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Instalações Elétricas 5 Edicao Cotrin
Instalações Elétricas 5 Edicao Cotrin
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Adernara A. M. 8. Cotrim
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Adernara A. M. 8. Cotrim
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Prentice
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São Paulo
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Bibliogmfia
ISBN 978-85-7605-208- 1
08-10784 CDD-621.3192
2008
Oirei1os exclusivos para a língua portuguesa cedidos à
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Sumário
Capítulo 1 Fundamentos
1. l Sistemas e instoloções elétricos . . ....... .. .... , ... • ... , ....•... , . .. .. .. 1
1.2 Normo NSR 54 l O .................... • ................•........... 1
1.3 Componentes dos instoloções .... • ........ • ....... • ....................3
1.4 Tensões elétricos ... . , .. . . , .. . , .. . , ... . ... , . .. . • .. . , . . .. ... . , . .. , . ..5
1.5 Choque elétrico , ... , ... . , .. , • .. , , .. , , ... . , ... • ... , ... . .... , ... , . . .7
l .6 lnstoloção de baixo tensão , , .. , • ... , ... , • .. . , ... • ... , .... , .. . , ... , , ..8
1.7 Equipamentos de utilizoção . . , ... • ... , , .. . . ... , , .. . ... . , ... . ... . , .... 11
1.8 Circuitos .. . .... . ....... . .... • ....... • ....... •• ... .. .. • ... .. .. .. 14
1.9 lnRuênciosexlernos ... • ....... • ........ • ... .. . . • .... . ... • ... .. .. .. 17
Exercícios , , .. , , ....... . , ... , . . . • ... , , ... • ... , ... , • .. , . ... •• .. , . .. .. 28
Capítulo 2 Conceitos fundamentais
2.1 Potência em corrente olternoda ... .. ....... • ... , .... • ....... . ... , ... .. 29
2.2 C61culas pr6ticos de circuitos ....................... • .. . . . .. •• ....... .36
2.3 Princípio da compensação do energia reativa . , , ... , , .. , ... , . ... . ... , , .. , .41
2.4 Componentes simétricos ... , , .. , , ... , .... , ... , ... , • .. , , ... •• . , , , .. .. 43
2.5 Valores por unidade ... , .. . , ... , ... , . .. , . .. , , ... , .... , .. , . ... , . , . , .53
2.6 Anólise de um circuito RL . .. .. . . • ... .. .. . • .. , .. .. •• ... .... • ... .. .. . .59
2.7 Translotmodores de potência , ... • . , . , .... . ... , . .. , .... , ... • ... , , .. , .60
Exercícios .. .. ... .. . ... . , ........................ , ........ • ... .. .. . .65
Capítulo 3 Proteção contra choques elétricos - fundamentos
3.1 A corrente elétrico no corpo humano ... ... . ... ...... ......... • ..... .. ..67
3.2 Fundamentos da proteção contra choques elétricos ... .. ... • .. ..... •• .. . .... .75
3.3 Aterromento e eqüipotenciolizoçõo .................. , ........ • ... .. .. . .78
3.4 As isolações e os grous de proteção , ....... , • ... , ... , • ... , ... •• .. , .....93
3.5 Proteção básico (contra contatos diretos) . .. .. , . ... . , .. , ... , , .. , . ... .. .. .. 97
Exercícios ., , .,, ,,, ., , ... , . . , ,, , . . , .. , , . .. , • .. . , ,. , • . ,, . . , . •• .. ,, .. 102
SU$W
VI lnslalações elétricos
5'imário VII
Prefácio
A presente edição do livro Instalações Elétricas, mais do que atualizar seu conteúdo, adequando-o aos últimos
requisitos da norma NBR 541 O e incluindo novos assuntos, mantém vivo o ideal do saudoso professor e engenheiro
Ademaro Cotrim.
Incansável estudioso e divulgador cios temas ligados às instalações elétricas, o professor Cotrim foi, sem dúvida,
referência para a engenharia elétrica nacional. Seu legaclo como professor, por meio deste livro, extrapolou as pare-
des das salas de aula nas quais alguns tiveram a felicidade de poder ouvi-lo. Além disso, provocou mudança estru-
tural na área de instalações elétricas - tão c.1rente de modernização. Deixou, desde 2000, uma lacuna no meio
profissional difícil de ser preenchida.
A obra magistral cio professor Cotrim não poderia cair na obsolescência. ~ neste sentido que, desde a última
publicação da norma NBR 54 1O, em 2004, e tendo em vista o surgimento de novos temas e tecnologias, crescia a
demanda por uma adequada revisão e atualização do conteúdo do livro original.
Tendo o extremo cuidado de não alterar a essência e o estilo do texto do professor Cotrim, os professores e enge-
nheiros eletricistas Hihon Moreno e José Aquiles Baesso Crimoni, com a colaboração ele outros profissionais em
alguns lemas específicos, conseguiram revisar e atualizar o texto de fonna bastante adequada. Além disso, ao apre-
sentar no final de cada capítulo uma lista de exercícios, que não existiam nas edições anteriores, a presente edição
se coloca como referência essencial e moderna no ensino de instalações elétricas no Brasil. Aos profissionais, entre-
ga-se, com esta edição, um verdadeiro guia ele entendimento da complexa norma NBR 541 O, além de farta infor-
mação atualizada sobre conceitos, dimensionamentos, nonnalização, produtos e tecnologias ligadas ao setor.
O esforço ele todos que, direta e indiretamente, colaboraram com a publicação desta obra é incentivo aos leitores
no sentido de aproveitarem ao máximo o conteúdo deste livro. Dessa forma, estarão em contato com os ensinamen-
tos eternos do professor Cotrim, um grande professor, profissional da engenharia e homem.
Apresentação
Hilton Moreno1
José Aquiles Baesso Grimoni2
Foi com indescritível honr,, e prazer que aceitamos o convite, e o desafio, de revisar e atualizar esta magnífica obra
cio saudoso professor Ademaro Cotrim. Apesar de não estar mais entre nós desde agosto de 2000, seu livro continua
sendo um clássico e uma das principais referências bibliográficas do setor elétrico nacional.
Esta quinta edição foi totalmente baseada na norma "ABNT NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão•,
publicada em 2004 e em vigor no momento desta publicação.
Assim, esta obra tem como objetivo atualizar e adequar o texto de acordo com essa úhima edição da norma, além de
acrescenw alguns ternas, como iluminação, correção do fator de potência, harmônicas e proteção contra sobretensões.
Diferentemente das anteriores, esta edição inclui, ao final de cada capítulo, uma seção de perguntas que visam a
aferir o grau de aprendizado do leitor. Destaque também para a nova diagramação e estilo de redação do livro, que
torna sua leitura mais agradável e fácil, e para a atualização de alguns exemplos e para a inclus.io de novos.
O livro conta, ainda, com um site de apoio exclusivo, para o qual desenvolvemos um interessante mate-
rial. Nesse site, os alunos encontrarão uma planta-modelo de instalações elétricas e os professores têm
acesso a apresentações em PowerPoint que auxiliam a utilização cio livro em sala de aula. (Os editores aler•
tam que, para ter acesso a esse conteúdo, os professores que adotam o livro devem entrar em contato com
seu representante Pearson ou enviar um e-mail para universitarios@pearsoned.com.)
Sinceramente, esperamos que com esta contribuição possamos ajudar a manter este livro como referência no
ensino/aprendizagem de instalações elétricas e como guia de utilização da norma ABNT NBR 541 O pelos profis-
sionais do setor.
Por sua qualidade, esta nova edição - revisada e atualizada-, é livro-texto fundamental para diversas escolas
de engenharia, nas disciplinas que tratam de instalações elétricas.
1. Hihon Moreno
Engénheiro dél.riéiSla pela l!scOI:\ Poli1N"nk~'l dà Uni\~tsidnde di.- São PittllO ( 1980): consultor. professor 1itulM de Jnmd~ Elétric;L,; dà
~cola de Engcnh.\ria Mauá ( 1987""2004): membro do Comi1ê 8r.lSilciro de Ele1ricidOOC da ABNT. :im:mdo. en1re 001r:1s. n:. Comissão da nonna
ABN'f NllR 5410. Mcmbto do National 1:ire Protcc1ioo Assochttion (NFPA) dO$ &lados Unidos: autor e co-autocde vários livros na área détri•
C.'1. de di\'Cl':SOS atligC>S 16cnicos Sôbrc iMutlações clé1ric.u e qualld3dc de energia: aniculísrn d., Ré\'it1a de Eletricidade Modem., e oofabor.tdor
de outras rcYiSIM técnicns espccialfr.ada:s: p.,res1rnn1e ítt1.a.'lnte com e<.nten3S de .:1presen1.-çõcs n.-11.li1,3dá$ no llr:'lSil e no c:tterior. Const.lheiro da
UL do 01"3Sil Cenlfie3ÇÕCS e da Associação Brasileim de Engenheiros me1ricis1as (AOEfi•SP).
2. José Aquiles B3CSOO Grimoni
Engenheiro elc1rícim1 ( 1980). mestre (1989) e doutor (1994) pcl:1 EsooJ:1 Pofü6cnka d3 Uni\'Cl"$idadc de S.i.o Paulo. Emrc. 1981 e 1988.ttabalh<>u
n:1 ASEA, CESf>. Urown-8o"cri e fl)'rE e. a p:lflir de 1989. tornou-se professor de gr.l<lu:LÇ;io e. :t (mrtir de 1994. de pós·grndu:ição d:t t!.m.>la
Polité<:nka da USP. Entre 2003 e 2007. l'oi vice-diretor do lnslitu10 de Engenharia Elétrica d3 Uni\'ersidade de São Paulo (lf:EUSP). do <tual é
diretor d,:sde esse :mo. Co~ullor de empresas de energia cm projetos de pesquisa e dcscnvolvimcn10 e profossor d~ dj:sc:iplin3 de lnstalaç&s
ESétrkM Idà lt~ola. Polilécnka da Uni"ersidadc d~ S~ P..tulo desci~ 1993; au10, de dh-ersos artigo.._ ,écnicos em re,•i.stas e coni;.rtsi.oo ,i3 área de
cncrg.i3 elé.lrica e membro do lEEE e da ABEE•SP.
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Fundamentos
2 lnslaloções elétricas
Capítulo 1 • Fundamentos 3
A terminologia de instalações elétricas de baixa ten- um transformador (em um poste), um disjuntor (em um
são é tratada na norma NBR IEC 60050 (Vocabulário quadro), um aparelho ele ar-condicionado (em parede
Eletrotécnico Internacional, em seu Capítulo 826 - ou janela).
Instalações Elétricas em Edificaçõ~). • Estacionários: não são movimentados quando em fun-
cionamento, não possuem alça para 1rans1>0rte ou
1.3 Componentes das instalações possuem massa tal que não podem ser movimentados
facilmente, como geladeira ou freezer doméstico,
Nesta seção, abordaremos os principais componen- lavadora de roupa, microcomputador, disjuntor
tes de uma instalação elétrica, a saber: componente, extraível (de um cubículo de subestação).
equipamento elétrico, aparelho elé1rico, linha elétrica, dis- • Portáteis: são equipamentos movimentados quando
positivo elétrico, carga elétrica, potência instalada, falta em funcionamento ou que podem ser facilmente
elétrica, sobrecarga, sobrecorrente e curto-circuito, corren- deslocados de um lugar para outro, mesmo quando
te de fuga e corrente diferencial r~idual. ligados à fonte de alimentação, como é o caso de
certos eletrodomésticos (por exemplo, enceradeira e
Componente aspirador de pó) ou aparelhos de medição (como
Componente de uma instalação elétrica é um termo multímetros).
empregado para designar itens da instalação que, depen- • Manuais: são os portáteis, projetados para serem
dendo do contexto, podem ser materiais, acessórios, suportados pelas mãos durante utilização normal,
dispositivos, instrumentos, equipamentos (de geração, como é o caso das ferramentas portáteis (por exem-
conve.rsão, transformação, transmissão, armazenamento,
plo, furadeira, forro de passar roupas e amperímetro
distribuição ou utilização de eletricidade), máquinas,
tipo alicate).
conjuntos, ou mesmo segmentos ou partes da instalação
(como linhas elétricas). Assim, um eletroduto e um con-
j unto de condutores isolados, por exemplo, são compo- Aparelho elétrico
nentes de uma linha elétrica, visto ser ela constituída por O termo aparelho elétrico é usado para designar
condutores isolados contidos em eletroduto. equipamentos de medição e certos equipamentos de uti•
lização, tais como:
Equipamento elétrico
• Aparelho eletrodoméstico: destinado à utilização r~i-
Um equipamento elétrica é uma unidade funcional, clencial ou análoga (por exemplo, aspirador de pó,
completa e distinta, que exerce uma ou mais funções
liquidificador, lavadora de roupa e chuveiro elétrico).
elétricas relacionadas com geração, transmissão, distri•
• Aparelho eletroprofissional: destinado à utilização
buição ou utilização de energia elétrica, tal como
em ~tabelecimentos comerciais ou análogos (como
máquinas, transformadores, dispositivos elétricos, apare.
máquina ele escrever, copiadora e microcomputador),
lhos de medição, proteç.io e controle. Em particular, um
equipamento de utilização é o equipamento elétrico incluindo os ec1uipamentos eletromédicos.
destinado a converter energia elétrica em outra forma de • Aparelho de iluminação: é o conjunto constituído, no
energia diretamente utilizável (mecânica, térmica, lumi• caso mais geral, por uma ou mais lâmpadas, luminá-
nosa, sonora etc.). rias e acessórios (como reator e starter).
Em uma instalação elétrica, é possível ter os seguin-
tes tipos de equipamentos: Linha elétrica
• Equipamentos relacionados à fonte de energia elétrica Uma linha elétrica é o conjunto constituído 1>0r um
da instalação, que são os transformadores, os gerado- ou mais condutores, com os elementos de fixação ou
r~ e as baterias. suporte e, se for o caso, de proteção mecânica, destina•
• Dispositivos ele comando (manobra) e proteção, tais do a 1ransportar energia elétrica ou a transmitir sinais
como chaves, seccionaclores, disjuntores, fusíveis e elétricos. O termo corresponde ao inglês wiring sy.1tem e
relés. ao francês canalizalion.
• Equipamentos ele utilização, que podem ser classifi-
cados em equipamentos não-industriais (aparelhos As linhas elé1ricas podem ser cons1itufdas apenas por
condutores com os elemel\tos de fixação e/ou suporte,
eletrodomésticos e eletroprofissíonais), equipamen-
como •é o caso de condutores fixados a paredes ou tetos
tos industriais (tornos, compressores, prensas, fornos)
e de condutores fixados sobre isoladores (em paredes,
e aparelhos de iluminação. tetos ou postes). Podem também ser fom,adas por con-
Quanto à i11stalação, os equipamentos em geral dutores em condutos (como eletrodutos, eletrocalhas,
podem ser classificados em: bandejas). Observe que uma linha elétrica pode conter
um ou vários circuitos (por exemplo, vários circuitos em
• Fixos: são projetados para serem instalados perma- uma bãn<leja ou cm um cletroduto).
nentemente em um lugar determinado, 1>0r exemplo,
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4 lnslalações elétricas
Capítulo 1 • Fundamentos S
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p ;, ;,
6 lnslalações elétricos
Uma tensão igual ou inferior a 1.000 V em CA ou a A respeito dessa tabela, são válidas as seguintes observa-
1.500 V em CC é considerada b,1ixa tensão. Tensões supe- ções:
riores a esses valores são designadas genericamente como
• A tabela corresponde à Tabela 1. 1 da IEC 60038, de
altas tensões. Já tensões iguais ou inferiores a 50 V em CA
2002.
ou a 120 V em CC são chamadas extra /J.1ixas tensões
• As tensões superiores a 230/400 V destinam-se
(EBTI ou extra-low voltage (ELVJ.
exclusivamente a instalações industriais e comerciais
Para sistemas com tensão nominal superior a 1.000 V,
de porte.
(isto é, de •alta tensão"), a IEC define a tensão máxima
• As tensões nominais de equipamentos de utilização
de operação de um equipamento como a maior tensão
monofásicos não devem exceder 240 V.
1>ara a qual o equipamento é especificado, tendo em
• Recomenda-se que a tensão nos terminais de alimen-
vista a isolação e outras características que possam ser
tação não difira da tensão nominal de mais de± 10%.
referidas a essa tensão nas especificações respectivas.
Os equipamentos ligados a sistemas de baixa tensão A Tabela 1.2 mostra as tensões nominais de sistemas
(BT) devem ser caracterizados pela tensão nominal do de baixa tensão usuais no Brasil, enquanto a Tabela 1.3
sistema, tanto para isolação como para operação. mostra as tensões nominais normalmente encontradas
A Tabela 1.1 indica as tensões nominais de siste• em nossos equipamentos de utilização.
mas de baixa tensão, trifásico a três e quatro condutores, A Tabela 1.4 indica as tensões nominais de sistemas
e de sistemas monoíásicos a três condutores, freqüência de tensões acima de 1 kV e até 35 kV e as corresponden•
de 60 Hz, incluindo os circuitos ligados a esses sistemas. tes tensões máximas para equipamentos, de acordo
As tensões são indicadas por U, ou por U, onde u. é a com a IEC. A Série 1, para sistemas de 50 ou 60 Hz, cor-
tensão entre fase e neutro e U é a tensão entre fases. responde aos padrões europeus, enquanto a Série li,
1 Taliela 1.1 • Tensões nominais ele sistemas ele baixa tensão em au Hz !IEC) 1
Sistemas trifásicos a três e quatro condutores (V) Sistemas monofásicos a três condutores (V)
230/400 120/240
277/480
480/690
1.000
Capítulo 1 • Fundamentos 7
Tabela 1,4 • Tensões nominais de sistemas com 1 kV < u• .; 35 kV e tensões máximas correspon·
cientes para equipamentos (IEC)
- - - r
36.5
r
34.5
40.5
-- - 35 - -
para sistemas ele 60 Hz, corresponde aos padrões norte- No Brasil, as tensões usuais - entre 1 kV e 35 kV -
americanos. A IEC recomenda que um país utilize ape- estão indicadas na Tabela 1.5.
nas uma elas séries e, no caso de a opção ser pela Série
1, que apenas uma das listas seja usada. São feitas as
seguintes observações: 1.5 Choque elétrico
• Para um sistema normal da Série 1 a tensão máxima
1
Choque elétrico é a 1:>erturbação, ele na.tureza e efei-
e a tensão mínima não devem diferir além de :1:10% tos diversos, que se manifesta no organismo humano ou
da tensão nominal. animal quando este é percorrido por uma corrente elé-
• Em um sistema normal da Série li, a tensão máxima trica. Dependendo da intensidade e do tempo do cho-
não deve diferir além de +5% e a tensão mínima, além que elétrico, a corrente elétrica provoca maiores danos
cle - 10% da tensão nominal. e efeitos fisiopatológicos no homem. No estudo ela pre-
• As tensões assinaladas com asterisco (ª) não devem venção cio choque elétrico, devem-se considerar:
ser usadas em redes públicas. • Contatos diretos: é quando a pessoa toca diretamen•
• Estuda-se a unificação das tensões 33 e 35 kV. te a parte viva (condutores energizados) ele uma ins-
• Os valores indicados entre parênteses são considera- talação elétrica. Isso pode ocorrer quando a pessoa
dos não preferenciais. toca inadvertidamente os condutores energizados ou
outra parte do circuito de um equipamento, ou devi-
do a uma fissura (falha) cio material isolante do fio,
Tatiila 1,5 • 'tensões nominais na faixa 1 kV como mostra a figura 1.2.
< u. ,. 35 kV usuais no Brasil (kV)
• Contatos indiretos: contatos de pessoas ou animais
2,4
com massas que ficaram sob tensão devido a uma
falha ele isolamento (figura 1.2).
3,8
4,16
1 Os contatos diretos, que a e.tela ano provocam milha-
1 res ele acidentes graves (muitos até fatais), são provocados
6,6
geralmente por falha de isolamento, por ruptura ou remo-
13,2 ção indevida de partes isolantes ou por imprudência de
13,8° uma pessoa com relação a uma parte viva (energizada).
23,0° Termi nais de equipamentos não isolados, condutores e
34,5' cabos com isolação danificada ou deteriorada e equipa-
Nota: mentos ele utilização velhos são as "fontes• mais comuns
J. Usadas em rede.11; das. concessionárias de disiribujção de ele choques 1,or contatos diretos. Observe, por exemplo,
1!-0C"$iá elélrica. que o (mau) hábito de desconectar o plugue da tomada
Sn$W
8 lnslalações elétricas
D
Figura 1.2 • Contatas direto e indireto
Capítulo 1 • Fundamentos 9
Entrada de serviço
Entradaconsumidora -----i:I
Figura 1.3 • Esquema básico de entrado de serviço
1O lnslalações elétricas
Quadro 1cm1inal
Disjuntor
Pomo de entrega
(origem da insralação)
Ramal de
entrada Caixa de medição Fusí,•el
(BT) . - - - - - -' -"'7'Í Circuito de
distribui ão
Circuitos tenninais )
(a)
1
Medidor
Ponto de entrega
Transforn,ador
<lf- Origem
Quadro de Disjuntor
distribuição Circuito de
TC Quadro de distrilwição
distribuição Circuito de divisionário
dis1ribuição
principal
Circuitos tenninais )
(b)
Figura 1.4 • E>quemas lípicos de instalações: (o) olimentoçõo por rede público BT; (b) olimentoçõo por rede p<iblico AT
Capítulo 1 • Fundamentos 11
12 Instalações elétricas
Equipamentos a motor
Os equipamentos de utiliz.,ção acionados por moto•
res constituem a maior parte dos equipamentos de uso
industrial ou análogos e boa parte cios equipamentos
não,.industriais. Neles, são utilizados motores ele cor-
rente alternada e motores de corrente contínua. Figura 1,7 • Moto,- de indução tipo gaiola
Sn$W
Capítulo 1 • Fundamentos 13
No Quadro 1.2, são apresentadas definições sucintas fabricantes, para condições de luncionamento estabele•
dos tipos de máquinas elétricas, que são equipamentos cidas. Assim, tem-se:
de ulilização.
• Corrente nominal 0.v): corrente cujo valor é especifi-
cado pelo fabricante do equipamento de utilização,
Corrente de partido de motores
em A.
As cargas constituídas por motores elétricos apresen- • Tensão nominal (U.sl: tensão atribuída a um equipa•
tam características peculiares, uma vez que a corren1e mento por seu fabricante, e que serve de relerência
absorvida durante a partida é bastante superior à de lun-
para o projeto, funcionamento e realização de
cionamento normal em carga. Na partida, o rotor do
ensaios, em V.
motor de induçfo está parado, portanto a corrente elétri-
• Potência nominal (P"' ou S,-:): potência (ativa ou apa•
ca inicial é grande. Com o aumento ela rotação do rotor,
rente) de entrada atribuída pelo fabricante, quando o
a corrente de alimentaç.io decresce até atingir seu valor
equipamento funciona sob tensão e freqüência nomi-
em regime permanente, Considerando partida direta do
motor de indução trifásico, a corrente de partida pode ser: nais, na temperatura normal e com carga normal ou
na condição adequada de dissipação de calor, em W,
• lp = 4,2 a 9 !,,., para motores de dois pólos. kW ou VA, kVA.
• !JJ = 4,2 a 7 !,,, para motores com mais de dois pólos • Frec,üência nominal (em 1-fz): freqüência atribuída
(valor médio de 6 /8 ). pelo fabricante e à qual são referidas as outras
Para motores ele indução de anéis ou de corrente grandezas nominais do equipamento, geralmente de
contínua, a corrente ele partida depende da resistência 50 ou 60 Hz.
cio circuito ela partida do rotor valendo, em média, 2,5 ' •· No caso de equipamentos de utilização do tipo
motor, a potência nominal indicada na placa é a potên-
Classificafão dos equipamentos cia mecânica úti l no eixo do rotor (em kW ou CV), isto
a motores elétricos é, a potência de saída no seu eixo. De maneira seme-
A potência absorvida em luncionamento é detenni- lhante, para certos aparelhos ele ilumi nação, a potência
nada pela potência mecânica do eixo, solicitada pela nominal indicada é a potência (total) das lâmpadas. Em
carga acionada. A NBR 541Oclassifica os equipamentos ambos os casos deve ser considerado o rendimento (h),
a motor utilizados em aplicações normais em dois gru- razão entre a 1>0tência de saída (designada por P'.,.) e a
pos principais: potência de entrada (designada por P.-).
• Carg<1s industriais e simNares: constituídas por motores 1-'s irda P:,,
de indução trifásicos tipo gaiola, com potências nomi- 71 = - - = -
~l:'llr.>d.1 / ~\ 1
nais unitárias não superiores a 150 kW (200 CV), acio-
nando cargas em regime S1 (contínuo), e com caracte- O fator de potência nominal (cos <f>.,.) é definido como
rísticas conforme a NBR 7094. a razão entre a potência nominal ativa (P,-) e a potência
• Cargas residenciais e comerciais: constituídas por nominal aparente (S,-).
motores com potências nominais não superiores a
1,5 kW (2 CV), integrando aparelhos eletrodomésticos PN
cos<D = -
e eletroprofissionais. SN
A Figura 1.8 representa simbolicamente um equipa-
Essa classificação cobre a maioria das aplicações mento genérico de utilização.
práticas. Podem-se determi nar, para os equipamentos de uti-
lização, as seguintes expressões relacionando os valo-
Características nominais res nominais:
Os equipamentos de utilização são caracterizaclos (1 .4)
por valores nominais, especificados e garantidos pelos
Equipamento de utilização
(Entmda) (Saída)
14 lnslolações elétricas
Capítulo 1 • Fundamentos 15
(continua)
SU$ W
16 lnslalações elétricos
(continuação)
Aparelho Potências nominais lípi<as (entrada)
Geladeira (residencial) 150a SOOVA
Grelha elétrica 1.200 W
Impressora 80a3SOW
Lavadora de praIos (residencial) 1.200 a 2.800 VA
Lavadora de roupa (residencial) 770VA
Liquidificador 270VA
Máquina de cosIurn (não-profissional) 60 a I 50W
Máquina de escrever I50VA
Máquina copiadora 1.500 a 3.500 VA
Mkrocomputador 150a250W
Monitor 200a 300W
Projelor de slides 250W
RetroprojeIor 1.200 W
Sclllmer I00a ISOW
Secador de cabelos (não-profissional) SOO a 1.200 W
Secadora de roupas (residencial) 2.500 a 6.000 w
Televisor 75a300W
Tomeira 2.800 a 5.200 w
Torradeira (residencial) SOO a 1.200W
Trilur,dor de lixo (na pia) 300W
VenIilador (circulador de ar) de pé 300W
Vcmilador (circulador de ar) ponáIil 60a IOOW
Capítulo 1 • Fundamentos 17
<lentes para equipamentos de corrente nominal superior a • Condições ambientais: inclependentes da natureza das
1O A (por exemplo, chuveiros e torneiras elétricas), em instalações e dos locais considerados, relacionack1s a
unidades resiclenciaís e em acomodações de hotéis, fatores exteriores provenientes da atmosfera, do clima,
motéis e similares. da situaçfa e de outras condições da região onde se
encontra a instalação; compreendem 14 parâmetros.
Esquema de condutores vivos • Condições ele utilização: relativas aos locais onde se
situa a instalação; compreendem cinco parâmetros.
O tipo e o número dos condutores vivos de uma
• Condições relacionadas com a construção das edifi-
instalação elétrica, ou seja, o esquema ele condutores
c(1ções: sua estrutura e os materiais utilizados; com-
vivos, são escolhidos levando-se em conta principal-
preendem dois parâmetros.
mente a natureza dos equipamentos de utili zação ali-
mentados (trifásicos, bifásicos ou monofásicos); no Para facilitar a classificação dos diferentes parâme-
caso ele alimentação por rede de baixa tensão, os tros, foi estabelecido um código alfanumérico constante
limites são fixados pela concessionária de energia de duas letras e um algarismo. A primeira letra indica a
elétrica. O número de condutores de uma instalação categoria geral da iníluência externa, podendo ser A
consumidora se enquadra nos dados apresentados na (condições ambientais), B (condições de utilização) e C
Tabela 1.7. (construção); a segunda letra indica a natureza da
influência externa. O conjunto das duas letras caracteri-
za o parâmetro, como mostrado a seguir, e o algarismo
1.9 Influências externas indica a classe de cada parâmetro. São as seguintes as
A classificação das influências externas apresentada influências consideradas:
pela NBR 5410 é a classificação internacional da IEC. AA - Temperatura ambiente
Trata-se de um inventário, o mais completo possível, de A8 - Condições climáIicas do ambiente
todas as condições exteriores a que podem estar sujeitos AC - Altitude
os diversos componentes da instalação e que, logica- AD - Presença ele água
mente, poderão influir nos procedimentos de projeto e AE - Presença ele corpos sólidos
de execução. Af - Presença de substâncias corrosivas ou poluentes
Os diferentes parâmetros <le influências externas são AG/AH - Solicitações mecánicas (impactos/vibrações)
classificados em três grandes categorias: AK - Presença de ílora e mofo
Origem da instalação
Circuitos de distribuição
principal
Circuitos de distribuição
divisionários
l ! l
Circuitos terminais
Figura 1,9 • Distribuição radial: circuitos de distribuiçõo e lerminois {ver simbologia na Seçõo .4.7)
SU$W
18 lnslalações elétricas
Tabela 1,7 • Número ele condutores ele uma instala~o consumidora (esquemas apt'9sentaclos
na f",gura 1. 1O)
~------L,
Sistemas em CA
,::_..r,,y,"-~---Lz
•' --------------•N
L - - - - -- - -- L3
Monofásico Trifásico :1 três ~ - - - - --Li
a dois ou quatro condutores
condutores
-------------- •N
'----~
L - - - - - - - - - L . ,3
Monofásico a três
condutores
Sistema!. e.m CC
doiscondutores
Bifásico a três
condutores
três condutores
Capítulo 1 • Fundamentos 19
20 Instalações elétricos
Capítulo 1 • Fundamentos 21
AKI Desprezível
Sem risco de danos devidos à flora
ou ao mofo -
Os riscos dependem das condições locais e da
na1ureza da nora. Pode-se dividi-los em riscos
AK2 Prejudicial Risco de efeitos prejudicais
devidos ao desenvolvimento prejudicial da vege•
tação e riscos cle\'idos à sua abundância
SU$ W
22 lnslalações elétricos
Capítulo 1 • Fundamentos 23
(continuação)
Código I Classificação Características Apli'-'!ÇÕes e exemplos Referêncías
campos mago é'llcos rad',ados (AM8)
Produzidos por linhas de ener-
gia. 1ransfom1adores e ou1ros Habililações. locais comerciais e Nível 2 da
AM8- I Nível médio
cquipamenoos de frequência indústrias leves IEC 61000-4-8:2001
industrial e suas harmônicas
Grande proximidade dos elemen- lnd6sirias pesadas. subestações
Nível 4 da
Ai\18-2 Nível alto tos mencionados an1e.rionnente AT/BT, quadros elétricos e proxi-
IEC 61000-4-8:2001
ou de outros similares midade de linha~ feJToviária~
Campos elétricos (AM9)
Ai\19-1 Nível despreiível Caso gemi - -
AM9-2 Nível médio De acordo com o valor da 1ensão
Proximidade de linhas aéreas de
AM9-3 Nível alto e da localização, interna ou IEC 61000-2-5
AT ou subestações de AT
AM9-4 Nível muito allo extema à edificação
24 lnslalações elétricas
(continuação)
Códígo j Classificação Caraclerislicas Aplicação e exemplos j Referências
Transitórios oscilantes conduúdos (AM24)
Fenômenos de chave.amemo
Loc-ais residenciais,
AM24-1 Nível médio pre.~ntes nonnalmente em IEC 6 1000-4- 12
comerciais e industrinis
ins1alaçõcs de edificações
Fenômenos associados a
AM24-2 Nível aho Subestações AT/MT IEC 60255-22-1
chaveamentos/manobras
Fenômenos radiados de alta freqüência (AM25)
Estações de rádio e televisão a Residências e locais Nível I do
AM25-1 Nível desprezível
mais de I km comerciais IEC 61000-4-2:2002
Tn1nsccptores pon~reis a Nível 2 do
AM25-2 Nível médio Jndt1strias leves
não menos de l m IEC 61000-4-2:2002
Indústrias pesadas e
Tronscep1ores de alto potência nas Nível 3 d3
AM25-3 Nível alio aplicações de alia
proximidades IEC6I 000-4-2:2002
confiabilidade
Capítulo 1 • Fundamentos 25
884 Muito baixa Condições imersas Pessoas imersas na tigua. por exemplo, em banheiras e piscinas