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Ivana Carvalho Orichio é aluna do Curso de Extensão em História Antiga e Medieval do Núcleo de Estudos da
Antiguidade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
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A Professora Doutora Norma Musco é Professora Adjunta de História Antiga do Departamento de História e do
Programa de Pós-graduação em História Comparada (PPGHC) da UFRJ; membro do Laboratório de História Antiga
(LHIA) / UFRJ e pesquisadora do CNPq; doutora em História pela UFF e Mestre em História Social pela UFRJ. Possui
experiência na área de História, com ênfase em História Antiga, atuando principalmente nos temas: império
romano, identidade/alteridade, relações de poder e processos de romanização.
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A Professora Doutora Regina Bustamante é Professora Adjunta de História Antiga do Departamento de História e
do Programa de Pós-graduação em História Comparada (PPGHC) da UFRJ, membro do Laboratório de História
Antiga (LHIA) / UFRJ e Pesquisadora do CNPq; doutora em História pela UFF e mestre em História Social pela UFRJ;
co-editora científica da Revista Phoînix; atua na área de História Antiga, com ênfase em Antiguidade Romana,
desenvolvendo pesquisa em África Romana, identidade/alteridade e imagética, e na área de Ensino de História,
particularmente em Educação Patrimonial, documentos e o seu uso na produção e no ensino do conhecimento
histórico escolar.
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O Professor Doutor Jorge Davidson é membro do Centro de Estudos Interdisciplinares da Antigüidade (CEIA) / UFF;
doutor em História Social pela UFF, mestre História Social pela UFF; atua na área de pesquisa e ensino em História
Antiga, principalmente nos seguintes temas: Cícero, Apiano, religião, poder, resistência, espaço urbano, Britânia,
Roma, imagens e monumentos; tradutor de trabalhos acadêmicos e técnicos; professor da pós-graduação em
tradução português-espanhol-português e português-inglês-português da Universidade Gama Filho.
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2015, Ano VIII, Número II – ISSN 1982-8713
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- sistrum); “Espanha” (mulher que traz um ramo de oliveira com azeitonas); “Ásia”
(mulher que traz à cabeça um diadema de torre e porta um arco); “Sicília” (mulher que
traz um triscele sobre a cabeça). Uma das mulheres não pôde ser identificada através
de seus atributos.
Estas províncias teriam sido apresentadas juntas para demonstrar seu papel
como produtoras de artigos essenciais a Roma.
No MOSAICO 1 seria ressaltada a soberania e superioridade de Roma em
relação a suas províncias, no entanto as províncias manteriam “suas características
físicas e seus atributos, mesmo sob a égide romana”.
No MOSAICO 2 vê-se uma mulher ao centro com chapéu de elefante que foi
identificada como Dea Africa, uma divindade de culto público e privado da Africa
Proconsular. Ao seu redor, há bustos de mulheres com atributos que as associam às
quatro estações do ano. Considerando este conteúdo imagético, observa-se que a
força africana foi enaltecida através da dominação da natureza promovida pela Dea
Africa.
Como beneficiária da ordem romana, a elite norte-africana adotou um padrão
decorativo que serviu de elemento de identificação e integração ao modo de viver
romano.
Mesmo havendo esta integração entre Roma e a Africa Proconsular, há indícios
de que havia insatisfação e protesto contra Roma. A literatura de culto à Dea Africa
apresenta passagens que referenciam rebeliões sufocadas por Pertinace em fins do
século II, inspiradas em profecias do templo da deusa.
No estudo de caso da Britânia os autores ressaltam que, em termos de
organização espacial, a conquista de Roma causou muito impacto. O poder imperial
era exercido através de negociações com as elites locais, dado que isso significava uma
importante economia de recursos, mas também através de pressões diretas ou através
do uso da força.
Na Britânia, apesar de Agricola ter conquistado o norte da Escócia em 84, as
características das tribos que habitavam as terras altas faziam com que a manutenção
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da paz na região fosse muito custosa, exigindo muita mobilização de recursos. Por se
tratar de uma ilha, foi possível construir uma muralha para separar as terras do sul,
menos hostil, das terras do norte. Foram então erguidas as muralhas de Adriano (122 –
142) e Antonino (138-140), que impuseram limites parciais à mobilidade das tribos
caledônias6.
Na Britânia não existiam cidades quando lá chegaram os romanos. Roma
precisava controlar os fluxos de pessoas e recursos, mas a organização tribal da ilha
não permitia este tipo de controle. A não existência de estruturas urbanas exigiu que
as novas cidades tivessem também o papel de construir lugares de expressão do poder
de Roma e centros de concentração, criação e difusão da cultura. Foi necessário um
alto investimento no lado estético para que as cidades fundadas naquela região
pudessem auxiliar no processo de inclusão dos bretões. Roma tinha consciência de que
os bretões seriam impactados pelo espetáculo estético e organizativo promovido.
A mudança da lógica espacial da Britânia foi construída pelos romanos através
de fronteiras, caminhos e cidades. As resistências locais afetariam estas três vertentes.
Além de revoltas que vieram a destruir completamente algumas cidades romanas
(Camulodunum7, Verulamium8 e Londinium9), em várias áreas a resistência se deu
através da não-aceitação da cultura romana e da constante invasão das muralhas.
Simon Clarke realizou um estudo denominado “When Romans and natives
didn´t mix” (“Quando Romanos e nativos não se misturam”) onde concluiu que a
presença de contingentes de soldados romanos não trouxe conseqüências
significativas aos nativos em termos de arquitetura ou mesmo em termos dos
utensílios utilizados em seu dia-a-dia. Foi como se, apesar do contato entre as
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Embora os autores não tenham identificado estas tribos caledônias, acreditamos que se trate dos Pictos. Segundo
o sítio “Education Scotland”, o termo Picti pode estar relacionado a uma palavra em latim que significa “pintar”.
Diversos historiadores acreditam que os romanos chamaram os povos nativos da Escócia de Pictos por terem seus
corpos tatuados ou pintados. Os primeiros registros escritos sobre os Picti foram feitos pelos romanos em 297 d.C.
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Colchester.
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St Albans.
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Londres.
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culturas, pouca troca tivesse sido realizada e, durante algum tempo, elas conviveram
de maneira quase estanque.
Ao final deste estudo, os autores afirmaram que a hegemonia romana não foi
simplesmente imposta, houve um conjunto de interações que envolveram coerção,
recompensa, cooptação, transformação estrutural, resistência e acomodação.
Atualmente entende-se a romanização como um processo de mudança tanto
cultural quanto social que se deu através da relação entre os padrões culturais
romanos e a diversidade cultural das províncias em uma via de mão dupla.
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ILUSTRAÇÕES
MOSAICO 1
Janet Huskinson (ed.), Experiencing Rome; culture, identity and power in the Roman
Empire, London, Routledge / The Open University, 2000, capa.
MOSAICO 2
Michèle Blanchard-Lemée et al., Mosaics of Roman Africa; floor mosaics from Tunisia,
London, British Museum Press, 1996, p. 20, fig. 3.
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REFERÊNCIAS
MENDES, Norma M.; BUSTAMANTE, Regina Maria da C.; DAVIDSON, Jorge. A Experiência
Imperialista Romana: Teorias e Práticas. Tempo. Revista do Departamento de História da
UFF, Rio de Janeiro, v. 18, pp. 17-41, 2005.
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