auto seguro na cadeira do operário assim que tiver contato com o
mesmo. (Obs. fita tubular permeada já acoplada dois mosquetão).
2º passo: Acoplar o sistema de multiplicação para livrar o mesmo da corda que se encontra
preso e posterior deixar cair no seu sistema. (obs.: prioridade cortar a corda do operário

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quando livrar o mesmo, agora caso tenha condições de liberar o mesmo da corda sem por em
risco o trabalho efetua a liberação sem cortar a corda).
3º passo: Após o mesmo estar já no sistema seu, efetuar a descida controlada sempre
protegendo o operário.

USO DO I’D
Os equipamentos individuais do primeiro sistema sendo com o rapel utilizando o I’D:
capacete, cadeira de salvamento nível III, 1 I’D, 6 mosquetão com trava de rosca, dois auto
seguros (2 fitas tubulares), uma polia simples e uma polia dupla, 1 cordelete de captura de
progresso no sistema de multiplicação, um cabo da vida, um par de luvas e um sistema de
pedaleiras (fabricadas ou improvisadas com fitas tubulares).

DICAS
Parar sempre a uma distância acima onde possa ter acesso à cadeira do operário ou que
possa realizar uma cadeira rápida ou a colocação do fraldão com o mínimo de esforço.
1º passo: Acoplar um dos auto seguro na cadeira do operário.
2º passo: Acoplar o sistema de multiplicação para livrar o mesmo da corda que se encontra
preso e posterior deixar cair no seu sistema, sendo que será colocado no freio oito acima.
(obs: prioridade cortar a corda do operário quando livrar o mesmo, agora caso tenha
condições de liberar o mesmo da corda sem pôr em risco o trabalho efetua a liberação sem
cortar a corda).
3º passo: Após o mesmo estar já no sistema seu, efetuar a descida controlada sempre
protegendo o operário.
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Curso Salvamento em Alturas
2018

Aula 11
Escalada Esportiva.
1º Ten. PM Freitas Jr.
Cb PM Cassiano

Objetivos Notas
1) Identificar os equipamentos utilizados por
praticantes de escalada esportiva.
2) Reconhecer os perigos da escalada.
3) Nomear de forma adequada cada material.

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Aula do dia 02/10/18

Cidade: Analândia Período da manhã Instrutores: Ten. PM Saulo, Ten. PM Vitor Silva,
Cb PM Paulo.

● Apresentação dos materiais de escalada esportiva.


● Aula sobre princípios de escalada.
● História do Alpinismo.

Período da tarde Instrutores: Ten. PM Saulo, Ten. PM Vitor Silva, Cb PM Paulo.

● Aula prática de escalada esportiva no Morro do Cuscuzeiro em Analândia SP.

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HISTÓRIA DO ALPINISMO
O Montanhismo nasceu como esporte no último quartel de século XVIII, sob a
denominação de "Alpinismo", por ter começado na famosa cordilheira dos Alpes, em
plena Europa Central. Foi, portanto seu marco inicial a escalada ao 'Mont Blanc', no
ano de 1786, considerada como o início da prática do chamado "Nobre Esporte das
Alturas", esporte que viria a ser praticado no Brasil com o nome de Montanhismo.

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As Primeiras Escaladas no Século XIX. Nossa história registra a conquista de
novas fronteiras, através de um ciclo de penetrações e explorações territoriais,
iniciado no século XVII, principalmente pelos desbravamentos desenvolvidos por
bandeirantes, que estenderam nossas fronteiras muito além do que fora determinado
pelo Tratado de Tordesilhas. Nestas investidas, montanhas e picos elevados foram
subidos por aqueles intrépidos conquistadores, cujos feitos chegam a ser confundidos
com a lenda, sem que ficassem registradas tais ascensões. Foi somente no século XIX,
que a crônica veio a registrar as primeiras subidas de montanhas, começando então a
sua caracterização esportiva, embora ainda incipiente e com motivações várias. Já em
1828 eram registradas algumas subidas a Pedra da Gávea, fascinante montanha de
842 metros de altitude, onde um capricho da natureza esculpiu uma imponente efígie
de traços humanos, cuja semelhança com o rosto do imperador D. Pedro II, lhe valeu a
denominação de "Cabeça do Imperador". Pseudo inscrições rupestres (caneluras
geológicas), também fizeram atrair os doutos do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, levando o sábio Mestre Frei Custódio Alves Serrão, membro daquele
Instituto, a subi-la a frente de um pequeno grupo, no ano de 1839.

Escalada Esportiva Moderna.

Finalmente, a partir da década de 60, se consolidou a escalada esportiva


moderna. Com novas técnicas desenvolvidas, equipamentos avançados, treinamentos
rigorosos e escaladas cada vez mais atléticas, grandes paredes foram vencidas, entre
elas: a Torre Central del Paine (1963) e o Cerro Torre (1974), ambas na Patagônia.
São escaladas vertentes cada vez mais difíceis em picos antes já atingidos. Reinhold
Messner atinge o cume do Everest sem utilizar oxigênio engarrafado em 1978 e dois
anos depois repete o feito, e desta vez, em solitário. Na década de 80 e 90 a escalada
desportiva cresce no mundo todo e dificuldades extremas são superadas. Paredes
gigantescas que eram antes escaladas em artificial são repetidas em livre. No
Paquistão a Grande Trango Tower, talvez a maior parede de rocha do mundo, é
escalada. É nesta incessante busca do desconhecido e de novos desafios que chegamos
aos dias atuais.

ESCALADA ESPORTIVA, ESCALADA ARTIFICIAL E ESCALADA


MISTA.

Escalada Mista: Esta é a modalidade que atinge o mais alto grau de dificuldade
em gelo. Consiste na ascensão de paredes rochosas parcialmente cobertas de gelo,

escalador recorre a aparelhos tais como estribo, grampos, móveis, para auxiliar na sua

rochas de pequenas alturas e boa base para que se use somente o apoio de parceiros e
do corpo.
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TIPOS DE PAREDÕES PARA ESCALADA.

Arenito: é uma rocha formada de areia e por isso é um pouco mais frágil que as outras
rochas.
Calcário: é uma rocha intermediária a de arenito e de granito, apesar de ser
resistente, não é tão dura como a de granito.

Granito: é um tipo de rocha muito resistente.

VIAS DE ESCALADAS E GRAUS.

Vias de escalada é o percurso que o montanhista irá traçar para alcançar o pico da
rocha. Já os Graus seriam as dificuldades encontradas nessa via. Reconhecendo
previamente essa via, o montanhista poderá selecionar os materiais necessários para
essa escalada. É de extrema importância, o praticante de escalada traçar esta via com
os guias dessas áreas, não só para determinar os materiais que irá utilizar, mas para
também facilitar o socorro caso seja necessário.

EQUIPAMENTOS DE ESCLADA
Para escalada em rocha de proteção fixa

Corda Dinâmica: Cordas dinâmicas são cordas especiais feitas principalmente para
suportar a queda de um escalador de forma mais suave. Sua construção lhe permite um
certo grau de elongação que a faz funcionar como um amortecedor que diminui a força
de impacto resultante sobre o corpo do escalador, sobre as ancoragens e por último
sobre o segurador, evitando que este queime as mãos ao tentar freiar a queda do guia.
São constituídas de uma capa entrelaçada, que serve para proteger a corda da abrasão
da rocha, e de uma alma, composta de vários feixes contínuos de fibras, de formato
espiralado, e que servem para absorver o impacto. A principal característica que deve
ser observada em uma corda é a sua força de impacto, medida que dá o grau de
suavidade da queda. Outros fatores importantes são a sua durabilidade, resistência
prolongada a quedas, e a sua maleabilidade, para facilitar o trabalho do guia e do
segurador. Lembrando que na escalada, os montanhistas utilizam cordas simples,
duplas e gêmeas Existem vários modelos e vários diâmetros, de acordo com o tipo de
utilização que se faz necessária. As cordas merecem cuidado especial pois trata-se de
material têxtil que pode se romper. Uma verificação constante de seu estado é uma
operação fundamental

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Cadeirinha de alpinista:
É um item básico e essencial numa escalada. Trata-se de um suporte para o
corpo do escalador, que é composto de um cinturão e de duas alças para as pernas,
todos interligados para melhorar a sustentação do corpo. É onde o escalador amarra a
corda de escalada, fixa o

aparelho de rappel e segurança e também a solteira. São feitas de fitas de nylon


reforçadas e seu desenho varia de acordo com a aplicação e o fabricante. Cadeirinhas
para escaladas longas possuem acolchoamento e ajuste para as pernas, o objetivo é dar
mais conforto ao escalador que passará várias horas dependurado a ela. Também
servem para apoiar equipamentos através de um conjunto de alças rígidas que
circundam o lado externo do cinturão.
Sempre que se utiliza uma cadeirinha deve-se dar atenção redobrada a fivela, que deve
estar bem fechada para evitar abertura inadvertida e possíveis acidentes fatais.

Capacete:
Os capacetes de escalada são feitos para proteger a cabeça do escalador do impacto de
qualquer coisa que caia de cima, em geral pedras, ou caso este venha a sofrer uma
queda e bater com a cabeça na parede.

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Sapatilha:
Calçados de rocha são feitos para aumentar o apoio dos pés sobre pequenas saliências
da rocha. Isto é possível graças ao desenho desses calçados(sempre bastante justos aos
pés) o que aumenta a sua precisão no contato com a rocha, e principalmente ao seu
solado, de borracha super aderente. Possuem desenho especial para proteger as áreas
mais sensíveis, e também para não se tornar um incomodo ao escalador durante sua
jornada rocha acima. É um item essencial em qualquer escalada.

Mosquetões:
O mosquetão é um item básico, que possui inúmeras aplicações numa escalada.
Funciona como elemento de ligação, ou elo, entre vários sistemas, dependendo da
aplicação. Também são utilizados como passadores de corda (costuras) durante uma
escalada guiada. Existem vários modelos, de acordo com sua utilização. Podemos
enumerar alguns; Mosquetão D com trava: é o modelo mais simples, é basicamente
utilizado para fazer ligações. A trava impede que se abra de forma inadvertida,
evitando um possível acidente.
Mosquetão Pera: também conhecido como mosquetão de base, possui este nome por
causa de seu formato com uma base larga e arredondada. Em geral seu gatilho possui
trava e é utilizado como mosquetão de base em paradas durante uma escalada ou em
conjunto com freios do tipo tubo ou plaqueta.

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Mosquetão com gatilho curvo: são mosquetões especiais sem trava com uma
finalidade bastante específica: servirem como passadores da corda do escalador que
esta guiando uma cordada. Seu gatilho é curvado para facilitar o trabalho de clipagem
(passar a corca para dentro do mosquetão) do guia. São utilizados em costuras que são
um conjunto de mosquetão de gatilho curvo para passar a corda, alça de fita e
mosquetão de gatilho reto para fixar numa ancoragem da rocha.

Ascenders: Dipositivo usado para se fazer a ascensão através de uma corda durante
uma escalada de conquista ou BigWall, onde seu uso é mais comum.
Também podem ser utilizados em sistemas de içamento de equipamento ou em
operações de resgate em abismos. Existem várias marcas e modelos mas todos
funcionam basicamente através do princípio de estrangulamento da corda. Isto é feito
através de um sistema blocante que permite que a corda passe num sentido e fique
travada se passada no sentido contrário. Em geral são utilizados aos pares e presos a
estribos para o apoio dos pés que, em movimentos alternados, permitem a progressão
pela corda. Alguns modelos podem ser utilizados em cadeirinhas peitorais.

Freio ATC: São dispositivos que possuem em geral duas funções básicas: como
aparelho de segurança, onde o segurador (segundo escalador) controla a quantidade de
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corda entre ele e o guia da cordada e pode facilmente frear uma queda do guia com um
simples movimento, e também como aparelho de rappel (nem todos os modelos).
Existem vários modelos que funcionam de formas distintas, mas todos possuem a
mesma finalidade básica que é travar uma queda. O modelo mais comum é o freio oito.
Existem também as plaquetas e tubos que são utilizados em conjunto com um
mosquetão tipo Pera, e a última tendência são os freios auto blocantes, que travam por
si só em caso de queda.O líder deste segmento é o Grigri, da Petzl, um dispositivo
bastante seguro mas que possui alguns inconvenientes: é bem mais pesado que os
outros, não serve para rappel em cordas duplas e seu uso não é muito simples.

Friends e Camalots: Seu nome oficial é SLCD (Spring Loaded Caming Device)
dispositivo de expansão por pressão de mola. É um dispositivo bastante engenhoso útil
na montagem de ancoragens móveis em sistemas de fendas, normalmente encontradas
em rochas. Seu corpo é composto de quatro ou três abas paralelas e com desenho
curvilíneo (cams) dispostas sobre um mesmo eixo de rotação e mantidas abertas por
um sistema de molas, um eixo central (rígido ou flexível, simples ou duplo, dependendo
do modelo e fabricante) perpendicular ao eixo de rotação, onde é aplicada a tração, e
um gatilho que serve para o controle da expansão das abas.
Para ser utilizado, puxa-se o gatilho para trás e suas abas são contraídas. Ao se
posicionar corretamente dentro de uma fenda solta-se o gatilho e suas abas se
expandem até que estejam em pleno contato com a rocha. Quando se aplica uma força
sobre o eixo principal em seu sentido as abas tendem a abrir mais aumentando a força
de contato com a rocha e ficando mais firmes.
Estes dispositivos podem ser utilizados tanto para proteção como para apoio de
ascensão em escaladas de progressão em artificial. Em geral são utilizados em jogos de
vários tamanhos, dependendo da espessura da fenda. Dependendo do modelo e do
fabricante, é possível encontrar friends que se adaptam a fendas de espessuras que vão
desde 0,5cm até 25cm.

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Martelete Perfurador 11225 da BOSCH: Normalmente se costuma utilizar
talhadeiras manuais para se fazer perfuração na rocha, seja para colocação de
ancoragens fixas, os chamados grampos de rocha, ou para fazer buracos para
sustentação dos ganchos para rocha. Este é um trabalho demorado e bastante
desgastante que consome maior parte do tempo e da energia de um escalador durante
uma conquista. Quando há necessidade de se ganhar tempo numa conquista é comum
recorrer as furadeiras a bateria, uma solução bastante rápida e eficiente que agiliza
bastante o processo de perfuração da rocha.
Para esta escalada, devido a necessidade de economia de tempo, decidimos levar um
Martelete Perfurador 11225 da BOSCH, uma furadeira a bateria com autonomia para
15 furos na rocha, que pode representar uma economia de até sete horas de no
trabalho de perfuração. Com certeza ferramenta será um excelente reforço para a
equipe e contribuirá em grande parte para o sucesso da escalada.

Daisy Chain: Trata-se de uma alça de fita costurada com pequenas alças de suporte. É
um acessório bastante versátil durante uma escalada, pois pode ser utilizado para
organização de equipamentos em suas alças, mas seu principal uso é como alça solteira
em conjunto com os estribos, pois permite ajuste mais simples a medida que o
escalador progrida através dos estribos.

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Estribos: São verdadeiras escadas com degraus alternados que servem basicamente
para serem fixadas em algum dispositivo de apoio na rocha (grampos, clifs, nuts,
friends etc) e para a ascenção do escalador. Em geral utiliza-se um par que vai sendo
alternado na progressão entre pontos de apoio na rocha. Muito utilizado em conquistas
e vias de escalada em progressão artificial. Existem vários modelos, porém os mais
comuns são feitos com fitas reforçadas de nylon.

Nuts: São pequenas cunhas metálicas, presas em alças de cabo de aço ou em alças de
cordeletes feitos de material mais resistente como o Kevlar, que funcionam como
dispositivos de ancoragem móvel em rocha. Seu principio de funcionamento é simples:
são fixadas por entalamento em constrições de fendas em rochas. Em geral utiliza-se
um jogo de peças com vários tamanhos que permitam o ajuste adequado as várias
espessuras de fendas. Seu tamanho varia desde 3mm até 10cm, dependendo do modelo
e fabricante.

Pitons: Também conhecidos como grampos de fendas, são cunhas metálicas com alça
para fixação de mosquetão ou fita. Estes dispositivos de ancoragem são amplamente
utilizados em escaladas de progressão artificial. Existem várias marcas e modelos, de
várias espessuras e comprimentos, mas todos funcionam a partir do mesmo princípio,
para entalamento em
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fendas de espessuras que vão do milimétrico (com os minipitons) até fendas mais
largas. São colocadas através de marretadas o que muitas vezes ocasiona ruptura da
rocha.

Cheville: Os cheviles são pequenos cilindros chumbadores, com rosca interna e com
uma base dentada, que servem basicamente para perfuração da rocha e para fixação de
proteções fixas. Antes de ser utilizado, um chevile deve ser rosqueado a ponta de um
batedor para que este funcione como uma broca, a golpes de marreta.

Cliffs: ganchos metálicos que servem para apoio sobre saliências da rocha ou sobre
pequenos buracos perfurados com talhadeiras. Existem vários tamanhos e modelos,
dependendo do uso que se faz. São amplamente utilizados em escaladas onde há
necessidade de progressão em artificial.

Haul Bag: É uma grande bolsa super reforçada, própria para suportar o contato com a
rocha abrasiva. Com seu desenho cilíndrico, é utilizada no içamento de todo o
equipamento e víveres dos escaladores durante uma conquista. Em geral possuem
alças de mochila para que possam ser carregadas com conforto durante as caminhadas
de aproximação às bases das vias de escalada.

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Marreta: São marretas com desenho especial que servem para ajudar na colocação ou
extração de grampos de fendas, os pitons, ou na perfuração da rocha com talhadeiras.
Possuem um cabo para que fiquem penduradas e não se percam em uma eventual
queda.

Pecker: Trata-se de um minipiton para fendas realmente muito finas e rasas (com
pouca profundidade) que normalmente não suportaria um piton normal, mesmo os
mais finos. Seu fabricante é a Black Diamond.

Polia: As polias são muito utilizadas em escaladas para facilitar o trabalho de içagem
de equipamento ou dos haull bags. Também podem ser úteis em operações de resgate
ou para transporte em tirolesas, dependendo do modelo. Existem vários tamanhos e
modelos, de acordo com o uso.

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RURP: Trata-se de um minipiton para fendas realmente muito finas e rasas (com pouca
profundidade) que normalmente não suportaria um piton normal, mesmo os mais
finos. Vem com uma pequena alça para ajudar em sua fixação. É fabricado pela Black
Diamond.

Talhadeira: Dispositivo composto de um punho de aço, revestido de espuma ou


borracha, e um adaptador para brocas de aço, que podem variar de espessura de
acordo com a necessidade. É utilizado para fazer perfuração da rocha, para confecção
de buracos de cliff ou colocação de grampos. As brocas mais utilizadas são as de ¼ e ½
polegadas.

Fitas de escalada: é um material têxtil que apresenta algumas incríveis propriedades,


elas tem muitas vantagens.
● Fita amarela (ou laranja) tem 12mm;
● Fita preta tem 10mm;
● Fita vermelha tem 8mm;
● Fita lilás tem incríveis 6mm. Todas essas fitas suportam pelo menos 22KN.
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Chapeletas: servem para ancoragem.

PERIGOS

O Montanhista deve estar atento durante o percurso de sua via de escalada aos perigos
que podem ser encontrados, entre eles animais peçonhentos e nocivos, exemplo:
cobras e abelhas.

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Curso de Salvamento em Alturas
2018

Aula 12
Rapel com vítima

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Identificar as técnicas utilizadas no rapel com


vítima;
2) Trava do freio 8;
3) Preparação e ancoragem da vítima;
4) Bombeiro vítima;
5) Vítima Bombeiro com arraste;
6) Transposição de emenda;
7) Transposição de linha.

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Passagem dupla no freio 8

1- A trava é a mesma da passagem simples.

2- Essa passagem aumenta o atrito entre a corda e o freio 8.

3- Ideal para descidas de Salvamento (duas pessoas no mesmo sistema).

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Preparação e ancoragem da vítima

1- A vítima deve ser informada dos procedimentos que serão realizados.

2- Deve ser colocado um auto seguro o mais rápido possível na cintura da


vítima.

3- Conectar a vítima no sistema do freio 8 e nunca na cadeira do Bombeiro.

4- Proteger qualquer objeto que possa enroscar no sistema (cabelo, roupa,


cinto etc...)

5- Calma e segurança durante o atendimento, trazem segurança para a vítima.

6- Nunca deixar de ter no mínimo dois pontos de contato com o sistema.

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Vítima-Bombeiro
Bombeiro entra na linha com freio oito com passagem dupla, acessa o patamar da
vítima e a clipa com mosquetão e fita mais seu auto seguro (dois pontos), bombeiro
volta para a linha sempre primeiro e depois coloca/chama a vítima.

1- Nesta técnica a vítima toca o solo primeiro que o socorrista.

2- Vítima não deve ter nenhum trauma na coluna e cervical.

3- Atenção quanto a segurança sempre.

4- Estar atento a possíveis obstáculos durante a descida, haja vista que a vítima
estará embaixo do socorrista.

5- Atentar quanto ao ajuste do sistema para a conexão da vítima.

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Bombeiro-vítima com arrasto

Utiliza-se dois descensores, o de cima (da vítima) necessariamente freio oito. O


bombeiro entra na linha com um descensor (se for freio oito a passagem é simples) e
desce até a vítima. Lá, clipa a vítima em seu auto-seguro e monta um freio oito com
passagem simples na corda acima do seu descensor e clipa na cadeira da vítima com
fita e mosquetão e passa também o auto-seguro do bombeiro no freio oito da vítima
pois é ele quem vai fazer a tração para a vítima descer ao mesmo tempo que o
bombeiro.

1- Nesta técnica o Bombeiro toca o solo primeiro que a vítima.

2- Atentar para o ajuste do umbilical, para que a vítima fique acima do


Bombeiro.

3- Alertar a vítima para nunca tocar no sistema de freio, para não acontecer
acidentes durante a descida.

4- A vítima não deve ter nenhum trauma (esta técnica não é


recomendada para vítimas com trauma na coluna e cervical).

5- Nesta técnica o socorrista vai precisar de um freio 8 adicional.

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Transposição de linha

1-Fazer a trava do freio 8.

2-Conectar um prussik no sistema para poder livrar o freio 8.

3-Dependendo do tamanho do cordin, será necessário


fazer uma pedaleira.

4-Depois de livrar o freio 8 é só conectá-lo na outra


linha (atenção a segurança).

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Transposição de emenda

1-Parar a descida uns 90cm acima da emenda.

2-Fazer um nó de alça uns 90 cm abaixo da emenda para conectar o auto seguro.

3-Com um nó prussik livrar o sistema do freio 8.

4-Talvez seja necessário fazer uma pedaleira.

5-Com o freio 8 livre, conecte este abaixo da emenda (o mais rente possível).

6-Lembrando que quando voltar ao sistema do freio 8, a corda vai ceder uns
5cm.

7-Fazer a trava do freio 8.

8-Pronto!

9-Recuperar o prussik que está antes da emenda.

10-Retirar auto seguro e desfazer o nó de alça.

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Curso Salvamento em Altura
2018

Aula 13
Torre de alta tensão e torre de transmissão

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de:


1) Realizar escalagem;
2) Conhecer as características e tipos de torre;
3) Diferenciar os equipamentos.

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ESCALAGEM DA TORRE

A escalagem é uma atividade que demanda esforço físico e controle


emocional. Deve ser feita com o máximo de segurança, tanto para o bombeiro
como para a vítima, procurando sempre estar ancorado.
Sobre os equipamentos o talabarte é muito eficiente para resgate em
Torres pois ele facilita bastante a escalada. Na falta dele pode ser usado um
cabo da vida permeado no olhal da cintura da cadeira de salvamento usando as
alças para ancoragem com mosquetão. Lembrando sempre que a ancoragem
deve estar sempre acima da cintura por causa do fator de queda isso garante a
segurança do bombeiro.

Existem três tipos de cadeiras que usualmente podem ser confeccionadas


com o cabo da vida:
● orelha de coelho com arremate pelo tórax;
● balsa pelo seio com arremate pelo tórax;
● cadeira de alpinista.
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TORRES TRELIÇADAS
Existem alguns tipos de torres metálicas que pelo tipo de sua estrutura, se
tornam alvo fácil para pessoas com tendência ao suicídio ou praticantes de
esportes radicais. Estas torres são bastante altas e fáceis de escalar por suas
treliças.
Em engenharia de estruturas, uma treliça (do Francês treillis) é uma
estrutura composta por cinco ou mais unidades triangulares construídas com
elementos retos cujas extremidades são ligadas em pontos conhecidos como
nós.
As torres se dividem basicamente em dois tipos: torres de transmissão de
energia e torres de transmissão de sinais.
As torres de transmissão de energia representam o maior perigo pois tem
como característica o arco voltaico que se forma do lado externo. Por isso por
medida de segurança a subida deve ser por dentro e não por fora da Torre.
Porém a principal medida de segurança é somente realizar a subida após o
aterramento da Torre pela empresa responsável. Os riscos não podem ser
eliminados, mas podem ser minimizados.

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RESGATE

Para o resgate, é fundamental que haja o desligamento ou aterramento da


torre minimizando riscos de descarga elétrica. Caso a torre seja de
telecomunicação, não haverá grandes tensões, porém, ainda assim existe risco
de choque elétrico.
Antes de tudo, deve-se separar os materiais (kits) que os Bombeiros
utilizarão no resgate, não esquecendo também do material para a vítima.
Geralmente, o Resgate é realizado por dois Bombeiros.

O Bombeiro que irá acessar a vítima deverá levar:


● EPI básico;
● Talabarte;
● Fita de Ancoragem para vítima;
● Cadeira de salvamento ou cabo da vida ou triangulo de evacuação;
● 02 mosquetões.

O Bombeiro que irá montar o sistema deverá levar:


● EPI básico;
● Talabarte;
● Corda;
● Descensor;
● Polia;
● 04 (quatro) mosquetões;
● Fita para prender a polia;
● Fita para back-up da polia;
● Protetor de coluna

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O Bombeiro que subir primeiro acessará a vítima, ele deve usar uma fita
tubular do kit para fazer uma boca de lobo em torno do tórax da vítima e
conectá-la à torre, deixando-a em segurança. Após colocar a vítima em
segurança deverá prepará-la para a descida com uma cadeira de salvamento ou
triangulo de evacuação ou confeccionar uma cadeira com o cabo da vida.

O segundo Bombeiro deverá montar o sistema em um ponto acima da


vítima, utilizando a fita, polia e mosquetão, bem como montagem de um Back
Up da polia com fita e mosquetão.
Para realizar a descida, poderão utilizar as seguintes técnicas:
● Debreado de cima, utilizando freio "oito";
● Debreado de cima, utilizando ID;
● Debreado de baixo, utilizando freio "oito";
● Debreado de baixo, utilizando ID;
● Debreado de baixo, utilizando Freio Rack;
● Debreado de baixo, utilizando mosquetão com UIAA;
● Rapel Guiado.

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RAPEL GUIADO

Nesta técnica é utilizada uma segunda corda tesada no sistema, que vai
em uma ancoragem em terra e no ponto onde estão o bombeiro 1 e a vítima.
Quando o conjunto Bombeiro vítima entra no sistema de rapel das técnicas
anteriores, o conjunto é conectado por uma polia na corda tesada, fazendo a
descida ser guiada por esta corda. É aconselhável quando há a necessidade de
transpor um percalço, como caixa de força, uma fossa etc.

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Após a descida do Bombeiro com a vítima, o outro Bombeiro que
permaneceu no local recolhe todos os equipamentos e realiza a descida
utilizando a técnica do Salva Cabo.

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Curso Salvamento em Alturas
2018

Aula 14
Suicida-Viaduto
Rapel de Impacto

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de


efetuar:
Rapel de impacto
Salto do suicida
Abordagem técnica ao suicida.

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Rapel de Impacto
Consiste na passagem da corda ao freio oito ancorado a um ponto bomba,
sendo que no chicote é confeccionado o nó de mula, ancorado no
mosquetão da cadeirinha do socorrista, passando por outro freio oito na
mesma cadeirinha com uma pequena laseira entre os dois. O ponto da
corda pela passagem do freio oito no ponto bomba, deve ser medido com o
nó do chicote da corda na cabeça da vítima, e confeccionada a trava neste
freio oito (ponto bomba). Pula-se de costa para vítima saltando para traz e
agarrando-a quando chega-se ao seu nível, depois o freio oito (PB), deve
ser pago até vítima e o bombeiro chegarem ao solo.

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Salto do suicida
Passe a corda no freio oito ancorado ao ponto bomba e com chicote
elabora-se uma orelha de coelho ancorada na cadeirinha do bombeiro no
olhal traseiro (pede-se reforçar com fita). Antes de passar no freio oito e na
cadeirinha faz uma medição no cabo de salto, que será executado em torno
de 1/3 da altura que se irá pular, esta é a quantia de corda a ser deixada; e
então passa-se no freio oito e ancora-se na cadeira do bombeiro.

Abordagem ao suicida

Ação técnica que visa impedir a consumação do suicídio por ato de


convencimento ‘dialogo’.

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Definir Definir EPI ABORDADOR Perguntas
Funções 9 CB Simples
1 Abordador 1. - Contato com - nome
1 Segurança EPI solicitante - idade
1 Cmt incêndio - causa do - trabalha
1 - Arma tentante - casado
Comunicação Branca - reside com
1 Isolamento - Gás ou 2. - Abordar quem
2 Back-up Isqueiro - Aproximação - filhos
Abordador calma e silenciosa - pais
2 Back-up CSALT => estresse - familiares
Paciente - - Apresentação
Precipitação vim para lhe ouvir
Reduzido 6 Definir => ouvir Perguntas
CB Apoio - buscar Complexas
1 Abordador - UR trajetória => - A relação com
1 Segurança - AB perguntas simples seus familiares?
1 Cmt - USA - gatilho - Como é no seu
1 - Pol. geralmente é o trabalho?
Comunicação Rodoviário risco - Como está seu
e Isolamento - Infantaria casamento?
2 Back-up - Informar 2.1. - Classificar - Seus filhos
PS Paciente falam com
- Depressivo / você?
Agressivo
- Drogas /
Psicoses

2.2. - Dialogo
positivo
- fator de risco
=> perguntas
complexas
- fator de
proteção =>
familiar ou sonhos

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Lembrete Não fazer Focar
- O isolamento total do - Nunca mentir ou - Sempre faça o
PACIENTE é o enganar PACIENTE querer e
primeiro passo - Não seduzir visualizar coisas
- Lembrar da troca de - Evitar religião positivas
abordador - Focar no Fator de
- Depois da troca só o - Com agressivo não Proteção
ABORDOR FALA olhar nos olhos - Imaginar um futuro
- Quem abordar vai até - Sempre falar mais Melhor
o PSM com o Paciente baixo - Ficando sem
- O SEGURANÇA - Manter a calma pois ARGUMENTO repita
mantem o será ofendido como se fosse
ABORDADOR - Não disputar ou pergunta a última frase
atualizado testar conhecimento do PACIENTE
- Tudo é moeda de
troca
- Não se traz ninguém
pra zona quente

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Curso Salvamento em Alturas
2018

Aula 15
Arborismo

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Diferença entre Arborismo e Arvorismo.

2) Métodos de escalada em árvores: Cabo da


vida (nó boca de lobo), alternativa e estrutural

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Arborismo e Arvorismo

Convém, primeiramente, que se trate do âmbito dos conceitos para


evitar confusão entre as modalidades “arborismo” e “arvorismo”. Desta
forma, considera-se aqui:
– arborismo: a prática de escalada em árvores;
– arvorismo: passeios em trilhas previamente instaladas em
árvores. Neste caso, as árvores servem apenas como torres de suporte
para equipamentos fixos, utilizadas em atividades lúdicas, esportivas e
turísticas.
Assim, o termo “arborismo”, em sua essência, refere-se à escalada no
elemento vivo, a árvore, que é o ponto central de toda a atividade. E pode
ser realizada portando-se equipamentos ou não. Entende-se, neste caso,
que se utilizados equipamentos, estes são portáteis e não ficam na árvore
por mais de algumas horas, durante sua utilização.
Como no arborismo não existem equipamentos instalados, está
associada à ideia de pioneirismo em escalada e um maior grau de risco e
aventura. Constituindo-se, portanto, em prática que requer conhecimentos
específicos como, por exemplo, sobre a natureza e situação de cada espécie
de árvore que se pretende escalar, bem como a particularidades
ambientais regionais, entre outras.
O arborismo é, essencialmente, uma atividade preservadora das árvores e
da natureza. É comumente utilizada por pesquisadores, por coletores de
sementes de árvores nativas e também por apreciadores da natureza, em
suas atividades esportivas e de lazer em meio à mata.
Arborismo, dependendo dos seus objetivos, um esporte ou atividade física
radical preservadora, também utilizada para estudos de fauna e flora das
camadas mais altas da floresta.
Arvorismo, por sua vez, é um esporte ou atividade física radical que
consiste na travessia entre plataformas montadas no alto das árvores,
ultrapassando diferentes tipos de obstáculos como escadas, pontes
suspensas, tirolesas entre outras, utilizada no turismo, lazer e recreação;

Métodos de escalada

Escalagem cabo da vida (nó boca de lobo)

Utilizando:
2 cabos da vida,
1 cordim,
1 mosquetão

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Faz se dois nós boca de lobo com o cabo da vida permeado, o boca de
lobo superior faz se um nó de alça e clipa na loop da sua cadeira, usa-se um
cordim com um nó blocante ( prussik, marchad, valdotam) para fazer a
regulagem do tamanho, de acordo com cada bombeiro. No boca de lobo
inferior faz se duas alças para por os pés, e de preferencia clipa-se se o
auto seguro, para estar em dois pontos de ancoragem.

Figura: 2 cabos da vida, 1


Figura 1: ascensão; com 2 bocas
cordim, e 1 mosquetão
de lobo

Essa só pode ser empregado em árvores que apresentem troncos roliços,


compridos e sem galhos, técnica usada com nó boca de lobo no apoio
superior, ou usar o descensor freio oito, ou usar técnica do boca de lobo
com prussik direto na cadeira com um mosquetão sobressalente.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE


Figura 3: utilizando um
oito Figura 4: utilizando cordins e
mosquetão

Escalagem 3x1 com captura e progresso

Utilizando:
1 corda,
1 rescuecender ou nó blocante (cordim),
1 polia simples,
1 ID ou
1 polia e um cordim com nó blocante,
2 fitas tubular,
4 mosquetões

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Faz se um sistema multiplicador de força 3x1 reduzido com captura
e progresso com desvio na árvore para içar o bombeiro, podendo depois
descer o bombeiro pelo ID.

Escalagem ID e um boca lobo

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Curso Salvamento em Alturas
2018

Aula 16
Tirolesa e Tirolesa guiada

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Saber diferenciar tirolesa e tirolesa


guiada;

2) Identificar os sistemas;

3) Saber montar os sistemas.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE


“Tirolesa” – Com os testes, concluiu-se que 12 homens puxando uma corda para
tencioná-la, resultava numa tração de 600 kg. Para a montagem do sistema de tirolesa
no Corpo de Bombeiros da PMESP, utiliza-se então o padrão da “Regra dos 12”,
que é, nada mais, nada menos que, a montagem de um sistema com vantagem
mecânica de acordo com a quantidade de homens que irão puxar esta corda.
Exemplificando, temos: Se houver 4 homens para puxar a corda, monta-se um
sistema 3:1 (este sistema 3:1 também é conhecido como sistema “Z”), se houver
3 homens para puxar, monta-se um sistema 4:1, e assim sucessivamente.

Exemplo de uma tirolesa estendida entre duas árvores (retirado do MTB 26).

Quando temos uma corda tencionada na tirolesa, temos uma tração de 600 kg em
cada um dos pontos de ancoragem. Quando um bombeiro entra no sistema para
descer no rapel no meio desta tirolesa, o seu peso é multiplicado por 2 e somado aos
600 kg de forma que, se considerarmos um bombeiro pesando 70 kg, cada ponto de
ancoragem, sofrerá uma tração de 740 kg.
TIROLESA

Usando o CM como ponto bomba, back-up da ancoragem

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Ancoragem com placa, e mariner para tirar a tensão das cordas.

Ancoragem da tirolesa e saída.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 80


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Saída da tirolesa

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CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

No sistema com dois seguranças fazendo o freio.

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CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

TIROLESA GUIADA

Ancoragem, polia como mudança de direção, pagando bombeiro e vitima.

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CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Bombeiro e vitima no sistema.

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CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Segurança pagando bombeiro e vitima no ID com mudança de direção.

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CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Curso Salvamento em Alturas


2018

Aula 17 e 18

RAPEL E SALVAMENTO DE VITIMA EM


CACHOEIRA

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Conhecer técnicas de rapel em cachoeira;


2) Salvamento de vítimas retidas em sua linha
em cachoeiras.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 86


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

CACHOEIRAS

As técnicas de salvamento em cachoeiras têm peculiaridades que o


bombeiro deve permanecer atento. As cachoeiras se caracterizam com rochas
escorregadias, pedras soltas, água gelada e presença de insetos. Todos esses
elementos podem interferir no salvamento; por isso é salutar que o bombeiro
conheça essas características.

A montagem para o rapel em cachoeira é simples. Uma ancoragem


equalizada com corda em árvores saudáveis nas margens opostas, juntamente
com o “varal” na cabeceira da cachoeira, que funciona como linha da vida para
saída controlada do bombeiro e proteção da corda de rapel.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 87


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

O SALVAMENTO

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 88


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Nessa imagem podemos usar como guia para o atendimento de vitimas


retidas em cachoeiras, sabendo procedimentos dependendo do estado da vitima,
qual método a usar (subir ou descer) e os EPIs e materiais necessários para o
salvamento da mesma.

Ancoragem equalizada em dois pontos

“Varal”

O Rapel, quando não segurado por um outro bombeiro no chicote”, deve


ser auto segurado. E na cachoeira, pelas cordas estarem molhadas, o nó blocante
utilizado é o Valdotem, como na figura a seguir:

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 89


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Ou também podemos utilizar o nó “Valdobrando”:

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 90


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Outro ponto fundamental que o bombeiro deve atentar é para qualquer


sinal de chuva, pois ela, mesmo que na cabeceira do rio, aumenta
repentinamente a vazão de fluxo de água, tornando o ambiente da ocorrência
muito perigoso.
Quando não se tem condição de descer de rapel para salvar uma vítima na
queda de água, opta-se pela técnica de “pagar” todo sistema da vítima.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 91


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Esta técnica consiste em realizar um sistema de multiplicação de força


com um freio instalado na corda principal, ancorando em um ponto seguro (ou
mesmo na própria ancoragem equalizada da vítima) para içar o sistema da
vítima. Após “lazerar” o sistema da vítima, solta-se seu sistema, deixando-o
conectado ao novo. Daí, então, é só “pagar” todo conjunto controladamente com
o freio até a vítima descer para o ambiente seguro.
Após ser feito o sistema de multiplicação de força, esse sistema da foto
abaixo é o usado para emendar os cabos, o de salvamento e o cabo em que a
vitima esta o qual sera ‘pago’ até o solo. A emenda é feita com dois nós ‘oito’ e um
mosquetão, utilizando cordins para tirar a tensão do nó e para ter função de
‘fusíveis’.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 92


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Montagem de um sistema de multiplicação de força, com freio já instalado.

Içamento da vítima pela sua corda.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 93


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Após mudar a vítima para o sistema novo, “pagar” controladamente.


Há também a possibilidade de utilizar outra técnica, que consiste em um
bombeiro descer de rapel até onde a vitima esta retida, portando um sistema
para “debrea-la’ junto ao bombeiro, a técnica é realizada conforme figura a
seguir:

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 94


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Nesse sistema, o bombeiro desce até a vítima com 2 cordas e cordins.


1) Bombeiro desce pela corda 1 que é paga por um descensor Hack de cima
da cachoeira. Um cordim é fixado na vítima e na corda 2(levada pelo
bombeiro). Na corda 2 é montado um descensor (Id) em sua base e a
vítima via umbilical é clipada no bombeiro.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 95


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

2) Na base da corda 2(corda da vitima) é montado sistema de multiplicação


de força, o qual puxará a vitima para cima, livrando a vitima do sistema
qual estava retida.
3) O sistema de multiplicação é ‘pago’, caindo a vítima na corda 2 que pra ela
foi levada inicialmente.
4) Ambas cordas 1 e 2, são pagas simultaneamente de cima da cachoeira.
Conforme figura abaixo:

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CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Curso Salvamento em Alturas


2018

Aula 19
Salvamento com Tripé e Técnicas
de Ascenção com vítima

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Descender e ascender com a vítima em um só sistema;

2) Executar o salvamento utilizando o tripé com ponto de


ancoragem improvisado.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 97


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Acesso rápido à vítima por Rapel e com pontos de


ancoragem nas viaturas.

Basicamente, para um acesso rápido à vitima, o primeiro socorrista mais


familiarizado em APH se ancora em um ponto seguro e desce, fazendo os
primeiros atendimentos a mesma. Logo, os bombeiros que ficam em cima,
preparam um sistema para a descenção de mais bombeiros com maca SKED ou
maca Cesto para ser realizado uma melhor e adequada estabilização da vítima.

Montagem do Tripé de Salvamento


Estabiliza-se o tripé ganhando
altura e um bom ângulo para a retirada da
vítima com o bombeiro no sistema,
fazendo um back-up no eixo das viaturas e
também usando guias nos pés do tripé
para não causar desestabilização do
mesmo.
Usamos uma ancoragem simples
para descer os bombeiros e macas, e assim
que a vítima estivesse estabilizada, lá de
baixo os próprios bombeiros montam o
sistema de recuperação pelos bombeiros
de cima.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 98


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Ponto de Ancoragem

Técnica de Descensão e Ascenção

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 99


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Em um só sistema podemos descer e subir, ganhando tempo. Utilizado


com o maior foco em um local que não temos espaço para recuperar a vítima
pela horizontal, o ID in Punta foi desenvolvido para a recuperação em um curto
espaço, onde os bombeiros podem ser usados como pêndulo e usar seu próprio
peso para o ganho de corda. Modo de montar:
Na sequencia de cima para baixo e da esquerda para a direita conforme a
foto: Mosquetão, Placa de ancoragem, primeiro mosquetão com um nó oito
duplo, ID, sobe a corda passando por uma polia simples conectada por um
mosquetão no meio da placa de ancoragem, descendo a corda denovo com um nó
prússico para a captura sendo o mesmo conectado a um terceiro mosquetão do
lado direito da placa de ancoragem. Com esse sistema o bombeiro consegue fazer
a descenção, porém com um bombeiro no sistema pagando o cordim (prússico),
chegando na vitima, o mesmo pode acessar, estabilizar, enquanto os bombeiros
de cima se preparam para recuperar o bombeiro APH com sua vítima lá embaixo
com o próprio sistema.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 100


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CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 101


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Curso Salvamento em Altura


2018

Aula 20
Salvamento com Aeronave do
GRPAe

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Identificar os materiais para o exercício;

2) Executar rapel da aeronave;

3) Identificar e executar normas e sinais em


cabine e descida.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 102


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

SISTEMA DA AERONAVE PARA EXTRAÇÃO PELO


GANCHO

No interior da aeronave.

No gancho localizado em baixo da aeronave.

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SISTEMA NO INTERTIOR DA AERONAVE PARA RAPEL

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 104


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Materiais necessários para o tripulante

● Cadeira para salvamento em altura nível III;


● Capacete;
● Luvas;
● Mosquetão;
● Freio “oito”.

Rapel de aeronave

Devido à alta quantidade de ruídos gerados pela


aeronave, não será possível a comunicação por voz, uma vez que os
bombeiros não estarão equipados com fones. Após o posicionamento
da aeronave no ponto ideal para a descida, o tripulante se
comunicará com os bombeiros por gestos, indicando o momento
para ir para o esqui e iniciar os procedimentos de descida. O
bombeiro fará a “reza” também por gestos, para na sequência descer,
e, já no solo, sinalizará para o tripulante quando já estiver fora do
sistema.
Para se executar o rapel da aeronave, necessário se faz
toda uma sequência de procedimentos na execução, desde toda a
instalação e configuração da aeronave (que será feita pelo
tripulante), o “briefing” entre pilotos, tripulantes e bombeiros, o
embarque do bombeiro, entrar no sistema (de rapel propriamente
dito), saída do nível do piso da aeronave para o esqui, e deste fazendo
o giro para a posição do “morcego” para então iniciar a descida,
descida e saída do sistema. Sempre que possível, primeiramente será
feito um treinamento em torre específica, simulando uma plataforma
(aeronave), para posteriormente realizar o rapel da própria
aeronave.
O bombeiro embarca na aeronave já com a aeronave
acionada, passando a corda no freio oito e terá seu auto seguro
conectado pelo tripulante (o tripulante é quem conecta e desconecta
o auto seguro no bombeiro). No momento adequado, o tripulante dá
o sinal para o bombeiro ir para o esqui desconectando seu auto
seguro. O tripulante dá outro sinal para o bombeiro iniciar o giro e,

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 105


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

após completar o giro fazendo a posição do morcego e então iniciar a


descida. Após descer até o solo, sai do sistema.
Realização do Briefing

Embarcando, entrando no sistema (corda no oito) e ancoragem (auto seguro).

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 106


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Bombeiros no esqui

Iniciando o giro (Nível do esqui)

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 107


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Abaixo do esqui

Iniciando descida

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Próximo do solo

Bombeiros no solo

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Curso Salvamento em Alturas


2018

Aula 21
Salvamento em teleférico:

Objetivos Notas
Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Identificar os materiais necessários para


salvamento em teleférico;

2) Executar salvamento em teleférico;

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 110


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Teleférico

Teleféricos são meios de transporte aéreo em que se


utiliza cabos para suspender cabines. Diversas cidades do
Estado de São Paulo possuem teleféricos e o acesso e
salvamento de vítimas nesses locais possuem algumas
peculiaridades. São compostos por veículos, terminais,
torres e cabos.

Os veículos os locais onde as pessoas ou materiais são


acomodados para serem transportados, podendo ser
cadeiras suspensas para uma pessoa cada ou até cabines
para muitas pessoas como o “bondinho” do pão de açúcar
no Rio de Janeiro, que comporta até 65 pessoas por cabine.

Os terminais são os locais de embarque e


desembarque, onde geralmente ficam os controles, sistemas
de contra-peso e tração dos cabos.

As torres são estruturas que ficam entre os terminais


para sustentar os cabos em cima de roldanas que permitem
o deslocamento dos cabos.

Os cabos são que sustentam as cabines ou veículos e


são tracionados para dar o movimento ao sistema.
Geralmente compostos de aço para suportar a tensão que
lhes é aplicada.

Materiais para salvamento em Teleféricos

Roll Cab. Equipamento que possui uma roldana feita


para deslizar sobre o cabo de aço. Seu formato e tamanho
adapta-se às necessidades do socorrista para acessar a
vítima com menor esforço possível, haja vista que durante o
deslocamento o peso do socorrista fica depositado no
equipamento e seu manuseio facilita a transposição de

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 111


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

obstáculos, permitindo que o socorrista possa transpor


cabines.

Roll Cab

A manilha pode substituir o roll cab, haja vista que


poucos postos possuem este equipamento especializado.
Para facilitar o manuseio da manilhar deve-se utilizar uma
fita fazendo o fechamento por dentro dos furos como
mostra figura a seguir.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 112


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Manilha com fita

O auto seguro deve ficar mais longo que a manilha ou o


roll cab, para que não fique tensionado.
Os mosquetões que irão ser colocados no cabo de aço
(auto-seguro ou mosquetão do descensor) devem ser
grandes em virtude da bitola do cabo de aço.
Serão necessárias duas cordas, uma para o acesso do
socorrista à vítima e outra para debrear a vítima ao solo,
devendo-se observar o comprimento de cada uma delas de
acordo com o uso.
O socorrista que acessar a vítima deverá levar também
um descensor que permita realizar o rapel debreado da
vítima até o solo.

Procedimento:

O socorrista deverá acessar a torre mais próxima


imediatamente acima da cabine em que a vítima está
para facilitar o deslocamento no cabo de aço.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 113


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

O socorrista que vai acessar a vítima deverá colocar o


roll cab ou a manilha no cabo de aço e o seu auto seguro de
modo que durante o deslocamento o auto seguro fique
atrás. O roll cab ou a manilha deverá estar preso à uma
corda que servirá para controlar o deslocamento pelo cabo,
haja vista a inclinação do cabo de aço. Esse controle deverá
ser feito pelo socorrista que permanece na torre.
Chegando à cabine, o socorrista deverá colocar no cabo
de aço à frente da vítima o freio que irá utilizar para debrear
a vítima, lembrando que, de acordo com a posição da cabine,
poderá ser necessário ancorar o sistema para que não corra
ao longo cabo de aço. A posição do descensor deverá ficar
acessível pelo socorrista quando estiver próximo da vítima.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 114


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Após deixar o sistema pronto, o socorrista deverá


acessar a vítima, posicionando-se de frente para ela,
mantendo dois pontos de ancoragem, tomando com o
equilíbrio da cabine.

Feita a abordagem da vítima o socorrista deverá


prepara-la para o rapel debreado, utilizando triangulo de
salvamento, cadeirinha de altura ou outro equipamento
semelhante.
Em seguida o socorrista irá fazer a passagem da corda
no descensor e somente quando todo o sistema estiver
pronto poderá soltar o sistema de segurança da cabine que
prendem a vítima. Portanto, o socorrista deverá tomar
cuidado para passar a corda de maneira que não fique
enroscada em nenhuma trava da cabine.
Diferente de outras situações de vítima do salvamento
em altura, no teleférico, partimos do pressuposto que a
vítima está em um sistema seguro, apenas retida, portanto,
só iremos retirar as travar mesmo, quando tivermos certeza

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 115


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

e nosso sistema está seguro também. Caso contrário


estaremos tirando a vítima de uma condição segura.
Após retiradas as travas da cabine, o socorrista conduz a
vítima entre as suas pernas até que caia no sistema com o
descensor travado. Assim que estiver no sistema o
socorrista retira a trava e desce a vítima até o solo.

Equipamentos
Uma das dificuldades encontradas nos salvamentos em teleféricos
consiste no acesso a vítima. Considerando que a vítima encontra-se
em elevada altitude há 2 possibilidades de acessá-la, ou por meio de
uma ascensão (técnicas já mencionada no curso) ou por meio do
próprio cabo do teleférico. Para acessar a vítima por meio do cabo
do teleférico são usados 2 equipamentos principais: o Roll Cab e a
manilha.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 116


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Roll cab

Manilha

O Roll Cab nada mais é do que uma polia que veste adequadamente o
cabo de aço do teleférico possuindo uma haste que se prende ao
bombeiro e este consegue deslocar-se livremente pelo cabo.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 117


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A manilha por sua vez é uma ferramenta mais rústica que pode
substituir o roll cab quando não se possui tal material, exercendo
aqui a função de polia. A manilha deve ser colocada no Cabo de aço e
fechada com uma fita tubular para fácil manuseio do material sendo
que a fita deve ser clipada a um mosquetão na cadeirinha do
bombeiro que efetuará o salvamento, como mostra a figura abaixo:

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 118


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Acesso a Vítima

O acesso a vítima por meio do cabo de aço deve ser sempre de cima
para baixo, utilizando-se da gravidade para auxiliar no
deslocamento. Os teleféricos, ao longo de seu trajeto, possuem
hastes metálicas em forma de “T” que sustentam os cabos de aço e,
por tanto o bombeiro deverá deslocar-se até um destes “T”
localizado acima da vítima, para assim ser possível descer pelo cabo.
Após chegar ao cabo de aço, o bombeiro poderá ser debreado até a
vítima, utilizando uma corda presa ao roll cab ou manilha e passada
por algum descensor preso a haste de sustentação. O bombeiro que
acessará a vitima deverá sempre utilizar 2 auto-seguros, uma vez
que ao chegar a cadeirinha da vítima devera se desclipar do cabo de
aço e clipar-se a própria cadeirinha.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 119


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Ancoragem da vítima

O bombeiro ao chegar a cadeirinha da vítima, deverá preparar a


ancoragem da vítima. A ancoragem da vítima deverá ser um
mosquetão preso ao cabo de aço, uma fita tubular e um descensor a
qual será passada uma corda e debreada a vítima. Neste ponto o
bombeiro deve se atentar a uma serie de detalhes, o mosquetão a
qual estará a ancoragem deverá ser preso a cadeirinha do teleférico
de forma que o mosquetão não desça pelo cabo de aço devido a
gravidade. O bombeiro para evitar trabalhar em posições incômodas,
deverá levar o sistema o máximo possível pronto, para que quando
chegue a vítima demore o menos possível e trabalhe com mais
eficiência. Deve-se atentar para os tamanhos dos autos-seguros e da
fita tubular que prende o descensor, uma vez que seja possível
trabalhar com segurança o tempo todo. O ideal é que o bombeiro,
antes de chegar a vítima, verifique em outra cadeirinha do teleférico
as distancias ideais.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 120


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Detalhe para o mosquetão da ancoragem da vítima preso por


cordins ou fita na cadeirinha do teleférico.

Ancoragem da vítima já pronta

Acesso a vítima após a ancoragem pronta

Após feita a ancoragem da vítima no cabo de aço, o bombeiro deverá


descer para ter acesso a vítima e realizar a descida desta para um
local seguro.

Descida da Vítima

O Bombeiro deverá ter levado para a vítima uma cadeira de


salvamento, caso contrário deverá confeccionar uma na própria
vítima. Após certificar-se de que a vítima encontra-se segura, o
bombeiro se posicionará de frente a vítima, clipará o nó de alça da
corda passada no descensor, o bombeiro deve atentar-se a trava da
cadeira do teleférico e passar a alça por baixo da trava, para que
quando se solte a trava este não enrosque, em seguida realizar uma
trava de segurança descensor.
Após realizar a trava no descensor é que o bombeiro deve soltar a
trava do teleférico e posicionando-se de frente para a vítima puxa-la
para o sistema, debreando-a até o chão em segurança.

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Curso de Salvamento em Alturas


2018

Aula 22
Espaço Confinado (teoria)

Objetivos Notas

Ao final desta lição os alunos serão capazes de:

1) Definir Segurança do Trabalho;


2) Definir Riscos e apontar suas divisões e
subdivisões;
3) Definir Espaço Confinado;
4) Apontar Riscos e Medidas a serem adotadas
em Ocorrências que envolvam Espaço Confinado.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 122


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Segurança do Trabalho
Segurança do trabalho é a ciência que estuda o bem estar do
trabalhador no seu ambiente de trabalho.
O trabalhador, incluindo o profissional Bombeiro, deve estar
ciente de que toda e qualquer operação pode ser feita de forma
errada, não interessando o quão remota tal possibilidade possa ser,
gerando então o acidente.
Acidente do trabalho é qualquer ocorrência não programada
que interfere o andamento normal de uma atividade, tendo por
consequências a perda de tempo, perda de materiais e lesões.

Riscos
Risco é a possibilidade de ocorrer um evento causador de dano.
Os Riscos podem ser Ambientais; Ergonômicos; e Mecânicos ou
de Acidentes.

Riscos Ambientais: são aqueles originados do local onde


estamos atuando, podendo ser de natureza Física, Química e
Biológica. São fatores condicionantes de acidentes de natureza
ambiental e suas consequências resultam, na maioria dos casos, em
doenças ocupacionais.
 Riscos Físicos – são riscos oriundos de agentes que atuam por
transferência de energia sobre o organismo, como ruídos,
radiações, pressão, vibração, calor, frio, etc;
 Riscos Químicos – são aqueles que tem como fonte geradora os
sólidos, líquidos e gasosos, que possam provocar lesões ou
perturbações funcionais e mentais quando absorvidos pelo
organismo em doses acima dos limites de tolerância em função
da concentração e tempo de exposição (a ação pode ser por
vias aéreas, cutânea ou digestiva);
 Riscos Biológicos – são aqueles gerados por organismos vivos
que causam doenças e são encontrados no meio ambiente,
como bactérias, fungos, vírus, animais peçonhentos, vermes,
ácaros, etc.

Riscos Ergonômicos: São aqueles que ocorrem quando o


ambiente de trabalho não está adaptado ao homem. Fatores oriundos
da iluminação problemática, de exercícios repetitivos, postura
inadequada e fadiga.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 123


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Riscos Mecânicos ou de Acidentes: São caracterizados por


atuarem em pontos específicos do ambiente de trabalho. Geralmente
atuam sobre usuários diretos do agente gerador de risco e ocasionam
lesões agudas e imediatas, como quedas, cortes, queimaduras,
esmagamentos, etc.

Espaço Confinado
Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado
para a ocupação humana contínua, possui meios limitados de entrada
e saída, e a ventilação existente é insuficiente para remover
contaminantes ou onde possa existir deficiência ou enriquecimento
de oxigênio.
Trabalhar em espaços confinados apresenta uma variedade de
perigos, além de riscos aumentados de lesões àqueles que estão na
área circundante.
Encontram-se Espaços Confinados em: indústrias (de papel e
celulose, gráfica, alimentícia, têxtil, naval, marítimas, químicas e
petroquímicas); serviços (gás, água, esgoto, eletricidade, telefonia,);
beneficiamento de minérios; siderúrgicas, metalúrgicas; etc.
Os espaços confinados podem ser abaixo ou acima do solo e,
apesar do nome, não são necessariamente pequenos.

Riscos em Espaços Confinados

A atmosfera de um espaço confinado é perigosa, pois pode


apresentar as seguintes peculiaridades:

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 124


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

 relativa deficiência ou extremo enriquecimento de oxigênio;


 mistura inflamável ou atmosfera tóxica;
 asfixia (motivada por líquido ou sólido presentes em
quantidades suficientes para que a pessoa fique sob sua
superfície);
 choque elétrico;
 exaustão causada pelo calor excessivo;
 ficar “preso” numa passagem estreita;
 sofrer danos físicos como queda, impacto causado por objeto
em projeção, etc.
Análise da Atmosfera

É muito importante que o profissional Bombeiro que vá atuar


em um espaço confinado nunca confie em seus sentidos para
determinar se a qualidade do ar no local é segura. O ser humano, sem
nenhum equipamento específico, não pode ver e nem sentir o odor de
muitos gases tóxicos e vapores, tampouco determinar o nível de
oxigênio presente.
Antes de atuar em espaços confinados, caso seja possível, o
Bombeiro deve adotar algumas condutas, como:
 certificar- se de que os níveis de oxigênio estão entre 19,5% e
22,5%. Uma atmosfera com deficiência em oxigênio começa em
<19,5%, enquanto uma rica em oxigênio começa em >22,5%. A
baixa quantidade de oxigênio pode causar desde uma
coordenação comprometida à morte, enquanto a alta
concentração de oxigênio causa a queima violenta de materiais
inflamáveis e combustíveis quando inflamados;
 analisar o nível de concentração dos gases inflamáveis;
 proceder, de forma contínua, a monitoração do ar para que os
limites de tolerância estejam permanentemente sob controle. A
monitoração deve ser feita por aparelhos específicos (Detector
de Gases) antes de se entrar em um espaço confinado, no
intuito de se assegurar que a atmosfera está segura;
 realizar a ventilação constante através de equipamentos
próprios, como ventiladores com mangas.
As condutas supramencionadas devem ser, sempre que
possíveis, adotadas à risca pelo socorrista, porém, em situações de
urgências, como exemplo a vítima estiver desacordada no
interior do espaço confinado, o Bombeiro NÃO deve entrar no
local sem o EPI e EPR.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 125


CURSO DE SALVAMENTO ALTURA 12º GB

Existem inúmeras técnicas de se retirar uma vítima do interior


de um espaço confinado, algumas utilizam tripés, outras escadas, mas
todas devem ser realizadas com a devida segurança, testadas antes
do efetivo salvamento e, nunca se esquecer, da utilização do EPI e do
EPR pelo Socorrista.

OBS: Normatizações referentes a espaço confinado: NR 33 e NBR


14787.

CSalt 2018 12º GB – MANUAL DO PARTICIPANTE 126

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