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Físico-Química

C. Produto
Físico-Química  9 9

Físico-Química
Componentes do projeto:
Manual do aluno Isabel Pires e Sandra Ribeiro

9
Caderno de atividades e avaliação contínua Consultores científicos: Adriano Sampaio e Sousa,
Livromédia Clara Magalhães e Rui Jorge Agostinho

o
Conforme o novo
Acordo Ortográfico
da língua portuguesa

19,43 € IVA incluído

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Físico-Química

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Índice

Conhece o teu manual p. 4

BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS p. 6

Unidade MOVIMENTOS NA TERRA p. 6

1
Movimentos de um corpo
1.1  p. 8
Gráficos posição-tempo
1.2  p. 13
Rapidez média
1.3  p. 17
Velocidade e movimentos
1.4  p. 19
Aceleração média
1.5  p. 23
Movimento retilíneo uniformemente variado
1.6  p. 26
Distância de segurança
1.7  p. 33
AVALIAÇÃO FORMATIVA p. 38

Unidade FORÇAS E MOVIMENTOS p. 42

2
Forças
2.1  p. 44
Lei da Ação-Reação
2.2  p. 47
Resultante de um sistema de forças
2.3  p. 50
Lei Fundamental da Dinâmica
2.4  p. 53
Lei da Inércia
2.5  p. 57
Força de colisão
2.6  p. 60
Pressão
2.7  p. 63
Segurança num automóvel
2.8  p. 66
Forças de atrito
2.9  p. 70
AVALIAÇÃO FORMATIVA p. 74

Unidade FORÇAS, MOVIMENTOS E ENERGIA p. 78

3
Tipos fundamentais de energia
3.1  p. 80
Energia potencial gravítica
3.2  p. 84
Energia cinética
3.3  p. 86
Transformações de energia:
3.4 
energia potencial gravítica energia cinética p. 88
Trabalho e uma força
3.5  p. 93
AVALIAÇÃO FORMATIVA p. 96

Unidade FORÇAS E FLUIDOS p. 98

4
Impulsão
4.1  p. 100
Lei de Arquimedes
4.2  p. 103
Flutuação
4.3  p. 105
AVALIAÇÃO FORMATIVA p. 108

ATIVIDADES DE INTEGRAÇÃO p. 110

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BLOCO 2 ELETRICIDADE p. 116

Unidade CORRENTE ELÉTRICA E CIRCUITOS ELÉTRICOS p. 116

5
5.1 A eletricidade p. 118
5.2 Circuitos elétricos p. 121
5.3 Tensão ou diferença de potencial p. 125
5.4 Corrente elétrica p. 130
5.5 Resistência elétrica p. 133
5.6 Lei de Ohm p. 136
AVALIAÇÃO FORMATIVA p. 138

Unidade EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA E ENERGIA ELÉTRICA p. 142

6
6.1 Efeitos da corrente elétrica p. 144
6.2 Potência e energia em recetores elétricos p. 147
6.3 Eletricidade e segurança p. 150
AVALIAÇÃO FORMATIVA p. 154

ATIVIDADES DE INTEGRAÇÃO p. 156

BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS  p. 160

Unidade ESTRUTURA ATÓMICA p. 160

7
7.1 Evolução dos modelos atómicos: de Demócrito a Bohr p. 162
7.2 Modelo da nuvem eletrónica p. 165
7.3 Isótopos p. 168
7.4 Massa atómica relativa p. 171
7.5 Distribuição eletrónica e iões p. 174
AVALIAÇÃO FORMATIVA p. 178

Unidade PROPRIEDADE DOS MATERIAIS E TABELA PERIÓDICA p. 182

8
8.1 Evolução da Tabela Periódica p. 184
8.2 Estrutura e organização da Tabela Periódica p. 188
8.3 Metais e não metais p. 193
Propriedades químicas e estrutura atómica dos metais alcalinos
8.4  p. 196
Propriedades químicas e estrutura atómica dos metais alcalinoterrosos
8.5  p. 199
Propriedades químicas e estrutura atómica dos halogéneos
8.6 
e dos gases nobres p. 202
8.7 Elementos químicos no corpo humano p. 205
Tabela Periódica: elementos que existem naturalmente na Terra
8.8 
versus elementos produzidos artificialmente p. 206
AVALIAÇÃO FORMATIVA p. 208

Unidade LIGAÇÃO QUÍMICA p. 210

9
9.1 Ligação covalente p. 212
9.2 Ligação iónica e ligação metálica p. 217
9.3 Tipos de substâncias p. 220
9.4 Compostos de carbono e os seres vivos p. 224
Hidrocarbonetos
9.5  p. 228
AVALIAÇÃO FORMATIVA p. 232

ATIVIDADES DE INTEGRAÇÃO p. 234

Glossário p. 238

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Conhece o teu manual

O teu manual de Físico-Química está dividido em três blocos, MOVIMENTOS E FORÇAS,


ELETRICIDADE e CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS. Estes estão organizados por unidades.
Ao longo deste manual, vais encontrar diferentes tipos de páginas.

Abertura de unidade
Texto e imagem relacionados com o tema
abordado na unidade.

Podes começar por…


observar a imagem,
interpretar o texto
e refletir sobre os conteúdos a abordar.

As tuas metas…
aqui são apresentados os objetivos a atingir.

Os conceitos-chave estão
destacados para facilitar o estudo.

Páginas
de conteúdos
Texto expositivo, claro,
acessível e rigoroso.
Os termos e ideias
principais estão
destacados a negrito.
As imagens e os
esquemas são auxiliares
para a compreensão
dos conteúdos.

Ao longo da exposição dos conteúdos


e para concluir um assunto, apresentam-se:
•  Ideias-chave, onde se enumeram
os tópicos fundamentais;
•  Exercícios resolvidos, que te
permitem aprender a resolver problemas
e a responder a atividades;
•  Atividades de verificação e aplicação
dos conhecimentos.

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Propostas de trabalho
As propostas de trabalhos
práticos e trabalhos labora-
toriais permitir-te-ão testar,
simular e verificar alguns
dos conceitos e teorias
abordados.

Avaliação
formativa
No fim da unidade,
são apresentados um
esquema para comple-
tares e relacionares os
conteúdos abordados
na unidade e ativida-
des para avaliares os
teus conhecimentos.

No fim de cada unidade


podes verificar se atingiste
os objetivos propostos,
se conseguiste chegar
às metas.

Atividades
de integração
Para relacionares os conteú-
dos dos blocos, são propos-
tas atividades de integração,
que te permitirão consolidar
os conhecimentos.

No fim de cada bloco podes


trabalhar com documentos
que te permitem desenvolver
competências de leitura e escrita
científica, e ampliar conhecimentos.

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1
Unidade

MOVIMENTOS NA TERRA

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BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

A velocidade
nas nossas vida s
U
nto altera a sua
m corpo em movime
posição em relação a um referencial.
O tempo que o corpo demora a ir de
dez a que
uma posição para outra determina a rapi
se desloca.
procu-
Ao longo dos tempos, o Homem tem
o núm ero de siste mas
rado desenvolver um vast -
-se cada vez mai s rapi
que lhe permitam deslocar
damente.

COMEÇA POR…
OBSERVAR
1. O
 comboio está parado ou em movimento?
Por que razão?

2. Um passageiro dentro do comboio está


parado ou em movimento? Por que razão?

Interpretar
3. Porque se afirma que os transportes estão
cada vez mais rápidos?

4. Será que dois corpos com a mesma rapidez


têm sempre a mesma velocidade?

Refletir
5. O que significa afirmar que um corpo está
a acelerar?

AS TUAS METAS
• Definir posição de um corpo e concluir que esta • Classificar movimentos retilíneos no sentido
depende de um referencial. positivo em uniformes, acelerados ou retardados
• Distinguir movimento e repouso e concluir e interpretar gráficos velocidade-tempo.
que são conceitos relativos. • Definir aceleração média, determinar valores
• Definir trajetória de um corpo e classificá-la da aceleração média e caracterizá-la por um
em retilínea ou curvilínea. vetor, para movimentos retilíneos sem inversão
• Definir distância percorrida. do sentido.
• Distinguir instante de intervalo de tempo • Distinguir, numa travagem de um veículo,
e determinar intervalos de tempo. tempo de reação de tempo de travagem,
• Interpretar gráficos posição-tempo para trajetórias indicando os fatores de que depende cada
retilíneas com movimentos realizados no sentido um deles.
positivo da trajetória. • Determinar distâncias de reação, de travagem
• Definir rapidez média e caracterizar a velocidade e de segurança a partir de gráficos velocidade-
num dado instante por um vetor, com o sentido -tempo, indicando os fatores de que
do movimento, direção tangente à trajetória dependem.
e valor, que traduz a rapidez com que o corpo
se move.

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1.1 Movimentos de um corpo

Pode observar-se movimento em muitas situações do nosso dia a dia


(Fig. 1).

Situações que envolvem movimento de um corpo relativamente a um certo


Fig. 1 
referencial.

O movimento de um corpo traduz a alteração da posição desse corpo ao


longo do tempo, em relação a um determinado referencial.

Para exprimir de forma mais simples a posição de um corpo, escolhe-se


como referencial um sistema de eixos coordenados, ficando a posição de
um ponto definida por três coordenadas (x, y, z). No caso de um movimento
retilíneo, é suficiente um eixo coordenado, que se faz coincidir com a dire-
ção do movimento: então, o referencial consiste num eixo coordenado (por
exemplo, o eixo dos xx), no qual se define uma origem e se arbitra um sen-
tido positivo para o movimento (e, consequentemente, um sentido negativo).

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BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

Na figura 2, pode observar-se que um automóvel se encontra, num


determinado instante, na posição A. As coordenadas desta posição
dependem do referencial, nomeadamente da origem do sistema de coor-
denadas. Assim, no primeiro caso, tem-se xA = 10 m e, no segundo,
xA = 40 m.

-30
20
-20
10
-10
0
10
20 x/m

U1P9H1A
0
0
10
0
20
30
40
50 x/m
A posição de um corpo depende do referencial escolhido. No primeiro caso,
Fig. 2 
xA = 10 m [A] e, no segundo, xA = 40 m [B].
U1P9H2
Assim, a posição de um corpo depende do referencial escolhido A posição de um corpo
e, neste caso, é definida pela abcissa x medida no eixo coordenado, depende do referencial.
relativamente à origem escolhida.


Estados de movimento ou de repouso Os estados de movimento
de um corpo ou de repouso de um cor-
po dependem do referen-
Também os estados de movimento ou de repouso de um corpo depen-
cial escolhido.
dem do referencial e são conceitos relativos.

Movimento ou repouso de um corpo

Quando a posição de um corpo se altera relativamente a um referencial, esse corpo está em movimento nesse
referencial.
Quando a posição de um corpo não se altera relativamente a um referencial, esse corpo está em repouso nesse
referencial. U1P9H3
9

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1.1 Movimentos de um corpo

Trajetória
As sucessivas posições que um corpo ocupa ao longo do tempo determi-
nam a sua trajetória. Esta pode ser retilínea (Fig. 3A) ou curvilínea
(Figs. 3B e 3C).

A B C

Trajetória retilínea [A] e trajetórias curvilíneas [B] e [C].


Fig. 3 

A trajetória que um corpo descreve também depende do referencial


A trajetória de um corpo
escolhido.
é a linha imaginária defi-
nida pelas posições por Na situação representada na figura 4, a carga abandona o avião com
ele ocupadas. uma velocidade, constante e horizontal, igual à do avião. Se o avião e a
carga mantiverem esta velocidade, um observador dentro do avião vê a
carga deslocar-se na vertical, pois o observador acompanha o movimento
da carga na direção horizontal. Já um observador no solo observa o movi-
mento da carga na vertical e na horizontal.

Assim, para um observador que se encontre dentro do avião, a carga


descreve uma trajetória retilínea (linhas vermelhas). Já para um observa-
dor que se encontre no solo, a carga descreve uma trajetória curvilínea
(linha preta) (Fig. 4).

A trajetória de um corpo depende do referencial escolhido.


Fig. 4 

10
U1P10H4
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BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

Instante e intervalo de tempo


Um instante (t) corresponde ao momento em que algo acontece. Um
intervalo de tempo (Dt) corresponde ao tempo que decorre entre dois
acontecimentos, ou seja, corresponde à diferença entre um instante final
(tf) e um instante inicial (ti): Dt = tf - ti. 1 min = 60 s
1 h = 60 min
No Sistema Internacional de Unidades, o instante e o intervalo de tempo
expressam-se em segundos (s).

Distância percorrida
Um corpo move-se em relação a um dado referencial quando a sua posi-
ção se altera, ao longo do tempo, nesse referencial.

Na figura 5, um automóvel desloca-se numa trajetória retilínea, sem


inversão do sentido de marcha, ocupando diferentes posições ao longo
do tempo.

A
B
C
0 D
10 E
20
30
40
50
60 x/m

Posições ocupadas por um corpo (automóvel) em diferentes instantes.


Fig. 5 

A contagem do tempo inicia-se U1P11H1


quando o automóvel se encontra na posi- Tabela 1 Posições ocupadas pelo
automóvel da figura 5
ção A. Em cada instante, t, o automóvel ocupa diferentes posições, como
em diferentes instantes.
se mostra na tabela 1.
Posição t/s x/m
A distância percorrida (d) ou espaço percorrido por um corpo é o com-
A 0 0
primento da trajetória entre duas posições do corpo em movimento.
B 5 20
A unidade de distância no Sistema Internacional de Unidades é o metro
C 10 30
(m).
D 15 40
No caso da figura 5, o automóvel percorreu uma distância de 55 m num E 20 55
intervalo de tempo de 20 s. Se for considerado o intervalo de tempo
[0; 10] s, a distância percorrida, neste caso, foi 30 m.

11

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1.1 Movimentos de um corpo

IDEIAS-CHAVE
Para conhecer a posição de um corpo, é necessário saber qual é o referencial.

O movimento de um corpo traduz a alteração da posição desse corpo ao longo do tempo, em relação a
um determinado referencial.

Os estados de movimento ou de repouso de um corpo dependem do referencial e são conceitos relativos.

As sucessivas posições que um corpo ocupa ao longo do tempo, em relação a um determinado
referencial, determinam a sua trajetória. Esta pode ser retilínea ou curvilínea.

A diferença entre dois instantes (tf - ti) define-se como intervalo de tempo (Dt), e exprime-se
no Sistema Internacional de Unidades em segundos (s).

A distância percorrida ou espaço percorrido por um corpo é o comprimento da trajetória entre duas
posições. A unidade de distância no Sistema Internacional de Unidades é o metro (m).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Observa a imagem e responde às questões seguintes.


1.1 
Relativamente ao ponto A, justifica se o condutor
do automóvel está em movimento ou em repouso.
A
1.2 Indica um ponto relativamente ao qual o condutor
está em repouso.

1.1 RESOLUÇÃO:
 condutor está em movimento relativamente ao ponto A, pois a sua posição varia ao longo
O
do tempo.

1.2 RESOLUÇÃO:
O condutor está parado em relação a qualquer ponto no interior do automóvel.

ATIVIDADES

1. Comenta a afirmação: O movimento de um corpo é relativo.

2. O
 bserva a figura, que representa uma pista circular com um diâmetro
igual a 50 m.
2.1 
Identifica o tipo de trajetória de um corpo que circule na pista 50 m
representada na figura.
2.2 
Determina a distância percorrida por um corpo que efetua duas voltas
completas à pista.

3. Um automobilista partiu da vila A e deslocou-se até à vila C, passando pelo


lugar B, como se mostra na figura.
3.1 
Refere a distância percorrida entre: C
a) A e C;
C 17,5 km
b) B e C. B 10 km
3.2 
Às 13:30, o automobilista partiu da vila C e regressou ao lugar B, tendo
chegado às 13:39. Determina: A
B
a) a distância percorrida;
b) o intervalo de tempo, em unidades SI, que demorou para percorrer
aquela distância.

12
U1P12H3

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1.2 Gráficos posição-tempo


Posição de um corpo e distância
percorrida
Um corpo move-se em relação a um dado referencial se a sua posição,
relativamente a esse referencial, se alterar ao longo do tempo. Na ima-
gem da figura 5 da página 11, o automóvel inicia o seu movimento na
posição inicial x = 0 m, coincidente com a origem das posições. Ao fim
de 5 segundos, o automóvel encontra-se na posição x = 20 m, tendo
percorrido uma distância de 20 m. Nos 10 segundos seguintes, percorre
uma distância de 20 m, entre as posições x = 20 m e x = 40 m, sendo
a sua posição no instante t = 15 s igual a x = 40 m. Neste caso, o auto-
móvel está a deslocar-se numa trajetória retilínea, sem inversão do sen-
tido da marcha.

O automóvel da figura 6 também se desloca relativamente a um referen-


cial, embora a sua trajetória seja curvilínea. Podem determinar-se
as posições do automóvel, considerando apenas as coordenadas xx, efe-
tuando leituras das abcissas sobre a trajetória. Na tabela 2, estão indica-
das as abcissas das posições ocupadas pelo automóvel, em diferentes
instantes.

A
Tabela 2 Abcissas das posições
ocupadas pelo
automóvel da figura 6
10 B em diferentes instantes.
20 Posição t/s
C x/m
30 D
A 0 0
40 E
B 5 20
55
x/m C 10 30
D 15 40
Fig. 6 Coordenadas xx das posições ocupadas por um corpo (automóvel)
em diferentes instantes. E 20 55

U1P13H1
Neste caso, o automóvel parte da origem das posições (x = 0 m) e,
ao fim de 5 s e de 15 s, também se encontra nas posições de abcissas
x = 20 m e x = 40 m, respetivamente. No entanto, no caso em que o
automóvel descreve uma trajetória curvilínea (Fig. 6), a distância percor-
rida é maior do que no caso em que o automóvel se desloca numa traje-
tória retilínea (Fig. 5).

A distância percorrida corresponde sempre ao comprimento da


trajetória entre duas posições, quer em movimentos retilíneos, SABER
quer em movimentos curvilíneos. Para expressar a posição
do automóvel na situação
da trajetória curvilínea seria
conveniente utilizar um
Num movimento retilíneo, a posição de um corpo, num certo instante é
referencial com dois eixos
a abcissa relativamente à origem do referencial e a distância percorrida coordenados (x, y). 
corresponde ao comprimento da trajetória.

13

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1.2 Gráficos posição-tempo

x/m 
Posição-tempo
60
Conhecendo as posições que um corpo ocupa em diferentes instantes
relativamente a um dado referencial, pode traçar-se o gráfico posição-
-tempo. Utilizando os dados da tabela 1, pode traçar-se o gráfico posi-
40
ção-tempo para o automóvel representado na figura 5 (Fig. 7).

O gráfico das abcissas em função do tempo não tem qualquer relação


com a trajetória, é apenas uma sequência espacial das posições do
20
corpo. Ou seja, um gráfico posição-tempo não contém informação explí-
cita sobre a trajetória do corpo.

O automóvel da figura 8 também se desloca no sentido positivo da traje-


0
0 5 10 15 20 t /s
tória, mas a posição no instante inicial não é coincidente com a origem
Fig. 7 Gráfico posição-tempo para das posições. Na tabela 3, indicam-se as diferentes posições que o auto-
o movimento do automóvel móvel ocupa em diferentes instantes.
da figura 5, o qual seguia
em trajetória retilínea. Note-se que, neste caso, ocupando o automóvel a posição E, a distância
U1P14H2 percorrida foi de 60 m, enquanto o valor da posição é de 75 m.
Tabela 3 Posições ocupadas pelo
automóvel da figura 9
em diferentes instantes.

Posição t/s x/m A


B
A 0 15 C
0 D
15 E
B 5 30
30
45
C 10 45 60
75 x/m
D 15 60 90
E 20 75 Fig. 8 Posições ocupadas por um corpo (automóvel) com movimento retilíneo,
em diferentes instantes.

U1P15H1
Com os dados da tabela 3, traçou-se o gráfico posição-tempo (Fig. 9).
Neste caso, no instante t = 0 s, o automóvel encontrava-se na posição
x = 15 m.

90

75

60
x/m

45

30

15

0
0 5 10 15 20 25
t /s
Fig. 9 Gráfico posição-tempo para o movimento de um automóvel, numa trajetória
U1P15H2
retilínea, cuja posição no instante inicial não é coincidente com
a origem das posições.
14

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BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
Num movimento retilíneo, a posição de um corpo, num certo instante, é a abcissa relativamente à origem
do referencial.

A distância percorrida corresponde ao comprimento da trajetória entre duas posições, desde que não
haja inversão de sentido do movimento.

Um gráfico posição-tempo traduz as diferentes posições que um corpo ocupa em diferentes instantes
e não contém informação explícita sobre a trajetória do corpo.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. A
 tabela ao lado traduz a posição de um corpo em diferentes instantes,
Posição t/s x/m
durante um movimento retilíneo sem inversão do sentido de movimento.
1.1 Indica a posição inicial. A 0 5
1.2 Determina a distância percorrida durante todo o trajeto. B 5 20

1.1 RESOLUÇÃO: C 10 30
P
 ela análise da tabela, pode verificar-se que, no instante inicial, D 15 35
t = 0 s, o corpo ocupava a posição x = 5 m.
E 20 55
1.2 DADOS:
xA = 5 m; xE = 55 m
RESOLUÇÃO:
 distância percorrida corresponde ao comprimento da trajetória entre duas posições. Neste caso, como
A
a trajetória é retilínea sem inversão do sentido de marcha, a distância percorrida corresponde a:
d = 55 - 5 = 50 m
RESPOSTA:
Foram percorridos durante todo o trajeto 50 m.

ATIVIDADES

1. As casas da Maria e do Aníbal estão situadas numa rua direita, no fim da qual se encontra a escola que os dois
amigos frequentam. A distância entre a casa da Maria e do Aníbal é de 300 m. A escola dista 250 metros
da casa do Aníbal.
A Maria sai de casa às 8:00 e percorre 150 m em 3 minutos, tendo o cuidado de percorrer distâncias iguais
em intervalos de tempo iguais. Nos dois minutos seguintes, chega à casa do Aníbal e espera 30 segundos que
o amigo chegue, para seguirem juntos para a escola. Enquanto conversam, percorrem os 50 m seguintes em
3 minutos e, olhando para o relógio, começam a correr para chegar a tempo de ouvirem o toque de entrada
às 8:10, altura em que chegam ao portão da escola.

Escola
Casa do Aníbal
Casa da Maria

300 m 250 m

1.1 
Esboça o gráfico posição-tempo para o movimento que a Maria efetuou, considerando que a origem
das posições é a casa da Maria.
1.2 
Esboça o gráfico posição-tempo para o movimento do Aníbal, admitindo que a origem das posições
é a casa da Maria e o instante inicial coincide com o instante em que o Aníbal inicia o movimento.
1.3 
Determina a distância que cada um dos alunos percorre.
U1P17H1 15

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1.2 Gráficos posição-tempo

2. Observa o gráfico, que representa o movimento de um móvel numa trajetória retilínea.

90
75
60

Posição/m
45
30
15
0
0 3 6 9 12 15
Tempo/s

2.1 
Refere a posição inicial do corpo.
Refere a posição que o corpo ocupa ao fim deu1p17h2
2.2  12 segundos de movimento.
2.3 
Determina um intervalo de tempo em que o corpo tenha percorrido uma distância de 30 metros.
2.4 Determina a distância que o corpo percorreu durante o intervalo de tempo em que foi estudado o seu
movimento.

3. A
 s posições que um atleta ocupa, em diferentes instantes, numa prova de 100 m, são as que se indicam
na tabela.

Tempo/s 0 4 8 12 16 20

Posição/m 0 10 25 55 80 100

3.1 Esboça o gráfico posição-tempo.


3.2 Determina a distância percorrida durante:
a) os primeiros 4 segundos de movimento;
b) o intervalo de tempo que decorreu entre os instantes t = 4 s e t = 12 s;
c) os últimos 4 segundos de movimento.
3.3 Refere se o atleta percorreu distâncias iguais em intervalos de tempo iguais.

4. S
 eleciona a opção correta.
A. A distância percorrida por um corpo corresponde à abcissa que o corpo ocupa, num dado instante.
B. Um gráfico posição-tempo traduz a trajetória do corpo.
C. A distância percorrida corresponde ao comprimento da trajetória.

Vamos construir gráficos posição-tempo


E
 m várias situações do teu dia a dia, tens necessidade de medir
distâncias percorridas. Planifica com os teus colegas uma atividade
que tenha como objetivo medir diferentes posições ocupadas por
um determinado corpo em movimento numa trajetória retilínea,
em diferentes instantes.

E
 labora uma tabela onde registes os valores obtidos. Com esses dados,
constrói gráficos posição-tempo e interpreta-os.

Sugestão: Considera situações em que a origem das posições coincida com a posição no instante inicial e outras situações
em que tal não se verifique. Podes também estudar uma situação em que o corpo se movimente no sentido negativo
da trajetória.

U1P16H1

16

564829 006-041.indd 16 05/06/15 14:48


1.3 Rapidez média

Quando se assiste a uma corrida de atletismo (Fig. 10A) ou de Fórmula 1


(Fig. 10B), o corredor mais rápido é aquele que percorre a mesma distân-
cia num intervalo de tempo menor.

A B

Fig. 10 Um atleta ou um automobilista é mais rápido do que outro quando percorre
a mesma distância num intervalo de tempo menor.

A rapidez média, rm, é uma grandeza que relaciona a distância percor-


A rapidez média também
rida por um corpo, d, com o intervalo de tempo, Dt, que o corpo demora
se expressa frequente-
a percorrer essa distância:
mente em quilómetros por
d
rm = hora (km/h).
Dt
1000 m
A rapidez média é uma grandeza escalar, o que significa que fica com- 1 km/h = =
1h
pletamente definida conhecendo-se o valor (sempre positivo) e a respe- 1000 m
= =
tiva unidade. A unidade do Sistema Internacional (SI) para a rapidez 60 min
média é o metro por segundo (m/s). 1000 m
= ,
_60 # 60i s
O significado físico de rapidez média de um corpo é a distância percor- , 0,28 m/s
rida pelo corpo, em média, em cada intervalo de tempo unitário (um
segundo, no SI).

ATIVIDADE PRÁTICA

Quem é mais rápido?

Atualmente desenvolvem-se técnicas e materiais para que os atletas


consigam percorrer as mesmas distâncias em intervalos de tempo
menores.

Mas como medir a rapidez média?


• Organizem na turma grupos de 4 ou 5 elementos.
• Em grupo discutam:
i) como podem medir a rapidez média do grupo, num percurso
correspondente a uma determinada distância;
ii) acerca do material de que necessitam;
iii) como podem envolver todos os elementos do grupo;
iv) que dados devem registar e a melhor forma de o fazer.
• Depois de planificarem em grupo o vosso trabalho, discutam na turma
a melhor forma de determinar a rapidez média de cada grupo.
• Realizem o que planificaram e determinem qual é o grupo mais rápido.

17

564829 006-041.indd 17 05/06/15 14:49


1.3 Rapidez média

IDEIA-CHAVE
A rapidez média (rm) é uma grandeza que relaciona a distância (d) percorrida e o intervalo de tempo (Dt)
que demora a percorrer essa distância:

d
rm =
Dt

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. O
 bserva a imagem, que representa uma pista
de atletismo em torno de um campo de futebol. 3m

1.1 
Determina a distância percorrida:
40 m
a) por um atleta (A), que dá uma volta completa ao campo
de futebol;
3m
b) por um atleta (B), que dá uma volta completa à pista,
100 m
correndo pelo exterior da mesma.
1.2 
Determina a rapidez média dos dois atletas, sabendo que ambos demoraram 2,0 minutos para completar
a volta. Apresenta o resultado em unidades do Sistema Internacional.

1.1 DADOS: U1P19H1


Comprimento do campo = 100 m; largura do campo = 40 m; d = ?
a) CÁLCULOS:
d = 100 + 40 + 100 + 40 = 280 m
RESPOSTA:
O atleta percorreu uma distância de 280 metros.

DADOS:
Comprimento do campo = 100 m; diâmetro da parte circular da pista = 46 m; d = ?
b) CÁLCULOS:
Perímetro da circunferência = 2r r & P = 2 ◊ r ◊ 23 . 145 m
d = 100 + 100 + 145 = 345 m
RESPOSTA:
O atleta percorreu uma distância de cerca de 345 metros.

1.2 DADOS:
dA = 280 m; dB = 345 m; Dt = 2,0 ◊ 60 = 120 s
RESOLUÇÃO:
d 280
Atleta A: rm = & rm = = 2,33 m/s
Dt 120
d 345
Atleta B: rm = & rm = = 2,9 m/s
Dt 120
RESPOSTA:
A rapidez média dos atletas é, respetivamente, 2,33 m/s e 2,9 m/s.

ATIVIDADES

1. Um automóvel percorre a distância de 2,000 km com uma rapidez média de 120 km/h.
1.1 Exprime a rapidez média do automóvel em unidades do Sistema Internacional.
1.2 Determina o intervalo de tempo que o automóvel demora a percorrer a distância de 2 km.

18

564829 006-041.indd 18 05/06/15 14:49


1.4 Velocidade e movimentos


Velocidade
Muitas vezes, em linguagem corrente, o termo «velocidade» é utilizado
para designar rapidez média, pois refere-se à distância que um corpo
percorre num determinado intervalo de tempo. No entanto, são grande-
zas diferentes, pois a velocidade é uma grandeza vetorial; para ficar
completamente caracterizada é necessário conhecer a intensidade ou
módulo (comprimento do vetor velocidade), a direção, o sentido e o
ponto de aplicação. A unidade de velocidade do Sistema Internacional é
o metro por segundo (m/s).

A rapidez média é, como já foi referido, uma grandeza escalar que tra-
duz a distância que um corpo percorre, em média, num intervalo de
tempo unitário.

Para valores de Dt muito pequenos é ainda possível conhecer a distância


percorrida e, assim, determinar a rapidez média.

Admitindo que Dt é tão pequeno que se aproxima de zero, pode determi-


nar-se a rapidez com que um corpo se move em cada instante.

Direção: este-oeste Sentido: para oeste

A vA (40 km/h)
B
vB (40 km/h)

Direção: este-oeste vC
Sentido: para este (40 km/h) C

Direção: norte-sul
Sentido: para norte

Fig. 11 Vetor velocidade.

Na figura 11, pode observar-se que os três automóveis se deslocam em


trajetórias retilíneas com a mesma rapidez média (40 km/h). Mas este
U1P20H1
valor não é suficiente para caracterizar, em cada instante, a velocidade
do automóvel, v , pois as direções e os sentidos do movimento dos três
automóveis são diferentes.

Uma alteração no valor da velocidade com que um corpo se desloca, na


sua direção ou sentido, implica uma alteração da velocidade, v , a que o
corpo se move.

Na figura 12, os automóveis A e B deslocam-se a velocidades diferentes,


A vA
pois, apesar de os respetivos vetores apresentarem o mesmo módulo e
direção, o sentido é oposto: no caso do automóvel A, o sentido do vetor B vB
velocidade é de oeste para este (Fig. 12A), e, no caso do automóvel B,
Fig. 12 Vetor velocidade
o sentido é de este para oeste (Fig. 12B). Uma vez que as velocidades têm
do automóvel A [A]
sentidos opostos, os automóveis deslocam-se com velocidades diferen- e vetor velocidade
tes, v A ! v B. do automóvel B [B].

19

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1.4 Velocidade e movimentos

A No caso dos automóveis da figura 11, a trajetória é retilínea, pelo que a


v v v direção do vetor velocidade coincide com a direção da trajetória do movi-
v mento (Fig. 13A). No caso de a trajetória do movimento do corpo ser cur-
B
v vilínea, a direção do vetor velocidade, em cada instante, é tangente à
trajetória e o vetor tem o sentido do movimento (Fig. 13B).

Para conhecer o valor da velocidade de um corpo em cada instante


u1p21h3a v — velocidade instantânea ou, simplesmente, velocidade — pode recor-
rer-se a velocímetros, como acontece no caso dos automóveis (Fig. 14).
Fig. 13 Vetor velocidade numa Em cada instante, o valor da velocidade é igual ao valor da rapidez com
trajetória retilínea [A] que o corpo se move.
eu1p21h3b
numa trajetória
curvilínea [B].
Em cada instante, o vetor velocidade é caracterizado por ter o sen-
tido do movimento, a direção tangente à trajetória e a intensidade,
que traduz a rapidez com que o corpo se move.


Movimentos
Quando um corpo se desloca numa trajetória retilínea, em relação a um
determinado referencial, está animado de movimento retilíneo relativa-
Fig. 14 Velocímetro de um mente a esse referencial. Caso o corpo se mova sempre no mesmo sen-
automóvel.
tido (convencionado como positivo), numa trajetória retilínea, tem movi-
mento retilíneo no sentido positivo.

Movimento de dois automóveis com trajetória retilínea no sentido positivo da trajetória


Situação A

t=0s t=2s t=4s t=6s t=8s

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 x (m)
10 m
20 m
30 m
40 m

O automóvel percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, o que se traduz num vetor velocidade cons-
tante em cada instante. O corpo está animado de movimento retilíneo uniforme.
Situação B U1P22H2
t=0s t=2s t=4s t=6s

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 x (m)
5m
20 m
45 m

O automóvel percorre distâncias diferentes no mesmo intervalo de tempo. O vetor velocidade varia ao longo do tempo.
Neste caso, o módulo da velocidade vai aumentando, pelo que o automóvel possui movimento retilíneo acelerado.
Se o módulo da velocidade fosse diminuindo e o corpo continuasse a mover-se numa trajetória retilínea, o corpo
estaria animado de movimento retilíneo retardado.
U1P22H3
20

564829 006-041.indd 20 05/06/15 14:49


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

A análise dos gráficos posição-tempo (Fig. 15A) e distância-tempo A


(Fig. 15B) para as situações descritas no quadro da página anterior per- 70
60
mite também concluir sobre o tipo de movimento que o corpo possui: A
50

Posição/m
movimento uniforme, movimento acelerado ou movimento retardado. 40
30 B
Nos três casos, para que o corpo esteja animado de movimento retilíneo, 20
é necessário que se movimente numa trajetória retilínea. 10
0
0 2 4 6 8
Caso o corpo tenha movimento uniforme, existe proporcionalidade Tempo/s
direta entre a distância percorrida pelo corpo e o intervalo de tempo B
necessário para a percorrer. Neste caso, a constante de proporcionali- 40 u1p23h1
B
dade coincide com o valor da velocidade. 30 A

Distância/m
No caso do movimento acelerado ou retardado, não se verifica esta pro- 20

porcionalidade direta, pois o corpo não percorre distâncias iguais em 10

intervalos de tempo iguais. 0


0 2 4 6 8
Tempo/s
Fig. 15 Gráficos posição-tempo
Representação gráfica do movimento uniforme
[A] u1p23h2
e distância
Gráfico posição-tempo Gráfico velocidade-tempo percorrida-tempo [B]
para os automóveis A e B
da tabela da página
anterior.
Velocidade/(m/s)
Posição/m

Tempo/s Tempo/s

u1p24h1é uma reta


O gráfico posição-tempo u1p24h2 constante
A velocidade mantém-se
com um determinado declive. ao longo do tempo, pelo que o seu
Permite conhecer a posição do corpo valor não se altera. Este tipo
em cada instante, a distância de gráfico permite conhecer
percorrida num determinado a velocidade que caracteriza
intervalo de tempo e ainda a rapidez o movimento e determinar
média do movimento, que a distância percorrida pelo corpo
é coincidente com o módulo durante um dado intervalo
da velocidade em cada instante. de tempo.

Para determinar a distância percorrida por um corpo num dado intervalo 5


de tempo, pode recorrer-se ao gráfico velocidade-tempo. A distância total
Velocidade/(m/s)

4 A=ℓ◊c
calcula-se determinando o valor da área do polígono subjacente ao grá- A = 5 ◊ 8 = 40
3
fico, no intervalo de tempo considerado (Fig. 16). Admitindo que um corpo d = 40 m

se desloca com velocidade constante de valor igual a 5 m/s, a distância 2

percorrida durante 8 s por esse corpo é igual a 40 m. 1

0
A área assim determinada não corresponde à área métrica. As unidades 0 2 4 6 8
Tempo/s
são determinadas recorrendo às unidades que figuram nos eixos do grá-
Fig. 16 Determinação gráfica
fico. Assim, e relativamente à área determinada através do gráfico da
m da distância percorrida
figura 16, a unidade correspondente é metro: # Ys = m. poru1p24h3
um corpo.
Ys
21

564829 006-041.indd 21 05/06/15 14:49


1.4 Velocidade e movimentos

IDEIAS-CHAVE
A velocidade é uma grandeza vetorial.

Alterações da direção, do sentido ou da rapidez do movimento implicam uma variação na velocidade com
que um corpo se desloca.

Em cada instante, o vetor velocidade é caracterizado por ter o sentido do movimento, direção tangente
à trajetória e módulo, que traduz a rapidez com que o corpo se move.

Quando o valor da velocidade é constante, o corpo está animado de movimento uniforme.

Se o módulo da velocidade aumenta, o automóvel possui movimento acelerado.

Se o módulo da velocidade diminui, o corpo está animado de movimento retardado.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS A
vel

el B
1. O
 bserva o gráfico, que traduz o movimento de dois corpos numa 30 Móv

Posição/m
trajetória retilínea, e responde às questões. 20
1.1 
Justifica que os dois corpos estão animados de movimento 10
retilíneo uniforme.
0
1.2 
Determina a rapidez média de cada um dos corpos nos dez 0 5 10 15 20 25
Tempo/s
primeiros segundos de movimento.
1.3 
Caracteriza a velocidade de cada um dos corpos no instante t = 20 s.

1.1 
RESOLUÇÃO: u1p25h1
A trajetória dos corpos é retilínea e estes movem-se no sentido positivo da trajetória, pelo que a direção

e o sentido da velocidade não se alteram. Existe proporcionalidade direta entre a distância percorrida
pelos corpos e os respetivos intervalos de tempo, pelo que o valor da velocidade se mantém constante
em cada caso, sendo o movimento uniforme.

1.2 DADOS: xi,A = xi,B = 0 m; xf,A = 20 m; xf,B = 10 m; dA = 20 m; dB = 10 m


RESOLUÇÃO:
dA 20
rm,A = & rm,A = + rm,A = 2,0 m/s
Dt 10
dB 10
rm,B = & rm,B = + rm,B = 1,0 m/s
Dt 10
RESPOSTA: A rapidez média dos corpos A e B é, respetivamente, igual a 2,0 m/s e 1,0 m/s.

1.3 
RESOLUÇÃO:
A velocidade, em cada caso, tem a direção da trajetória e o sentido do movimento. O módulo da velocidade

em cada instante coincide com a rapidez do movimento e é igual a 2,0 m/s no caso do corpo A e 1,0 m/s
no caso do corpo B.

ATIVIDADES

1. Observa o gráfico, que representa o movimento de um móvel numa


trajetória retilínea, durante um certo intervalo de tempo. 90
75
1.1 
Refere, justificando, qual é o tipo de movimento de que está o móvel
Posição/m

60
animado.
45
1.2 Caracteriza a velocidade do móvel em cada instante. 30
1.3 
Traça o gráfico velocidade-tempo, para o mesmo intervalo de tempo. 15
0
1.4 Determina, recorrendo ao gráfico velocidade-tempo, a distância 0 3 6 9 12 15
percorrida pelo corpo durante os 12 segundos de movimento. Tempo/s

22
u1p25h2

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1.5 Aceleração média

Na maioria dos movimentos, a velocidade dos corpos não é constante.


Por exemplo, quando se faz uma viagem de automóvel há percursos
onde a trajetória é retilínea e outros onde é curvilínea. Neste último caso,
e como o vetor velocidade é sempre tangente à trajetória, ocorre variação
na direção e no sentido da velocidade, pelo que esta está constantemente
a variar. No caso de uma trajetória retilínea, o módulo da velocidade pode
também variar. Em ambos os casos, o automóvel sofre sucessivas
variações de velocidade. Este estudo será limitado a movimentos em que
a velocidade varia apenas em módulo.

Quando se analisa as características de um automóvel, uma das especi-


ficações é o intervalo de tempo que o mesmo demora a atingir a veloci-
dade de 100 km/h (27,8 m/s). Por exemplo, um dos automóveis mais
potentes do Mundo (Fig. 17) demora 2,2 segundos para atingir a veloci-
dade de 100 km/h, a partir do repouso.

Quer isto dizer que ocorreu uma variação de velocidade, D v , naquele


intervalo de tempo, Dt.

A aceleração média, am, traduz a variação da velocidade num intervalo Fig. 17 Um dos automóveis mais
de tempo unitário (um segundo, no SI) e é dada por: potentes do Mundo
demora 2,2 s a atingir
a velocidade
Dv v f - vi de 100 km/h.
am = + am =
Dt tf - ti

A aceleração média é uma grandeza vetorial, pelo que, para ficar com-
pletamente definida, é necessário conhecer a intensidade ou módulo,
a direção e o sentido.

A aceleração média tem a mesma direção e o mesmo sentido do vetor


Dv .

Numa trajetória retilínea, a aceleração média tem sempre a mesma dire-


ção do movimento. O sentido pode ser o mesmo ou o oposto.

Assim, a aceleração média terá o sentido do movimento se o módulo da


velocidade estiver a aumentar e terá sentido contrário se o módulo da
velocidade estiver a diminuir.

Para conhecer o valor da aceleração média, am, numa trajetória retilínea,


é necessário conhecer o valor da velocidade nos instantes inicial e final,
correspondentes ao intervalo de tempo, e determinar o quociente entre o
valor da variação da velocidade ^Dvh e o intervalo de tempo ^Dth. A uni-
dade de aceleração média no Sistema Internacional é o metro por
segundo ao quadrado (m/s2 ou m s-2). Assim, por exemplo, para o auto-
móvel da figura 17:
Dv vf - vi
am = + am =
Dt tf - ti
27,8 - 0
am = + am = 13 m/s 2
2,2

23

564829 006-041.indd 23 05/06/15 14:49


1.5 Aceleração média

Este valor significa que, em cada segundo, o valor da velocidade varia


cerca de 13 m/s. Neste caso, o módulo da velocidade do automóvel está
a aumentar: o módulo da velocidade final é superior ao módulo da velo-
cidade inicial, tendo o vetor aceleração média, am, a mesma direção e
sentido do movimento. O automóvel está animado de movimento retilí-
neo acelerado. O mesmo acontece quando um foguete espacial é lan-
çado para o espaço (Fig. 18A): o módulo da velocidade final é superior ao
módulo da velocidade inicial.

Quando um corpo está a travar o módulo da velocidade está a diminuir:


o módulo da velocidade final é inferior ao módulo da velocidade inicial.
O vetor aceleração média, am, tem a mesma direção do movimento mas
sentido oposto. Neste caso, o corpo tem movimento retilíneo retardado.
É o que acontece quando um vaivém regressa à Terra e utiliza um para-
quedas para o auxiliar na diminuição da velocidade (Fig. 18B).

A B

Fig. 18 Corpo com movimento retilíneo acelerado [A]; corpo com movimento retilíneo retardado [B].

Assim, num movimento retilíneo variado (acelerado ou retardado), existe


aceleração _a i em cada instante. Se o valor da aceleração instantânea for
constante, este é igual ao da aceleração média.

Movimento retilíneo variado

Acelerado Retardado VA = 30 m/s

vA < vB vA > vB

A B A B
aA aB aA aA

vA vB vA vB

Os vetores velocidade _v i Os vetores velocidade _v i


e aceleração _a i têm a mesma e aceleração _a i têm a mesma
direção e o mesmo sentido (valores direção e sentidos opostos
U1P28H3
com o mesmo sinal). U1P28H4
(valores com sinais contrários).

24

564829 006-041.indd 24 05/06/15 14:50


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
A aceleração média, am, é uma grandeza vetorial que traduz a variação da velocidade num intervalo
de tempo unitário (um segundo, no SI) e é dada por:

Dv v f - vi
am = + am =
Dt tf - ti
No movimento retilíneo acelerado, os vetores velocidade _v i e aceleração _a i têm a mesma direção
e o mesmo sentido (valores com o mesmo sinal). O módulo da velocidade aumenta.

No movimento retilíneo retardado, os vetores velocidade _v i e aceleração _a i têm a mesma direção
e sentidos opostos (valores com sinais contrários). O módulo da velocidade diminui.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. U
 m automobilista entrou numa localidade onde o limite de velocidade é de 50 km/h, com uma velocidade de
110 km/h. Quando o condutor avistou a sinalização de limite de velocidade, iniciou a travagem, tendo conseguido
atingir a velocidade permitida em 5,5 segundos. Caracteriza a aceleração média adquirida pelo automóvel.

1. DADOS:
110 000 m 50 000 m
vi = 110 km/h + vi = + vi = 30,6 m/s; vi = 50 km/h + vi = + vi = 13,9 m/s;
3600 s 3600 s
Dt = 5,5 s; am = ?
CÁLCULOS:
Dv vf - vi 13,9 - 30,6
am = + am = & am = + am = -3,0 m/s2
Dt tf - ti 5,5

(O valor da aceleração média e o da velocidade têm sinais contrários, porque o módulo da velocidade do corpo
está a diminuir.)
RESPOSTA: O módulo da aceleração média adquirida pelo automóvel foi de 3,0 m/s2, a direção da aceleração
média corresponde à do movimento e o sentido é o oposto (sinal negativo da aceleração, contrário ao sinal
da velocidade).

2. O
 bserva o gráfico, que traduz o movimento de um móvel numa trajetória
Velocidade/(m/s)

retilínea, sem nunca ter invertido o sentido do movimento. Determina


o sentido e o valor da aceleração média. 18
12
2. DADOS: 6
Da leitura gráfica: vi = 0 m/s; vf = 18 m/s; Dt = 6 s; am = ? 0
0 2 4 6
CÁLCULOS:
Tempo/s
Dv vf - vi 18 - 0
am = + am = & am = + am = 3,0 m/s2
Dt tf - ti 6-0
u1p29h2
(A velocidade do corpo está a aumentar.)
RESPOSTA: O valor da aceleração média adquirida pelo automóvel foi de 3,0 m/s2 e tem o mesmo sentido
do movimento (sinal positivo da aceleração, igual ao sinal da velocidade).

ATIVIDADES

1. Um corpo move-se com uma velocidade constante, quando subitamente começa a travar e para ao fim
de 5 s. Determina o valor da velocidade inicial do corpo sabendo que a aceleração, durante a travagem, tem um
valor constante de -10 m/s2.
Velocidade/(m/s)

2. O gráfico ao lado traduz o movimento de um corpo ao longo de uma trajetória 12


retilínea. 8
D
 etermina o valor da aceleração média adquirida pelo corpo durante os 2 s de 4
movimento. 0
0 1 2
Tempo/s
25
u1p29h3

564829 006-041.indd 25 05/06/15 14:50


1.6 Movimento retilíneo uniformemente variado

Quando um corpo em movimento numa trajetória retilínea tem veloci-


dade constante, a sua aceleração é nula e possui movimento retilíneo
uniforme.

Quando um corpo adquire aceleração numa trajetória retilínea, altera o


valor da sua velocidade e o seu movimento classifica-se como movi-
mento retilíneo variado. Este pode ser acelerado (se a velocidade e a
aceleração têm o mesmo sentido) ou retardado (se a velocidade e a ace-
leração têm sentidos opostos).


Movimento retilíneo uniformemente
acelerado
A figura 19 traduz o movimento de um automóvel numa trajetória retilí-
nea, durante um certo intervalo de tempo.

t=0s t=5s t = 10 s t = 15 s
v5 v10 v15

v0 = 0 m/s v5 = 15 m/s v10 = 30 m/s v15 = 45 m/s

Fig. 19 Movimento de um corpo numa trajetória retilínea com aumento do módulo


da velocidade ao longo do tempo.

U1P30H1
Com base nos dados da figura 19, pode traçar-se o gráfico velocidade-
-tempo no intervalo de tempo indicado (Fig. 20). Através do gráfico,
é possível verificar que o módulo da velocidade do automóvel aumenta
uniformemente durante o intervalo de tempo considerado.

50
45
40
35
v/(m/s)

30
25
20
15
10
5
0
0 5 10 15
t/s
Fig. 20 Gráfico velocidade-tempo para o movimento ilustrado na figura 19.

U1P30H2
26

564829 006-041.indd 26 05/06/15 14:50


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

A partir dos dados da figura 19, ou do gráfico velocidade-tempo da figura


20, é possível determinar o valor da aceleração média adquirida pelo
automóvel em intervalos de tempo diferentes:
Dv vf - vi
am = + am =
Dt tf - ti
45 - 15 30 - 15 15 - 0
am = = = = 3,0 m/s 2
15 - 5 10 - 5 5-0
Verifica-se que, durante este movimento, numa trajetória retilínea, o valor
da aceleração média é sempre constante, pelo que, no intervalo de Em movimentos com valor
tempo considerado, a aceleração adquirida, em cada instante, pelo auto- de aceleração constante,
móvel é também constante e tem o mesmo valor da aceleração média. o seu valor é, em cada
O corpo está animado de movimento retilíneo uniformemente variado. instante, igual ao valor da
Uma vez que a aceleração e a velocidade têm o mesmo sentido, o movi- aceleração média.
mento é acelerado. Assim, nestas condições, o automóvel da figura 20
move-se com movimento retilíneo uniformemente acelerado.


Movimento retilíneo uniformemente
retardado
Neste caso, o gráfico velocidade-tempo é uma reta de declive positivo,
cujo valor coincide com o valor da aceleração média.

Caso o automóvel estivesse a travar e se verificasse que a diminuição


nos valores do módulo da velocidade era igual em intervalos de tempo
iguais (Fig. 21), o corpo estaria animado de movimento retilíneo unifor-
memente retardado.

t=0s t=5s t = 10 s t = 15 s
v0 v5 v10

v0 = 45 m/s v5 = 30 m/s v10 = 15 m/s v15 = 0 m/s

Fig. 21 Movimento de um corpo numa trajetória retilínea com diminuição


do módulo da velocidade ao longo do tempo.

U1P31H1
Neste caso, a aceleração é constante em qualquer instante considerado:
-3,0 m/s2. Através do gráfico velocidade-tempo para a situação descrita
(Fig. 22), pode verificar-se que o automóvel diminui uniformemente o
módulo da sua velocidade. A representação gráfica dos valores da velo-
cidade em função do tempo é uma reta de declive negativo, cujo valor
coincide com o valor da aceleração do movimento.
27

564829 006-041.indd 27 05/06/15 14:50


1.6 Movimento retilíneo uniformemente variado

45

30

v/(m/s)
15

0
0 5 10 15
t /s
Fig. 22 Gráfico velocidade-tempo para o movimento ilustrado na figura 21.

U1P32H1
Como no movimento retilíneo uniformemente variado, a aceleração é cons-
tante, o gráfico aceleração-tempo para este tipo de movimento é uma reta
paralela ao eixo do tempo (eixo das abcissas). Os gráficos velocidade-tempo
e aceleração-tempo que descrevem o movimento retilíneo uniformemente
acelerado e o movimento retilíneo uniformemente retardado têm diferentes
aspetos, como se mostra na tabela que se segue. Note-se que os gráficos
apresentados apenas traduzem o movimento no sentido positivo da traje-
tória (os valores da velocidade são sempre positivos).

Representação gráfica do movimento retilíneo uniformemente variado

Movimento uniformemente acelerado Movimento uniformemente retardado


Velocidade/(m/s)

Velocidade/(m/s)

0 Tempo/s 0 Tempo/s

A variação do valor da velocidade de um corpo é diretamente proporcional ao intervalo de tempo, sendo a constante
u1p32h2
de proporcionalidade o valor u1p32h3
da aceleração. Este tipo de gráfico permite conhecer o sentido do movimento,
a velocidade do corpo em cada instante, a aceleração média e a distância percorrida pelo corpo num determinado
intervalo de tempo.
Aceleração/(m/s²)

Aceleração/(m/s²)

Tempo/s

Tempo/s

A a e a v têm o mesmo sentido (valores com o mesmo A a e a v têm sentidos opostos (valores com sinais
sinal). u1p32h4 contrários).
u1p32h5
O valor da aceleração mantém-se constante ao longo do tempo. No caso de o movimento ser acelerado no sentido
positivo da trajetória, a aceleração tem um valor positivo. Caso o movimento seja retardado no sentido positivo
da trajetória, a aceleração tem um valor negativo.

28

564829 006-041.indd 28 05/06/15 14:50


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS


Análise de gráficos e distância percorrida
20
A distância percorrida por um corpo com movimento retilíneo uniforme-
mente variado pode ser determinada recorrendo aos gráficos velocidade-

Velocidade/(m/s)
15
-tempo. A distância percorrida corresponde à área do polígono subja-
cente ao gráfico velocidade-tempo, no intervalo de tempo considerado. 10

Por exemplo, para determinar a distância percorrida por um corpo que d = Afigura
5
descreve o movimento traduzido pelo gráfico da figura 23, é necessário
determinar a área assinalada na figura. Esta é um triângulo de base b
0
e altura h. 0
Tempo/s
5

Assim: Fig. 23 Determinação gráfica


b#h da u1p33h1
distância percorrida
d = Afig =
2 por um corpo recorrendo
a um gráfico
Neste caso concreto:
velocidade-tempo.
5 # 20
d= + d = 50 m
2
É possível, assim, concluir que o corpo percorreu uma distância de 50 m. A distância percorrida por
um corpo pode ser deter-
Através do gráfico da figura 23 é também possível saber o sentido do
minada pela área do polí-
movimento, a velocidade, a aceleração média e a aceleração do corpo
gono subjacente ao grá-
em cada instante. Para determinar graficamente a distância percorrida
fico velocidade-tempo, no
por um corpo, é necessário recordar a forma de calcular a área de algu-
intervalo de tempo consi-
mas figuras geométricas simples.
derado.

Área de algumas figuras geométricas

Quadrado Retângulo

ℓ ℓ

c

A=ℓ◊ℓ A=ℓ◊c
Triângulo Trapézio
u1p33h2 u1p33h3
b

h h

B
b

b#h b+B
A= A= ◊h
2 2
u1p33h4 u1p33h5

Em resumo, o movimento de um corpo pode ser traduzido através de


gráficos posição-tempo, velocidade-tempo e aceleração-tempo.

29

564829 006-041.indd 29 05/06/15 14:50


1.6 Movimento retilíneo uniformemente variado

IDEIAS-CHAVE
Numa trajetória retilínea, se o valor da aceleração média for sempre constante, no intervalo de tempo
considerado, a aceleração, em cada instante, é constante e tem o mesmo valor da aceleração média.
O corpo está animado de movimento retilíneo uniformemente variado.

A distância percorrida por um corpo pode ser determinada pela área do polígono subjacente ao gráfico
velocidade-tempo, no intervalo de tempo considerado.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
t/s v/(m/s)
1. C
 onsidera um corpo que parte do repouso e percorre uma trajetória retilínea.
0 0
A sua velocidade aumenta de forma linear, como se mostra na tabela.
1.1 
Constrói o gráfico velocidade-tempo para o movimento considerado. 5 20

1.2 Caracteriza a aceleração média no intervalo de tempo [5; 15] s. 10 40


1.3 
Caracteriza o tipo de movimento adquirido pelo corpo. 15 60
1.4 
Determina a distância percorrida pelo corpo durante os 20 segundos
20 80
de movimento.

1.1 RESOLUÇÃO:
Tendo em conta os dados da tabela, pode construir-se o gráfico. 80

Velocidade/(m/s)
60
40
20
1.2 DADOS: 0
0 5 10 15 20
vi = 20 m/s; vf = 60 m/s; ti = 5 s; tf = 15 s; am = ? Tempo/s
CÁLCULOS:
Dv vf - vi 60 - 20
am = + am = & am = + am = 4,0 m/s2 u1p34h1
Dt tf - ti 15 - 5
RESPOSTA:
 valor da aceleração média adquirida pelo corpo foi de 4,0 m/s2, e a direção e o sentido da aceleração
O
média são os mesmos do movimento (sinal positivo da aceleração, igual ao da velocidade).

1.3 RESOLUÇÃO:
 corpo adquiriu movimento retilíneo uniformemente acelerado, pois a variação do valor da velocidade
O
é diretamente proporcional ao intervalo de tempo e a aceleração e velocidade têm o mesmo sentido (são
ambas positivas).

1.4 RESOLUÇÃO:
 distância percorrida vai ser determinada com recurso ao gráfico traçado na questão 1.1 e corresponde
A
à área assinalada:

80
Velocidade/(m/s)

60 b#h
d = Afig =
40 2
20 # 80
20 d= + d = 800 m
2
0
0 5 10 15 20
Tempo/s

RESPOSTA:

u1p35h2
O corpo percorreu uma distância de 800 m.

30

564829 006-041.indd 30 05/06/15 14:50


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

2. Observa o gráfico, que descreve o movimento de um móvel durante 30 segundos, numa trajetória retilínea.

20

Velocidade/(m/s)
15
10
5
0
0 5 10 15 20 25 30
Tempo/s

2.1 Identifica, justificando, um intervalo de tempo u1p36h1


em que o corpo tem:
a) movimento uniformemente retardado;
b) movimento uniforme;
c) aceleração.
2.2 
Determina o valor da aceleração média no intervalo de tempo dos 0 aos 10 segundos.
2.3 
Qual é o valor da aceleração no intervalo de tempo [10, 20] segundos? Que significado tem esse valor?
2.4 Determina a distância percorrida pelo corpo durante todo o percurso.

2.1 a) RESPOSTA:
[ 25, 30] s, pois o módulo da velocidade diminui uniformemente e a aceleração e a velocidade
têm sentidos opostos (sinais contrários).
b) RESPOSTA:
[10, 25] s, pois a velocidade é constante em todo o intervalo de tempo.
c) RESPOSTA:
[0, 10] s e [25, 30] s, pois o valor da velocidade altera-se.

2.2
DADOS:
vi = 0 m/s; vf = 15 m/s; ti = 0 s; tf = 10 s; am = ?
CÁLCULOS:
Dv vf - vi 15 - 0
am = + am = & am = + am = 1,5 m/s2
Dt tf - ti 10 - 0
RESPOSTA:
O valor da aceleração média adquirida pelo móvel foi de 1,5 m/s2.

2.3
RESPOSTA:
A aceleração média no intervalo de tempo [10, 20] s foi nula, o que significa que o corpo manteve
a sua velocidade constante (corpo animado com movimento retilíneo uniforme).

2.4
RESPOSTA:
 distância percorrida vai ser determinada recorrendo ao gráfico velocidade-tempo e corresponde
A
à área assinalada:

20
Velocidade/(m/s)

15
b+B
10 d = Afig = #h
2
5 15 + 30
d = Afig = # 15 + d = 338 m
0 2
0 5 10 15 20 25 30
Tempo/s

RESPOSTA: u1p36h1
O corpo percorreu uma distância de 338 m.

31

564829 006-041.indd 31 05/06/15 14:50


1.6 Movimento retilíneo uniformemente variado

ATIVIDADES

1. Analisa os valores da tabela, que correspondem à variação da velocidade de um corpo que se desloca numa
trajetória retilínea.

t/s 0 10 20 30

v/(m/s) 40 80 120 160

1.1 Com os dados da tabela, traça o gráfico velocidade-tempo.


1.2 Caracteriza a aceleração média no intervalo de tempo [0, 30] s.
1.3 Refere, justificando, o tipo de movimento que o corpo adquiriu.
1.4 
Supondo que a aceleração média se manteve constante, determina a velocidade que o corpo tem
no instante t = 35 s.

2. Observa o gráfico, que descreve o movimento de um corpo numa


trajetória retilínea, e responde às questões. 80

Velocidade/(m/s)
2.1 Determina o valor da aceleração média. 60

2.2 Classifica o tipo de movimento adquirido pelo corpo. 40

2.3 
Determina a distância percorrida pelo corpo ao fim 20
de 12 segundos. 0
0 2 4 6 8 10 12 14
Tempo/s

3. Considera o gráfico velocidade-tempo, que traduz a variação


u1p36h2
da velocidade de um corpo, em movimento retilíneo, ao longo
do tempo. B
Velocidade/(m/s)

3.1 
Refere o tipo de movimento adquirido pelo corpo nos percursos A, 30
B e C.
A C
3.2 
Determina o valor da aceleração adquirida pelo corpo nos
percursos A, B e C.
0
3.3 
Determina a rapidez média do corpo durante os primeiros 18 0 3 6 9 12 15 18 21 24
ATIVIDADES Tempo/s
segundos de movimento.
u1p36h3 retilíneo
4. Observa os gráficos e seleciona aquele que pode corresponder à situação de um corpo em movimento
uniformemente retardado.

A x C x

t t
B v D v

t t

32

564829 006-041.indd 32 05/06/15 14:50


1.7 Distância de segurança

A segurança rodoviária é um tema frequentemente debatido, pois são


inúmeros os acidentes rodoviários que ocorrem anualmente em Portugal.
As principais causas de ocorrência de acidentes podem agrupar-se de
acordo com o triângulo da figura 24.

Condutor
(utente da via)

Via Veículo
Fig. 24 Triângulo de segurança rodoviária.

O condutor é o vértice mais importante do triângulo, pois é ele que tem a


responsabilidade de avaliar as condições do veículo e da via, assim como
o seu estado psicomotor. Deve ajustar a sua condução de acordo com
estes fatores. No entanto, a sinalização da estrada também é importante;
por exemplo, em alguns troços de autoestradas é possível encontrar mar-
cas que auxiliam os condutores a manterem uma distância segura em
relação ao veículo que circula à sua frente (Fig. 25).

U1P37H2

Fig. 25 Distância de segurança.

U1P37H4
A distância de segurança é entendida como a distância que se deve
manter relativamente ao veículo da frente para evitar colisões, em caso
de travagem brusca, ou outro acidente.
Alguns fatores que au-

Tempo de reação mentam o tempo de rea-
ção de um condutor são:
O intervalo de tempo que decorre entre o instante de perceção de uma
• cansaço;
situação em que se deve agir imediatamente e o instante em que, de
• preocupação;
facto, se age denomina-se tempo de reação. Todos os indivíduos demo-
• ingestão de bebidas
ram um certo intervalo de tempo a reagir. Este intervalo de tempo pode
alcoólicas ou de estu-
ser maior ou menor conforme as condições físicas e psicológicas em que
pefacientes.
a pessoa se encontra.
33

564829 006-041.indd 33 05/06/15 14:51


1.7 Distância de segurança

ATIVIDADE PRÁTICA
Determinação do tempo de reação

MATERIAL
• Régua de 50 cm

PROCEDIMENTO
1. P U1P38H1
 ede a um colega que segure uma régua junto à extremidade com
a marca 50 cm.
2. Sem tocar na régua, coloca dois dedos (polegar e indicador), um
de cada lado da régua, junto da marca de 0 cm.
3. Sem te avisar, o teu colega deixa cair a régua para que a apanhes.
4. Procura apanhar, com os dois dedos, a régua e lê a distância
percorrida pela mesma até ao instante em que a seguraste.
5. Observa a tabela, com valores do tempo de queda livre da régua,
e estima o teu tempo de reação.

d/cm 5 10 15 20 25 30 35 40 45

t/s 0,10 0,14 0,17 0,20 0,23 0,25 0,27 0,29 0,30

Durante a condução de veículos surgem algumas situações em que é


Para o mesmo tempo de
necessário travar de forma brusca. No entanto, entre o instante em que
reação, a distância percor-
o condutor se apercebe que tem de travar e o instante em que trava efe-
rida é tanto maior quanto
tivamente decorre um determinado intervalo de tempo — tempo de rea-
maior for a velocidade de
ção —, em que o veículo percorre uma determinada distância — distân-
circulação.
cia de reação.

O tempo de reação de um condutor varia normalmente entre 0,2 s e 2,5


s, dependendo de diversos fatores psicológicos e fisiológicos e até das
características do sistema de travagem. Para o mesmo tempo de reação,
a distância percorrida é tanto maior quanto maior for a velocidade de
circulação.


Tempo de travagem
A distância de travagem Quando o condutor inicia a travagem, o veículo não se imobiliza instan-
depende: taneamente, decorrendo um intervalo de tempo — tempo de travagem
• do valor da velocidade — durante o qual a velocidade do veículo vai diminuindo desde o valor
de circulação; inicial até o automóvel ficar em repouso. Neste intervalo de tempo,
• d as condições do veí- o veículo percorre uma distância designada por distância de travagem.
culo;
Esta distância depende do valor da velocidade de circulação, das condi-
• das condições de ade-
ções do veículo, das condições de aderência à estrada e da inclinação
rência à estrada.
longitudinal da estrada.
34

564829 006-041.indd 34 05/06/15 14:51


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

Na tabela seguinte, apresentam-se alguns valores da distância de trava-


gem em função dos coeficientes de aderência e da velocidade do veículo.

Distâncias de travagem

Coeficiente Distância Coeficiente Distância


Velocidade de aderência de travagem/m de aderência de travagem/m
do veículo/(km/h)
Pavimentos secos Pavimentos molhados
50 0,62 16 0,34 29
65 0,61 27 0,31 54
80 0,58 44 0,29 87
100 0,56 65 0,28 141
Fonte: Manual de planeamento de acessibilidade e transportes. Comissão de coordenação e desenvolvimento regional do Norte.

A análise da tabela anterior permite observar que quando o módulo da


velocidade passa de 50 km/h para 100 km/h (duplica), a distância de
travagem passa de 16 m para 65 m (praticamente quadruplica).

A análise da tabela também permite concluir que a distância de travagem


em piso molhado é aproximadamente o dobro da distância de travagem
em piso seco.


Distância de paragem
A distância de paragem (dp) corresponde à soma da distância de reação
(dr) com a distância de travagem (dt):

dp = dr + dt

Para determinar a distância de paragem, pode recorrer-se a um gráfico


velocidade-tempo (Fig. 26). Neste é possível verificar que, durante o tempo
de reação, a distância de reação é percorrida com uma velocidade cons-
tante. O automóvel está animado de movimento retilíneo uniforme.

d r _ Distância
v /velocidade

de reação
d t _ Distância
de travagem

dr
dt

0 Tempo t t Tempo tt t/tempo


de reação de travagem
Fig. 26 Gráfico velocidade-tempo.

Decorrido o tempo de reação, u1p39h2


o condutor inicia a travagem, durante a
qual o automóvel percorre uma determinada distância de travagem,
estando a sua velocidade a diminuir. Se esta diminuição ocorrer de modo
uniforme, o veículo está animado de movimento retilíneo uniforme-
mente retardado.
35

564829 006-041.indd 35 05/06/15 14:51


1.7 Distância de segurança

IDEIAS-CHAVE
O intervalo de tempo que decorre entre o instante de perceção de uma situação em que se deve agir
imediatamente e o instante em que de facto se age denomina-se tempo de reação.

Para o mesmo tempo de reação, a distância percorrida é tanto maior quanto maior for a velocidade
de circulação.

Quando o condutor inicia a travagem, o veículo não se imobiliza instantaneamente, decorrendo um


intervalo de tempo — tempo de travagem.

A distância de travagem depende do valor da velocidade de circulação, das condições do veículo,
das condições de aderência à estrada e da inclinação longitudinal da estrada.

A distância de paragem mínima (dp) corresponde à soma da distância de reação (dr) com a distância
de travagem (d t): dp = dr + dt

A distância de segurança é a distância que se deve manter em relação ao veículo da frente de forma
a evitar a colisão ou outro acidente.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. U
 m automóvel desloca-se, numa estrada retilínea, à velocidade de 90 km/h.
Subitamente, o condutor vê um obstáculo à distância de 80 m e inicia uma travagem com aceleração constante.
O tempo de reação do condutor é de 0,8 s e o tempo de travagem é de 4,2 s.
Responde às questões:
1.1 
Determina a distância de reação.
1.2 Traça o gráfico velocidade-tempo para este movimento.
1.3 Determina graficamente a distância de paragem.
1.4 Refere, justificando, se o condutor vai embater no obstáculo.

1.1 DADOS:
90 000 m
vi = 90 km/h =
ATIVIDADES = 25 m/s; tr = 0,8 s
3600 s
RESOLUÇÃO:
Como em cada segundo o automóvel percorre 25 m, que distância percorrerá em 0,8 s?
25 m x 25 # 0,8
= + x= + x = 20 m
1s 0,8 s 1
RESPOSTA:
A distância de reação é igual a 20 m.

1.2 RESOLUÇÃO:
Velocidade/(m/s)

 abendo que durante os primeiros 0,8 s de movimento


S 25
o automóvel tinha uma velocidade constante de valor igual 20
15
a 25 m/s, e que parou em 4,2 s, pode traçar-se o gráfico 10
velocidade-tempo para o movimento descrito. 5
0
1.3 RESOLUÇÃO: 0 0,8 1 2 3 4 5
Tempo/s
 determinação da distância percorrida vai ser efetuada,
A
graficamente, pela área assinalada na figura. u1p41h1
Velocidade/(m/s)

25
b+B 20
d = Afig = #h A1
2 15
0,8 + 5 10 A2
d= # 25 + d = 72,5 m 5
2 0
Em alternativa, pode determinar-se A1 + A2. 0 0,8 1 2 3 4 5
Tempo/s

36 u1p41h2

564829 006-041.indd 36 05/06/15 14:51


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

RESPOSTA:
A distância de paragem do automóvel é de cerca de 73 m.

1.4
RESOLUÇÃO:
 condutor não vai bater no obstáculo que se encontra a 80 metros, pois a distância de paragem tem
O
um valor inferior (cerca de 73 m).

2. Ao aproximar-se, e depois, de entrar numa localidade, um condutor avista sucessivamente os seguintes sinais:

Ao passar no 1.º sinal e no 2.º sinal, o condutor observou o velocímetro, que marcava, respetivamente, 90 km/h
e 40 km/h. O veículo percorreu os 150 m que separavam os dois sinais em 9,0 s.
2.1 
Calcula, em quilómetros por hora, a rapidez média do veículo no percurso entre os dois sinais.
2.2 
Considerando o resultado da questão 2.1, será possível afirmar que o condutor não excedeu os limites
de velocidade permitidos? Justifica a tua resposta.

2.1 DADOS:
d = 150 m = 0,150 km; Dt = 9,0 s
RESOLUÇÃO:
9,0
Dt = 9,0 s + Dt = = 0,0025 h
3600
d 0,150
rm = & rm = = 60 km/h
Dt 0,0025
RESPOSTA: A rapidez média do veículo entre os dois primeiros sinais foi de 60 km/h.
ATIVIDADES
2.2
RESOLUÇÃO:
O resultado da questão 2.1 refere-se à rapidez média no percurso entre os dois sinais, a qual tem um
valor inferior ao valor máximo de velocidade permitido em cada instante naquele troço de estrada.
No entanto, não é possível afirmar que o condutor não excedeu os limites de velocidade, pois o valor
máximo de velocidade permitido pelo primeiro sinal era de 70 km/h e o valor da velocidade do veículo
no momento em que passou esse sinal era superior (90 km/h).

ATIVIDADES

1. Um veículo desloca-se numa estrada retilínea, com uma velocidade constante de valor igual a 20 m/s, quando
o condutor se apercebe de uma situação de perigo. O tempo de reação do condutor é de 0,40 s.
Durante o tempo de travagem do condutor, a aceleração tem um valor constante de -4 m/s2.
1.1 
Justifica o tipo de movimento que o automóvel adquiriu durante a travagem.
1.2 
Determina a distância que o automóvel percorreu desde o instante em que o condutor se apercebe
da situação de perigo e o instante em que inicia a travagem.
1.3 
Determina o tempo de travagem.
1.4 
Traça o gráfico velocidade-tempo que descreve o movimento.
1.5 
Determina, graficamente, a distância de paragem.

37

564829 006-041.indd 37 05/06/15 14:51


AVALIAÇÃO FORMATIVA

ESQUEMATIZAR

1. Completa o esquema substituindo as letras pelos termos corretos.

MOVIMENTO

traduz-se pode alguns tipos são


na alteração da caracterizar-se por

A
Rapidez Velocidade E F
definindo uma
relaciona-se mede Retilíneo
com a variação de
Trajetória uniformemente
variado
pode ser
Intervalo
C pode ser
de tempo

calculado pela Velocidade num G Retardado


B expressão dado intervalo
de tempo
Retilínea D

VERIFICAR

2. C
 omenta a afirmação: Um corpo pode estar simultaneamente em repouso e em movimento.

3. D
 ois automóveis, A e B, descrevem uma trajetória retilínea, com uma rapidez média de 80 km/h. O automóvel A
desloca-se de Lisboa para Castelo Branco, e o automóvel B dirige-se de Castelo Branco para Lisboa.

3.1 
Refere, justificando, se os dois automóveis têm a mesma velocidade.
3.2 
Se os dois automóveis demorarem o mesmo tempo a efetuar os seus percursos, justifica o facto de a rapidez
média ser igual nos dois casos.
3.3 
Determina o tempo que demorou a viagem, sabendo que a distância entre Lisboa e Castelo Branco
é 210 km.

4. Copia a tabela seguinte para o teu caderno e completa-a, apresentando todos os cálculos que tiveres de efetuar.

Corpo rm/(km/h) rm/(m/s) Dt/s d/m

A 100 100
B 37,5 1500
C 100 1250

38

564829 006-041.indd 38 05/06/15 14:51


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

5. O
 bserva os gráficos que se seguem, que descrevem movimentos no sentido positivo com trajetórias retilíneas.

A B C D E

a/(m/s²)

v/(m/s)
v/(m/s)

v/(m/s)
x/m

t/s t/s t/s t/s t/s

u1p43h1 u1p43h2
5.1 Indica o(s) gráfico(s) que u1p43h3
descreve(m) um movimento: u1p43h4 u1p43h5
a) retilíneo uniforme;
b) retilíneo uniformemente variado;
c) retilíneo uniformemente retardado;
d) retilíneo uniformemente acelerado.
5.2 Justifica as respostas dadas na questão 5.1.

6. Um corpo, inicialmente em repouso, atingiu ao fim de 10 s uma velocidade de 25 m/s. Responde às questões
seguintes.
6.1 Caracteriza a aceleração média adquirida pelo corpo, admitindo que se desloca numa trajetória retilínea.
6.2 Refere que tipo de movimento adquiriu o corpo. Justifica a tua resposta.

7. Refere dois fatores de que depende a distância de paragem.

APLICAR

8. N
 a aula de Educação Física, o professor pediu aos alunos que percorressem uma
Aluno Dt/s
distância de 200 m, em linha reta. O professor ficou na linha de partida, junto
a uma árvore. Pediu a um aluno que registasse os intervalos de tempo que Ana 20
os colegas da turma demoravam a percorrer os 200 m.
Luís 25
Na tabela, estão registados os valores obtidos por quatro alunos da turma.
8.1 
Explica por que razão o professor, em relação à árvore junto da linha de Rui 18
partida, está em repouso. Cátia 22
8.2 Identifica o aluno que foi mais rápido a percorrer a distância de 200 m.
8.3 Calcula a rapidez média com que o Rui percorreu os 200 m.

9. Observa a figura, que representa a trajetória de um móvel durante 5 minutos.

2 min
B C
1 min
D
2 min

AB = 40 m BC = 50 m CD = 10 m

9.1 Determina a distância percorrida pelo móvel. u1p44h1


9.2 Calcula a rapidez média:
a) no percurso AB;
b) em todo o percurso.

39

564829 006-041.indd 39 05/06/15 14:51


10. Numa viagem, um automobilista percorreu, no total, uma distância de 105 km. Demorou 40 minutos a percorrer
os primeiros 75 km. Sabendo que a rapidez média de todo o percurso foi de 25 m/s, determina o tempo que
demorou a percorrer os restantes 30 km.

11. A Rita sai de casa às 15 horas e 15 minutos e dirige-se para a escola, que dista x/m t/min
da sua casa 500 m. Na tabela ao lado, estão registadas as posições que a Rita ocupa 0 0
em determinados instantes e que são indicativas do seu movimento.
100 1
11.1 Indica a posição inicial da Rita.
11.2 Traça o gráfico posição-tempo que melhor descreve o movimento da Rita. 200 3
11.3 Refere a hora a que a Rita chegou à escola. 300 6
11.4 Refere, justificando, o intervalo de tempo em que a Rita foi mais rápida. 400 9
11.5 Determina a rapidez média, expressa em unidades do Sistema Internacional,
500 10
no intervalo de tempo [0, 10] min.

12. Observa o gráfico, que traduz o movimento de um ciclista, numa trajetória retilínea.

2000

1500
Posição/m

1000

500

0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo/min

12.1 Descreve o movimento do ciclista nos primeiros 35 minutos de movimento.


u1p44h2
12.2 Refere:
a) durante quanto tempo esteve o ciclista parado;
b) em que posição se encontrava o ciclista no instante t = 35 min;
c) a distância percorrida pelo ciclista no intervalo de tempo [0, 35] min.
12.3 Determina a rapidez média, em m/min, do ciclista no intervalo:
a) [0, 15] min;
b) [15, 25] min;
c) [0, 35] min.
12.4 Explica o movimento do ciclista no intervalo de tempo [35, 50] min.

13. Observa o gráfico, que descreve o movimento de um corpo que se desloca numa trajetória retilínea, durante
120 s.
13.1 Refere em que intervalo de tempo o corpo esteve
em repouso. Justifica a tua resposta.
25
13.2 Caracteriza a aceleração média nos intervalos de tempo:
[0, 20] s, [20, 40] s e [100, 120] s.
Velocidade/(m/s)

20
13.3 Classifica, justificando, para cada intervalo de tempo
considerado na alínea anterior, o tipo de movimento 15
adquirido pelo corpo.
10
13.4 Determina a distância percorrida pelo corpo durante todo
o movimento. 5
13.5 Admitindo que o corpo no instante inicial se encontrava 0
na posição x = 1000 m, indica a posição em que o corpo 0 20 40 60 80 100 120
se encontra no instante t = 60 s. Tempo/s

u1p45h1
40

564829 006-041.indd 40 03/03/16 12:27


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

14. O
 bserva o gráfico, que traduz a variação do valor da velocidade de três corpos que se deslocam numa trajetória
retilínea, durante 5 s.
14.1 
Refere se é possível conhecer através do gráfico 12
a posição inicial de cada um dos corpos. lB
ve
14.2 
Móvel C Mó

Velocidade/(m/s)
Refere, justificando, o tipo de movimento adquirido 9
por cada um dos corpos.
Móvel A
6
14.3 Determina:
a) o valor da aceleração média dos três corpos; 3
b) a distância percorrida por cada um dos corpos.
0
0 1 2 3 4 5
Tempo/s

15. O
 gráfico traduz a variação de velocidade de um motociclo, cujo condutor se apercebe de uma situação
de perigo.
u1p45h2
15.1 Indica: 30

a) o tempo de reação do condutor; 25

Velocidade/(m/s)
b) o tempo de travagem. 20
15.2 Determina:
15
a) o valor da velocidade inicial do condutor expressa
em km/h; 10

b) a distância de paragem. 5
15.3 
Caracteriza a aceleração média adquirida pelo motociclo 0
durante a travagem. 0 0,5 1 2 3 4 4,2 5 6
Tempo/s

u1p45h3

CHEGO ÀS METAS Sim Preciso Tenho


de rever de estudar

1. 
Defino posição de um corpo e concluo que depende de um referencial. pp. 9-10 2 1 0

2. 
Defino trajetória de um corpo e classifico-a em retilínea ou curvilínea. p. 10 2 1 0

3. 
Distingo movimento e repouso e concluo que são conceitos relativos. p. 9 2 1 0

4. 
Defino distância percorrida, distingo instante de intervalo de tempo e determino 2 1 0
intervalos de tempo. pp. 11-12
5. 
Interpreto gráficos posição-tempo para trajetórias retilíneas com movimentos realizados 2 1 0
no sentido positivo da trajetória. pp. 13-14
6. 
Defino rapidez média e caracterizo a velocidade num dado instante por um vetor, com 2 1 0
sentido do movimento, direção tangente à trajetória e valor, que traduz a rapidez com
que o corpo se move. pp. 17-21
7. 
Classifico movimentos retilíneos no sentido positivo em uniformes, acelerados 2 1 0
ou retardados e interpreto gráficos velocidade-tempo. pp. 26-29
8. 
Defino aceleração média, determino valores da aceleração média e caracterizo-a por um 2 1 0
vetor, para movimentos retilíneos sem inversão do sentido. pp. 24-25
9. 
Distingo, numa travagem de um veículo, tempo de reação de tempo de travagem, 2 1 0
indicando os fatores de que depende cada um deles. pp. 33-35
10. Determino distâncias de reação, de travagem e de segurança, a partir de gráficos 2 1 0
velocidade-tempo, indicando os fatores de que dependem. pp. 33-37

0-9 — Tenho de me esforçar mais.  10-15 — Sou capaz de fazer melhor.  16-20 — Tenho de continuar assim!

41

564829 006-041.indd 41 05/06/15 14:51


2
Unidade

FORÇAS E MOVIMENTOS

42

564829 042-077.indd 42 05/06/15 14:52


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

Leis do movimNewen to de Newtonem e interagem.


ton explicam como os objetos se mov

A
s leis do movimento de
a tendência dos objetos para resistir a
A 1.ª Lei de Newton descreve a inércia,
que uma bola em repouso só se movi-
alterações de movimento. É a razão por a vaguear pelo
por que um veículo espacial continua
menta se lhe for aplicada uma força e
todo o combustível.
Sistema Solar mesmo depois de gastar objeto e a
entre a força necessária para mover um
A 2.ª Lei de Newton descreve a relação qua ndo dois obje tos intera-
a lei explica o que sucede
aceleração adquirida por este. A últim sim étric a no prim eiro .
e este exerce uma força
gem: um corpo exerce uma força noutro o Saber,
Quer setem bro de 2014 (adap tado)

COMEÇA POR…
OBSERVAR
1. C
 omo podes caracterizar a força que o nadador
exerce na água? E a força que a água exerce
no nadador, quando este a empurra?

Interpretar
2. N
 o texto apresentam-se as leis do movimento
de Newton. Quantas são?

3. O que é a inércia?

4. De que trata cada uma das leis apresentadas?

Refletir
5. Será que para manter um corpo em movimento
é necessário que sobre ele atue uma força?

AS TUAS METAS
• Caracterizar forças e identificá-las como • Definir a força de atrito como a força que se opõe
o resultado da interação entre corpos. ao deslizamento ou à tendência para esse
• Enunciar e interpretar as três leis de Newton. movimento, que resulta da interação do corpo
• Definir resultante das forças e determinar a sua com a superfície em contacto, e representá-la por
intensidade em sistemas de forças com a mesma um vetor num deslizamento.
direção (sentidos iguais ou opostos) ou com • Dar exemplos de situações do dia a dia em que
direções perpendiculares. se manifestam forças de atrito, avaliar se são
• Identificar as forças sobre um veículo que colide úteis ou prejudiciais, assim como o uso
e usar a Lei Fundamental da Dinâmica no cálculo de superfícies rugosas ou superfícies polidas
da força média que o obstáculo exerce sobre ele. e lubrificadas, justificando a obrigatoriedade
• Justificar a utilização de apoios de cabeça, cintos da utilização de pneus em bom estado.
de segurança, airbags, capacetes e materiais • Concluir que um corpo em movimento no ar está
deformáveis nos veículos com base nas leis sujeito a uma força de resistência que se opõe
da dinâmica. ao movimento.
• Definir pressão, indicar a sua unidade SI,
determinar valores de pressões e interpretar
situações do dia a dia com base na sua definição,
designadamente nos cintos de segurança.

43

564829 042-077.indd 43 05/06/15 14:52


2.1 Forças

No dia a dia são muitas as situações em que se aplicam forças. A força


resulta de uma interação entre dois corpos. Essa interação pode ocorrer
à distância (Figs. 1A, 1B e 1C) ou por contacto (Figs. 1D, 1E e 1F).

A D

B E

C F

Fig. 1 Situações do dia a dia em que se aplicam forças. Essas forças resultam de interações entre dois corpos que podem
ocorrer à distância [A, B e C] ou por contacto [D, E e F].

44

564829 042-077.indd 44 05/06/15 14:53


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

As forças produzem diferentes efeitos. Existem forças que:


• modificam o estado de repouso ou de movimento dos corpos sobre os
quais atuam, alterando a direção, o sentido e/ou o valor da velocidade
do corpo;
• deformam temporária ou permanentemente os corpos.

Estes efeitos nem sempre são facilmente observáveis, nomeadamente


quando as forças atuam em corpos de massa muito elevada ou pouco
deformáveis.

Para que uma força fique completamente caracterizada, é necessário


conhecer o ponto de aplicação da força, a direção, o sentido e a intensi-
dade. Por este motivo, a força `F j é uma grandeza vetorial e pode repre-
sentar-se por um vetor.

A intensidade de uma força pode ser medida com um dinamómetro


(Fig. 2). A unidade de força no Sistema Internacional é o newton (N),
em homenagem ao físico inglês, Isaac Newton (Fig. 3), que viveu entre os
séculos xvii e xviii.

A B

Isaac Newton (1643-1727).


Fig. 3 

Dinamómetro digital [A]; dinamómetro analógico [B].


Fig. 2 

Na tabela, representam-se algumas forças. Para conhecer a sua intensi-


dade, considerou-se a escala: 1 unidade = 5 N.

F1 F2

Direção: Horizontal. Direção: Horizontal.


Sentido: Da esquerda para a direita. Sentido: Da direita para a esquerda.
Intensidade: 10 N. Intensidade: 5 N.

U2P49H4 U2P49H5
F3
F4

Direção: Vertical. Direção: Oblíqua.


Sentido: De cima para baixo. Sentido: Da direita para a esquerda
Intensidade: 10 N. e de cima para baixo.
Intensidade: 15 N.

45

564829 042-077.indd 45 05/06/15 14:53


2.1 Forças

IDEIAS-CHAVE
A força resulta de uma interação entre dois corpos que pode ser de contacto ou à distância.

Por aplicação de uma força pode alterar-se o estado de movimento ou de repouso de um corpo.

Por aplicação de uma força pode deformar-se temporária ou permanentemente um corpo.

A força F é uma grandeza vetorial que, para ficar completamente caracterizada, implica o conhecimento
do seu ponto de aplicação, direção, sentido e intensidade.

A unidade de força no Sistema Internacional é o newton (N).

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. E
 squematiza duas forças verticais, F 1 e F 2, com uma intensidade de 200 N mas com sentidos opostos; escolhe
uma escala adequada.

RESOLUÇÃO:
Para representar uma força vertical com a intensidade de 200 N pode utilizar-se a seguinte escala:
0,5 cm x 0,5 # 200
0,5 cm = 50 N, então: = +x= + x = 2 cm
50 N 200 N 50
Se a força tem sentido de cima para baixo a sua representação é:

F1


Como F 2 tem as mesmas intensidade e direção, mas sentido oposto, a sua representação é:

F2

ATIVIDADES

1. Observa a figura, onde se representam vetorialmente quatro forças aplicadas em quatro corpos distintos.
Responde às questões.
1.1 Caracteriza as forças F 2 e F 3. F2

1.2 Indica duas forças que tenham a mesma intensidade.


1.3 Representa, no teu caderno, uma força com: F3 F4
F1
a) a mesma direção de F 2 e sentido oposto;
b) o sentido oposto à força F 1; 10 N

c) a intensidade dupla da força F 1;


d) a mesma direção e o mesmo sentido da força F 3 e uma intensidade dupla da força F 4.

2. U U2P50H1
 ma força F 1 tem direção horizontal, sentido da esquerda para a direita e a sua intensidade é de 30 N. Utilizando
a escala 1 cm = 10 N, representa:
a) a força F 1;

b) a força F 2, com a mesma direção e o mesmo sentido de F 1, mas com metade da intensidade;

c) a força F 3, com a mesma intensidade de F 1 e direção diferente.

3. Desenvolve um projeto para a construção de um dinamómetro. Com o dinamómetro que construíste, planifica
uma atividade laboratorial que te permita medir a intensidade de diferentes forças.
Sugestão: Podes utilizar uma mola em hélice, uma régua graduada e massas marcadas.

46

564829 042-077.indd 46 05/06/15 14:53


2.2 Lei da Ação-Reação

Sempre que dois corpos, A e B, interagem, o corpo A exerce uma força no


corpo B aF A/Bk, e o corpo B exerce, em simultâneo, uma força no corpo A
aF B/A k. Estas forças caracterizam-se por possuir:
• pontos de aplicação em corpos diferentes;
• a mesma direção;
• a mesma intensidade;
• sentidos opostos.

Estas forças são simétricas e constituem um par, em que cada uma das
forças é exercida sobre um dos corpos entre os quais existe interação.

Por exemplo, quando dois patinadores deslizam (Fig. 4), a força que a
patinadora A exerce sobre o patinador B aF A/Bk é simétrica da força que
o patinador B exerce sobre a patinadora A aF B/A k:

F A/B = -F B/A

B
A

F A/B F B/A

A força que A exerce em B é simétrica da força que B exerce em A.


Fig. 4 

As forças associadas à mesma interação constituem um par ação-reação,


sendo indiferente classificar uma ou outra força de ação ou reação.
As forças atuam sempre aos pares.

• F A/B: Força que o corpo A exerce sobre o corpo B.


• F B/A: Força que o corpo B exerce sobre o corpo A.

As forças que constituem um par ação-reação são aplicadas em corpos


distintos. A força F A/B é aplicada no corpo B e a força F B/A é aplicada no
corpo A.

47

564829 042-077.indd 47 05/06/15 14:53


2.2 Lei da Ação-Reação

Apresentam-se na tabela alguns exemplos de pares ação-reação.

N (F mesa/livro ) F Terra/corpo

F corpo/Terra F jogador/bola
A (F livro/mesa )

F bola/jogador

F livro/mesa: Força que o livro exerce F corpo/Terra: Força que o corpo exerce F jogador/bola: Força que o jogador
sobre a mesa. sobre a Terra. exerce sobre a bola.
F mesa/livro: Força que a mesa exerce F Terra/corpo: Força que a Terra exerce F bola/jogador: Força que a bola exerce
sobre o livro.
u2p55h1
sobre o corpo.
u2p55h2
U2P52H3
sobre o jogador.
F livro/mesa = -F mesa/livro F corpo/Terra = -F Terra/corpo F jogador/bola = -F bola/jogador

As forças que constituem um par ação-reação têm a mesma direção, a mesma intensidade e sentidos opostos.
São sempre aplicadas em corpos diferentes.

Relativamente ao primeiro esquema da tabela, no caso em que um livro


está assente sobre a superfície de uma mesa, o livro exerce uma força
sobre essa superfície e esta exerce, em simultâneo, uma força sobre o
livro, cuja direção é perpendicular à superfície da mesa. Esta força é
N geralmente designada por reação normal ou, simplesmente, normal `N j.

No segundo exemplo, a força que a Terra exerce no corpo traduz a força


gravítica aF g k . Esta é a força com que o corpo é atraído para o centro da
Terra e também se pode designar por peso `P j.
P
Na figura 5 está representado um corpo, em repouso, em cima de uma
mesa. Também se representam as forças que nele atuam. Nota que N
(reação normal) e P não constituem um par ação-reação, apesar de estas
Forças aplicadas num
Fig. 5 
forças terem a mesma intensidade, a mesma direção e sentido oposto.
corpo em repouso.
Estas duas forças estão aplicadas no mesmo corpo.

No terceiro exemplo, a força que o jogador exerce na bola e a força que


a bola exerce no jogador são simétricas e aplicadas em corpos distintos.
Estas duas forças constituem um par ação-reação.

A 3.ª Lei de Newton ou Lei da Ação-Reação traduz o facto de as forças


resultarem de interações, não existindo isoladas mas manifestando-se
sempre aos pares. A 3.ª Lei de Newton estabelece que:

Quando um corpo exerce uma força sobre outro, este reage, exer-
cendo uma força sobre o primeiro, a qual se caracteriza por ter a
mesma direção e a mesma intensidade, mas sentido oposto.

48

564829 042-077.indd 48 05/06/15 14:53


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
As forças resultam de interações e atuam sempre aos pares.

A 3.ª Lei de Newton ou Lei da Ação-Reação estabelece que quando um corpo exerce uma força sobre
outro, este reage, exercendo uma força sobre o primeiro, a qual se caracteriza por ter a mesma direção
e a mesma intensidade, mas sentido oposto.

As forças que constituem um par ação-reação são sempre aplicadas em corpos diferentes e, por isso,
nunca se anulam mutuamente.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. R
 epresenta, para a situação sugerida na imagem, interações que se
estabelecem entre a mola e a mão.

RESOLUÇÃO:
Quando se estica uma mola, deformando-a, a mão exerce uma força
sobre a mola: F 1. No entanto, a mola também exerce uma força sobre
a mão: F 2. As forças F 1 e F 2 constituem um par ação-reação, de tal
forma que:

F 1 = -F 2 F2

u2p53h1
F1

ATIVIDADES

u2p53h2
1. Observa as figuras e identifica, justificando, os pares ação-reação que se evidenciam em cada caso.

A F1 F2 B C

F6
F7
F3 F5 F8
FF
99
F4
F10

2. A
 figura representa uma menina a passear o seu cão pela trela. Considera apenas os corpos: menina, trela, cão
e chão. Identifica e representa os pares ação-reação.
U2P53H4
U2P53H3 U2P53H5

49

564829 042-077.indd 49 05/06/15 14:53


2.3 Resultante de um sistema de forças

De uma forma geral, sobre um corpo atua mais do que uma força (Fig. 6).
Assim, diz-se que sobre o corpo atua um sistema de forças.

No jogo da corda, sobre a corda atua mais do que uma força, atua um
Fig. 6 
sistema de forças.

As várias forças que atuam sobre um corpo, no seu conjunto, produzem


o mesmo efeito que seria produzido se uma única força atuasse nesse
corpo (Fig. 7). Esta força designa-se por força resultante ou resultante de
um sistema de forças aF Rk.

F4 F1

F2
F3

F2
F3
U2P54H3
F4

F1

Fig. 7 Sistema de forças aplicadas num automóvel.

A força resultante aF Rk é igual à soma vetorial de todas as forças aplica-


U2P54H2
das no corpo:

FR = F1 + F 2 + F 3 + F 4 + …

N em que F 1, F 2, F 3 e F 4 são as forças que atuam no corpo.

Quando um corpo está em repouso sobre uma superfície, nele atuam


duas forças: o peso `P j e a reação normal `N j (Fig. 8). Apesar de o corpo
P
estar em repouso, está sujeito à atuação de forças. No entanto, no
Peso de um corpo e reação
Fig. 8  seu conjunto, as forças que atuam no corpo têm uma resultante nula:
normal. P + N = 0.
50

564829 042-077.indd 50 05/06/15 14:54


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

Assim, quando um corpo está em repouso (Fig. 9), não significa que sobre
ele não atuem forças. Quando um corpo está em repouso, significa que
é nula a resultante das forças que nele atuam.

Quando um corpo está em repouso, as forças que nele atuam têm


Fig. 9 
resultante nula.

Quando um corpo está em repouso, está sujeito à ação de forças.


No entanto, a resultante dessas forças é nula.

Para determinar a resultante de um sistema de forças utilizam-se as regras


de cálculo vetorial (adição e subtração de vetores).

Resultante de um sistema de forças que atuam na mesma direção e no mesmo sentido


F1 F2 A força resultante terá:
• direção, sentido e ponto de aplicação iguais aos
FR
das forças aplicadas;
• intensidade igual à soma das intensidades das forças
aplicadas:
FR = F1 + F2

Resultante de um sistema de forças que atuam na mesma direção, mas em sentidos opostos

A força resultante terá:


F2 F1
U2P55H3 • direção e ponto de aplicação iguais aos das forças
FR aplicadas;
• sentido igual ao da força de maior intensidade;
• intensidade igual à diferença das intensidades
das forças aplicadas:
FR = F1 - F2 (F1 > F2)

Resultante de um sistema de forças com direções perpendiculares

A força resultante terá:


F1 F1 FR • direção e sentido correspondentes ao do vetor obtido
por aplicação da regra do paralelogramo;
U2P55H4 F2
• intensidade igual à obtida por aplicação do Teorema
F2 de Pitágoras:
(FR)2 = (F1)2 + (F2)2

51
U2P56H1
564829 042-077.indd 51 05/06/15 14:54
2.3 Resultante de um sistema de forças

IDEIAS-CHAVE
Num corpo pode atuar mais do que uma força (sistema de forças); estas forças, no seu conjunto, produzem
o mesmo efeito que seria produzido se uma única força atuasse nesse corpo — força resultante aF Rk.

A direção, o sentido e a intensidade da resultante das forças dependem das características das forças
aplicadas.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Observa a figura e caracteriza a resultante das forças.

RESOLUÇÃO:
As duas forças, F 1 e F 2, têm a mesma direção mas sentidos F3
opostos, pelo que a sua resultante tem a mesma direção
e o mesmo sentido da força F 2 (força com maior intensidade).
A intensidade da resultante das forças
F1
F 1 e F 2 é FR1,2 = F2 - F1 = 5 - 2 = 3 N.
F2
A direção e o sentido da resultante das forças F R e F 3 podem
1, 2

ser obtidos por aplicação da regra do paralelogramo.


A intensidade da resultante das forças obtém-se por aplicação F1 = 2 N F2 = 5 N F3 = 4 N
do Teorema de Pitágoras:
_FRi2 = _FR1,2i2 + _F3i2 & _FRi2 = 32 + 42 + _FRi2 = 25 + FR = 25 + FR = 5 N

u2 p43 h5
FR
F3

FR, 1, 2

ATIVIDADES
U2P56H3
1. Copia para o teu caderno as frases que se seguem e completa-as, de forma a obteres afirmações verdadeiras.
A. Duas forças F 1 e F 2 com a mesma direção e o mesmo sentido estão aplicadas no mesmo corpo.
A força resultante tem a direção das forças (1) e o (2) sentido. A intensidade da força resultante
é (3) à (4) das intensidades das forças aplicadas.
B. Duas forças F 3 e F 4 com a mesma direção e sentido oposto são aplicadas no mesmo corpo.
A força resultante tem a direção das forças (5) e o (6) da força componente de maior intensidade.
A intensidade da força resultante é igual à (7) das intensidades das forças aplicadas.

2. Observa a figura ao lado, em que os vetores representam forças aplicadas F1 F2


em corpos.
2.1 Caracteriza a força F 1.
2.2 Caracteriza a força resultante quando se aplicam em simultâneo,
no mesmo ponto, as três forças representadas.
F3

5N

52
U2P56H4
564829 042-077.indd 52 05/06/15 14:54
2.4 Lei Fundamental da Dinâmica

A aceleração de um corpo traduz a variação da sua velocidade num inter-


valo de tempo, pelo que, quando a aceleração é nula, a sua velocidade
mantém-se constante. Assim, quando um corpo está em repouso, se não
for sujeito a nenhuma aceleração num dado intervalo de tempo, não ocorre
variação de velocidade, pelo que o corpo continuará em repouso.

No caso de o corpo estar em movimento e o valor da aceleração ser nulo,


a sua velocidade mantém-se constante. Neste caso, o corpo está ani-
mado de movimento retilíneo uniforme.

Assim, quando a resultante das forças é nula, F R = 0, o corpo perma-


nece em repouso ou mantém constante a sua velocidade. Quando a
resultante das forças é nula, a aceleração também é nula e não ocorre
variação de velocidade.

Quando, num passeio, duas pessoas empurram os respetivos carrinhos


Corpos com diferentes
de bebé, aplicam uma força. Admitindo que esta é a única força que atua
massas adquirem acelera-
na direção do movimento e que se mantém constante, verifica-se que, no
ções diferentes sob ação
mesmo intervalo de tempo, quanto maior é a massa do corpo, menor é a
de forças de igual intensi-
variação de velocidade, isto é, menor é a aceleração (Fig. 10). Desta
dade.
forma, o valor da aceleração de um corpo é inversamente proporcional
à sua massa, para o mesmo valor da força aplicada.

F F

Para a mesma força resultante, a aceleração será tanto maior, quanto


Fig. 10 
menor for a massa do corpo.

U2P57H1 U2P57H2 A força resultante aF Rk e


Por outro lado, admitindo que a única força que atua na direção do movi-
a aceleração do corpo ^ah
mento é a força aplicada no carrinho e que a massa do carrinho é cons-
são duas grandezas dire-
tante, verifica-se que, para o mesmo intervalo de tempo, a variação de
tamente proporcionais.
velocidade é tanto maior, quanto maior for a força aplicada (Fig. 11).

F F

Fig. 11 
Para a mesma massa, a aceleração será tanto maior, quanto maior for
a força aplicada.

U2P58H1 U2P58H2 53

564829 042-077.indd 53 05/06/15 14:54


2.4 Lei Fundamental da Dinâmica

Assim, para a mesma massa, quanto maior é a resultante das forças apli-
cadas num corpo aF Rk, maior é a aceleração ^ah adquirida por esse corpo.
A força resultante aF Rk e a aceleração do corpo ^ah são duas grandezas
diretamente proporcionais. Esta relação é descrita pela expressão:

FR = m ◊ a

que representa a Lei Fundamental da Dinâmica ou 2.ª Lei de Newton.

F1 F2 F3 A constante de proporcionalidade representa-se por m e denomina-se


a1 = a2 = a3 = m = constante
massa inercial (Fig. 12). Esta é uma propriedade de todos os corpos,
F/N sendo uma medida da resistência que todos os corpos apresentam para
F3
alterar o seu estado de repouso ou de movimento. A unidade de massa
F2
inercial no Sistema Internacional é o quilograma (kg).

O valor da força que é necessário aplicar a um corpo de massa 1 kg, para lhe
F1
provocar uma aceleração de valor igual a 1 m/s2, corresponde a 1 N, ou seja:
1 N = 1 kg ◊ 1 m/s2
A força resultante aF Rk e a aceleração ^ah são duas grandezas vetoriais,
a1 a2 a3 a /(m/s2)

Fig. 12 P
 roporcionalidade direta
pelo que, quando num corpo a resultante das forças é não nula, ele
U2P58H3
entre a intensidade
da força resultante (FR) adquire uma aceleração que tem a mesma direção e o mesmo sentido
e o valor da aceleração (a). que a força resultante.

De acordo com a Lei Fundamental da Dinâmica:

A força resultante do sistema de forças que atuam num corpo


produz nesse corpo uma aceleração com a mesma direção e o
mesmo sentido da força resultante, cuja intensidade é diretamente
proporcional à intensidade da força resultante.

No movimento retilíneo uniformemente acelerado, a velocidade e a ace-


leração têm o mesmo sentido, pelo que a velocidade tem o mesmo sen-
tido da força resultante e da aceleração (Fig. 13A). Se o corpo estiver ani-
mado de movimento retilíneo uniformemente retardado, a velocidade
tem sentido oposto ao da força resultante e ao da aceleração (Fig. 13B).

A Movimento retilíneo No movimento retilíneo


uniformemente acelerado uniformemente acelerado,
a velocidade ^v h, a aceleração ^ah
e a força resultante aF Rk têm o mesmo
v a FR

sentido.

B Movimento retilíneo No movimento retilíneo


uniformemente retardado uniformemente retardado,
FR a v a velocidade ^v h tem sentido oposto
U2P59H1 aos da aceleração ^ah e da força
resultante aF Rk.
Fig. 13 A
 aceleração tem a mesma direção e o mesmo sentido da força resultante [A] e [B]. A velocidade pode ter
o mesmo sentido [A] ou sentido oposto [B].

54
U2P59H2
564829 042-077.indd 54 05/06/15 14:55
BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

Desta forma, o corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo


uniforme, quando o valor da aceleração é nulo, isto é, quando a resul-
tante das forças é nula. Caso a força resultante seja não nula e constante,
a aceleração é constante e o corpo está animado de movimento retilíneo
uniformemente variado.

ATIVIDADE LABORATORIAL
MATERIAL
• 3 corpos com diferentes massas (por exemplo: 100 g, 200 g e 300 g)
• 1 balança
• 1 dinamómetro

PROCEDIMENTO
1. A nalisa a escala do dinamómetro que vais usar e regista o alcance
e a menor divisão da escala.
2. Utilizando a balança, determina a massa (m) de cada um dos corpos
e regista o seu valor.
3. Mede com o dinamómetro o peso (P) de cada um dos corpos e regista
o seu valor.

OBSERVAÇÕES
100 g
1. C
 onstrói uma tabela com os valores da massa, do peso e do quociente 200 g
entre o peso e a massa para os três corpos. 300 g

CONCLUSÕES
1. O que podes concluir relativamente ao quociente entre os valores do peso e da massa dos corpos?
2. Qual é a relação entre a massa e o peso de um corpo? u2p60h1

O quociente entre o valor do peso de um corpo e a sua massa é cons-


A constante de propor-
tante, ou seja, o peso de um corpo e a sua massa são grandezas direta-
cionalidade entre o valor
mente proporcionais:
do peso e a massa de um
P _Ni 0,98 1,96 2,94 corpo é o valor da acele-
= = = = 9,8 N/kg
m _kgi 0,100 0,200 0,300 ração gravítica. No pla-
neta Terra:
Na Terra, a constante de proporcionalidade entre o valor do peso de um P = m ◊ 9,8 N
corpo (P) e a sua massa (m) é, aproximadamente, 9,8 N/kg ou 9,8 m/s2. ou por simplicidade de
Nesta situação, o peso corresponde à força resultante que atua no corpo. cálculo:
Assim, de acordo com a 2.ª Lei de Newton, a constante de proporciona- P = m ◊ 10 N
lidade entre o valor do peso e a massa é uma aceleração. De facto, este
valor corresponde à intensidade do vetor da aceleração gravítica no pla-
neta Terra _g i (Fig. 14). Assim:

P=m×g
g
O peso do corpo depende da aceleração gravítica e esta varia de local
para local e de planeta para planeta. Para o planeta Terra, g = 9,8 m/s2,
a expressão que permite determinar o valor do peso de um corpo quando P

se conhece a sua massa é:


Fig. 14 O peso `P j e a aceleração
P = m ◊ 9,8 N gravítica _g i têm a mesma
direção e o mesmo sentido.
U2P61H1 55

564829 042-077.indd 55 05/06/15 14:55


2.4 Lei Fundamental da Dinâmica

IDEIAS-CHAVE
Corpos com diferentes massas adquirem acelerações diferentes sob ação de forças de igual intensidade.

O módulo da aceleração de um corpo é inversamente proporcional à sua massa, para a mesma intensidade
da força aplicada.

A força resultante aF Rk e a aceleração ^ah são duas grandezas diretamente proporcionais.

De acordo com a Lei Fundamental da Dinâmica, a força resultante do sistema de forças que atuam num
corpo produz nele uma aceleração com a mesma direção e o mesmo sentido da força resultante, que
é tanto maior, quanto maior for a intensidade da força resultante: F R = m ◊ a.

A expressão P (N) = m (kg) ◊ 9,8 (ou em aproximação P = m × 10) permite calcular o peso de um
corpo na Terra, quando se conhece a sua massa, e é uma aplicação da 2.ª Lei de Newton.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. A
 um corpo com 3000 g de massa é aplicada uma força F constante
com uma intensidade de 12 N. Sabendo que no corpo também atua
uma força aF ak com sentido contrário ao
do movimento e com a intensidade de 3 N, determina:
a)
o valor do peso do corpo à superfície do planeta Terra; F
b)
o valor da aceleração adquirida pelo corpo;
Fa
c) a variação da velocidade do corpo ao fim de 2,0 s de movimento.

a)
DADOS: m = 3000 g = 3,000 kg; g = 10 m/s2
CÁLCULOS: P = m ◊ g & P = 3,000 ◊ 10 + P = 30 N
RESPOSTA: A intensidade do peso do corpo é 30 N.

b)
DADOS: F = 12 N; Fa = 3 N; m = 3,000 kg
CÁLCULOS: FR = F - Fa (a força F a tem sentido contrário ao do movimento)
FR = 12 - 3 = 9 N
U2P62H1

Aplicando a 2.ª Lei de Newton: FR = m ◊ a
9
9 = 3,000 ◊ a + a = + a = 3 m/s2
3,000
RESPOSTA: O valor da aceleração é de 3 m/s2.

c)
DADOS: a = 3 m/s2; Dt = 2,0 s; Dv = ?
Dv Dv
CÁLCULOS: am = &3= + Dv = 6 m/s
Dt 2,0
RESPOSTA: O valor da variação da velocidade é igual a 6 m/s.

ATIVIDADES

1. Determina a intensidade da força resultante aplicada a um corpo de massa 1,5 kg que adquire uma aceleração
de valor igual a 4 m/s2.

2. A um corpo com 200 g de massa, inicialmente em repouso, é aplicado um sistema de forças cuja resultante tem
uma intensidade tal que o corpo em 5 s adquire uma velocidade de 20 m/s.
2.1 D
 etermina o valor do peso do corpo.
2.2 Determina o valor da aceleração adquirida pelo corpo.
2.3 Caracteriza a força resultante que atua no intervalo de tempo considerado.
2.4 Representa os vetores P, F R, a e v .
2.5 Refere o tipo de movimento adquirido pelo corpo. Justifica a tua resposta.

56

564829 042-077.indd 56 05/06/15 14:55


2.5 Lei da Inércia

Quando, num automóvel, o condutor faz uma travagem brusca, os pas-


sageiros que viajam dentro do veículo sentem-se projetados para a frente
(Fig. 15A). Já quando se inicia o movimento, os passageiros sentem-se
impelidos para trás (Fig. 15B).

A B

Movimento de um passageiro dentro de um automóvel quando o condutor


Fig. 15 
trava bruscamente [A] e quando inicia o movimento [B].

U2P63H1 U2P63H2
Todos os corpos têm tendência para manter o seu estado de repouso ou
de movimento. Um corpo em repouso continuará indefinidamente em
repouso (Fig. 16), se a resultante das forças que atuam nesse corpo for
nula (Fig. 17).

TU ÉS PREGUIÇOSO. ESTOU A TESTAR PREGUIÇOSO, “CORPOS EM


PREGUIÇOSO. NÃO… ESTOU UMA DAS LEIS PREGUIÇOSO, REPOUSO TENDEM
A FAZER UMA DA FÍSICA. PREGUIÇOSO. A PERMANECER
EXPERIÊNCIA EM REPOUSO”.
CIENTÍFICA.

Um corpo em repouso continuará em repouso enquanto F R = 0 N.


Fig. 16  Garfield, Jim Davis© 1989 Paws, Inc.
All Rights Reserved / Dist. Universal Uclick

A resultante das forças qua atuam num corpo também é nula quando o
corpo está animado de movimento retilíneo uniforme (velocidade cons- N

tante) (Fig. 18).


P

Fig. 17 
A resultante das forças
que atuam num corpo
em repouso é nula.

Fig. 18 A resultante das forças que atuam num corpo com movimento retilíneo
uniforme é nula.

57

564829 042-077.indd 57 05/06/15 14:55


2.5 Lei da Inércia

Assim, todos os corpos apresentam resistência à alteração do seu estado


de repouso ou de movimento retilíneo uniforme. Esta conclusão corres-
ponde à 1.ª Lei de Newton:

Todo o corpo permanecerá em repouso ou com movimento retilí-


neo uniforme (velocidade constante), se a resultante das forças
que atuam no corpo for nula.

A inércia de um corpo traduz a resistência desse corpo à alteração do


seu estado de repouso ou movimento. É uma propriedade física de todos
os corpos, sendo medida pela sua massa inercial: quanto maior é a
massa de um corpo, maior é a resistência à alteração do seu estado de
repouso ou movimento, ou seja, maior é a sua inércia (Fig. 19).

F2
F1

Fig. 19 A inércia do automóvel é maior, pelo que a força a aplicar para movimentar
a bicicleta é menor do que a força necessária para movimentar o automóvel.

A inércia é maior no automóvel do que na bicicleta, pelo que, para produ-


Quanto maior é a massa
U2P64H1
zir o mesmo efeito, é necessário aplicar uma força maior no automóvel.
de um corpo, maior é a
resistência que oferece à Devido à inércia, os passageiros de um automóvel sentem-se projetados
alteração do seu estado para a frente quando surge uma travagem brusca (Fig. 20) ou impelidos
de repouso ou de movi- contra o banco quando o automóvel inicia o movimento. Esta sensação
mento, ou seja, maior é a resulta de os passageiros se encontrarem dentro de um automóvel em
sua inércia. aceleração. Relativamente à estrada, os passageiros apenas tendem a
manter o seu estado de movimento ou de repouso.

Garfield, Jim Davis© 1989 Paws, Inc.


All Rights Reserved / Dist. Universal Uclick
HUMMM…PARA QUE SERVE NÃO MEXAS NO TRAVÃO
ESTA ALAVANCA? DE MÃO, GARFIELD!

Fig. 20 A inércia explica por que razão os passageiros de um automóvel se


sentem projetados para a frente durante uma travagem brusca.

58

564829 042-077.indd 58 05/06/15 14:55


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
A inércia é uma propriedade física de todos os corpos que traduz a oposição que estes oferecem
à alteração do seu estado de repouso ou de movimento.

A inércia é tanto maior, quanto maior é a massa do corpo.

A 1.ª Lei de Newton ou Lei da Inércia estabelece que todo o corpo permanecerá em repouso ou com
movimento retilíneo uniforme (velocidade constante), se a resultante das forças que atuam no corpo for
nula.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Explica a situação representada nas figuras ao lado.

RESOLUÇÃO:

O corpo, de acordo com a Lei da Inércia,
tem tendência para manter o seu estado
de repouso ou de movimento retilíneo uniforme.
Neste caso, a garrafa está em repouso em cima
de uma mesa. De acordo com a 1.ª Lei de Newton,
a garrafa tem tendência a manter-se em repouso
em relação à mesa, pelo que, quando se puxa
a toalha, a garrafa permanece imóvel em cima
da mesa.

ATIVIDADES

1. Observa atentamente a figura 16 da página 57 e comenta a resposta do Garfield.

2. Explica a situação que a imagem sugere.


U2P65H1

3. O
 bserva as figuras e refere em que situação a inércia é maior. Justifica a tua resposta.

A B

U2P65H2

59

564829 042-077.indd 59
U2P65H3 U2P65H4 05/06/15 14:55
2.6 Força de colisão

Quando o condutor, ao circular no seu veículo, numa estrada, se aper-


cebe de um obstáculo, trava. No entanto, se a distância de paragem
é superior à distância a que se encontra o obstáculo, ocorre uma colisão.

Durante a colisão, o carro exerce uma força sobre o obstáculo, mas este
também exerce uma força sobre o veículo (Fig. 21). Estas duas forças
constituem um par ação-reação. Define-se força de colisão aF colisãok como
a força que o obstáculo exerce no veículo que com ele colide.

Fcolisão Fcarro/parede

Fig. 21 Força de colisão _F colisãoi.

Durante o intervalo de tempo em que a força de colisão está a atuar, a


velocidade do automóvel diminui até zero. Admitindo que a força de coli-
são é constante, a aceleração também é constante e tem a direção e o
sentido da força de colisão.
U2P66H1
Recorrendo à 2.ª Lei de Newton:
Intensidade da força de
colisão: F R = m × a,
vi
Fcolisão = -m ◊ pode determinar-se o valor da força de colisão, sabendo que:
Dt
vf - vi
am = e vf = 0 m/s.
Dt

Assim:

vi
Fcolisão = -m ◊
Dt

O sinal negativo indica que a força que atua no automóvel, durante a


colisão, tem sentido contrário ao do movimento.

60

564829 042-077.indd 60 05/06/15 14:56


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

Da expressão anterior, é possível concluir que:


• Para a mesma velocidade inicial e para o mesmo intervalo de tempo de
atuação da força, a intensidade da força de colisão é tanto maior,
quanto maior for a massa do corpo (Fig. 22).

Menor massa Maior massa


Maior massa

Força de colisão mais


intensa

Fcolisão Fparede Fcolisão Fparede

Fig. 22 Quanto maior é a massa do corpo, maior é a intensidade da força


de colisão e mais danificado fica o corpo.
U2P66H2
• Para corpos com a mesma massa e para o mesmo intervalo de tempo
de atuação da força, a intensidade da força de colisão é tanto maior
quanto maior for a velocidade inicial (Fig. 23).

Menor velocidade Maior velocidade


Maior velocidade inicial

Força de colisão mais


Fque destrói
a parede
Fque destrói
a parede
intensa
Fcolisão Fcolisão

Fig. 23 Quanto maior é a velocidade inicial, maior é a intensidade da força


de colisão mais danificado fica o corpo.

• Quanto maior é o intervalo de tempo de atuação da força de colisão,


U2P67H1 Maior tempo de colisão
isto é, quanto maior é o tempo de colisão, menor é a intensidade da
força de colisão (Fig. 24).

Força de colisão menos


interior

Fig. 24 Quando os materiais envolvidos na colisão são facilmente deformáveis,


o intervalo de tempo de atuação da força de colisão é maior e a
intensidade da força de colisão diminui.

61

564829 042-077.indd 61 05/06/15 14:56


2.6 Força de colisão

IDEIAS-CHAVE

Define-se força de colisão _F colisãoi como a força que o obstáculo exerce no corpo que colide.

Recorrendo à 2.ª Lei de Newton, pode determinar-se a intensidade da força de colisão:


vi
F colisão = -m ◊
Dt
O sinal negativo indica que o sentido da força de colisão é contrário ao sentido do movimento do veículo.

Quanto maior é a massa do corpo, maior é a intensidade da força de colisão.

Quanto maior é a velocidade inicial, maior é a intensidade da força de colisão.

Quanto maior é o intervalo de atuação da força de colisão, isto é, quanto maior é o tempo de colisão,
menor é a intensidade da força de colisão.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. D
 ois automóveis com a mesma massa circulam a diferentes velocidades: um circula a 45 km/h e o outro
a 60 km/h, quando embatem no mesmo obstáculo. Refere em qual dos automóveis é maior a intensidade
da força de colisão. Justifica a tua resposta.

RESPOSTA:
 ara veículos com a mesma massa, a intensidade da força de colisão é, de acordo com a 2.ª Lei de Newton,
P
tanto maior quanto maior for o valor da velocidade de circulação no instante em que ocorreu o choque.
Assim, a intensidade da força de colisão é maior na situação em que o automóvel circula com uma
velocidade de 60 km/h, supondo que o tempo de colisão é igual.

ATIVIDADES

1. Transcreve as frases seguintes para o teu caderno e completa-as utilizando as palavras «maior» ou «menor».
A. Quanto maior é a massa do corpo, (1) é a intensidade da força
de colisão.
B. Quanto (2)
é a velocidade inicial, (3) é a intensidade da força de colisão.
C. Quanto (4)
é o intervalo de atuação da força de colisão, isto é, quanto maior é o tempo de colisão, (5)
é a intensidade da força de colisão.

2. U
 m automóvel com 0,9 ton de massa circula com velocidade de 60 km/h, quando colide com um muro.
Determina a intensidade da força de colisão, admitindo que o tempo de colisão foi de 0,2 s.

3. D
 ois corpos, A e B, com massas iguais deslocam-se a velocidades com diferentes módulos quando colidem num
obstáculo. Sabendo que o tempo de colisão do corpo A é o dobro do tempo de colisão do corpo B e que
as forças de colisão são iguais nos dois casos, determina a relação entre os módulos das velocidades dos corpos.

4. S
 eleciona a opção correta.
A. A força de colisão tem o mesmo sentido do movimento do veículo.

B. Quanto maior é a massa do corpo, maior é a intensidade da força de colisão.

C. Quanto maior é a velocidade de circulação, menor é a intensidade da força de colisão.

D. Quanto menor é o tempo de colisão, menor é a intensidade da força de colisão.

62

564829 042-077.indd 62 05/06/15 14:56


2.7 Pressão

Quando se caminha pela areia da praia, vão ficando marcadas as pega-


das, umas mais profundas do que outras (Fig. 25). Isto acontece porque
existe uma força de contacto que se exerce perpendicularmente à super-
fície da areia e que se transmite de modo uniforme por toda a superfície.

A pressão é a grandeza escalar que mede a intensidade da força (F )


exercida por unidade de área (A) dessa superfície. É este conceito que
permite compreender por que razão uma pessoa que caminha na neve
com calçado vulgar deixa marcas profundas (Fig. 26A), mas quando cami-
nha com esquis deixa marcas menos profundas (Fig. 26B). Nos dois
casos, a força exercida é a mesma, porém, no caso em que se utilizam Pegadas na areia.
Fig. 25 
esquis, a área é maior e, consequentemente, a pressão é menor.

A B

Marcas deixadas na neve por uma mesma pessoa que caminha com
Fig. 26 
calçado normal [A] e com esquis [B].

A pressão depende da intensidade da força exercida e da área de con-


tacto.

ATIVIDADE PRÁTICA
MATERIAL
• 2 recipientes com areia
• 2 tijolos com massa igual

PROCEDIMENTO
1. C
 oloca cada um dos tijolos, lado a lado, sobre a areia, um com
a superfície de maior área em contacto com a areia, e o outro com
a superfície de menor área.
2. R
 etira ambos os tijolos da posição inicial.

OBSERVAÇÃO
1. 
Observa as marcas
deixadas pelos dois
tijolos na superfície
da areia.

63

564829 042-077.indd 63 05/06/15 14:56


2.7 Pressão

A areia fica marcada devido à intensidade da força exercida pelo tijolo


A pressão é tanto maior,
na areia, que é igual nas duas situações (valor igual ao do peso do tijolo).
quanto menor for a área
No entanto, no caso em que a área da superfície de contacto é maior,
da superfície de contacto.
a marca na areia é menos profunda, pois a pressão é menor.

ATIVIDADE PRÁTICA
MATERIAL
• 2 recipientes com areia
• 3 tijolos com massa igual

PROCEDIMENTO
1. C oloca dois dos tijolos, um sobre o outro, e apoia-os na areia sobre
a superfície de maior área.
2. Coloca, ao lado, o terceiro tijolo, também apoiado na areia sobre
a superfície de maior área.
3. Retira os tijolos destas posições.

OBSERVAÇÃO
1. 
Observa as marcas deixadas pelos tijolos na superfície da areia.

A marca deixada na areia, apesar de a área da superfície de contacto ser


A pressão é tanto maior,
a mesma, é mais profunda no caso de os dois tijolos estarem colocados
quanto maior for a inten-
um por cima do outro. A pressão é tanto maior, quando maior for a
sidade da força exercida
intensidade da força exercida na superfície de contacto. Assim, a pres-
na superfície de contacto.
são pode ser calculada recorrendo à expressão:

F
p=
A

em que F é a intensidade da força exercida, expressa no Sistema Inter-


nacional (SI) em newton (N); A é a área da superfície de contacto
expressa no SI em metros quadrados (m2), e p é a pressão expressa no
Sistema Internacional em pascal (Pa).

1 Pa = 1 N/m2

Fig. 27 Blaise Pascal A unidade pascal usada para a pressão é uma homenagem a Blaise Pas-
(1623-1662). cal (Fig. 27), físico e matemático francês, que viveu no século xvii.
64

564829 042-077.indd 64 05/06/15 14:57


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
A pressão (p) é uma grandeza escalar que traduz a intensidade da força (F ) exercida numa superfície
de contacto por unidade de área (A):
F
p=
A
A pressão será tanto maior, quanto maior for a intensidade da força exercida na superfície de contacto
e quanto menor for a área da superfície de contacto.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Observa as imagens e explica cada uma das situações recorrendo ao conceito de pressão.

A B

RESOLUÇÃO:
Figura A: O cinto de segurança permite diminuir a pressão que é exercida sobre os passageiros, devido
ao aumento da área em que a força se exerce.
Figura B: A mesma pessoa quando calça sapatos de salto alto exerce força numa superfície muito pequena,
pelo que a pressão no chão é maior do que quando a mesma pessoa calça uns ténis.

ATIVIDADES

1. Observa as imagens e explica cada uma das situações recorrendo ao conceito de pressão.

A B

2. Um elefante e uma senhora exercem sobre o solo uma força com uma intensidade igual a 40 000 N
e 600 N, respetivamente. Admite que cada pata do elefante tem uma área de 0,1 m2 e que os sapatos
da senhora têm uma área de 5 cm2. Justifica, apresentando os cálculos, qual dos dois — o elefante
ou a senhora — exerce uma pressão maior no solo.

65

564829 042-077.indd 65 05/06/15 14:57


2.8 Segurança num automóvel

A segurança passiva num automóvel tem como objetivo proteger os ocu-


pantes de um veículo durante uma colisão ou travagem brusca. São
vários os sistemas que garantem a segurança passiva: os cintos de segu-
rança, os airbags, os encostos de cabeça e a utilização de materiais
deformáveis. Para os utilizadores de motociclos é fundamental a proteção
proporcionada pelos capacetes.


Cintos de segurança
Os passageiros seguem à mesma velocidade a que o veículo se desloca.
Se este trava bruscamente, os passageiros, de acordo com a 1.ª Lei de
Newton, continuam o seu movimento, podendo ser projetados contra o
para-brisas (Fig. 28).

Fig. 28 A utilização do cinto de segurança pode impedir que o condutor e os


passageiros sejam projetados para fora do veículo no caso de travagem
brusca ou acidente.

Quando um automóvel trava bruscamente, sente-se a pressão que o


cinto de segurança exerce sobre os ocupantes do automóvel. Esta
depende da área do cinto, da velocidade a que o veículo se desloca e da
duração da travagem.

A pressão que o cinto de segurança exerce pode ser determinada pela


expressão:
Força de colisão
Pressão =
Área do cinto
Assim, quanto maior for a área do cinto de segurança, menor será a pressão
que ele exerce sobre o passageiro. Por outro lado, os cintos de segurança
também apresentam alguma elasticidade, o que permite diminuir a força de
contacto entre o passageiro e o cinto e, por consequência, a pressão exer-
cida pelo cinto de segurança. Assim, os cintos de segurança permitem evitar
a projeção dos passageiros para a frente devido à inércia e diminuir a pres-
são devido ao aumento da área de contacto e diminuição da força de colisão.

A intensidade da força de colisão entre o veículo e o obstáculo também


pode ser reduzida aumentando o tempo de colisão, o que se consegue
se a carroçaria do automóvel for construída com materiais deformáveis.
Assim, o automóvel fica bastante danificado, mas os passageiros ficam
mais protegidos.
66

564829 042-077.indd 66 05/06/15 14:57


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS


Capacetes
A função dos capacetes é aumentar a área da superfície de contacto,
quando, em caso de acidente, se exerce uma força na cabeça do utiliza-
dor. A pressão diminui quando a força se exerce numa área maior, o que
atenua os efeitos da força de colisão.

A forma e o tamanho dos capacetes (Fig. 29) são pensados para diminuir
a pressão que se exerce na cabeça em caso de acidente.

Fig. 29 O uso de capacete é importante para reduzir a pressão que se exerce


na cabeça dos automobilistas em caso de acidente.


Airbag
Em caso de colisão ou travagem brusca, a bolsa do airbag enche-se de
gás, o que permite que a colisão com este dispositivo demore mais
tempo, diminuindo assim a intensidade da força de impacto. Atualmente,
todos os veículos motorizados possuem airbags (Fig. 30), que podem ser
de tipo frontal ou lateral.

Nos automóveis, os airbags frontais são colocados no interior do volante


ou no tablier. Existem também airbags de cabeça, de porta (laterais) e de
joelhos. Em caso de colisão do automóvel, todos estes airbags se abrem
para proteger o condutor e os passageiros.

A atuação dos airbags só é eficaz quando estes atuam em simultâneo


com os cintos de segurança.

Fig. 30 O airbag tem como função diminuir a força de impacto em caso de acidente.

67

564829 042-077.indd 67 05/06/15 14:57


2.8 Segurança num automóvel

Célula de proteção:
Zonas de deformação:
zona sólida ao redor dos passageiros que
zonas dianteira e traseira não se deforma. Esta zona também
do veículo, que se deformam apresenta alguns materiais
facilmente e que atenuam deformáveis, para aumentar
a força de colisão. o tempo de colisão.

Coluna de direção:
deforma-se em caso
de acidente, evitando
lesões no condutor.
Airbags laterais,
frontais, de cabeça
e de joelhos:
complementam
os cintos de
segurança,
protegendo os
passageiros
em caso de
acidente.
Porta e capot:
apresentam um sistema
de fecho seguro para que
não se abram acidentalmente.
Sistemas e componentes
Vidro temperado:
elétricos: bem isolados,
para evitar acidentes. Vidro laminado: é mais resistente do que o vidro
ajuda a diminuir os normal e em caso de se quebrar
Cintos de segurança: não estilhaça nem apresenta
ferimentos no caso de o
reguláveis, com extremidades pontiagudas.
vidro se quebrar e a
pré-tensores, e podem
Apoios de cabeça: manter os ocupantes do Todos os elementos cortantes
possuir três pontos
com altura e inclinação veículo no seu interior. passíveis de provocar ferimentos
de fixação.
reguláveis e com estão devidamente protegidos.
amortecimento
eficaz.

Depósito
de gasolina:
em caso da
acidente, o
abastecimento Tablier:
de combustível é
apresenta um
automaticamente
Bancos traseiros: Bancos da frente: revestimento
cortado.
equipados com cintos de segurança, devem ter uma estrutura flexível e sem
apoios de cabeça, airbags laterais. que impeça o corpo de estruturas rígidas.
Se forem rebatíveis possuem um deslizar para a frente em
sistema de fixação lateral. caso de colisão.

68

564829 042-077.indd 68 05/06/15 14:57


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
Quando um veículo trava bruscamente, os passageiros sentem a pressão que o cinto de segurança exerce.
Esta depende de três fatores: da área do cinto, da velocidade a que o veículo se desloca e da duração da
travagem.

Existem vários elementos num automóvel que permitem minimizar as consequências para os ocupantes
de um veículo em caso de acidente.

Quanto maior for a área do cinto de segurança, menor será a pressão que este exerce no passageiro.

Os cintos de segurança apresentam alguma elasticidade, o que permite diminuir a intensidade da força
de contacto entre o passageiro e o cinto e, por consequência, a pressão que o cinto de segurança exerce
sobre o passageiro.

O capacete aumenta a área da superfície de contacto onde a força de colisão atua. As consequências
são atenuadas em caso de acidente, pois a pressão diminui.

O airbag diminui a intensidade da força de colisão.

A intensidade da força de colisão pode ser reduzida aumentando o tempo de colisão, o que se consegue
se no veículo existirem materiais deformáveis.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Explica a importância do uso do cinto de segurança.

RESPOSTA:
Devido à inércia, os ocupantes de um veículo
que trava bruscamente sentem-se projetados
para a frente em relação ao automóvel. Caso
os ocupantes dos bancos da frente não
estejam a utilizar os cintos de segurança,
poderão ser projetados pelo para-brisas.
Por outro lado, devido ao aumento da área
de contacto, a pressão exercida sobre
o corpo dos passageiros diminui.

ATIVIDADES

1. Observa a imagem e explica por que razão se deve utilizar capacete.

2. Qual é a função dos airbags?

69

564829 042-077.indd 69 05/06/15 14:57


2.9 Forças de atrito

Por que razão o estado dos pneus é um fator fundamental quando se


pensa na segurança rodoviária? O que faz com que um patinador (Fig. 31)
tenha tanta facilidade em deslizar sobre o gelo?

Fig. 31 Patinador a deslizar no gelo.

As forças de atrito são forças que se manifestam quando um corpo desliza


sobre uma superfície. A força de atrito caracteriza-se por ter a mesma
direção do movimento, mas sentido oposto ao movimento de deslizamento.

Nas figuras seguintes, o rapaz está a exercer uma força horizontal aF 1k


com o objetivo de fazer deslizar o caixote sobre uma superfície horizontal.

F1

F2

Fatrito estático Fatrito cinético

A experiência do dia a dia mostra que apenas a partir Quando o caixote já está a movimentar-se, a força
de uma determinada intensidade da força aplicada resultante é não nula, pelo que a força aplicada pelo
o rapaz consegue que o caixote deslize. Inicialmente, rapaz tem intensidade superior à da força de atrito,
U2P72AH3
o corpo está em repouso, a força resultante é nula. U2P72AH2
e o corpo adquire aceleração. Ao iniciar o movimento,
Por aplicação de uma força de baixa intensidade, a força de atrito torna-se menos intensa, mas continua
de direção horizontal, o corpo continua em repouso, a atuar — força de atrito cinético.
pelo que entre o caixote e a superfície de contacto A intensidade da força de atrito cinético é tipicamente
existe uma força que contraria o movimento e é inferior à intensidade da força de atrito estático.
simétrica à força aplicada. Assim, para fazer deslizar
o caixote, a força aplicada pelo rapaz terá de ter uma
intensidade superior à força de atrito que se opõe
ao movimento enquanto o corpo está parado — força
de atrito estático.

A força de atrito é a força que se opõe ao deslizamento ou à ten-


dência para esse movimento e resulta da interação do corpo com
a superfície em contacto.

70

564829 042-077.indd 70 05/06/15 14:58


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

ATIVIDADE LABORATORIAL A

MATERIAL
• 2 blocos iguais F1
• Tira de alcatifa F2
• Dinamómetro

PROCEDIMENTO
1. P
 rende o dinamómetro a um dos blocos.
B
2. C
 oloca o bloco sobre a mesa (superfície lisa).
3. P
 uxa o dinamómetro até provocar o deslizamento do bloco
e lê o valor indicado no aparelho [A]. F1
4. C
 oloca agora o bloco sobre a tira de alcatifa (superfície rugosa),
puxa o dinamómetro até provocar o deslizamento do bloco e lê
u2p73ah1 F2
o valor indicado no aparelho [B].
5. C
 oloca dois blocos iguais, um em cima do outro, e prende
o conjunto ao dinamómetro.
C
6. C
 oloca o conjunto sobre a mesa e repete o procedimento 3 [C].
7. P
 rende os dois blocos lado a lado e repete o procedimento
3 [D]. F1
u2p73ah2 F2
OBSERVAÇÕES
1. 
Em que situação, A ou B, foi maior a força aplicada?
2. 
Na situação C, a força aplicada foi maior, menor ou igual D
à da situação A?
3. 
As forças aplicadas nas situações C e D são iguais?
F1
Conclusões u2p73ah3 F2
1. 
Que fatores influenciam a intensidade da força de atrito?
2. 
A força de atrito depende da área de contacto?

A intensidade da força de atrito depende das características das super-


fícies de contacto: quanto mais rugosas forem as superfícies de con- u2p73ah4
tacto, maior será a intensidade da força de atrito. Uma importante apli-
cação são os pneus dos veículos (Fig. 32), que devem escoar a água e
garantir uma boa aderência ao piso.

A intensidade da força de atrito também depende da intensidade da


força normal (perpendicular) à superfície de contacto, mas é indepen-
dente da sua área. Quanto maior é a intensidade da força normal, maior
é a intensidade da força de atrito (Fig. 33). Fig. 32 Um pneu adequado
deve contribuir para a
segurança rodoviária, pois
aumenta a intensidade da
força de atrito e, como tal,
a aderência à estrada.
N N

P P

A intensidade da força de atrito depende da intensidade da força normal


Fig. 33 
à superfície de contacto.
U2P74AH1 71
U2P74AH2
564829 042-077.indd 71 05/06/15 14:58
2.9 Forças de atrito

Há situações em que é necessário diminuir a intensidade da força de


atrito. Por exemplo, para diminuir o desgaste de algumas peças mecâni-
cas, é necessário lubrificar essas peças. Também na patinagem artística
se recorre a uma superfície polida (gelo) para diminuir a intensidade da
força de atrito. Assim, o atrito pode ser útil (Fig. 34) ou prejudicial (Fig. 35).

Situações de atrito útil.


Fig. 34 

Situações de atrito prejudicial.


Fig. 35 

A força de atrito estabelece-se entre superfícies sólidas. Mas quando um


corpo se desloca no ar ou noutro fluido também existe uma força que se
opõe ao movimento e que se denomina força de resistência `R j (Fig. 36).

Por exemplo, no caso dos aviões e dos automóveis, os fabricantes ten-


dem a desenvolver formas aerodinâmicas (Fig. 37) com o objetivo de dimi-
nuir a intensidade da força de resistência do ar.
A força de resistência
Fig. 36 
opõe-se ao movimento
dos corpos quando estes
se movem no ar ou num
fluido (líquido ou gás).

Os carros com formas aerodinâmicas diminuem a intensidade da força


Fig. 37 
de resistência do ar.

Também no caso dos paraquedistas (Fig. 38), é a força de resistência do ar


que retarda o movimento, permitindo que cheguem ao solo em segurança.

Assim, um corpo em movimento num fluido está sujeito a uma força de


Força de resistência
Fig. 38 
do ar, que se opõe resistência, que se opõe a esse movimento. A intensidade desta força
ao movimento de um aumenta quando aumenta a área da superfície de contacto e o módulo
paraquedista no ar. da velocidade.
72

564829 042-077.indd 72 05/06/15 14:58


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
As forças de atrito opõem-se ao deslizamento entre superfícies ou à tendência para esse movimento.

A força de atrito resulta da interação do corpo com a superfície de contacto.

A força de atrito caracteriza-se por ter a mesma direção do movimento, mas sentido oposto
ao movimento de deslizamento.

Quanto mais rugosas forem as superfícies de contacto, maior será a intensidade da força de atrito.

Quanto maior for a intensidade da força normal, maior será a intensidade da força de atrito.

A intensidade da força de atrito é independente da área de contacto entre as superfícies.

Há situações em que o atrito é útil e outras em que o atrito é prejudicial.

Um corpo em movimento num fluido (líquido ou gás) está sujeito a uma força de resistência que se opõe
a esse movimento.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Comenta a afirmação seguinte:


Não se deve circular com pneus carecas, especialmente em dias de chuva.

RESOLUÇÃO:
Não se deve circular com pneus carecas, em especial em dias de chuva, pois estes não escoam a água,
potenciando a formação de uma película de água entre o pneu e a estrada, o que faz diminuir a intensidade
da força de atrito. Por outro lado, num pneu careca, a superfície de contacto está mais polida, o que diminui
a força de atrito, mesmo na ausência de chuva.

ATIVIDADES

1. Refere os fatores que influenciam a intensidade da força de atrito.

2. Observa as figuras e explica por que razão o valor de força da atrito é igual nas três situações.

A B C F

F
F
Fa Fa Fa

3. U
 m corpo com 400 g de massa adquiriu, por aplicação de uma força de 3 N, uma aceleração de 5 m/s2.
U2P75AH1
Determina a intensidade da força de atrito. U2P75AH2 U2P75AH3
4. Observa a figura, que representa um paraquedista que está prestes
a abrir o paraquedas.
4.1 Representa as forças que atuam no paraquedista.
4.2 O que acontece à resistência do ar quando o paraquedista Rar
abre o paraquedas? P

73

564829 042-077.indd 73 05/06/15 14:59


AVALIAÇÃO FORMATIVA

ESQUEMATIZAR

1. Completa o esquema substituindo as letras pelos termos corretos.

FORÇAS

são exemplos estão na base é uma grandeza


das três leis
da dinâmica
E
Força A Peso
de colisão C caracteriza-se por
pode ser
Fr = m ◊ a Direção

B Prejudicial D F

Ponto
de aplicação

VERIFICAR

2. O
 bserva a imagem, onde estão representadas algumas forças, e responde às questões.

F2

F1

F3
F4

F5

2N

2.1 Indica:
a) todas as forças que têm a mesma intensidade;
b) duas forças com a mesma direção;
U2P76AH2
c) duas forças com a mesma direção e sentidos opostos;
d) duas forças com a mesma intensidade e diferentes direções;
e) uma força que tenha intensidade tripla da força F 2;
f) uma força que possa representar o peso de um corpo.

2.2 Caracteriza as forças F 2 e F 3.

3. Copia para o teu caderno as frases que se seguem, completando-as com as palavras «maior», «menor»
ou «igual».
A. Quanto mais polidas forem as superfícies de contacto, (1) será a intensidade da força de atrito entre
os dois corpos.
B. A intensidade da força de atrito será tanto menor, quanto (2) for a força normal entre o corpo
e a superfície.

74

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BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

4. Observa as imagens e representa, para cada caso, duas forças que possam constituir um par ação-reação.

5. C
 lassifica as afirmações que se seguem como verdadeiras (V) ou falsas (F) e corrige no teu caderno as falsas.
A. A inércia de um corpo é uma propriedade de todos os corpos e traduz a resistência que o corpo tem para
alterar o seu estado de movimento.
B. De acordo com a Lei Fundamental da Dinâmica, se a resultante das forças que atuam no corpo for nula,
este permanece em repouso ou com movimento retilíneo uniforme.
C. Quando um autocarro trava bruscamente, os passageiros sentem-se projetados para trás devido à sua inércia.
D. Um corpo em movimento de queda no vazio está apenas sujeito à força gravítica.
E. 
A força resultante e a aceleração que um corpo adquire têm sentidos opostos.
F. 
No movimento retilíneo uniformemente acelerado, a força resultante e a velocidade têm o mesmo sentido.
G. Ao triplicar a intensidade da força resultante aplicada num corpo, o valor da sua aceleração diminui para um
terço.
H. Se a força resultante aplicada num corpo for nula é porque sobre ele não atuam forças.

6. Dois patinadores de diferentes massas exercem uma


força um sobre o outro, como se mostra na figura.
6.1 
Refere se as forças representadas constituem
um par ação-reação. Justifica a tua resposta.
6.2 
Identifica o patinador que adquire maior F1
aceleração.
F2

7. Considera três automóveis, A, B e C. Os automóveis A e C têm uma massa de 1500 kg e circulam a uma
velocidade igual a 60 km/h e 35 km/h, respetivamente. O automóvel B tem uma massa de 2 ton e circula numa
autoestrada a 90 km/h. Enumera, por ordem decrescente de intensidades das forças de colisão, os automóveis,
supondo que cada um deles colide na mesma parede, com igual tempo de colisão.

8. Explica, do ponto de vista da Física, a importância de um motociclista usar capacete.

9. Dá dois exemplos do dia a dia em que o atrito seja útil e duas situações em que o atrito seja prejudicial.

10. Dois homens têm a mesma massa e deslocam-se na neve. O homem A usa patins de gelo e o homem B, esquis.
Das afirmações seguintes, seleciona a opção correta.
A. A pressão que o homem A exerce sobre a neve é menor do que a pressão que o homem B exerce sobre
a neve.
B. A pressão que o homem A exerce sobre a neve é maior do que a pressão que o homem B exerce sobre
a neve.
C. A pressão não se relaciona com a área da superfície de apoio.
D. A força que o homem A exerce na neve é maior do que a força que o homem B exerce na neve.

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564829 042-077.indd 75 05/06/15 14:59


APLICAR

11. Observa os esquemas, que representam um bloco com 4,0 kg de massa, no qual está aplicado um sistema
de forças.

A B
B C
F1 F1

F1
F3
F3
F2 F2 F2

F1 = 2 N F2 = 4 N F3 = 1 N F1 = 2 N F2 = 4 N F1 = 2 N F2 = 4 N F3 = 2 N

11.1 Caracteriza, para cada caso, a resultante das forças aplicadas.


11.2 Determina o valor da aceleração do caixote na situação A.

12. Duas esferas, A e B, com 100 g de massa, movem-se numa trajetória retilínea, como se mostra na figura.
U2P78AH1
12.1 Identifica a esfera que tem movimento U2P78AH2 U2P78AH3
retilíneo uniformemente acelerado.
FR = 0 N
Justifica a tua resposta.
FR
12.2 Enuncia a lei que usaste para responder
à questão 12.1.
12.3 Determina o valor da velocidade de cada A B
uma das esferas ao fim de 2,0 s, sabendo FR = 1 N
que ambas, no instante inicial, tinham uma
velocidade de 1,0 m/s.

13. Dois automóveis, A e B, com 1500 kg de massa, deslocam-se


Velocidade (m/s)

no mesmo sentido, numa estrada retilínea, com as velocidades 30


de valor igual a 30 m/s e 10 m/s, respetivamente. Os seus
20 A
condutores apercebem-se de um sinal vermelho e iniciam
a travagem no mesmo instante. Determina, para cada caso, 10 B
o valor da força de travagem.
0 1 2 3 4 5
Tempo/s

14. Um rapaz desloca uma caixa, exercendo uma força horizontal com uma intensidade de 500 N. A caixa tem uma
massa de 40 kg e adquire uma aceleração de 8 m/s2.
14.1 Refere, justificando, se existe atrito entre as superfícies de contacto. Em caso afirmativo, caracteriza-o.
14.2 Representa, num esquema, as forças que atuam na caixa.
14.3 Refere, justificando, que força constitui, com a força de reação normal, um par ação-reação. U2P78AH4
15. O gráfico seguinte traduz a variação da intensidade da resultante das forças que atuam durante 60 segundos
num corpo com 50 kg de massa, que se encontra inicialmente em repouso.
Classifica como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações que se seguem.
A. O corpo permanece em repouso durante os 60 s.
F/N
B. A velocidade do corpo aumenta no intervalo de tempo [20, 40] s.
300
C. No intervalo [40, 60] s, o aumento do valor da velocidade do corpo
200
é superior ao do intervalo [0, 20] s.
D. No intervalo de tempo [20, 40] s, o movimento é uniforme. 100

E. A aceleração tem sempre o mesmo valor durante os 60 s. 0 10 20 30 40 50 60


F. O valor da aceleração no instante 50 s é 6 m/s2. Tempo/s

76

564829 042-077.indd 76 03/03/16 12:23


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

16. D
 ois corpos, A e B, movem-se numa calha horizontal, da esquerda para a direita. No corpo A atua um sistema
de forças cuja resultante tem intensidade constante e direção e sentido do movimento. A resultante
das forças que atuam em B é nula. FR é nula
16.1 
Classifica, justificando, o tipo de movimento de cada um dos corpos.
FR
16.2 
Enuncia as leis de Newton que te permitiram responder à questão
anterior.

17. U
 m veículo com 1,0 ton de massa circulava a 50 km/h quando colidiu
com um muro, como se mostra na figura. 60 70
80
50 90
40

17.1 
100

Determina o valor da aceleração média que atuou no automóvel 30

20
110
1

120

durante a colisão, sabendo que o automóvel se imobilizou 10 130

km/h
km/ h
em 0,05 s.
17.2 
Caracteriza a força média que atuou no automóvel durante a colisão.
17.3 
Determina a intensidade da força que atuou num passageiro u2 p61D h1
com 50 kg de massa, admitindo que a aceleração média é a
mesma.
17.4 
Supondo que a área do cinto sobre este passageiro é de 0,08 m2,
50 km/h
determina a pressão que o cinto exerce sobre ele.

18. O
 bserva a figura, em que se representa um corpo sujeito a um sistema
de forças.
U2P79AH3 1N
18.1 
Representa, no teu caderno, a resultante das três forças. F3
18.2 
Caracteriza F 1. F1
18.3 
Sabendo que o corpo tem 2,0 kg de massa, determina a aceleração
adquirida pelo corpo. F2

CHEGO ÀS METAS
U2__ Sim Preciso
de rever
Tenho
de estudar

1. 
Caracterizo forças e identifico-as como o resultado da interação entre corpos. pp. 44-45 2 1 0

2. 
Enuncio, interpreto e aplico as três Leis de Newton. pp. 47-49 e 53-58 2 1 0

3. 
Defino resultante das forças e determino a sua intensidade em sistemas de forças com 2 1 0
a mesma direção (sentidos iguais ou opostos) ou com direções perpendiculares. pp. 50-52
4. 
Identifico as forças que atuam sobre um veículo que colide e uso a Lei Fundamental 2 1 0
da Dinâmica no cálculo da força média que o obstáculo exerce sobre ele. pp. 60-61
5. 
Justifico a utilização de apoios de cabeça, cintos de segurança, airbags, capacetes 2 1 0
e materiais deformáveis nos veículos com base nas leis da dinâmica. pp. 66-68
6. 
Defino pressão, indico a sua unidade SI, determino valores de pressões e interpreto 2 1 0
situações do dia a dia com base na sua definição, designadamente nos cintos
de segurança. pp. 63-65
7. 
Defino a força de atrito como a força que se opõe ao deslizamento ou à tendência para 2 1 0
esse movimento, que resulta da interação do corpo com a superfície em contacto,
e represento-a por um vetor num deslizamento. pp. 70-73
8. 
Dou exemplos de situações do dia a dia em que se manifestam forças de atrito, avalio se 2 1 0
são úteis ou prejudiciais, assim como o uso de superfícies rugosas ou superfícies polidas
e lubrificadas, justificando a obrigatoriedade da utilização de pneus em bom estado.
pp. 71-72
9. 
Concluo que um corpo em movimento no ar está sujeito a uma força de resistência que 2 1 0
se opõe ao movimento. p. 72

0-8 — Tenho de me esforçar mais.  9-14 — Sou capaz de fazer melhor.  15-18 — Tenho de continuar assim!

77

564829 042-077.indd 77 05/06/15 15:00


3
Unidade

FORÇAS, MOVIMENTOS E ENERGIA

78

564829 078-097.indd 78 05/06/15 15:02


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

A energia
A
recente e só
palavra «energia» é surpreendentemente
uiriu o seu significado
em meados do século xix adq
entã o, de não se reco-
moderno. Não se tratava, até
rais — a crep itação da
nhecer a existência de diversas forças natu to que enfu na
da de ven
eletricidade estática ou uma furiosa raja inde pen den tes
que eram
uma vela. Simplesmente, pensava-se
as. Não exis tia uma noç ão abrangente de energia
umas das outr
acontecimentos.
que englobasse uma tal diversidade de
undamente ligadas,
As várias formas de energia estão prof
es, por vezes no calor do
ainda que se revelem de modos diferent das-d'água ou
ar de que
esforço humano ou animal ou no jorr apes ar de todas
esso e,
explosões de vulcões. Durante todo o proc e constante.
gia perm anec
as variações, a quantidade total de ener o,
Famosa do Mund
E = mc A Biografia da Equação mais
2
David Bodanis,
Grad iva, 2001 (adaptado)

COMEÇA POR…
OBSERVAR
1. Qual é a diferença entre o nível da água
a montante e a jusante da barragem?

Interpretar
2. Justifica, através de exemplos contidos
no texto, que o conceito de energia
é abrangente.
3. Nos processos em que há variações na forma
como a energia se manifesta, o que acontece
à quantidade total de energia?

Refletir
4. Será que à água contida na albufeira
é possível associar energia que só se
manifesta quando as comportas são abertas?

AS TUAS METAS
• Indicar que as manifestações de energia se • Concluir que as várias formas de energia usada
reduzem a dois tipos fundamentais: energia no dia a dia se reduzem aos dois tipos
cinética e energia potencial. fundamentais.
• Indicar de que fatores depende a energia cinética • Identificar os tipos fundamentais de energia
de um corpo e estabelecer relações entre valores de um corpo ao longo da sua trajetória quando
dessa grandeza para corpos com igual massa é deixado cair ou quando é lançado para cima
e diferente velocidade ou com igual velocidade na vertical, concluindo que a soma das duas
e diferente massa. energias é constante quando se despreza
• Indicar de que fatores depende a energia a resistência do ar.
potencial gravítica de um corpo e estabelecer • Concluir que é possível transferir energia entre
relações entre os valores dessa grandeza para sistemas através de atuação de forças e designar
corpos com igual massa colocados a alturas esse processo por trabalho.
diferentes do solo ou colocados a igual altura
e com massas diferentes.

79

564829 078-097.indd 79 05/06/15 15:03


3.1 Tipos fundamentais de energia


Energia
A energia está sempre presente na nossa vida. Muitas vezes associa-se a
energia à realização de atividades como, por exemplo, correr, jogar futebol
ou dançar, mas a energia também está presente quando estamos em
repouso. O conceito de energia é tão abrangente que a sua definição se
torna difícil; contudo, é possível indicar algumas das suas características.
Sabe-se que a energia não é uma substância nem uma força, e como se
verá adiante, está relacionada com a capacidade de produzir trabalho.
Sabe-se que a energia se pode manifestar de diferentes formas.

Manifestações de energia

A energia térmica está A energia sonora está A energia elétrica está A energia química
associada à temperatura associada ao som. associada à presença de relaciona-se com
dos corpos. cargas elétricas. o conteúdo energético
das substâncias.

A energia solar refere-se A energia radiante está A energia eólica está A energia hídrica está
à energia fornecida pelo associada às diferentes associada ao vento. associada a massas
Sol. radiações. de água em movimento
ou presas numa albufeira.

RECORDAR A energia pode converter-se de uma para outra forma e pode transferir-
Um sistema é a parte
-se entre sistemas. Por exemplo, uma lâmpada recebe energia elétrica da
do Universo que é objeto tomada da rede e converte essa energia em energia luminosa e em ener-
de estudo. gia térmica.

A energia transfere-se e transforma-se mas não se cria nem se destrói,


ou seja, a sua quantidade permanece sempre constante. Contudo,
a energia é frequentemente convertida em formas mais difíceis de utili-
zar, por isso, é importante consumir energia de forma racional.
80

564829 078-097.indd 80 05/06/15 15:03


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

No Sistema Internacional de Unidades, a energia expressa-se em joule


1 cal = 4,18 J
(J), mas é comum utilizar outras unidades em certas circunstâncias,
1 kW h = 3,6 × 106 J
como, por exemplo, o quilowatt-hora (kW h) e a caloria (cal).

Tipos fundamentais de energia


A energia manifesta-se de muitos modos diferentes, mas em Física
considera-se que só existem dois tipos fundamentais de energia: ener-
gia cinética e energia potencial.
Qualquer corpo em movi-
A energia cinética está associada ao movimento. Assim, uma pessoa
mento possui energia ciné-
a andar, um pássaro a voar ou um automóvel em movimento possuem
tica.
energia cinética (Fig. 1).

Fig. 1 Corpos em movimento, que, por isso, possuem energia cinética.

A energia potencial relaciona-se com o modo como as partículas que


A energia potencial está
constituem um corpo ou os corpos que constituem um sistema se posi-
armazenada nos corpos e
cionam uns relativamente aos outros. Assim, os corpos têm energia
relaciona-se com as posi-
potencial armazenada, que se pode manifestar quando se transforma em
ções relativas das partícu-
energia cinética. Por exemplo, numa fisga, ao elástico esticado associa-
las que os constituem.
-se energia potencial. Quando se solta o elástico, a energia potencial é
transferida para o objeto que se desloca, passando este a possuir energia
cinética (Fig. 2A). Também se pode associar energia potencial aos com-
bustíveis, a qual pode ser transformada em energia cinética quando se faz
a sua combustão. A temperatura do ar à volta de uma fogueira aumenta,
pois as partículas passam a mover-se com maior rapidez (Fig. 2B).

A B

Fig. 2 A energia armazenada no elástico esticado da fisga é energia potencial. Esta
pode transformar-se em energia cinética quando se solta o elástico. O corpo
inicialmente em repouso passa a deslocar-se [A]. Durante uma combustão,
há transformação de energia potencial em energia cinética, que se pode
manifestar pelo aquecimento do ar (partículas com maior agitação) [B].

81

564829 078-097.indd 81 05/06/15 15:03


3.1 Tipos fundamentais de energia

As diferentes designações que se utilizam para a energia relacionam-se


com a sua fonte ou com o modo como a energia se está a manifestar; não
são, assim, tipos fundamentais de energia.

Considerem-se alguns exemplos:

Energia sonora
O som resulta da vibração das partículas
de uma fonte e propaga-se também pela
vibração das partículas de um meio material.
A vibração é um movimento, pelo que
a energia sonora é uma manifestação
de energia cinética.

Energia eólica
A energia eólica está associada
ao movimento de massas de ar. Assim,
a energia eólica é uma manifestação
de energia cinética.

Energia química
É comum associar-se energia química
a substâncias como os alimentos
ou os combustíveis, mas qualquer
substância tem associada a si energia
química devido ao modo como os átomos
se ligam entre si. Quando as substâncias
sofrem transformações químicas, ocorrem
manifestações dessa energia. Assim,
a energia química é uma forma de energia
potencial.

Energia nuclear
Existe energia associada aos núcleos
atómicos, a qual se relaciona com a forma
como as partículas subatómicas interagem.
Quando ocorrem reações nucleares, parte
dessa energia é transferida e pode ser
aproveitada, por exemplo, para gerar
eletricidade. Assim, o tipo fundamental
de energia que se lhe pode associar
é energia potencial.

82

564829 078-097.indd 82 05/06/15 15:03


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
A energia é uma grandeza física que se relaciona com a capacidade de produzir trabalho.

A energia pode transformar-se e transferir-se entre sistemas, mas globalmente conserva-se.

A energia pode manifestar-se de diferentes formas:


— energia térmica;
— energia sonora;
— energia elétrica;
— energia química;
— energia solar;
— energia radiante;
— energia eólica;
— energia hídrica.

No Sistema Internacional de unidades, a energia expressa-se em joule (J).

Só existem dois tipos fundamentais de energia: energia cinética e energia potencial.

A energia cinética está associada ao movimento dos corpos.

A energia potencial está armazenada nos corpos e relaciona-se com as posições relativas das partículas
que os constituem.

As diferentes designações que se utilizam para a energia relacionam-se com a sua fonte ou com o modo
como se manifesta.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. A
 figura ao lado mostra um aproveitamento do carvão. Classifica,
justificando, o tipo fundamental de energia associada ao carvão.

RESOLUÇÃO:

O carvão é um material ao qual se pode associar energia química
devido ao modo como os átomos se ligam entre si. Assim, o tipo
fundamental de energia que se lhe pode associar é a energia potencial.

ATIVIDADES

1. Refere quais são os dois tipos fundamentais de energia.

2. Associa cada uma das situações seguintes a um dos tipos fundamentais de energia.
A. Peixe a nadar. E.
Atleta a pedalar.
B. Mola comprimida. F.
Vaso no parapeito de uma janela.
C. Gasolina no depósito. G.
Pás de uma turbina a girar.
D. Manteiga na embalagem. H.
Cão a correr.

3. A figura ao lado mostra um aproveitamento da energia eólica.


Classifica, justificando, o tipo fundamental de energia associada
à energia eólica.

83

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3.2 Energia potencial gravítica

A energia potencial é um tipo fundamental de energia que se relaciona


com a posição relativa dos corpos de um sistema. A energia potencial
gravítica resulta da interação gravítica dos corpos com o planeta em
que se encontram.

A energia potencial gravítica que se pode armazenar num corpo devido


à sua interação com um dado planeta depende da massa desse corpo e
da distância a que o mesmo se encontra do solo (Fig. 3).

A B

1
m1 = m2

h1 = h2 h1 > h2
1
2
h1
h1 h2 2
m1 > m2
h2

Fig. 3 Após a queda das esferas, a deformação causada na plasticina é maior


A unidade do Sistema Inter- quando a massa é maior [A] e quando a altura é maior [B].
nacional para:
• a energia é o joule (J); A energia potencial gravítica (Ep) associada a um corpo é diretamente
• a massa é o quilograma proporcional à sua massa (m), à distância a que este se encontra do solo
(kg); (h) e à aceleração gravítica (g), podendo ser determinada pelas expres-
• a distância é o metro (m); sões:
• a aceleração é o metro
Ep = m ◊ g ◊ h + Ep = P ◊ h
por segundo quadrado
(m/s2). Para corpos próximos da superfície da Terra, pode considerar-se a ace-
leração gravítica constante e aproximadamente igual a 10 m/s2, pelo que
a energia potencial gravítica só varia com a massa do corpo e com a sua
O produto m ◊ g corres- distância ao solo (altura a que se encontra em relação ao solo).
ponde ao valor do peso,
P, do corpo.
A energia potencial gravítica é diretamente proporcional à massa
2
Na Terra, g . 10 m/s . do corpo e à sua altura relativamente ao solo.

Variação da energia potencial gravítica

Quando varia a massa Quando varia a distância ao solo

Ep = m1 g h
1
Ep = 2m1 g h
2
Ep = m g h1
1
Ep = m g 2h1 = 2m g h1
2

Quando a massa duplica, a energia potencial gravítica Quando a distância ao solo duplica, a energia
U3P75H3
duplica. U3P75H4 U3P75H5
potencial gravítica duplica. U3P75H6
84

564829 078-097.indd 84 05/06/15 15:04


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
A energia potencial está associada à posição relativa das partículas que constituem um corpo ou à posição
relativa dos corpos que constituem um sistema.

A energia potencial gravítica associada a um corpo deve-se à sua interação com o planeta em que se
encontra.

A energia potencial gravítica (Ep) é tanto maior, quanto maior for a massa (m) do corpo, quanto maior for
a aceleração gravítica (g) e quanto maior for a sua distância ao solo (h).

Ep = m g h

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
A
1. A
 representação gráfica ao lado mostra a variação 20
de energia potencial gravítica associada a um atleta, numa
prova de escalada, em função da sua distância ao solo. Energia 15
(20; 14)
1.1 
De entre as opções seguintes, seleciona a que potencial
× 103/J 10
corresponde à energia potencial gravítica relativa
ao ponto A assinalado no gráfico. (10; 7)
5
A.
20 000 J C. 22 000 J
B. 21 000 J D. 24 000 J 0
0 10 20 30
1.2 Determina a massa do atleta. Distância ao solo/m

1.1 RESOLUÇÃO:
A
 energia potencial gravítica associada ao atleta é diretamente proporcional à distância a que este se
encontra do solo. Assim, pode estabelecer-se a proporção:
U3P75H7
Ep Ep1 14 # 10 3
2 Ep 14 # 10 3 # 30
& + Ep = = 21 ◊ 103 J
2
= =
h1 h2 20 30
2
20
RESPOSTA: B

1.2 DADOS:
Ep = 14 ◊ 103 J; h = 20 m; g . 10 m/s2
RESOLUÇÃO:
14 # 10 3
Ep = m g h & 14 ◊ 103 = m ◊ 10 ◊ 20 + m = + m = 70 kg
200
RESPOSTA: A massa do atleta é 70 kg.

ATIVIDADES

1. Na figura, mostra-se uma queda-d'água. Considera os pontos


A e B, assinalados na figura, e conclui, justificando, em qual
é maior a energia potencial associada a uma mesma massa B
de água.

2. No cimo de uma torre estão uma bola de pingue-pongue


(m = 2,7 g) e uma bola de bowling (m = 7 kg). Supondo que
as duas bolas são largadas da mesma altura, identifica aquela
que provocará mais danos ao chegar ao solo. Justifica a tua resposta
com base na energia potencial gravítica.
A

85

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3.3 Energia cinética

Qualquer corpo animado de movimento possui energia cinética. A massa


(m) do corpo e o módulo da velocidade (v) a que se desloca são as gran-
dezas que definem o valor da energia cinética (Ec), que pode ser deter-
minada pela expressão:
A unidade do Sistema 1
Ec = m v2
Internacional para: 2
• a energia é o joule (J); A partir da análise da expressão anterior conclui-se que a energia ciné-
• a massa é o quilograma tica é diretamente proporcional:
(kg); • à massa do corpo;
• a distância é o metro (m); • ao quadrado do módulo da velocidade do corpo.
• a velocidade é o metro
Assim, o módulo da velocidade do corpo tem maior importância no valor
por segundo (m/s).
da energia cinética do que a sua massa.

Variação da energia cinética

Quando varia a massa Quando varia o módulo da velocidade

60 70 60 70 60 70 60 70
80 80 80 80
50 90
50 90
50 90 50 90
40 100 40 100 40 100 40 100
00
0
30 110
1 30 110
1 30 110
1 30 110
1
20 120 20 120 20 120 20 120

10 130 10 130 10 130 10 130

km/h
km/ h km/h
km/h km/h
km/ h km/h
km/h

50
50 kkm/h
/h 50 km/h 50
50 kkm/h
/h 10
100
1 00 kkm/h
00 /h

1 1 1 1 1 1
Ec = m1 v 2 Ec = (2m1)v 2 = 2 ◊ m1 v 2 Ec = m v 12 Ec = m (2v1)2 =4 ◊ m v 12
1
2 2
2 2 1
2 2
2 2

Quando a massa duplica, a energia cinética duplica. Quando o módulo da velocidade duplica, a energia
U3P76H1 U3P76H2 U3P76H3
cinética quadruplica.
U3P76H4

Ilustração de umAautomóvel idêntico


representação gráfica da energia cinética em função da massa e o
ao da figura anterior(U3P76H1)
módulo da velocidade toma aspetos diferentes.
mas que ilustre ter o dobro da massa,
mostrando o mesmo valor de velocidade.
Representação gráfica da energia cinética

Energia cinética em função da massa Energia cinética em função do módulo da velocidade

100 30

80 25
20
Energia 60 Energia
cinética/J cinética/J 15
40
10
20 5
0 0
0 2 4 6 0 2 4 6
Massa/kg Velocidade/(m/s)

Para uma dada velocidade, a energia cinética aumenta https://mail.google.com/mail/u/0


Para uma dada massa, a energia cinética aumenta com
linearmente com a massa. o quadrado do módulo da velocidade.

U3P76H5 U3P76H6
86

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BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
A energia cinética está associada ao movimento dos corpos.

O valor da energia cinética (Ec) de um corpo é diretamente proporcional à sua massa (m) e ao quadrado
do módulo da sua velocidade (v):

1
Ec = m v2
2

Para uma dada velocidade, quando a massa do corpo duplica, a energia cinética duplica. A energia
cinética aumenta linearmente com a massa.

Para uma dada massa, quando o módulo da velocidade duplica, a energia cinética quadruplica. A
energia cinética aumenta com o quadrado do módulo da velocidade.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Um camião com uma massa de 12 toneladas desloca-se com uma velocidade de módulo igual a 40 km/h.
Calcula a energia cinética associada ao camião.

DADOS:
40 000 m
mcamião = 12 ton = 1,2 × 104 kg; v = 40 km/h = = 11,1 m/s
_60 # 60i s
CÁLCULOS:
1 1
Ec = m v 2 & Ec = ◊ 1,2 ◊ 104 ◊ 11,12 = 7,4 ◊ 105 J
2 2
RESPOSTA: A energia cinética associada ao camião é 7,4 ◊ 105 J.

ATIVIDADES

1. Observa as figuras e enumera as situações por ordem decrescente de energia cinética, sem realizar cálculos.

A B C D
70 70 70 70
60 80 60
80
0 90 60 80 60
80
0 90
kg
250 kg kg
250 kg 500 kg
kg 500 kg
kg
50 50 50 50

kg
kg kg
kg kg
kg kg
kg
90 90
40 100 40 100 40 100 40 100
30 1
110 30 1
110 30 1
110 30 1
110

20 120 20 120 20 120 20 120

10 130 10 130 10 130 10 130

km/h km/h km/h km/h

40 km/h
m/h
h 80 km/h
m/h
h 40 km/h 80 km/h

m = 250 kg; v = 40 km/h m = 250 kg; v = 80 km/h m = 500 kg; v = 40 km/h m = 500 kg; v = 80 km/h

U3P77H1 U3P77H2
2. No gráfico da figura ao lado representa-se o módulo da velocidade em função do tempo para dois veículos, U3P77H3 U3P77H4
A e B. A massa do veículo A é 1,0 ◊ 103 kg.
B
2.1 
Calcula a energia cinética associada ao veículo A, 120
no instante 1 s. 110
100
Velocidade/(km/h)

90 A
2.2 
Seleciona a opção que completa corretamente 80
a afirmação seguinte: 70
60
50
A energia cinética do veículo B aos 3 s é 40
da energia cinética do mesmo veículo aos 5 s. 30
20
1 1 1 1 10
A.    B.     C.     D.  0
2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
2.3 
Calcula a massa do veículo B, sabendo que no instante 4 s Tempo/s
a energia cinética dos dois veículos é a mesma.

87
U3P77H5
564829 078-097.indd 87 05/06/15 15:05
3.4 Transformações de energia:
energia potencial gravítica energia cinética

Os dois tipos fundamentais de energia podem transformar-se um no


outro. Por exemplo, numa central hidroelétrica há transformação de
energia potencial gravítica, associada à massa de água contida numa
albufeira, em energia cinética. Esta transformação ocorre quando as
comportas são abertas e a água adquire movimento de queda (Fig. 4).

Fig. 4 Existe energia potencial gravítica associada à massa de água contida na


albufeira a uma certa distância do solo [A]. Esta energia potencial vai-se
transformando em energia cinética, conforme a massa de água cai [B].


Queda de corpos sujeitos à ação
do seu peso
Considere-se uma maçã de 200 g (0,200 kg) que cai de uma altura de
1,5 m, partindo do repouso. Considerando a resistência do ar desprezável,
a energia potencial e a energia cinética variam do modo ilustrado (Fig. 5).

h (A) = 1,5 m Ep = m g h & Ep (A) = 0,200 ◊ 10 ◊ 1,5 = 3,0 J


1,5 m
1 1
v (A) = 0 m/s Ec = m v 2 & Ec (A) = ◊ 0,200 ◊ 02 = 0 J
2 2

h (B) = 1,0 m Ep = m g h & Ep (B) = 0,200 ◊ 10 ◊ 1,0 = 2,0 J


1,0 m 1 1
v (B) = 3,2 m/s Ec = m v 2 & Ec (B) = ◊ 0,200 ◊ 3,22 = 1,0 J
2 2

Ep = m g h & Ep (C) = 0,200 ◊ 10 ◊ 0 = 0 J


h (C) = 0 m
1 1
0m v (C) = 5,5 m/s Ec = m v 2 & Ec (C) = ◊ 0,200 ◊ 5,52 = 3,0 J
2 2
Fig. 5 Queda de um corpo sujeito apenas à ação do seu
peso.

88 U3P78H2

564829 078-097.indd 88 05/06/15 15:05


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

A soma da energia potencial gravítica com a energia cinética em cada


ponto tem sempre o mesmo valor.

Ep (A) + Ec (A) = 3,0 J; Ep (B) + Ec (B) = 3,0 J; Ep (C) + Ec (C) = 3,0 J

Conclui-se que, conforme a energia potencial gravítica diminui, a energia


cinética aumenta numa quantidade igual à diminuição de energia poten-
cial gravítica.

Durante a queda de um corpo, à medida que a altura do corpo, rela-


tivamente ao solo, diminui, o módulo da sua velocidade aumenta. Há
transformação de energia potencial gravítica em energia cinética.


Lançamento vertical de um corpo
Considere-se uma bola de voleibol de massa 260 g (0,260 kg) que é
lançada verticalmente para cima, por ação de uma força de curta dura-
ção que lhe permite adquirir uma velocidade inicial de valor igual a
10 m/s. Considerando a resistência do ar desprezável, a energia poten-
cial gravítica e a energia cinética variam do modo ilustrado (Fig. 6).

5m
h (C) = 5 m Ep = m g h & Ep (C) = 0,260 ◊ 10 ◊ 5 = 13 J
1 1
v (C) = 0 m/s Ec = m v 2 & Ec (C) = ◊ 0,260 ◊ 02 = 0 J
2 2
4,2 m

h (B) = 4,2 m Ep = m g h & Ep (B) = 0,260 ◊ 10 ◊ 4,2 = 11 J


1 1
v (B) = 4,0 m/s Ec = m v 2 & Ec (B) = ◊ 0,260 ◊ 4,02 = 2,1 J
2 2

h (A) = 0 m Ep = m g h & Ep (A) = 0,260 ◊ 10 ◊ 0 = 0 J


1 1
0m v (A) = 10 m/s Ec = m v 2 & Ec (A) = ◊ 0,260 ◊ 102 = 13 J
2 2
Fig. 6 Lançamento vertical de uma bola de voleibol.

U3P79H1
A soma da energia potencial gravítica com a energia cinética em cada
ponto tem sempre o mesmo valor.

Ep (A) + Ec (A) = 13 J; Ep (B) + Ec (B) = 13 J; Ep (C) + Ec (C) = 13 J

Conclui-se que, conforme a energia potencial gravítica aumenta, a ener-


gia cinética diminui numa quantidade igual ao aumento de energia
potencial gravítica. Para um determinado cor-
po, quando a resistência
do ar é desprezável:
Durante a ascensão vertical de um corpo, à medida que a altura
do corpo, relativamente ao solo, aumenta, o módulo da sua velo- Energia cinética +
cidade diminui. + energia potencial
Há transformação de energia cinética em energia potencial gravítica. gravítica = constante

89

564829 078-097.indd 89 05/06/15 15:05


3.4 Transformações de energia:
energia potencial gravítica energia cinética

IDEIAS-CHAVE
Os dois tipos fundamentais de energia podem transformar-se um no outro:
energia potencial gravítica energia cinética energia potencial gravítica

Durante a queda de um corpo, à medida que a altura do corpo, relativamente ao solo, diminui, o módulo
da sua velocidade aumenta. Há transformação de energia potencial gravítica em energia cinética.

Durante a ascensão vertical de um corpo, à medida que a altura do corpo, relativamente ao solo, aumenta,
o módulo da sua velocidade diminui. Há transformação de energia cinética em energia potencial gravítica.

Para um determinado corpo, quando a resistência do ar é desprezável:


Energia cinética + energia potencial = constante

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. U
 ma esfera com 2,5 g de massa é deixada cair de um ponto A, a uma
80 cm
m
altura de 80 cm do solo, como se ilustra na figura. A m = 2,
2
2,5 g

Considera a resistência do ar desprezável e determina:


a) a energia potencial gravítica associada à esfera no ponto A;
b) a soma da energia potencial gravítica com a energia cinética no ponto A; B
c) a soma da energia potencial gravítica com a energia cinética no ponto B;
d)
o módulo da velocidade da esfera no ponto C, à chegada ao solo.
C
DADOS: m = 2,5 g = 2,5 ◊ 10-3 kg; h(A) = 80 cm = 0,80 m

a) RESOLUÇÃO:
Ep = m g h & Ep (A) = 2,5 ◊ 10-3 ◊ 10 ◊ 0,80 = 2,0 ◊ 10-2 J
RESPOSTA: U3P80H1
A energia potencial gravítica associada à esfera no ponto A é 2,0 ◊ 10-2 J.

b) RESOLUÇÃO: Ilustração da queda de uma esfera


Dado que a esfera é deixada cair, pode concluir-se que a velocidade no pontode
A éuma
nula,altura de 80 cm
pelo que
a energia cinética será também nula, Ec (A) = 0 J.
Ep (A) + Ec (A) = 2,0 ◊ 10-2 + 0 = 2,0 ◊ 10-2 J
RESPOSTA:
A soma da energia potencial gravítica com a energia cinética no ponto A é 2,0 ◊ 10-2 J.

c) RESPOSTA:
A soma da energia potencial gravítica com a energia cinética no ponto B é 2,0 ◊ 10-2 J, pois, sendo desprezável

a resistência do ar, esta soma tem valor constante, pelo que terá o mesmo valor já calculado para o ponto A.

d) RESOLUÇÃO:
Na chegada ao solo, a altura, h, é nula, pelo que, nesse ponto, a energia potencial gravítica associada
à esfera é também nula. Dado que a soma (Ep + Ec) é constante ao longo do percurso, é possível conhecer
a energia cinética neste ponto.
Ep (C) + Ec (C) = 2,0 ◊ 10-2 & 0 + Ec (C) = 2,0 ◊ 10-2 + Ec (C) = 2,0 ◊ 10-2 J
1 1 2#10-2#2
Ec = m v 2 & 2,0 ◊ 10-2 =  ◊ 2,5 ◊ 10-3 v 2 + v 2 = +v= 16 = !4,0
2 2 2,5#10-3
O módulo da velocidade é sempre positivo, ou seja, será 4,0 m/s.
RESPOSTA:
O módulo da velocidade da bola no ponto C, à chegada ao solo, é 4,0 m/s.

90

564829 078-097.indd 90 05/06/15 15:05


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

2. Uma bola, a uma distância de 50 cm do solo (I), é lançada para cima com uma velocidade inicial de módulo
igual a 3,0 m/s. Quando atinge o ponto de altura máxima (II), volta para baixo atingindo o solo (III), como se
ilustra na figura.
2.1 
Sabendo que a bola tem uma massa de 150 g e considerando
II
desprezável a resistência do ar, determina:
a) a soma da energia potencial gravítica com a energia cinética
nos pontos I, II e III; I
50 cm
b) a altura máxima atingida pela bola;
c) o valor da velocidade da bola no ponto III.
2.2 
Supõe que a bola, ao atingir o solo, ressalta. Refere o que acontece III
ao módulo da velocidade da bola e à energia cinética durante
a subida.

DADOS:
h (I) = 50 cm = 0,50 m; v (I) = 3,0 m/s; m = 150 g = 0,150 kg
U3P80H2
2.1 a) RESOLUÇÃO:
1 1
Ec + Ep = m v 2 + m g h & Ec (I) + Ep (I) =  ◊ 0,150 ◊ 3,02 + 0,150 ◊ 10 ◊ 0,50 = 1,43 J
2 2
Sendo desprezável a resistência do ar:
Ec (I) + Ep (I) = Ec (II) + Ep (II) = Ec (III) + Ep (III) = 1,43 J
RESPOSTA:
A soma da energia potencial gravítica com a energia cinética nos pontos I, II e III é sempre a

mesma: 1,43 J.

b) RESOLUÇÃO:
Enquanto a bola sobe, o módulo da sua velocidade vai diminuindo até que, no ponto de altura
máxima, a velocidade é nula, ou seja, toda a energia cinética foi transformada em energia potencial
gravítica.
1
Ec (II) + Ep (II) = m v 2 (II) + m g h (II) & 1,43 = 0 + 0,150 ◊ 10 ◊ h (II) +
2
1,43
+ h (II) = + h (II) = 0,95 m
0,150 # 10
RESPOSTA:
A altura máxima atingida pela bola é 0,95 m.

c) RESOLUÇÃO:
Enquanto a bola desce, o módulo da sua velocidade vai aumentando e a altura relativamente ao solo
diminui até ser nula.
1 1
Ec (III) + Ep (III) = m v 2 (III) + m g h (III) & 1,43 = ◊ 0,150 ◊ v 2 (III) + 0 +
2 2
1,43 # 2
+ v 2 (III) = + v (III) = 19,07 = !4,4
0,150
Considerando como sendo positivos os valores da velocidade na descida, v = 4,4 m/s.
RESPOSTA:
O valor da velocidade da bola no ponto III, à chegada ao solo, é 4,4 m/s.

2.2
RESOLUÇÃO:
Durante a subida, o módulo da velocidade da bola diminui até se anular, pelo que a energia cinética
também diminui.

91

564829 078-097.indd 91 05/06/15 15:06


3.4 Transformações de energia:
energia potencial gravítica energia cinética

ATIVIDADES C 1,5 m

1. Na figura ao lado representa-se a trajetória de uma bola


que é lançada para cima verticalmente e atinge a altura
máxima de 1,5 m no ponto C. Observa a figura e os
dados fornecidos, considera desprezável a resistência
do ar e seleciona a afirmação correta.
A. No ponto A, a energia potencial gravítica associada B
à bola é 5 J.
B. No ponto B, a bola atinge a sua velocidade máxima.
C. No ponto C, a velocidade da bola é nula.
D. No ponto C, a soma da energia cinética e da energia
potencial gravítica associadas à bola é 10 J.
Ec = 5 J
A

2. U
 ma mola de roupa cai de uma altura de 7 m. Considerando desprezável a resistência do ar, seleciona
a afirmação correta.
U3P79H2
A. A energia potencial gravítica associada à mola no início da queda é mínima.
B. A energia cinética da mola no final da queda é máxima.
C. A energia potencial gravítica aumenta durante a queda.
D. A energia cinética diminui durante a queda.

3. U
 ma bola com 56 g de massa é largada de diferentes alturas, como se ilustra nas figuras seguintes.

A B C
10 m

7m

4m

3.1 C
 onsiderando desprezável a resistência do ar, conclui em qual das situações a bola atinge o solo com maior
velocidade. Justifica a tua resposta sem efetuares cálculos.
U3P81H1 U3P81H2
3.2 Calcula a energia potencial da bola no início da queda, na situação A. U3P81H3
3.3 Determina a energia cinética da bola à chegada ao solo, na situação A.
3.4 Calcula o módulo da velocidade da bola à chegada ao solo, na situação A.
Ilustração semelhante a
4. U U3P81H1
 m rapaz lança uma bola na direção horizontal, como se mostra na figura, com mas com
uma velocidade o rapaz
inicial
de módulo 4,0 m/s. No início do lançamento, a bola encontrava-se a 1,5 m de distância relativamenteda
largando uma bola ao janela
solo.
Considerando desprezável a resistência do ar e sabendo que a bola tem uma do 3º andar.
massa de 450 g,Deve existir
calcula:
a) a energia cinética indicação da distância entre
inicial da bola; a janela e o solo (10,0 m).
b) a energia potencial
gravítica inicial v = 4,0 m/s

da bola;
c) a energia cinética 1,5 m
da bola na
chegada ao solo.

92

U3P81H1
564829 078-097.indd 92 05/06/15 15:06
3.5 Trabalho de uma força


Transferência de energia por aplicação
de forças
Quando se pretende deslocar um objeto de um local para outro, aplica-
A atuação de forças per-
-se-lhe uma força (Fig. 7). A aplicação da força no objeto permite transfe-
mite transferir energia
rir energia para este, que se manifesta durante o seu movimento.
entre sistemas.

Fig. 7 Quando um objeto se desloca por ação de uma força há transferência


de energia para esse objeto.
U3P82H1

Trabalho
A energia que é transferida para um corpo pela aplicação de uma força
Chama-se trabalho à ener-
pode ser medida por uma grandeza física denominada trabalho.
gia transferida entre siste-
Se a aplicação da força não produzir deslocamento, então, da aplicação mas devido à atuação de
dessa força, não resulta transferência de energia para o objeto, e essa forças.
força não realiza trabalho (Fig. 8). Na situação ilustrada na figura, a força
exercida pelo atleta só realizou trabalho enquanto os halteres estiveram a
ser erguidos. O termo «trabalho» tem,
neste contexto, um signifi-
cado preciso, que difere
do significado corrente.

deslocamento

Fig. 8 O atleta exerce força para manter os halteres na mesma posição, mas não
P
os desloca. A força que exerce não transfere energia para os halteres e,
por isso, não realiza trabalho. Fig. 9 No deslocamento
horizontal do carrinho
o trabalho do seu peso
É frequente atuarem várias forças sobre um corpo, no entanto, qualquer
é nulo, pois o peso
força cuja direção seja perpendicular à direção do movimento não trans- é perpendicular
fere energia para o corpo e, por isso, não realiza trabalho (Fig. 9). ao deslocamento.

93

564829 078-097.indd 93 05/06/15 15:06


3.5 Trabalho de uma força

Considere-se um corpo onde atuam várias forças com a mesma direção


do movimento (Fig. 10).

F2

F1 F3
deslocamento

F4

As forças F1, F2 e F3 têm o mesmo sentido que o deslocamento, realizam


Fig. 10 
trabalho potente; a força F4 tem sentido oposto ao deslocamento, realiza
trabalho resistente. U3P82H4
As forças que têm o mesmo sentido do movimento permitem que haja
transferência de energia para o corpo. São estas forças que contribuem
para o deslocamento efetuado e realizam trabalho potente.

As forças que têm sentido oposto ao movimento fazem com que seja
o corpo a transferir energia. Estas forças opõem-se ao deslocamento
efetuado e realizam trabalho resistente.


Determinação do trabalho potente
e do trabalho resistente
A energia que é transferida entre dois sistemas devido à atuação de for-
Em movimentos retilíneos
ças é tanto maior, quanto maior for a intensidade da força, F, e quanto
que ocorrem sempre no
maior for o valor do deslocamento efetuado, d.
mesmo sentido, o valor
absoluto do deslocamento Assim, para calcular o trabalho, W, em situações em que a força tem a
corresponde à distância mesma direção do deslocamento, utilizam-se as expressões:
percorrida.
Determinação do trabalho

Trabalho potente Trabalho resistente


W=F◊d W = -F ◊ d
deslocamento

F
F
deslocamento

A força, F , tem o mesmo sentido que A força, F , tem o sentido oposto


o deslocamento e transfere energia ao deslocamento e o corpo cede
para o corpo. energia para o exterior.
U3P83H1
U3P83H2
No Sistema Internacional de unidades, o trabalho expressa-se em joule
(J), pois é uma medida de transferência de energia. A intensidade da
força expressa-se em newton (N) e o deslocamento em metro (m).
94

564829 078-097.indd 94 05/06/15 15:06


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
O trabalho de uma força é igual à energia transferida entre o corpo em que atua e o exterior.

O trabalho de uma força com a mesma direção e sentido do deslocamento é dado por:
W=F◊d
É um trabalho potente e a energia é transferida para o corpo sobre o qual se exerce a força.

O trabalho de uma força com a mesma direção do deslocamento e sentido oposto é dado por:
W = -F ◊ d
É um trabalho resistente e a energia é transferida do corpo sobre o qual se exerce a força para o exterior.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS N F1 = 500 N


F2 = 200 N
1. N
 um armazém um caixote é arrastado no chão, atuando
sobre ele as forças representadas na figura ao lado.
1.1 
Refere quais são as forças que não realizam F2 F1
trabalho.
1.2 
Calcula o trabalho realizado pelas forças F1 e F2,
considerando um deslocamento horizontal
P
da esquerda para a direita de valor 3,5 m.

1.1 RESOLUÇÃO:
 s forças que não realizam trabalho são aquelas que são perpendiculares ao deslocamento, ou seja, P e N.
A

1.2 DADOS:
U3P83H7
F1 = 500 N; F2 = 200 N; d = 3,5 m
RESOLUÇÃO:
WF = F1 × d & WF = 500 × 3,5 = 1,8 × 103 J (Trabalho potente)
1 1

WF = -F2 × d & WF = -200 × 3,5 = -7,0 × 102 J (Trabalho resistente)


2 2

RESPOSTA: A força F1 realiza um trabalho de 1,8 × 103 J e a força F2 realiza um trabalho de -7,0 × 102 J.

ATIVIDADES

1. Observa as imagens, onde estão representadas algumas das forças que atuam em cada um dos corpos
e onde está também assinalado o deslocamento efetuado pelo respetivo corpo.

deslocamento
4N
O LIVRO
F3
4N
F4
O
LIVVR
O
des
loca
men
to
F F 2

O VR
LIV
O

deslocamento
O VVRRO
LIVR
LIV RO

1.1 Identifica as forças que:



U3P83H3
a) realizam trabalho U3P83H5
potente:
U3P83H4 U3P83H6
b) realizam trabalho resistente;
c) não realizam trabalho.
1.2 Sabendo que a força F2 transfere 4,8 J de energia para o livro, calcula o valor do deslocamento.

1.3 Considerando um deslocamento de valor 30 cm, calcula o trabalho realizado pela força F 4.

NOTA: Tem em atenção a escala apresentada.

95

564829 078-097.indd 95 05/06/15 15:07


AVALIAÇÃO FORMATIVA

ESQUEMATIZAR

1. Completa o esquema substituindo as letras pelos termos corretos.

ENERGIA

pode manifestar-se distinguem-se dois tipos a que se transfere entre


de diferentes formas fundamentais sistemas que interatuam
através de forças
é medida pelo
Elétrica
Cinética B
Trabalho
A
depende depende

Química
do quadrado D massa (m) E
C do módulo
da velocidade
F

VERIFICAR

2. S
 eleciona os termos que permitem completar corretamente as frases seguintes.

elétrica Sol cinética altura potencial cubo massa velocidade diretamente

fundamental movimento quadrado inversamente térmica especial eólica

A energia cinética é um tipo fundamental de energia que está associada ao (1) . A energia cinética associada
a um corpo é diretamente proporcional à sua (2) e ao (3) da sua velocidade. A energia potencial gravítica
é um tipo (4) de energia cujo valor é (5) proporcional à sua massa, à aceleração gravítica e à (6)
relativamente ao solo.
A energia (7) é uma manifestação de energia associada a massas de ar em movimento, sendo, por isso, uma
manifestação de energia (8) .

APLICAR

3. O
 bserva as figuras, onde estão ilustradas quatro situações alusivas a atividades desportivas.

A B C D

m (rapaz+skate)=60 kg m (menina+bicicleta)=60 kg m (homem)=120 kg m (cavaleiro+cavalo)=400 kg


v = 20 km/h v = 30 km/h v = 10 km/h v = 50 km/h

3.1 
Tendo em conta os dados apresentados, estabelece a ordem crescente de energia cinética associada a cada
sistema representado.
3.2 
Calcula a energia cinética associada à situação cavalo-homem representada na figura D.

96

564829 078-097.indd 96 05/06/15 15:07


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

4. Nas figuras, estão representados saltos para a piscina a partir de pranchas situadas a diferentes alturas.
Considera desprezável a resistência do ar e supõe que todos os atletas se deixam cair com velocidade inicial
nula.

A C

m = 50 kg m = 80 kg
3m 3m

B 10 m D

m = 80 kg

U3P84H7
U3P84H5 m = 60 kg
3m

4.1 
Estabelece a ordem crescente da energia potencial gravítica associada ao atleta no início de cada salto.
4.2 Refere, justificando, qual o atleta que chega à água com maior energia cinética.
4.3 Calcula o módulo da velocidade de entrada na água para o atleta A.
U3P84H8
4.4 Calcula o trabalho do peso no percurso de descida, até atingir a água da piscina, para a atleta D.
U3P84H6

CHEGO ÀS METAS Sim Preciso Tenho


de rever de estudar

1. 
Indico que as manifestações de energia se reduzem a dois tipos fundamentais: energia 2 1 0
cinética e energia potencial. p. 81
2. 
Concluo que as várias formas de energia usadas no dia a dia se reduzem aos dois tipos 2 1 0
fundamentais. p. 82
3. 
Indico de que fatores depende a energia potencial gravítica de um corpo e estabeleço 2 1 0
relações entre os valores dessa grandeza para corpos com igual massa colocados
a alturas diferentes do solo ou colocados a igual altura e com massas diferentes. pp. 84-85
4. 
Indico de que fatores depende a energia cinética de um corpo e estabeleço relações 2 1 0
entre valores dessa grandeza para corpos com igual massa e diferente velocidade e/ou
de igual velocidade e diferente massa. pp. 86-87
5. 
Identifico os tipos fundamentais de energia de um corpo ao longo da sua trajetória, 2 1 0
quando é deixado cair ou quando é lançado para cima na vertical, e consigo concluir que
a soma das duas energias é constante quando se despreza a resistência do ar. pp. 88-89
6. 
Concluo que é possível transferir energia entre sistemas através de atuação de forças 2 1 0
e designo esse processo por trabalho. pp. 91-94

0-5 — Tenho de me esforçar mais.  6-9 — Sou capaz de fazer melhor.  10-12 — Tenho de continuar assim!

97

564829 078-097.indd 97 05/06/15 15:07


4
Unidade

FORÇAS E FLUIDOS

98

564829 098-115.indd 98 05/06/15 15:08


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

Impulsão ar banho,

Q
uando estamos dentro de água a tom
, e deix amo s os braços ou
numa piscina, ou no mar
exer cerm os forç a sobre
as pernas à vontade, sem
e que todo o noss o corpo
eles, sentimos que a água os eleva ma força
água existe algu
fica mais leve. Parece que dentro de e ao peso,
cim a e se opõ
que a própria água está a fazer para
visto que o peso é dirigido para baix o.
[…]
falarmos mais à
Vamos dar um nome a esta força para
es. A forç a que provoca
vontade. As forças também têm nom ar é o peso.
é larg ado no
a queda de um corpo quando este os corpos
exe rcem sob re
Esta outra força que os líquidos
neles mergulhados é a impulsão.
A Física no dia-a-dia,
Rómulo de Carvalho,
Relógio d’Água, 1995 (adaptado)

COMEÇA POR…
OBSERVAR
1. Onde está situado o submarino, no fundo,
à superfície ou no meio da água?

Interpretar
2. Como se designa a força que os líquidos
exercem sobre os corpos que nele são
mergulhados?
3. Indica a direção e o sentido dessa força.

Refletir
4. Qual será o mecanismo usado para que,
algumas vezes, o submarino afunde e, outras
vezes, flutue na água?
5. Qual será a relação entre o peso e a impulsão
para que o submarino se possa localizar
no meio da água?

AS TUAS METAS
• Indicar que um fluido é um material que flui: • Determinar a intensidade da impulsão a partir
líquido ou gás. da massa ou do volume de líquido deslocado
• Concluir, com base nas leis de Newton, que (usando a definição de massa volúmica) quando
existe uma força vertical dirigida para cima sobre um corpo é nele imerso.
um corpo quando este flutua num fluido • Relacionar as intensidades do peso e da impulsão
(impulsão) e medir o valor registado num em situações de flutuação ou de afundamento
dinamómetro quando um corpo nele suspenso de um corpo.
é imerso num líquido. • Identificar os fatores de que depende
• Verificar a Lei de Arquimedes numa atividade a intensidade da impulsão e interpretar situações
laboratorial e aplicar essa lei em situações do dia de flutuação ou de afundamento com base
a dia. nesses fatores.

99

564829 098-115.indd 99 05/06/15 15:08


4.1 Impulsão


Fluido
Os fluidos são materiais que podem fluir, ou seja, tendem a escapar por
Os líquidos e os gases são alguma abertura que exista no recipiente que os contém (Fig. 1). Tipica-
fluidos. mente, os materiais que exibem este comportamento encontram-se no
estado líquido ou no estado gasoso.

A B

Fig. 1 A maior parte do ar contido num balão tende a escapar, se este não for
fechado, pois os gases são fluidos [A]. A água infiltra-se através de qualquer
fissura e passa por zonas mal vedadas, pois os líquidos são fluidos [B].


Impulsão
Quando se colocam certos objetos dentro de água, sente-se uma certa
oposição, ou seja, o objeto tende a vir para cima (Fig. 2).

A B

Fig. 2 Ao tentar colocar uma rolha de cortiça dentro de água [A], esta tende a vir
para cima [B].
Corpo em repouso no líquido
Lei da Inércia (v = 0 m/s)
ou 1.ª Lei de
Se um dado corpo flutua num fluido, permanecendo em repouso pró-
Newton ximo da superfície (ou no interior), então, a força resultante que sobre ele
atua é nula, de acordo com a Primeira Lei de Newton. Dado que o corpo
está sujeito à força gravítica `P j, vertical e dirigida para baixo, conclui-se
I

P+I=0 que o fluido exerce uma força com direção vertical e sentido para cima,
P a atuar no corpo (Fig. 3). Essa força chama-se impulsão ` I j e, neste caso,
deverá ter intensidade igual ao valor do peso do corpo, para que a resul-
Fresultante = 0 tante destas duas forças seja nula.
Fig. 3 Esquema da relação
Qualquer fluido exerce sobre os corpos nele imersos, parcial ou total-
das forças que atuam
sobre um corpo imerso mente, uma força de direção vertical com sentido de baixo para cima
U4P88H5
num líquido. denominada impulsão.
100

564829 098-115.indd 100 05/06/15 15:08


BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

Há objetos que, estando mergulhados em fluidos, não flutuam, mas o A


esforço exigido quando são puxados para cima é menor enquanto estão
imersos no fluido do que quando estão fora deste (Fig. 4). A força resul-
tante que atua sobre esses objetos é inferior ao peso, pois corresponde à
soma vetorial do peso com a impulsão.

Assim, quando estes corpos imersos em fluidos são suspensos em dina- B


mómetros, o valor indicado pelo dinamómetro corresponde ao seu peso
aparente aP ak.

Fig. 4 A força exercida para puxar o peixe


enquanto este se encontra dentro
de água [A] é menos intensa do que
quando este já está fora de água [B].

ATIVIDADE LABORATORIAL
Impulsão

MATERIAL
• Dinamómetro • Objetos diversos
• Gobelé • Água

PROCEDIMENTO
1. S uspende um dos objetos no dinamómetro e regista o valor indicado
por este.
2. Coloca água no gobelé até cerca de metade da sua capacidade.
3. Introduz o objeto, suspenso no dinamómetro, na água contida
no gobelé. Regista o valor indicado pelo dinamómetro.
A A
4. Repete os procedimentos com os outros objetos.

Observações
1. E U4P89H3
 labora, no teu caderno, uma tabela semelhante à que se apresenta e completa-a U4P89H3
com base nos registos
efetuados durante o procedimento.

Objeto 1 2 3 4 5

P/N

Pap/N

Análise
1. Como se poderá explicar que o peso e o peso aparente de cada objeto não tenham o mesmo valor?
2. Qual será o valor da impulsão a que cada objeto ficou sujeito?

Quando os corpos estão no ar (fluido gasoso), ficam sujeitos à força de


impulsão exercida pelo ar e à força gravítica exercida pela Terra. A força
gravítica exercida pela Terra `P j é muito maior do que a impulsão ` I j
exercida por fluidos gasosos, podendo admitir-se que o seu valor é des-
prezável. Assim, o valor lido pelo dinamómetro (intensidade da resultante
das forças) corresponde praticamente ao valor do peso do corpo. Con-
tudo, em fluidos líquidos, a impulsão já tem um valor significativo, então,
o dinamómetro regista o valor da resultante das duas forças aplicadas no
corpo, ou seja, o peso aparente aP ak. Nesta situação, tem-se: I = P - Pa
101

564829 098-115.indd 101 05/06/15 15:08


4.1 Impulsão

IDEIAS-CHAVE
Um fluido é um material que tende a escapar por uma abertura existente no recipiente que o contém.
Os líquidos e os gases são fluidos, pois têm este comportamento.

Qualquer fluido exerce uma força vertical dirigida de baixo para cima sobre os corpos nele imersos,
designada por impulsão.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. U
 m cubo de ferro com 510 g de massa foi suspenso num dinamómetro e introduzido em água. Nesta situação,
o dinamómetro marcou 4,4 N. Calcula:
a)
o valor do peso do cubo de ferro;
b)
o valor da impulsão exercida pela água sobre o cubo.

a) DADOS:
m = 510 g = 0,510 kg; g = 10 m/s2
RESOLUÇÃO:
P = m ◊ g & P = 0,510 ◊ 10 = 5,1 N
RESPOSTA:  O cubo tem um peso de valor igual a 5,1 N.

b) DADOS:
Pap = 4,4 N (valor marcado pelo dinamómetro)
RESOLUÇÃO:
I = P - Pap & I = 5,1 - 4,4 = 0,7 N
RESPOSTA: O valor da impulsão é 0,7 N.

ATIVIDADES

1. Representa a impulsão exercida sobre cada corpo, através de um vetor adequado, tendo em atenção a escala
e os dados da figura. Escala:
0,2 N

A B C

I = 0,6 N I = 0,4 N I = 1,4 N

2. O
 bserva a figura e responde às questões seguintes.
0,15 0,13

2.1 
Refere o valor do peso da esfera. 0,15 N 0,13 N

2.2 
Refere o valor do peso aparente da esfera quando
mergulhada no fluido.
2.3 
Determina o valor da impulsão.

102
U4P90H4
4P90H4

564829 098-115.indd 102 05/06/15 15:09


4.2 Lei de Arquimedes

Arquimedes de Siracusa (c. 287-212 a. C.) foi um matemático, físico e


inventor da Grécia antiga (Fig. 5). Estabeleceu um princípio importante da
hidrostática, que ficou conhecido como a Lei de Arquimedes, o qual
pode ser verificado experimentalmente.

ATIVIDADE LABORATORIAL
Verificação da Lei de Arquimedes

MATERIAL
• Dinamómetro    • Balança   •  Copo de combustão    • Objetos   • Tina

PROCEDIMENTO
1. P ousa a tina sobre o prato da balança e efetua a sua taragem.
2. R etira a tina da balança e coloca o copo de combustão dentro da tina.
3. C oloca água no copo de combustão até que fique completamente cheio.
4. S uspende um objeto no dinamómetro e regista o valor do seu peso.
5. Introduz o dinamómetro com o objeto suspenso no copo
de combustão com água. Regista o valor do peso aparente do objeto.
6. R etira o copo de combustão de dentro da tina com cuidado.
7. C oloca a tina com a água recolhida na balança, para determinar
a sua massa. Regista o valor.
8. R epete os passos 3 a 7 para os outros objetos.

RESULTADOS
1. C
 onstrói uma tabela semelhante à que se apresenta e regista os valores obtidos experimentalmente e os
resultados dos cálculos efetuados.
1 2 3 4 5

Peso/N

Peso aparente/N

(Impulsão = Peso - Peso aparente)/N

Massa de água deslocada/kg

Peso de água deslocada/N

Análise
1. Compara o valor da impulsão com o valor do peso de água deslocada. O que concluis?

Da atividade realizada pode observar-se que a intensidade da impulsão é igual


ao peso da água deslocada (I = Págua deslocada). Esta conclusão traduz a Lei de
Arquimedes e pode ser representada simbolicamente do seguinte modo:
I = Pfd + I = mfd ◊ g

em que Pfd corresponde ao peso do fluido deslocado.

A massa de fluido (mfd) que foi deslocado pode ser relacionada com o
seu volume (Vfd) através da densidade ou massa volúmica do fluido (tf).
mfd
tf = + mfd = tf ◊ Vfd
Vfd
De onde se pode concluir que:
Pfd = tf ◊ Vfd ◊ g e também I = tf ◊ Vfd ◊ g
103

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4.2 Lei de Arquimedes

IDEIA-CHAVE
De acordo com a Lei de Arquimedes, a intensidade da impulsão exercida por um fluido sobre um corpo nele
imerso é igual à intensidade do peso do fluido deslocado (I = Pfd + I = mfd ◊ g + I = tf ◊ Vfd ◊ g).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. U
 m cubo, com 150 g de massa e 125 cm3 de volume, é colocado dentro
de água (t = 1,0 ◊ 103 kg/m3) e afunda-se, tal como mostra a figura.
1.1 
Calcula o valor do peso do cubo.
1.2 
Calcula o valor do peso da água deslocada pelo cubo.
1.3 
Determina o valor da impulsão a que o cubo fica sujeito.

1.1 DADOS:
m = 150 g = 0,150 kg; g = 10 m/s2
RESOLUÇÃO:
U4P92H1
P = m ◊ g & P = 0,150 ◊ 10 = 1,5 N
RESPOSTA:
O valor do peso do cubo é 1,5 N.

1.2 DADOS:
tf = 1,0 ◊ 103 kg/m3; g = 10 m/s2

Como o cubo fica completamente imerso, o volume de fluido deslocado é igual ao volume do cubo:
Vfd = 125 cm3 = 1,25 ◊ 10-4 m3.
RESOLUÇÃO:
Pfd = tf ◊ Vfd ◊ g & Pfd = 1,0 ◊ 103 ◊ 1,25 ◊ 10-4 ◊ 10 = 1,25 N
RESPOSTA:
O valor do peso de fluido deslocado é 1,25 N.

1.3 RESPOSTA:

A impulsão tem o mesmo valor que o peso do volume de fluido deslocado, por isso, o seu valor é 1,25 N.

ATIVIDADES

1. Sabe-se que ao colocar uma certa canoa num lago, esta


faz deslocar 20 L de água.
1.1 
Considera que a densidade da água do lago
é 1,0 ◊ 103 kg/m3 e determina o valor da massa
de água que foi deslocada.
1.2 
Calcula o valor da impulsão que a água do lago
exerce sobre a canoa.

2. Uma peça de ferro com 5,0 dm3 de volume e 40 kg de massa está a ser içada para ser retirada de dentro
de água.
Calcula a intensidade mínima da força que é necessário aplicar para movimentar a peça (tágua = 1,0 ◊ 103 kg/m3)

104

564829 098-115.indd 104 05/06/15 15:09


4.3 Flutuação

Peso e impulsão
Quando se coloca um objeto no meio de um fluido, pode ocorrer uma de
três situações:
• o objeto permanece em repouso na posição em que foi colocado —
flutua no interior do fluido.
• o objeto desloca-se para a superfície do fluido, ficando uma parte fora
do fluido e outra dentro do fluido — flutua à superfície do fluido.
• o objeto desloca-se para o fundo do recipiente que contém o fluido —
afunda-se.

Se o corpo permanece em repouso no interior do fluido,


Flutuação então, a força resultante que sobre ele atua é nula.
no interior
do líquido I Sendo nula a força resultante, então, a intensidade
P da impulsão e do peso do corpo são iguais.
I=P

Se o corpo se desloca para cima, então, a força resultante


U4P93H1 tem sentido de baixo para cima.
I Se a força resultante tem o mesmo sentido que a impulsão,
Flutuação P então, a intensidade da impulsão é superior à intensidade
à superfície do peso.
do líquido
U4P93H2 Quando o corpo emerge, o volume de fluido deslocado passa
I=P
I a ser menor e, por isso, o valor da impulsão diminui até
igualar o valor do peso. O corpo fica em equilíbrio porque
P
as intensidades da impulsão e do peso do corpo são iguais.

Se o corpo se desloca para baixo, então, a força resultante


U4P93H3
que atua sobre o corpo tem sentido de cima para baixo.
I
Se a força resultante tem o mesmo sentido que o peso,
então, a intensidade da impulsão é inferior à intensidade
Afundamento P do peso.
I<P
U4P93H4 Quando o corpo atinge a base do recipiente que contém
o fluido, as forças que nele atuam ficam equilibradas, pois
I o recipiente também exerce, sobre o corpo, uma força (NW),
N dirigida para cima.
P

U4P93H5
Fatores que influenciam o valor
da impulsão
De acordo com a Lei de Arquimedes, a intensidade da impulsão corres-
ponde ao peso do volume de fluido deslocado, podendo ser determinada Maior densidade
por: I = Pfd + I = tf ◊ Vfd ◊ g do fluido

A partir desta expressão, pode concluir-se que a intensidade da impul-


são é diretamente proporcional à densidade do fluido, ou seja, quanto
Maior intensidade
maior é a densidade do fluido, maior é a força de impulsão que este
da força de impulsão
exerce sobre os corpos nele imersos.
105

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4.3 Flutuação

Impulsão e densidade do fluido

Em água da torneira, a impulsão é Em água salgada, a impulsão


menor do que o peso do ovo. O ovo torna-se maior (devido à maior
afunda-se. densidade do fluido) e equilibra
o peso, com o ovo parcialmente fora
de água. O ovo flutua à superfície.

A mesma expressão permite concluir que a intensidade da impulsão é


Maior volume de fluido
diretamente proporcional ao volume de fluido deslocado, o qual corres-
deslocado
ponde ao volume da parte do corpo que está imersa no fluido.

Impulsão e volume de fluido deslocado


Maior intensidade
da força impulsão

O objeto de esferovite flutua, o que O objeto de madeira flutua, o que


significa que a impulsão equilibra significa que, também neste caso,
o peso. O valor de impulsão que a impulsão equilibra o peso. O valor
iguala o valor do peso é conseguido de impulsão que iguala o valor
com um pequeno volume de água do peso (maior do que no objeto
deslocada. de esferovite) é atingido com um
maior volume de água deslocada.

Muitas embarcações são construídas com materiais de elevada densi-


dade, como, por exemplo, o aço; caso fossem maciços, afundavam-se.
As embarcações têm uma forma que lhes permite deslocar um grande
volume de água; assim, os valores da impulsão e do peso são iguais,
desde que as mesmas não estejam submersas (Fig. 5).
SABER
O facto de o valor da impulsão
igualar o valor do peso não
é suficiente para que o barco
flutue. O peso deve estar Impulsão
distribuído de modo que
o barco não se incline para um Peso
dos lados, acabando por se
virar e submergir. Fig. 5 Os navios, não estando totalmente imersos na água, sofrem uma impulsão
U4P95H1
de valor igual ao do seu peso.

106

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BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

IDEIAS-CHAVE
A intensidade da impulsão é diretamente proporcional à densidade do fluido em que o corpo se
encontra imerso.

A intensidade da impulsão é diretamente proporcional ao volume de fluido deslocado pela parte imersa
do corpo.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. S
 abendo que a água dos mares tem maior densidade do que a água dos rios, compara o volume de fluido que
é deslocado nas duas situações seguintes: embarcação a flutuar na água de um rio e a mesma embarcação
a flutuar na água do mar.

1. 
RESOLUÇÃO:
 ara que a embarcação flutue, o valor da impulsão tem de ser igual ao valor do peso da embarcação.
P
O peso da embarcação na água do rio e na água do mar tem o mesmo valor, pelo que o valor
da impulsão tem de ser igual nas duas situações. Assim, para compensar a menor densidade da água
do rio, o volume de fluido deslocado terá de ser maior nesta situação.

ATIVIDADES

1. Uma esfera de plástico é colocada dentro de uma mistura de álcool e água,


constatando-se que permanece em repouso na posição onde é colocada,
como se mostra na figura ao lado.
1.1 
Seleciona a opção que representa corretamente o peso da esfera
e a impulsão que nela atua.

A B C
U4P95H2

I I
I
P P
P

U4P95H3
1.2 Compara, justificando, U4P95H4
o volume de fluido deslocado U4P95H5
pela esfera com o volume da esfera.

2. U
 m cubo feito de um certo material é colocado em três fluidos diferentes: água destilada, álcool e óleo.
Verifica-se que flutua parcialmente imerso na água, flutua totalmente imerso no óleo e afunda-se no álcool.
2.1 
Representa através de um diagrama de forças o que acontece ao cubo quando é colocado em cada um
dos fluidos.
2.2 
Estabelece a ordem crescente da densidade dos fluidos.

3. O
 bserva as figuras ao lado e responde às questões seguintes.
3.1 
Compara as intensidades
do peso da plasticina A B
e da impulsão nas situações
A e B.
3.2 
Refere, justificando, em qual
das situações o volume
de água deslocada pela
plasticina é maior.

107

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AVALIAÇÃO FORMATIVA

ESQUEMATIZAR

1. Completa o esquema substituindo as letras pelos termos corretos.

IMPULSÃO

força exercida caracteriza-se nos casos em que


sobre corpos por ter
imersos em

direção B o seu valor é igual o seu valor é inferior


A ao do peso do corpo, ao do peso do corpo,
ocorre ocorre

sentido C
D Afundamento

intensidade Peso de fluido


igual ao valor do deslocado

VERIFICAR

2. D
 e entre as afirmações seguintes, seleciona a opção correta.
A. Apenas os líquidos exercem força de impulsão nos corpos neles imersos.
B. Apenas os gases exercem força de impulsão nos corpos neles imersos.
C. Todos os fluidos exercem força de impulsão nos corpos neles imersos.
D. Apenas os gases exercem força de impulsão de intensidade comparável ao peso dos corpos.

3. T
 ranscreve para o teu caderno as frases seguintes e preenche os espaços numerados de 1 a 4, de modo que
estas fiquem corretas.
A. A força de impulsão exercida por um fluido sobre um corpo é tanto maior, quanto (1) for a densidade do
(2) .
B. A força de (3) exercida por um fluido sobre um corpo é tanto menor, quanto (4) for o volume de
fluido deslocado.

APLICAR

4. Observa a representação esquemática de uma atividade laboratorial, em que se pretende verificar a Lei
de Arquimedes utilizando como fluido a água.

1,0 N

8,8 g

4.1 
Determina o valor da impulsão a que o corpo ficou sujeito quando foi imerso na água.
U4P97H1
Justifica a tua resposta. U4P97H2
4.2 Calcula o volume de água que foi deslocada sabendo que a massa volúmica da água é 1,0 g/cm3.
4.3 Calcula o valor indicado pelo dinamómetro na situação II.

108

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BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

4.4 Seleciona a opção que indica os valores da intensidade mínima da força que permite erguer o corpo
enquanto ainda está no líquido e quando já está fora do líquido, respetivamente.
A.
0,91 N e 1,0 N.
B.
1,0 N e 0,91 N.
C.
1,0 N e 0,09 N.
D.
0,09 N e 1,0 N.

5. Três esferas, A, B e C, de igual massa e volume diferente, são colocadas em água (t = 1,0 ◊ 103 kg/m3).
A posição de equilíbrio para cada uma das esferas é a que se ilustra na figura seguinte.

B
A

5.1  U4P97H3
Classifica as afirmações seguintes como verdadeiras (V) ou falsas (F).
A.
As três esferas têm a mesma densidade.
B.
As três esferas têm o mesmo peso.

C. A impulsão que atua em cada uma das três esferas tem o mesmo valor.

D. O valor da impulsão que atua na esfera B é igual ao valor da impulsão que atua na esfera C.

E. 
As esferas B e C deslocam o mesmo volume de água.
F.
Na esfera A, o peso é inferior à impulsão.
G.
Na esfera C, o peso é inferior à impulsão.
H.
Nas esferas B e C, o peso tem o mesmo valor que a impulsão.
5.2 
Supõe que quando as três esferas são colocadas em álcool (7,9 ◊ 102 kg/m3), a esfera C se afunda. Indica
o que sucede às esferas A e B.
5.3 Seria possível construir um objeto flutuante com o material que constitui a esfera A? Se sim, explica como.

CHEGO ÀS METAS Sim Preciso Tenho


de rever de estudar

1. 
Indico que um fluido é um material que flui: líquido ou gás. p. 100 2 1 0

2. 
Concluo, com base nas leis de Newton, que existe uma força vertical dirigida para cima 2 1 0
sobre um corpo quando este flutua num fluido (impulsão) e meço o valor registado num
dinamómetro quando um corpo nele suspenso é imerso num líquido. p. 101
3. 
Verifico a Lei de Arquimedes numa atividade laboratorial e aplico essa lei em situações 2 1 0
do dia a dia. p. 103
4. 
Determino a intensidade da impulsão a partir da massa ou do volume de líquido deslocado 2 1 0
(usando a definição de massa volúmica) quando um corpo é nele imerso. p. 103
5. 
Relaciono as intensidades do peso e da impulsão em situações de flutuação 2 1 0
ou de afundamento de um corpo. pp. 105-106
6. 
Identifico os fatores de que depende a intensidade da impulsão e interpreto situações 2 1 0
de flutuação ou de afundamento com base nesses fatores. pp. 105-106

0-5 — Tenho de me esforçar mais.  6-9 — Sou capaz de fazer melhor.  10-12 — Tenho de continuar assim!

109

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ATIVIDADES DE INTEGRAÇÃO

1. 
O gráfico diz respeito à variação de velocidade de um motociclo (m = 90 kg) cujo piloto (m = 70 kg)
se apercebe de um semáforo vermelho a cerca de 50 m e trava. Responde às questões.
1.1 Refere:
30
a) o tempo de reação do motociclista;
25
b) o tempo de travagem.

Velocidade/(m/s)
20
1.2 Determina:
a) o valor da velocidade inicial do motociclo em km/h; 15

b) a distância de reação; 10

c) a distância percorrida desde que inicia a travagem 5


4,2
até que o motociclo se imobilizou. 0
0 0,5 1 2 3 4 5 6
1.3 Calcula: Tempo/s
a) o valor da aceleração média durante a travagem;
b) o valor da intensidade da força de travagem que atua no conjunto motociclo + motociclista.
1.4 Supõe que o motociclista circulava numa avenida de tráfego intenso e comenta a situação descrita.

2. Num percurso retilíneo da circular externa de uma u4p98h1


25
cidade, um automóvel partiu do repouso e atingiu
a velocidade de 72 km/h (20 m/s); circulou durante
algum tempo com essa velocidade, até que teve de 20
travar devido à existência de semáforos. O gráfico ao
Velocidade/(m/s)

lado mostra a variação de velocidade ao longo do tempo. 15


2.1 
Calcula a energia cinética do automóvel no instante
10 s, sabendo que a massa do automóvel é 800 kg. 10

2.2 
Refere um intervalo de tempo em que o movimento
do automóvel foi: 5

a) uniforme;
0
b) uniformemente acelerado; 0 10 20 30
Tempo/s
c) uniformemente retardado.
2.3 
Relativamente aos últimos 10 s de movimento, seleciona a opção que permite completar corretamente
a frase seguinte: U4P98H2
A velocidade e a aceleração têm…
A. … a mesma direção e o mesmo sentido.
B. … a mesma direção e sentidos opostos.
C. … direções perpendiculares.
D. … direções diferentes mas não perpendiculares.
2.4 Calcula o valor da aceleração média nos primeiros
5 s de movimento.
2.5 
Calcula a distância total percorrida pelo
automóvel.
2.6 
Ao entrar no centro da cidade, o automóvel fez
um percurso curvilíneo numa rotunda, como se
mostra na figura ao lado.
B
Seleciona a opção que pode representar
corretamente o vetor velocidade do automóvel
A C
na posição assinalada.
2.7 
Ao sair da rotunda, o condutor teve necessidade
D
de fazer uma travagem brusca, pois surgiu
repentinamente um peão a atravessar a
passadeira. Durante a travagem, atuou sobre
o condutor uma força de intensidade média igual a 1,8 × 102 N. Calcula a pressão exercida pelo cinto
de segurança sobre o condutor, admitindo que a área do cinto é 600 cm2.

110
U?P???H?

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BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

3. Um grupo de jovens realiza uma atividade laboratorial que consiste em deixar cair pequenas esferas de aço num
líquido contido numa proveta.
D
 urante o percurso descendente das esferas no líquido, verifica-se que, a partir do ponto A, a sua velocidade se
torna constante.
Dados:
Vesfera = 3,4 ◊ 10-2 cm3;
tlíquido = 1,3 ◊ 103 kg/m3;
tferro = 7,9 ◊ 103 kg/m3
3.1 
Conclui, justificando, com base nas leis de Newton, qual é o valor da força
resultante que atua em cada uma das esferas no percurso AB. A

3.2 
Calcula o intervalo de tempo que a esfera demora a percorrer o troço AB,
supondo que a velocidade constante que foi atingida tem o valor 0,07 m/s.
3.3 
Calcula o valor da impulsão que atua numa esfera quando esta se encontra
15 cm
completamente imersa no líquido.
3.4 Quando uma esfera atinge o fundo do recipiente, fica em repouso sob a ação
de três forças, sendo uma delas a força de direção vertical e sentido de baixo
para cima exercida pelo recipiente (NW).
B
Representa num esquema legendado as três forças que atuam na esfera.

4. Lê o texto e responde às questões.


u2 p61D C
Eis-nos diante desse divertimento popular chamado montanha-russa. Um carrinho, levado ao ponto mais
alto de uma linha de carris e aí abandonado à força da gravidade, cai, subindo e descendo depois pela linha
fantasticamente curva, dando aos que vão dentro dele todas as sensações violentas das súbitas mudanças de
velocidade… Partindo sempre do ponto mais alto, situado, por exemplo, a cem metros do chão, em parte
nenhuma do percurso alcança ponto mais alto do que aquele.
Vamos supor que alguém descobriu como eliminar totalmente as forças de atrito e as forças de resistência do
ar e quer aplicar a sua descoberta à construção de uma montanha-russa. Nessa construção, deve seguir uma regra
muito simples: não deve haver pontos situados a uma altura superior à do ponto de partida, embora a linha de
carris possa ter qualquer comprimento. Se o carrinho puder mover-se livremente até ao final da linha de carris,
poderá, no seu percurso, atingir várias vezes cem metros de altura, mas nunca poderá ultrapassar esse valor.
Nas montanhas-russas reais, não será assim: depois de abandonado, o carrinho nunca atingirá a altura do
ponto de partida.
A. Einstein, L. Infeld, A Evolução da Física, Lisboa,
Livros do Brasil, pp. 43-45 (adaptado)

4.1 No texto, são referidas «todas as sensações violentas das súbitas mudanças de velocidade».
Seleciona a opção que traduz o nome da grandeza a que se refere a expressão destacada.
A. Velocidade.
B. Deslocamento.
C. Aceleração.
D. Força.
4.2 Calcula a energia potencial gravítica associada a um jovem de 50 kg que se situe no ponto mais alto
da montanha-russa, a 100 m do chão.
4.3 Refere um motivo pelo qual, nas montanhas-russas reais, «depois de abandonado, o carrinho nunca atingirá
a altura do ponto de partida».
4.4 Considera um troço retilíneo de uma montanha-russa, supondo que o valor da velocidade do carrinho
aumenta uniformemente desde 18 m/s até 32 m/s, em 2,2 s, e calcula:
a) o valor da aceleração do carrinho neste troço;
b) a distância percorrida pelo carrinho.
4.5 Considera um looping com raio igual a 20 m e calcula a rapidez média do carrinho, sabendo que este
percorre o looping em 5 s.
IAVE, Exame de 11.º ano, 2.ª fase, 2014 (adaptado)

111

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5. A
 presenta-se um excerto do artigo 2.º do Regulamento Técnico de Hóquei em Patins. Lê esse excerto e supõe
a seguinte situação: Um patinador dá um impulso inicial e depois deixa-se ir.

ARTIGO 2.º
(A PISTA DE JOGO – NORMAS E CONDIÇÕES A OBSERVAR)
1) A pista de jogo tem de possuir um piso plano e liso, construído num material aprovado — madeira, cimento
ou outro — e que permita uma boa utilização, em termos de aderência e deslizamento dos patins.

5.1 
Relaciona a distância percorrida com a rugosidade do piso.
5.2 
Desprezando o atrito, refere as duas forças que atuam no patinador.
5.3 
As forças que referiste na questão anterior constituem um par ação-reação? Justifica a tua resposta.
5.4 Refere, justificando, que tipo de movimento passaria a ter o patinador se o atrito fosse completamente
eliminado.

6. O
u4p100h1
 s satélites do Sistema de Posicionamento Global (GPS) dão duas voltas à Terra em cada dia, situando-se
a cerca de 18 000 km de altitude.
6.1 Refere o intervalo de tempo em que se completa uma volta em torno da Terra.
6.2 Calcula a rapidez média destes satélites, apresentando o resultado em km/h e em m/s.
Dado: raio da Terra = 6,4 ◊ 103 km

7. Uma bola com 600 g de massa percorre o trajeto representado na figura seguinte.
P
 arte do ponto A com uma velocidade de valor igual a 8,0 m/s e efetua a subida até à posição B em 2,0 s,
chegando com uma velocidade de valor 2,0 m/s.
O percurso BC é efetuado com velocidade constante.
Após passar o ponto C, a bola adquire um movimento de queda com resistência do ar desprezável.

6m

10 m
B C
vB = 2,0 m s-1

12 m

A
vA = 8,0 m s-1
Solo
D

7.1 Classifica o movimento nos trajetos AB e BC.


U4P100H3
7.2 Determina a distância percorrida pela bola desde A até C.
7.3 Calcula o valor da aceleração média da bola no trajeto AB.
7.4 Calcula o tempo que a bola demora a percorrer o trajeto BC.
7.5 
Calcula a energia potencial gravítica e a energia cinética associada à bola quando esta se encontra
no ponto C.
7.6 Indica, justificando, qual o valor da energia cinética com que a bola chega ao solo.

112

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BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

TRABALHAR COM DOCUMENTOS

A física do futebol
Jogadores como Cristiano Ronaldo e David Beckham são conhecidos em todo o Mundo pela sua perícia
na arte do pontapé livre. Quer seja enrolado para o canto superior ou um disparo fulminante, o pontapé livre é
uma parte vital do jogo moderno. Mas de que forma a Ciência interfere na marcação de um golo?
A diretriz é o efeito de Magnus. Investigada pelo físico alemão Heinrich Gustav Magnus, esta lei da Física
demonstra que o fluxo de ar é deformado de uma certa forma em torno de qualquer cilindro ou esfera giratória.
Se a bola rodar no sentido inverso ao dos ponteiros do relógio, o seu lado esquerdo experimentará menos
resistência, pois move-se na mesma direção do fluxo de ar, enquanto o lado direito roda contra o ar que avança,
aumentando a resistência. Tal cria um desequilíbrio de pressão, com o lado direito da bola a deparar com
pressão mais alta e o lado esquerdo com pressão mais baixa. Este desequilíbrio força a bola a mover-se para a
área com menor pressão, enrolada para a esquerda.
Mas o estilo de pontapés livres de Cristiano Ronaldo ou Gareth Bale é completamente diferente. A ideia
por detrás do livre desviado extremamente potente é conferir o menor efeito possível. À medida que o ar flui
sobre a bola, é produzida uma camada limite, que é uma «almofada» de ar que se fixa firmemente à superfície
da bola. Se uma imperfeição na bola perturba este fluxo de ar, esta vai desviar-se no ar.
Uma bola em rotação rápida não vai desviar-se muito, mas uma bola rematada de forma seca vai, pois terá
tempo para se mover na direção da perturbação. Por isso, quando Ronaldo bate a bola com um pouco de efeito,
qualquer imperfeição na bola fará com que se mova durante o voo e leve a melhor sobre o guarda-redes, des-
norteado.

4
Pressão
O desequilíbrio de
resistência faz com
que o lado esquerdo
3 da bola depare com
Efeito pressão baixa e o lado
direito com pressão
Empurrada para a Direção que mais alta.
área de pressão mais a bola tomaria
baixa, a bola enrola sem o efeito
para a esquerda. Magnus

Fluxo de ar
2 À medida que a bola roda pelo
ar, há resistência aumentada
no lado direito e reduzida no
lado esquerdo.

Pontapé
1
O jogador pontapeia a bola do lado direito, fazendo
Ñ com que rode no sentido inverso ao dos ponteiros
do relógio.

Fonte: Quero Saber, julho de 2014 (adaptado).

1. Refere o efeito que permite explicar que, na marcação de um livre, a bola, depois de pontapeada, não segue
em linha reta pelo ar.
u4p100h2
2. De que lado deverá ser pontapeada uma bola na marcação de um livre em que se pretende que esta enrole para
a direita?

113

564829 098-115.indd 113 05/06/15 15:09


Submarinos
Vamos fazer uma experiência engraçada, e muito fácil, utilizando uma garrafa e uma panela de água.
Com esta experiência, perceber-se-á que, deitando a quantidade certa de água dentro da garrafa, e colo-
cando a garrafa na água da panela, a garrafa não flutua nem se afunda, fica no interior do líquido sem subir
nem descer. Parece impossível? Mas não é! Exige paciência e cautela.
Começa-se por se deitar um pouco de água na garrafa, rolha-se e põe-se na água da panela. Deve ter ficado
a flutuar. Retira-se da água e deita-se mais um pouco de água na garrafa, mas só algumas gotas. Experimenta-
-se a ver se flutua. Flutua? Deita-se-lhe mais umas gotas. Foi para o fundo? Tira-se-lhe um pouco de água. É
só uma questão de paciência e de cuidado. Basta uma gota a mais para estragar tudo.
Com paciência, vai conseguir-se agarrar na garrafa e colocá-la no interior do líquido onde se pretende que
esta fique suspensa.
Assim se fez um submarino. O submarino é um barco com-
Periscópio
pletamente fechado, comprido e mais ou menos com a forma de
um charuto. Tem motores para poder andar, tem marinheiros Tanque de ar
especializados nesse género de barcos e mil e uma complica- Válvulas
comprimido
ções para se aguentar e se dirigir por debaixo de água.
A habilidade de quem dirige o submarino está exatamente
em fazê-lo descer até à profundidade que lhe interessa, introdu-
zindo água ou expulsando água até ficar parado no meio do
Tanque Interior
líquido. Agora já poderá navegar normalmente naquele nível, de lastro (onde
sem subir nem descer. Quando quiser subir, põe as máquinas a (parcial- a equipa
trabalhar e expulsa água para ficar mais leve; quando quiser mente vive e
descer, introduz água para ficar mais pesado. cheio) trabalha)
A Física no dia-a-dia, Rómulo de Carvalho,
Relógio D’Água, 1995 (adaptado)

1. Compara o peso com a impulsão na situação em que a garrafa fica a flutuar. U4P101H1
2. Q
 uando se coloca mais água dentro da garrafa, qual é a força que sofre alteração?

3. S
 upõe que, em vez de se deitar água dentro da garrafa se deitava álcool. A quantidade de álcool a introduzir para
conseguir suspender a garrafa no interior da água da panela seria maior, igual ou menor?

O voo do papagaio Sustentação


Os papagaios são mais densos do que o ar, pelo que a É uma força ascendente criada pela diferença de
força de impulsão exercida pelo ar é inferior ao peso do pressão entre o ar por cima e por baixo do papagaio.
papagaio, não permitindo que este flutue no ar. No entanto,
estes brinquedos, tal como os aviões, conseguem desafiar Resistência
a gravidade. Tal acontece devido à atuação das mesmas Quando o
forças: peso, sustentação, propulsão e resistência. papagaio se
Os papagaios são moldados de forma que o ar viaje move no ar,
sobre o topo mais depressa do que o ar que passa por surge uma
baixo, o que cria a força ascendente de sustentação — o força de
ar mais rápido por cima do papagaio cria uma área de resistência
do ar que se
pressão mais baixa.
opõe ao
O papagaio precisa de vento para voar, pois é o vento
movimento.
que gera a força de propulsão para o movimento do papa- Propulsão
gaio, tal como o motor de um avião. Peso Esta força permite
As outras duas forças não são favoráveis ao papagaio,
Força de direção vertical, desencadear
o peso e a resistência do ar.
Quero Saber, janeiro de 2015 (adaptado) dirigida para baixo. o movimento.

1. Qual deverá ser a relação entre a intensidade do peso e da sustentação para que o papagaio não caia?

2. E
 xplica a importância da forma do papagaio para o voo.

114

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BLOCO 1 MOVIMENTOS E FORÇAS

Como funciona o airbag


Até há alguns anos, o cinto de segurança era o único sistema de retenção passiva existente nos nossos
automóveis. No início, surgiram controvérsias sobre a sua segurança, especialmente em relação às crianças.
Mas as estatísticas mostram que o uso do cinto de segurança tem salvado milhares de vidas que poderiam ser
perdidas nos acidentes.
Como os cintos de segurança, os airbags — bolsas insufláveis macias que amortecem o impacto — estão
a ser desenvolvidos há anos.
Atualmente, as estatísticas mostram que o airbag reduz o risco de morte numa colisão frontal direta.
Depois vieram os airbags montados nas portas laterais e nos bancos. Atualmente, além dos airbags duplos,
muitos carros têm seis ou oito airbags. Assim como no caso do cinto de segurança, quando os airbags surgi-
ram também houve polémica em relação ao seu uso, de modo que se tornaram objeto de importantes pesquisas
e testes realizados pelo governo e pela indústria norte-americanos.
Os carros contam com diversos componentes, incluindo o carro em si, objetos soltos no seu interior e,
claro, passageiros. Se esses objetos não estiverem seguros, continuarão a mover-se, independentemente da
velocidade do automóvel e até mesmo quando ele para devido a uma colisão.
Para cessar o movimento de um objeto, é necessário que uma força atue sobre ele por um certo período de
tempo. Quando um automóvel colide, a força necessária para parar um objeto é muito grande, o objetivo de
qualquer sistema de retenção complementar é ajudar a parar o passageiro com o mínimo de dano possível.
A função de um airbag é anular a velocidade do passageiro com pouco ou nenhum dano. As limitações com
as quais o airbag opera são enormes, e ele dispõe apenas do espaço entre o passageiro e o volante ou painel e uma
fração de segundo para agir. Contudo, estes espaços e tempos mínimos são preciosos caso permitam desacelerar
o passageiro de maneira uniforme, em vez de interromper o seu movimento bruscamente.
O airbag possui três componentes que o auxiliam na sua tarefa:
• A bolsa, que é feita de um tecido fino de nylon.
• O sensor, que é o dispositivo que envia o comando para expandir a bolsa. Esta expande-se quando ocorre uma
força de colisão equivalente a uma colisão contra um muro de tijolos a uma velocidade entre 15 e 25 km/h.
• O sistema de expansão do airbag consiste na reação da azida de sódio (NaN3) com o nitrato de potássio
(KNO3) para produzir gás nitrogénio. São os fortes deslocamentos de nitrogénio quente que fazem
expandir o airbag.
Mesmo com o avanço da tecnologia, os Volante Airbag
airbags são eficientes somente quando usa-
dos em conjunto com um cinto de segurança
de três pontos. Há que ter em conta também Inflator
que condutor e os outros passageiros não
podem estar demasiado próximos do airbag. Sensor de colisão Gás
Posicionar o motorista a uma distância Nitrogénio
de 25 centímetros do airbag proporciona
uma perfeita margem de segurança.
Crianças com menos de 12 anos devem
viajar afiveladas numa cadeira própria para
a sua idade, instalada no banco traseiro do
carro.
http://carros.hsw.uol.com.br/airbag.htm (adaptado)
U4P102H1 consultado em 3/9/2014

1. Refere o nome da lei da Física que permite justificar a frase: «Se esses objetos não estiverem seguros, continuarão
a mover-se, independentemente da velocidade do automóvel e até mesmo quando ele para devido a uma colisão.»

2. Seleciona a opção que completa corretamente a frase seguinte:



A aceleração associada à colisão de um automóvel é muito elevada, pois…
A. … a massa do automóvel é muito elevada.
B. … a massa do automóvel é muito pequena.
C. … uma grande variação de velocidade ocorre num curto período de tempo.
D. … uma pequena variação de velocidade ocorre num longo período de tempo.

3. Refere as condições em que a utilização de airbag garante uma boa proteção aos seus utilizadores.

115

564829 098-115.indd 115 05/06/15 15:09


5
Unidade

CORRENTE ELÉTRICA E CIRCUITOS


ELÉTRICOS

116

564829 116-141.indd 116 19/06/15 13:28


BLOCO 2 ELETRICIDADE

Circuitos elétrimelco s
U
ha-se, em alguns aspetos,
m circuito elétrico asse
s sanguíneos,
ao sistema circulatório do corpo. Os vaso
são com o os fios de
as artérias, as veias e os capilares
tam o sang ue pelo corpo
um circuito. Os vasos sanguíneos transpor rica s.
cargas elét
e os fios de um circuito transportam as
O coração é a bom ba que imp ele a circulação do sangue no
para que o sangue circule.
corpo. Este gera a pressão necessária
diversos órgãos, como os
O sangue que circula pelo corpo abastece
. Uma pilha ou um gera-
músculos, o cérebro e o sistema digestivo
as elétricas pelo circuito.
dor fornece a tensão que empurra as carg
de uma lanterna fun-
Por exemplo, para uma lâmpada elétrica
de fios condutores a uma
cionar, esta tem de ser ligada através
as elétricas podem circular
pilha. Com o circuito fechado, as carg
pada.
e provocar a produção de luz pela lâm
.htm (adaptado)
http://tecnologia.hsw.uol.com.br/circuitos
14/11/2014

COMEÇA POR…
OBSERVAR
1. De que modo esta imagem representa
a importância da eletricidade?

Interpretar
2. Refere alguns elementos indispensáveis
à montagem de um circuito elétrico.
3. Em que situação se pode dizer que um
circuito elétrico está fechado?

Refletir
4. Será possível produzir uma corrente elétrica
sem usar pilhas? De que forma?
5. A corrente poderá circular se os fios
do circuito, em vez de serem de metal, forem
de algodão?

AS TUAS METAS
• Associar corrente elétrica ao movimento orientado • Definir a grandeza corrente elétrica e exprimi-la
de portadores de carga elétrica. em ampere (A), miliampere (mA) ou quiloampere
• Esquematizar e montar circuitos elétricos com (kA), identificando o amperímetro como o
associações de lâmpadas em série e em paralelo. instrumento que mede a corrente elétrica.
• Definir tensão entre dois pontos, exprimi-la • Definir resistência elétrica, exprimir valores
em volt (V), milivolt (mV) ou quilovolt (kV) de resistência em ohm (X), quilo-ohm (kX)
e identificar o gerador como o componente e megaohm (MX).
elétrico que cria tensão num circuito. • Medir resistências diretamente, com um ohmímetro
• Identificar o voltímetro como o instrumento que ou indiretamente, com um amperímetro e um
mede tensões, instalando-o em paralelo num U
voltímetro e utilizando a expressão: R = .
circuito. I
• Enunciar e aplicar a lei de Ohm, identificando
condutores óhmicos e não óhmicos.

117

564829 116-141.indd 117 19/06/15 13:28


5.1 A eletricidade

Desde que o Homem começou a controlar a produção de energia elétrica,


o seu uso foi aumentando gradualmente. Cada vez é maior o número de
equipamentos que funciona com energia elétrica. A utilização de equipa-
mentos elétricos é simples e cómoda e pode ter ainda outras vantagens.

Antigamente Atualmente

O domínio
da eletricidade
permitiu substituir
os candeeiros
a petróleo e a
iluminação das vias
públicas feita com
candeeiros a gás por
lâmpadas elétricas.

Muitas pessoas
já deixaram a escova
de dentes manual
para utilizarem
a elétrica, devido
ao maior número
de escovagens que esta
faz no mesmo intervalo
de tempo.

Em muitos lares,
os fogões a gás estão
a ser substituídos
por placas de indução
magnética.

A utilização de veículos
elétricos em vez
de veículos com
motores de combustão
permite reduzir
a poluição nas cidades.

118

564829 116-141.indd 118 19/06/15 13:28


BLOCO 2 ELETRICIDADE

Corrente elétrica
A eletricidade tem grande importância no nosso quotidiano. Assim, pro-
duzir e controlar a corrente elétrica é fundamental. Mas o que é a cor-
rente elétrica?

A corrente elétrica corresponde ao movimento orientado de portadores


de carga elétrica através de um meio condutor. Os portadores de carga
elétrica podem ser eletrões ou iões (Fig. 1).

- + RECORDAR
– – – – Os átomos são constituídos
– – –

– – –
– – – – por um núcleo onde se situam
– – –
– – –

– – os protões (de carga positiva)
– –
– e os neutrões (sem carga). Em
B torno do núcleo encontram-se
os eletrões (de carga negativa).
+ - Os iões mais simples resultam
+ -
de átomos que perderam
Cl- Ião negativo ou ganharam eletrões,
Cl- Na+
Na+ Ião positivo originando iões positivos
(catiões) e iões negativos
Fig. 1 No circuito A, os portadores de carga elétrica são sempre eletrões. (aniões), respetivamente.
No circuito B, na solução aquosa, os portadores de carga elétrica são os iões.

Condutores e isoladores elétricos

Condutores elétricos Isoladores elétricos

Materiais que conduzem bem a corrente elétrica Materiais que não conduzem a corrente elétrica

Grafite, metais e ligas metálicas são bons condutores Cerâmica, madeira, cortiça, borracha e plástico são
elétricos. isoladores.
Possuem eletrões com alguma liberdade para se Não possuem eletrões com liberdade para se
movimentarem entre os núcleos atómicos. movimentar entre os núcleos atómicos.

A lâmpada acende, porque a grafite é um condutor A lâmpada não acende, porque a madeira é um
elétrico. isolador elétrico.

119

564829 116-141.indd 119 19/06/15 13:28


5.1 A eletricidade

IDEIAS-CHAVE
A eletricidade e a energia elétrica estão presentes em diversos fenómenos do dia a dia.

A corrente elétrica corresponde a um movimento orientado de partículas com carga elétrica (eletrões
ou iões) através de um meio condutor.

Os materiais que conduzem bem a corrente elétrica denominam-se condutores elétricos. São exemplos
destes materiais a grafite, os metais e as ligas metálicas.

Os materiais que não conduzem a corrente elétrica denominam-se isoladores elétricos. São exemplos
destes materiais a cerâmica, a madeira, a cortiça, a borracha e o plástico.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. O
 cabo elétrico de uma placa de aquecimento de um laboratório danificou-se, expondo os fios do seu interior.
Refere, justificando, um material adequado ao conserto do cabo.

RESOLUÇÃO:
 material adequado para consertar o cabo deve ser isolador da corrente elétrica. Assim, pode ser, por
O
exemplo, fita adesiva plástica.

ATIVIDADES

1. Enumera alguns exemplos do dia a dia que mostrem o uso da energia elétrica.

2. C
 lassifica os materiais seguintes como condutores ou isoladores da corrente elétrica.

A B C D E F

3. Observa os circuitos elétricos A e B e refere se a lâmpada acende em cada um dos casos. Justifica a tua
resposta.

A B

4. Realiza uma breve pesquisa que te permita responder às seguintes questões:



• Como se faziam gelados antes de haver acesso aos congeladores com motores elétricos?

• Como se mantêm ligadas as diversas aparelhagens médicas nos hospitais quando há uma falha
do abastecimento público?

120

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5.2 Circuitos elétricos

Os circuitos elétricos são «caminhos» percorridos pela corrente elétrica. NOTA


Para estabelecer uma corrente elétrica é necessário que exista pelo Entre os materiais que
menos uma fonte de energia (Fig. 2A), como uma pilha, e recetores constituem os circuitos,
(Fig. 2B), que convertem a energia fornecida pela fonte. Por exemplo, uma existem condutores
lâmpada converte energia elétrica em energia luminosa e energia tér- e isoladores elétricos.

mica, e uma campainha converte energia elétrica em energia sonora. Os fios condutores de cobre,
por exemplo, estão revestidos
Para controlar a passagem da corrente elétrica utilizam-se os interrupto- de plásticos isoladores.
res (Fig. 2C). Para ligar todos estes elementos, são essenciais os fios de
ligação (Fig. 2D).

A
B
C

Fig. 2 Circuito elétrico com fonte de energia [A], recetores [B], interruptores [C]
e fios de ligação [D].

Quando se faz a montagem do circuito, o interruptor deve estar desli-


gado, estando o circuito aberto (Fig. 3A), porque tem uma interrupção:
os recetores não funcionam. Depois de verificar se a montagem está
correta, liga-se o interruptor, estando o circuito fechado (Fig. 3B), por-
que não existe nenhuma interrupção: os recetores podem funcionar.

A B

Sentido convencional
da corrente
+ -
Fig. 3 No circuito aberto [A], existe interrupção no circuito e não é possível
estabelecer a corrente elétrica: os recetores não podem funcionar. Sentido real da corrente
No circuito fechado [B], é possível estabelecer a corrente elétrica: - +
os recetores podem funcionar.

Com o circuito fechado, pode estabelecer-se o movimento orientado dos


portadores de carga elétrica, que, no caso dos condutores metálicos, são SABER
os eletrões. Os eletrões deslocam-se do polo negativo da pilha para o polo Quando o sentido da corrente
positivo, sendo este o sentido real da corrente. No século xviii, quando se se mantém ao longo do tempo,
começou a estudar a corrente elétrica, o sentido desta foi estabelecido por tem-se uma corrente contínua
(símbolo =). Quando o sentido
analogia com o movimento de fluidos. Assim, pensava-se que a corrente
da corrente se inverte
se estabelecia do polo positivo para o polo negativo, sendo este o sentido periodicamente, tem-se uma
convencional da corrente. O sentido convencional da corrente corresponde corrente alternada (símbolo +).
ao fluxo de cargas positivas, que não ocorre nos condutores metálicos.
121

564829 116-141.indd 121 19/06/15 13:28


5.2 Circuitos elétricos

Para representar os elementos constituintes de um circuito elétrico, utili-


zam-se símbolos, como os que se apresentam na tabela seguinte.

Alguns componentes de circuitos elétricos e respetivos símbolos

Gerador (caixa de alimentação ligada à tomada) Lâmpada

G ou

Pilha Resistência

1 2
ou

Tomada de rede Campainha

230 V

u5 p109 h12
Interruptor Fios de ligação

aberto fechado

Sentido real da corrente. O circuito da figura 3 pode então ser representado pelo esquema da
Sentido convencional da corrente.
figura 4, onde se assinala também o sentido real e o sentido convencio-
nal da corrente.

Instalação de componentes em série


e em paralelo
A instalação de mais uma lâmpada no circuito representado na figura 4
Fig. 4 Circuito elétrico com pilha, pode ser feita de duas maneiras: em série e em paralelo.
interruptor e lâmpada.
u3 p76 h2

Circuitos em série e em paralelo

Série Paralelo

Quando os componentes do circuito estão ligados Quando existem componentes associados em paralelo,
em série, há apenas um «caminho» para a corrente há mais do que um «caminho» (derivações) para
elétrica. a corrente elétrica.

122

u3 p76 h6
u3 p76 h4
564829 116-141.indd 122 19/06/15 13:29
BLOCO 2 ELETRICIDADE

Quando duas lâmpadas estão associadas em série, o seu funcionamento


não é independente, pois a corrente elétrica tem um só «caminho» possível.
Assim, se uma lâmpada fundir, o circuito fica aberto nesse ponto e não se
estabelece corrente elétrica, pelo que a outra lâmpada também não acende.

Quando duas lâmpadas estão ligadas em paralelo, o seu funcionamento é


independente, dado que a corrente elétrica pode circular por qualquer
uma das derivações. Pode instalar-se um único interruptor, no circuito
principal (que controla todo o circuito), ou dois interruptores, um em cada
uma das derivações (que controla cada lâmpada de forma independente).

ATIVIDADE LABORATORIAL
Montagem de circuitos em série e em paralelo

MATERIAL A
• 1 pilha de 4,5 V • Fios de ligação
L1
• 3 interruptores • 3 lâmpadas de 2,5 V e respetivos suportes
K1
PROCEDIMENTO
1. Observa o esquema [A] e procede à sua montagem. L2 L3
2. Depois de verificar se tudo está montado corretamente, K3 K2
liga todos os interruptores. B
3. Volta a abrir todos os interruptores e experimenta fechar
um interruptor de cada vez. K2
L1 u3 p77 h3
4. Monta outro circuito [B] cujas lâmpadas estejam associadas K1
em paralelo, intercalando os interruptores. L2
5. Testa o fecho de todos os interruptores.
L3 K3
Observações
1. Regista as observações numa tabela semelhante à que se apresenta.

Interruptores u3 p77 h2
Lâmpadas
Ligado (L)/Desligado (D)
Associação
L1 L2 L3
K1 K2 K3
Acende/não acende Acende/não acende Acende/não acende

L L L
L L D
Série
L D L
D L L
L L L
L D D
Paralelo L D L
L L D
D L L

CONCLUSÕES
1. Qual é a diferença entre os dois circuitos montados?
2. Para o circuito B, indica as lâmpadas que são controladas por cada um dos interruptores.
3. Serão necessários todos os interruptores usados no circuito A? E no circuito B?

123

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5.2 Circuitos elétricos

IDEIAS-CHAVE
Os circuitos elétricos são «caminhos» percorridos pela corrente elétrica.

Os vários componentes de um circuito elétrico podem estar associados em série, quando só existe um
trajeto possível para a corrente elétrica, ou em paralelo, quando existe mais do que um trajeto possível
para a corrente elétrica.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Observa o circuito da figura ao lado e responde às questões seguintes.


1.1 
Representa o circuito por um esquema.
1.2 
Explica por que razão a lâmpada só acende quando se pressiona o
botão da campainha.

1.1 RESOLUÇÃO:

A observação da figura permite verificar que o circuito é constituído por:
duas pilhas, campainha, lâmpada, interruptor e fios de ligação. Tendo em
conta a simbologia da página 122, o esquema será o representado ao lado:

1.2 RESOLUÇÃO:
A lâmpada e a campainha estão associadas em série; assim, para se poder estabelecerU5P111H5
uma corrente
elétrica, é preciso fechar o circuito, pressionando o botão da campainha.

ATIVIDADES

1. É possível aquecer água com uma resistência elétrica, como se mostra na figura ao lado.
Supõe que a resistência da figura ao lado está ligada a um gerador e representa o circuito
elétrico por um esquema, utilizando a simbologia adequada.

2. Observa os esquemas dos circuitos A, B e C, representados nas figuras.

A B C
230 V G

LI LII LIII
U5P111H3 U5P111H4
U5P111H2
2.1 
Enumera os componentes do circuito A e do circuito B.
2.2 
Copia o esquema C para o teu caderno e assinala o sentido real e o sentido convencional da corrente.
2.3 
Quando a lâmpada II do circuito C funde, o circuito fica interrompido. Poderá a lâmpada I acender? E a III?
Justifica as tuas respostas.
2.4 Representa um circuito com três lâmpadas associadas, mas que possam funcionar de modo independente
umas das outras.
K1 K4
3. Observa o esquema ao lado.
Identifica as lâmpadas que permanecem acesas quando se desliga(m)
L1 L4
o(s) interruptor(es):
a) K1
L2
b) K2

K2
c) K3 e K4.

K3
L3
124

564829 116-141.indd 124 19/06/15 13:29


5.3 Tensão ou diferença de potencial

Para que se estabeleça e mantenha uma corrente elétrica num circuito, A


é essencial ter um gerador. As fontes de alimentação e as pilhas consti-
tuem exemplos de geradores (Fig. 5). A função dos geradores é a de criar
tensão ou diferença de potencial, abreviadamente, d. d. p., no circuito
elétrico. A tensão, normalmente simbolizada pela letra U, é uma gran-
deza que corresponde à energia que é fornecida ao circuito por unidade B
de carga elétrica que nele circula.

Assim, entre os dois terminais do gerador, existe uma diferença de poten-


cial, em que o terminal que se encontra a um potencial mais baixo é o
terminal negativo e o outro é o terminal positivo.
Fig. 5 Geradores: fonte de
A unidade do Sistema Internacional para a tensão é o volt (V). Podem alimentação [A] e pilhas [B].
utilizar-se múltiplos e submúltiplos do volt.

Múltiplos do volt
A pilha de Volta Quilovolt (kV):
A unidade usada para a tensão, o volt, é uma homenagem ao físico ita- 1 kV = 1 ◊ 103 V
liano Alessandro Volta (1745-1827). No princípio do século xix, Volta Megavolt (MV):
desenvolveu dispositivos capazes de criar uma diferença de potencial 1 MV = 1 ◊ 106 V
entre os seus terminais, inventando a primeira pilha elétrica (Fig. 6).
Submúltiplo do volt
Milivolt (mV):
1 mV = 1 ◊ 10-3 V

Fig. 6 Alessandro Volta apresenta a sua pilha elétrica a Napoleão Bonaparte.

A designação «pilha» resulta do facto de Volta ter empilhado vários ele-


mentos. Cada elemento era constituído pela sobreposição de um disco
de cobre e de um disco de zinco, separados por um disco de papel ou
tecido embebido numa solução salgada ou ácida (Fig. 7).

Este cientista testou a utilização de diferentes metais e o empilhamento


de diferente número de elementos, descrevendo a sensação causada Fig. 7 Exemplar do tipo da pilha
pela colocação dos seus dedos húmidos nos terminais da pilha. de Volta.

125

564829 116-141.indd 125 19/06/15 13:29


5.3 Tensão ou diferença de potencial

A 
Medição da diferença de potencial
Para medir a diferença de potencial utilizam-se os voltímetros (Fig. 8A)
(símbolo esquemático V ) ou os multímetros (Fig. 8B), escolhendo a fun-
ção de voltímetro. Antes de se utilizar um voltímetro, deve conhecer-se o
alcance (valor máximo que pode ser lido) e a menor divisão da escala
B selecionada.

O alcance deve ser sempre respeitado para não danificar o instrumento,


pelo que, se a tensão entre dois pontos num certo circuito ultrapassa o
alcance, o voltímetro não deve ser instalado.

A identificação da menor divisão da escala auxilia na determinação


dos valores que estão a ser medidos e permite conhecer a incerteza da
Fig. 8 Voltímetro analógico [A]; medição.
multímetro digital [B].
O voltímetro mede a diferença de potencial entre dois pontos. Assim,
a sua montagem deve ser efetuada de modo que cada um dos seus ter-
Os voltímetros são instala- minais fique ligado, respetivamente, a cada um desses pontos — ligação
dos em paralelo. em paralelo.

Tensão

Associações em série Associações em paralelo

V V
U U

U1
U1 V1 V1

V2
U2

V2
U2

A diferença de potencial varia ao longo do circuito, A diferença de potencial nos terminais de dois
sendo a soma da diferença de potencial nos terminais condutores em paralelo é a mesma, pois os terminais
de cada recetor igual à diferença de potencial nos dos condutores associados em paralelo estão ligados
terminais da sua associação. nos mesmos pontos.
U = U1 + U2 + … p82Uh5
U = Uu31 = 2 = constante
u3 p81 h3

U1 U2 U3 As associações de pilhas em série permitem obter uma tensão maior do


V1 V2 V3 que a proporcionada por cada uma delas, pois a tensão nos terminais
da associação é igual à soma das tensões nos terminais de cada pilha
(Fig. 9).

V
U Fig. 9 Tensão numa associação
U = U 1 + U 2 + U3 de pilhas em série.

126
U5P113H6

564829 116-141.indd 126 19/06/15 13:29


BLOCO 2 ELETRICIDADE

ATIVIDADE LABORATORIAL
Medição da tensão em associações de condutores
em série e em paralelo

MATERIAL
• 2 pilhas de 4,5 V
• 2 lâmpadas de 6,0 V
• 3 interruptores
• 1 voltímetro
• Fios de ligação

PROCEDIMENTO
1. Efetua a montagem do circuito esquematizado na figura [A]. A VA
2. Observa com atenção o voltímetro e seleciona a escala adequada para
medir a diferença de potencial entre diferentes pontos do circuito,
sabendo que neste circuito a tensão nunca ultrapassa 9 V. L1 L2
3. Utilizando o voltímetro, ligado em paralelo, mede a diferença
de potencial:
VB VC
a) nos terminais da associação de pilhas [VA];
VD
b) nos terminais da lâmpada L1 [VB];
c) nos terminais da lâmpada L2 [VC]; B
d) nos terminais da associação das duas lâmpadas [VD]. U5P114H3
4. E fetua, agora, a montagem de um circuito com as duas lâmpadas VE
associadas em paralelo, utilizando apenas uma das pilhas, como L3

se mostra na figura [B]. L4


5. Utilizando o voltímetro, ligado em paralelo, mede a diferença
de potencial: VF
a) nos terminais da lâmpada L3 [VE]; VG
b) nos terminais da lâmpada L4 [VF];
c) nos terminais da associação de lâmpadas [VG].
U5P114H4
RESULTADOS
1. Regista os valores da tensão lidos no voltímetro numa tabela semelhante à que se apresenta.

Tensão/v

A B C D E F G

2. S
 oma os valores da tensão nos terminais das lâmpadas L1 [VB] e L2 [VC] e compara este valor com a tensão
lida no voltímetro nos terminais da associação em série de L1 e L2 [VD].
3. C
 ompara o valor da tensão nos terminais das lâmpadas L3 [VE] e L4 [VF] e nos terminais da sua associação
em paralelo [VG].

CONCLUSÕES
1. Q
 ue relação existe entre a tensão nos terminais da associação em série de condutores num circuito elétrico
e a tensão nos terminais de cada um desses componentes?
2. Q
 ue relação existe entre a tensão nos terminais de dois condutores associados em paralelo e nos terminais
da sua associação?
3. Q
 uantos volts deveria indicar a pilha que poderia substituir as duas pilhas associadas em série no circuito
da figura A?

127

564829 116-141.indd 127 19/06/15 13:29


5.3 Tensão ou diferença de potencial

IDEIAS-CHAVE
A tensão (U ) é uma grandeza que corresponde à energia que é fornecida ao circuito por unidade de carga
elétrica que nele circula.

A unidade do Sistema Internacional para a tensão (U ) é o volt (V). Podem utilizar-se múltiplos
e submúltiplos do volt. O quilovolt (kV) e o megavolt (MV) são múltiplos do volt e o milivolt (mV) é um
submúltiplo do volt.

No início do século xix, Alessandro Volta inventou o primeiro dispositivo capaz de criar uma diferença
de potencial entre os seus terminais, a primeira pilha elétrica.

A pilha de Volta era composta por uma associação de vários elementos. Cada elemento era constituído
por um disco de cobre e um disco de zinco, separados por um disco de papel ou tecido embebido numa
solução salgada ou ácida.

Para medir a diferença de potencial, utilizam-se os voltímetros ou multímetros.

Os voltímetros são instalados em paralelo.

Nas associações em série: U = U1 + U2 + …


A diferença de potencial varia ao longo do circuito, sendo a soma da diferença de potencial nos terminais
de cada recetor igual à diferença de potencial nos terminais da sua associação.

Nas associações em paralelo: U = U1 = U2 = …


A diferença de potencial nos terminais de dois condutores em paralelo é a mesma, pois os terminais
dos condutores associados em paralelo estão ligados nos mesmos pontos.

EXERCÍCIO RESOLVIDO V

1. O
 bserva o circuito esquematizado na figura, onde as pilhas 4,0 V
da associação em série têm uma tensão de 1,5 V cada uma.
V2
Determina o valor marcado por cada um dos voltímetros.
L1
1. RESOLUÇÃO: L2
L3
O voltímetro V mede a tensão nos terminais da associação
V1
de quatro pilhas; sabendo-se que em cada uma a tensão é 1,5 V,
V3
então, tem-se: U = 4 × 1,5 = 6,0 V. O voltímetro V marca 6,0 V.
O voltímetro V3 mede a tensão nos terminais da lâmpada L3. Dado que a lâmpada L3 está associada
em paralelo com a L2, então, a tensão nos terminais da lâmpada L3 é igual à tensão nos terminais
da lâmpada L2, ou seja, U3 = 4,0 V. O voltímetro V3 marca 4,0 V. U5P115H8
 voltímetro V1 mede a tensão nos terminais da lâmpada L1, a qual está associada em série com os restantes
O
elementos do circuito, pelo que:
U = U1 + U2 & 6,0 = U1 + 4,0 + U1 = 6,0 - 4,0 = 2,0 V
O voltímetro V1 marca 2,0 V.

ATIVIDADES

1. Apresenta as seguintes medidas de tensão de acordo com o que é solicitado:


a) 150 mV = V;
b) 2
 ,6 MV = V;
c) 15 kV = V;
d) 0,075 V =
mV;
e) 3700 V =
kV;
f) 9,2 ◊ 107 V =
MV.

128

564829 116-141.indd 128 19/06/15 13:29


BLOCO 2 ELETRICIDADE

2. O
 bserva as figuras seguintes, que representam escalas de voltímetros com diferentes alcances.

A B C

5 15 0,5
10 20
5 25
0 10 0 30 0 1

VOLTS VOLTS VOLTS

U5P115H1 U5P115H2 U5P115H3


2.1 Refere os valores do alcance e da menor divisão da escala para cada um dos voltímetros.
2.2 Indica corretamente a leitura de cada voltímetro.

3. Observa os circuitos esquematizados e, tendo em conta os dados neles assinalados, determina os valores
de tensão em falta.

A 9,0 V C
V1 V1

2,5 V
V2

V2 V3
6,0 V V3
U5P115H4 U5P115H6
B D
V1 4,5 V
V1 V2

V2 V3 2,5 V
1,5 V V4
V6 3,0 V

V4 V3
3,0 V 3,5 V V5

U5P115H5 U5P115H7
4. Pesquisa como se pode construir uma pilha com materiais geralmente disponíveis em casa.
Sugestão: Pesquisa na Internet «pilha de limão» ou «pilha de batata».

129

564829 116-141.indd 129 19/06/15 13:29


5.4 Corrente elétrica

O trânsito de um dado local é tanto mais intenso, quanto maior for o


número de veículos que aí passa por intervalo de tempo (Fig. 10).

A B

Fig. 10 Em certas estradas, de manhã e ao fim da tarde, o trânsito é, em geral, mais intenso [A]
do que a outras horas do dia [B].

Do mesmo modo, a corrente elétrica é tanto mais intensa, quanto maior for
a quantidade de cargas elétricas que circulam num elemento do circuito.

Num fio metálico, a corrente elétrica ou intensidade da corrente elétrica


define-se como a quantidade de carga elétrica que atravessa uma dada
secção desse condutor num intervalo de tempo unitário (um segundo
no SI). A corrente elétrica é representada simbolicamente pela letra I.

A unidade do Sistema Internacional para a corrente elétrica (I ) é o


ampere (A). São também utilizados alguns múltiplos e submúltiplos do
ampere.
Múltiplo do ampere
Quiloampere (kA):
1 kA = 1 ◊ 103 A

Medição da corrente elétrica
Para medir a intensidade da corrente elétrica, utilizam-se os amperíme-
Submúltiplos do ampere
tros (Fig. 11A) (símbolo esquemático A ) ou os multímetros (Fig. 11B) na
Miliampere (mA):
função adequada.
1 mA = 1 ◊ 10-3 A
Microampere (nA):
1 nA = 1 ◊ 10-6 A A B

NOTA
Numa corrente contínua,
o terminal positivo do gerador
deve ser ligado ao terminal
positivo do amperímetro
(geralmente, pintados Fig. 11 Amperímetro analógico [A]; multímetro digital [B].
de vermelho).
Como os amperímetros medem a quantidade de carga que atravessa um
ramo do circuito, são introduzidos no circuito de modo que toda a trans-
ferência de carga se faça através deles. Assim, este instrumento deve ser
Os amperímetros são ins-
ligado em série no circuito, o que significa que nunca pode ser ligado
talados em série.
diretamente aos dois terminais de uma fonte de alimentação.
130

564829 116-141.indd 130 19/06/15 13:29


BLOCO 2 ELETRICIDADE

Corrente elétrica

Associações em série Associações em paralelo


I4
A4

I A
I1 A1 A3 I3 I1
A1

A2 A2
I2 I2
A corrente elétrica é a mesma em todos os pontos A corrente elétrica no troço principal é igual à soma
de um circuito em série. das intensidades das correntes de cada uma
I = I1 = I2 = … das derivações em paralelo.u3 p80 h4
I = I1 + I2 + …

u3 p80 h3

ATIVIDADE LABORATORIAL
Medição da corrente elétrica em associações de condutores
em série e em paralelo

MATERIAL
A
• 1 pilha de 4,5 V • 1 interruptor
• 2 lâmpadas de 2,5 V iguais • 1 amperímetro
• Fios de ligação

PROCEDIMENTO
1. M onta um circuito em que as lâmpadas estejam
associadas em série [A].
2. Intercala o amperímetro em vários pontos (1, 2 e 3) B
do circuito e lê o valor indicado para cada caso.
3. Monta agora um circuito em paralelo [B], intercala
o amperímetro no circuito principal (1) e lê o valor registado.
4. Repete a leitura do valor do amperímetro, mas, agora,
intercala-o em cada uma das derivações (2 e 3).

RESULTADOS
1. Regista os valores lidos no amperímetro numa tabela semelhante à que se apresenta.

Corrente elétrica
Ponto da medição
1 2 3
Associação
Série

Paralelo

2. N
 o circuito em série, os valores lidos no amperímetro são iguais ou diferentes entre si? E no circuito em paralelo?

CONCLUSÕES
1. Q
 ue relação existe entre a corrente elétrica nos diferentes pontos de um circuito em série?
2. N
 o circuito em paralelo, qual é a relação entre a corrente elétrica em cada uma das derivações e no
circuito principal?

131

564829 116-141.indd 131 19/06/15 13:29


5.4 Corrente elétrica

IDEIAS-CHAVE
A corrente elétrica (I ) é a quantidade de carga elétrica que atravessa uma dada secção de um condutor
num intervalo de tempo unitário (um segundo no SI).

A unidade do Sistema Internacional para a corrente elétrica (I ) é o ampere (A). A corrente elétrica
também se pode exprimir em miliampere (mA) e quiloampere (kA).

Para medir a corrente elétrica, utilizam-se os amperímetros ou multímetros.

Os amperímetros são instalados em série.

Nas associações em série: I = I1 = I2 = …


A corrente elétrica é a mesma em todos os pontos de um circuito em série.

Nas associações em paralelo: I = I1 + I2 + …


A corrente elétrica no troço principal é igual à soma das intensidades das correntes em cada uma
das derivações em paralelo.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. O
 bserva o circuito esquematizado na figura, bem como
os dados nele assinalados, e determina o valor indicado pelo
0,20 A A2 A3
amperímetro A3.

1. DADOS: I1 = 0,50 A; I2 = 0,20 A A1 0,50 A


RESOLUÇÃO: A intensidade da corrente no troço principal
é igual à soma das intensidades das correntes
elétricas nos ramos em paralelo, pelo que:
I1 = I2 + I3 & 0,50 = 0,20 + I3 + I3 = 0,50 - 0,20 + I3 = 0,30 A
RESPOSTA: O valor lido no amperímetro A3 é 0,30 A. U5P118H7

ATIVIDADE

1. Observa os circuitos esquematizados nas figuras seguintes e, tendo em conta os dados neles assinalados,
determina os valores da corrente elétrica em falta.

A C
G

0,15 A
A4 0,40 A
A1
A2
0,15 A
A2

A1
A3
0,20 A
B D
U5P118H3 U5P118H5
G A4

A3
0,10 A
A1 A2
A1
A2 0,50 A A3
0,20 A 0,40 A

132 U5P118H4 U5P118H6

564829 116-141.indd 132 19/06/15 13:29


5.5 Resistência elétrica

Diferentes materiais conduzem de forma diferente a corrente elétrica.


Alguns fios elétricos (Fig. 12) são de cobre (bom condutor da corrente
elétrica), revestidos de plástico (mau condutor da corrente elétrica).

O cobre oferece baixa oposição à passagem da corrente elétrica, pelo


que é classificado como condutor elétrico. Já o plástico comum, que
oferece grande oposição à passagem da corrente elétrica, é um material
isolador elétrico.
Fig. 12 Fios de cobre (condutor
A resistência elétrica (R) é uma grandeza física que se relaciona com a elétrico) revestidos com
plástico (isolador elétrico).
maior ou menor oposição à passagem da corrente elétrica. Um material
isolador oferece grande resistência à passagem da corrente elétrica,
enquanto um condutor oferece baixa resistência à passagem da cor- Múltiplos do ohm
rente elétrica. Quilo-ohm (kX):
1 kX = 1 ◊ 103 X
A unidade do Sistema Internacional para a resistência é o ohm (X). São
Megaohm (MX):
também utilizados múltiplos e submúltiplos do ohm.
1 MX = 1 ◊ 106 X
A resistência elétrica de um condutor pode ser medida com ohmímetros
Submúltiplo do ohm
ou multímetros (Fig. 13) na função adequada, quando a resistência não
Miliohm (mX):
está em funcionamento noutro circuito.
1 mX = 1 ◊ 10-3 X

Fig. 13 Medição do valor de uma resistência com um multímetro.

A resistência elétrica (R ) de um condutor pode determinar-se indireta-


mente pelo quociente entre a tensão (U) nos seus terminais e a corrente
elétrica (I ) que o percorre:
U
R=
I
A análise da expressão anterior permite concluir que, para uma tensão
constante, a corrente elétrica que percorre o condutor é inversamente
proporcional à sua resistência elétrica.

Em geral, os fios condutores usados para ligar diferentes componentes


têm uma resistência desprezável. As resistências fixas ou, simplesmente,
resistências (ou resistores) são os condutores que apresentam resistên-
cia não desprezável.
133

564829 116-141.indd 133 19/06/15 13:29


5.5 Resistência elétrica

ATIVIDADE LABORATORIAL
Medição da resistência

MATERIAL
• Fonte de alimentação • Fios de ligação
• 4 resistências diferentes • 2 multímetros

PROCEDIMENTO
1. C om o multímetro em função de ohmímetro, determina o valor G
da resistência 1.
2. Monta um esquema semelhante ao da figura, usando um
A
dos multímetros em função de amperímetro e o outro em função
de voltímetro.
3. Liga o circuito e faz a leitura da corrente elétrica e da tensão
nos terminais do resistor 1.
4. Repete os procedimentos anteriores para as outras resistências. V

U5P120H1
RESULTADOS
1. Calcula o valor da resistência quando intercalada no circuito.
2. Compara o valor de cada resistência determinada com o ohmímetro com o valor determinado pelo
processo indireto.

Existem componentes que apresentam resistência variável, são os reós-


tatos (Fig. 14).

A B

Fig. 14 Reóstato [A] e símbolo de reóstato [B].

A resistência de um fio condutor aumenta quando o comprimento do fio


condutor aumenta. Esta propriedade é usada na construção de alguns
reóstatos. Estes têm um cursor que permite ajustar o comprimento do fio
condutor que fica intercalado no circuito (Fig. 15). Quanto maior é o com-
primento de fio condutor, intercalado no circuito, maior é o valor da resis-
tência.

A B

Fig. 15 Funcionamento do reóstato: a resistência é menor em [A] do que em [B],


porque o comprimento do fio também é menor em [A] do que em [B].

134

564829 116-141.indd 134 19/06/15 13:29


BLOCO 2 ELETRICIDADE

IDEIAS-CHAVE
A resistência elétrica (R) é uma grandeza física que se relaciona com a maior ou menor oposição
à passagem da corrente elétrica.

Um material isolador oferece grande resistência à passagem da corrente elétrica.

Um material condutor oferece baixa resistência à passagem da corrente elétrica.

A unidade do Sistema Internacional para a resistência (R) é o ohm (X). Podem utilizar-se múltiplos
e submúltiplos do ohm. O quilo-ohm (kX) e o megaohm (MX) são múltiplos do ohm e o miliohm (mX)
é um submúltiplo do ohm.

A resistência elétrica (R ) de um condutor determina-se indiretamente pelo quociente entre a tensão (U)
nos seus terminais e a corrente elétrica (I ) que o percorre:

U
R=
I

Para uma tensão constante, a corrente elétrica que percorre o condutor é inversamente proporcional à
sua resistência elétrica.

A resistência de um fio condutor aumenta quando o comprimento do fio condutor aumenta princípio que
está na base da construção do reóstato.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. O
 bserva o circuito esquematizado na figura, bem como os dados nele
1,50 V A 0,50 A
assinalados, e responde às questões.
1.1 
Determina a resistência da lâmpada L1. V1 V2

1.2 
Sabendo que a lâmpada L2 tem uma resistência de 4 X,
determina o valor indicado pelo voltímetro V2. L1 L2

DADOS:  I = 0,50 A; U1 = 1,5 V; R (L2) = 4 X U5P121H1


U 1,5
1.1 RESOLUÇÃO:  R = &R= + R = 3,0 X
I 0,50
RESPOSTA:  A resistência da lâmpada L1 é 3,0 X.
U U
1.2 RESOLUÇÃO:  R = & 4,0 = + U = 4,0 ◊ 0,50 + U = 2,0 V
I 0,50
RESPOSTA:  O voltímetro V2 indica o valor 2,0 V.

ATIVIDADES 27 kX

1. Observa as resistências e responde às questões.


3,1 MX
1.1 Apresenta o valor de cada resistência em ohm.
1.2 S
 eleciona o instrumento que te permitiria confirmar o valor das resistências
470 kX
sem as intercalares num circuito.
A. Amperímetro.  
B. Voltímetro.  
C. Ohmímetro.   D. Dinamómetro.
1.3 S
 e cada uma das resistências estiver sujeita à mesma tensão nos seus terminais, refere em qual delas será
maior a corrente elétrica que a percorre.
4,5 V
V
2. Observa o circuito esquematizado na figura e os dados assinalados
e calcula a resistência de cada uma das lâmpadas.
1,5 V A 0,50 A
V1

L1 L2

U5P121H5 135

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5.6 Lei de Ohm

Georg Simon Ohm (Fig. 16) foi um físico alemão que se dedicou especial-
mente ao estudo da eletricidade. Estudos experimentais deste cientista
levaram-no a estabelecer uma conclusão, válida para alguns condutores,
que pode ser enunciada do seguinte modo:

Lei de Ohm
A temperatura constante, a corrente elétrica que percorre um con-
dutor metálico, homogéneo e filiforme, é diretamente proporcional
à tensão aplicada nos seus terminais.

Fig. 16 Georg Simon Ohm Esta conclusão ficou conhecida como Lei de Ohm, e pode ser tradu-
(1789-1854). A unidade zida pela expressão seguinte, recorrendo à definição de resistência
SI da resistência elétrica,
elétrica:
o ohm, é uma homenagem
a este cientista.
U
R= = constante
I


Condutores óhmicos e não óhmicos
Os condutores que verificam a Lei de Ohm são chamados condutores
óhmicos ou lineares. A representação gráfica da tensão nos seus termi-
nais em função da corrente elétrica que os percorre é uma linha reta que
passa pela origem do referencial (Fig. 17A). Existe, neste tipo de conduto-
res, proporcionalidade direta entre a tensão aplicada e a corrente elé-
trica, sendo a constante de proporcionalidade a resistência do con-
dutor.

Os condutores que não estão de acordo com a Lei de Ohm designam-se


por condutores não óhmicos. Num condutor deste tipo, não existe pro-
porcionalidade direta entre a tensão a que está sujeito e a corrente elé-
trica que o percorre, pelo que a representação gráfica que traduz esta
situação não é uma reta (Fig. 17B).

A B
U
R= = 100 X
SABER U/V I U/V
2
Um LED é um componente
de circuitos elétricos que emite U
R= = 40 X
luz. O termo é formado pelas I
iniciais da expressão em inglês, 1
que significa «díodo emissor U
R= = 10 X
I
de luz».
Símbolo de LED:

I/A I/A

Fig. 17 Representação gráfica da tensão aplicada em função da corrente elétrica


u3 p87 h3
para condutores óhmicos ou lineares (resistência de carvão) [A] e para
condutores nãoh2
u3 p87 óhmicos [B]: LED (1) e lâmpada (2).

136

U3 p88 h2

564829 116-141.indd 136 19/06/15 13:29


BLOCO 2 ELETRICIDADE

IDEIAS-CHAVE
Lei de Ohm: A temperatura constante, a corrente elétrica que percorre um condutor metálico, homogéneo
e filiforme, é diretamente proporcional à tensão aplicada nos seus terminais. Como consequência, a sua
resistência elétrica é constante.

U
R= = constante
I

Os condutores óhmicos ou lineares verificam a Lei de Ohm.

Os condutores não óhmicos não verificam a Lei de Ohm.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Um condutor óhmico sujeito a uma tensão de 4,5 V é percorrido por uma corrente elétrica de 0,30 A. Determina:
a)
a resistência deste condutor;
b)
a tensão aplicada neste condutor, quando a corrente que o percorre tem o valor de 0,50 A;
c)
o valor da corrente elétrica que percorre este condutor, quando fica sujeito a uma tensão de 1,5 V.

DADOS:  U = 4,5 V; I = 0,30 A


U 4,5
a)
RESOLUÇÃO:  R = &R= = 15 X
I 0,30
RESPOSTA:  A resistência deste condutor é 15 X.
U U
b) RESOLUÇÃO:  R = & 15 = + U = 15 ◊ 0,50 = 7,5 V
I 0,50
RESPOSTA:  Nestas condições, a tensão aplicada neste condutor é 7,5 V.
U 1,5 1,5
c) RESOLUÇÃO:  R = & 15 = +I= = 0,10 A
I I 15
RESPOSTA:  Nestas condições, o valor da corrente elétrica que atravessa este condutor é 0,10 A.

ATIVIDADES

1. Um condutor óhmico é percorrido por uma corrente elétrica de 0,80 A, quando a tensão aplicada nos seus
terminais é de 16 V. Qual é a corrente elétrica que deverá percorrer este condutor quando é sujeito a uma tensão
de 24 V?

2. Foram aplicadas tensões crescentes num condutor, tendo este sido


U/V 0 4,0 6,0 10
percorrido por diferentes correntes elétricas, de acordo com a tabela
ao lado. I/A 0 0,80 1,2 2,0
2.1 Faz um gráfico da tensão aplicada nos seus terminais
em função da corrente elétrica que percorre o condutor.
2.2 Conclui, justificando, se o condutor é óhmico.

3. Observa o gráfico, onde se representa a tensão aplicada em função da corrente U/V


elétrica. 10
3.1 Identifica os condutores óhmicos. 8 C
A
3.2 Calcula a resistência do condutor A. 6 B
D
3.3 Para que tensão tem o condutor B a mesma resistência que o condutor A? 4
3.4 H
 averá algum valor de tensão para o qual a resistência do condutor D seja
2
igual à do condutor A? Caso tenhas respondido afirmativamente, refere-a.
0
0 2 4 6 8 I/A

137

u5 p123 h1
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AVALIAÇÃO FORMATIVA

ESQUEMATIZAR

1. Completa o esquema substituindo as letras pelos termos corretos.

CIRCUITOS ELÉTRICOS

neles se formados por têm de incluir


estabelece gerador
para criar

Corrente elétrica Condutores

podem
associar-se em

corresponde caracterizam-se caracterizam-se


ao movimento pela pela
orientado de
A Paralelo

B Corrente elétrica(1) Resistência C

é constante nos
condutores

(1)
Nota que o termo «corrente elétrica» pode designar qualitativamente o movimento orientado de portadores de carga elétrica ou quantitativamente a carga
elétrica que atravessa uma dada secção de um condutor, em cada unidade de tempo; nesse caso é simbolizado pela letra «I» e é uma grandeza cuja
unidade do Sistema Internacional é o ampere (A).

VERIFICAR

2. E
 stabelece a associação correta entre as grandezas da coluna da esquerda, os instrumentos de medida
da coluna do meio e as unidades do Sistema Internacional da coluna da direita.

Unidade do Sistema
Grandeza Instrumento de medida
Internacional

A. Tensão I. Amperímetro 1. Ampere


B. Corrente elétrica II. Voltímetro 2. Ohm
C. Resistência (não
III. Ohmímetro 3. Volt
integrada num circuito)

3. O
 bserva os circuitos representados e seleciona aqueles onde não existem condutores associados em paralelo.

A B C D

138 U5P125H1 U5P125H2 U5P125H3 U5P125H4

564829 116-141.indd 138 19/06/15 13:29


BLOCO 2 ELETRICIDADE

4. Nos dois circuitos a seguir esquematizados, os amperímetros e os voltímetros estão representados por círculos com
números no seu interior. Identifica cada um dos instrumentos, sabendo que estão todos corretamente instalados.

A 1 B

2 4

3
U5P126H1 5
5. E
 nuncia a Lei de Ohm. U5P126H2

APLICAR

6. D
 e entre os materiais seguintes, seleciona os que são condutores elétricos.
A. Madeira
C. Grafite E. Plástico vulgar G. Borracha I. Cerâmica
B. Alumínio
D. Vidro F. Cobre H. Prata

7. O
 bserva os circuitos A e B e determina os valores indicados pelo amperímetro A3 e pelos voltímetros V3, V5 e V6.

A 4,5 V B 4,5 V
V4 V5
V1

V6
A1 0,40 A 0,40 A A4 0,60 A
A2

A3
V2 V3 V8
6,0 V
V7
3,2 V 3,0 V

8. O U5P126H3 ao lado e seleciona a opção que


 bserva o circuito esquematizado U5P126H4K7 L7
G
completa corretamente a afirmação:
Mantendo fechados todos os outros interruptores,… L1
K1
A. … quando se abre o interruptor K5, permanecem acesas
K6
as lâmpadas L6 e L7. L2 L5 L6
K2 K5
B. … quando se abrem os interruptores K1 e K6, permanecem

acesas as lâmpadas L2, L3, L4 e L7. L3 L4
K3 K4
C. … quando se abre o interruptor K3, permanecem acesas

as lâmpadas L1, L2, L5, L6 e L7.
D. … quando se abre o interruptor K7, permanecem acesas todas as lâmpadas.

U5P127H1
E. 
… quando se abrem os interruptores K1, K3 e K4, apenas permanecem acesas as lâmpadas L5, L6 e L7.

9. Observa o circuito esquematizado na figura, em que cada uma das lâmpadas


tem uma resistência de 5 X, e calcula:
0,4 A A
a) a tensão nos terminais de cada uma das lâmpadas;
b) a tensão nos terminais da pilha.

L1 L2 L3

24 V
1 0. Observa o circuito esquematizado ao lado, em que cada uma das lâmpadas
G
tem uma resistência de 20 X. Calcula:
u3 p96 h2
a) a corrente elétrica que percorre cada uma das lâmpadas;
b) o valor registado pelo amperímetro. A

139

u3 p96 h3

564829 116-141.indd 139 19/06/15 13:29


11. Um condutor óhmico é percorrido por uma corrente de intensidade 500 mA quando sujeito a uma tensão
de 12 V. Calcula:
a) a resistência deste condutor;

b) a corrente elétrica que o percorre quando é sujeito a uma tensão de 8 V;

c) a tensão que deve existir nos seus terminais para que a corrente elétrica que o percorre seja 100 mA.

12. A
 nalisa os dados da tabela, onde estão registados os resultados das medições efetuadas usando separadamente
dois condutores, A e B, quando se aplicam tensões crescentes.

Condutor A Condutor B

U/V I/A U/V I/A


0 0 0 0
2,0 0,15 2,0 0,1
4,0 0,30 4,0 0,2
6,0 0,45 6,0 0,4
8,0 0,60 8,0 0,8

12.1 Traça, no mesmo gráfico, a variação da tensão aplicada em função da corrente elétrica para cada um
dos condutores.
12.2 Refere, justificando, se algum dos condutores é óhmico.

12.3 Calcula o valor da corrente elétrica que percorre o condutor A quando se aplica nos seus terminais uma

tensão de 7,0 V.
12.4 Refere, justificando, se o condutor B pode ser uma lâmpada.


NOTA: Consulta a página 132.

13. Q
 uatro resistências de carvão iguais estão associadas em série. A corrente elétrica que as atravessa tem o valor
0,60 A e a tensão nos terminais de cada uma é de 6,0 V, como se mostra na figura seguinte.

0,60 A

6,0 V

13.1 Calcula o valor de cada uma das resistências.


U5P127H2
13.2 Determina a tensão nos terminais da associação de resistências.
13.3 Sabendo que as resistências de carvão são condutores óhmicos, calcula a corrente elétrica que as percorre
quando a tensão nos seus terminais é de 15 V.

14. S
 upõe que pretendes verificar experimentalmente se uma resistência de carvão é um condutor óhmico e, para
o efeito, dispões do seguinte material:

Resistência de carvão Amperímetro Interruptor


Fonte de tensão variável Voltímetro Fios de ligação

NOTA: Uma fonte de tensão variável é uma fonte de alimentação em que se podem selecionar diferentes valores de tensão.
14.1 Refere as grandezas que deverias medir.

14.2 Representa o esquema do circuito que deverias montar para fazer a verificação pretendida.

14.3 Descreve resumidamente o procedimento que deverias seguir.

14.4 Supõe, agora, que o botão regulador da fonte de tensão está avariado e a tensão que esta pode fornecer

é sempre a mesma, mas que no laboratório existem reóstatos. Que alterações deverias fazer ao esquema
de montagem e ao procedimento?

140

564829 116-141.indd 140 19/06/15 13:29


BLOCO 2 ELETRICIDADE

15. U
 m grupo de alunos do 9.º ano construiu um jogo de perícia, envolvendo um circuito elétrico simples, como se
mostra na representação da figura seguinte.

B A

O
 objetivo do jogo é percorrer o perfil metálico, desde a extremidade A até à B, com o aro metálico sem que
U5P127H3
o aro e o perfil se toquem. Quando estes contactam, a lâmpada acende.
15.1 Relativamente ao funcionamento do circuito, seleciona a opção correta.

A. A resistência do circuito é máxima quando o aro contacta com o perfil em B e a corrente elétrica
é mínima nessa situação.
B. A resistência do circuito é máxima quando o aro contacta com o perfil em A e a corrente elétrica
é mínima nessa situação.
C. A resistência do circuito é máxima quando o aro contacta com o perfil em B e a corrente elétrica
é máxima nessa situação.
D. A resistência do circuito é mínima quando o aro contacta com o perfil em B e a corrente elétrica
é mínima nessa situação.
15.2 Sabendo que o brilho da lâmpada é tanto maior, quanto maior for o valor da corrente elétrica, refere

quando é maior o brilho da lâmpada.

CHEGO ÀS METAS Sim Preciso Tenho


de rever de estudar

1. 
Associo corrente elétrica ao movimento orientado de portadores de carga elétrica. p. 119 2 1 0

2. 
Esquematizo e monto circuitos elétricos com associações de lâmpadas em série e em 2 1 0
paralelo. pp. 121-123
3. 
Defino tensão entre dois pontos, exprimo-a em volt (V), mV ou kV e identifico o gerador 2 1 0
como o componente elétrico que cria tensão num circuito. p. 125
4. 
Identifico o voltímetro como o instrumento que mede tensões e sei que este se instala, 2 1 0
em paralelo, num circuito. p. 126
5. 
Defino a grandeza corrente elétrica e exprimo-a em ampere (A), mA ou kA, identificando 2 1 0
o amperímetro como o instrumento que mede a corrente elétrica. p. 130
6. 
Defino resistência elétrica e exprimo valores de resistência em ohm (X), kX e MX. p. 133 2 1 0

7. 
Meço resistências diretamente, com um ohmímetro, ou indiretamente, com um 2 1 0
U
amperímetro e um voltímetro, e sei utilizar a expressão: R = . pp. 133-134
I
8. 
Enuncio e aplico a Lei de Ohm e identifico condutores óhmicos e não óhmicos. 2 1 0
pp. 136-137

0-7 — Tenho de me esforçar mais.  8-12 — Sou capaz de fazer melhor.  13-16 — Tenho de continuar assim!

141

564829 116-141.indd 141 19/06/15 13:29


6
Unidade

EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA


E ENERGIA ELÉTRICA

142

564829 142-159.indd 142 19/06/15 13:54


BLOCO 2 ELETRICIDADE

ente elétrica
Efeitos da corrcorr ente elétrica pode ser conver-

A
energia associada a uma
plo, quando uma
tida em outras formas de energia. Por exem
aço de fio metálico,
corrente elétrica flui ao longo de um ped
cia do fio condutor, tanto mais
o fio aquece. Quanto maior for a resistên
a-se incandescente e produz luz.
ele aquece. Se aquecer o suficiente, torn
[…]
ao longo de um fio metálico
Um outro resultado do fluxo de corrente
é a produção de um campo magnético.
ortante do eletromagnetismo
[…] Mas talvez a aplicação mais imp
mos e de outras máquinas para
seja a dos motores elétricos, dos dína
produzir eletricidade. J. Clark,
Ciências,
«A Física», A Nova Enciclopédia das
Círculo de Leitores, 1994 (adaptado)

COMEÇA POR…
OBSERVAR
1. Que efeito da corrente elétrica é evidenciado
na figura?

Interpretar
2. De acordo com o texto, quais são os efeitos
que uma corrente elétrica pode produzir?
3. Indica um fator que influencie o aumento
de temperatura sofrido por um condutor
elétrico.

Refletir
4. Qual será o constituinte responsável pelo
aquecimento num ferro de engomar?

AS TUAS METAS
• Descrever os efeitos térmico, químico • Identificar os valores nominais de um recetor
e magnético da corrente elétrica e dar exemplos e indicar o que acontece quando ele é sujeito
de situações em que eles se verifiquem. a diferentes tensões elétricas.
• Indicar que os recetores elétricos, quando • Distinguir, na rede de distribuição elétrica, fase
sujeitos a uma tensão de referência, se de neutro e associar perigos de um choque
caracterizam pela sua potência, que é a energia elétrico a corrente elétrica superior ao valor
transferida por unidade de tempo, e identificar máximo que o organismo suporta.
a respetiva unidade do Sistema Internacional. • Identificar regras básicas de segurança na
• Comparar potências de aparelhos elétricos utilização de circuitos elétricos, indicando o que
e interpretar o significado dessa comparação. é um curto-circuito, formas de o prevenir
• Determinar energias consumidas num intervalo e a função dos fusíveis e dos disjuntores.
de tempo, identificando o kW h como a unidade
mais utilizada para medir essa energia.

143

564829 142-159.indd 143 19/06/15 13:54


6.1 Efeitos da corrente elétrica

A passagem de corrente elétrica através de condutores produz diferentes


efeitos como, por exemplo o efeito químico, o efeito térmico e o efeito
magnético.

Efeito químico
A corrente elétrica pode estabelecer-se em soluções contendo
Na eletrólise de uma solução
iões (eletrólitos). Ao atravessar essas soluções a corrente elé-
de cloreto de cobre(II), o cobre
trica contínua pode provocar reações químicas, nomeadamente
obtém-se sempre no elétrodo
a decomposição de substâncias — eletrólise. As eletrólises são
negativo e o cloro no elétrodo
exemplos do efeito químico da corrente elétrica e têm aplica-
positivo. Assim, se as ligações
ção no revestimento metálico de certos objetos, na recuperação
das barras condutoras aos
de metais valiosos e na obtenção de certos metais a partir dos
terminais da pilha forem
respetivos minérios.
invertidas, os produtos vão
As barras condutoras que se mergulham nas soluções chamam-se passar a obter-se nas barras
elétrodos. O elétrodo positivo é o que está ligado ao polo positivo contrárias.
do gerador, dele aproximam-se os aniões (iões negativos) e, por
isso, chama-se ânodo. O elétrodo negativo é o que está ligado
ao polo negativo, dele aproximam-se os iões positivos (catiões),
por isso, chama-se cátodo.

EFEITO
QUÍMICO ...ocorre uma
reação química
na solução aquosa
...forma-se cloro condutora – eletrólise

...forma-se cobre

James
Prescott Joule
(1818-1889)

Efeito térmico
O efeito térmico da corrente elétrica é tam-
bém conhecido por efeito Joule em homena-
...a resistência
gem ao físico inglês James Prescott Joule que o aquece EFEITO
estudou experimentalmente. Este efeito traduz-se TÉRMICO
por um aumento da temperatura dos condutores metá-
licos por onde circula uma corrente elétrica. Normalmente,
ocorre transferência de energia como calor para o exterior do
condutor, o que é aproveitado no funcionamento de ferros de
engomar, aquecedores, secadores, torradeiras, etc. (Fig. 1).

James Joule verificou que a energia transferida como calor (E) é direta-
mente proporcional à resistência do condutor (R), ao quadrado da cor-
E = R ◊ I 2 ◊ Dt
rente elétrica (I ) e ao intervalo de tempo de funcionamento (Dt):

144

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BLOCO 2 ELETRICIDADE

Efeito magnético
No início do século xix, o físico dinamarquês Hans Christian Oersted veri-
Hans
ficou experimentalmente que o estabelecimento de uma corrente elétrica
Christian
num fio condutor provocava desvios numa agulha magnética colocada na Oersted
sua proximidade. Descobriu, assim, o efeito magnético da corrente elé- (1777-1851)

trica (Fig. 2).

Assim, em torno de um fio percorrido por uma corrente elétrica surge


uma perturbação magnética semelhante à criada por um íman. Este
efeito tem aplicação nos eletroímanes e nos motores elétricos (Fig. 3).

N S
S N
S
...a agulha N

magnética roda,
desviando-se da
posição inicial + – + – – +

Fig. 2 O sentido em que a agulha magnética se


desvia depende do sentido da corrente elétrica.

O desvio sofrido pela


agulha é tanto maior
quanto:
• mais intensa for
a corrente elétrica;
• maior for o com-
EFEITO
MAGNÉTICO primento do fio; Fig. 3 Nos aparelhos que
• menor for a possuem motores
distância ao fio. elétricos há aplicação
do efeito magnético
Quando se fecha da corrente elétrica.
o interruptor e a corrente Pilha
elétrica passa... de 9 V

ATIVIDADES

1. Refere aplicações dos efeitos químico,


térmico e magnético da corrente elétrica.

2. O
 efeito térmico da corrente elétrica
é também conhecido por efeito Joule.
2.1 E
 screve a expressão matemática
que traduz este efeito, bem como
o significado de cada grandeza
envolvida.
2.2 O que prevês que acontece

à quantidade de energia transferida
Fig. 1 O efeito de aumento da temperatura dos condutores como calor, se a intensidade
metálicos ocorre tanto com a corrente elétrica contínua, de corrente que atravessa um fio
como com a corrente elétrica alternada. condutor, num determinado
intervalo de tempo, duplicar?

145

564829 142-159.indd 145 19/06/15 13:55


6.1 Efeitos da corrente elétrica

IDEIAS-CHAVE
O estabelecimento da corrente elétrica em condutores pode produzir efeito térmico, efeito químico
e efeito magnético.

O efeito térmico traduz-se pelo aumento da temperatura do condutor e, consequentemente, pela
transferência de energia como calor para o exterior.

O efeito térmico é também conhecido como efeito Joule e tem aplicação em recetores que se destinam
a produzir calor, como, por exemplo, aquecedores, secadores, ferros de engomar, entre outros.

A energia transferida por efeito Joule (E) é diretamente proporcional à resistência do condutor (R),
ao quadrado da corrente elétrica (I ) e ao intervalo de tempo (Dt): E = R I 2 Dt

O efeito magnético pode ser detetado aproximando uma agulha magnética de um circuito elétrico.
Este efeito tem aplicação no funcionamento de eletroímanes e motores elétricos.

O efeito químico pode observar-se quando a corrente elétrica, ao circular num eletrólito, produz reações
químicas, nomeadamente eletrólises — decomposição química de certas substâncias. Este efeito encontra
aplicação no revestimento metálico de objetos, na obtenção de certos metais a partir dos respetivos
minérios, etc.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. U
 ma resistência de imersão de 25 X, ligada à tomada da rede, é colocada no fundo de um copo com água
a 15 °C. Ao fim de 6,0 minutos, a temperatura da água é 20 °C.
 alcula a corrente elétrica que percorre a resistência, sabendo que a energia transferida para a água tem o valor
C
de 4180 J.

DADOS:
R = 25 X; Dt = 6,0 min = 6,0 × 60 = 360 s; E = 4180 J

RESOLUÇÃO:
4180
E = R I 2 Dt & 4180 = 25 × I 2 × 360 + I 2 = +I= 0,464 + I = 0,68 A
25 # 360
RESPOSTA:
A corrente elétrica que percorre a resistência tem o valor de 0,68 A.

ATIVIDADES

1. Um ferro de engomar de resistência 35 X é percorrido por uma corrente elétrica de 6,5 A.
Calcula a energia transferida por este ferro quando está ligado durante 60 minutos.

2. O
 bserva as figuras seguintes e identifica o efeito da corrente elétrica evidenciado.

A B C

146

564829 142-159.indd 146 19/06/15 13:55


6.2 Potência e energia em recetores elétricos

Potência
Os eletrodomésticos e outros recetores elétricos têm, em geral, uma indi-
cação do valor de tensão a que devem ser sujeitos — tensão nominal.
Quando sujeitos a essa tensão, caracterizam-se por uma potência de
consumo, que é, normalmente, destacada (Fig. 1).

De acordo com a defini-


ção de potência e com as
Fig. 1 Em geral, os recetores elétricos apresentam especificações sobre a sua unidades do Sistema Inter-
tensão nominal e potência de consumo. nacional:

A potência (P ) é a energia transferida para um recetor em cada unidade 1 W = 1 J/s


de tempo, sendo determinada pelo quociente entre a energia transferida
(E) e o intervalo de tempo (Dt) respetivo.
Múltiplos do watt
E
P= Quilowatt (kW):
Dt
1 kW = 1 ◊ 103 W
A unidade do Sistema Internacional para a potência é o watt (W), em
Megawatt (MW):
homenagem ao físico escocês James Watt (Fig. 2). É comum a utilização
1 MW = 1 ◊ 106 W
de múltiplos como o quilowatt (kW), o megawatt (MW) e o gigawatt (GW).
Gigawatt (GW):
A rapidez das transferências de energia para um recetor é medida pela
1 GW = 1 ◊ 109 W
sua potência.

Consumo de energia
De acordo com a expressão acima, para intervalos de tempo iguais, a
energia transferida para um recetor é tanto maior, quanto maior for a sua
potência. Assim, entre dois recetores elétricos, o que consome mais ener-
gia, num determinado intervalo de tempo, é o que tem maior potência.

Assim:

E = P ◊ Dt
Fig. 2 James Watt (1736-1819).
Esta expressão permite calcular a energia consumida, num certo inter-
valo de tempo, por um recetor de potência conhecida.
1 kW h é a energia consu-
A utilização da expressão anterior, com a potência do recetor em quilo-
mida por um recetor de
watt (kW) e o intervalo de tempo em hora (h), permite determinar a ener-
potência 1 kW durante 1 h.
gia consumida em quilowatt-hora (kW h).
147

564829 142-159.indd 147 19/06/15 13:55


6.2 Potência e energia em recetores elétricos

O fator de conversão entre o quilowatt-hora (kW h) e o joule (J), unidade


do Sistema Internacional, pode determinar-se do seguinte modo:

E = P ◊ Dt & 1 kW h = 1 kW ◊ 1 h =
1 kW h = 3,6 ◊ 106 J = 1000 W ◊ (60 ◊ 60) s = 3,6 ◊ 106 J

O quilowatt-hora (kW h) é uma unidade prática de energia, frequente-


mente utilizada para expressar os consumos de energia elétrica (Fig. 3).

A B

Fig. 3 A utilização do quilowatt-hora num contador elétrico [A] e numa fatura [B].

Potência e tensão
Quando os equipamentos elétricos são fabricados, destinam-se a funcio-
nar com uma certa tensão, designada por tensão nominal, a qual deter-
mina a corrente elétrica máxima que os percorre, garantindo condições
de conservação e segurança. A esta tensão e corrente elétrica máxima
corresponde uma potência máxima de consumo, potência nominal. Se
os recetores forem sujeitos a tensões diferentes, o seu desempenho é
alterado, o que pode ter consequências indesejáveis.

A tensão nas tomadas da rede na Europa é 230 V, mas em países do


continente americano é 115 V. Assim, existem alguns aparelhos que têm
um botão para selecionar a tensão de funcionamento.

Por exemplo:

Se este secador for sujeito a uma tensão um


pouco superior, é percorrido por uma corrente
elétrica maior e terá uma potência de con-
sumo mais elevada. A secagem do cabelo
poderá ser mais rápida, mas os componentes
do secador poderão aquecer excessivamente.
SABER 115 V
1600 W
A potência (P) de um recetor Se a tensão for bastante superior, por exem-
elétrico relaciona-se com a plo, 230 V, então, a corrente elétrica será
tensão nos seus terminais (U ) muito maior e os seus componentes serão
e a corrente elétrica que o
queimados.
percorre (I ), é dada pela
expressão:
Se este secador for sujeito a uma tensão inferior, será percorrido por uma
P=U◊I corrente elétrica menor e vai ter uma potência de consumo mais baixa.
A secagem do cabelo será mais demorada.
148

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BLOCO 2 ELETRICIDADE

IDEIAS-CHAVE
A corrente elétrica transporta energia que pode ser transferida para os recetores elétricos. A rapidez
da transferência de energia é medida pela potência.

Os recetores elétricos devem ser sujeitos à tensão para a qual foram projetados, tensão nominal, caso
contrário, podem queimar-se (tensões superiores) ou podem não atingir o desempenho pretendido
(tensões inferiores).

Quando os recetores funcionam com a tensão nominal, a sua potência de consumo não ultrapassará
o valor especificado no recetor — potência nominal.

O conhecimento da potência nominal (P) permite determinar o consumo de energia (E) dos recetores
elétricos num determinado intervalo de tempo (Dt): E = P ◊ Dt

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Q
 ual é o aparelho que consome mais energia, um ferro de engomar de potência 1800 W ligado durante 2,5 h
ou um aquecedor de potência 1200 W ligado durante 4,0 h?

1. DADOS:
Pferro = 1800 W = 1,8 kW; Dtferro = 2,5 h; Paquecedor = 1200 W = 1,2 kW; Dtaquecedor = 4,0 h
RESOLUÇÃO:
E = P ◊ Dt & Eferro = 1,8 ◊ 2,5 = 4,5 kW h
E = P ◊ Dt & Eaquecedor = 1,2 ◊ 4,0 = 4,8 kW h
RESPOSTA:  Relativamente aos intervalos de tempo considerados para cada um dos recetores, aquele que
consome mais energia é o aquecedor.

ATIVIDADES

1. Uma lâmpada tem as seguintes especificações: 230 V e 12 W. Refere o seu significado.

2. Observa as potências nominais dos seguintes recetores elétricos.

A B C D

2200 W 300 W 25 W 1260 W

2.1 S
 upondo que todos estão a funcionar nas condições previstas durante o mesmo intervalo de tempo,
estabelece a ordem crescente de consumos de energia pelos recetores.
2.2 Calcula a energia consumida pelo recetor A num intervalo de tempo de 2 h.

3. Observa as figuras, que representam duas lâmpadas: uma, de incandescência (A), com potência igual a 100 W,
e outra economizadora de energia (B), de potência 14 W.
3.1 D
 etermina a energia consumida por cada lâmpada durante 24 horas A B
de funcionamento.
3.2 
Admitindo que o preço do kW h é de 0,15 €, calcula a poupança com o uso quatro
lâmpadas economizadoras de energia em vez de quatro lâmpadas de incandescência,
durante um mês, considerando que as lâmpadas permanecem acesas durante 24 h
por dia.

4. Refere o que poderá acontecer se se ligar um carregador de telemóvel projetado para uma entrada de 115 V,
numa tomada de 230 V.

149

564829 142-159.indd 149 19/06/15 13:55


6.3 Eletricidade e segurança


Choques elétricos
Em geral, o manuseamento dos circuitos montados nos laboratórios
escolares não apresenta perigos significativos, pois as tensões são baixas
e a corrente elétrica que poderia atravessar o corpo do operador não
seria suficiente para provocar perturbações graves.

De facto, o perigo do choque elétrico depende da corrente elétrica que


pode atravessar o corpo, da parte do corpo que é atravessada e do inter-
valo de tempo durante o qual está exposto a essa corrente elétrica (Fig. 4).

0,06
0,04 0,08

0,02 0,10

0,00 0,12
Amperes

Leve sensação Sensação incómoda Sensação dolorosa Forte sensação Descontrolo ou


de formigueiro ainda sem dor que já provoca algum dolorosa, paragem paragem cardíaca
ou sem perceção (próximo de 0,005 A)
descontrolo muscular respiratória e com morte provável
(abaixo de 0,001 A) (de 0,006 A a 0,016 A)
contração muscular (acima de 0,100 A)
(«fica-se agarrado»);
pode ser mortal
(de 0,017 A a 0,099 A)

Fig. 4 Efeitos que, em geral, se verificam quando uma corrente elétrica atravessa o corpo humano.

A corrente elétrica atingida depende da tensão a que se está sujeito e da


resistência u6p135h1
da pele, uma vez que a resistência na parte interior do corpo
é menor. A resistência da pele varia muito com a humidade da mesma.

Locais onde existem tensões bastante elevadas e onde o perigo de cho-


que elétrico é mais alto estão normalmente assinalados (Fig. 5).

Quando o choque provoca contração muscular, a pessoa atingida fica


incapaz de se soltar do contacto com a corrente e para a auxiliar tem de
se usar um material isolador, como a madeira.

Na rede doméstica, a tensão é de 230 V, pelo que a corrente elétrica que


pode atravessar o corpo humano em caso de choque é substancialmente
Fig. 5 Símbolo de perigo de alta mais elevada, sendo, por isso, indispensável cumprir certas regras de
tensão. segurança.

150

564829 142-159.indd 150 19/06/15 13:55


BLOCO 2 ELETRICIDADE


Regras de segurança

Regras de segurança no manuseamento de equipamentos elétricos

Nunca mexer nos equipamentos Nunca utilizar equipamentos Nunca trabalhar numa instalação
elétricos ligados à corrente com elétricos que apresentem fios mal elétrica sem desligar o quadro
as mãos molhadas. isolados. e nunca arranjar equipamentos
elétricos sem os desligar da corrente.

Nunca ligar demasiados Nunca deixar as crianças brincar Nunca desligar os equipamentos
equipamentos elétricos na mesma perto de tomadas elétricas, e utilizar elétricos puxando o fio, retirando-os
tomada, pois a sobrecarga pode preferencialmente tomadas sempre pela ficha.
causar um incêndio. ou fichas de proteção.


Fase, neutro e terra
A tensão da rede, 230 V, corresponde à diferença de potencial entre dois
dos fios que se podem encontrar nas instalações elétricas domésticas, a
fase e o neutro. Em geral, a fase tem isolamento castanho ou vermelho e
o neutro tem isolamento azul. Existe ainda um terceiro fio, que corres-
ponde a uma ligação à terra, e este está normalmente isolado com reves-
timento amarelo ou verde (Fig. 6).

A B

Fig. 6 Os três fios: fase, neutro e terra — num cabo de distribuição [A] e numa
tomada [B].

O contacto simultâneo com a fase e com o neutro provoca choque, mas


o contacto apenas com a fase também pode ser muito perigoso, pois
a tensão que se estabelece entre uma pessoa e a fase é de 230 V.
151

564829 142-159.indd 151 19/06/15 13:55


6.3 Eletricidade e segurança

No caso de rutura de isolamentos, pode circular corrente nos componen-


tes metálicos dos recetores. Assim, a ligação à terra torna-se útil, pois
permite que a corrente elétrica flua para a terra, evitando choques elétri-
cos e danos nos equipamentos.

Curtos-circuitos
Em geral, um curto-circuito (Fig. 7) ocorre quando dois condutores fazem
contacto entre si e proporcionam um caminho com baixíssima resistência
para a passagem da corrente elétrica. O valor da corrente elétrica é
tão elevado que a grande dissipação de energia pode originar faíscas.
Os curtos-circuitos são a causa de inúmeros incêndios.

Fig. 7 Curto-circuito.

Fusíveis e disjuntores
Para proteger as instalações e os equipamentos, criaram-se dispositivos
que cortam a corrente elétrica caso esta atinja valores muito elevados.

Os fusíveis (Fig. 8) funcionam com base no efeito térmico da corrente elé-


trica. Têm na sua constituição um fio metálico condutor cuja fusão ocorre
quando a corrente elétrica atinge valores acima dos projetados. Assim,
o circuito fica aberto e deixa de haver passagem de corrente. Após a resolu-
ção do problema, é necessário substituir o fusível. Nunca se deve colocar
um fio condutor qualquer, pois, se a sua temperatura de fusão for mais ele-
vada do que a do fio fusível adequado, a instalação deixa de estar protegida.

Os disjuntores (Fig. 9) funcionam como interruptores automáticos que


desligam o circuito quando este entra em sobrecarga, ou seja, quando a
corrente elétrica ultrapassa o valor máximo. Relativamente aos fusíveis,
têm a vantagem de se poderem voltar a ligar
assim que já não se verifique a sobrecarga.

Fig. 8 Fusível. Fig. 9 Disjuntor.

152

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BLOCO 2 ELETRICIDADE

IDEIAS-CHAVE
O efeito fisiológico produzido por um choque elétrico está associado à corrente elétrica que percorre
o corpo.

A tensão da rede corresponde à diferença de potencial entre dois dos fios condutores que se encontram
nas instalações elétricas domésticas, a fase e o neutro.

A fase tem isolamento castanho ou vermelho.

O neutro tem isolamento azul.

O fio condutor que corresponde à ligação à terra tem isolamento amarelo ou verde.

Quando dois condutores elétricos fazem contacto entre si e proporcionam um caminho com resistência
nula para a passagem da corrente elétrica, ocorre um curto-circuito.

Para proteger as instalações e os equipamentos, criaram-se dispositivos que cortam a corrente elétrica
caso esta atinja valores muito elevados: os fusíveis e os disjuntores.

Os fusíveis funcionam com base no efeito térmico da corrente elétrica. Têm na sua constituição um fio
metálico condutor cuja fusão ocorre quando a corrente elétrica atinge valores acima do projetado. Assim,
o circuito fica aberto e deixa de haver passagem de corrente.

Os disjuntores funcionam como interruptores automáticos que desligam o circuito quando este entra
em sobrecarga, ou seja, quando a corrente elétrica ultrapassa o valor máximo.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. A
 Miriam e o Tomás estavam a conversar sobre os perigos da eletricidade e o Tomás dizia não compreender por
que motivo era perigoso tocar apenas no fio fase da tomada da rede, pois os equipamentos elétricos para
funcionarem eram ligados, pelo menos, à fase e ao neutro. A Miriam disse que lhe explicava.
Refere qual poderá ter sido a explicação da Miriam.

RESPOSTA:

A Miriam poderá ter explicado que o nosso corpo é condutor elétrico e que ao tocarmos no fio fase
permitimos que se estabeleça uma corrente elétrica entre a tomada da rede e a Terra. Assim, esta corrente
elétrica atravessa o nosso corpo, causando danos e podendo mesmo provocar a morte.

ATIVIDADES

1. Refere como varia a resistência da pele com a humidade.

2. Seleciona a opção que completa corretamente a frase seguinte:


Uma corrente elétrica de […] provoca forte sensação dolorosa e contração muscular.
A. 1 mA C. 30 mA
B. 5 mA D. 100 mA

3. As frases seguintes descrevem situações incorretas de manuseamento de recetores elétricos.


Refere o procedimento correto para cada uma delas.
A. Um senhor recarrega o reservatório do ferro de engomar com água enquanto este permanece ligado
à tomada.
B. Com o interruptor ligado, uma jovem substitui uma lâmpada fundida.
C. Colocou-se um tapete de algodão sobre um emaranhado de fios ligados a uma mesma tomada.
D. Um fusível queimou-se e, para resolver o problema, alguém decidiu substituí-lo por um fio condutor de aço.

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AVALIAÇÃO FORMATIVA

ESQUEMATIZAR

1. Completa o esquema substituindo as letras pelos termos corretos.

CORRENTE ELÉTRICA

tem efeitos transporta o seu manuseamento


exige

Energia Regras
Térmico A B de segurança
a medida da rapidez
com que se
transfere é a

APLICAR

2. O
 bserva as figuras, que mostram diferentes efeitos da corrente elétrica.

A B + - Colher C
G funcionando
Ânodo como
de prata cátodo

+ -

NO3- - + Ag+

AgNO3

2.1 
Refere qual é o efeito da corrente elétrica evidenciado em cada uma das figuras.
2.2 
Que alteração(ões) poderia(m) ser observada(s) se o comprimento de fio enrolado em torno do prego
da figura A duplicasse?
2.3 
u6p139h2
Se a colher da figura B fosse ligada ao polo positivo e a barra de prata ao polo negativo do gerador, o efeito
pretendido seria conseguido? Justifica a tua resposta.
2.4 Calcula a energia transferida pela resistência da figura C, em cada minuto, sabendo que tem 10 X
e é percorrida por uma corrente elétrica de 1,5 A.

3. Dos eletrodomésticos seguintes, seleciona aqueles em que o efeito Joule é um inconveniente.


A. Elevador
B. Varinha mágica
C. Aspirador
D. Computador
E. Aquecedor
F. Secador
G. Bateria elétrica
H. Torradeira

154

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BLOCO 2 ELETRICIDADE

4. Nos meses de janeiro e fevereiro, a família do Miguel manteve um aquecedor, de potência 1800 W, ligado
durante 4 horas por noite.
4.1 
Calcula a energia elétrica consumida no funcionamento do aquecedor durante o período mencionado.
4.2 Numa dessas noites, enquanto a máquina de lavar loiça estava também em funcionamento, o Miguel ligou
o forno elétrico e o disjuntor do quadro disparou.
4.2.1 Refere por que razão terá o disjuntor cortado a corrente e o que se deverá fazer para poder voltar
a ligar o quadro.
4.2.2 Refere o nome de outro dispositivo que também corta a corrente na situação descrita.

5. Uma família foi de férias durante 15 dias e desligou todos os eletrodomésticos exceto o frigorífico. Antes
de saírem, registaram a leitura do contador elétrico: 25 992 kW h; quando voltaram, verificaram que o contador
marcava: 26 028 kW h.
5.1 
Determina o consumo de energia elétrica do frigorífico durante o tempo de férias.
5.2 
Se o frigorífico estivesse a ser utilizado diariamente, retirando-se alguns alimentos e colocando-se outros
para refrigerar, o consumo de energia seria igual? Justifica a tua resposta.
5.3 
Estima, através de cálculo, a potência do frigorífico.

6. A Joana queria verificar se as lâmpadas economizadoras de energia tinham, de facto, a potência de consumo
referida. Para isso, desligou todos os equipamentos elétricos, exceto uma lâmpada economizadora de 32 W.
Foi observar o contador e verificou que este efetuou cinco rotações em 26 minutos.
Sabendo que o contador tinha inscrito 360 rotações/kW h, determina a que conclusão terá chegado a Joana.
Apresenta os teus cálculos.

7. Seleciona a(s) opção(ões) correta(s).


O
 s efeitos fisiológicos de um choque elétrico dependem da corrente elétrica que percorre o corpo e do tempo
de exposição. Por sua vez, a corrente elétrica que atravessa o corpo depende de:
A. Resistência da pele.
B. Tensão no corpo.
C. Potência.
D. Intervalo de tempo.

CHEGO ÀS METAS Sim Preciso Tenho


de rever de estudar

1. 
Descrevo os efeitos térmico (efeito Joule), químico e magnético da corrente elétrica e dou 2 1 0
exemplos de situações em que eles se verificam. pp. 144-145
2. 
Indico que os recetores elétricos, quando sujeitos a uma tensão de referência, se 2 1 0
caracterizam pela sua potência, que é a energia transferida por unidade de tempo,
e identifico a respetiva unidade SI. pp. 147-148
3. 
Comparo potências de aparelhos elétricos e interpreto o significado dessa comparação. 2 1 0
pp. 147-149
4. 
Determino energias consumidas num intervalo de tempo, identificando o kW h como 2 1 0
a unidade mais utilizada para medir essa energia. pp. 147-148
5. 
Identifico os valores nominais de um recetor e indico o que acontece quando ele 2 1 0
é sujeito a diferentes tensões elétricas. p. 148
6. 
Distingo, na rede de distribuição elétrica, fase de neutro e associo perigos de um choque 2 1 0
elétrico com a corrente elétrica superior ao valor máximo que o organismo suporta.
pp. 150-151
7. 
Identifico regras básicas de segurança na utilização de circuitos elétricos, indicando 2 1 0
o que é um curto-circuito, as formas de o prevenir e a função dos fusíveis e dos
disjuntores. pp. 151-152

0-6 — Tenho de me esforçar mais.  7-11 — Sou capaz de fazer melhor.  12-14 — Tenho de continuar assim!

155

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ATIVIDADES DE INTEGRAÇÃO

1. 
Observa o circuito esquematizado na figura e responde às questões seguintes.

L2
L1
K2

K1 K3
L3
K4

1.1 Copia o esquema para o teu caderno e assinala o sentido convencional da corrente elétrica, colocando
setas ao longo do circuito principal e nas derivações, quando todos os interruptores, exceto o K4, estiverem
u3 p96 h1
fechados.
1.2 No circuito que desenhaste no teu caderno, acrescenta um voltímetro, para medir a tensão nos terminais
da lâmpada L1, e um amperímetro, para medir a corrente elétrica no circuito principal.
1.3 R
 efere quais são as lâmpadas que acendem quando os interruptores K1, K2 e K3 fecham o circuito e o K4
está aberto.
1.4 R
 efere o que sucede se a lâmpada L1 fundir. E se for a lâmpada L3?
1.5 C
 onsidera a remoção da lâmpada L1 do circuito e responde às questões seguintes.
1.5.1 R
 epresenta no teu caderno o circuito resultante.
1.5.2 Nestas condições, o que sucede se se fecharem os interruptores K1 e K4?

2. Considera uma torradeira de potência 920 W, que, quando ligada a uma tomada da rede, é percorrida por uma
corrente elétrica de 4 A. Calcula:
a) o valor da resistência elétrica da torradeira;
b) o consumo de energia elétrica em 10 minutos de funcionamento.

3. Um relógio de cozinha funciona com uma associação em série de 4 pilhas, de 1,5 V cada uma, sendo percorrido
por uma corrente elétrica de 30 mA.
3.1 Determina a tensão de funcionamento do relógio.
3.2 Apresenta a corrente elétrica que percorre o relógio em ampere.
3.3 Com base na expressão P (potência) = U (tensão) ◊ I (corrente elétrica), calcula a potência do relógio.
3.4 Calcula a energia consumida pelo relógio durante 1 ano de funcionamento (365 dias).
Apresenta o resultado em unidades SI e em kW h.

4. Quando se contratam os serviços de eletricidade, é necessário escolher a potência de consumo, sendo que
os dois valores possíveis para a rede doméstica correspondem a 15 A e 30 A.
4.1 A que grandeza se referem os valores apresentados?
4.2 Tendo em conta o valor da tensão da rede doméstica, e com base na expressão P (potência) =
= U (tensão) ◊ I (corrente elétrica), determina as potências em escolha.
4.3 Com base no valor determinado na questão 4.2, calcula o consumo máximo de energia elétrica que pode
ocorrer durante um mês numa casa onde se optou por 30 A.
4.4 Numa dada habitação, a potência contratada corresponde a 15 A. Refere o que sucederá nessa habitação
se, ao ligar diversos eletrodomésticos em simultâneo, a corrente elétrica ultrapassar 15 A.
4.5 Nas habitações, as tomadas elétricas são instaladas de modo que os aparelhos fiquem associados em série
ou em paralelo? Justifica a tua resposta. B
A C
5. Observa a tomada de rede representada na figura.
5.1 Identifica cada um dos fios.
5.2 Basta tocar num dos fios para ficar sujeito a um choque elétrico. Qual?

156

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BLOCO 2 ELETRICIDADE

6. O
 bserva o gráfico seguinte, que mostra os consumos típicos de eletricidade por setor nas atividades domésticas.

13 %
Outros 20 %
2% Equipamentos de frio
Cozinha

5%
Aquecimento de água

9% 16 %
Iluminação Climatização

10 %
Equipamentos
desligados/em standby 14 %
Escritórios
e entretenimento
11 %
Máquinas de lavar e secar
Fonte: http://www.eco.edp.pt/images/stories/PDF/GuiaEE2012_webB.pdf

6.1 Quais são os equipamentos que consomem mais energia numa habitação?
6.2 Calcula o consumo anual relativo a equipamentos em standby, para uma fatura bimensal com um valor
médio de consumo de 370 kW h.
6.3 Refere como se poderia poupar o valor correspondente a estes consumos.
u6p141h1
7. Para determinar uma propriedade térmica do alumínio, um grupo de alunos do 10.º ano fez uma montagem
experimental envolvendo um circuito elétrico, como se mostra na figura seguinte.

7 1

5
4

7.1 Identifica os elementos da montagem que fazem parte do circuito elétrico.


7.2 Representa o circuito elétrico da montagem através de um esquema.
7.3 Refere o tipo de efeito da corrente elétrica que está a ser utilizado com esta montagem.
7.4 Os alunos mediram a corrente elétrica (0,80 A) e a tensão nos terminais da resistência de aquecimento
(10 V) para calcular a energia fornecida pela resistência elétrica durante 7,0 minutos. Mostra os cálculos
que os alunos terão feito.

157

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TRABALHAR COM DOCUMENTOS

A nova etiqueta energética


A potência de um eletrodoméstico informa sobre a energia elé-
trica que é transferida por unidade de tempo para o aparelho, permi-
tindo determinar o seu consumo. Contudo, não informa sobre a fra-
ção da energia elétrica que é transformada em energia útil nem dá
mais nenhuma informação sobre o desempenho do aparelho.
A Etiqueta Energética da União Europeia tem por objetivo for-
necer ao consumidor informações precisas e comparáveis no que
respeita ao consumo de energia, ao desempenho e a outras caracte-
rísticas essenciais dos produtos. A etiqueta é uniforme para todos os
produtos de uma mesma categoria e, por isso, permite que o consu-
midor compare facilmente as várias características dos produtos,
tais como o consumo de água ou de energia, ou a sua capacidade.
Pode, assim, avaliar o potencial de redução de custos de energia que um certo produto proporciona.
A etiqueta classificava os produtos de A a G, sendo A a classe energética mais eficiente e G a menos efi-
ciente. Atualmente, a nova Legislação Europeia introduziu novas classes, até A+++, adaptando a informação
à evolução tecnológica e permitindo uma maior diferenciação do produto em termos de eficiência energética.
http://www.adene.pt/sites/default/files/guiaee_v1310.pdf (adaptado)

1. De acordo com a informação do texto, quando se pretende adquirir um eletrodoméstico, será preferível comparar
a potência do eletrodoméstico ou a eficiência energética?

2. E
 xplica se, comparando apenas a eficiência energética, é possível saber qual é o consumo energético do produto.

Placas de indução

Tachos
Colocando um tacho com uma base
metálica na placa, a perturbação Alimentos
magnética provoca o movimento A energia cinética de colisões
dos eletrões do metal que constitui entre eletrões e iões na base
o tacho. do tacho é libertada como calor,
que cozinha o conteúdo.

Bobina de indução Base do tacho


A corrente elétrica que circula Em princípio, qualquer tacho de
pelo fio de cobre da bobina gera base metálica poderia ser
uma perturbação magnética usado, mas uma boa eficiência
variável na superfície da placa. só se verifica com materiais
ferromagnéticos.

Fonte de energia
Superfície da placa Permite que a bobina seja
alimentada por uma corrente
Não irradia calor, mas oferece
elétrica de características
uma base para o tacho assentar
adequadas.
próximo da perturbação
magnética criada pela bobina.

Fonte: Quero Saber, agosto de 2013 (adaptado).

158

564829 142-159.indd 158


u6p142h2 19/06/15 13:55
BLOCO 2 ELETRICIDADE

1. Relativamente às placas de indução, seleciona a opção que permite completar corretamente a frase seguinte:
A corrente elétrica obtida na bobina baseia-se…
A. … no efeito térmico da corrente elétrica.
B. … no efeito magnético da corrente elétrica.
C. … no efeito químico da corrente elétrica.

2. Como se poderá verificar se um tacho é adequado para cozinhar em placas de indução?

Busca-polos
O busca-polos é uma ferramenta que permite verificar a existência de corrente elétrica. Utiliza-se, por
exemplo, para determinar qual é a fase numa tomada de rede ou para detetar se um aparelho elétrico tem fugas
de corrente para as partes metálicas do aparelho em que normalmente tocamos.

Um busca-polos assemelha-se a uma chave de fendas, pois tem uma haste metálica presa a um manípulo
de plástico.
Esta parte de plástico termina num disco condutor que está ligado em série a uma lâmpada e a uma resis-
tência, que, por sua vez, fazem contacto com a haste metálica.
A resistência serve para diminuir a intensidade da corrente quando se estabelece o circuito. O facto de a
lâmpada do busca-polos acender significa que existe tensão entre os terminais que se colocam em contacto
através da haste e do disco.
Quando se introduz o busca-polos no alvéolo de uma tomada e se toca com o dedo no disco condutor, se
existir tensão entre o fio e a pessoa, verifica-se que a lâmpada acende, pois existe passagem de corrente elé-
trica.

1. Para evitar o risco de choque elétrico, a corrente elétrica que percorre o corpo não deverá ser superior a 0,1 mA.
Calcula a resistência do busca-polos, para que este possa ser ligado a uma tomada de rede em segurança:
a) desprezando a resistência do corpo humano;
b) admitindo que a resistência da pele é 1000 Ω.

2. Refere por que motivo a lâmpada do busca-polos não acende se este for ligado ao neutro.

3. Refere o nome do instrumento que permite medir a resistência do corpo humano.

4. Refere o nome do instrumento que poderia ser usado para verificar o valor da tensão entre os dois terminais da
tomada da rede.

159

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7
Unidade

ESTRUTURA ATÓMICA

160

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BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Átomos aspeto? Como se for-

E
ntão, o que são átomos? Qual é o seu
partia do princípio de
mam? Dalton, assim, como os Gregos,
da divisão da matéria:
que os átomos eram o resultado final
partes ou possuir componen-
nenhum átomo podia ser separado em duas
caso, era difícil explicar as ricas
tes mais pequenos. Mas, sendo esse o
variedade deriva da riqueza da
propriedades dos elementos, já que esta
de que os átomos possuíam uma
composição. A primeira demonstração
n, que mostrou que os eletrões
estrutura interna foi feita por J. J. Thomso
podiam ser defletidos dos átomos.
[…]
na existência de um núcleo,
Em 1910, Ernest Rutherford tropeçou
a positiva no centro do átomo e
um ponto minúsculo de matéria de carg
totalidade da sua massa, apesar
que era virtualmente responsável pela
de muito mais pequeno. P. Atkins,
s da Ciência,
O Dedo de Galileu. As Dez Grandes Ideia
Gradiva, 2007 (adaptado)

COMEÇA POR…
OBSERVAR
1. A figura poderá representar um átomo?
Onde estaria o núcleo? E os eletrões?

Interpretar
2. John Dalton considerava o átomo divisível
ou indivisível?
3. Qual é a parte do átomo que tem maior massa?

Refletir
4. Os átomos dos diferentes elementos terão
constituição idêntica?

AS TUAS METAS
• Identificar marcos importantes na história • Associar a nuvem eletrónica de um átomo isolado
do modelo atómico. a uma forma de representar a probabilidade de
• Descrever o átomo como o conjunto de um encontrar eletrões em torno do núcleo e indicar
núcleo (formado por protões e neutrões) que essa probabilidade é igual para a mesma
e de eletrões que se movem em torno do núcleo. distância ao núcleo, diminuindo com a distância.
• Relacionar a massa das partículas constituintes • Associar o tamanho dos átomos aos limites
do átomo e concluir que é no núcleo que se convencionados da sua nuvem eletrónica.
concentra quase toda a massa do átomo. • Indicar que, nos átomos, os eletrões se distribuem
• Indicar que os átomos dos diferentes elementos por níveis de energia caracterizados por um
químicos têm diferente número de protões. número inteiro.
• Concluir qual é a constituição de um certo átomo, • Escrever as distribuições eletrónicas dos átomos
partindo do seu número atómico e número de dos elementos (Z G 20) pelos níveis de energia,
massa, e relacioná-la com a representação simbólica. atendendo ao princípio da energia mínima e às
• Explicar o que é um isótopo e interpretar ocupações máximas de cada nível de energia.
o contributo dos vários isótopos para o valor • Relacionar a distribuição eletrónica de um átomo
da massa atómica relativa do elemento químico (Z G 20) com a do respetivo ião mais estável.
correspondente.

161

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7.1 Evolução dos modelos atómicos:
de Demócrito a Bohr

Grécia antiga
Os filósofos da Grécia antiga formularam
muitas hipóteses acerca da constituição
da matéria. Demócrito defendia que a «Átomo» é uma Rutherford
matéria só poderia ser dividida em por- palavra de origem (1871–1937)
Demócrito ções cada vez menores até um limite. grega que provém
(c. 460–370 a. C.) de «a» + «thomos»,
Este limite era dado por uma partícula que significa
indivisível, o átomo. No entanto, a teoria indivisível.
atómica foi abandonada durante vários
séculos devido à autoridade de Aristóte-
les (c. 384–322 a. C.), que discordava Esquema do bombar-
desta visão atómica. deamento da folha de
ouro com partículas a.

460 a. C. 370 a. C. 1766

480 470 460 450 440 430 420 410 400 390 380 370 a. C. 1760 1770 1780 1790 1800 1810

Modelo de Dalton Modelo


atómico
Ao contrário dos filósofos gregos, John Dalton realizou de Dalton.
experiências e, com base nestas, propôs a sua teoria ató-
mica, em que defendia que:
• Toda a matéria seria constituída por pequenas partículas indivi-
John Dalton síveis — os átomos.
(1766–1844) • A massa seria uma característica de cada tipo de átomos.
• Os átomos seriam indivisíveis e não se podiam criar nem destruir.
• Átomos do mesmo tipo ou de tipo diferente podiam combinar-se
entre si, para formar as substâncias.

Modelo atómico
Modelo de Thomson de Thomson
(modelo do «pudim
Joseph Thomson, ao realizar descargas elétricas através de de passas».
gases rarefeitos observou uma luminosidade no interior dos Eletrões
-
tubos onde fazia a descarga, independente do gás contido no -
-
tubo. Deu continuidade ao seu trabalho e acabou por propor a -
-
Joseph Thomson existência de partículas de carga negativa ainda mais reduzi- -
-
(1856–1940) - -
das do que o átomo — os eletrões. Assim, Thomson imaginava - -

o átomo como uma esfera maciça de carga positiva distribuída -

uniformemente, estando os eletrões dispersos no seu interior. Esfera maciça


de carga positiva

162

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BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Modelo de Rutherford Eletrão

Ernest Rutherford realizou experiências com feixes de partículas alfa (a) — partícu-
las de carga positiva, — emitidas por elementos radioativos, que bombardeavam
uma finíssima folha de ouro. Os resultados obtidos mostraram que a maioria das Núcleo Órbita
carregado
partículas a conseguia atravessar a folha de ouro, sendo apenas uma pequena positivamente

parte projetada para trás.


O modelo atómico
Em 1911, Rutherford apresentou um novo de Rutherford
modelo para o átomo: apresentava uma
limitação, pois
• A maior parte do átomo seria espaço vazio, por sabia-se que cargas
isso muitas partículas alfa atravessavam a elétricas girando em
folha de ouro sem sofrer desvio. órbitas circulares
Átomo
da folha de ouro aumentado • Existia uma pequena região central de carga perdem energia,
positiva e muito densa, o núcleo. ou seja, as órbitas
r- Esquema da interpretação
• À volta do núcleo giravam os eletrões (cargas não poderiam
e dos resultados obtidos na
negativas) com órbitas bem definidas. ser fixas.
a. experiência.

1844 1856 1871 1885 1937 1940 1962

1830 1840 1850 1860 1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000

Modelo de Bohr
O físico dinamarquês Niels Bohr teve oportunidade de trabalhar com Rutherford e de
conhecer o seu modelo atómico com pormenor. Intensificou as suas pesquisas, estudou
o átomo de hidrogénio e os espetros atómicos. Procurou integrar aspetos da teoria quân-
tica desenvolvida por Max Planck e apresentou, em 1913, um conjunto de leis que
Niels Bohr descrevem o funcionamento dos átomos (postulados).
(1885–1962)

Espetro de emissão Postulados de Bohr:


do hidrogénio
• Os eletrões giram em torno do núcleo em
certas órbitas.
Espetro de emissão • Cada órbita tem um determinado valor de
do hélio
energia.
• Às órbitas mais próximas do núcleo corres-
Em certas condições, os átomos podem emitir radiação. Ao conjunto das
ponde menor valor de energia e às mais
radiações emitidas pelos átomos de um dado elemento chama-se espetro
afastadas corresponde um valor maior.
de emissão desse elemento. No entanto, só emitem algumas radiações.
• Os eletrões podem transitar de nível por
Nos espetros de emissão do hidrogénio e do hélio apenas são visíveis
absorção ou emissão de energia.
algumas riscas luminosas, características dos átomos de cada elemento.

ATIVIDADES

1. De acordo com o modelo de Thomson, o átomo é divisível ou indivisível? Justifica.

2. Que características atribuiu Rutherford ao átomo pelo facto de a maioria das partículas a passarem através
da folha de ouro sem serem desviadas?

163

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7.1 Evolução dos modelos atómicos:
de Demócrito a Bohr

IDEIAS-CHAVE
Demócrito defendia que a matéria só podia ser dividida em porções cada vez menores até um limite.
Este limite era dado por uma partícula indivisível, o átomo.

Aristóteles discordava da teoria atómica, pelo que esta teoria foi abandonada durante vários séculos.

Dalton formulou uma nova teoria atómica, cujos princípios defendiam que:
— Toda a matéria era constituída por partículas indivisíveis — os átomos.
— A massa era uma característica de cada tipo de átomos.
— Os átomos eram indivisíveis e não se podiam criar nem destruir.
— Átomos do mesmo tipo ou de tipo diferente podiam combinar-se entre si, para
formar as substâncias. Modelo atómico
de Dalton.
Thomson descobriu o eletrão, partícula de carga negativa de tamanho ainda mais
reduzido do que o átomo. -
-
- -
Rutherford apresentou um novo modelo para o átomo: -
- -
— A maior parte do átomo é espaço vazio. - -
- -
— Existe uma região central de carga positiva e muito densa, o núcleo.
-
— À volta do núcleo giram os eletrões (cargas negativas), com órbitas bem definidas.
Modelo atómico
Bohr apresentou um conjunto de leis que descrevem o funcionamento de Thomson.
dos átomos (postulados). Postulados de Bohr:
— Os eletrões giram em torno do núcleo em certas órbitas.
— Cada órbita tem um determinado valor de energia.
— Às órbitas mais próximas do núcleo corresponde menor valor de energia
e às mais afastadas corresponde um valor maior.
— Os eletrões podem transitar de nível por absorção ou emissão de energia. Modelo atómico
de Rutherford.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. N
 a altura em que Rutherford realizou a experiência de bombardeamento de folhas de ouro com partículas a,
acreditava-se que os eletrões (–) estariam uniformemente distribuídos por uma esfera maciça de carga positiva.
Explica por que motivo Rutherford propôs, com base nos resultados obtidos na experiência referida, que
a carga positiva estaria confinada a uma pequena região.

RESOLUÇÃO: Tendo em atenção que cargas de sinal igual se repelem, então, se a carga positiva estivesse
distribuída em todo o átomo, deveria existir um elevado número de partículas a a voltar para trás, por serem
repelidas. No entanto, os resultados mostraram que a maioria das partículas atravessava a folha de ouro e
apenas um reduzido número voltava para trás. Rutherford verificou também que o átomo não é maciço como
propunha Thomson, pois, caso fosse maciço, as partículas a não atravessariam a placa de ouro.

ATIVIDADES

1. No século xix, Dalton desenvolveu algumas experiências que permitiram explicar a constituição do átomo.
Seleciona, de entre as afirmações seguintes, as que correspondem às ideias defendidas por Dalton.
A. Toda a matéria é constituída por partículas, de reduzidas dimensões, denominadas átomos.

B. O átomo era uma esfera maciça de carga positiva, distribuída uniformemente, estando as cargas negativas

dispersas no seu interior.
C. Os átomos do mesmo tipo ou de tipos diferentes podiam combinar-se para formar substâncias.

D. O átomo era constituído por uma região central de carga positiva, girando os eletrões (cargas negativas) à sua

volta a grande velocidade.
164

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7.2 Modelo da nuvem eletrónica

O modelo de Bohr resolveu algumas dificuldades e foi um sucesso para


interpretar o átomo de hidrogénio (com um só eletrão), mas não funcio-
nava bem para os átomos polieletrónicos.

No final do século xix e início do século xx, muitas foram as descobertas


que se sucederam e que contribuíram para o desenvolvimento de um
modelo atómico mais ajustado às evidências experimentais.

Algumas descobertas e alguns desenvolvimentos teóricos

Max Planck James Chadwick Louis de Broglie Werner Heisenberg Erwin Schrödinger
(1858-1947) (1891-1974) (1892-1987) (1901-1976) (1887-1961)
Descoberta Confirmação Descoberta Desenvolvimento Desenvolvimento
da descontinuidade da existência do comportamento de uma equação de uma equação
na emissão de uma partícula ondulatório que relaciona que permite
de radiação no núcleo sem carga do eletrão. as incertezas determinar
eletromagnética. elétrica, o neutrão. da posição a energia
e da velocidade dos eletrões
de uma partícula. nos átomos.

O modelo da nuvem eletrónica é o modelo atualmente aceite pela comu-


Átomo
nidade científica e, se tem algo de extraordinariamente inovador, também (neutro)
herda muito dos modelos anteriores.

Assim, o átomo é constituído por um núcleo, onde se encontram protões, Núcleo Eletrões (-)
com carga elétrica positiva, e neutrões, sem carga elétrica. Em torno do (carga elétrica
núcleo, movem-se, a grande velocidade, os eletrões, de carga elétrica negativa)
negativa. O átomo é neutro, o que significa que o número de protões e o
número de eletrões é igual. Neutrões Protões (+)
(sem carga (carga
elétrica) elétrica
O átomo é uma partícula neutra: positiva)
n.º de protões = n.º de eletrões

De acordo com este modelo, o eletrão move-se com grande rapidez em


torno do núcleo, mas não se mantém sempre à mesma distância deste,
ou seja, não existe uma órbita fixa em torno do núcleo. Assim, não se
sabe exatamente onde se encontra o eletrão, mas é possível conhecer as
zonas onde a probabilidade de o encontrar é maior — orbitais.

165

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7.2 Modelo da nuvem eletrónica

Se os eletrões deixassem «pegadas» nas diversas posições que ocupam


em diferentes instantes, ao fim de algum tempo, quando olhássemos
para um átomo, veríamos uma espécie de uma nuvem muito «carre-
gada» em certas zonas e pouco «carregada» noutras zonas. Assim, o
átomo pode ser visualizado como uma nuvem eletrónica de carga nega-
tiva, responsável pelo volume do átomo, em torno de um núcleo central
de carga positiva (Fig. 1).

As zonas de maior densidade na nuvem eletrónica correspondem a maior


probabilidade de encontrar o eletrão.

Nuvem eletrónica Protão

Núcleo atómico

Neutrão

Fig. 1 Modelo da nuvem eletrónica para o átomo.


U7P149H2 ??? Nos EPS enviados
A nuvem eletrónica é, assim, um modo de representar a probabilidade de
A probabilidade de encon-
encontrar os eletrões. Esta probabilidade diminui com o aumento da dis-
trar eletrões é maior junto
tância ao núcleo e é a mesma para igual distância ao núcleo.
ao núcleo do que na peri-
feria. O tamanho do átomo é dado pelo limite da nuvem eletrónica. Na prática,
é usual considerar a porção de nuvem eletrónica que contém entre 90 %
e 95 % da probabilidade de encontrar os eletrões.

Os átomos têm dimensões tão reduzidas que, para expressar os seus


raios (Fig. 2), é frequente utilizar o picómetro (pm), um submúltiplo do
metro: 1 pm = 1 ◊ 10-12 m.

Bromo
Carbono
Nitrogénio
Oxigénio

Raio atómico
Raio atómico
60 pm
Raio atómico 65 pm
Raio atómico 70 pm
87 pm
Fig. 2 Raios de alguns átomos.

U7P149H2 ??? No Word

166

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BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

IDEIAS-CHAVE
De acordo com o atual modelo da nuvem eletrónica, os átomos são constituídos por um núcleo com
protões (partículas de carga positiva) e neutrões (partículas sem carga) e por eletrões (partículas de carga
negativa) que giram em torno do núcleo com grande rapidez mas sem órbita definida. A região em torno
do núcleo pode ser visualizada como uma nuvem em que as zonas mais densas correspondem a maior
probabilidade de encontrar o eletrão — orbitais.

O átomo é neutro, pois o número de protões é igual ao número de eletrões.

O volume do átomo é determinado pela nuvem eletrónica, pois o núcleo tem dimensões muito menores
do que a nuvem eletrónica.

Os átomos são partículas de dimensões tão reduzidas que, para apresentar a medida do seu raio,
é habitual usar-se um submúltiplo do metro, o picómetro (pm): 1 pm = 1 ◊ 10-12 m.

EXERCÍCIO RESOLVIDO
rNa = 1,86 Å
1. N
 a figura ao lado apresenta-se o valor do raio
rMg = 1,60 Å
atómico, em ångström (Å), para alguns átomos. rNe = 1,50 Å
O ångström é uma unidade de medida por vezes
usada em Física para expressar dimensões muito
reduzidas e cuja relação com o metro é:
Na
1 Å = 1 ◊ 10-10 m. Apresenta os raios atómicos Mg Ne
em picómetro (1 pm = 1 ◊ 10-12 m).

DADOS:
1 Å = 1 ◊ 10-10 m U7P149H3
1 pm = 1 ◊ 10-12 m
rNa = 1,86 Å
rMg = 1,60 Å
rNe = 1,50 Å

RESOLUÇÃO:
 fetuando o quociente das expressões que relacionam cada uma das unidades com o metro, consegue
E
estabelecer-se a relação entre as duas unidades:
1Å 1 # 10-10 m 1Å
= + = 1 ◊ 102 + 1 Å = 100 pm
1pm 1 # 10-12 m 1pm
Assim, podem efetuar-se as reduções e apresentar o resultado em picómetros.
RESPOSTA:
rNa = 1,86 Å = 186 pm; rMg = 1,60 Å = 160 pm; rNe = 1,50 Å = 150 pm.

ATIVIDADES

1. Seleciona as afirmações verdadeiras, tendo em conta o atual modelo atómico.


A. Os eletrões deslocam-se em órbitas fixas em torno do núcleo, tal como os planetas em torno do Sol.
B. Os eletrões movem-se em torno do núcleo a velocidade muito elevada, sendo conhecida a probabilidade
de o eletrão se encontrar numa dada posição.
C. A probabilidade de encontrar o eletrão aumenta com o aumento da distância ao núcleo.
D. O tamanho de um átomo é determinado pela sua nuvem eletrónica.
E. As orbitais são zonas do átomo onde não existe probabilidade de encontrar o eletrão.
F. A nuvem eletrónica é responsável pelo volume do átomo.

167

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7.3 Isótopos

Massa do protão, do neutrão e do eletrão


As experiências realizadas por diferentes cientistas permitiram determi-
nar a existência do protão, do neutrão e do eletrão e conhecer algumas
das suas propriedades.

Partícula Carga elétrica Massa/kg

Protão Positiva (+) 1,673 ◊ 10-27


Neutrão Neutra 1,675 ◊ 10-27
Eletrão Negativa (-) 9,110 ◊ 10-31

Como se pode comprovar na tabela acima, a massa do protão e do neu-


trão são praticamente iguais e muito maiores do que a massa do eletrão.
Assim, a massa do átomo é praticamente igual à massa do núcleo (Fig. 3).

A m protão = m neutrão B m protão - 1840 m eletrão C m núcleo - m átomo

+ + + +
+ + +
+

Fig. 3 Comparação entre as massas do protão e do neutrão [A], do protão e do eletrão [B] e do núcleo e do átomo [C].

U7P150H2 U7P150H3 U7P150H1


Número atómico
Se contássemos o número de protões existentes no núcleo de qualquer
átomo de cloro, verificar-se-ia que todos possuem 17 protões. Todos os áto-
mos com 17 protões são átomos do elemento químico cloro. O conceito de
ZX elemento químico refere-se a átomos com o mesmo comportamento quí-
mico, os quais possuem o mesmo número de protões. Átomos que pos-
X — símbolo químico
suam número de protões diferente são de elementos químicos diferentes.
Z — número atómico
O número de protões existentes no núcleo caracteriza cada elemento
químico e denomina-se número atómico (Z).
Elemento Número
Z X Na tabela ao lado, apresentam-se os números atómicos de alguns ele-
químico de protões
mentos.
Hidrogénio 1 1 H
Nitrogénio 7 N Dado que cada protão tem uma carga positiva, o número atómico também
7
nos permite conhecer a carga nuclear do átomo. Assim, por exemplo,
Flúor 9 9 F
a carga nuclear do nitrogénio é +7 e a carga nuclear do sódio é +11.
Sódio 11 11 Na
O número atómico também permite determinar o número de eletrões,
Magnésio 12 12 Mg
uma vez que os átomos são partículas neutras, pelo que o número de
Potássio 19 K
19
eletrões é igual ao número de protões.
168

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BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS


Número de massa
Os neutrões também se encontram no núcleo dos átomos. Ao número
total de protões e neutrões (nucleões) chama-se número de massa (A).

Cada elemento químico pode representar-se simbolicamente por:


A
Z X
em que:
X — símbolo químico;
Z — número atómico;
A — número de massa.

Assim, para determinar o número de neutrões (N) existentes no núcleo


Exemplo:
de um determinado átomo basta fazer a diferença entre o número de 17
O
8
massa (A) e o número atómico (Z ):
Z = 8; A = 17
N=A-Z n.º de protões = 8
n.º de eletrões = 8
Isótopos n.º de neutrões (N) =
= 17 - 8 = 9
Átomos do mesmo elemento (mesmo número atómico) que diferem no
número de neutrões (diferente número de massa) chamam-se isótopos.

Na Natureza, existem muitos elementos químicos cujos átomos podem


diferir no número de neutrões, ou seja, que possuem diferentes isótopos.

Isótopos de hidrogénio

P
P N P N N

1 2 3
H — hidrogénio-1 ou prótio H — hidrogénio-2 ou deutério H — hidrogénio-3 ou trítio
1
U7P152H1 1
U7P152H2 1
U7P152H3

Os isótopos de um dado elemento químico existem naturalmente com


Isótopos são átomos do
diferentes abundâncias relativas. No exemplo referido, o isótopo mais
mesmo elemento que
abundante é o prótio, seguido do deutério, e depois do trítio que tem uma
diferem no número de
abundância relativa extremamente baixa.
neutrões.
Como os neutrões têm um contributo significativo para a massa do
átomo, diferentes isótopos do mesmo elemento têm massa diferente.
Diferentes isótopos do
Com exceção do hidrogénio, os isótopos são designados pelo nome do
mesmo elemento têm
elemento, seguido do número de massa. Por exemplo, o oxigénio tem
massas diferentes.
três isótopos: 168 O; 178 O; 188 O, designados, respetivamente, por oxigénio-16,
oxigénio-17 e oxigénio-18.
169

564829 160-181.indd 169 19/06/15 13:43


7.3 Isótopos

IDEIAS-CHAVE
No átomo, a massa concentra-se no núcleo, pois os protões e os neutrões têm massa praticamente igual
e muito superior à do eletrão.

O número atómico (Z) é o número de protões existentes no núcleo de um átomo.

Cada elemento químico se caracteriza pelo número atómico, ou seja, todos os átomos de um elemento
químico possuem o mesmo número de protões.

O número de massa (A) é a soma do número de protões com o número de neutrões que existe no núcleo
de um átomo.

Átomos do mesmo elemento que diferem no número de massa chamam-se isótopos.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Considera dois átomos, X e Y, cuja constituição nuclear está apresentada na tabela.


1.1 
Para cada um dos átomos, indica:
Átomo
a) o número de eletrões; X Y
Constituição nuclear
b) o número atómico;
c) o número de massa. Número de protões 53 53

1.2 
Efetua a representação simbólica dos dois átomos. Número de neutrões 74 78
1.3 
Refere, justificando, se X e Y são isótopos. NOTA: X e Y não são símbolos químicos.

1.1 a) RESOLUÇÃO: O átomo é neutro, pelo que o número de eletrões é igual ao número de protões.
RESPOSTA: Os átomos X e Y têm ambos 53 eletrões.
b) RESOLUÇÃO: O número atómico, Z, corresponde ao número de protões.
RESPOSTA: Os átomos X e Y têm ambos número atómico igual a 53.
c) 
RESOLUÇÃO: O número de massa, A, corresponde à soma do número de protões com o número de
neutrões. Assim A (X) = 53 + 74 = 127 e A (Y) = 53 + 78 = 131.
RESPOSTA: O número de massa de X é 127 e o número de massa de Y é 131.

1.2 
RESOLUÇÃO: Na representação simbólica, o número atómico aparece com o índice inferior à esquerda
do símbolo e o número de massa aparece como índice superior à esquerda do símbolo.
RESPOSTA: 127 131
53 X e 53 Y.

1.3 
RESOLUÇÃO: Isótopos são átomos do mesmo elemento (igual número atómico) que diferem no número
de neutrões (número de massa diferente).
RESPOSTA: Os átomos X e Y são isótopos, pois são átomos do mesmo elemento, uma vez que têm
o mesmo número atómico e diferem no número de neutrões.

ATIVIDADES

1. Considera as representações dos átomos seguintes, em que as letras não são símbolos químicos,
e responde às questões.
35 24 26 39 37
17 X 12 Y 12 W 19 T 17 R
1.1 Descreve a constituição dos átomos representados.
1.2 Refere, justificando, quantos elementos estão representados.
1.3 Identifica os isótopos representados.
1.4 Identifica o átomo de maior massa e o de menor massa.

170

564829 160-181.indd 170 19/06/15 13:43


7.4 Massa atómica relativa


Unidade de massa atómica
A massa é uma propriedade de toda a matéria e, como tal, os átomos
também têm massa.

O hidrogénio-1 (prótio) é, de entre todos os átomos, o que tem menor


massa, pois é constituído apenas por um protão (não tem neutrões) e um
eletrão. A sua massa é, aproximadamente, 1,67 ◊ 10-27 kg.

A massa dos átomos é tão pequena que não é prático expressá-la em


quilograma, donde surgiu a necessidade de criar um padrão de dimen-
são adequada.

O padrão escolhido designa-se por unidade de massa atómica (u) e cor- Massa do átomo de carbono-12
responde a 1/12 da massa em repouso do átomo de carbono-12 no
estado fundamental (Fig. 4). A massa do átomo de hidrogénio-1 tem apro-
ximadamente o mesmo valor deste padrão.


Massa atómica relativa
A massa atómica relativa (Ar) de um átomo resulta da comparação entre
a sua massa e a unidade de massa atómica e é, por isso, uma grandeza
Unidade de massa atómica (u)
adimensional.
Fig. 4 Unidade de massa
Afirmar que a massa atómica relativa do nitrogénio-14 é 14 significa atómica.
U7P153H1
que o nitrogénio-14 tem uma massa 14 vezes maior do que a unidade de
massa atómica.

Como já foi referido, o protão e o neutrão têm massas semelhantes e


muito maiores do que a do eletrão. Assim, como os isótopos de um deter-
minado elemento diferem no número de neutrões, eles têm massas dife-
rentes. Por exemplo, para os isótopos do hidrogénio, verifica-se que o
deutério tem uma massa duas vezes maior do que o prótio, e o trítio, três
vezes maior (Fig. 5).

Fig. 5 Comparação das massas dos isótopos do hidrogénio.


U7P153H3
171

564829 160-181.indd 171 19/06/15 13:43


7.4 Massa atómica relativa

Assim, para determinar a massa atómica relativa de um elemento,


é necessário considerar os isótopos que este possui e também a sua
abundância relativa. Por exemplo, o cloro apresenta dois isótopos natu-
rais:
35 37
17 C
Cℓ 17 C
Cℓ

Verificando-se que:

Ar _35 C i = 35,0 e abundância relativa = 76 %


17 Cℓ

Cℓi = 37,0 e abundância relativa = 24 %


Ar _3177 C

Assim, a massa atómica relativa do cloro é dada por:

35,0 # 76 + 37,0 # 24
Ar (Cℓ) = + Ar (Cℓ) = 35,5
100

O valor assim encontrado corresponde à média ponderada das massas


atómicas relativas dos isótopos do cloro.


Massa molecular relativa
As moléculas são formadas por átomos ligados quimicamente. A massa das
moléculas também pode ser comparada com a unidade de massa ató-
mica relativa, obtendo-se a massa molecular relativa (Mr).

A massa molecular relativa pode ser calculada a partir das massas ató-
micas relativas dos elementos cujos átomos constituem a molécula. Por
exemplo, a água (H2O) tem dois átomos de hidrogénio e um átomo de
oxigénio. Sabendo que:

Ar (H) = 1,0 e Ar (O) = 16,0,

então,

Mr (H2O) = 2 ◊ Ar (H) + Ar (O) &

& Mr (H2O) = 2 ◊ 1,0 + 16,0 + Mr (H2O) = 18,0

Relativamente aos iões, a massa destes é praticamente igual à massa dos


respetivos átomos, pois os eletrões cedidos ou captados na formação dos
iões têm uma massa muito menor do que o núcleo. Assim, por exemplo,
para o ião sulfato _SO42-i, e, sabendo que:

Ar (S) = 32,1 e Ar (O) = 16,0,

tem-se,

Mr _SO42-i = Ar (S) + 4 ◊ Ar (O) &

& Mr _SO42-i = 32,1 + 4 ◊ 16,0 + Mr _SO42-i = 96,1

172

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BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

IDEIAS-CHAVE
O padrão escolhido para expressar a massa dos átomos designa-se por unidade de massa atómica (u).

A unidade de massa atómica (u) corresponde a 1/12 da massa em repouso do átomo de carbono-12
no estado fundamental.

A massa atómica relativa (Ar) de um átomo resulta da comparação entre a sua massa e a unidade
de massa atómica e é, por isso, uma grandeza adimensional.

A massa das moléculas também pode ser comparada à unidade de massa atómica, obtendo-se a massa
molecular relativa (Mr).

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Calcula a massa molecular relativa do sulfato de amónio, (NH4)2SO4.

DADOS:
Ar (N) = 14,0
Ar (H) = 1,0
Ar (S) = 32,1
Ar (O) = 16,0
RESOLUÇÃO:
Mr [(NH4)2SO4] = 2 × [Ar (N) + 4 × Ar (H)] + Ar (S) + 4 × Ar (O) &
& Mr [(NH4)2SO4] = 2 × (14,0 + 4 × 1,0) + 32,1 + 4 × 16,0 =
= 2 × 18,0 + 32,1 + 64,0 = 132,1
RESPOSTA: A massa molecular relativa do sulfato de amónio é 132,1.

ATIVIDADES

1. O que significa afirmar que a massa atómica relativa do isótopo oxigénio-16 é 16?

2. O carbono apresenta três isótopos: 126 C; 136 C; 146 C. Sabendo que Ar (C) = 12,01, refere,
justificando, qual dos isótopos do carbono é mais abundante na Natureza.

3. D
 etermina a massa atómica relativa do boro, considerando os seguintes dados:
Ar _ 5 Bi = 10,0, com 20 % de abundância relativa;
10

Ar _ 5 Bi = 11,0, com 80 % de abundância relativa.
11

4. Calcula a massa molecular relativa de:


a) H2
b) O2

c) CO2

d) NaCℓ

e) H3PO4

f) C3H6O

g) CℓO4-

h) Ca(CH3COO)2

5. O
 fósforo é uma substância elementar de massa molecular relativa igual a 124.
Determina a fórmula química do fósforo.

173

564829 160-181.indd 173 19/06/15 13:44


7.5 Distribuição eletrónica e iões


Níveis de energia
SABER
Cada nível de energia também Os eletrões da nuvem eletrónica do átomo não têm todos a mesma ener-
pode ser designado por gia, encontrando-se distribuídos por níveis de energia, o que significa
camada K, L, M, N, O, P que os eletrões não apresentam uma energia qualquer.
ou Q. Assim, o primeiro nível
corresponde à camada K, De acordo com o Princípio da Energia Mínima, os eletrões encontram-se
o segundo nível à camada L,
e assim sucessivamente.
preferencialmente nos níveis de energia mais baixos.

Os níveis de energia são caracterizados por um número natural, n, que


atualmente tem valores de 1 a 7. Em cada nível de energia pode existir
Número um número máximo de eletrões, dado pela expressão 2n2, em que n é o
Nível
máximo nível energético. Contudo, quando um nível é o último, o número de ele-
de energia
de eletrões
(n) trões não pode ser superior a oito, ou a dois, caso seja o primeiro nível.
(2n2)

1 2 ◊ 12 = 2 Na tabela seguinte, mostram-se alguns exemplos de distribuição dos


eletrões pelos diferentes níveis de energia, no estado fundamental. Este
2 2 ◊ 22 = 8
corresponde ao estado de menor energia do átomo e de maior estabi-
3 2 ◊ 32 = 18 lidade.

Distribuição
Número Modo de distribuir
Átomo ou configuração
de eletrões os eletrões
eletrónica

Lítio 2 eletrões no 1.º nível


3 2:1
3Li 1 eletrão no 2.º nível
2 eletrões no 1.º nível
Sódio
11 8 eletrões no 2.º nível 2:8:1
11Na
1 eletrão no 3.º nível
2 eletrões no 1.º nível
Alumínio
13 8 eletrões no 2.º nível 2:8:3
13Aℓ
3 eletrões no 3.º nível
2 eletrões no 1.º nível
Potássio 8 eletrões no 2.º nível
19 2:8:8:1
19K 8 eletrões no 3.º nível
1 eletrão no 4.º nível
2 eletrões no 1.º nível
Cálcio 8 eletrões no 2.º nível
20 2:8:8:2
20Ca 8 eletrões no 3.º nível
2 eletrões no 4.º nível
NOTA: No caso do potássio e do cálcio, passando os eletrões que estão no 4.º nível para
o 3.º nível, este seria o último nível e teria mais de 8 eletrões. É por este motivo
que, nos átomos destes elementos, o 3.º nível tem apenas 8 eletrões, embora
possa comportar até um máximo de 18.

O último nível de energia preenchido designa-se por nível de valência.


Os eletrões distribuídos por esse nível são os eletrões de valência. Assim,
por exemplo, o potássio tem um eletrão de valência e o cálcio tem dois
eletrões de valência.

174

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BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

A probabilidade de encontrar os eletrões em regiões mais afastadas


Os eletrões de valência
do núcleo é maior para os eletrões de valência do que para os eletrões
encontram-se mais afas-
de outros níveis. Assim, os eletrões de valência estão mais afastados do
tados do núcleo e são
núcleo e são os que têm maior importância nas combinações químicas
determinantes no com-
que o átomo pode estabelecer, pois são estes que podem ser partilhados
portamento químico.
ou trocados com outros átomos, determinando o comportamento quí-
mico dos respetivos elementos químicos.

Quando os átomos cedem ou captam eletrões, formam-se iões.


Iões
Os iões são partículas com carga elétrica que resultam de átomos que
perderam ou ganharam eletrões.

Quando um átomo perde eletrões, origina um ião com excesso de carga Catião — ião positivo
positiva — catião. Por exemplo, o sódio-23 _23 11 Nai tem 11 protões e resultante de um átomo
11 eletrões e quando perde um eletrão fica com 11 protões e 10 eletrões; ou conjunto de átomos
existindo uma carga positiva a mais, forma-se o catião sódio — 23 11 Na
+
que perdeu um ou mais
(Fig. 6). eletrões.

- Átomo perde 1 e- -
-
- -
- -
- -
- - - -
-
-
- - - -
- -
Na Na+
(Átomo) (Catião)
Fig. 6 Esquema de formação do catião sódio (Na+).

Quando um átomo ganha eletrões, origina um ião com excesso de carga Anião — ião negativo
negativa — anião. Por exemplo, o oxigénio-16 _168 Oi tem 8 protões e resultante de um átomo
8 eletrões; quando ganha 2 eletrões, fica com 8 protões e 10 eletrões; ou conjunto de átomos
existindo duas cargas negativas a mais, forma-se o anião óxido — 168 O 2- que ganhou um ou mais
(Fig. 7). eletrões.

- -
Átomo ganha 2 e- -
- -
-
-
- -
- - - -
-
-
- -
-
-
O O2-
(Átomo) - (Anião)
Fig. 7 Esquema de formação do anião óxido (O2-).

175

564829 160-181.indd 175 19/06/15 13:44


7.5 Distribuição eletrónica e iões

Quando se forma um ião, há variação do número de eletrões e a distribui-


ção eletrónica altera-se. No núcleo do átomo, não ocorrem modificações,
pelo que o número de protões e o número de neutrões de um ião são
iguais aos do átomo que o originou.

Os iões podem classificar-se de acordo com o tipo e número de cargas


que possuem: monopositivos (uma carga positiva), dipositivos (duas car-
gas positivas), mononegativos (uma carga negativa), etc. Por exemplo,
o catião sódio (Na+) é um ião monopositivo e o anião óxido (O2-) é um
ião dinegativo.

Em geral, a formação de iões estáveis envolve poucos eletrões, entre um


e três, de modo que o último nível fica preenchido com oito ou dois ele-
trões (se o último nível for também o primeiro).

Assim, por exemplo:

Átomo Processo Ião estável

Tem tendência a reagir,


cedendo o eletrão
de valência e originando
3Li: 2:1 3Li+: 2
um ião monopositivo
com dois eletrões
no último nível.
Tem tendência a reagir,
cedendo os dois eletrões
de valência e originando
20 Ca: 2:8:8:2 20Ca2+: 2:8:8
um ião dipositivo com
oito eletrões no último
nível.
Tem tendência a reagir,
cedendo os três
eletrões de valência
13 Aℓ: 2:8:3 13 Aℓ3+: 2:8
e originando um ião
tripositivo com oito
eletrões no último nível.
Tem tendência a reagir,
captando um eletrão
para o nível de valência
9 F: 2:7 9 F-: 2:8
e originando um ião
mononegativo com oito
eletrões no último nível.
Tem tendência a reagir,
captando dois eletrões
para o nível de valência
8 O: 2:6 8 O2-: 2:8
e originando um ião
dinegativo com oito
eletrões no último nível.

176

564829 160-181.indd 176 19/06/15 13:44


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

IDEIAS-CHAVE
No átomo, os eletrões não apresentam um valor qualquer de energia, distribuem-se por níveis de energia.
Cada nível de energia se caracteriza por um número natural n (n H 1) e pode comportar um máximo
de 2n2 eletrões.

Os eletrões do nível mais elevado de energia são os eletrões de valência; são estes que podem ser trocados
ou partilhados com outros átomos, determinando o comportamento químico do respetivo elemento químico.

Os iões são partículas com carga elétrica que resultam de átomos que perderam ou ganharam eletrões.

Quando um átomo ou conjunto de átomos perde um ou mais eletrões, origina um ião com carga
positiva — catião.

Quando um átomo ou conjunto de átomos ganha um ou mais eletrões, origina um ião com carga
negativa — anião.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Sabendo que o potássio (K) tem 19 protões, responde às questões.


1.1 
Efetua a configuração eletrónica para um átomo de potássio no estado fundamental.
1.2 R
 efere a carga do ião mais provável do potássio.

1.1 
RESOLUÇÃO:
Dado que os átomos são neutros, se o potássio tem 19 protões, então, um átomo deste elemento terá

19 eletrões.
No 1.º nível de energia só é possível distribuir 2 eletrões e no 2.º nível, 8 eletrões.
 este modo, 10 eletrões já estão distribuídos. Os restantes 9 eletrões não poderão ser distribuídos pelo
D
3.º nível, pois, se assim fosse, este seria o último nível e no último nível não se podem distribuir mais
de 8 eletrões. Assim, 8 eletrões ficarão no 3.º nível e 1 eletrão, no 4.º nível.
RESPOSTA: A configuração eletrónica do potássio é: 19 K: 2:8:8:1.

1.2 RESOLUÇÃO:
Para que o último nível preenchido fique com 8 eletrões, o eletrão do 4.º nível poderá ser cedido.
RESPOSTA: A carga do ião mais provável do potássio é +1.

ATIVIDADES

1. Distingue anião de catião.

2. Sabendo que um átomo de enxofre tem 16 eletrões e 16 neutrões, refere:


a) a constituição do núcleo; d)
a distribuição dos eletrões pelos níveis de energia;
b) a carga do núcleo; e)
os eletrões de valência;
c) a carga da nuvem eletrónica; f)
a carga do ião mais estável que este átomo pode originar.

3. Sabendo que um ião, Y, é constituído por 12 protões, 12 neutrões e 10 eletrões, responde às questões.
3.1 Refere o número de eletrões do átomo que lhe deu origem.
3.2 Faz a representação simbólica do ião descrito.
3.3 Escreve a configuração eletrónica do ião.

4. Considera a seguinte representação, em que X não é um símbolo químico: 35


17 X.

4.1 Refere a constituição deste átomo.


4.2 Efetua a sua distribuição eletrónica.
4.3 Refere o tipo de ião que o elemento a que pertence este átomo tem tendência a originar.
177

564829 160-181.indd 177 19/06/15 13:44


AVALIAÇÃO FORMATIVA

ESQUEMATIZAR

1. Completa o esquema substituindo as letras pelos termos corretos.

ÁTOMOS

Protão

Neutrão

U7P149H2 ??? Nos EPS enviados

são constituídos podem


por

ganhar eletrões, perder eletrões,


formando formando
A Eletrões
Protão Aniões B
cuja probabilidade de
distribuem-se por
os encontrar pode ser
representada pela

C
Neutrão Nuvem
eletrónica
formado por

Neutrões Protões
correspondem ao
Nos EPS enviados
correspondem ao
Número atómico

D caracteriza o

permite distinguir
E

Isótopos tem

Massa atómica relativa

VERIFICAR

2. A
 ssocia os tópicos seguintes ao cientista que propôs o respetivo modelo atómico.
A. Átomos indivisíveis.
B. Eletrões em órbitas de energia bem definida.
C. Eletrões dispersos numa esfera de carga positiva.
D. Eletrões descrevem órbitas circulares em torno do núcleo.

3. A
 ssocia cada partícula da coluna I a uma ou mais características da coluna II.

Coluna I Coluna II

A. Protão 1. Carga negativa


B. Neutrão 2. Carga positiva
C. Eletrão 3. Sem carga
4. Massa semelhante a uma unidade de massa atómica.

178

564829 160-181.indd 178 19/06/15 13:44


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

4. Refere como se formam os catiões e os aniões a partir dos respetivos átomos.

5. Diz o que são isótopos.

APLICAR

6. C
 onsidera a tabela, na qual as letras não representam símbolos químicos dos elementos, e responde às questões.

Configuração
Representação z a N.º de neutrões N.º de protões N.º de eletrões
eletrónica

A 15 36 16
37
B 38 18
C 11 40
23
11
D 2:3 40
11
35
E 40 1 17
F 2:5 40 7

6.1 Copia a tabela para o teu caderno e completa-a.


6.2 Considera o elemento C e indica:
a) o número de eletrões de valência;
b) a estrutura eletrónica do ião C+, no estado fundamental.
6.3 Representa um isótopo de A, com 15 neutrões. Justifica a tua representação.
6.4 Refere qual dos átomos tem tendência a formar iões mononegativos.

7. O
 bserva a figura seguinte e os dados nela assinalados. Calcula a massa atómica relativa
do nitrogénio.

99,636 % 0,364 %
U7P160H1 U7P160H2
8. C
 alcula a massa molecular relativa de:
a) N2 h) HCOOH
b) O3 i) H3PO4
c) NH3
j) Al3+
d) CH4
k) S2-
e) C2H6O
l) Na2O
f) C4H10
m) MgCl2
g) C2H4O
n) Ca3(PO4)2

179

564829 160-181.indd 179 19/06/15 13:44


9. O
 bserva a figura e identifica cada um dos modelos atómicos representados.

10. C
 onsidera as representações de alguns átomos (as letras não são
U7P161H2 símbolos químicos) e responde
U7P161H3 às questões.
U7P161H4
U7P161H1 16 24 13 22 17 14 18
8 X 12 Y 6 Z 11 T 9 U 6 W 8 V
10.1 Quantos elementos estão representados? Justifica a tua resposta.
10.2 Identifica os isótopos.
10.3 Refere qual dos átomos tem maior massa.
10.4 Efetua a distribuição eletrónica de X, Y, T e U no estado fundamental e refere o número de eletrões
de valência de cada um deles.
10.5 Para cada uma das questões seguintes, seleciona a opção que completa corretamente a frase inicial.
10.5.1 O átomo X…
A. … cede facilmente seis eletrões, ficando com oito eletrões no último nível.
B. … ganha facilmente dois eletrões, formando um ião dinegativo.
C. … cede facilmente dois eletrões, formando um ião dipositivo.
D. … cede facilmente dois eletrões, formando um ião dinegativo.
10.5.2 O átomo Y…
A. … ganha facilmente seis eletrões, ficando com oito eletrões no último nível.
B. … ganha facilmente dois eletrões, formando um ião dinegativo.
C. … cede facilmente dois eletrões, formando um ião dipositivo.
D. … cede facilmente dois eletrões, formando um ião dinegativo.
10.5.3 O átomo T…
A. … origina facilmente o ião T-.
B. … origina facilmente o ião T2-.
C. … origina facilmente o ião T+.
D. … origina facilmente o ião T2+.
10.5.4 O átomo U…
A. … origina facilmente o ião U-.
B. … origina facilmente o ião U2-.
C. … origina facilmente o ião U+.
D. … origina facilmente o ião U2+.
10.6 Recorda o que aprendeste sobre compostos iónicos no 8.º ano e, tendo em atenção as respostas dadas
nas questões 10.5.1 e 10.5.2, seleciona a opção correta.
A. Os átomos X e Y podem reagir formando um composto iónico de fórmula química Y2X.
B. Os átomos X e Y podem reagir formando um composto iónico de fórmula química YX2.
C. Os átomos X e Y podem reagir formando um composto iónico de fórmula química XY.
D. Os átomos X e Y podem reagir formando um composto iónico de fórmula química YX.
10.7 Seleciona a opção que pode indicar o valor da massa do átomo W.
A. 6 C. 20
B. 14 D. 26

180

564829 160-181.indd 180 19/06/15 13:44


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

11. Observa a representação de um núcleo de nitrogénio e responde às questões.

Protão

Neutrão

11.1 Representa simbolicamente o nitrogénio.


U7P162H1
11.2 Efetua a distribuição eletrónica do nitrogénio.
11.3 Refere o número de eletrões de valência do nitrogénio.
11.4 Seleciona a opção que permite completar corretamente a frase seguinte:
Um átomo com …
A. … oito protões e sete neutrões é isótopo do nitrogénio.
B. … sete protões e oito neutrões é isótopo do nitrogénio.
C. … oito protões e oito neutrões é isótopo do nitrogénio.
D. … seis eletrões e oito neutrões é isótopo do nitrogénio.

CHEGO ÀS METAS Sim Preciso Tenho


de rever de estudar

1. 
Identifico marcos importantes na história do modelo atómico. pp. 162-163 2 1 0

2. 
Descrevo o átomo como o conjunto de um núcleo (formado por protões e neutrões) e de 2 1 0
eletrões que se movem em torno do núcleo. pp. 165-166
3. 
Relaciono a massa das partículas constituintes do átomo e concluo que é no núcleo que 2 1 0
se concentra quase toda a massa do átomo. pp. 165-166
4. 
Indico que os átomos dos diferentes elementos químicos têm diferente número 2 1 0
de protões. p. 168
5. 
Concluo qual é a constituição de um certo átomo, partindo do seu número atómico 2 1 0
e número de massa, e relaciono-a com a representação simbólica. pp. 168-169
6. 
Explico o que é um isótopo e interpreto o contributo dos vários isótopos para o valor 2 1 0
da massa atómica relativa do elemento químico correspondente. p. 169
7. 
Associo a nuvem eletrónica de um átomo isolado a uma forma de representar 2 1 0
a probabilidade de encontrar eletrões em torno do núcleo e indico que essa
probabilidade é igual para a mesma distância ao núcleo, diminuindo com a distância.
p. 166
8. 
Associo o tamanho dos átomos aos limites convencionados da sua nuvem eletrónica. 2 1 0
p. 166
9. 
Indico que, nos átomos, os eletrões se distribuem por níveis de energia caracterizados 2 1 0
por um número inteiro. p. 174
10. 
Escrevo as distribuições eletrónicas dos átomos dos elementos (Z G 20) pelos níveis 2 1 0
de energia, atendendo ao princípio da energia mínima e às ocupações máximas de cada
nível de energia. p. 174
11. 
Relaciono a distribuição eletrónica de um átomo (Z G 20) com a do respetivo ião mais 2 1 0
estável. pp. 174-175

0-10 — Tenho de me esforçar mais.  11-16 — Sou capaz de fazer melhor.  17-22 — Tenho de continuar assim!

181

564829 160-181.indd 181 19/06/15 13:44


8
Unidade

PROPRIEDADES DOS MATERIAIS


E TABELA PERIÓDICA

182

564829 182-209.indd 182 19/06/15 13:46


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Uma tabela muito


especial
M
entos químicos hoje
ais de metade dos elem
0e
con hec idos foi des cob erta entr e 180
os quím icos
1900. Durante este período,
am grandes seme-
verificaram que certos elementos tinh
laridades periódi-
lhanças entre si. A constatação de regu
aliada à necessi-
cas nas propriedades químicas e físicas,
ade de informação
dade de sistematizar a grande quantid
desenvolvimento
disponível sobre as mesmas, levou ao
njo tabular dos ele-
da Tabela Periódica, isto é, de um arra
s periodicidades.
mentos químicos onde se realçam essa
Raymond Chang,
Química, McG raw-H ill (adaptado)

COMEÇA POR…
OBSERVAR
1. O que é a Tabela Periódica?
2. Como está organizada a Tabela Periódica?

Interpretar
3. De acordo com o autor do texto, por que razão
foi necessário organizar os elementos químicos
conhecidos numa tabela?

Refletir
4. Por que razão certos elementos químicos
apresentam semelhanças nas suas
propriedades químicas e físicas?

AS TUAS METAS
• Identificar contributos de vários cientistas para • Distinguir, através de algumas propriedades
a evolução da Tabela Periódica até à atualidade. físicas e químicas, duas categorias de
• Compreender a organização da Tabela Periódica substâncias elementares: metais e não metais.
e a sua relação com a estrutura atómica. • Explicar a semelhança de propriedades químicas
• Identificar, na Tabela Periódica, elementos das substâncias elementares correspondentes
químicos que existem na Natureza próxima aos elementos químicos de um mesmo grupo
de nós e outros que, na Terra, só são produzidos (1, 2 e 17) atendendo à sua estrutura atómica
artificialmente. e justificar a baixa reatividade dos gases nobres.
• Identificar, na Tabela Periódica, os metais e os • Justificar, recorrendo à Tabela Periódica,
não metais e elementos químicos pertencentes a formação de iões estáveis a partir de elementos
aos grupos dos metais alcalinos, metais químicos dos grupos 1 (lítio, sódio e potássio),
alcalino-terrosos, halogéneos e gases nobres. 2 (magnésio e cálcio), 16 (oxigénio e enxofre)
• Distinguir informações na Tabela Periódica e 17 (flúor e cloro).
relativas a elementos químicos (número atómico • Identificar os elementos químicos que existem
e massa atómica relativa) e às substâncias em maior proporção no corpo humano e outros
elementares correspondentes (ponto de fusão, que, embora existindo em menor proporção, são
ponto de ebulição e massa volúmica). fundamentais à vida.

183

564829 182-209.indd 183 19/06/15 13:46


8.1 Evolução da Tabela Periódica

Na Antiguidade já se conheciam alguns elementos químicos, como o


ouro, a prata, o estanho, o cobre ou o mercúrio. No entanto, a primeira
descoberta científica de um elemento químico ocorreu em 1669, quando
Hennig Brand (Fig. 1), na tentativa de produzir ouro a partir da destilação
da urina, descobriu o fósforo. Durante os dois séculos seguintes,
o número de elementos químicos conhecidos foi aumentando, surgindo
a necessidade de os organizar de acordo com as suas propriedades.

A primeira classificação foi a divisão dos elementos em metais e não


Hennig Brand (1630-1710).
Fig. 1 
metais. No início do século xix, John Dalton (Fig. 2) fez uma primeira ten-
tativa de organizar os elementos químicos que conhecia (Fig. 3), distri-
buindo-os por ordem crescente de massa atómica.


Lei das Tríades
A primeira tentativa para evidenciar o carácter periódico das proprieda-
des dos elementos químicos e de os ordenar de forma sistemática foi
realizada pelo químico alemão Johann Wolfgang Döbereiner (Fig. 4).

Em 1829, este químico organizou os elementos químicos em conjuntos


John Dalton (1766-1844).
Fig. 2 
de três. Os elementos de cada conjunto apresentavam propriedades
químicas semelhantes e a massa atómica do elemento central era apro-
ximadamente igual à média das massas atómicas do primeiro e terceiro
elementos (Fig. 5).

Döbereiner foi o primeiro cientista a relacionar os elementos químicos


conhecidos, com base num critério específico.

No entanto, as suas observações não foram consideradas relevantes pela


comunidade científica da epóca. Uma das principais limitações desta
classificação foi o facto de muitos metais não poderem ser agrupados em
tríades.

Massa atómica (1850) H He


Li 7
7 + 39 Li Be B C N O F Ne
John Dalton fez uma
Fig. 3  Na 23 = 23
2
primeira tentativa de K 39
Na Mg Al Si P S Cℓ Ar
organizar os elementos por
Ca 40 K Ca Ga Ge As Se Br Kr
ordem crescente de massa
40 + 137
atómica. Sr 87 = 88,5 Rb Sr In Sn Sb Te I Xe
2
Ba 137 Cs Ba Ti Pb Bi Po At Rn
P 31
31 + 122
As 75 = 76,5
2
Sb 122
S 32
32 + 128
Se 78 = 80
2
Te 128
Cℓ 35,5
Br 80 35,5 + 127
= 81,25
2
Johann Döbereiner
Fig. 4  I 127
(1780-1849). Tabela dos elementos químicos de Johann Döbereiner.
Fig. 5 

184
U8P171H1

564829 182-209.indd 184 19/06/15 13:46


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS


Lei das Oitavas
Em 1864, John Newlands (Fig. 6) observou que, quando se dispunham
os elementos químicos conhecidos por ordem crescente de massa ató-
mica em conjuntos de sete elementos, o oitavo elemento apresentava
propriedades semelhantes que se repetiam periodicamente (Fig. 7).
A exceção era o hidrogénio.

Esta forma de organizar os elementos químicos alinhou o lítio (Li), o sódio


(Na) e o potássio (K). No entanto, não foi encontrada uma regra que
John Newlands
Fig. 6 
organizasse completamente os elementos químicos pelas suas proprie- (1837-1898).
dades químicas e este modelo só era coerente até ao elemento cálcio
(Ca), não conseguindo organizar os elementos com massas atómicas Newlands (1964) H
superiores à do cálcio.
Li Be B C N O F

O trabalho de Newlands também não foi reconhecido pela comunidade Na Mg Aℓ Si P S Cℓ

científica da época. Apesar disso, Newlands é atualmente reconhecido K Ca Cr Ti Mn Fe Co,Ni

como o cientista que trouxe a noção de periodicidade na organização dos Cu Zn Y In As Se Br


elementos químicos e o seu trabalho é considerado como precursor do Rb Sr La,Ce Zr Nb,Mo Ru,Rh Pd
de Mendeleev.
Ag Cd U Sn Sb Te I

Cs Ba,V

Tabela Periódica de Dimitri Ivanovich Tabela dos elementos
Fig. 7 
Mendeleev U8P171H3
químicos de John
Newlands.
Mendeleev (Fig. 8) é considerado o pai da Tabela Periódica atual. Iniciou um
estudo exaustivo da relação entre as propriedades dos 63 elementos quími-
cos que conhecia e organizou-os numa tabela com oito grupos (Fig. 9),
dispondo os elementos por ordem crescente de massa atómica. No mesmo
grupo estavam reunidos os elementos com propriedades semelhantes.

Mendeleev desconhecia muitos elementos químicos, mas previu a sua


existência, tendo deixado espaços vazios na sua tabela para esses ele-
mentos.

Mendeleev (1834-1907).
Fig. 8 

SABER
O trabalho desenvolvido por
Mendeleev foi extraordinário,
tendo em conta que ainda não
se conhecia nem a estrutura
atómica nem os números
atómicos (utilizados na
organização da Tabela
Periódica atual).
Tabela Periódica de Mendeleev (1869).
Fig. 9 

185

564829 182-209.indd 185 19/06/15 13:46


8.1 Evolução da Tabela Periódica


Henry Moseley e o número atómico
Em 1913, Henry Moseley (Fig. 10) descobriu que o número de protões no
núcleo dos átomos de um mesmo elemento era sempre o mesmo, tendo
ordenado, no ano seguinte, os elementos químicos na Tabela Periódica
por ordem crescente do número atómico e de acordo com as proprieda-
des que apresentavam (Fig. 11). Desta forma, eliminou algumas incongru-
ências que se verificavam na tabela de Mendeleev.

Henry Moseley, físico


Fig. 10  H He
inglês (1887-1915).
Li Be B C N O F Ne

Na Mg Aℓ Si P S Cℓ Ar

K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr

Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe

Cs Ba La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tℓ Pb Bi Po At Rn

Fr Ra Ac Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn Uut Fℓ Uup Lv Uus Uuo

Fig. 11 
Tabela dos elementos químicos organizados por ordem crescente
do número atómico e das suas propriedades. U8P173H2
O último ajuste na Tabela Periódica atual resultou do trabalho de Glenn
Seaborg (Fig. 12) na década de 1950. Este químico acrescentou à Tabela
Periódica mais duas famílias: os actinídeos e os lantanídeos. Em 1951,
Seaborg recebeu o Prémio Nobel da Química.

A Tabela Periódica (Fig. 13), em 2015, tem reconhecidos 114 elementos


Glenn Seaborg
Fig. 12  químicos e está organizada por ordem crescente do número atómico e
(1912-1999). das propriedades dos elementos.

1
18
1
número 2
1 H atómico
He
1,01
4,00
2 Elemento 13 14 15 16 17
3 4 5 6 7 8 9 10
massa atómica
2 Li Be relativa B C N O F Ne
6,94 9,01 10,81 12,01 14,01 16,00 19,00 20,18

11 12 13 14 15 16 17 18
3 Na Mg Aℓ Si P S Cℓ Ar
22,99 24,31 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 26,98 28,09 30,97 32,07 35,45 39,95

19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
4 K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
39,10 40,08 44,96 47,87 50,94 52,00 54,94 55,85 58,93 58,69 63,55 65,41 69,72 72,64 74,92 78,96 79,90 83,80

37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
5 Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
85,47 87,62 88,91 91,22 92,91 95,94 97,91 101,07 102,91 106,42 107,87 112,41 114,82 118,71 121,76 127,60 126,90 131,29

55 56 57 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
6 Cs Ba La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tℓ Pb Bi Po At Rn
132,91 137,33 138,91 178,49 180,95 183,84 186,21 190,23 192,22 195,08 196,97 200,59 204,38 207,21 208,98 208,98 209,99 222,02

87 88 89 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118
7 Fr Ra Ac Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn Uut Fℓ Uup Lv Uus Uuo
[223] [226] [227] [261] [262] [266] [264] [277] [268] [269] [272] [277] [284] [285] [288] [289] [291] [293]

Fig. 13 Tabela Periódica de 2015.

186
U8P174H4

564829 182-209.indd 186 19/06/15 13:46


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

IDEIAS-CHAVE
A primeira classificação dos elementos químicos foi em metais e não metais.

No início do século xix, John Dalton fez uma primeira tentativa de organizar os elementos químicos que
conhecia, distribuindo-os por ordem crescente de massa atómica.

Em 1829, Johann Döbereiner organizou os elementos químicos em conjuntos de três. Os elementos de
cada conjunto apresentavam propriedades químicas semelhantes e a massa atómica do elemento central
era aproximadamente igual à média das massas atómicas do primeiro e terceiro elementos.

Em 1864, John Newlands organizou os elementos químicos conhecidos por ordem crescente de massa
atómica em conjuntos de sete elementos, e verificou que o oitavo elemento apresentava propriedades
semelhantes que se repetiam periodicamente. A exceção era o hidrogénio.

Mendeleev, o pai da Tabela Periódica, organizou os 63 elementos que conhecia numa tabela com oito
grupos, dispondo-os por ordem crescente de massa atómica. No mesmo grupo estavam reunidos os
elementos com propriedade semelhantes.

Em 1913, Henry Moseley descobriu que o número de protões no núcleo dos átomos de um mesmo
elemento era sempre o mesmo, tendo ordenado, no ano seguinte, os elementos na Tabela Periódica por
ordem crescente do número atómico e de acordo com as propriedades que apresentavam.

Glenn Seaborg, na década de 50, acrescentou à Tabela Periódica mais duas famílias: os actinídeos
e os lantanídeos.

A Tabela Periódica dos elementos é a disposição sistemática dos 114 elementos químicos que
se conhecem, em função das suas propriedades.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Refere como ordenou Mendeleev os elementos químicos na sua tabela de elementos.

RESOLUÇÃO:
 endeleev não conhecia nem a estrutura atómica nem o número atómico (número de protões no núcleo), pelo
M
que ordenou os elementos químicos que conhecia por ordem crescente da sua massa atómica e organizou-os
em grupos de acordo com as suas propriedades.

ATIVIDADES

1. Associa os nomes da coluna I com a organização dos elementos químicos da coluna II.

Coluna I Coluna II

A. Johann Döbereiner 1. Organização dos 63 elementos em oito grupos


B. John Newlands 2. Lei das Oitavas
C. Mendeleev 3. Lei das Tríades
D. Henry Moseley 4. Organização por ordem crescente de número atómico

2. R
 efere o principal contributo de Mendeleev para a organização da Tabela Periódica atual.

3. D
 escreve de que forma está organizada a Tabela Periódica de 2015.

4. C
 om a informação disponível no manual e outra que pesquises, organiza um friso cronológico, identificando
o contributo de vários cientistas para a evolução da Tabela Periódica.

187

564829 182-209.indd 187 19/06/15 13:46


8.2 Estrutura e organização da Tabela Periódica

A Tabela Periódica dos elementos químicos, atual, resultou da necessi-


dade de organizar os elementos químicos de acordo com as suas pro-
priedades. Estas relacionam-se com a estrutura atómica. Assim, os ele-
mentos químicos na Tabela Periódica atual estão dispostos por ordem
crescente do seu número atómico e organizados de acordo com as pro-
priedades que apresentam (Fig. 14).

A Tabela Periódica atual está organizada em colunas verticais — grupos


— e linhas horizontais — períodos. Na figura, os números identificados
a vermelho correspondem aos grupos (colunas) e os números identifica-
dos a azul correspondem aos períodos (linhas).

1 18
1
2 13 14 15 16 17
2
O

3 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
P

4
U

5 P E R Í O D O
R

6
G

Fig. 14 Excerto da Tabela Periódica: a vermelho estão identificados os 18 grupos


(colunas) e a azul, os 7 períodos (linhas horizontais).
U8P177H1
Na Tabela Periódica atual existem 18 grupos e 7 períodos. A cada divi-
são da Tabela Periódica corresponde um elemento químico.

Para determinar o lugar que um determinado elemento ocupa na Tabela


Periódica, é necessário conhecer o número atómico (Z ) e fazer a distri-
buição eletrónica pelos níveis de energia. Assim:
• elementos do mesmo grupo têm igual número de eletrões de valência;
• elementos do mesmo período têm o mesmo nível eletrónico de valên-
cia a ser preenchido.

Por exemplo:
Os eletrões de valência do
sódio (Na) e do magnésio (Mg)
Grupo 1 Grupo 2
encontram-se no 3.º nível.
Na Tabela Periódica, estes 3.º período 11 Na — 2:8:1 12 Mg — 2:8:2
elementos encontram-se
4.º período K — 2:8:8:1
19 20 Ca — 2:8:8:2
no 3.º período.

Os eletrões de valência do
potássio (K) e do cálcio (Ca)
encontram-se no 4.º nível. O sódio (Na) e o potássio (K) têm O magnésio (Mg) e o cálcio (Ca)
Na Tabela Periódica, estes um eletrão de valência. Na têm dois eletrões de valência. Na
elementos encontram-se Tabela Periódica, estes elementos Tabela Periódica, estes elementos
no 4.º período. encontram-se no grupo 1. encontram-se no grupo 2.

188

564829 182-209.indd 188 19/06/15 13:46


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Os diferentes períodos da Tabela Periódica não apresentam todos o


mesmo número de elementos (Fig. 15):
1.º período — 2 elementos;
2.º e 3.º períodos — 8 elementos;
4.º e 5.º períodos — 18 elementos;
6.º período — 32 elementos;
7.º período — 32 elementos.

U8P177H3a

Fig. 15 Número de elementos químicos em cada período.

A comunidade científicaU8P177H3
mundial tem investido na criação de novos ele-
mentos e no reconhecimento da sua existência, esperando que se reco-
nheça a existência dos elementos químicos que faltam para completar o
7.º período.

A cada divisão da Tabela Periódica corresponde um elemento químico.


Nessa divisão, estão resumidas algumas informações relativas ao ele-
mento químico, como, por exemplo, o seu número atómico e a massa
atómica relativa. Podem também ser indicadas outras propriedades dos
elementos químicos e das respetivas substâncias elementares, como o
ponto de fusão, o ponto de ebulição e a massa volúmica (Fig. 16).

NÚMERO ATÓMICO MASSA ATÓMICA

CHAVE
PONTO DE EBULIÇÃO ˚C
7 14.0067

–195.8
PONTO DE FUSÃO ˚C –210
0,81
N
Nitrogénio SÍMBOLO
DENSIDADE (g/cm )
3

NOME
Algumas informações que podem constar na Tabela Periódica.
Fig. 16 

U8P177H2
Na Tabela Periódica, podem constar informações relativas a ele-
mentos químicos (número atómico e massa atómica relativa) e às
substâncias elementares correspondentes (ponto de ebulição,
ponto de fusão e massa volúmica).

189

564829 182-209.indd 189 19/06/15 13:46


8.2 Estrutura e organização da Tabela Periódica

1 Observando cada divisão da Tabela Periódica, pode verificar-se que os


1 1.00797
elementos do mesmo grupo apresentam propriedades semelhantes
1 -252.7
-259.2 H (Fig. 17).
0,071
Hidrogénio 2
3 6.939 4 9.0122 Em cada período, as propriedades vão variando de forma gradual
(Fig. 18).
1330 2770
2 180.5 Li 1277 Be
0,53 1,85
Lítio Berílio

11 22.9898 12 24.312 1 2 13 14 15 16 17 18
892 1107 3 5
6.939 4 9.0122 10.811 6 12.01115 7 14.0067 8 15.9994 9 18.9984 10 20.183
3 97.8 Na 650 Mg
0,97 1,74 1330 2770 4830 -195.8 -183 -186.2 -246
Sódio Magnésio 2 180.5 Li 1277 Be [2030] B 3727g C -210 N -219.6 O -219.6 F -248.6 Ne
0,53 1,85 2,34 2,26 0,81 1,14 1,505 1,20
19 39.102 20 40.08
Lítio Berílio Boro Carbono Nitrogénio Oxigénio Flúor Néon
760 1440
4 63.7 K 838 Ca Fig. 18 Variação de algumas propriedades dos elementos e das respetivas
0,86
Potássio
1,55
Cálcio substâncias elementares ao longo do 2.º período da Tabela Periódica. U8P178H2
37 85,47 38 87.62
688 1380
5 38.9 Rb 768 Sr De acordo com as suas propriedades, os elementos químicos estão
1,53 2,6
Rubídio Estrôncio organizados em grupos. Alguns destes grupos têm designações espe-
55 132.905 56 137,34
ciais (Fig. 19):
690 1640
6 28.7 Cs 714 Ba • grupo 1 — metais alcalinos;
1,90 3,5
Césio Bário
• grupo 2 — metais alcalino-terrosos;
87 [223] 88 [226]
_
• grupo 17 — halogéneos;
7 [27] Fr 700 Ra • grupo 18 — gases nobres.
5,0
Frâncio Rádio

Fig. 17 
Variação de algumas 1 18
U8P178H1
propriedades dos
elementos e das
1
2 13 14 15 16 17
respetivas substâncias 2
Metais alcalino-terrosos

Gases nobres
elementares ao longo

Halogéneos
Metais alcalinos

3
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
do 1.º e 2.º grupos
4
da Tabela Periódica.
5

6 *La

7 *Ac
*

* L a n t a n í d e o s
** A c t i n í d e o s

Fig. 19 Grupo 1: metais alcalinos; grupo 2: metais alcalino-terrosos; grupo 17:


halogéneos; e grupo 18: gases nobres.
U8P178H3
Os grupos 13, 14, 15 e 16 também se podem designar, respetivamente,
por grupo do boro, grupo do carbono, grupo do nitrogénio e grupo do
oxigénio.

Na parte inferior da Tabela Periódica estão representadas mais duas


famílias: a família dos lantanídeos e a família dos actinídeos.

Os elementos dos grupos 1 e 2 e 3 a 18 são designados por elementos


dos grupos principais, usando-se também a designação de elementos
dos grupos representativos.

190

564829 182-209.indd 190 19/06/15 13:46


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Os elementos dos grupos 3 a 12 também são designados por elementos


de transição, embora os elementos do grupo 12 não estejam sempre
incluídos (Fig. 20).

1 18
Elementos representativos
1
2 Elementos de transição 13 14 15 16 17

3
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Fig. 20 Elementos dos grupos principais ou dos grupos representativos e elementos


U8P179H1
de transição da Tabela Periódica.

Os elementos da Tabela Periódica ainda podem ser classificados como


metais, semimetais e não metais (Fig. 21), de acordo com algumas pro-
priedades físicas e químicas.

Metais
Semimetais
Não metais

Fig. 21 Elementos metálicos, semimetálicos e não metálicos da Tabela Periódica.


U8P179H2
Os metais estão localizados à esquerda da Tabela Periódica e os não
metais, à direita. Entre os metais e os não metais estão os semimetais.

191

564829 182-209.indd 191 19/06/15 13:46


8.2 Estrutura e organização da Tabela Periódica

IDEIAS-CHAVE
A Tabela Periódica atual dispõe os elementos químicos por ordem crescente do seu número atómico
e organiza-os de acordo com as suas propriedades.

A Tabela Periódica atual está organizada em grupos e períodos.

Os elementos do mesmo grupo têm o mesmo número de eletrões de valência.

Os elementos do mesmo período têm o mesmo nível energético de valência em preenchimento.

Na Tabela Periódica, estão contidas informações relativas a elementos químicos (número atómico
e massa atómica relativa) e às substâncias elementares correspondentes (ponto de ebulição, ponto
de fusão e massa volúmica).

Na Tabela Periódica, os grupos de elementos estão organizados de acordo com as suas propriedades.

Alguns grupos da Tabela Periódica têm designações especiais: grupo 1: metais alcalinos; grupo 2:
metais alcalino-terrosos; grupo 17: halogéneos; grupo 18: gases nobres.

Os elementos podem classificar-se, de acordo com as propriedades físicas e químicas das suas
substâncias elementares, em metais, semimetais e não metais.

1 18
EXERCÍCIO RESOLVIDO 1 2
1 H He
1. O
 bserva o excerto da Tabela Periódica e justifica a posição que 1,01 2 13 14 15 16 17 4,00

3 4 5 6 7 8 9 10
o elemento cloro ocupa na mesma. 2 Li Be ... B C N O F Ne
6,94 9,01 10,81 12,01 14,01 16,00 19,00 20,18
RESOLUÇÃO: 11 12 13 14 15 16 17 18
3 Na Mg Aℓ Si P S Cℓ Ar
 cloro tem número atómico 17, pelo que a sua configuração
O 22,99 24,31 26,98 28,09 30,97 32,07 35,45 39,95
eletrónica é: 2:8:7. Como tem 7 eletrões de valência, encontra-se 19 20 31 32 33 34 35 36
no décimo sétimo grupo, e como tem o 3.º nível energético em 4 K Ca Ga Ge As Se Br Kr
39,10 40,08 69,72 72,64 74,92 78,96 79,90 83,80
preenchimento (nível de valência), encontra-se no 3.º período.

U8P176H1
ATIVIDADES

1. Escolhe três elementos químicos com Z G 20 e justifica a posição que ocupam na Tabela Periódica.

2. S
 upondo que descobrias um novo elemento com propriedades semelhantes aos halogéneos, identifica o grupo
e o período desse novo elemento.

3. O
 bserva as Tabelas Periódicas das figuras 13 e 21 nas páginas 186 e 191, respetivamente, e identifica a opção
em que aparecem apenas metais.
A. Potássio, oxigénio e nitrogénio.
B. Enxofre, oxigénio e nitrogénio.
C. Potássio, ouro e prata.
D. Boro, carbono e oxigénio.

4. Considera os elementos X, Y e Z (as letras não correspondem Grupo I Grupo II


a símbolos químicos) representados na figura. 2.º período X Y
R
 efere, sem consultares a Tabela Periódica, o número atómico
3.º período Z
de cada um dos elementos. Justifica a tua resposta.

192

564829 182-209.indd 192 19/06/15 13:46


8.3 Metais e não metais

Algumas propriedades físicas e químicas permitem distinguir os metais


dos não metais. São exemplos das propriedades físicas a condutividade
elétrica, a condutividade térmica, o ponto de fusão e o ponto de ebulição.
Das propriedades químicas, destaca-se o carácter ácido ou básico dos
óxidos formados pela reação entre as substâncias elementares dos
metais e dos não metais e o oxigénio (O2).


Propriedades dos metais
As substâncias elementares dos metais apresentam algumas caracterís-
ticas semelhantes entre si.

Metais (substâncias elementares)


Exemplos

Sódio Alumínio Potássio Ouro Cobre

• Apresentam brilho metálico.


• São sólidos à temperatura de 25 °C, exceto o mercúrio e o césio, que se encontram no estado líquido.
• Têm cor cinzenta, exceto o cobre, que apresenta uma cor acastanhada, e o ouro, que é amarelo.
Propriedades

• São bons condutores térmicos e de corrente elétrica (apresentam valores elevados para a condutividade
térmica e para a condutividade elétrica).
• Apresentam, em geral, pontos de fusão e pontos de ebulição elevados.
• São densas, maleáveis e dúcteis.
• Têm tendência para formar catiões (iões positivos).

Da reação entre os metais e o dioxigénio (O2), formam-se óxidos (óxidos


dos metais). Por exemplo, o sódio (Na) e o magnésio (Mg) reagem com
o dioxigénio, formando, respetivamente, o óxido de sódio (Na2O) e o
óxido de magnésio (MgO):

4 Na(s) + O2(g) 2 Na2O(s)

2 Mg(s) + O2(g) 2 MgO(s)

Da reação entre os óxidos dos metais e a água, formam-se os respetivos


hidróxidos, que, em solução aquosa, apresentam carácter básico:

Na2O(s) + H2O(l) 2 NaOH(aq)

MgO(s) + H2O(l) Mg(OH)2(aq)

Os óxidos dos metais formam-se pela reação entre os metais e o


dioxigénio. As soluções aquosas dos óxidos dos metais são bási-
cas.

193

564829 182-209.indd 193 19/06/15 13:46


8.3 Metais e não metais


Propriedades dos não metais
Tal como nos metais, também as substâncias elementares dos não
metais, apresentam algumas propriedades semelhantes entre si.

Não metais (substâncias elementares)


Exemplos

Grafite Diamante Enxofre Iodo

• Não apresentam brilho metálico, exceto o iodo.


• À temperatura de 25 °C, só o bromo está no estado líquido.
Propriedades

Os restantes podem estar no estado sólido, como o carbono e o enxofre, ou no estado gasoso, como
o oxigénio ou o cloro.
• São maus condutores de corrente elétrica (apresentam valores baixos para a condutividade elétrica), exceto
a grafite, que é boa condutora da corrente elétrica.
• Apresentam, em geral, pontos de fusão e pontos de ebulição baixos.
• Têm tendência para formar aniões (iões negativos).

Da reação entre os não metais e o dioxigénio (O2), formam-se óxidos


(óxidos dos não metais). Por exemplo, o enxofre (S8) ou o carbono rea-
gem com o dioxigénio, formando dióxido de enxofre (SO2) e dióxido de
carbono (CO2), respetivamente:

S8(s) + 8 O2(g) 8 SO2(g)

C(s) + O2(g) CO2(g)

Estes dois óxidos são solúveis em água, originando ácido sulfuroso


(H2SO3(aq)) e ácido carbónico (H2CO3(aq)), cujas soluções aquosas,
como o nome indica, têm propriedades ácidas:

SO2(g) + H2O(l) H2SO3(aq)

CO2(g) + H2O(l) H2CO3(aq)

Os óxidos dos não metais formam-se pela reação entre os não


metais e o dioxigénio. As soluções aquosas dos óxidos dos não
metais são ácidas.

194

564829 182-209.indd 194 19/06/15 13:46


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

IDEIAS-CHAVE
Características das substâncias elementares dos metais:
— apresentam brilho metálico;
— são sólidas à temperatura de 25 °C (exceto o mercúrio e o césio);
— têm cor cinzenta (exceto o cobre e o ouro);
— são boas condutoras da corrente elétrica e são boas condutoras térmicas;
— apresentam, em geral, pontos de fusão e pontos de ebulição elevados;
— são densas, maleáveis e dúcteis;
— têm tendência para formar catiões (iões positivos).

Características das substâncias elementares dos não metais:


— não apresentam brilho metálico (exceto o iodo);
— à temperatura de 25 °C, só o bromo está no estado líquido; as restantes podem estar no estado sólido,
como o carbono e o enxofre, ou no estado gasoso, como o oxigénio ou o cloro;
— apresentam, em geral, pontos de fusão e pontos de ebulição baixos;
— têm tendência para formar aniões (iões negativos).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Observa o excerto da Tabela Periódica que se apresenta abaixo. Identifica os elementos que:
a)
formam facilmente catiões;
b) pertencem ao grupo
A C
dos halogéneos;
E
c) reagem com o oxigénio, originando um
B D
óxido que, na presença de água, forma
hidróxido.
U8P183H1
a) RESOLUÇÃO:

Os elementos A e B, pois os metais (elementos localizados na parte esquerda da Tabela Periódica)
formam facilmente catiões.

b) RESOLUÇÃO:
 s halogéneos pertencem ao 17.º grupo, logo, C e D são elementos que pertencem ao grupo dos
O
halogéneos.

c) RESOLUÇÃO:
 ão os elementos A e B, pois os óxidos metálicos em solução aquosa formam hidróxidos dos respetivos
S
metais.

ATIVIDADES

1. Considera a reação do potássio (K) com o dioxigénio (O2) e responde às questões seguintes.
1.1 Escreve a equação química que traduz esta reação.
1.2 Menciona o nome do óxido que se formou.
1.3 Refere se o óxido formado tem carácter ácido ou básico. Justifica a tua resposta.
1.4 Escreve a equação química que traduz a reação entre o óxido formado e a água.

2. Propõe uma atividade experimental para testar algumas propriedades dos metais e dos não metais.
Refere o material a utilizar e o melhor procedimento. Depois de realizares a atividade, elabora o relatório
da atividade laboratorial.

195

564829 182-209.indd 195 19/06/15 13:46


8.4 Propriedades químicas e estrutura atómica
dos metais alcalinos

A configuração eletrónica do nível de valência para os átomos que


constituem as substâncias elementares correspondentes a um mesmo
grupo da Tabela Periódica é igual, pelo que estas apresentam um com-
portamento químico semelhante.

O grupo dos metais alcalinos contém os elementos que se encontram no


primeiro grupo da Tabela Periódica, apresentando, por isso, proprieda-
des químicas semelhantes entre si.

Metais alcalinos (substâncias elementares)

Lítio Sódio Potássio

2:1 2:8:1 2:8:8:1

A semelhança das proprie-


dades químicas das subs- Os átomos dos metais alcalinos possuem apenas um eletrão de valên-
tâncias elementares dos cia, tendo facilidade em transformar-se em iões monopositivos. Quando
metais alcalinos resulta da um átomo dos elementos deste grupo perde o eletrão de valência, a sua
facilidade com que os áto- configuração eletrónica assemelha-se à do gás nobre do período anterior,
mos perdem o seu eletrão o que lhe confere uma grande estabilidade (nível de valência completa-
de valência e se transfor- mente preenchido):
mam em iões monoposi-
Ião: 3Li+ - 2 11Na+ - 2:8 19 K+ - 2:8:8
tivos.
Gás nobre: 2He - 2 10Ne - 2:8 20Ar - 2:8:8

ATIVIDADE LABORATORIAL
MATERIAL
• Tina de vidro • Pinça • Sódio A
• Placa de vidro • Água • Lítio
• Canivete • Fenolftaleína • Potássio

PROCEDIMENTO

1. Corta um pequeno pedaço de sódio [A].


2. Numa tina com água, coloca umas gotas de fenolftaleína.
3. Coloca o pequeno pedaço de sódio na água [B] e observa.
4. Repete o procedimento para o lítio e para o potássio. B

OBSERVAÇÕES
1. Descreve o aspeto que apresenta cada um destes metais quando
recentemente cortado.
2. O que aconteceu quando se adicionou cada um dos metais à água?
3. O que aconteceu à solução que estava na tina?
4. Compara a reatividade de cada um destes metais na reação com a água.

196

564829 182-209.indd 196 19/06/15 13:46


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

O sódio, quando recentemente cortado, apresenta um brilho metálico A


característico. Quando se adiciona o sódio à água, forma-se o hidróxido
de sódio (NaOH) e o di-hidrogénio (H2):
2 Na(s) + 2 H2O(l) 2 NaOH(aq) + H2(g)

O hidróxido de sódio, em solução aquosa, apresenta um comportamento


básico e torna carmim a fenolftaleína. Já a presença de H2 é detetada B
pelo ruído característico que se ouve.

Mediante a atividade laboratorial proposta, é possível observar que o


potássio reage mais violentamente com a água (Fig. 22A) do que o sódio
(Fig. 22B), e este, por sua vez, mais violentamente do que o lítio (Fig. 22C).
C
A reatividade dos metais alcalinos aumenta ao longo do grupo.
À medida que se desce num grupo na Tabela Periódica, os eletrões de
valência dos átomos vão ocupando níveis de energia mais elevados e, por
isso, a atração exercida pelo núcleo sobre esses eletrões é menos intensa.

No caso dos átomos dos metais alcalinos, quanto maiores forem os áto- Reações de alguns metais
Fig. 22 
mos, mais facilmente originam iões monopositivos, e maior é a sua reati- alcalinos com a água:
vidade (Fig. 23). Como os átomos de potássio são maiores do que os potássio [A]; sódio [B];
lítio [C].
átomos de sódio, e estes são maiores do que os átomos de lítio, o potás-
sio é mais reativo do que o sódio, e este é mais reativo do que o lítio.
Li
Como já foi referido, os metais reagem com o dioxigénio (O2), originando
os respetivos óxidos dos metais. No caso dos metais alcalinos, cada um
dos metais apresenta uma chama de cor característica (Fig. 24). Na

A B C
K
Aumenta
a reatividade

A reatividade dos metais


Fig. 23 
Li_Na_K alcalinos aumenta
pg. 143 Fig.
ao longo do grupo.
8 ??
Cor da chama característica do lítio (vermelha) [A], do sódio (amarela) [B]
Fig. 24 
e do potássio (violeta) [C].

Os metais alcalinos fazem parte da constituição de alguns materiais que


são utilizados em muitas situações do nosso dia a dia.

Algumas aplicações dos elementos do grupo dos metais alcalinos

O lítio é utilizado O sódio é utilizado O potássio entra O césio é utilizado


nas pilhas em lâmpadas na composição de adubos, em células fotovoltaicas
dos pacemakers. de iluminação. de vidros e da pólvora. e em detetores
de infravermelhos.

197

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8.4 Propriedades químicas e estrutura atómica
dos metais alcalinos

IDEIAS-CHAVE
Os metais alcalinos (grupo 1) oxidam-se (perdem eletrões) facilmente e reagem vigorosamente com
a água — são muito reativos, não existindo como substância elementar na Natureza.

A reatividade dos metais alcalinos deve-se ao facto de possuírem apenas um eletrão de valência, que
cedem com facilidade, formando catiões monopositivos estáveis.

A reatividade dos metais alcalinos aumenta ao longo do grupo.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. O
 s átomos de sódio (Na) apresentam um eletrão de valência e o nível energético em preenchimento é o 3.º.
1.1 
Refere o grupo e o período a que pertence o sódio.
1.2 
Refere o tipo de ião que forma o sódio. Justifica a tua resposta.
1.3 
Completa a equação que traduz a reação entre o sódio e a água:
Na(s) + H2O(l) (aq) + (g)

1.1 
RESOLUÇÃO:
Como o sódio tem um eletrão de valência, encontra-se no 1.º grupo da Tabela Periódica. Tem o 3.º nível

energético em preenchimento, pelo que se encontra no 3.º período.

1.2 
RESOLUÇÃO:

Como o sódio tem um eletrão de valência, forma facilmente iões monopositivos, pois desta forma adquire
a configuração do gás nobre néon, o que lhe confere uma grande estabilidade.

1.3 
RESOLUÇÃO:
Da reação entre o sódio e a água forma-se hidróxido de sódio (NaOH) e liberta-se di-hidrogénio (H2).
É necessário fazer o acerto da equação de acordo com a Lei de Lavoisier:
2 Na(s) + 2 H2O(l) 2 NaOH(aq) + H2(g)

ATIVIDADES

1. Observa a imagem e explica a diferença da reatividade dos diferentes metais alcalinos.

Potássio Lítio Sódio

2. E
 screve a equação química que traduz a reação entre o potássio e:
a) a água;
b) o dioxigénio.

3. E
 xplica por que motivo, em laboratório, os metais alcalinos são guardados em frascos contendo petróleo
ou parafina líquida.

4. P
 esquisa sobre as principais aplicações dos elementos do grupo dos metais alcalinos e sobre a sua importância
para os seres vivos.

198

564829 182-209.indd 198 19/06/15 13:46


8.5 Propriedades químicas e estrutura atómica
dos metais alcalino-terrosos

Os metais alcalino-terrosos são os elementos que se encontram no segundo


grupo da Tabela Periódica (têm dois eletrões de valência), apresentando
as suas substâncias elementares propriedades químicas semelhantes.

Metais alcalino-terrosos (substâncias elementares)

Berílio Magnésio Cálcio

2:2 2:8:2 2:8:8:2

Os átomos dos metais alcalino-terrosos possuem dois eletrões de valên-


cia, tendo facilidade em transformar-se em iões dipositivos. Quando um
átomo deste grupo perde os dois eletrões de valência, a sua configuração
eletrónica assemelha-se à do gás nobre do período anterior, o que lhe
confere uma grande estabilidade:

Ião: 4Be
2+
-2 12Mg2+ - 2:8 20Ca2+ - 2:8:8
Gás nobre: 2He - 2 10Ne - 2:8 18Ar - 2:8:8

A semelhança das propriedades químicas das substâncias ele-


mentares dos metais alcalino-terrosos resulta da facilidade com
que os átomos perdem os dois eletrões de valência e se transfor-
mam em iões dipositivos.
Os metais alcalino-terro-
sos são menos reativos do
Os metais do 2.º grupo, tal como os metais alcalinos, reagem com a água
que os metais alcalinos.
e com o oxigénio, embora mais lentamente.

ATIVIDADE LABORATORIAL
MATERIAL
• 2 tubos de ensaio • Pinça • Fenolftaleína • Cálcio
• Lixa • Água • Fita de magnésio

PROCEDIMENTO
1. C
 orta uma pequena porção de fita de magnésio e lixa-a se estiver escura [A].
2. A
 diciona 3 gotas de solução de fenolftaleína a um tubo de ensaio com água.
3. C
 oloca a fita de magnésio na água e espera alguns instantes [B].
4. C
 om uma pinça, retira uma pequena porção de cálcio.
5. R
 epete os procedimentos 2 e 3 com o cálcio, usando o outro tubo de ensaio.

OBSERVAÇÕES
1. 
O que aconteceu quando se adicionou o metal à água?
2. 
O que aconteceu à solução que estava no tubo de ensaio?
3. 
Relativamente ao magnésio, o cálcio é mais ou menos reativo?

199

564829 182-209.indd 199 19/06/15 13:46


8.5 Propriedades químicas e estrutura atómica
dos metais alcalinoterrosos

Mg Quando se adiciona um metal alcalinoterroso à água, forma-se o respe-


tivo hidróxido e o dihidrogénio. No caso do magnésio:
Ca
Mg(s) + 2 H2O(l) Mg(OH)2(aq) + H2(g)

Tal como no caso dos hidróxidos dos metais alcalinos, os hidróxidos dos
Aumenta
a reatividade metais alcalino-terrosos apresentam um comportamento básico e tornam
A reatividade dos metais
Fig. 25  carmim a fenolftaleína.
alcalino-terrosos aumenta
ao longo do grupo. Quando o magnésio e o cálcio reagem com a água, também se observa
diferença de reatividade: o cálcio é mais reativo do que o magnésio.
U8P188H3 A reatividade dos metais alcalino-terrosos aumenta ao longo do grupo:
A B quanto maiores forem os átomos, mais facilmente originam iões dipositivos,
e maior é a sua reatividade (Fig. 25). Como os átomos de cálcio são maiores
do que os átomos de magnésio, o cálcio é mais reativo do que o magnésio.

Os metais alcalino-terrosos reagem com o oxigénio (oxidam-se), apresen-


tando uma chama de cor característica (Fig. 26).
Chama característica
Fig. 26 
do magnésio [A] Os metais alcalino-terrosos fazem parte da composição de alguns mate-
e do cálcio [B]. riais que são utilizados em muitas situações do nosso dia a dia.

Algumas aplicações dos elementos do grupo dos metais alcalino-terrosos

O berílio entra na composição de O magnésio é utilizado em lâmpadas O cálcio entra na composição


ligas que são utilizadas em de flash e entra na composição do gesso e de adubos químicos.
engrenagens de relógios e em de ligas metálicas usadas
materiais usados em aparelhos de em algumas bicicletas.
raios X.

O bário é utilizado no fabrico O estrôncio é utilizado O rádio é muito tóxico e, por isso,
de velas para motores, de lâmpadas em pirotecnia. cada vez é menos usado.
fluorescentes e em pirotecnia. No entanto, tem aplicação
em radioterapia.

200

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BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

IDEIAS-CHAVE
Os metais alcalino-terrosos (grupo 2) possuem dois eletrões de valência, formando com alguma
facilidade iões dipositivos.

A reatividade dos metais alcalino-terrosos aumenta ao longo do grupo.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Observa a figura ao lado, em que as letras A e B não representam os símbolos químicos dos elementos.
1.1 
Faz a distribuição eletrónica dos átomos dos elementos A e B.
1.2 
Refere que tipo de iões formam os átomos destes elementos. 4A
1.3 
Sabendo que o elemento B corresponde ao cálcio, escreve a equação química que traduz
a reação entre o cálcio e:
20 B
a) o dioxigénio;
b) a água.
1.4 
Refere qual dos metais alcalino-terrosos é mais reativo.

1.1 
RESOLUÇÃO:
4A — 2:2
20B — 2:8:8:2

1.2 
RESOLUÇÃO:
Como os átomos deste elemento têm dois eletrões de valência, formam facilmente iões dipositivos.

1.3 RESOLUÇÃO:
 ara escrever as equações que traduzem as reações pedidas é necessário ter em atenção a Lei
P
de Lavoisier.
a) Da reação entre o cálcio e o dioxigénio resulta a formação de óxido de cálcio (óxido metálico)
2 Ca(s) + O2(g) 2 CaO(s)
b) 
Da reação entre o cálcio e a água forma-se o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) e liberta-se di-hidrogénio (H2)
Ca(s) + 2 H2O(l) Ca(OH)2(aq) + H2(g)
1.4 
RESOLUÇÃO:
 os metais alcalino-terrosos representados na figura, o mais reativo é o B, pois a reatividade dos metais
D
alcalino-terrosos aumenta ao longo do grupo.

ATIVIDADES

1. Refere, justificando, que tipo de iões formam os átomos dos elementos que pertencem ao grupo
dos metais alcalino-terrosos.

2. Escreve a equação química que traduz a reação entre o berílio e:


a) a água;
b) o dioxigénio.

3. Em cada par de elementos, seleciona o que é mais reativo. Justifica a tua escolha.
A. Be e Ca.
B. Mg e Ca.
C. Na e Mg.

4. Pesquisa sobre a importância dos elementos do 2.º grupo para os seres vivos.

201

564829 182-209.indd 201 19/06/15 13:46


8.6 Propriedades químicas e estrutura atómica
dos halogéneos e dos gases nobres

Os halogéneos são os elementos que se encontram no décimo sétimo


grupo da Tabela Periódica, apresentando as suas substâncias elemen-
tares propriedades químicas semelhantes.

Halogéneos (substâncias elementares)

Flúor Cloro

2:7 2:8:7

Os átomos dos halogéneos possuem sete eletrões de valência, tendo faci-


lidade em transformar-se em iões mononegativos. Quando um átomo deste
grupo capta um eletrão, a sua configuração eletrónica assemelha-se à do
gás nobre do mesmo período, o que lhe confere uma grande estabilidade:

Ião: 9F- - 2:8 17 Cl- - 2:8:8


Gás nobre: 10Ne - 2:8 18Ar - 2:8:8

A semelhança das propriedades químicas das substâncias ele-


mentares dos halogéneos resulta da facilidade com que os átomos
captam um eletrão e se transformam em iões mononegativos.

F A reatividade dos halogéneos diminui ao longo do grupo: quanto maiores


forem os átomos, mais dificilmente captam eletrões e mais dificilmente
Cℓ
originam iões mononegativos, sendo menor a sua reatividade (Fig. 27).

Br Como os átomos de iodo são maiores do que os átomos de bromo, e


estes são maiores do que os átomos de cloro e flúor, o flúor é mais reativo
do que o cloro e este mais reativo do que o bromo.
I
Diminui
a reatividade Da reação entre os halogéneos e os metais alcalinos ou metais alcalino-
-terrosos, formam-se compostos denominados halogenetos. Por exem-
A reatividade
Fig. 27  plo, quando o dicloro (Cl2) e o sódio (Na) reagem entre si, forma-se clo-
U8P190H1
dos halogéneos diminui
ao longo do grupo.
reto de sódio (NaCl). Se a reação ocorrer entre o dicloro e o magnésio
(Mg), forma-se cloreto de magnésio (MgCl2):

Cl2(g) +2 Na(s) 2 NaCl(s)

Cl2(g) +Mg(s) MgCl2(s)

A reação entre os halogéneos e o di-hidrogénio (H2) origina halogenetos


de hidrogénio. Por exemplo:

Cl2(g) +H2(g) 2 HCl(g)


202

564829 182-209.indd 202 19/06/15 13:47


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Os halogéneos fazem parte da constituição de alguns materiais que são


utilizados em muitas situações do nosso dia a dia.

Algumas aplicações dos elementos do grupo dos halogéneos

O flúor faz parte O cloro é usado como O bromo entra O iodo é usado como
da composição das pastas desinfetante da água na composição das desinfetante (tintura
dentífricas e do teflon. e faz parte da composição películas fotográficas de iodo) e nos pigmentos
do plástico PVC. e na composição das tintas.
do gás lacrimogéneo.

Os gases nobres são os elementos que se encontram no décimo oitavo


grupo da Tabela Periódica. Os átomos destes elementos não reagem
facilmente nem originam iões. Esta estabilidade ou inércia química
deve-se à configuração eletrónica: os átomos destes elementos apresen-
tam o último nível completo.

Gases nobres

Hélio 2 Néon 2:8 Árgon 2:8:8 Crípton


Exemplos de utilização das suas substâncias elementares

O hélio é utilizado para O néon é utilizado A lâmpada O crípton é utilizado nas


encher balões. nas lâmpadas de incandescência tem lâmpadas fluorescentes.
dos anúncios luminosos. árgon no seu enchimento.

Os gases nobres apresentam propriedades muito semelhantes entre si:


os átomos dos gases nobres são estáveis (são, na sua maioria, quimica-
mente inertes), apresentam-se no estado gasoso à temperatura ambiente
e não têm tendência para formar iões. Num tubo de descarga, os diferen-
tes gases nobres emitem radiações diferentes (Fig. 28).

Radiações emitidas pelos diferentes


Fig. 28 
gases nobres num tubo de descarga.

203

564829 182-209.indd 203 19/06/15 13:47


8.6 Propriedades químicas e estrutura atómica
dos halogéneos e dos gases nobres

IDEIAS-CHAVE
Os halogéneos (grupo 17) têm sete eletrões de valência, pelo que, para adquirirem uma configuração
semelhante à de gás nobre, captam um eletrão, originando iões mononegativos.

Os elementos do grupo 16 têm seis eletrões de valência, pelo que, para adquirirem uma configuração
semelhante à de gás nobre, captam dois eletrões, originando iões dinegativos.

A reatividade dos halogéneos diminui ao longo do grupo.

Os gases nobres (grupo 18) são quimicamente inertes, apresentando pouca tendência para reagir entre si.

Todos os átomos dos gases nobres apresentam o nível de valência completamente preenchido.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Os halogéneos reagem com os metais alcalinos e com os metais alcalino-terrosos para formarem halogenetos.
1.1 
Escreve a equação química que traduz a reação química entre:
a) o diflúor (F2) e o potássio (K);
b) o dicloro (Cl2) e o bário (Ba).

1.1 RESOLUÇÃO:

Para escrever a equação química que traduz a reação química entre os halogéneos e os metais alcalinos
e entre os halogéneos e os metais alcalino-terrosos é necessário ter em conta a Lei de Lavoisier.
a) F2(g) + 2 K(s) 2 KF(s)
b) Cl2(g) + Ba(s) BaCl2(s)

2. Considera um átomo de oxigénio que no seu núcleo tem oito neutrões.


2.1 
Representa simbolicamente um átomo de oxigénio com a constituição descrita.
2.2 
Identifica o período e o grupo da Tabela Periódica a que pertence o oxigénio. Justifica a tua resposta.
2.3 
Que tipo de ião forma um átomo de oxigénio? Justifica a tua resposta.

2.1 RESOLUÇÃO:

O elemento químico oxigénio tem oito protões no núcleo. Este átomo de oxigénio tem oito neutrões.
Assim, Z = 8 e A = 8 + 8 = 16: 168 O
2.2
RESOLUÇÃO:
O oxigénio tem 8 eletrões, sendo a sua distribuição eletrónica: 2:6
 presenta 6 eletrões de valência pelo que o oxigénio está no grupo 16 e o seu nível de valência é o 2.º,
A
então, o oxigénio está no 2.º período da Tabela Periódica.
2.3
RESOLUÇÃO:
 oxigénio tem 6 eletrões de valência, por isso, capta 2 eletrões para ficar com a configuração eletrónica
O
de gás nobre, formando iões O2-.

ATIVIDADES

1. Escreve a equação química que traduz a reação entre o diflúor e:


a) o sódio;
b) o magnésio;
c) o di-hidrogénio.

2. R
 epresenta simbolicamente 5 iões mais prováveis de um átomo de enxofre (16S).

3. Refere duas propriedades dos gases nobres.


204

564829 182-209.indd 204 19/06/15 13:47


8.7 Elementos químicos no corpo humano

Dos elementos que se podem encontrar na Tabela Periódica, Fig. 29 Percentagem


muitos são essenciais para os seres vivos, estando presentes em massa
de alguns dos
na sua constituição.
elementos que
constituem
O oxigénio (65 %), o carbono (18,5 %), o hidrogénio (9,5 %)
os seres vivos.
e o nitrogénio (3,2 %), que se encontram em percentagens
elevadas, são designados por elementos químicos princi-
pais. Os elementos químicos secundários — cálcio (1,5 %),
fósforo (1 %), potássio (0,35 %), enxofre (0,25 %), sódio
(0,2 %), cloro (0,2 %), magnésio (0,1 %) e ferro (0,005 %)
— existem em menores quantidades; e os oligoelementos
estão presentes em quantidades muito diminutas, ocupando
na totalidade 0,2 % do corpo (ex.: cromo, cobalto, cobre, Oxigénio 65 %

iodo, manganês, molibdénio, selénio, silício e zinco) (Fig. 29).

Os elementos de que o ser humano necessita são fornecidos Carbono 18,5 %


pelos alimentos que se ingerem. É fundamental ter uma ali-
mentação equilibrada que forneça ao organismo todos os
nutrientes necessários. A dieta mediterrânica, aqui represen- Hidrogénio 9,5 %
tada sob a forma de uma pirâmide alimentar (Fig. 30), dá-nos
informação sobre a proporção em que os alimentos devem Nitrogénio 3,2 %

ser ingeridos para que a alimentação seja equilibrada. Outros 3,8 %

Doces ≤ 2 porções
Semanalmente

Carnes vermelhas < 2 porções


Batata ≤ 3 porções Carnes processadas ≤ 1 porção

Carnes brancas 2 porções Ovos 2-4 porções


Pescado ≥ 2 porções Leguminosas secas ≥ 2 porções

Laticínios 2 porções
Diariamente

(de preferência, magros)

Azeitonas, nozes,
Ervas aromáticas, alho, cebola, especiarias
sementes 1-2 porções
refeições
Todas as

Frutas 1-2 porções Azeite, pão, arroz, cuscuz e outros cereais


Legumes ≥ 2 porções 1-2 porções (de preferência, integrais)

Água e infusões de ervas


Atividade física regular Respeito pela biodiversidade e sazonalidade
Descanso adequado Produtos tradicionais locais
Convívio social e amigos do ambiente
Atividades culinárias

Fig. 30 A base da pirâmide está ocupada pelas ações que devem ser regulares e o topo da pirâmide fica reservado
aos alimentos que podem ser consumidos apenas ocasionalmente.

ATIVIDADES

1. Identifica dois elementos que, embora estejam presentes em menor percentagem na constituição do ser
humano, são essenciais à vida.

2. Planeia uma atividade que te permita determinar a percentagem de água numa abóbora.
SUGESTÃO: Considera a utilização de uma balança e de um micro-ondas, entre outros materiais.

205

564829 182-209.indd 205 19/06/15 13:47


8.8 Tabela Periódica: elementos que existem
naturalmente na Terra versus elementos produzidos
artificialmente
1
1

H Número atómico 25 Símbolo


A cor do símbolo é indicativa

Mn
do estado físico das substâncias
hidrogénio
[1,00784; 1,00811] 2 elementares em condições de
pressão e temperatura normais
3 4 manganês (a vermelho: sólido; a verde: líquido;
a azul: gasoso).
Massa atómica 54,938045(5)

Li Be padrão a, b
43
Vida média
lítio
[6,938; 6,997]
berílio
9,012182(3) Tc do isótopo mais estável
(a: ano; d: dia; h: hora;
11 12 Nome tecnécio min: minuto; s: segundo;
4,2 - 10 6 a ms: milissegundo)

Na Mg
sódio magnésio
22,98976928(2) [24,304; 24,307] 3 4 5 6 7 8 9
19 20 21 22 23 24 25 26 27

K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co
potássio cálcio escândio titânio vanádio cromo manganês ferro cobalto
39,0983(1) 40,078(4) 44,955912(6) 47,867(1) 50,9415(1) 51,9415(6) 54,938045(5) 55,845(2) 58,933195(5)

37 38 39 40 41 42 43 44 45

Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh
rubídio estrôncio ítrio zircónio nióbio molibdénio tecnécio ruténio ródio
85,4678(3) 87,62(1) 88,90585(2) 91,224(2) 92,90638(2) 95,96(2) 4,2 - 10 6 a 101,07(2) 102,90550(2)

55 56 72 73 74 75 76 77

Cs Ba 57-71
lantanídeos
Hf Ta W Re Os Ir
césio bário háfnio tântalo tungsténio rénio ósmio irídio
132,9054519(2) 137,327(7) 178,49(2) 180,94788(2) 183,84(1) 186,207(1) 190,23(3) 192,217(3)

87 88 104 105 106 107 108 109

Fr Ra 89-103
actinídeos
Rf Db Sg Bh Hs Mt
frâncio rádio rutherfórdio dúbnio seabórgio Bóhrio hássio meitnério
22 min 1600 a 65 s 34 s 21 s 440 ms 9,3 s 70 ms

57 58 59 60 61 62 63

Lantanídeos La Ce Pr Nd Pm Sm Eu
lantânio cério praseodímio neodímio promécio samário európio
138,90547(7) 140,116(1) 140,90765(2) 144,242(3) 18 a 150,36(2) 151,964(1)

89 90 91 92 93 94 95

Actinídeos Ac Th Pa U Np Pu Am
actínio tório protactínio urânio neptúnio plutónio amerício
22 a 232,03806(2) 231,03588(2) 238,02891(3) 2,1 - 10 6 a 8,0 - 10 7 a 7400 a

206

564829 182-209.indd 206 19/06/15 13:47


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Elementos que existem naturalmente 18


2
Elementos produzidos artificialmente

He
hélio
13 14 15 16 17 4,002602(2)

Notas:
5 6 7 8 9 10
a – O algarismo entre parênteses

B C N O F Ne
curvos indica o valor da
incerteza-padrão do último
algarismo significativo.
b – Para os elementos químicos
boro carbono nitrogénio oxigénio flúor néon
sem nuclídeos estáveis [10,806; 10,821] [12,0096; 12,0116] [14,00643; 14,00728] [15,99903; 15,99977] 18,9984032(5) 20,1797(6)
(radioelementos), não se indica
nenhum valor de massa 13 14 15 16 17 18
atómica padrão pois esta não

Aℓ Si P S Cℓ Ar
se pode calcular.

alumínio silício fósforo enxofre cloro árgon


10 11 12 26,9815386(8) [28,084; 28,086] 30,973762(2) [32,059; 32,076] [35,446; 35,457] 39,948(1)

28 29 30 31 32 33 34 35 36

Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
níquel cobre zinco gálio germânio arsénio selénio bromo crípton
58,6934(4) 63,546(3) 65,38(2) 69,723(1) 72,630(8) 74,92160(2) 78,96(3) [79,901; 79,907] 83,798(2)

46 47 48 49 50 51 52 53 54

Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
paládio prata cádmio índio estanho antimónio telúrio iodo xénon
106,42(1) 107,8682(2) 112,411(8) 114,818(1) 118,710(7) 121,760(1) 127,60(3) 126,90447(3) 131,293(6)

78 79 80 81 82 83 84 85 86

Pt Au Hg Tℓ Pb Bi Po At Rn
platina ouro mercúrio tálio chumbo bismuto polónio ástato rádon
195,084(9) 196,966569(4) 200,592(3) [204,382; 204,385] 207,2(1) 208,98040(1) 102 a 8,1 h 3,8 d

110 111 112 113 114 115 116 117 118

Ds Rg Cn Uut Fℓ Uup Lv Uus Uuo


darmstácio roentgénio copernício unúntrio fleróvio ununpêntio livermório ununséptio ununóctio
118 ms 1,5 ms 29 s 0,48 ms 2,6 s por determinar 18 ms 78 ms 0,89 ms

64 65 66 67 68 69 70 71

Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
gadolínio térbio disprósio hólmio érbio túlio itérbio lutécio
157,25(3) 158,92535(2) 162,500(1) 164,93032(2) 167,259(3) 168,93421(2) 173,054(5) 174,9668(1)

96 97 98 99 100 101 102 103

Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
cúrio berkélio califórnio einsténio férmio mendelévio nobélio lawrêncio
1,6 - 10 7 a 1400 a 900 a 472 d 101 d 52 d 58 min 3,6 h

207

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AVALIAÇÃO FORMATIVA

ESQUEMATIZAR

1. Completa o esquema substituindo as letras pelos termos corretos.

TABELA PERIÓDICA

organiza os estruturada em

A
B Períodos (7)
de acordo com
as suas
elementos cujos alguns destes grupos
átomos têm têm designações
semelhanças nas próprias, como

D E F Grupo 18:
gases nobres

VERIFICAR

2. Apresenta três características das substâncias elementares dos elementos metálicos e três características dos
elementos não metálicos.

3. Considera os elementos lítio (Li), oxigénio (O), alumínio (Aℓ), enxofre (S), árgon (Ar) e cálcio (Ca).
Consulta a Tabela Periódica e responde às questões.
3.1 Faz a configuração eletrónica para os átomos de cada um dos elementos químicos considerados.
3.2 Justifica a posição que estes elementos ocupam na Tabela Periódica.

4. A
 ssocia os elementos da coluna I às propriedades apresentadas na coluna II. Consulta a Tabela Periódica para
efetuares esta associação.

Coluna I Coluna II

1. Ar A. Forma facilmente iões mononegativos.


2. Li B. Forma um metal que reage violentamente com a água.
3. Mg C. É um metal alcalino-terroso.
4. Cl D. Forma iões positivos.
5. K E. Origina um gás à temperatura ambiente.

5. As afirmações que se seguem são todas falsas. Escreve-as no teu caderno devidamente corrigidas.
A. A Tabela Periódica está organizada em linhas horizontais, chamadas grupos, e em linhas verticais, chamadas
períodos.
B. O segundo grupo designa-se por grupo dos metais alcalinos.
C. Os gases nobres são muito reativos.
D. O sódio reage mais violentamente com a água do que o potássio.

6. Os metais alcalinos reagem facilmente com a água e com o dioxigénio. Escreve no teu caderno as equações
químicas que traduzem a reação entre o lítio (Li) e:
a) a água (H2O);
b) o dioxigénio (O2).

208

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BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

APLICAR

7. C
 onsidera o excerto da Tabela Periódica que se apresenta a seguir e responde às questões.

H He

Li Be B C N O F Ne

Na Mg Aℓ Si P S Cℓ Ar

K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr

7.1 Identifica:
U8P197H1
a) dois não metais;
b) dois metais;
c) um gás nobre;
d) um elemento que forme iões mononegativos.
7.2 Põe por ordem crescente de reatividade os elementos do grupo:
a) dos metais alcalino-terrosos;
b) dos halogéneos.
7.2.1 Justifica a resposta à questão 7.2.

CHEGO ÀS METAS Sim Preciso Tenho


de rever de estudar

1. 
Identifico contributos de vários cientistas para a evolução da Tabela Periódica até 2 1 0
à atualidade. pp. 184-186
2. 
Compreendo a organização da Tabela Periódica e a sua relação com a estrutura 2 1 0
atómica. pp. 188-191
3. 
Identifico, na Tabela Periódica, elementos que existem na natureza próxima de nós 2 1 0
e outros que na Terra só são produzidos artificialmente. pp. 206-207
4. 
Identifico, na Tabela Periódica, os metais e os não metais e elementos pertencentes 2 1 0
aos grupos dos metais alcalinos, metais alcalino-terrosos, halogéneos e gases nobres.
pp. 189-191
5. 
Distingo informações na Tabela Periódica relativas a elementos químicos (número 2 1 0
atómico, massa atómica relativa) e às substâncias elementares correspondentes
(ponto de fusão, ponto de ebulição e massa volúmica). pp. 189-191
6. 
Distingo, através de algumas propriedades físicas e químicas, duas categorias 2 1 0
de substâncias elementares: metais e não metais. pp. 202-203
7. 
Explico a semelhança de propriedades químicas das substâncias elementares 2 1 0
dos elementos pertencentes a um mesmo grupo (1, 2 e 17), atendendo à sua estrutura
atómica e justifico a baixa reatividade dos gases nobres. pp. 195-204
8. 
Justifico, recorrendo à Tabela Periódica, a formação de iões estáveis a partir 2 1 0
de elementos químicos dos grupos 1 (lítio, sódio e potássio), 2 (magnésio e cálcio),
16 (oxigénio e enxofre) e 17 (flúor e cloro). pp. 195-204
9. 
Identifico os elementos que existem em maior proporção no corpo humano e outros 2 1 0
que, embora existindo em menor proporção, são fundamentais à vida. pp. 204-205

0-9 — Tenho de me esforçar mais.  10-14 — Sou capaz de fazer melhor.  15-18 — Tenho de continuar assim!

209

564829 182-209.indd 209 19/06/15 13:47


9
Unidade

LIGAÇÃO QUÍMICA

210

564829 210-237.indd 210 19/06/15 13:48


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Cloreto de sódio — um composto


iónico comum os com o cloreto de sódio, o chamado sal de cozinha. Uma fonte
E
stamos todos familiarizad subterrâ-
, que pode ser encontrado em depósitos
de cloreto de sódio é o minério sal-gema ão solar.
m a partir da água do mar por evaporaç
neos. O cloreto de sódio também se obté outr os com pos tos inor gânicos.
eto de sód io é esse ncia lme nte utili zado para produzir
O clor
nas estradas e nas autoestradas. […]
É também usado para «derreter» neve fusão elevada
posto ióni co típico, um sólido duro e quebradiço, com uma temperatura de
É um com
estado fundido e em solução aquosa.
(801 ºC), que conduz a eletricidade no Raym ond Chang, Química¸ McGraw-Hill
(adaptado)

COMEÇA POR…
OBSERVAR
A figura representa a estrutura de um material denominado grafeno,
formado exclusivamente por átomos de carbono.
1. Quantas ligações estabelece cada átomo de carbono no grafeno?
2. Qual é a unidade estrutural deste material?

Interpretar
3. Quais são as propriedades do composto que o autor apresenta no texto?

Refletir
4. Q
 ual será a unidade estrutural do cloreto de sódio? Como se manterão
ligadas essas partículas?
5. Como se manterão ligadas as unidades estruturais no grafeno?
6. Por que será que existe uma grande diversidade de materiais com
propriedades tão distintas?

AS TUAS METAS
• Indicar que os átomos estabelecem ligações • Associar ligação metálica à ligação que se
químicas entre si, formando moléculas (com dois estabelece nas redes de átomos de metais
ou mais átomos) ou redes de átomos. em que há partilha de eletrões de valência
• Associar a ligação covalente à partilha de pares deslocalizados.
de eletrões entre átomos e distinguir ligações • Identificar o carbono como um elemento químico
covalentes simples, duplas e triplas. que entra na composição dos seres vivos,
• Representar as ligações covalentes entre átomos existindo nestes uma grande variedade
de elementos químicos não metálicos usando de substâncias onde há ligações covalentes entre
a notação de Lewis e a regra do octeto. o carbono e elementos como o hidrogénio,
• Associar a ligação covalente à ligação entre o oxigénio e o nitrogénio.
átomos de não metais quando estes formam • Definir o que são hidrocarbonetos e distinguir
moléculas ou redes covalentes, originando, hidrocarbonetos saturados de insaturados.
respetivamente, substâncias moleculares • Indicar que nas estruturas de Lewis dos
e substâncias covalentes. hidrocarbonetos o número de pares de eletrões
• Dar exemplos de substâncias covalentes e de partilhados pelo carbono é quatro, estando todos
redes covalentes de substâncias elementares estes pares de eletrões envolvidos nas ligações
com estruturas e propriedades diferentes que o átomo estabelece.
(diamante, grafite e grafenos). • Identificar, a partir de informação selecionada,
• Associar ligação iónica à ligação entre iões as principais fontes de hidrocarbonetos,
de cargas opostas, originando substâncias evidenciando a sua utilização na produção
formadas por redes de iões. de combustíveis e de plásticos.

211

564829 210-237.indd 211 19/06/15 13:48


9.1 Ligação covalente

Os átomos raramente existem isolados na Natureza. Estabelecem entre


si diferentes tipos de ligações, das quais resultam diferentes tipos de
substâncias.

Por exemplo, quando dois átomos de hidrogénio se aproximam, estabelecem-


-se interações que não ocorreriam se os átomos estivessem isolados (Fig. 1).

- - Repulsão entre
eletrões
Atração entre
o eletrão
de um átomo
e o núcleo
+ + do outro
Repulsão
entre núcleos

Interações que se estabelecem quando se aproximam dois átomos de


Fig. 1 
hidrogénio. U9P200H1

Durante a aproximação de dois átomos de hidrogénio, ocorrem vários


tipos de interação:
• repulsão entre os eletrões de cada um dos átomos;
• repulsão entre os núcleos dos dois átomos;
• atração entre o eletrão de um átomo e o núcleo do outro.

A força resultante pode ser, assim, atrativa ou repulsiva, de acordo com


a distância a que os dois átomos se encontram. A energia do sistema
(energia potencial) dos dois átomos de hidrogénio em função da distân-
cia entre eles varia de acordo com o gráfico da figura 2.

Energia potencial
1 pm = 1 × 10-12 m Repulsão

C Atração
Não há
74 pm
interação
0
A Distância
2H

B
Equilíbrio
(H2)
Interações entre dois átomos de hidrogénio em função da distância.
Fig. 2 
U9P200H2
Quando os dois átomos estão muito afastados um do outro, não se esta-
belecem interações, nem de repulsão nem de atração (Fig. 2A). Ao dimi-
nuir a distância entre os átomos, começam a predominar as forças de
atração sobre as forças de repulsão. Continuando a aproximação dos
dois átomos, atinge-se uma distância para a qual a atração é máxima e a
repulsão é mínima (Fig. 2B), ou seja, atinge-se o equilíbrio. Se os átomos
se aproximarem mais, passam a predominar as forças repulsivas (Fig. 2C).

212

564829 210-237.indd 212 19/06/15 13:48


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Os átomos, numa ligação, têm tendência para permanecer à distância em


que a atração é máxima e a repulsão é mínima. Os dois átomos
de hidrogénio permanecem ligados um ao outro, formando a molécula de
di-hidrogénio (H2). Os eletrões deixam de rodear apenas o núcleo do
átomo a que pertencem (Fig. 3), e a probabilidade de encontrar os eletrões
na região entre os dois núcleos aumenta devido à partilha dos eletrões.

A distância a que os átomos permanecem em equilíbrio denomina-se


distância internuclear de equilíbrio e corresponde ao comprimento de
ligação.

Distância
internuclear

H H
H H

Formação da molécula de di-hidrogénio. Os átomos de hidrogénio e a molécula de di-hidrogénio estão representados


Fig. 3 
de acordo com o U9P201H1
modelo da nuvem eletrónica. U9P201H2

A ligação que ocorre por partilha de eletrões designa-se por ligação Os átomos estabelecem
covalente. Esta estabelece-se entre átomos de elementos não metá- ligações químicas entre si
licos. por partilha de eletrões,
formando moléculas ou
Desta partilha de eletrões entre os átomos formam-se moléculas (com
redes de átomos.
dois ou mais átomos) ou redes de átomos (Fig. 4).

Da partilha de eletrões formam-se moléculas ou redes de átomos.


Fig. 4 

No caso da molécula de di-hidrogénio, há partilha de um par de eletrões,


estabelecendo-se uma ligação covalente simples. Há moléculas onde
ocorre a partilha de dois ou três pares de eletrões, estabelecendo-se,
neste caso, uma ligação covalente dupla ou uma ligação covalente tri-
pla, respetivamente.

A ligação só ocorre se a molécula formada for mais estável do que os


átomos separados.
213

564829 210-237.indd 213 19/06/15 13:48


9.1 Ligação covalente

A Notação de Lewis
H +H HH A notação de Lewis é um modo de representar átomos e moléculas que
ou
consiste em escrever o símbolo químico dos elementos e colocar à sua
H +H x x HH x
x
volta tantos pontos ou cruzes quantos os eletrões de valência existentes.
B No caso das moléculas, os eletrões partilhados são colocados entre os
H H dois símbolos. A fórmula de estrutura consiste em substituir cada par de
Notação de Lewis [A]
Fig. 5  pontos ou cruzes por um traço (Fig. 5).
e aU9P202H1
fórmula de estrutura [B]
para a molécula No quadro que se segue, representam-se algumas moléculas e as respe-
de hidrogénio. tivas notações de Lewis e fórmulas de estrutura.

Ligação covalente

Distribuição Notação Fórmula Tipo


Molécula
eletrónica de Lewis de estrutura de ligação
diflúor F2
9F — 2:7 Ligação
9F — 2:7 xx xx covalente simples
x
x F F x
x
x
x F F
xx xx
7 eletrões Partilha de um par
de valência de eletrões

dioxigénio O2
U9P202H3 U9P202H4
8O — 2:6 Ligação
8O — 2:6 xx xx covalente dupla
O O
xx
xx
xx
xx
O O
6 eletrões Partilha de dois
de valência pares de eletrões

dinitrogénio N2 U9P202H6 U9P202H7


7N — 2:5 Ligação
7N — 2:5 covalente tripla
N N N N
x xx x
x xx x
xx

5 eletrões Partilha de três


de valência pares de eletrões

U9P202H9 U9P202H10
LIGAÇÃO Como se pode observar no quadro:
COVALENTE
Partilha • na molécula de diflúor, só dois eletrões contribuem efetivamente para
Simples de um par a ligação — ligação covalente simples;
de eletrões • na molécula de dioxigénio, a ligação ocorre por partilha de quatro ele-
Partilha
trões — ligação covalente dupla;
Dupla de dois pares • na molécula de dinitrogénio, a ligação ocorre por partilha de três pares
de eletrões de eletrões — ligação covalente tripla.
Partilha
Tripla de três pares
de eletrões

214

564829 210-237.indd 214 19/06/15 13:48


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Quanto maior é o número de eletrões que participam na ligação, mais


forte é essa ligação e menor o seu comprimento.

Assim:

Ligação covalente simples Ligação covalente dupla Ligação covalente tripla


F2 O2 N2

F F O O N N

Força de ligação crescente


Comprimento de ligação decrescente

U9P203H2
Regra do octeto
Através das notações de Lewis das moléculas de diflúor, dioxigénio e
dinitrogénio, pode observar-se que cada átomo está rodeado por oito
eletrões de valência. De facto, muitos átomos têm tendência para formar
ligações de modo a ficarem rodeados por oito eletrões de valência, o que
se traduz na denominada regra do octeto. Esta regra tem algumas exce-
ções, uma das quais já abordada — o átomo de hidrogénio tem tendên-
cia para ficar rodeado por dois eletrões (dupleto) quando forma ligações
químicas. A regra do octeto é útil para prever o tipo de ligação que se
estabelece entre dois átomos, mesmo nas moléculas poliatómicas, como
se mostra no quadro que se segue.

Ligação covalente

Distribuição Notação Fórmula Tipo


Molécula
eletrónica de Lewis de estrutura de ligação
Molécula de dicloro
Cℓ2 xx xx Uma ligação
17 Cℓ — 2:8:7 x
x Cℓ Cℓ x
x
x
x Cℓ Cℓ covalente
xx xx simples

U9P203H3
Molécula de água
U9P203H7
xx U9P203H11
H2O
1H—1 x
x O H x
x O Duas ligações
covalentes
H H
xx
O — 2:6
H
8
simples

U9P203H4
Molécula de metano
CH4 H
U9P203H8 H
U9P203H12
Quatro
xx
H—1 ligações
H C H H C H
1
x x
x x
6C — 2:4 xx
covalentes
simples
H H
U9P203H5
Molécula de fluoreto
U9P203H9 U9P203H13
de hidrogénio
HF H—1 xx Uma ligação
1

9F — 2:7 H F x
x
x
x H F covalente
xx simples

U9P203H6 U9P203H10 U9P203H14


215

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9.1 Ligação covalente

IDEIAS-CHAVE
Os átomos estabelecem ligações químicas entre si, formando moléculas ou redes de átomos.

Uma ligação covalente simples estabelece-se por partilha de um par de eletrões. Se os átomos de uma
ligação partilham dois pares de eletrões, a ligação é covalente dupla; se partilham três pares de eletrões,
a ligação é covalente tripla.

A ligação covalente estabelece-se entre átomos de elementos não metálicos.

A notação de Lewis consiste na escrita do símbolo químico de um elemento rodeado por pontos ou cruzes,
que correspondem aos eletrões de valência.

De acordo com a regra do octeto, os átomos, ao formarem ligações, têm tendência para ficar rodeados por
8 eletrões de valência.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Representa a notação de Lewis e a fórmula de estrutura da molécula de tetracloreto de carbono (CCℓ4).

RESOLUÇÃO:
Para se representar a molécula em notação de Lewis, é necessário saber o número de eletrões de valência
de cada um dos átomos, pelo que é preciso conhecer o número atómico dos elementos carbono e cloro
e fazer a respetiva distribuição eletrónica:
6C — 2:4 4 eletrões de valência
17Cℓ — 2:8:7 7 eletrões de valência
 onhecido o número de eletrões de valência, pode representar-se a molécula pela notação de Lewis e pela
C
fórmula de estrutura:
xx
Cℓ
xx
Cℓx
x
xx
x
x
xx
x
x Cℓ C Cℓ
xx
x
x
xx
x
x
xx
x
x Cℓ C Cℓ
Cℓx
x
xx
x
x
Cℓ

ATIVIDADES

1. Representa a notação de Lewis e a fórmula de estrutura da molécula de dióxido de carbono (CO2).

2. O
 bserva a fórmula de estrutura da molécula de acetona e responde às questões.

H H
H C C C H
H O H
2.1 Quantas ligações covalentes simples existem?
U9P204H3
2.2 
Classifica a ligação que se estabelece entre o átomo de carbono e o de oxigénio.

3. C
 onsidera as moléculas de dinitrogénio (N2) e de amoníaco (NH3) e responde às questões.
3.1 
Representa a fórmula de estrutura e a notação de Lewis de cada uma das moléculas.
3.2 Classifica as ligações que os átomos de nitrogénio estabelecem em cada uma das moléculas.

216

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9.2 Ligação iónica e ligação metálica

Além da ligação covalente, ainda existem a ligação iónica e a ligação


metálica.


Ligação iónica
Da interação entre os catiões e os aniões, estabelece-se a ligação
iónica. Esta resulta do balanço entre as forças repulsivas (entre iões com
a mesma carga) e as forças atrativas (entre iões de carga oposta), origi-
nando uma estrutura cristalina tridimensional em que cada ião positivo é
rodeado por um certo número de iões negativos, e vice-versa.

Por exemplo, o cloreto de sódio — NaCℓ (principal constituinte do sal de


cozinha) — é constituído por iões cloreto (Cℓ-) e iões sódio (Na+), que
estão dispostos numa rede cristalina onde cada ião sódio fica rodeado
por seis iões cloreto, e cada ião cloreto fica, por sua vez, rodeado por seis
iões sódio (Fig. 6).

A B

Cristais de cloreto de sódio [A] e o modelo tridimensional [B].


Fig. 6 
U9P205H2
A ligação iónica estabelece-se entre iões positivos e negativos. Os iões
A ligação iónica estabe-
positivos provêm de átomos de elementos que têm grande tendência
lece-se entre os catiões e
para perder eletrões — elementos metálicos; os iões negativos provêm
os aniões.
dos átomos dos elementos que têm tendência para captar eletrões — os
elementos não metálicos. Estes iões dispõem-se de forma ordenada,
formando redes cristalinas.

Os iões são as unidades estruturais dos compostos iónicos.

Apresentam-se na figura 7 alguns exemplos de compostos iónicos.

A B C D

Exemplos de composto iónicos: cloreto de cobre (CuCℓ2) [A]; cromato de potássio (K2CrO4) [B]; tiossulfato de sódio
Fig. 7 
(Na2S2O3) [C] e di-iodeto de chumbo (PbI2) [D].

217

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9.2 Ligação iónica e ligação metálica


Ligação metálica
O ferro, o ouro, o cálcio e o potássio são metais. Estas substâncias pos-
suem propriedades comuns que se podem explicar pelo tipo de ligação
química que se estabelece entre os átomos dos seus elementos.

Exemplos de substâncias metálicas

Ouro Alumínio Magnésio

Ferro Sódio Zinco

Potássio Mercúrio Prata

A ligação metálica ocorre entre os átomos dos elementos metálicos.


Estes átomos têm poucos eletrões de valência que estão fracamente liga-
dos aos respetivos núcleos. Os átomos dos elementos metálicos organi-
zam-se numa rede ordenada de iões positivos imersos num mar de ele-
trões de valência deslocalizados (Fig. 8).

A proximidade dos átomos permite que a sua ligação seja assegurada por
estes eletrões livres deslocalizados. A partilha não ocorre entre dois áto-
mos específicos; por isso, não se trata de uma ligação covalente. Os
eletrões têm a liberdade de se mover em torno dos vários núcleos, sendo,
Secção reta da estrutura
Fig. 8  por isso, designados por eletrões livres ou eletrões de condução. A
cristalina de um metal.
mobilidade dos eletrões deslocalizados explica a grande condutividade
térmica e elétrica dos metais.

Este é um modelo que explica a ligação metálica, sendo conhecido como


o modelo do «mar de eletrões».
Os átomos são as unida-
A unidade estrutural num metal é o átomo, pelo que a sua fórmula quí-
des estruturais dos metais.
mica coincide com o símbolo do elemento químico.

218

564829 210-237.indd 218 19/06/15 13:48


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

IDEIAS-CHAVE
Os compostos iónicos são constituídos por iões positivos e negativos que se mantêm ligados através
de uma ligação iónica.

As unidades estruturais dos compostos iónicos são os iões.

Os compostos iónicos apresentam uma estrutura cristalina que atinge dimensões macroscópicas, em que
os iões ocupam posições praticamente fixas na rede cristalina.

Os metais são substâncias cujas unidades estruturais são os átomos, que estabelecem entre si uma
ligação metálica.

A ligação metálica é assegurada por partilha de eletrões deslocalizados.

Os átomos dos elementos metálicos organizam-se numa rede ordenada de átomos que partilham entre
si eletrões de valência deslocalizados.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. S
 abendo que os elementos sódio e oxigénio têm respetivamente 1 e 6 eletrões de valência, risca
as palavras que tornam falsa cada uma das afirmações.
A.
 s átomos de oxigénio têm tendência a formar iões dipositivos/dinegativos e os átomos de sódio
O
têm tendência a formar iões monopositivos/mononegativos.
B.
Entre os átomos de sódio estabelece-se uma ligação iónica/metálica. As unidades estruturais são,
neste caso, os iões/átomos.
C. No óxido de sódio estabelecem-se ligações iónicas/metálicas, sendo as unidades estruturais, neste
caso, moléculas/iões.

RESOLUÇÃO:
A. Os átomos de oxigénio têm tendência a formar iões dipositivos/dinegativos e os átomos de sódio têm
tendência a formar iões monopositivos/mononegativos.
B. Entre os átomos de sódio estabelece-se uma ligação iónica/metálica. As unidades estruturais são,
neste caso, os iões/átomos.
C. No óxido de sódio estabelecem-se ligações iónicas/metálicas, sendo as unidades estruturais, neste
caso, moléculas/iões.

ATIVIDADES

1. As frases que se seguem estão incorretas. Explica por que razão.
A. Nos metais, a ligação entre os átomos é assegurada por partilha de eletrões.
B. O átomo é a unidade estrutural do sulfureto de potássio (K2S).

2. Refere o tipo de ligação que se estabelece em cada uma das seguintes substâncias:
a) prata;
b) cloreto de potássio.

3. Refere as principais diferenças entre uma ligação iónica e uma ligação metálica.

4. Analisa a afirmação seguinte, verifica se é verdadeira ou falsa e comenta-a:


O sódio (Na) é um metal, pelo que entre os seus átomos se estabelece uma ligação covalente, sendo
as unidades estruturais os átomos de sódio.
5. Explica, com base no modelo do mar de eletrões, a elevada condutibilidade elétrica dos metais.

219

564829 210-237.indd 219 19/06/15 13:48


9.3 Tipos de substâncias

A matéria é formada por átomos de diferentes elementos que se ligam


entre si de diferentes formas, constituindo diferentes tipos de unidades
estruturais:
• nas substâncias iónicas, as unidades estruturais são os iões (Fig. 9A)
e estabelecem-se ligações iónicas;
• nas substâncias metálicas, as unidades estruturais são os átomos
(Fig. 9B), que estabelecem ligações metálicas;
• nas substâncias moleculares, as unidades estruturais são as moléculas
(Fig. 9C), estabelecendo-se ligações covalentes entre os átomos que
constituem as moléculas.

A B C

Cloreto de sódio Magnésio Água

As unidades estruturais das substâncias iónicas são os iões [A], das


Fig. 9 
substâncias metálicas são os átomos [B] e das substâncias moleculares são
as moléculas [C].

Nas substâncias covalentes, as unidades estruturais são os átomos, que


se ligam entre si através de ligações covalentes, formando redes cova-
lentes, de dimensões macroscópicas. São exemplos de substâncias
covalentes o diamante, a grafite e o grafeno. Estas substâncias apresen-
tam estruturas e propriedades diferenciadas, como se mostra na tabela.

Substâncias covalentes constituídas por átomos de carbono

Diamante Grafite Grafeno

Cada átomo U9P210H4


de carbono estabelece Na estruturaU9P210H5
hexagonal, os átomos Estrutura laminar hexagonal
uma ligação simples com outros estabelecem ligações covalentes. formada porU9P210H6
átomos de carbono.
quatro átomos de carbono. Entre os planos hexagonais, É muito resistente, maleável, bom
a ligação entre os átomos condutor térmico e elétrico.
é assegurada por eletrões livres.

220

564829 210-237.indd 220 19/06/15 13:48


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Dadas as suas principais características, o grafeno tem aplicações em


diferentes áreas: telecomunicações, eletrónica e energética (Fig. 10).

Algumas aplicações do grafeno.


Fig. 10 

Um outro exemplo de uma substância covalente é o dióxido de silício


(SiO2) (Fig. 11).

Neste caso, um átomo de silício liga-se a quatro átomos de oxigénio, e


cada um destes a dois átomos de silício, através de ligações covalentes,
formando redes covalentes.

Fig. 11 
Dióxido de silício.
U9P210H11
O tipo de ligação que se estabelece entre os átomos dos diferentes ele-
mentos pode ser previsto recorrendo à Tabela Periódica (Fig. 12).

1 Ligação iónica — estabelece-se entre


18
1 átomos de elementos dos grupos 1 e 2,
1 H com átomos de elementos 2

2 dos grupos 16 e 17.


13 14 15 16 17
He
3 4 5 6 7 8 9 10
2 Li Be Ligação metálica — estabelece-se entre átomos B C N O F Ne
dos elementos metálicos.
11 12 13 14 15 16 17 18
3 Na Mg 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Aℓ Si P S Cℓ Ar
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
4 K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
5 Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
55 56 57 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
6
Cs Ba La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tℓ Pb Bi Po At Rn
87 88 89 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118
7 Cn Uut Fℓ Uup Lv Uus Uuo
Fr Ra Ac Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg

Ligação covalente — estabelece-se


entre os átomos dos elementos não metálicos.
Fig. 12 A Tabela Periódica e as ligações químicas.
U9P211H1 ou U9P210H12? 221

564829 210-237.indd 221 19/06/15 13:48


9.3 Tipos de substâncias

A classificação das substâncias e as suas propriedades estão de acordo


com o tipo de ligação química que se estabelece.

Tipos de substâncias e as suas propriedades

Moleculares Covalentes Iónicas Metálicas


Unidades estruturais: Unidades estruturais: Unidades estruturais: Unidades estruturais:
Moléculas Átomos Iões Átomos

• Apresentam-se nos • São sólidas à • Têm pontos de fusão


U9P205H2 • São geralmente sólidas
U9P210H4
três estados físicos, temperatura ambiente. e de ebulição muito à temperatura ambiente.
U9P211H2
à temperatura • Têm pontos de fusão elevados. • Têm pontos de fusão
ambiente. e de ebulição muito • No estado sólido, não e de ebulição elevados.
• Têm pontos de fusão elevados. conduzem a corrente São boas condutoras
e de ebulição baixos. • Em geral, são más elétrica. Em solução da corrente elétrica
• São más condutoras condutoras aquosa ou quando e do calor.
da corrente elétrica. da corrente elétrica. fundidas, são boas • São maleáveis e dúcteis.
• Os sólidos são • São duras. condutoras elétricas. • Apresentam brilho
geralmente moles • São insolúveis em água. • São duras e quebradiças. metálico.
e deformáveis.

Os valores dos pontos de fusão e de ebulição das diferentes substâncias


As propriedades das dife-
relacionam-se com a maior ou menor força de coesão que existe entre as
rentes substâncias depen-
unidades estruturais. Nas substâncias moleculares, os pontos de fusão e
dem do tipo de ligação que
de ebulição são baixos, pois a intensidade das forças de coesão entre as
se estabelece.
moléculas é fraca; nas substâncias covalentes, as ligações entre as uni-
dades estruturais são muito fortes, pelo que os pontos de ebulição e de
fusão são elevados.

A condutividade elétrica está relacionada com a existência, ou a inexis-


tência, de eletrões livres. As substâncias moleculares não têm eletrões
A livres, pelo que não conduzem a corrente elétrica. Os metais apresentam
eletrões livres e os compostos iónicos fundidos ou em solução aquosa
têm iões livres, sendo bons condutores elétricos.

É possível realizar atividades com várias substâncias que permitem iden-


tificar o tipo de ligação que se estabelece (Fig. 13).

B C D

Fig. 13 As substâncias podem apresentar diferentes pontos de fusão [A] e de ebulição [B], podem ser solúveis ou insolúveis
em água [C] e podem ser condutoras ou isoladoras elétricas [D].

222

564829 210-237.indd 222 19/06/15 13:49


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

IDEIAS-CHAVE
Nas substâncias iónicas, as unidades estruturais são os iões e estabelecem-se ligações iónicas.

Nas substâncias metálicas, as unidades estruturais são os átomos, que estabelecem ligações metálicas.

Nas substâncias moleculares, as unidades estruturais são as moléculas, estabelecendo-se ligações


covalentes entre os átomos que as constituem.

Nas substâncias covalentes, as unidades estruturais são os átomos, que se ligam uns aos outros através
de ligações covalentes, formando redes covalentes, de dimensões macroscópicas.

Consoante o tipo de ligação química que se estabelece, as substâncias apresentam diferentes


propriedades.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Associa a cada tipo de substância da coluna I os exemplos da coluna II.

Coluna I Coluna II

1. Grafeno A. Substância covalente


2. Água B. Substância molecular
3. Enxofre C. Substância iónica
4. Diamante D. Substância metálica
5. Cobre
6. Cloreto de potássio
7. Iodo

RESOLUÇÃO:
1 — A; 2 — B; 3 — B; 4 — A; 5 — D; 6 — C; 7 — B.

ATIVIDADES

1. Completa o quadro que se segue.

Grafite Cℓ2 AgCℓ Ouro

Tipo de substância Molecular


Unidade estrutural Iões prata e iões cloreto
Tipo de ligação Covalente
Ponto de fusão Elevado
Condutibilidade
Elevada Elevada
elétrica

2. R
 efere as principais diferenças entre as propriedades de uma substância molecular e as de uma substância
covalente.

3. J ustifica por que razão as soluções aquosas de sais, ou os sais fundidos, ao contrário das substâncias iónicas,
no estado sólido, apresentam uma elevada condutibilidade elétrica.

223

564829 210-237.indd 223 19/06/15 13:49


9.4 Compostos de carbono e os seres vivos

A Química do Carbono, também conhecida como Química Orgânica,


tem como objetivo estudar moléculas que têm na sua constituição áto-
mos de carbono.

Este elemento entra na composição dos seres vivos, existindo uma


grande variedade de substâncias onde há ligações covalentes entre o
carbono, o hidrogénio, o oxigénio, o nitrogénio e alguns outros elementos.


Proteínas
As proteínas são muito importantes para os seres vivos, pois têm funções
estruturais (entram na constituição dos tecidos, como, por exemplo, o
colagénio, existente na pele, nos ossos ou nas cartilagens) e têm funções
de regulação (por exemplo, as enzimas catalisam diferentes reações
como a digestão). São formadas por aminoácidos em cuja composição
existe sempre carbono, hidrogénio, oxigénio, nitrogénio e, em alguns
também o enxofre. O aminoácido mais simples é a glicina (Fig. 14).

A H B
O
H C C
O H
N
H H
A fórmula de estrutura da glicina (aminoácido) [A] e o respetivo modelo
Fig. 14 
tridimensional [B].

 U9P214H1
Glúcidos
Os glúcidos são uma fonte de energia para os seres vivos.

Os glúcidos são conhecidos como açúcares ou sacáridos. Os mais sim-


ples são os monossacáridos, como a frutose (Fig. 15A), a glucose (Fig. 15B)
e a galactose (Fig. 15C), cuja fórmula é C6H12O6.

A B C

OH O H OH OH OH OH H OH OH OH OH H H OH OH
O O
H C C C C C C H C C C C C C H C C C C C C H
H H
H OH H H H H OH H H H H OH OH H H
A frutose [A] encontra-se nos frutos e no mel, a glucose [B] encontra-se nas plantas e a galactose [C]
Fig. 15 
encontra-se na goma arábica e nas borrachas.

224 U9P214H6 U9P214H7 U9P214H8

564829 210-237.indd 224 19/06/15 13:49


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

A ligação química de dois monossacáridos origina os dissacáridos, como,


por exemplo, a sacarose (Fig. 16A), a maltose (Fig. 16B) e a lactose
(Fig. 16C).

A B C

CH2OH CH2OH CH2OH CH2OH CH2OH


O CH2OH O O O O O
H H H H H H H H OH HO H H H OH
O
HO OH H H HO
CH2OH HO OH H OH H H H OH H H OH H H
O O
H OH OH H H OH H OH H OH H OH

A sacarose [A] é o açúcar vulgar, a maltose [B] pode encontrar-se


Fig. 16 
na cevada e a lactose [C] encontra-se no leite e derivados.

U9P215H4
Os polissacáridos U9P215H5
são hidratos de carbono com cadeias mais longas. U9P215H6
Três polissacáridos muito importantes são o amido, o glicogénio e a
celulose.

O amido é o hidrato de carbono de reserva nas plantas. Surge nas raízes,


nos caules e nas sementes de vegetais, existindo, por exemplo, na batata,
no arroz, no milho ou no trigo (Fig. 17). Fig. 17 
Alimentos que contêm
amido.
O glicogénio é o hidrato de carbono de reserva nos animais.

A celulose é um hidrato de carbono que tem funções estruturais nas


plantas, cujas paredes celulares contêm este hidrato de carbono. Na
alimentação humana, a celulose é conhecida como fibra e, embora não
seja digerida, tem funções de regulação no aparelho digestivo.


Lípidos
Os lípidos vulgarmente designados por gorduras são compostos de ele-
vado valor energético, que constituem reservas de energia que os seres
vivos podem utilizar em certas situações.

São compostos de carbono constituídos por carbono, hidrogénio e oxigé-


nio, ligados entre si por ligações covalentes.

As gorduras podem classificar-se como saturadas ou insaturadas. Nas


gorduras saturadas existem apenas ligações covalentes simples entre os
átomos de carbono. Nas gorduras insaturadas existem ligações covalen-
tes duplas ou triplas entre os átomos de carbono.
225

564829 210-237.indd 225 19/06/15 13:49


9.4 Compostos de carbono e os seres vivos

De uma forma geral, as gorduras insaturadas têm pontos de fusão mais


baixos do que as gorduras saturadas. Assim, as primeiras, apresentam-
-se vulgarmente no estado líquido (Fig. 18).

Além de terem uma importante função na alimentação, também têm


importância industrial, sendo as gorduras utilizadas, por exemplo, na pro-
dução de sabão.


Vitaminas
As vitaminas são nutrientes essenciais ao bom funcionamento do orga-
Os óleos alimentares são
Fig. 18  nismo e protegem-no de numerosas doenças. Não são produzidas pelo
lípidos ricos em gorduras
organismo humano, pelo menos em quantidades apreciáveis.
polinsaturadas.
Em geral, as hortaliças, os legumes frescos e a fruta são ricos em vitami-
nas (Fig. 19).

A B C

Alimentos ricos em vitamina A [A], em vitamina B6 [B] e em vitamina C [C].


Fig. 19 

Quimicamente, são compostos de carbono que apresentam estruturas


diversas (Fig. 20). Entre os diferentes átomos estabelecem-se ligações
covalentes.

A
H 3C CH3 CH3

OH

CH3
CH3
B C
CH2OH CH2OH
U9P216H2
OH CH2OH HO CH
O O

H3C N H OH
Estruturas de algumas vitaminas: vitamina A [A], vitamina B6 [B]
Fig. 20 
U9P216H3
e vitamina C [C]. U9P216H4
226

564829 210-237.indd 226 19/06/15 13:49


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

IDEIAS-CHAVE
O carbono é um elemento químico que entra na composição dos seres vivos, existindo nestes uma grande
variedade de substâncias em que há ligações covalentes entre o carbono e elementos como o hidrogénio,
o oxigénio e o nitrogénio.

As proteínas são formadas por aminoácidos, que são compostos de carbono cuja constituição contém
átomos de carbono, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio, que se ligam quimicamente através de ligações
covalentes. Têm uma importante função estruturante e reguladora.

Os glúcidos também são muito importantes para os seres vivos, pois são uma fonte de energia.

Os lípidos ou gorduras são compostos de elevado valor energético que apresentam na sua constituição
átomos de carbono, oxigénio e hidrogénio, constituindo reservas de energia para os seres vivos.

As vitaminas são nutrientes essenciais ao bom funcionamento do organismo e protegem-no


de numerosas doenças.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. O
 bserva a fórmula de estrutura da frutose e responde OH O H OH OH OH
às questões.
H C C C C C C H
1.1 
Identifica o tipo de composto de que se trata.
1.2 
Indica a constituição de uma molécula de frutose. H OH H H H

1.1 RESPOSTA:
U9P217H1
T
 rata-se da frutose, um hidrato de carbono (monossacárido) que existe nos frutos e no mel.

1.2 RESPOSTA:
U
 ma molécula de frutose é constituída por 6 átomos de carbono, 6 átomos de oxigénio e 12 átomos
de hidrogénio, sendo a sua fórmula química C6H12O6.

ATIVIDADES

1. O carbono liga-se quimicamente ao oxigénio, ao nitrogénio e ao hidrogénio, formando uma grande


variedade de substâncias essenciais aos seres vivos.
1.1 As proteínas são formadas a partir de moléculas mais simples. Como se designam essas moléculas?
1.2 Explica o que entendes por glúcidos e dá dois exemplos.
1.3 Refere uma característica dos lípidos.
1.4 Refere o nome trivial pelo qual se pode designar os lípidos.
1.5 Refere a importância que as vitaminas têm para os seres vivos.

2. Observa a fórmula de estrutura da glicina e responde às questões.


2.1 Escreve a fórmula química da glicina.
2.2 Indica o tipo de composto de que se trata.
2.3 Explica a importância da glicina para os seres vivos.

3. O açúcar vulgar é quimicamente designado por sacarose. H


O
3.1 Identifica de que tipo de composto se trata. H C C
3.2 Dá mais dois exemplos deste tipo de composto. O H
N
H H

227
U9P214H1

564829 210-237.indd 227 19/06/15 13:49


9.5 Hidrocarbonetos

Os hidrocarbonetos são compostos que possuem unicamente carbono e


hidrogénio, sendo o petróleo uma fonte natural destes compostos.
Quando os hidrocarbonetos possuem estruturas com anéis, como o ben-
zeno (Fig. 21A) ou o naftaleno (Fig. 21B), são designados por hidrocarbone-
O petróleo é uma fonte de tos aromáticos.
hidrocarbonetos.
O benzeno tem grande aplicação na indústria dos plásticos e o naftaleno
pode ser usado como inseticida.

A B

Exemplos de hidrocarbonetos aromáticos: benzeno [A] e naftaleno [B].


Fig. 21 

U9P218H1 U9P218H2
Os hidrocarbonetos que não possuem anéis de benzeno são hidrocarbo-
netos alifáticos. Podem classificar-se tendo em conta o tipo de ligações
covalentes existentes na molécula:
• hidrocarbonetos saturados — só existem ligações covalentes simples
entre os átomos de carbono;
• hidrocarbonetos insaturados — existem ligações covalentes duplas
e/ou triplas entre os átomos de carbono.

Existem ainda hidrocarbonetos de cadeia aberta (Fig. 22A) e hidrocarbo-


netos de cadeia fechada ou cíclicos (Fig. 22B). Ambos podem ser satura-
dos ou insaturados.

A B
H H H H H
C
H C C C H H H
C C
H H H
H H
Hidrocarbonetos de cadeia aberta [A] e de cadeia fechada [B].
Fig. 22 

Assim: U9P218H3 U9P218H4

HIDROCARBONETOS

Aromáticos Alifáticos

Saturados Insaturados

Cadeia Cadeia Cadeia Cadeia


aberta fechada aberta fechada

228

564829 210-237.indd 228 19/06/15 13:49


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS


Alcanos
Os alcanos são hidrocarbonetos saturados de cadeia aberta.

O metano (CH4), principal constituinte do gás natural, é o alcano mais


simples, tendo apenas um átomo de carbono. Cada átomo de hidrogénio
da molécula liga-se, através de uma ligação covalente simples, ao átomo
de carbono.
O gás natural é uma fonte
Na tabela que se segue, apresentam-se os quatro alcanos mais simples:
de metano.
metano, etano, propano e butano.

Alcanos

Fórmula
Nome Notação de Lewis Fórmula de estrutura Modelo tridimensional
química

H H
xx
Metano CH4 H xx C xx H H C H
xx

H H

U9P219H2
U9P219H1
H H H H
xx xx

Etano C2H6 H xx C xx C xx H H C C H
xx xx

H H H H

U9P219H8
U9P219H4
H H H H H H
xx xx xx

Propano C3H8 H xx C xx C xx C xx H H C C C H
xx xx xx

H H H H H H

U9P219H7 U9P219H8
H H H H H H H H
xx xx xx xx

Butano C4H10 H xx C xx C xx C xx C xx H H C C C C H
xx xx xx xx

H H H H H H H H

U9P219H11
U9P219H10
Como facilmente se observa através da notação de Lewis e da fórmula de
estrutura de cada um dos alcanos da tabela, o carbono partilha quatro
pares de eletrões. Assim, os eletrões de valência do carbono estão todos
envolvidos nas ligações que este átomo estabelece.

A combustão dos alcanos é uma reação fortemente exotérmica, pelo que


estes são frequentemente usados como combustíveis. A combustão do
butano (Fig. 23), por exemplo, é traduzida pela equação química:

2 C4H10(g) + 13 O2(g) 8 CO2(g) + 10 H2O(l) Combustão do butano.


Fig. 23 

229

564829 210-237.indd 229 19/06/15 13:49


9.5 Hidrocarbonetos

O dióxido de carbono (CO2), um dos produtos de reação, contribui para


Na combustão completa
a intensificação do efeito de estufa. Assim, atualmente procuram-se fon-
dos alcanos, forma-se dió-
tes de energia alternativas. Em ambientes pobres em oxigénio, a com-
xido de carbono e água.
bustão é incompleta e forma-se monóxido de carbono (CO), um gás de
elevada toxicidade.


Alcenos e alcinos
Os alcenos são hidrocarbonetos insaturados de cadeia aberta que se
caracterizam pela presença de uma ligação covalente dupla entre dois
dos seus átomos de carbono.

O eteno, também conhecido como etileno, é o alceno mais simples que


existe; tem a fórmula química C2H4 (Fig. 24). Obtém-se a partir da refina-
ção do petróleo e pode ser usado para produzir polietileno, material
usado nos sacos de plástico vulgares.

A H
xx
H
xx
B H H C

C
xx
xx C
xx
xx
C C
H H H H
Notação de Lewis [A], fórmula de estrutura [B] e modelo tridimensional
Fig. 24 
da molécula de eteno [C].
U9P220H2 U9P220H3
Os alcinos são hidrocarbonetos insaturados de cadeia aberta que se
caracterizam pela presença de uma ligação covalente tripla entre dois
dos seus átomos de carbono.

O alcino mais simples é o etino (Fig. 25), também conhecido por aceti-
leno, de fórmula química C2H2.

A xx B C
H xx C xx xx C xx H H C C H
Notação de Lewis [A], fórmula de estrutura [B] e modelo tridimensional
Fig. 25 
da molécula de etino [C].
U9P220H5 U9P220H5
O etino é usado nos maçaricos de soldadura, porque arde com uma chama
azul intensa cuja temperatura é suficiente para fundir a maioria dos metais.
Esta reação de combustão pode mesmo ocorrer dentro de água (Fig. 26).

Combustão do etino dentro


Fig. 26 
de água.

230

564829 210-237.indd 230 19/06/15 13:49


BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

IDEIAS-CHAVE
Os hidrocarbonetos são compostos que possuem unicamente carbono e hidrogénio.

Os hidrocarbonetos podem classificar-se tendo em conta o tipo de ligações covalentes existentes
na molécula.

Nos hidrocarbonetos saturados, os átomos só estabelecem ligações covalentes simples.

Nos hidrocarbonetos insaturados, os átomos de carbono podem estabelecer ligações covalentes duplas
ou triplas.

Nos hidrocarbonetos, são quatro os pares de eletrões partilhados pelo carbono, pelo que todos estes
pares de eletrões estão envolvidos nas ligações que o átomo estabelece.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Considera as fórmulas de estrutura das seguintes substâncias:

A H H H H B C H H H H H H
H C C C C H H C C H H C C C C C C H
H H H H H H H H
Seleciona:
a) um alceno; U9P221H1 U9P221H3
b) um hidrocarboneto saturado; U9P221H2
c) um alcano;
d) um hidrocarboneto insaturado.

RESOLUÇÃO:

Sabendo que, nos hidrocarbonetos saturados, os átomos só estabelecem ligações covalentes simples, estes
correspondem aos alcanos. Por outro lado, nos hidrocarbonetos insaturados, alguns átomos de carbono
estabelecem ligações covalentes duplas (alcenos) e triplas (alcinos). Assim:
a) um alceno: A;
b) um hidrocarboneto saturado: C;
c) um alcano: C;
d) um hidrocarboneto insaturado: A ou B.

ATIVIDADES

1. Escreve a fórmula de estrutura de um alcano com seis átomos de carbono.

2. A fórmula de estrutura do propano é a que se apresenta ao lado. H H H


2.1 Justifica se o propano é um hidrocarboneto saturado ou insaturado.
H C C C H
2.2 Escreve a equação química que traduz a combustão completa
do propano. H H H
3. Considera a molécula do eteno (C2H4). Sabendo que 6C e 1H, responde às questões.
3.1 Faz a distribuição eletrónica para um átomo de carbono e para um átomo de hidrogénio.
U9P221H4
3.2 Refere quantos eletrões de valência tem o carbono.
3.3 Escreve a fórmula de estrutura para o eteno.
3.4 Quantos são os eletrões partilhados pelo átomo de carbono na molécula? O que concluis?

4. Refere duas matérias-primas que constituem uma fonte natural de hidrocarbonetos.

231

564829 210-237.indd 231 19/06/15 13:49


AVALIAÇÃO FORMATIVA

ESQUEMATIZAR

1. Completa o esquema substituindo as letras pelos termos corretos.

AS UNIDADES ESTRUTURAIS DAS SUBSTÂNCIAS


permitem classificá-las como

Moleculares Atómicas J

cujas unidades
em que se distinguem cuja unidade estruturais são
algumas famílias de estrutural é a
compostos de carbono
que se Alcanos D K Iões negativos
dividem
A em grupos
como B cujos átomos
se associam que se associam
através de através de
C
Ligações L
covalentes

constituem que podem ser


Aminoácidos as M

E
Hidratos
de carbono
F
por exemplo
Triplas
Glucose

N sob a forma de cuja unidade


estrutural é o

Galactose
Cristais I
G
metálicos
O
a ligação entre cuja ligação entre
P os átomos é os átomos é

Celulose Covalente H

VERIFICAR

2. C
 lassifica as afirmações seguintes como verdadeiras (V) ou falsas (F).
A. Uma ligação covalente entre dois átomos consiste na partilha de eletrões de valência.
B. Numa ligação covalente dupla, são partilhados dois eletrões.
C. Numa ligação covalente tripla, são partilhados seis eletrões.
D. Quanto mais forte é uma ligação, maior é o seu comprimento.
E. Numa ligação iónica, são partilhados dois eletrões.
F. Numa ligação metálica, formam-se redes cristalinas nas quais um ião positivo é rodeado por iões negativos.
G. A ligação iónica estabelece-se entre iões, formando redes cristalinas.
H. A ligação metálica pode ser explicada recorrendo ao modelo do «mar de eletrões».

3. Identifica as unidades estruturais:


a) das substâncias moleculares; c) d
 os metais;
b) d
 os sólidos covalentes; d) dos compostos iónicos.

232

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BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

APLICAR

4. Observa a fórmula de estrutura de alguns compostos orgânicos.


4.1 
Identifica os compostos que representam hidrocarbonetos. A B C
Justifica a tua resposta. H H H H H
4.2 Justifica se o composto D é um hidrocarboneto insaturado. H C O H C C H C C C H
4.3 Observa os compostos A e E. H H
H H H
4.3.1 
Para o composto A, indica o número de eletrões
D H H H H E H
que participam na ligação carbono-oxigénio. O
4.3.2 Passa para o teu caderno a fórmula de estrutura H C C C C H H C C
do composto A, evidenciando também os eletrões O H
H H H H H
que não participam na ligação.
4.3.3 Classifica as ligações químicas que o átomo U9P222H2
de carbono estabelece com o oxigénio no composto E.
4.4 Refere quantos pares de eletrões estão envolvidos nas ligações que o átomo de carbono estabelece, nas
várias moléculas.

CHEGO ÀS METAS Sim Preciso Tenho


de rever de estudar

1. 
Indico que os átomos estabelecem ligações químicas entre si formando moléculas
(com dois ou mais átomos) ou redes de átomos. pp. 212-213
2. 
Associo a ligação covalente à partilha de pares de eletrões entre átomos e distingo
ligações covalentes simples, duplas e triplas. pp. 213-214
3. 
Represento as ligações covalentes entre átomos de elementos químicos não metálicos
usando a notação de Lewis e a regra do octeto. pp. 214-215
4. 
Associo a ligação covalente à ligação entre átomos de não metais quando estes formam
moléculas ou redes covalentes, originando, respetivamente, substâncias moleculares
e substâncias covalentes. pp. 220-222
5. 
Dou exemplos de substâncias covalentes e de redes covalentes de substâncias
elementares com estruturas e propriedades diferentes (diamante, grafite e grafenos).
pp. 220-221
6. 
Associo ligação iónica à ligação entre iões de cargas opostas, originando substâncias
formadas por redes de iões. pp. 217-221
7. 
Associo ligação metálica à ligação que se estabelece nas redes de átomos de metais
em que há partilha de eletrões de valência deslocalizados. pp. 218-221
8. 
Identifico o carbono como um elemento químico que entra na composição dos seres
vivos, existindo nestes uma grande variedade de substâncias onde há ligações
covalentes entre o carbono e elementos como o hidrogénio, o oxigénio e o nitrogénio.
pp. 224-226
9. 
Defino o que são hidrocarbonetos e distingo hidrocarbonetos saturados de insaturados.
pp. 228-230
10. 
Indico que nas estruturas de Lewis dos hidrocarbonetos o número de pares de eletrões
partilhados pelo carbono é quatro, estando todos estes pares de eletrões envolvidos nas
ligações que o átomo estabelece. pp. 228-230
11. 
Identifico, a partir de informação selecionada, as principais fontes de hidrocarbonetos,
evidenciando a sua utilização na produção de combustíveis e de plásticos. pp. 228-230

0-10 — Tenho de me esforçar mais.  11-17 — Sou capaz de fazer melhor,  18-22 — Tenho de continuar assim!

233

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ATIVIDADES DE INTEGRAÇÃO

1. 
Considera os átomos de magnésio (12Mg) e de oxigénio (8O) e responde às questões.
1.1 
Efetua a distribuição eletrónica de um átomo de magnésio e de um átomo de oxigénio no estado
fundamental.
1.2 
Identifica, justificando, em que grupo e período da Tabela Periódica se encontram o magnésio e o oxigénio.
1.3 
Explica por que razão o magnésio é menos reativo do que o cálcio (20Ca).
1.4 
Refere que tipo de iões tem o magnésio tendência a originar. Justifica a tua resposta.
1.5 
Consulta a Tabela Periódica e refere o tipo de ligação existente no óxido de magnésio (MgO).
1.6 
Enumera três propriedades do óxido de magnésio.

2. Considera a molécula de fosfano (PH3) e responde às questões.


2.1 
Efetua a distribuição eletrónica para os átomos de 15P e de 1H.
2.2 
Identifica a que grupo e período da Tabela Periódica pertence o fósforo.
2.3 
Apresenta a notação de Lewis para os átomos de fósforo e de hidrogénio.
2.4 Representa a molécula de PH3 recorrendo à notação de Lewis.
2.5 
Classifica as diferentes ligações que se estabelecem entre o átomo de fósforo e cada um dos átomos
de hidrogénio. Justifica a tua resposta.
2.6 
Prevê duas propriedades que o fosfano deve apresentar.

3. Observa a figura, que representa um excerto da Tabela Periódica, e responde às questões.

10
Ne
11 12 17
Na Mg C#

19
K

Considera o elemento cujo número atómicoU9P224H1


3.1  é 11.
3.1.1 Efetua a distribuição eletrónica de um dos seus átomos.
3.1.2 Refere o nome do grupo a que pertence o elemento.
3.1.3 Representa a constituição de um átomo deste elemento cujo núcleo possua 12 neutrões.
3.1.4 Explica como varia a reatividade dos átomos dos elementos que pertencem ao mesmo grupo.
3.1.5 Identifica o halogéneo representado.
3.1.6 Refere o tipo de ligação que se estabelece entre os átomos de sódio e o halogéneo identificado
na questão 3.1.5.

4. Considera as fórmulas de estrutura A, B, C e D e responde às questões.

A H B H H C H C C H D H H H
H C H C C
H C C C H
H H
H H H H

4.1 Classifica as ligações que se estabelecem entre os átomos de carbono de cada uma das moléculas.
4.2 Menciona o número de ligações covalentes simples em cada molécula.
U9P225H2
4.3 Considera as moléculas B e C e refere aquela em que:
a) a ligação entre os átomos de carbono é mais fraca;
b) a ligação entre os átomos de carbono apresenta menor comprimento.
4.4 Seleciona, justificando, os hidrocarbonetos saturados e os hidrocarbonetos insaturados.
4.5 Refere o(s) hidrocarboneto(s) que pertence(m) à família dos alcanos, dos alcenos e dos alcinos.

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BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

4.6 Escreve a fórmula molecular de cada um dos hidrocarbonetos.


4.7 Calcula a massa molecular relativa de C e D.

5. Lê o texto seguinte e responde às questões.

Hexágonos, carbono e o Prémio Nobel da Física 2010


Os laureados com o Prémio Nobel da Física de 2010
são os Professores Andre Geim e Konstantin Novoselov,
«pelos seus trabalhos revolucionários sobre o material
bidimensional grafeno».
O que é, então, o grafeno? Esta nova forma de car-
bono puro consiste numa rede de hexágonos cujos vérti-
ces são ocupados por átomos de carbono. […] No gra-
feno, os hexágonos estão fixos, enquanto alguns dos
eletrões do carbono são livres de se movimentarem por
toda a rede, saltando de átomo de carbono em átomo de
carbono. Este sistema é o sólido mais fino que alguma
vez a Natureza produzirá. Na verdade, antes dos resulta-
dos de 2004 obtidos pelo grupo do Professor Geim,
qualquer físico diria que um material como o grafeno
não poderia nunca existir. Felizmente, a Natureza é
muito mais imaginativa do que o seu principal inquiri-
dor. […] As principais aplicações do grafeno são, entre
outras: novos painéis tácteis (touch-screens) para moni-
tores de computadores e aparelhos de comunicação
móvel, células solares, detetores de radiação e sensores
de tensão.
http://expresso.sapo.pt/hexagonos-carbono-e-o-premio-nobel-da-fisica-de-2010=f607662#ixzz3I4dJ1TCf (adaptado)

5.1 Explica o que é o grafeno.


5.2 Indica as suas principais aplicações.
5.3 Investiga sobre este composto e refere:
a) como pode ser obtido;
b) quais são as suas principais propriedades.

6. Considera os elementos químicos representados a seguir e responde às questões.


11 Na 20Ca 9F 10Ne 17 Cl
6.1 Faz a distribuição eletrónica para um átomo de cada um dos elementos apresentados.
6.2 Justifica se existem elementos do mesmo período.
6.3 Seleciona:
a) um metal alcalino;
b) um halogéneo.
6.4 Que tipo de iões tem o cálcio tendência a originar? Justifica a tua resposta.
6.5 Refere que tipo de ião forma o néon. Justifica a tua resposta.
6.6 Que tipo de composto podem formar o sódio e o cloro?
6.7 Refere que tipo de composto forma o sódio.
6.8 Explica a ligação que se estabelece entre os átomos de sódio.
6.9 Considera a molécula de F2.
6.9.1 Escreve a notação de Lewis e a fórmula de estrutura da molécula.
6.9.2 Classifica o tipo de ligação que se estabelece entre dois átomos de flúor. Justifica a tua resposta.

235

564829 210-237.indd 235 19/06/15 13:49


6.10
Dá exemplo de uma substância molecular, de uma substância iónica e de uma substância metálica que se
possam formar com os elementos apresentados.
6.11
Faz a correspondência correta entre as substâncias da coluna I e as respetivas características, na coluna II.

Coluna I Coluna II

A. Substância molecular 1. As unidades estruturais são corpúsculos neutros.


B. Substância iónica 2. São moles e maleáveis.
C. Substância metálica 3. Apresentam elevado ponto de fusão e são más condutoras
da corrente elétrica.
4. São boas condutoras da corrente elétrica no estado sólido.
5. Estabelecem-se ligações covalentes entre os seus átomos.
6. Formam redes cristalinas nas quais as unidades estruturais ocupam
posições aproximadamente fixas.

7. São duras e quebradiças.


8. Apresentam elevado ponto de fusão e são boas condutoras
da corrente elétrica quando estão em solução.

7. Observa a representação das moléculas da figura ao lado e responde A H H


O4
às questões.
H C1 C2 3C
7.1 Quantas ligações covalentes simples existem na molécula A?
O H
7.2 Quantos eletrões são partilhados entre os átomos 3 e 4 da molécula A? H H
7.3 Entre que átomos se estabelece uma ligação covalente tripla?
B H H
7.4 Determina a massa molecular relativa de A.
7.5 Identifica, justificando, o composto que representa um hidrocarboneto. H C5 C C7 C8 H
6
u8p198h1
H H
8. Seleciona a afirmação correta.
A. Os hidrocarbonetos são constituídos por carbono e água.
B. O benzeno é um hidrocarboneto aromático.
C. Os alcenos são hidrocarbonetos saturados.
D. Os alcinos contêm só uma ligação dupla. u8p198h2

9. Considera as fórmulas das substâncias seguintes.


KF Li I2 C2H2 C5H12
9.1 Seleciona uma fórmula que represente:
a) um composto orgânico;
b) um composto iónico;
c) um hidrocarboneto saturado;
d) um hidrocarboneto insaturado;
e) uma substância elementar molecular;
f) uma substância metálica.
9.2 
Considera apenas os hidrocarbonetos apresentados e que os números atómicos do hidrogénio e do carbono
são, respetivamente, 1 e 6. Para cada um deles, indica:
a) a notação de Lewis do hidrocarboneto insaturado;
b) a fórmula de estrutura do hidrocarboneto insaturado;
c) o tipo de ligações que se estabelece entre os átomos de carbono.
9.3 Refere três formas alotrópicas do carbono.

236

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BLOCO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

TRABALHAR COM DOCUMENTOS

Confirmado o elemento 115 da Tabela Periódica


O nome ainda é provisório — ununpêntio —, mas a
existência está confirmada experimentalmente: o ele-
mento 115 da tabela periódica é real. Isto não significa
que exista na Natureza, pelo contrário: a equipa liderada
por físicos da Universidade de Lund, na Suécia, teve de
se esforçar para obter o novo elemento num acelerador
de partículas, confirmando assim o que tinha sido dete-
tado inicialmente por uma equipa russa em 2004.
Os elementos com número atómico superior a 104 (o
número de protões no núcleo dos átomos) são conside-
rados elementos superpesados. Além de terem de ser produzidos em laboratório, só existem por breves instan-
tes, transformando-se rapidamente noutros átomos mais leves. Não ocorrem espontaneamente na Natureza,
porque a quantidade de partículas no seu núcleo torna-os muito instáveis.
Em 2004, a equipa de S. N. Dmitriev, do Laboratório
Flerov de Reações Nucleares da Rússia, relatou a obten-
ção do elemento 115, mas as provas apresentadas foram
consideradas insuficientes para que a descoberta se
pudesse tornar oficial. Era necessário uma confirmação
independente, por outra equipa.
Agora, a equipa coordenada pela Universidade de
Lund disparou átomos de cálcio (com 20 protões no
núcleo) contra átomos de amerício (com 95 protões),
tendo surgido o elemento 115, que é altamente radioa-
tivo. O resultado será publicado na revista The Physical
Review Letters.
Estas experiências permitem também obter informação sobre a estrutura e as propriedades dos núcleos dos
átomos mais pesados que se conhecem atualmente, sublinha o comunicado: «Isto abre caminho a novas pre-
visões sobre as propriedades dos átomos para lá da fronteira do conhecimento atual.» Agora, um comité da
União Internacional de Química Pura e Aplicada e da União Internacional de Física Pura e Aplicada vai fazer
a revisão dos novos resultados e decidir se ainda são necessárias mais experiências. Só depois de aquele comité
aceitar e confirmar oficialmente o elemento 115, a questão do nome se colocará.
Nessa altura, a equipa russa terá a primazia na escolha do nome, uma vez que foi a primeira a detetá-lo.
Designado por todo o lado por ununpêntio (que, em latim, significa «um-um-cinco»), resta saber se o nome
popular é o que ficará no final inscrito na Tabela Periódica, criada por Dimitri Mendeleev, em 1869, então só
com 63 elementos.
Público, 31/08/2013 (adaptado)

1. Refere, de acordo com o texto, o que é um elemento superpesado e que características apresenta.

2. Explica como se sintetizou o elemento 115.

3. Refere por que razão é importante conhecer as propriedades destes elementos que só se conseguem sintetizar
em laboratório.

4. Este novo elemento da Tabela Periódica é designado por ununpêntio. Que significado tem o nome atribuído?

5. Com base na notícia que acabaste de ler, discute, em grupo, sobre a validação do conhecimento científico.
Registem alguns tópicos das vossas respostas para apresentarem numa discussão a ser realizada na turma.

237

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Glossário

A Circuito elétrico fechado — E


Circuito onde todos os elementos
Aceleração média — Grandeza estão ligados entre si por fios Efeito joule — Efeito térmico
vetorial que traduz a variação de ligação, de modo que a corrente da corrente elétrica.
de velocidade de um corpo se estabeleça entre todos os pontos Eletrão — Partícula subatómica
num dado intervalo de tempo. com potenciais elétricos diferentes. que apresenta uma única carga
Alcanos — Compostos de carbono Circuito em série — Circuito que negativa.
e hidrogénio em que existem apresenta um único caminho para Eletrões de valência — Eletrões
apenas ligações covalentes a circulação da corrente elétrica. do último nível de energia
simples. preenchido do átomo, que estão
Composto iónico — Composto
Alcenos — Compostos de carbono neutro constituído por iões. em condições de estabelecer
e hidrogénio em que existe pelo ligações químicas.
Condutor elétrico — Material
menos uma ligação covalente Eletroíman — Dispositivo que
que oferece baixa resistência
dupla entre dois átomos de carbono. adquire propriedades magnéticas
à passagem da corrente elétrica.
Alcinos — Compostos de carbono apenas quando é percorrido
Condutor óhmico — Condutor
e hidrogénio em que existe pelo por uma corrente elétrica.
que verifica a Lei de Ohm.
menos uma ligação covalente tripla Eletrólise — Decomposição
entre dois átomos de carbono. Configuração eletrónica —
química que ocorre devido
Distribuição dos eletrões pelos
Alternador — Dispositivo que à passagem de uma corrente
diferentes níveis de energia
produz corrente alternada. elétrica.
de um átomo.
Aminoácidos — São as unidades Estado excitado — Estado
Corrente alternada — Corrente
estruturais das proteínas. com energia superior à do estado
cujo sentido e valor de intensidade
Ampere — Unidade de base fundamental.
variam periodicamente.
do Sistema Internacional Estado fundamental — O estado
Corrente contínua — Corrente
da corrente elétrica. de menor energia de um sistema.
que tem sempre o mesmo sentido.
Amperímetro — Aparelho que
Corrente elétrica — Movimento
se destina a medir a intensidade
ordenado de cargas elétricas F
de uma corrente elétrica.
ou quantidade de carga elétrica
Anião — Ião com carga negativa. Fonte de energia elétrica —
que atravessa uma dada secção
Todo e qualquer dispositivo
reta de um condutor por unidade
que transforma uma dada forma
de tempo.
B de energia em energia elétrica.
Bateria — Conjunto de elementos Força — Grandeza vetorial
de pilha associados em série. D que traduza interação entre
dois corpos.
Diferença de potencial elétrico —
Grandeza que permite interpretar a
C
existência G
Catião — Ião com carga positiva. de corrente elétrica num fio
condutor que liga dois pontos Grupo da Tabela Periódica —
Circuito aberto — Circuito que
cujo potencial é diferente. Os elementos de uma mesma
apresenta um ou mais pontos
coluna da Tabela Periódica.
onde não existe contacto entre Dinamómetro — Aparelho
os elementos condutores; que permite medir a intensidade
portanto, a corrente elétrica de uma força. H
não pode circular. Díodo — Dispositivo que permite Hidratos de carbono — Compostos
Circuito com derivações — a passagem da corrente elétrica de carbono cuja fórmula genérica
Circuito que apresenta em certos apenas num sentido. é CxHyOz (existem exceções).
troços mais do que um caminho Dissacáridos — Hidratos
para a corrente elétrica. Hidrocarbonetos — Compostos
de carbono cuja reação com a água que possuem unicamente carbono
Circuito elétrico — Associação produz dois monossacáridos. e hidrogénio.
de vários condutores que permitem Distância percorrida — Medida
a passagem da corrente elétrica. do espaço percorrido por um corpo;
corresponde ao comprimento
da trajetória.

238

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I Ligação iónica — Ligação que Proteínas — Compostos
se estabelece entre iões nos constituídos por aminoácidos
Ião — Espécie carregada compostos iónicos. que têm importantes funções
formada quando um átomo neutro estruturais e reguladoras
Ligação metálica — Ligação que
ou um grupo de átomos capta nos organismos vivos.
se estabelece entre os átomos
ou cede eletrões.
dos elementos metálicos.
Íman — Material que tem
a propriedade de atrair certos Q
materiais, nomeadamente o ferro, M Química orgânica — Ramo
o níquel, o cobalto e outros que Massa atómica relativa — da Química que se dedica
tenham estes metais na sua Massa de um átomo em unidades ao estudo dos compostos
constituição. de massa atómica. de carbono e das suas reações.
Impulsão — Força vertical exercida Massa molecular relativa —
de baixo para cima num corpo Massa de uma molécula R
que está mergulhado num fluido em unidades de massa atómica;
(líquido ou gás). corresponde à soma das massas Recetor de energia elétrica —
Inércia — Propriedade que todos atómicas relativas de todos Todo e qualquer dispositivo que
os corpos possuem de manter os átomos que constituem transforma energia elétrica noutra
os seus estados de repouso a molécula. forma de energia.
ou de movimento. Monossacáridos — Hidratos Regra do octeto — Regra
Insaturados — Diz-se dos compostos de carbono mais simples; segundo a qual os átomos,
em que existem ligações covalentes não se decompõem por reação ao formarem ligações químicas,
múltiplas (duplas ou triplas). com a água. têm tendência para ficar rodeados
por oito eletrões de valência.
Isolador elétrico — Material
que oferece grande resistência Resistência — Grandeza que
N mede a maior ou menor oposição
à passagem da corrente elétrica.
Newton — Unidade do Sistema à passagem da corrente elétrica.
Isótopos — Átomos que têm
o mesmo número atómico mas Internacional de força.
número de massa diferente. Número atómico — Número S
de protões existente no núcleo
de um átomo; caracteriza o Saturados — Diz-se
J elemento químico. dos compostos em que existem
só ligações covalentes simples.
Joule — Unidade do Sistema Número de massa — Número
Internacional de energia. total de partículas existentes
no núcleo (protões e neutrões). T
L Transformador — Dispositivo
O capaz de transformar a tensão
LED Light Emitting Diode —
de uma corrente alternada e,
Díodo emissor de luz; componente Ohm — Unidade do Sistema
consequentemente, a sua
eletrónico que permite a passagem Internacional de resistência
intensidade.
de corrente apenas num sentido elétrica.
e emite uma luz de fraca
intensidade. U
P
Ligação covalente dupla —
Unidade de massa atómica —
Ligação que se estabelece entre Polissacáridos — Hidratos
Massa de 1/12 da massa do átomo
dois átomos por partilha de dois de carbono constituídos por
de carbono-12 em repouso
pares de eletrões. mais de dez monossacáridos.
e no estado fundamental.
Ligação covalente simples — Potência — Grandeza que mede
Ligação que se estabelece a rapidez com que a energia
entre dois átomos por partilha se transforma.
de um par de eletrões. Pressão — Força exercida
Ligação covalente tripla — por unidade de área.
Ligação que se estabelece entre Protão — Partícula subatómica
dois átomos por partilha de três que possui uma única carga
pares de eletrões. elétrica positiva.

239

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Fontes fotográficas O Projeto Desafios de Físico-Química destinado
ao 9.o ano de escolaridade, 3.o Ciclo do Ensino Básico,
é uma obra coletiva, concebida e criada pelo
CASA DA IMAGEM P. 196 Sódio
Pp. 197 e 200  Utilização de metais Departamento de Investigações e Edições Educativas
P. 66 Teste de colisão, Science da Santillana, sob a direção de Sílvia Vasconcelos.
Photo Library P. 203 Aplicações dos halogéneos
P. 146 Eletroíman, S. P. L. e de gases nobres
EQUIPA TÉCNICA
P. 152 Curto-circuito, S. P. L. P. 218 Ouro; magnésio; ferro; zinco;
Chefe de Equipa Técnica: Patrícia Boleto
P. 186 Glenn Seaborg, S. P. L. mercúrio; prata
Modelo Gráfico e Capa: Carla Julião
P. 196 Potássio, S. P. L. P. 220 Água; diamante
Ilustrações: Cristina Santos, Miguel Félix e Paulo Oliveira
P. 200 Chama do magnésio, S. P. L. P. 221 Aplicações do grafeno
P. 224 Frutos; folhas verdes; Paginação: Célia Neves
Pp. 210 e 211  Ligação química, S. P. L.
árvore-da-borracha Documentalista: Paulo Ferreira
Pp. 225 e 226  Vários tipos de alimentos Revisão: Ana Abranches e António Brás
GETTY IMAGES P. 229 Chama do butano
EDITORA
P. 8 Atletas a correr P. 235 Ligação química
Paula Inácio
P. 63 Pessoas a caminhar P. 237 Tabela Periódica; acelerador
P. 6 Airbag a abrir de partículas CONSULTORES CIENTÍFICOS
Pp. 78 e 79; 88  Barragem
Adriano Sampaio e Sousa — Licenciado em Engenharia
P. 93 Halterofilista NUNO JORGE HENRIQUES Química pela Faculdade de Engenharia da Universidade
Pp. 98 e 99  Submarino
Pp. 63 e 64 Atividade prática com do Porto e Mestre em Física para o Ensino pela Faculdade
Pp. 116 e 117  Luzes da cidade
tijolos na areia de Ciências da mesma universidade. Professor
P. 125 Quadro retratando
Alessandro Volta P. 100 Experiência com rolha de cortiça do Ensino Secundário, atualmente aposentado. Assistente
P. 130 Estrada com muito P. 106 Experiências de impulsão Convidado do Departamento de Física da Faculdade
e pouco tráfego Pp. 119, 120, 121, 124 e 157  de Ciências da Universidade do Porto durante uma
Pp. 160 e 161  Estrutura atómica Circuitos elétricos década, responsável pelas cadeiras de Didática da Física
P. 130 Amperímetro analógico e História e Filosofia da Ciência.
P. 133 Medição de uma resistência Clara Magalhães — Doutora em Química pela
ISTOCKPHOTO P. 222 Experiências com substâncias Universidade de Aveiro, na Especialidade de Química
Pp. 6 e 7  Elétrico
Inorgânica, com a dissertação intitulada «Química
P. 8 Maré; ciclistas; chita, VMI de Formação de Minerais Secundários contendo
Terra e Lua
P. 8 Avião em voo, Corbis Arsenatos e Fosfatos». Professora Auxiliar com Agregação
P. 10 Trajetórias
P. 17 Corrida de 100 metros e Fórmula no Departamento de Química da Universidade de Aveiro.
Pp. 12, 17 e 23  Automóvel
P. 17 Nadador 1, Corbis Rui Jorge Agostinho — Doutorado em Física/Astrofísica
P. 20 Velocímetro Pp. 42 e 43  Nadador, Alamy/AIC pela Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, EUA.
P. 24 Foguetão a levantar voo Pp. 47, 72 e 75  Patinadores, Alamy/AIC Professor Auxiliar com nomeação definitiva
P. 37 Sinais de trânsito P. 67 Teste de colisão com capacete, no Departamento de Física da Faculdade de Ciências
P. 38 Veículos na estrada Corbis da Universidade de Lisboa.
P. 44 Terra; abraço; jovem com bola; Pp. 124 e 154  Resistência a aquecer Diretor do Observatório Astronómico de Lisboa.
baliza e bola de futebol água, Alamy/AIC
P. 45 Isaac Newton P. 165  Heisenberg, Alamy/AIC;
P. 48 Candeeiro em cima de mesa Schrödinger, Mary Evans Pic.
P. 50 Jogo da corda; bola de golfe Lib./AIC
P. 51 Bicicleta; gaivota Pp. 182 e 183  Tabela Periódica, Alamy/
Pp. 57, 72 e 73  Paraquedista AIC
P. 63 Rastos na neve P. 202 Cloro, Alamy/AIC
P. 65 Imagens do exercício e atividades P. 230 Combustão do etino, Alamy/AIC
© 2015
P. 69 Condutor; operário
P. 70 Patinador VÁRIOS Rua Mário Castelhano, 40 — Queluz de Baixo
P. 71 Pneu P. 24 Space Shuttle a aterrar, NASA 2734-502 Barcarena, Portugal
P. 72 Ténis; fósforo; música; Pp. 142 e 143  Iluminação artificial vista
engrenagens; curling; do espaço, NASA APOIO AO PROFESSOR
peixe; automóvel P. 61 Queda de motociclista, Reuters Tel.: 214 246 901
P. 75 Bola e taco de basebol, P. 202 Flúor, images-of-elements.com apoioaoprofessor@santillana.com
pagaia na água, pontapé P. 213 Redes de átomos, IBM Research,
P. 80 Várias manifestações de energia Zurich APOIO AO LIVREIRO
P. 81 Corpos em movimento; P. 220 Grafeno, EPA/LONG WEI Tel.: 214 246 906
fisga; fogueira P. 235 Cientistas, Wikipédia apoioaolivreiro@santillana.com
P. 82 Tipos de energia
P. 83 Sardinhas na brasa; Internet: www.santillana.pt
turbinas eólicas
Impressão e Acabamento: Lidergraf
P. 85 Queda-d’água
P. 93 Carrinho de choque ISBN: 978-989-708-701-1
P. 96 Atividades desportivas C. Produto: 412 010 604
P. 100 Balão; cano com fugas
P. 102 Copo com gelo; menina 1.a Edição
a apanhar maçã 3.a Tiragem
P. 104 Canoa
P. 114 Papagaio Depósito Legal: 394833/15
P. 118 Equipamentos do dia a dia
(atualmente elétricos)
P. 119 Condutores e isolantes
elétricos
P. 120 Vários objetos
P. 125 Pilhas
P. 133 Fios de cobre
P. 134 Reóstato
P. 136 Led
Pp. 146, 148 e 149  Eletrodomésticos
P. 151 Sinal de perigo
P. 152 Fusível; disjuntor
P. 159 Busca-polos A cópia ilegal viola os direitos dos autores.
P. 194 Grafite; diamante; enxofre Os prejudicados somos todos nós.

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