Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2º Semestre de 2012
______________________________________________________________________
Tucuruí-PA
2º Semestre de 2012.
PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DO SISTEMA DE
AUTOMAÇÃO, SUPERVISÃO E CONTROLE DA UHE
TUCURUÍ.
Prof.Dr.Ivaldo Ohana
Orientador – FEE/ CTUC/ UFPA
Jucileia e Zenilde
4
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradecemos a Deus, pois os sonhos Dele para nossas vidas
sempre foram maiores que os nossos, e sabemos que esses sonhos estão se cumprindo e
continuarão a se cumprir em nós.
Ao nosso orientador, Prof. Dr. Ivaldo Ohana, pelo apoio, disponibilidade e incentivo,
sem sua ajuda e experiência esse trabalho não seria possível.
Aos nossos colegas da Eletrobrás Eletronorte por se disporem em nos ajudar com
seus conhecimentos e experiências, contribuindo para o desenvolvimento desse trabalho.
5
SUMÁRIO
2.4 SCADA............................................................................................................................... 29
2.4.1 Objetivos de um SCADA ......................................................................................... 29
2.4.2 Características de um SCADA ................................................................................. 30
2.4.3 Formação ou Arquitetura de um SCADA ................................................................ 33
2.4.4 Apresentação Gráfica de um SSC (SCADA) ........................................................... 33
2.4.5 Redundância e Confiabilidade ................................................................................. 36
6
2.5.1 Estimador de Estados ............................................................................................... 38
2.5.2 Controle Conjunto .................................................................................................... 38
2.5.3 Outros Aplicativos ................................................................................................... 39
8
Lista de Figuras
Figura 2.1: Gráfico da matriz energética brasileira
Figura 2.2: Processo de conversão de energia em usinas hidrelétricas
Figura 2.3: Vertedouro da UHE Tucuruí
Figura 2.4: Casa de força da UHE Tucuruí durante a montagem das unidades geradoras
Figura 2.5: Casa de Força (I e II) da UHE Tucuruí após a montagem das unidades geradoras
Figura 2.6: Composição de um Hidrogerador
Figura 2.7: Turbina do tipo Francis utilizadas na UHE Tucuruí
Figura 2.8: a) Desenho rotor e estator; b) Estator da UHE Tucuruí; c) rotor da UHE Tucuruí
Figura 2.9: a) Descida do rotor da UHE Tucuruí na casa de força; b) Fechamento do gerador da
UHE Tucuruí
Figura 2.10: Modelo de um CLP utilizado na UHE Tucuruí.
Figura 2.11: Configuração de um Sistema de Automação de Usinas Hidrelétricas
Figura 2.12: Pirâmide de Automação Elétrica
Figura 2.13: Demarrador (painel de comando) e Moto-Bombas do Sistema de Regulação de
Velocidade da UHE Tucuruí - Casa de Força II
Figura 2.14: Salas de Comando da UHE Tucuruí, CF I (ULCP-01) e CF II (ULCP-10)
Figura 2.15: Centro de Operação da Usina – COU da UHE Tucuruí atual
Figura 2.16: Alguns Centros de Operação Regional do Brasil
Figura 2.17: Seleção de níveis de comando.
Figura 2.18: IHM utilizada na UHE Tucuruí nas ULCP’s
Figura 2.19: Telas de informações de um sistema SCADA
Figura 2.20: Diagrama dos três elementos principais de um SCADA
Figura 2.21: Modelo real de uma estação de Supervisão e Controle
Figura 2.22: Exemplo de uma Tela de Alarmes
Figura 2.23: Representação de filtragem de alarmes/eventos
Figura 2.24: Sistemas mais modernos com tecnologia 3D
Figura 2.25: Modelo de Sistema com Redundância
Figura 2.26: Unidades geradoras trabalhando em controle conjunto
Figura 2.27: Sala de Controle de um Centro de Operação típico (CNOS)
Figura 2.28: Organização da infraestrutura de supervisão e controle do ONS
Figura 2.29: Centro de Operações Regionais do ONS: COSR-NCO(a), COSR-NE(b), COSR-SE(c),
COSR-S(d)
Figura 2.30: Interligações lógicas entre os sistemas de supervisão da Eletrobrás Eletronorte
Figura 3.1: Imagens da Inauguração da UHE Tucuruí
9
Figura 3.2: Localização da UHE Tucuruí e sua bacia hidrográfica
Figura 3.3: Foto panorâmica da UHE Tucuruí e suas características.
Figura 3.4: Usina Hidrelétrica de Tucuruí – Corte da Barragem da Casa de Força (2ª Etapa)
Figura 3.5: Usina Hidrelétrica de Tucuruí – Conjunto Turbina - Gerador
Figura 3.6: Diagrama dos fabricantes dos geradores da UHE Tucuruí
Figura: 3.7: Diagrama simplificado do fluxo de potência do Sistema Pará
Figura 4.1: Sala de Comando da Usina (COU) até 2002.
Figura 4.2 Esquema do primeiro SSC da UHE Tucuruí
Figura 4.3 Servidores Mestre e Escravo da UHE Tucuruí (CIS1 e CIS2)
Figura 5.1: À esquerda ULCP antes do Retrofit e a direita durante o processo.
Figura 5.2: Operador recebendo instrução para trabalhar com o SSC antigo e o novo.
Figura 5.3: Imagem do sistema Alstom
Figura 5.4: Tela da base de dados
Figura 5.5: Telão (Display) utilizado pelos operadores
Figura 5.6: Novo layout da Sala do COU após modernização.
Figura 6.1: Nova tela de comando, com visão geral da Usina.
Figura 6.2: O COU e algumas telas disponíveis aos operadores.
10
Lista de Tabelas
Tabela 2.1: Características de um sistema SCADA.
Tabela 3.1: Características dos geradores da UHE Tucuruí de acordo com manual do fabricante.
Tabela 5.1: Comparativo entre o SSC antigo e pós-modernização
11
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO
Em um país como o Brasil, que possui uma vasta bacia hidrográfica de rios com
grandes desníveis, uma das soluções mais econômicas para gerar energia é aproveitar a força
das águas, nas usinas hidrelétricas. E como essas hidrelétricas, principalmente as de grande
porte, possuem um complexo arranjo arquitetônico e múltiplos sistemas que integram o
processo de geração de energia, operar e manter esses sistemas torna-se cada vez mais
dependente de sofisticados sistemas de automação que façam a supervisão e o controle de
todo o processo.
Um conceito para automação seria a capacidade de se executar comandos, obter
medidas, regular parâmetros e controlar funções automaticamente, sem a intervenção humana.
Podemos dizer também que é sinônimo de integração, ou seja, da função mais simples a mais
complexa, existem um ou mais sistemas que permitem que um dispositivo seja controlado de
modo inteligente, tanto individualmente quanto em conjunto, visando alcançar um nível maior
de segurança, conforto e informação (Pinheiro 2012).
1.2 MOTIVAÇÃO
1.3 OBJETIVOS
Geral
12
Fazer uma descrição geral sobre o sistema de automação, supervisão e controle
utilizado nas usinas hidrelétricas. E apresentar alguns conceitos relevantes dentro desse
contexto.
Específico
Com base no objetivo geral, descrever como era o sistema de automação, supervisão
e controle no início da operação da UHE Tucuruí, quais as modernizações que esse sistema
passou e como ele está operando nos dias atuais.
13
CAPITULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 INTRODUÇÃO
O Brasil usa energia hidrelétrica desde o final do século 19, mas as décadas de 1960
e 1970 marcaram a fase de maior investimento na construção de grandes usinas.
De acordo com o BEN-2011 (Balanço Energético Nacional-2011), tendo como base
o ano de 2010, o gráfico mostra as principais fontes de energia usadas no Brasil. Nota-se que
cerca de 75% da energia elétrica produzida no Brasil vem de usinas hidrelétrica.
A previsão do Plano Decenal de Energia é que o País terá 71 novas usinas até 2017,
com potencial de geração de 29.000 MW, sendo 15 na bacia do Amazonas, 13 na bacia do
Tocantins-Araguaia, 18 no rio Paraná e 8 no rio Uruguai. As 28 usinas hidrelétricas
planejadas na região amazônica têm no seu conjunto, a capacidade instalada de 22.900 MW.
14
lagos através da construção de uma obra de represamento, ou a partir de uma queda d’água
natural.
Os principais componentes das usinas hidrelétricas são quase sempre os mesmos: A
barreira, ou represa, onde fica armazenada a água que irá gerar a energia e é, muitas vezes,
aproveitado para atividades de lazer pela população, assim como, é também o maior
responsável pelo impacto ambiental de uma usina; a comporta de controle é aberta enviando
água para o duto que levará às turbinas; turbinas, por exemplo, a do tipo “Francis” (com
várias lâminas curvas em um disco que ao serem atingidas pela água, giram em torno de um
eixo); geradores, eles possuem uma série de eletroímãs que produzem corrente elétrica; um
transformador elevador, que aumenta a tensão elétrica até um nível adequado à sua condução
até os centros de consumo; fluxo de saída, (ou tubo de sucção) que conduz a água da turbina
até a jusante do rio; e as linhas de transmissão, que distribuem a energia gerada.
15
As infraestruturas de uma usina hidrelétrica que formam os seus sistemas primários
são: turbinas, geradores, transformadores, juntamente com todos os equipamentos auxiliares
como bombas, válvulas, compressores, etc. São eles os responsáveis por gerar, transformar e
despachar a energia elétrica.
O sistema primário é complementado por sistemas secundários que são constituídos
por todos os equipamentos e dispositivos usados para supervisionar, monitorar, controlar e
proteger a usina hidrelétrica como um todo. Devido ao sistema de proteção ser considerado
uma aplicação específica e com várias particularidades, não nos aprofundaremos sobre esse
assunto nesse trabalho.
Os equipamentos dos sistemas secundários são: Transformadores de Corrente (TCs),
Transformadores de Potencial (TPs), sensores, painéis de controles convencionais,
Controladores Lógicos Programáveis (CLPs), Dispositivos Eletrônicos Inteligentes (IEDs-
Intelligent Electronic Devices), relés de proteção, servidores e estações de trabalho,
equipamentos da rede de comunicação, etc. Esses elementos executam a função de
supervisionar, controlar, automatizar, proteger e monitorar os equipamentos primários.
2.2.2 O Vertedouro
16
2.2.3 Casa de Força
Figura 2.4: Casa de força da UHE Tucuruí durante a montagem das unidades geradoras
Figura 2.5: Casa de Força (I e II) da UHE Tucuruí após a montagem das unidades geradoras
2.2.4 Hidrogeradores
17
Figura 2.6: Composição de um Hidrogerador
A turbina é formada por uma série de pás ligadas a um eixo acoplado ao gerador. A
pressão da água que entra na turbina, por meio do conduto forçado, produz um movimento
giratório do eixo, o qual, por meio de um campo magnético induzido dentro do gerador, gera
eletricidade. Ou seja, a energia hidráulica é transformada em energia mecânica quando a água
passa pela turbina, fazendo com que esta gire. No gerador, que está acoplado à turbina, a
energia mecânica é transformada em energia elétrica.
2.2.5 Turbina
18
Figura 2.7: Turbina do tipo Francis utilizadas na UHE Tucuruí
Figura 2.8: a) Desenho rotor e estator; b) Estator da UHE Tucuruí; c) rotor da UHE Tucuruí
19
Figura 2.9: a) Descida do rotor da UHE Tucuruí na casa de força; b) Fechamento do gerador da
UHE Tucuruí
20
Figura 2.10 - Modelo de um CLP utilizado na UHE Tucuruí.
22
Nível 0 – Processo
O nível 0 de processo é a base da pirâmides hierárquica, onde estão localizados os
dispositivos de entrada e saída. É onde são fornecidas as interfaces necessárias para
supervisionar e operar o processo. Os dispositivos, sensores e atuadores, são instalados no
campo junto ao processo, nos equipamentos e painéis da unidade geradora. Nesse Nível de
processo é possível fazer supervisão e operação de partes de cada equipamento
separadamente.
23
Com a tecnologia numérica, esse nível passou a ser chamado de "estação". Nele é
permitida a completa supervisão e operação da unidade. Há também a possibilidade de fazer
armazenamentos e recuperação de dados nesse nível. Normalmente no nível de controle local,
a unidade geradora é operada apenas em situações especiais como testes e emergências, por
exemplo.
Como exemplo prático desse nível, na UHE Tucuruí, instalação em estudo nesse
trabalho, temos a ULCP-Unidade Central de Controle Principal, que são salas, onde há
painéis, IHMs, etc, que permitem o comando total e informações para 02 unidades geradoras
principais de forma independente, ou seja, a sala tem 02 fileiras de painéis sendo uma fileira
para cada unidade, com exceção que na Casa de Força II há uma ULCP que abriga comandos
de 3 unidades geradoras. Nesse ambiente é possível fazer, caso seja necessário, a partida e
parada da unidade geradora, ajustes de tensão e potência, enfim o comando total da unidade.
24
Figura 2.15: Centro de Operação da Usina – COU da UHE Tucuruí atual
Na UHE Tucuruí, é nesse nível que fica a Sala do Centro de Operação da Usina –
COU, vista na figura 2.15. Nela os operadores dispõem de um sistema que faz toda a
supervisão e o controle da usina, disponibilizam relatórios de ocorrências que são analisados
pelas áreas competentes, além de fazerem a comunicação com os órgãos externos
responsáveis pelo Sistema Interligado Nacional, consequentemente com o despacho, dentre
outros assuntos.
Nível 4 - Controle Remoto (ou Centro de Operação)
Esse nível é um Centro de Operação de várias usinas, que está distante
geograficamente delas, por isso é chamado remoto. É também um sistema SCADA, onde é
possível monitorar e gerenciar o sistema de energia remotamente, fornecendo energia elétrica
ao sistema de acordo com a demanda e os contratos existentes.
2.3.3.2 Alarmes
28
Os tipos de comandos existentes são: binário e analógicos. Podemos fazer comando
para equipamentos usando saídas binárias através de relés (eletromecânico ou estáticos) e por
meio de saídas analógicas através de conversores digital/analógico nas formas de tensão ou
corrente. Esses comandos têm atuação direta nos equipamentos primários, controlando suas
funções.
Como exemplos de comandos binários podemos exemplificar: abrir/fechar
(trip/close) um disjuntor, uma seccionadora, aplicar/desaplicar freios etc.
Nos comandos de saídas analógicas a alteração de estado se baseia em
comportamentos, definir referências e parâmetros, por exemplo, os limites dos reguladores de
velocidade e/ou tensão.
2.4 SCADA
29
Figura 2.19: Telas de informações de um sistema SCADA
O objetivo principal dos sistemas SCADA é propiciar uma interface de alto nível do
operador com o processo informando-o "em tempo real" de todos os eventos de importância
da planta. Logo são sistemas de supervisão de processos industriais que coletam dados do
processo através de remotas industriais, principalmente Controladores Lógicos Programáveis
(CLPs), formatam estes dados, e os apresenta ao operador em uma variedade de formas. É
também uma solução tecnológica que permite aos seus usuários realizar remotamente
mudanças de "set-point" em controladores de processo, abrir válvulas ou disjuntores,
monitorar alarmes e trazer medições de locais geograficamente distribuídos para um Centro
de Operações. A aplicação de um SCADA evita a presença constante de operadores em locais
remotos enquanto estes encontrarem em situações normais de operação. Um SCADA possui
obrigatoriamente uma Interface Homem Máquina - IHM através da qual o operador enxerga e
atua sobre o processo, mas não se limita somente a isto. Neste capítulo iremos abordar os
princípios básicos que constituem um SCADA.
Hoje os sistemas de supervisão oferecem três funções básicas:
a) Funções de supervisão;
b) Funções de operação;
c) Funções de controle.
30
Para se escolher qual o melhor modelo de um SCADA que irá se adequar ao
processo a ser supervisionado e controlado, devem ser observadas na Especificação técnica, a
que mais se adapta ao projeto específico. As características de um SCADA serão tratadas a
seguir, sendo que estaremos direcionando ao setor de energia elétrica.
31
elaboradas, consistindo um diferencial que deve ser bem avaliado.
Fórmulas de cálculo genéricas.
Funções PID – Proporcional/Integral/Derivativo. Utilizado com
grande intensidade nas indústrias de processo e com menor no setor
Funções disponibilizadas elétrico.
Fórmulas elétricas.
Rampa.
Contador.
Linguagem própria (tipo Script).
Implementação de novas
Módulos objetos suportados com linguagem C, C++, Delphi.
funções
Não suporta implementação de novas funções.
Disponibiliza código fonte.
Software Disponibiliza parcialmente sub-rotinas (APIs do mundo Microsoft).
Não disponibiliza novos desenvolvimentos.
IEC 60870-5-101, 103, 104.
IEC 61850.
Protocolos do setor elétrico DNP 3.
suportados MODBUS.
ICCP.
Proprietários ( Courrier, Microlab, outros).
SCADA proprietário de uma empresa, sendo orientado a suportar os
equipamentos desta solução.
Vantagem – Integração fácil com os equipamentos suportados, com
ferramentas de configuração inclusas.
Implementação
SCADA genérico onde equipamentos (UTRs, Relés, etc) são
mapeados através de ferramenta de configuração.
Vantagem – Independente dos grandes fornecedores de solução de
automação. Filosofia do IEC 61850.
Tratamento de alarmes e eventos com milisegundos.
Definição de prioridades de alarmes e filtros.
Tratamento especial de disjuntores, seccionadoras, taps de
transformadores, religamentos, impedimentos.
Tags de impedimentos de operação de equipamentos liberados para
manutenção.
Limites com troca automática em função de carga leve, média e
pesada.
Aplicação orientada ao
Tratamento de variáveis trifásicas.
setor elétrico
Funções de manobra do setor elétrico.
Conexão elétrica entre equipamentos para funções E M S.
Intertravamento de comandos.
Segurança de acesso com perfil configurável.
Reconhecimento de alarme por nível de tensão, telas, individuais.
Geração automática de relatórios diário de cargas interrompidas
por eventos do sistema.
Programação de automatismos.
32
2.4.3 Formação ou Arquitetura de um SCADA
33
correspondem às variáveis do processo real (ex: temperatura, nível, vazão etc), se
comportando como a ligação entre o controlador e o sistema. É com base nos valores das tags
que os dados coletados são apresentados ao usuário.
A Figura 2.21 mostra um modelo com várias telas que são utilizadas em sistemas de
Supervisão e Controle.
34
As mudanças de estado do processo devem ser registradas. A utilização de alarmes e
eventos para detecção e aviso de situações anormais é uma funcionalidade disponível em
todos os sistemas SCADA. Essa janela permite ainda: reconhecer os alarmes, visualizar
históricos de alarmes gravados e muitas outras funções.
35
Figura 2.24: Sistemas mais modernos com tecnologia 3D
Hoje há no mercado SCADA’s com tecnologia 3D, dando mais realismo ao sistema
antes de apenas símbolos que representavam um conjunto de equipamentos, como na figura
2.24, de um transformador ou chave secionadora.
Existem processos industriais que não podem parar. A parada destes processos pode
causar prejuízos financeiros imensos ou até mesmo riscos a vida.
Desta forma alguns dos sistemas SCADA podem ser configurados de forma
redundante. Existem inúmeros métodos de arquitetura de redundância de dados, variando de
fabricante a fabricante de SCADAs. O mais utilizado é comumente chamado de hot standby.
Existem dois servidores, um chamado primário e outro secundário ou backup. Os
dois sistemas possuem bases de dados idênticas (planilhas de comunicação com o CLP).
Quando o servidor primário está em funcionamento, os clientes requisitam os dados
deste servidor. O próprio servidor secundário também requisita os dados do servidor primário
e deixa a sua base de dados inativa.
36
Quando o servidor primário não está mais ativo, os clientes automaticamente
começam a requisitar dados do servidor secundário. O servidor secundário, por sua vez, ativa
a sua base de dados local e inicia a leitura das variáveis no CLP.
Quando o servidor primário volta à ativa, o sistema chaveia-se automaticamente, ou
seja, volta à condição inicial.
2.5 EMS
38
Figura 2.26: Unidades geradoras trabalhando em controle conjunto.
Outros aplicativos podem fazer parte do EMS, por exemplo, para cálculos
hidrológicos. Os cálculos hidrológicos são relacionados ao reservatório de água. Para se
realizar esses cálculos são utilizadas medidas de níveis a montante e a jusante, além das
vazões, tanto turbinadas como vertidas. Esses cálculos são utilizados para otimizar a operação
da usina, trazendo benefícios econômicos, pelo aumento da eficiência, e ambientais, pelo
melhor uso da água (Lopes, 2001).
40
Figura 2.28: Organização da Infraestrutura de Supervisão e Controle do ONS
41
Figura 2.29: Centros de Operação Regionais de sistema do ONS: COSR-NCO(a), COSR-
NE(b), COSR-SE(c), COSR-S(d).
CNOS – Centro Nacional de Operação do Sistema: centro do ONS com o
maior grau hierárquico que coordena e controla a geração do Sistema
Integrado Nacional (SIN) e os equipamentos com maior relevância para a
operação sistêmica;
COSR-S, COSR-SE, COSR-NCO, COSR-NE – Centros de Operação dos
Sistemas Regionais, respectivamente, das áreas Sul, Sudeste, Norte/Centro-
Oeste e Nordeste localizados nas cidades de Florianópolis, Rio de Janeiro,
Brasília e Recife são responsáveis respectivamente pela supervisão e
operação das informações de todas suas instalações elétricas.
COS-BELÉM – Centro de Operação do Sistema: é o centro de operação que
faz as tratativas e ações de controle com COU UHTU (Centro de Operação da
Usina - UHE Tucuruí).
A divisão organizacional dos centros de operação está dividida em três áreas básicas:
Pré-operação, Operação em Tempo Real e Pós-Operação.
Pré-operação - responsável por analisar e liberar as programações de
intervenção para manutenção e o atendimento de demandas de empresas
externas (outros agentes do SIN e demais prestadores de serviço). Ainda é
responsável pelo trabalho de normatização dos procedimentos operacionais
de modo a garantir a precisão das manobras, elevando a confiabilidade da
operação, minimizando riscos ao sistema e erros operativos.
Operação em tempo real – responsável pelo monitoramento do intercâmbio
entre áreas, controle de tensão, monitoramento de carga e frequência, controle
dos limites operativos dos equipamentos, dentre outras. E programação das
atividades durante sua execução.
Pós-operação - responsável pela análise das ocorrências e perturbações do
sistema elétrico, elabora relatórios e estudos com base nos resultados da
operação de tempo real. Faz a gestão dos bancos de dados, históricos e
estatísticos, bem como a apuração dos indicadores de qualidade da operação.
É função da pós-operação acompanhar, fiscalizar e auditar o trabalho da
operação de tempo real.
42
Na figura 2.30 uma arquitetura simplificada das interligações lógicas dos Sistemas de
Supervisão e Controle dos Centros de Operação vinculados a Eletrobrás Eletronorte.
44
CAPÍTULO 3
A UHE TUCURUÍ
3.1 INTRODUÇÃO
45
Figura 3.1: Imagens da Inauguração da UHE Tucuruí
46
A bacia hidrográfica, figura 3.2, onde se localiza a Usina de Tucuruí possui grandes
dimensões e regime hidrológico nos seus dois principais rios (Tocantins e Araguaia), que
nessa barragem adquirem dimensões incomuns. Dessa forma, o vertedouro, com 580m de
extensão e capacidade de verter até 100.000m³/s, é o maior do mundo neste aspecto.
Por tratar-se de uma obra de grande porte, uma Usina Hidroelétrica, como no caso de
Tucuruí, indubitavelmente causou reflexos, junto ao meio ambiente, e também frente à
sociedade local. Contudo, os benefícios proporcionados por tal construção, frente ao meio
ambiente e a sociedade, também devem ser estudados, para que fique demonstrada à grande
evolução e melhora da região.
A UHE de Tucuruí possui, em sua totalidade, uma extensão total de 7,5 Km, com
altura máxima de 100 metros, equivalente à de um edifício de 30 andares.
Construída em duas etapas, Tucuruí tem capacidade instalada de 8.370 MW. As
obras da primeira casa de força - com 12 unidades geradoras de 350 MW, duas auxiliares de
22,5 MW e potência instalada de 4.245 MW foram concluídas em dezembro de 1992.
Em junho de 1998, foi iniciada a construção da segunda casa de força, com 11
unidades geradoras de 375 MW e potência instalada total de 4.125 MW, concluída em abril de
2007. Esses dados estão resumidos na figura 3.3.
Figura 3.4: Usina Hidrelétrica de Tucuruí – Corte da Barragem da Casa de Força (2ª Etapa)
Na figura 3.5 também podemos observar o conjunto constituído por turbina, gerador
e demais equipamentos e sistemas periféricos destinados a converter a energia mecânica em
energia elétrica. Entre os sistemas e equipamentos periféricos estão os reguladores de
velocidade e de tensão (sistema de excitação), os auxiliares elétricos: transformadores,
disjuntores, seccionadoras, etc. E os auxiliares mecânicos: mancais, freios, bombas,
compressores, tubulações, etc.
48
Figura 3.5: Usina Hidrelétrica de Tucuruí – Conjunto Turbina - Gerador
49
Tabela 3.1: Características dos geradores da UHE Tucuruí de acordo com manual do fabricante
Característica CF I CF II UGH 24 e UGH 24
Potencia (MVA) 350 390 25
Tensão (kV) 13,8 13,8 13,8
Corrente(A) 14643 16316,4 1812
Freqüência (Hz) 60 60 60
Fator de Potencia 0,95 0,96 0,80
Número de Pólos 88 88 22
Rotação (rpm) 81.8 81,8 327,27
Tipo de Excitação Estática Estática Estática
Tipo de Ligação Estrela Estrela Estrela
Classe de Isolação F F F
Tipo de Imbricado/ondulado Imbricado Imbricado
Enrolamento
A UHE de Tucuruí possui 11 linhas de 500kV chegando até a SE Tucuruí e então são
redistribuídas por meio de linhas de transmissão que chegam até o sul do país.
50
CAPÍTULO 4
O PRIMEIRO SISTEMA DE SUPERVISÃO E CONTROLE DA UHE
TUCURUÍ
4.1 INTRODUÇÃO
51
Nível Central: Corresponde ao COU que controla todos os equipamentos da usina e
dispõe de uma capacidade de processamento adequada para permitir a execução automática
de um grande número de tarefas.
O Sistema de Supervisão e Controle da UHE Tucuruí estende-se, portanto, desde aos
equipamentos de controle convencional do nível mais baixo até o COU, que é totalmente
informatizado. A interface entre os equipamentos de tecnologia digital e os equipamentos
convencionais ocorre no nível local – unidades/instalações, onde se encontram as Unidades
Terminais Remotas (UTR’s) que são microcomputadores dotados de módulos de entrada e
saída, capazes de fazer a conexão com os equipamentos convencionais.
52
4.5 REQUISITOS FUNCIONAIS
53
Recepção e tratamento das informações do tipo medidas analógicas; medidas de
contagem e sinalizações digitais, provenientes das UTR’s;
Recepção e tratamentos das informações do tipo programação de despacho de carga,
provenientes do COR-PA;
Transmissão de informações para o COR-PA;
Transmissão de telecomando para as UTR’s, de modo que essas possam atuar sobre os
acionadores dos equipamentos (unidades geradoras, vertedouro e subestação);
Detecção de falhas nos equipamentos de transmissão;
Supervisão das vias de comunicação dos computadores.
4 Subsistema de Gestão da Configuração
Comutação dos equipamentos informáticos no COU, a pedido do operador ou
automaticamente em caso de falha do computador principal;
Supervisão da continuidade da ligação entre o COU e as UTR’s e entre o COU e o
COR;
Supervisão dos equipamentos do COU.
5 Subsistema da Base de Dados
Armazenamento de informações recebidas para tratamento;
Atualizações de informações adquiridas do processo;
Armazenamento de parâmetros do sistema;
Atualização da base de dados por solicitação do operador.
6 Subsistema de Aplicações
Controle conjunto das unidades geradoras principais, a partir das solicitações do COR-
PA;
Programa de ajuste de vazão do vertedouro da usina;
Realização de sequência automática, a partir de comandos oriundos do quadro de
comando local ou do COU.
54
Periféricos de serviço;
Painel mímico;
Bastidor de configurações;
UTR’s
Modems para comunicação com as UTR’s;
Comutadores para ligação com COR e com os registradores do painel mímico;
Postos de operação.
55
Remotas (UTRs) seriam as Estações Remotas, fazendo a relação a estrutura básica de um
SCADA.
56
4.7 DIFICULDADES DO SSC DA UHE TUCURUÍ
No passado a maior dificuldade era a interface com as UTR´s, para carregar uma
lógica nova, as mesmas eram carregadas via fita cassete.
Problemas com sistema operacional, carregamentos de programas.
Unidade de disco tinha muitas dificuldades mecânicas por ser disco, muito
semelhante aos LP antigos, devido essas dificuldades mecânicas foram feitos “upgrade”
colocando com disquete de 5 ¼ e um HD de 20Mb, para comunicação com computador,
fazendo o sistema ter um melhor desempenho por mais 5 anos.
O funcionamento era mais lento para respostas de comando, ou seja, os comandos de
aumento ou redução de potencia eram via teclado de funções com uma tecla de mais e uma de
menos, fazendo esse ajuste pressionando a tecla de mais repetidas vezes até chegar a potencia
desejada, o que ocasionava erros, tanto para mais quanto para menos.
Os relatórios de eventos eram apenas impressos, isto é, houve um evento/alarme a
impressora registrava. Esse registro que eram analisados, tratados e então arquivados.
Com o passar dos anos outras dificuldades foram aparecendo, tais como:
Paradas frequentes do sistema;
Manutenção complicada;
Falta de material sobressalente;
Microcomputadores com tecnologia ultrapassada;
Linguagem de programação (80% em Assembler e 20% em Fortran, com
mnemônicos em francês e inglês) antiga em relação às utilizadas em sistemas novos
(normalmente linguagem C).
57
CAPÍTULO 5
5.1 INTRODUÇÃO
58
Figura 5.1: À esquerda ULCP antes do Retrofit e a direita durante o processo.
59
Figura 5.2: Operador recebendo instrução para trabalhar com o SSC antigo e o novo.
No caso da Casa de força II, como se tratava de uma nova instalação, à medida que
uma unidade era liberada para operação, já era incluída diretamente no novo sistema.
Nível Centralog
Corresponde ao software e uma arquitetura de hardware que implementam as
funções de supervisão, controle e comunicação. A arquitetura de hardware é composta por
estações de trabalho (CVS), estações de configuração e desenvolvimento (CCC), servidores
funcionais de dados (CIS), gateway de comunicação com nível hierárquico superior (CSS-G)
e servidores de dados Oracle (CSQL-S), interligados através de uma rede local (Contronet).
60
Figura 5.3: Imagem do sistema Alstom.
- Nível Controbloc
Corresponde as unidades de aquisição de dados, comando e controle e o software
neles integrados. No conceito P320 esses equipamentos são denominados células de
automação e, são interligados entre si e ao nível Centralog através de uma rede Ethernet
em anel. Este nível incorpora também as interfaces de comunicação com o subsistema de
Proteção e equipamentos do nível Instrumentação.
61
- Nível Instrumentação
Corresponde aos equipamentos digitais de aquisição de medidas elétricas não
transdutadas (através de TP’s e TC’s), medidas de temperatura (RTD’s termopares), ou
qualquer tipo de equipamento digital utilizado também para aquisição de dados. Esses
equipamentos são integrados a cada célula de automação através de redes específicas.
- Supervisão
Todas as situações de alarme e de anormalidades decorrentes das mudanças de
estado em equipamentos, medidas fora de limites operativos, etc., são detectadas para gerar
mensagens explícitas e imediatas aos operadores, os quais serão informados em tempo real,
através de imagens apresentadas nos monitores de vídeo sobre os estados operacionais dos
equipamentos e as diversas medições de interesse.
- Comandos e Controles
O sistema fornece recursos de interface homem-máquina e implementa funções
básicas que permitem a execução de comandos digitais e de ajustes aumentar/diminuir valores
de set-points. Esses comandos são utilizados por funções de controle e automatismos
implementados especificamente para o sistema de UHE Tucuruí.
62
Figura 5.4: Tela de Base de Dados
A janela exibida na figura 5.4 é um exemplo do armazenamento de dados/eventos, é
dividida em:
“Curent base” Base Corrente : Com o período dos eventos do dia.
“Bases awaiting storage” Bases esperando armazenamento: Com os sete
últimos dias
“Restored bases” Bases restauradas: Com os dias restaurados do disco
externo.
Dentro de cada uma das partes há uma sub-divisão : “Events” Eventos e “Samples”
Curvas.
Em “Events” é apresentada lista sequencial dos eventos registrados pelo sistema e
em “Samples” é possível fazer análises gráficas de medidas em função do tempo.
63
Uma interface específica disponibiliza para o COR as informações relevantes da
UHE Tucuruí requisitadas pelo SPCS, além de permitir a execução de comandos originados
pelos despachantes no COR ou ONS.
Esse canal direto com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) se refere ao
Controle da Operação da Usina (CAG). Antes, o controle era realizado apenas pelo Centro de
Operação Local de Belém (COL-B). Desde 11 de março de 2002, entretanto, o controle da
geração passou a ser realizado diretamente pelo ONS. Nesta nova relação da UHE Tucuruí
com o ONS, as informações contidas em alguns relatórios, como por exemplo, os Relatórios
Diários de Intervenção (RDI) e de Operação (RDO) já passaram a ser inseridos ao ONS pela
UHE Tucuruí.
64
- Comunicação com Subsistema de Proteção
Esta comunicação disponibiliza nas células de automação um subconjunto de
medidas, eventos e alarmes de interesse do SPCS, aquisitadas através das Unidades de
Proteção Digital (UPD).
- Nível 2
Corresponde ao Subsistema de Controle e Supervisão Central, apresenta uma
arquitetura distribuída em torno de uma rede padrão Ethernet, com 2 servidores SCADA
(CIS1 e CIS2) redundantes e dois postos de operação: um no Centro de Operação da Usina –
COU e outro na da sala de controle dos grupos auxiliares – ULCA.
- Nível 1
Corresponde ao Subsistema de Controle e Supervisão, apresenta uma arquitetura
distribuída em torno de uma rede redundante constituído basicamente das Unidades de
Proteção Digital – UPD, Unidades de Controle Digital – UCD, Interface Homem Máquina –
IHM locais e Quadros de Controle Convencionais (QC), distribuídos conforme as salas de
controle local das diversas unidades geradoras, unidades auxiliares e vertedouro.
A Unidade de Controle Digital (UCD) é a responsável pelas funções de aquisição de
sinais e processamento de controle inerentes a unidade geradora.
Cada UCD é constituída de CLPs denominados Alspa C80-75, que é a unidade de
tratamento principal da UCD, e Alspa C80-35, que são responsáveis pelo gerenciamento dos
módulos de entrada/saída e dos módulos de comunicação com equipamentos externos. Estes
controladores são acessíveis pela porta dianteira do quadro da UCD. As interligações com os
dispositivos externos são efetuados através das cartas de interfaces acessíveis pela porta
traseira do quadro da UCD. Todos esses equipamentos são fabricados pela ALSTOM.
65
A IHM local da UCD consiste basicamente de um microcomputador, é conectada ao
controlador Alspa C80-35 e é utilizada para o comando e supervisão local do processo.
Fabricada pela GE-Fanuc, encontra-se montada na porta do quadro da UCD.
- Nível 0
Corresponde ao controle local dos diversos equipamentos e sistemas que constituem
o processo.
Após o Retrofit de todos os sistemas, a Sala do COU teve seu layout modificado
como pode ser visto na figura 5.6. A mesa de controle foi trocada, novos computadores
instalados (ver configuração dos novos computadores), o painel sinótico modernizado,
sistema de comunicação direto com o ONS e COR-PA (COL-B).
Foi o começo de uma nova era no modo de supervisionar e controlar a UHE Tucuruí.
66
Tabela 5.1: Comparativo entre o SSC antigo e pós-modernização
- Há a visualização e o - Há a visualização e o
Base de Dados Histórica armazenamento de armazenamento de
eventos/alarmes até 5 dias. eventos/alarmes até 7 dias.
-Visualização geral da planta e -Visualização geral da planta e
Objetos de visualização por unidade; por unidade;
-Vertedouro; -Vertedouro;
disponibilizados
-Subestação. -Sistemas como turbina,
mancais, etc.
Com imagens gráficas mais
reais.
-Assembler/Fortran -C
Linguagem de programação
-Sim -Sim
Controle Conjunto
67
5.5 VANTAGENS OBTIDAS COM O NOVO SSC DA UHE TUCURUÍ
Estações de trabalho com telas que podem ser mostradas a visão geral da usina, tela
de alarmes, integrando ambas as casas de força. Os comando, ou set-point, de tensão e
potência, antes feito no teclado de funções, agora é digitado diretamente o valor desejado em
seguida a tecla “Enter” e o sistema faz as devidas tratativas até atingir o valor selecionado.
68
Figura 5.8: O COU e algumas telas disponíveis aos operadores.
Desde a sua modernização, o SSC da UHE Tucuruí não teve grandes mudanças, o
sistema permanece operando normalmente. As atualizações feitas foram mais de mudança de
monitores, passando para o uso do LCD, um novo painel sinótico com uma melhor qualidade
de imagem foi colocado.
69
Com o uso de uma linguagem de programação mais acessível (é utilizada a
linguagem C), o mantenedor tem a facilidade de intervir em algumas lógicas de controle,
layout e etc, do sistema.
Mas como alguns anos já se passaram desde a sua modernização, já há a necessidade
de uma nova atualização do sistema como um todo, isso se deve, segundo informações dos
próprios mantenedores, a grande dificuldade em conseguir sobressalentes, pois a evolução
tecnológica faz com que os fabricantes se atenham ao novo e parem de fabricar sobressalentes
ao sistema já existente.
70
CAPÍTULO 6
71
supervisionada e controlada de maneira convencional. Com a exigência do mercado de
respostas e ações cada vez mais rápidas, a busca por sistemas confiáveis e alta competividade
do setor, deixa claro a necessidade de modernos sistemas de supervisão, proteção e controle
de seus processos.
Nas duas fases vividas pela UHE Tucuruí, onde em uma etapa eram apenas 12
unidades principais e 02 unidades auxiliares para operar, o sistema implantado atendeu bem
essa demanda, mas com o passar dos anos e a crescente dinâmica de crescimento do setor
elétrico por confiabilidade, segurança e mais geração, fez com que a UHE Tucuruí
praticamente duplicasse sua capacidade instalada gerando uma necessidade urgente de um
novo sistema de supervisão e controle que resolvesse os problemas de manutenção do antigo,
mas que também suportasse a nova demanda existente de uma nova casa de força com mais
11 unidades geradoras de grande porte, com modernos processos de automação.
De posse desse desafio a UHE Tucuruí fez uma transformação em toda sua planta
para se adequar a nova realidade, obtendo êxito na manutenção de seus processos mesmo
durante toda essa mudança, fazendo a supervisão e o controle de forma dupla, parte em um
sistema com sérias dificuldades de manutenção e operação e um sistema novo com todas as
suas particularidades.
Passada a etapa de transformação a UHE Tucuruí pode melhorar sua performance no
que diz respeito ao processo de supervisão e controle de seus processos, teve oportunidade de
propor melhorias ao sistema ao longo de sua operação para atingir as necessidades da planta e
com isso o processo vem operando de forma contínua.
Nos dias de hoje o sistema então implantando na UHE Tucuruí já está tendendo ao
envelhecimento novamente, e com isso a necessidade de uma nova restruturação está à frente.
Esse é um processo natural dos sistemas informatizados, uma vez que, com a constante
descobertas tecnológicas surgem novos dispositivos, utilização de outros materiais, o que
colabora para programas, softwares e sistemas com maiores velocidade de respostas, maior
confiabilidade, maior segurança, enfim sempre há mudanças e temos que nos adequar a elas.
Um sistema novo faria a mesma coisa que o antigo, mas com um melhor
desempenho, traria novas ferramentas como, por exemplo, no sistema de supervisão e
controle da UHE Tucuruí, a sinalização de alarmes emite um único tipo de som, nos sistemas
modernos podemos ter um som para cada tipo de alarme, podendo indicar a gravidade do
mesmo. Poderia ter também um tratamento dos alarmes obtidos, como estratificação por
gravidade, tendência desses alarmes para a máquina ou o sistema, enfim há hoje uma vasta
72
possibilidade de ferramentas agregadas aos sistemas de supervisão e controle em processos
industriais, que podem ser aproveitados pela UHE Tucuruí na sua próxima fase de
modernização.
Este trabalho teve o intuito de mostrar como é utilizado os conceitos de automação,
supervisão e controle dentro de um ambiente real, que foi a UHE Tucuruí, descrever suas
funcionalidades, principais características e operacionalização. Verificar também a
necessidade da modernização desse sistema e como ele é feito. Grande parte deste trabalho
teve que ser elaborado por memória técnica documental e também a utilização de propriedade
intelectual dos funcionários e ex-funcionários da UHE Tucuruí no intuito de resgatar os
primórdios da operação desse empreendimento de importância nacional. Foi uma missão
gratificante que nos levou a fundamentação de muitos conceitos acadêmicos e uma
preparação para vida e o mercado de trabalho.
Com base nos estudos deste trabalho podemos abrir um leque de possibilidades para
trabalhos futuros dentre eles destacamos:
- Tratamento dos alarmes que chegam até o Centro de Operação, com estratificação
por máquina, por gravidade do alarme, por maiores ocorrências em determinados período, por
exemplo, na época de cheia ou estiagem;
- Com esses dados poder fazer estatísticas de alarmes que podem vir a causar
prejuízos ao equipamento, afetando o processo produtivo;
- Técnicas inteligentes de mineração de dados, gráficos de tendência, etc.
Enfim é uma série de alternativas que podem vir a ser ferramentas de auxilio na
tomada de decisão, nas programações de paradas para revisão, logo na prevenção de falhas.
73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABUR, A.; EXPOSITO, A. G. Power System State Estimation. New York - USA: Marcel
Dekker Inc., 2004. 346 p. ISBN 0-8247-5570-7.
PIRES, Paulo Sérgio Motta; OLIVEIRA, Luiz Affonso H. Guedes de; BARROS, Diogo
Nascimento. Aspectos de segurança em sistemas SCADA – Uma visão geral. 4º Congresso
Internacional de Automação, Sistemas e Instrumentação. In: Controle & Instrumentação,
Maio de 2005.
74
Disponível em: http://www.dca.ufrn.br/~affonso/FTP/artigos/2004/isa_scada_2004.pdf -
Acesso em 26/02/2013.
SILVA, Ana Paula Gonçalves; SALVADOR, Marcelo. O que são sistemas supervisórios?
Elipse Software Ltda, 10 out.2004.
Disponível em: <http://www.elipse.com.br/download/artigos/rt025.04.pdf> Acesso em: 10 de
dezembro de 2012.
SOUZA, Rodrigo Barbosa de; Uma Arquitetura para Sistemas Surpevisórios Industriais e sua
Aplicação em Processos de Elevação Artificial de Petróleo, Dissertação de Mestrado,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, 2005.
SITES VISITADOS
http://www.mme.gov.br/spe/menu/publicacoes.html (17/02/2013)
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm
(17/02/2013)
http://www.ons.org.br/ (17/02/2013)
http://www.epe.gov.br/ (17/02/2013)
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/5034/open/file/index.ht
ml?sequence=5 (26/02/2013)
http://brasilnosso.wordpress.com/matrizes-energeticas-do-brasil (17/02/2013)
http://www.sage.cepel.br/documentacao/protocolos_profiles.html (17/02/2013)
76