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concurso. A melhor forma de “me pagar” é com a sua aprovação.
Atenciosamente,
DANILO MENESES.
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3
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Noções essenciais:
- ciências penais -> somatório de 5 (cinco) vertentes;
- criminologia;
- política criminal;
- direito penal;
- direito processual penal;
- execução penal;
- conceito de criminologia: é a ciência que estuda a criminalidade – é a ciência empírica
e interdisciplinar (sociologia + psicologia + medicina legal + Direito) que estuda o
fenômeno criminal;
- objeto da criminologia: crime + criminoso + vítima + controle social1 ;
- finalidade: combater a criminalidade por meio de métodos preventivos – a
criminologia busca adotar técnicas para evitar a reincidência2;
- visão -> a ciência vê o crime como problema social e fenômeno comunitário que
envolve quatro vertentes:
- o crime como fatos ilícitos reiterados na sociedade;
- o crime como causador de dor à vítima e à sociedade;
- o crime deve o ocorrer reiteradamente por um período juridicamente
relevante de tempo e no mesmo território;
- a criminalização de condutas deve incidir após uma análise quantos aos
elementos e repercussão na sociedade;
Visões sobre o crime:
- crime é um dos objetos de estudo da criminologia, sendo também estudado por
outros ramos (Direito Penal + segurança pública + sociologia);
- crime na ótica do Direito Penal = o Direito Penal apresenta uma abordagem legal do
crime (abordagem normativa). Neste contexto o crime tem limites – a própria lei é o
limite (princípio da reserva legal ou legalidade estrita);
- crime = toda conduta prevista como tal na lei penal;
- crime na ótica da segurança pública = todas as condutas que colocam em risco a paz
social (fatos perturbadores da ordem pública) demandando a aplicação de certa
coerção do estado (em algum grau);
- crime = risco para a paz social;
1
Método Mnemônico: CVC+CS.
2
Para alcançar seus fins e dar suporte à implantação de uma política criminal eficiente há a necessidade
de participação social no processo.
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A noção de genética atual não é a mesma compreendida à época – houve considerável evolução neste
campo científico.
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Influenciou muito a América Espanhola.
5
Segundo tal ótica a ideologia não permitiria ao escravizado a compreensão da própria escravidão –
criaria uma falta percepção da realidade fazendo com que o proletariado não se revoltasse em função
da assunção de valores impostos pela classe dominante – como se tais valores fossem de fato um
consenso na sociedade.
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Não sendo o “pecador” da Escola Clássica, o “animal selvagem” da Escola Positiva, o “pobre coitado”
da Escola Correcionalista e também não sendo a “vítima das estruturas sociais” da Escola Marxista.
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leis, podendo cumpri-las ou não – quando ele não cumpre as leis nem sempre é
possível compreender as razões de tal comportamento;
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Será feita uma abordagem minuciosa da vitimologia ao final desta apostila.
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É o estado agindo para impor determinados modelos de convivência social.
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Método criminológico:
- a criminologia é uma ciência empírica11 -> trabalha com a observação da realidade;
- ela se vale do método indutivo, utilizando-se de mecanismos biológicos e
sociológicos;
- a criminologia se presta a conhecer a realidade e posteriormente criar explicações a
partir dela;
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No Brasil, atualmente, o Ministério Público também vem fazendo o trabalho de controle social formal
de 1ª seleção.
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Neste momento o estado age de maneira absoluta sobre o indivíduo, impondo ao condenado uma
sanção.
11
Particularmente me autoclassifico (toda classificação de si mesmo tende a ser de duvidosa
veracidade) como um “empirista cético” – seguindo a linha de Nassim Nicholas Taleb. Tendo a atribuir
um grande significado à criminologia dentro do contexto das ciências criminais.
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Papel da criminologia:
- a criminologia busca realizar o controle e a prevenção do fenômeno criminal;
- a criminologia tem um “tríplice alcance”:
- explicação científica do fenômeno criminal;
- prevenção do delito;
- prevenção positiva no homem delinquente – evitar a reincidência;
PERÍODOS DA CRIMINOLOGIA
Período pré-científico:
- começa com a antiguidade e termina com os trabalhos de Beccaria e Lombroso;
- não havia efetivos estudos sobre a criminalidade – havia apenas algo bem
especulativo no que tange ao que poderia levar alguém a praticar um crime
ausência de estudos sistemáticos sobre o crime e o criminoso;
- Código de Hamurabi: distinção do julgamento entre pobres e ricos;
- as explicações dos fenômenos criminosos eram sobrenaturais e religiosas,
vinculando o “mal” ao crime o crime era visto como um pecado (análise
ética/moral);
- demonismo: o criminoso era visto como portador de uma personalidade diabólica;
- século XVI: Thomas Morus12 (em sua obra Utopia) considerou o crime como um
reflexo da própria sociedade, relacionando o crime como uma desorganização social –
ele associava a pobreza com a delinquência;
sociedade desorganizada pobreza delinquência
- século XVIII: os pensadores Della Porta e Kasper Lavater se preocupavam com a
fisionomia, isto é, com o estudo da aparência externa do indivíduo – relação entre o
corpo e a parte psíquica;
- os fisionomistas trabalhavam com o juízo de valor proposto pelo
imperador romano Valério: “na dúvida condene o mais feio13”;
- havia uma necessidade de vinculação do criminoso com suas
características físicas (ex.: tamanho e formato da cabeça);
- século XVIII: surge a escola clássica formando um conjunto de ideais, teorias políticas,
filosóficas e jurídicas sobre as principais questões penais;
- pensadores importantes: Cesare Beccaria + Francesco Carrara + Giovanni
Carmignani;
- para a Escola Clássica a responsabilidade penal se fundamenta no “livre
arbítrio” – poder de determinação pessoal como determinante para a
escolha pela prática criminosa;
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Segundo ele “o ouro é a causa de todos os males”.
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Vejo pessoas felizes porte terem nascido no século XX e XXI – me incluo entre eles.
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Período científico:
- parte da doutrina aponta o surgimento do período científico com Lombroso;
- outra parte da doutrina aponta o surgimento do referido período com Beccaria;
- criminologia clássica: baseada nas ideias iluministas;
- criminologia empírica: a especulação, a intuição e a dedução são substituídas pela
análise dos fatos (observação e indução);
- Século XIX:
- loucura moral ou monomania homicida: surge no século XIX através dos
estudos do médico francês Jean-Etiénne Esquirol na obra “Alucinação”,
afirmando que o criminoso era uma pessoa com princípios morais
deficientes – pessoas que apresentam privação, alteração das suas
faculdades afetivas, emotivas e do senso moral;
- criminoso princípios morais deficientes;
- o médico francês Philipe Pinel e o médico francês Félix Voisin defendiam
a ideia do criminoso como alguém com deficiência no sistema nervoso
central;
- criminoso deficiência no sistema nervoso central;
- Karl Max e Fredrich Engels sustentavam que o crime era um produto das
condições econômicas;
- criminoso produto das condições econômicas;
- Escola Positiva Italiana14: Cesare Lombroso, Raffaele Garofalo e Enrico
Ferri;
- surge no século XIX e defende que as pessoas estão
condicionadas na sua forma de agir por razões de ordem
interna e externa;
- segundo a citada escola o criminoso é uma pessoa que se
assemelha a um doente – e deve ser encarado como tal;
- criminoso = doente;
- método: investigação experimental indutiva tendo o crime
como fato humano e social, buscando esclarecer os motivos
que levam as pessoas a cometerem crimes;
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Muitos defendem que neste momento (em função da utilização do método) se inicia o período
científico – a escola se baseou em uma investigação experimental indutiva considerando o crime como
um fato humano e social.
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Defensor do positivismo antropológico.
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Havia medição do tamanho e proporção do corpo humano.
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Defensor do positivismo psicológico.
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Defensor do positivismo sociológico.
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- criminoso habitual;
- segundo o autor o crime era o resultado da soma de fatores
antropológicos, físicos e fatores sociais;
- fatores antropológicos (individuais): representam a
constituição orgânica da pessoa – características pessoais;
- fatores físicos ou telúricos: clima, temperatura, estação;
- fatores sociais: a densidade da população, a opinião pública, a
família, a religião, a educação, alcoolismo e drogadição;
- maior relevância = fator social19 = a miséria como
proporcionador do cometimento do crime;
- segundo o autor o criminoso não é moralmente responsável
pela sua conduta e a sociedade, para se proteger, deve deixar
de agir de maneira tardia e violenta – a sociedade deve
prevenir e agir antes que o crime aconteça, fazendo então um
diagnóstico das causas naturais do delito;
- Terceira Escola Italiana;
- surge no século XX com dois grandes expoentes: Bernardino Alimena e Manuel
Carnevale;
- tal escola buscada diferenciar os imputáveis dos inimputáveis;
- para esta escola a responsabilidade moral era baseada no determinismo, tratando o
crime como um fenômeno social e individual:
- crime = fenômeno social + fenômeno individual;
- Escola Francesa de Lion - Escola Antropossocial – Escola Criminal Sociológica;
- era uma Escola integralmente formada por médicos, tendo recebido uma influência
decisiva do químico Louis Pasteur;
- a Escola compara o criminoso ao micróbio – um ser que permanece sem importância
até o dia em que encontra o “caldo de cultivo” que lhe permita brotar (os criminosos
agem quando encontram oportunidades para suas práticas criminosas);
TEORIAS DA CRIMINALIDADE
Grupos de teorias:
- as teorias em criminologia se dividem em dois grandes grupos (criminologia
tradicional VS criminologia crítica);
- teorias do consenso -> criminologia tradicional;
- teorias do conflito -> criminologia crítica;
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Este ponto é um rompimento com a ideologia do “criminoso nato”.
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Teorias do consenso:
- possuem cunho funcionalista e adotam a ideia de que os objetivos da sociedade são
atingidos quando há o funcionamento perfeito das instituições – com pessoas
compartilhando metas sociais comuns;
- também são chamadas de teorias da integração;
- as pessoas que integram a sociedade concordam com as regras de convívio;
- exemplo: Teoria da Desorganização Social (Escola de Chicago);
Teorias do conflito:
- são teorias críticas, de cunho argumentativo e questionador;
- defendem a ideia de que a harmonia social decorre da força e da coerção – relação
entre dominantes e dominados;
- não existe, para tal teoria, voluntariedade entre os personagens da sociedade para a
busca da pacificação social – o que existe é um conflito de ideias e a predominância da
ideia daquele que possui o poder da força;
- exemplo: Teoria do Etiquetamento;
Escola de Chicago:
- é o berço da moderna sociologia americana;
- teve início nas décadas de 20 e 30 à luz do Departamento de Sociologia da
Universidade de Chicago;
- a Escola surgiu dos estudos motivados pelo aumento da criminalidade na cidade de
Chicago: antropologia urbana – sociologia das grandes cidades;
- antropologia urbana = é no meio urbano o foco da análise principal da Escola de
Chicago;
- segundo tal escola o meio ambiente exerce muita influência na conduta criminosa,
apresentando um paralelo entre o crescimento populacional da cidade e o aumento da
criminalidade;
- para os defensores da escola de Chicago é a cidade que produz a delinquência (em
determinadas áreas da cidade a criminalidade está concentrada – em outras áreas a
criminalidade exerce pouca atuação);
- a escola privilegia uma atuação preventiva dos poderes públicos – evitar o crime;
Escola de Chicago crescimento populacional das cidades aumento
da criminalidade;
Teoria Espacial:
- teoria oriunda da Escola de Chicago;
- criada em 1940;
- trata da reorganização arquitetônica da cidade como forma de prevenção de crimes;
- é necessário um olhar para as grandes cidades buscando reestruturar a arquitetura e
a organização urbanística – permitindo uma maior vigilância (espaço defensável20);
Teoria Espacial crescimento urbano desorganizado maior
criminalidade;
20
O crescimento urbano desenfreado e desorganizado da cidade do Rio de Janeiro é um exemplo da
influência da falta de planejamento urbano no desenvolvimento da criminalidade. Sobre o tema há um
interessante livro do saudoso sociólogo polonês Zygmunt Bauman: “Confiança e Medo na Cidade”.
21
Broken Windows Theory.
22
Eles se basearam no estudo psicológico de Philip Zimbardo sobre o veículo abandonado. A ideia
central é: se algo for quebrado e não for consertado rapidamente, logo tudo estará quebrado – a
imagem de “abandono” induz práticas de descuido.
23
Do ponto de vista epistemológico é mais correto considera-la uma “política”, não uma “teoria”.
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ser prevenidos os pequenos delitos para afirmação da força cogente da ordem jurídica,
evitando assim a prática de delitos mais graves. Baseia-se numa ideia de confiança
entre população e polícia – além de considerar também a concretização da expectativa
de efetividade normativa (a lei como mecanismo de controle social de fato) seguido da
integração entre mecanismo controlador e população controlada24.
- tal política tem a finalidade de introjetar nas pessoas a necessidade de
obediência à lei, produzindo uma redução dos índices da
microcriminalidade e consequentemente uma diminuição dos delitos mais
graves;
Teoria da Anomia:
- defendida por Robert K. Merton27;
- apresenta uma explicação sociológica acerca da criminalidade;
- possui base funcionalista;
- o comportamento desviado é visto como sintoma de uma dissociação entre as
aspirações socioculturais e os meios desenvolvidos para alcançá-las;
- a motivação para a delinquência decorre da impossibilidade do indivíduo atingir a
suas metas de maneira lícita (prescrita pelo sistema);
- a teoria traz várias formas de se alcançar o objetivo visado (ex.: inovação = adoção
das metas sociais dominantes e de meios proibidos para chegar até elas);
- anomia = ausência de norma = manifestação comportamental em que as
normas sociais são confrontadas ou ignoradas;
TEORIAS CRÍTICAS
Teoria do Etiquetamento ou Labbeling Approach:
- também conhecida como: teoria da reação social + teoria do interacionismo
simbólico + teoria da reação social + teoria da rotulação;
- origem: a teoria surgiu com Emile Durkhein28 em 1960 nos Estados Unidos;
27
O autor possui um excelente livro sobre o tema – a leitura esclarece a compreensão de pontos
importantes da criminologia por ele adotada. O autor cita várias formas de expressão da atividade
criminosa – tipologias de adaptação (ex.: inovação + evasão). As pessoas podem ignorar tanto as regras
referente aos meios de se chegar aos fins sociais dominantes como também ignorar os próprios fins
buscados pela maioria – sendo possível a combinação de tais possibilidades.
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- ideia geral: segundo tal teoria é a própria sociedade que, com seu comportamento
repressivo e discriminatório, gera a criminalidade – a sociedade etiqueta o criminoso
como alguém “desviado” e lhe retira as oportunidades de voltar a ter uma vida
compatível o com o sistema normativo vigente;
- a teoria parte da ideia que a relação comunicacional entre a sociedade gera rótulos
nas pessoas que, por mais que as pessoas tentem, dificilmente conseguirão se ver
livres deles – o interacionismo simbólico gera o que na sociologia se chama de
“profecias autorrealizáveis”;
- a teoria divide, de forma crítica, o processo de criminalização:
- criminalização primária: prática do crime pelo agente;
- criminalização secundária: volta à prática criminosa pela falta de
oportunidades decorrente da criminalização primária;
- o motivo pelos quais as pessoas se tornaram criminosas deveriam ser explicados
pelos motivos pelos quais determinadas pessoas são estigmatizadas como criminosos
– o processo parece ser autopoiético e alimentar-se de si mesmo após iniciado;
crime rótulo de criminoso reincidência em função do rótulo;
28
Howard Becker adota a citada teoria – ele tem um excelente livro chamado “Outsider” e representa a
“Nova Escola de Chicago”. Ele explica de forma clara no livro o processo de colocação do rótulo de
“desviante”.
29
O romantismo socialista é digno de delírios.
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No que tange ao romantismo oculto dos abolicionistas (classifico de romântica a visão que radicaliza o
plano deontológico em detrimento das evidências empíricas – privilegia as hipóteses em detrimento dos
fatos) evitarei tecer muitos comentários. Só deixo um questionamento: sem o controle repressivo pelo
Estado, o controle deixaria de existir ou simplesmente “trocaria de mãos”? Imagine sua cidade sem um
direito repressivo imposto pela parafernalha estatal: não seria então uma forma de hipertrofiar ainda
mais o poder do capital? Os defensores desta ideia alienada costumam fazer pouco caso da realidade e
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- segundo eles o Direito Penal não cumpre a sua função, não protegendo os bens
jurídicos que diz proteger – alegam que o sistema penal como um todo somente serve
para legitimar as desigualdades e justiças sociais31;
- privilegia a conciliação;
- tal teoria conduz à privatização dos conflitos, transformando o juiz penal em um
conciliador;
Criminologia Minimalista:
- surgida na Europa nos anos 90;
- prevê uma transformação radical da cidade como uma melhor estratégia de combate
ao crime;
- defende uma política criminal voltada a radicais transformações sociais e
institucionais para desenvolvimento da igualdade e da democracia;
esconder este potencial efeito colateral. É pura ideologia – no sentido proposto por Karl Marx. No
mesmo sentido: LINK.
31
Esse aspecto progressista me faz lembrar um questionamento de Nietzsche: “Todos somos fariseus?”
– depois da “revolução” vão propor um conservadorismo para manter as mudanças realizadas. E assim
gira a roda da história...
32
A simplificação do fenômeno criminal – ligando-o unicamente a questões econômico-estruturais –
sempre foi um problema das teorias de viés marxista. Além de reducionista, tal abordagem é
discriminatória e despida de comprovação empírica.
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Método Mnemônico = AGA = Agressor + Guardião + Alvo.
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Teoria da Oportunidade:
- segue a regra: “a oportunidade faz o ladrão”;
- oportunidade: é a ligação entre a pessoa e o ambiente;
- princípios sustentados pela teoria da oportunidade:
- papel decisivo da oportunidade: as oportunidades desempenham um
papel na causa de todos os crimes;
- especificidade das oportunidades: as oportunidades para o crime são
altamente específicas;
- princípio da concentração: as oportunidades para o crime são
concentradas no tempo e no espaço;
- variabilidade da forma de ocorrência: as oportunidades dependem da
forma como as situações da vida são variáveis;
- mudanças tecnológicas como vetor de novas possibilidades: as
mudanças da tecnologia criam novas oportunidades de práticas criminosas;
- a redução acentuada de oportunidades criminosas pode gerar uma ampla queda nos
índices criminais – o criminoso fica “esperando surgir o momento ideal” para a prática
do crime;
PREVENÇÃO DO DELITO
Noções introdutórias:
- a prevenção é dividida em:
- prevenção primária;
- prevenção secundária;
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- prevenção terciária;
- tipos de abordagem:
- abordagem clássica: a pena é o resultado do enfrentamento entre estado
e infrator – devendo ser analisado o caráter retributivo34 (satisfação da
pretensão punitiva do estado) como objeto principal da prevenção;
- abordagem moderna: destaca-se o lado humano (aspecto conflitivo do
problema criminal). O castigo não resolve nem esgota as expectativas em
torno do fato delituoso. A pena deve ser vista como uma intervenção
positiva no infrator – deve ser trabalhado o caráter utilitário, buscando
primeiramente a ressocialização do delinquente e a reparação do dano.
Sistematizando, os objetivos essenciais são:
- ressocialização do delinquente -
- reparação do dano -
- prevenção do crime -
- daí surge os critérios de prevenção: primária + secundária + terciária;
Critérios de prevenção:
- prevenção primária:
- focada nas origens do delito;
- busca evitar que o crime ocorra;
- quer agir sobre as carências que levam à conduta criminosa;
- opera há médio e longo prazo;
- é dirigida a todos;
- exige uma prestação social positiva e uma intervenção social (ex.:
fornecimento de educação, emprego, lazer, moradia, saúde);
- prevenção secundária:
- envolve uma política de ações policiais;
- atua na exteriorização do conflito – o conflito já aconteceu e é necessária
uma ação do estado;
- envolve também a mudança da legislação para tornar a lei mais “dura” ou
para criminalizar condutas;
- opera há curto e médio prazo – tem pouca eficácia há longo prazo;
- é dirigida a pessoas específicas (criminosos);
- prevenção terciária:
- é destinada a um público específico população carcerária;
- busca evitar a reincidência ressocialização do criminoso;
34
Retribuir ao criminoso o mal que ele fez – tal ponto faz lembrar a filosofia de Hegel.
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VITIMOLOGIA
Noções gerais:
- teve início nos estudos de Benjamin Mendelsohn e se destacou posteriormente com
os estudos de Hans Von Henting em 1.948;
- a vitimologia trabalha com o processo de vitimização;
- processo de vitimização:
- vitimização primária: causada pelo cometimento do crime -> gera dano
físico e psicológico;
- vitimização secundária 35 : decorrente do tratamento dado pelas
instâncias formais do controle social;
- vitimização terciária: surge da falta de amparo dos órgãos públicos e da
ausência de receptividade social36;
- processo de vitimização VS cifra negra: o processo de vitimização acaba por gerar a
subnotificação (cifra negra) – depois da revitimização quem sofreu o mal do delito não
volta a relatar os próximos crimes para as instâncias formais de repressão – há um
processo de perda de credibilidade das instâncias estatais de combate ao delito. O
processo continua com a “cifra negra” gerando a sensação de impunidade – e a
impunidade gera mais insegurança. E a insegurança gera mais crimes – alimentando
um círculo vicioso.
35
Exemplo: vítima tratada de forma rude na delegacia de polícia (algo infelizmente muito comum).
36
Exemplo: uma vítima de estupro deve ser avaliada de imediato e ser atendida por um corpo clínico
que vai agir buscando evitar que ela contraia alguma doença sexualmente transmissível.
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