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Filosofia

Ética, direito e política – liberdade e justiça social, igualdade e diferença, justiça e equidade
(pág. 117/134)

As normas e os princípios éticos são muitas vezes insuficientes. Isto deve-se a:


 A lei moral não actua como qualquer lei física, universal, necessário e indiscutível,
mas está, sim, sujeita à compreensão, interpretação e aplicação por parte da
consciência humana.
 A consciência está sujeita a malformações, deformações, subjectivismo …. A
interpretação pela consciência das regras morais e dos princípios éticos não é
unívoca (única), depende da formação cultural e da maturidade moral de cada
indivíduo.

Direito:
 É um regulamento jurídico do Estado
 Distingue-se das normas morais
 Está fundamentado em princípios éticos (igualdade/imparcialidade/dignidade
humana)
 Faz apelo à ética
 Uma das funções é a realização de uma sociedade justa
 Cabe-lhe, dentro de uma sociedade politicamente organizada, regular os
comportamentos e sujeitar os indivíduos à autoridade das leis que fazem parte do
código penal. (Prof.)

Funções do Direito:
 Controlo – impedindo os comportamentos desviantes e a arbitrariedade dos órgãos
do Estado.
 Protecção – de garantias, direitos e liberdades individuais.
 Promoção da transformação da sociedade – com vista ao avanço da justiça, da
dignidade humana e do progresso. (leis penais/escolaridade obrigatória).

Origem do Estado:

O modelo actual supõe a existência de três concepções diferentes:


 Liberalimo
 Democrática
 Social

Liberalismo:
 Objectivo – defender a liberdade individual contra o poder absoluto do Estado.
 Procura limitar o poder do Estado através da divisão de poderes (legislativo,
executivo e judicial) e através direitos humanos.
 Entende a liberdade como uma “igualdade perante a Lei”.
Democracia liberal:
 Representa o triunfo das reivindicações politicas e sindicais.
 Aceita o sufrágio universal.
 Reconhece os direitos de associação e de participação politica.
 A democracia reduz-se a um procedimento para escolher e autorizar governos.

Democracia liberal social:

 Finalidade – “bem-estar social”.


 Valores – igualdade e segurança socioeconómica.
 Reconhece:
- Direitos económicos e sociais.
- Garantia das condições materiais mínimas de bem-estar/qualidade de vida/
participação nos serviços sociais/ participação politica.
 Sem cidadania não há democracia.

Democracia:
 Conceito descritivo (diz como está organizado um Estado).
 A sua legitimidade faz-se pelo direito.
 Exige impreterivelmente a existência de um Estado de direito, constituído por leis
e normas jurídicas que nos suguem como imposições de carácter obrigatório que
devem ser respeitadas por todo o cidadão. (Prof.)

Estado de direito:
 É um Estado onde impera a Lei.
 Nele ninguém nem os próprios poderes estão acima da Lei.
 A comunidade politica é estrutura segundo uma divisão e separação de poderes
(legislativo, executivo e judicial).
 Todos os poderes estão regulados e submetidos à lei fundamental a Constituição, a
qual deve ser estruturada em função das seguintes princípios éticos:
 O ser humano deve ser sempre tratado como um fim e nunca como um
meio.
 A dignidade humana e um valor que vale por si mesmo.
 Todos devem ser tratados de igual forma perante a Lei e a Lei deve ter
como princípio a defesa do bem-comum e o progresso moral e social dos
indivíduos.
 É ou Estado cujo poder e actividade estão regulados e controlados pela Lei
fundamental, a Constituição.
 Características fundamentais:
o Império da Lei – expressão da vontade geral manifestada num órgão
representativo de todos os cidadãos, a Assembleia.
o Divisão dos poderes – legislativo, executivo e judicial.
o Legalidade da Administração – actuação segundo a Lei e suficiente
controlo judicial.
Direitos e liberdades fundamentais – o sistema jurídico de um Estado de Direito
procura formalizar em deposições legislativas os direitos e liberdades fundamentais e,
garantir a sua aplicação prática.
Estado de direito (Prof.)

o Onde impera a Lei


Existe em todos os regimes
o Onde existe um controlo judicial
democráticos e é estruturada
o Onde existe uma Constituição onde estão consideradas
e estruturada em função dos
as normas e regras comportamentais
princípios éticos
o Onde existe uma divisão de poderes entre os cidadãos
(poder legislativo e judicial)

Estado, Nação e Sociedade civil

Nação:
 Conceito sociológico.
 Define uma comunidade de indivíduos ligados por laços linguísticos, étnicos,
históricos e culturais, fixada num território.
 Pertence-lhe a sociedade política – política que fazem parte do aparelho
legislativo, executivo e administrativo e partidos).
 Pertence-lhe a sociedade civil – instituições de natureza religiosa, cultural,
económica ….
 Pode estar dividida em vários Estados ou o Estado incluir diferentes
nacionalidades.

Estado:
 Designa “povo de cidadãos”, com órgãos políticos, administrativos e jurídicos
autónomos.
 Características:
o Um único ordenamento jurídico;
o Poder coercitivo (policia e exercito) que garante o respeito pelas leis e a
defesa do Estado face a inimigos externos;
o Capacidade de administrar os seus recursos e cobrar impostos.

As instituições cívicas desempenham um papel importante na estabilidade da democracia



Desenvolvem:

 Virtudes sociais – honrar compromissos, respeitar as normas da reciprocidade e


evitar comportamentos oportunistas.
 Capital social – normas, valores e modelos de referência.

Promovem a confiança mútua e fortalecem a democracia.


O problema da legalidade e da legitimidade

 Uma norma é legal quando é promovida por uma autoridade competente.


 Nem todo o acto legal é legítimo, isto é, nem sempre respeita os princípios da
moral e da constituição.
 Um acto é legitimo quando está em conformidade com:
 Os princípios éticos da liberdade e da dignidade de todos indivíduos;
 Vontade de convivência comunitária e cooperativa
E só é legal quando emanar de uma autoridade competente.

A legitimidade de uma lei depende:


 Dos requisitos procedimentos estabelecidos;
 O seu conteúdo deve ajustar-se aos princípios éticos fundamentais explicitados na
Constituição. Uma lei é anticonstitucional quando não respeita esses princípios;
 Para ser legítima, uma lei tem de ser justa  visar o interesse geral.

O problema da fundamentação da legitimidade do Direito

O direito fundamenta-se em razões que fundamentem a sua autoridade.

Teorias que visam tradicionalmente a função do Direito:

 Juspositivismo/positivismo jurídico:
 Parte de uma concepção organicista do Estado;
 Defende o Direito como um fenómeno social;
 Chama-se Direito positivo ao conjunto de leis criadas pelo Estado;
 Privilegia a sociedade como um todo;
 Jurisprudência é uma ciência positiva (pura) que recorre ao método de
indução – a partir da experiência fazem-se leis correspondem à
necessidade de resolver problemas sociais.

 Jusnaturalismo:
 Baseado nos princípios do direito natural;
 A Lei é inseparável da ética;
 Lei natural – leis que estão inscritas na natureza humana por Deus;
 Privilegia o indivíduo.

A questão da legitimidade do direito está associada à questão da legitimidade democrática



Não há democracia se o poder politico não expressar a livre vontade dos cidadãos e não lhes
garantir os direitos e liberdades fundamentais.

O principio da liberdade, da igualdade e da justiça


O estado deve ter um carácter ético.

 Liberdade
 Igualdade princípios orientadores do estado
 Justiça

Liberdade – principio segundo a qual todos os seres humanos nascem livres e iguais.

Não temos uma liberdade absoluta – partilhamos a liberdade e, por isso, a noção de
liberdade não tem outra limitação que não seja ela própria. A minha liberdade tem os limites
que me impõem a liberdade dos outros.

Não nos basta uma liberdade formal: precisamos de aplicar a liberdade aos diferentes
domínios da vida pessoal e social.

A liberdade e a igualdade colocam exigências de justiça.

A justiça e o principio da equidade

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