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Adernara A. M. 8. Cotrim

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Adernara A. M. 8. Cotrim

Revisão e atualização 1écnicas


Hilton Moreno
Engenheiro elctricisia pela Bscola Politécnica da USP
Profc..~sor univcrsi1ário, consultor. membro de comissões técnica..~ da ABNT

José Aquiles Baesso Grimoni


Professor associado da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - EPUSP
Diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo - JEÉUSP

-PEARSON
Prentice
Hall

São Paulo

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Cáf)á: Alexandre Mieda
Editoraçüo eletrô11ic(t e diá.trC1111áçüo: ERJ Composição Editorial

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Co1rim, Ademaro A.M.B.. 1939-


lnsialações elétricas/ Adcmaro A.M.B. Coirim ;
revis:io e adaptação técnica José Aquiles Baesso
Gromoni e Hil1on Moreno. •· 5. ed. •· São Paulo :
Pearson Pren1ice Hall. 2009.

Bibliogmfia
ISBN 978-85-7605-208- 1

1. Instalações elé1ricas 1. Tf1ulo.

08-10784 CDD-621.3192

Índice para catálogo sistemático:


1. Instalações elétricas: Engenharia 621.3192

2008
Oirei1os exclusivos para a língua portuguesa cedidos à
Pearson Educa1ion do Brasil Lida.,
uma empresa do grupo Pearson Education
Av. Em1ano Marcheni. 1435
CEP: 05038-001 - São Paulo - SP
Tel.: (11) 2178-8686 Fax: (1 1} 2178-8688
e-mail : vendas@pearsoned.com
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Sumário

Capítulo 1 Fundamentos
1. l Sistemas e instoloções elétricos . . ....... .. .... , ... • ... , ....•... , . .. .. .. 1
1.2 Normo NSR 54 l O .................... • ................•........... 1
1.3 Componentes dos instoloções .... • ........ • ....... • ....................3
1.4 Tensões elétricos ... . , .. . . , .. . , .. . , ... . ... , . .. . • .. . , . . .. ... . , . .. , . ..5
1.5 Choque elétrico , ... , ... . , .. , • .. , , .. , , ... . , ... • ... , ... . .... , ... , . . .7
l .6 lnstoloção de baixo tensão , , .. , • ... , ... , • .. . , ... • ... , .... , .. . , ... , , ..8
1.7 Equipamentos de utilizoção . . , ... • ... , , .. . . ... , , .. . ... . , ... . ... . , .... 11
1.8 Circuitos .. . .... . ....... . .... • ....... • ....... •• ... .. .. • ... .. .. .. 14
1.9 lnRuênciosexlernos ... • ....... • ........ • ... .. . . • .... . ... • ... .. .. .. 17
Exercícios , , .. , , ....... . , ... , . . . • ... , , ... • ... , ... , • .. , . ... •• .. , . .. .. 28
Capítulo 2 Conceitos fundamentais
2.1 Potência em corrente olternoda ... .. ....... • ... , .... • ....... . ... , ... .. 29
2.2 C61culas pr6ticos de circuitos ....................... • .. . . . .. •• ....... .36
2.3 Princípio da compensação do energia reativa . , , ... , , .. , ... , . ... . ... , , .. , .41
2.4 Componentes simétricos ... , , .. , , ... , .... , ... , ... , • .. , , ... •• . , , , .. .. 43
2.5 Valores por unidade ... , .. . , ... , ... , . .. , . .. , , ... , .... , .. , . ... , . , . , .53
2.6 Anólise de um circuito RL . .. .. . . • ... .. .. . • .. , .. .. •• ... .... • ... .. .. . .59
2.7 Translotmodores de potência , ... • . , . , .... . ... , . .. , .... , ... • ... , , .. , .60
Exercícios .. .. ... .. . ... . , ........................ , ........ • ... .. .. . .65
Capítulo 3 Proteção contra choques elétricos - fundamentos
3.1 A corrente elétrico no corpo humano ... ... . ... ...... ......... • ..... .. ..67
3.2 Fundamentos da proteção contra choques elétricos ... .. ... • .. ..... •• .. . .... .75
3.3 Aterromento e eqüipotenciolizoçõo .................. , ........ • ... .. .. . .78
3.4 As isolações e os grous de proteção , ....... , • ... , ... , • ... , ... •• .. , .....93
3.5 Proteção básico (contra contatos diretos) . .. .. , . ... . , .. , ... , , .. , . ... .. .. .. 97
Exercícios ., , .,, ,,, ., , ... , . . , ,, , . . , .. , , . .. , • .. . , ,. , • . ,, . . , . •• .. ,, .. 102
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VI lnslalações elétricos

Capítulo 4 Planejamento da instalação


4.1 Demando e curvo de cargo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . • ... .. .. .. ... 103
4.2 Fatores de projeto . ... . . . ... . .. . ... . . . .. . . . ..... . ... . .... .. ... ... 104
4.3 Polência de a limentação e correnle de projeto . ... . .. • ....... . • . ... . ...... 108
4.4 Corrente de projeto em circuitos terminais . . ... .. .. . •... . ... . .. .......... 122
4.5 Conservação e uso racional de energia elétrico ......•....... • ... .. ... .... 123
4.6 O projeto de instalações elétricos . . . ............. • . . . . .. . . • ...... . . . . . 125
4.7 Simbologia gr6fico . .. .. ... . ... .. .. . • .. .. ... . .... . ... • ... . ... .. ... 131
Exercícios . . ... ... . .. .. .. .... • .. . .... • ... .. .. . •... .... • •. .......... 132
Capítulo 5 Linhas elétricas
5.1 Aspectos gerais ....................... . ............ . ............ 133
5.2 Materiais condutores, condutores e suas característicos ..... . ... . .. . . . . .... . . 139
5.3 Isolações .......................................... • ....... . ... 151
5.4 Blindagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . • . . . . . . . . . ... 154
5.5 Proteção .......................... . ...... • ....... • . . ...... . .. . 155
5.6 Níveis de isolamento dos cabos de potência . .... . .. . ... . ... . • ....... . ... 156
5.7 Perclas dielétricas ... .. . ... . . ................... . . ... • ... . ... . . .. . 160
5.8 Comportamento elas cabos em condições de fogo e incêndio . . .... • . ... . .. . ... 161
5.9 Designação dos conduto res e dos cabos isolados
(de acordo com o NBR 93 11) . ... . .... .. .. . ...•.... . ... • ....... • ... . 162
5.1 O Normas brasileiros de cabos de potência .................. • .. ... ... . . .. 167
5.11 Tipos de linhos elétricos .. . . .. . . .. . . .. .. .. ... .• ... . ... . • .. .. ... .. .. 168
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . ... 188
Capítulo 6 Dispositivos de manobra, proteção, comando e
seccionamento não automático
6 .1 Generalidades . .. . . . .. . . . .. . ... ... . ... . ..... . .. . . . . . ....... .. . . . 189
6.2 G randezas coroclerísticos dos dispositivos de proteção e de manobra ........... 193
6 .3 Dispositivos fusíveis de baixo tensão .. ... . ... . ... .. .. .. .... . . .. .... . .. . 195
6.4 Disjuntores de baixo tensão ............................ • •...........204
6.5 Dispositivos o corrente diferenciol·residuol .. .. ..... • •...... .•. . . . ... •. ...214
6.6 Seccionamento não automático e comando .. . . . ... .. .. . .... . . .. . . .. • . .. .222
Exercícios .... . . .. . . . .. .. .. ........ .. ........ .... . .. . ... . ... .. .....225
Capítulo 7 Medidas de proteção contra choques elétricos (1) - básica e supletiva
7.1 Introdução . .. ..... . . .. ...... . .... .. . .. ....... .. ... ... ..........227
7.2 Medido de proleção por limitação do tensão de alimentação - uso de
extroboixo tensão de segurança . . ... ........... ....... ........ ..• ....227
7.3 Extroboixo tensão funcional .........................................229
7.4 Proteção pelo emprego de equipamentos classe li ou por isolação
equivalente ............................................. .. • ....230
7.5 Proteção em locais não condutores . . .. . . .. . . .. .. . ... . . ... • .. .. . .. • . .. .231
7.6 Proteção por ligações eqüipotenciois locais não aterrados .... . ... • . .. . ... .. .. 232
7.7 Proteção por separação elétrico . . . . .. . ... . . .... ......... • .. ..... • ... .232
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... • ... . .... . .. .234
Capítulo 8 Medidas de proteção contra choques elétricos (11) -
seccionamento automático
8.1 Fundamentos da proteção por seccionamento
automático do olimentoçõo ....................•....... • •. ......... .235
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5'imário VII

8.2 Esquema TN ... . • . . . ... . . • ... . . . . • . . . . . . . , • . .. . .. . • .... . . . . . . ..237


8.3 Esquema TT .. .. • .... . ... . ... ..... .. . . .. . . •• . . .. .. •• .. . . .. . • .. . .249
8.4 Esquema 1T . .. . ... . . .. .. . ... .. .. .. . . . . ... •• .. .. ... • ... . ... • ... .252
8.5 Aplicação dos esquemas de oterromenlo . .. . ... . . . • . . . .. .. . • . ... . . . • .. . .258
8.6 Aplicação dos dispositivos DR ..... . .. . . .... . .. , • ...... •• ... . ... • .. . .261
8.7 Condutores de proteção .... . .. . . .. . . • . . . .... •• . . . . . .. . .. . . ... . .. ..268
8.8 Locais especiais .. . ... .. .. • . . . ... . . • ... . . . . •• .. .... . • . . . . . . . • . . . .271
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . ... • . .. .278
Capítulo 9 O aquecimento dos condutores e a queda de tensão
9.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .. . . . .. . . ... . . . . • .. . . 281
9.2 Equilibrio térmico e corrente em regime permanente nos
condutores e cabos isolados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . .. .... . • . .. .281
9.3 Capacidades de condução de corrente .. ... . . . . . . •• . ..... •• ... . ... • .. . .286
9.4 Critério da capacidade de condução de corrente .. . . •• ... . .. . • ....... • .. ..296
9.5 Condutores em paralelo . ... . ... . ... .. ... . . . . .. .. .. .. . • ... . . . . • . . . .297
9 .6 Transitário térmico e tempo de sobrecarga admissível . .. .. .. .. . . .. .. ... . . .. .298
9.7 Transitário térmico rápido ... ... . .. .. . . . . ... . ..... . ... . • .. . . ... . .. ..304
9.8 Queda de tensão nos circuitos . .... . . .. • .. . . . .. •• .... . .. • .. . . . . . , .. . .305
9.9 Seção do condutor neutro . .. . ... . ... . • ... . . . . • • .. .. ... • ... . ... • . .. .311
Exercícios . . ... .. .. .. ... . ... . ... .. .. • . ... . ... •• .. .. .. . • .. .. ... • . . . .314
Capítulo10 Cálculo de correntes de falta
10.1 Introdução .. . . . . . . . . . . . . . .... .. . .. .. . ... .. .. .. .. . ... . ... ... . . .315
10 .2 As fontes de correntes de falto . .. .. . ... . . . . . . . •• .. .. .. . • ... . ... . . . . .315
10.3 Análise do corrente de curto-circuito . ... . . . . ... . •• .. .. .. . • ... .. ... .. . .316
10.4 Fundamentos dos cálculos de corrente de lolta . . . . . . • ....... . ... . ... • . . .. 318
10.5 Impedância de curto-circuito . . ...... . . . . . . . . . •• . .. . ... • .. . . . . . • . . . .322
10.6 Cálculo dos correntes de lolto presumidos . .. .. ... . ... .. .. . . .. .. ... , . .. .324
Exercícios . .. .. .. .. .. . . . ... . . . .... .. .. .. . . . .. •• . . .. ... • . . . . .. .. . . . .334
Capítulo 11 Proteção contra sobrecorrentes
11 .1 Coroclerizoção dos sobrecorrentes .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. . • .. .. ... , . .. .335
11.2 Limitação do duração de uma correnle de sobrecarga ... .. .. .. ... . ... , . .. .336
11.3 A integral de Joule .. . ..... . ...... . . . . . . . . .. . ... ... •• ... . ..... . . .337
11.4 Critérios gerais da proteção contra sobrecorrentes ... • . .. .... . .. . . ... • .. ..346
11.5 Proteção contra correntes de sobrecorgo .. . . . . . . . .. .. .. .. •• ... . ... • . . . .349
11.6 Localização dos dispositivos de proteção contra correntes
de sobrecargas . . .. . . .... . .. .. . ... . . . . ...... . .. .. . • .. . . . . . . .. . .356
11.7 Omissão do proteção contra sobrecargas . . . . . . . . •• . . . . .. •• . .. . .. . . ... .356
11.8 Proteção contra correntes de curto-circuito . . ... . .. •• . . . .... • .. . .... • . .. .358
11.9 Localização dos dispositivos de proteção contra
correntes de curto-circuito .. . ... .. .. .. ... . ... .• .. .. ... • ... . .. . . ... .360
11.1O Omissão da proteção contra curtos-circuitos . . . ... . • ....... • ... . ... , .. ..361
11.11 Proteção dos condutores de fase .. .. .. . ... . . . . •• .. ... . . • ... . . . . , . . . .361
11 .12 Proteção do condutor neutro . ... .. .. .. ... . ... . ... . .... • ... . ... , ....362
11.13 Coordenação seletiva da proteção contra sobrecorrentes . .. .. • . .. .. ... . ... .363
Exercícios ...... . ... . ... ... . .. ... . .. .. ... . ... . ... .. .. • , ... . ... , ... .368
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VIII lnslalações elétricas

Capítulo 12 Prot~ões contra sobretensões


12.1 Aspectos gerais .. . .............. . ....... . ... .. ........ • .. .. ... .371
12.2 Sabretensões devidos às descargos atmosféricos (S\Jrtos de tensõo} ... .. .. .. ... .371
12.3 Sabretensões causados por folhos do isoloçõo poro outro instolaçõo
de tensão mois elevado ........................ . ... ... .......... . .383
Exercícios ....... ... . . ... .. .. . . •• .. . . . .. • ... . .. .. .. .. ... . •• .. .. . . . .386
Capítulo 13 Dimensionamentos
13.1 Circuitos de motores .. ... . ... . ... .. ... . ... . ... .. ....... • ... .. .. ..387
13.2 Circuitos que não contêm motores . .. .. .. ... . ... . ... .. .. ... • .. ... .. ..394
13.3 Critério econômico poro dimensionamento dos linhos elétricos ...... • ... .. .. . .411
Exercícios ....... ..... ... . ... .. .. ... . ... .. . ... . .... .. . ... • ... .. ... .418
Capítulo 14 Compensação da energia reativa
14.1 lntroduçõo ........ . . . ... ...... ..... • •...... ••. .... , ••• .... . ... 419
14.2 Aspectos conceiruois . .. ...... .. .. . .... . • .. . ... •• ....... •• ........420
14.3 Razões do baixo fator de potência e
comportamento dos instalações .......... •• . ... . .. •• ...... •• .. .... . .422
14.4 Compensoçõo do energio reativo ....... , , , , . ... .. • ... ... .. . ... .... . .422
14.5 Métodos de compensação ....................... •• ...... . • .. .. .. .. 424
14.6 Aspectos do cargo - presença de harmônicos e
regime de operoçõo . . ... . ... .. ....... . ... .. .. •• ... . ... • ... .. ... .429
Exercícios . .. .. ... .. .. .. ... . ... .. .. .. ... .. .. .. .. . ... .. .. . • ... .. .. .. 433
Capítulo 15 Instalações de segurança e de reserva
15.1 lntroduçõo .. . . .... .. . ... ... .. . ... ... . . . . . .. . • . . . ..... • ... . ....435
15.2 Conceitos básicos .. ....... . ........ . . ••. .... .••• .... . . • • . .. . .. . .436
15.3 Fontes de segurança e de reservo .................. • ....... •• . ...... .436
15.4 Clossificoçõo dos a limentações de segurança ... . ..... •. ....... •. ....... .437
15.5 Circuitos de segurança ... .. . ... ... .. ...... .. . . •• ........ • .. .. .. . .437
Exercícios .. .. ... .......... .. . .. ..... . . . • .. ... .. •• ....... •• . ... ....438
Capítulo 16 Luminotécníca
16.1 Fundamentos . . . . .. .. .. . ... .. .. .. ... • .. ... .. • .... . ... • ... .. .. . .439
16 .2 Tipos de fõmpodos . .. .. .. ... .. ... . ... • ... .. .. •• .. .. ... •• .. .. .. . .441
16.3 Cólculos próticos de iluminoção interior .... • .. ..... • .. ...... • .. ... . ... 450
Exercícios .. .. ... .......... .. .. .. .. . .... •• .. .. .. •• ....... •• .. .. ... .464
Apêndice A Influências externas
A.1 Seleção dos componentes em lvnçõo dos inRuêncios extemos ... .. .. •• ... . ... .465
A.2 Seleção dos linhos elétricos em lvnçõo dos inRuêncios externos .. . .. ... .. .. .. .. 465
Apêndice B Os eletrodos de fundação e a equalização de potencial
8.1 Os eletrodos de lvndoção e o prótico olemã .......................... . .. 478
8.2 Aterromento da SPOA . . ... . ........ . .... . .. . .. .•.. ...... • ..... ....480
8.3 Compatibilidade eletromagnético .......... . ........ • .............. . . .481
8.4 Resistência de oterramento .................. . , . . . •. . . . ... . . . . , . .. .. 481
8.5 Barramento de eqüipotenciolização principal (BEP) ... . ... •• .. .. .. •• .. . ..... 481
B.6 Aterramento de antenas externos ................. .•• ....... •• .... .. . .483
8.7 Condusõo . .......... . ..... . .......... . . . .... . ....... . . ... .... .484
lndice remissivo . ..... . ... . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. .. .... . .485
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Prefácio

A presente edição do livro Instalações Elétricas, mais do que atualizar seu conteúdo, adequando-o aos últimos
requisitos da norma NBR 541 O e incluindo novos assuntos, mantém vivo o ideal do saudoso professor e engenheiro
Ademaro Cotrim.
Incansável estudioso e divulgador cios temas ligados às instalações elétricas, o professor Cotrim foi, sem dúvida,
referência para a engenharia elétrica nacional. Seu legaclo como professor, por meio deste livro, extrapolou as pare-
des das salas de aula nas quais alguns tiveram a felicidade de poder ouvi-lo. Além disso, provocou mudança estru-
tural na área de instalações elétricas - tão c.1rente de modernização. Deixou, desde 2000, uma lacuna no meio
profissional difícil de ser preenchida.
A obra magistral cio professor Cotrim não poderia cair na obsolescência. ~ neste sentido que, desde a última
publicação da norma NBR 54 1O, em 2004, e tendo em vista o surgimento de novos temas e tecnologias, crescia a
demanda por uma adequada revisão e atualização do conteúdo do livro original.
Tendo o extremo cuidado de não alterar a essência e o estilo do texto do professor Cotrim, os professores e enge-
nheiros eletricistas Hihon Moreno e José Aquiles Baesso Crimoni, com a colaboração ele outros profissionais em
alguns lemas específicos, conseguiram revisar e atualizar o texto de fonna bastante adequada. Além disso, ao apre-
sentar no final de cada capítulo uma lista de exercícios, que não existiam nas edições anteriores, a presente edição
se coloca como referência essencial e moderna no ensino de instalações elétricas no Brasil. Aos profissionais, entre-
ga-se, com esta edição, um verdadeiro guia ele entendimento da complexa norma NBR 541 O, além de farta infor-
mação atualizada sobre conceitos, dimensionamentos, nonnalização, produtos e tecnologias ligadas ao setor.
O esforço ele todos que, direta e indiretamente, colaboraram com a publicação desta obra é incentivo aos leitores
no sentido de aproveitarem ao máximo o conteúdo deste livro. Dessa forma, estarão em contato com os ensinamen-
tos eternos do professor Cotrim, um grande professor, profissional da engenharia e homem.

Aderbnl de Arr uda Penteado Jr.


Diretor da ARCESP
Professor doutor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
SU$W

Apresentação
Hilton Moreno1
José Aquiles Baesso Grimoni2

Foi com indescritível honr,, e prazer que aceitamos o convite, e o desafio, de revisar e atualizar esta magnífica obra
cio saudoso professor Ademaro Cotrim. Apesar de não estar mais entre nós desde agosto de 2000, seu livro continua
sendo um clássico e uma das principais referências bibliográficas do setor elétrico nacional.
Esta quinta edição foi totalmente baseada na norma "ABNT NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão•,
publicada em 2004 e em vigor no momento desta publicação.
Assim, esta obra tem como objetivo atualizar e adequar o texto de acordo com essa úhima edição da norma, além de
acrescenw alguns ternas, como iluminação, correção do fator de potência, harmônicas e proteção contra sobretensões.
Diferentemente das anteriores, esta edição inclui, ao final de cada capítulo, uma seção de perguntas que visam a
aferir o grau de aprendizado do leitor. Destaque também para a nova diagramação e estilo de redação do livro, que
torna sua leitura mais agradável e fácil, e para a atualização de alguns exemplos e para a inclus.io de novos.

O livro conta, ainda, com um site de apoio exclusivo, para o qual desenvolvemos um interessante mate-
rial. Nesse site, os alunos encontrarão uma planta-modelo de instalações elétricas e os professores têm
acesso a apresentações em PowerPoint que auxiliam a utilização cio livro em sala de aula. (Os editores aler•
tam que, para ter acesso a esse conteúdo, os professores que adotam o livro devem entrar em contato com
seu representante Pearson ou enviar um e-mail para universitarios@pearsoned.com.)

Sinceramente, esperamos que com esta contribuição possamos ajudar a manter este livro como referência no
ensino/aprendizagem de instalações elétricas e como guia de utilização da norma ABNT NBR 541 O pelos profis-
sionais do setor.
Por sua qualidade, esta nova edição - revisada e atualizada-, é livro-texto fundamental para diversas escolas
de engenharia, nas disciplinas que tratam de instalações elétricas.

1. Hihon Moreno
Engénheiro dél.riéiSla pela l!scOI:\ Poli1N"nk~'l dà Uni\~tsidnde di.- São PittllO ( 1980): consultor. professor 1itulM de Jnmd~ Elétric;L,; dà
~cola de Engcnh.\ria Mauá ( 1987""2004): membro do Comi1ê 8r.lSilciro de Ele1ricidOOC da ABNT. :im:mdo. en1re 001r:1s. n:. Comissão da nonna
ABN'f NllR 5410. Mcmbto do National 1:ire Protcc1ioo Assochttion (NFPA) dO$ &lados Unidos: autor e co-autocde vários livros na área détri•
C.'1. de di\'Cl':SOS atligC>S 16cnicos Sôbrc iMutlações clé1ric.u e qualld3dc de energia: aniculísrn d., Ré\'it1a de Eletricidade Modem., e oofabor.tdor
de outras rcYiSIM técnicns espccialfr.ada:s: p.,res1rnn1e ítt1.a.'lnte com e<.nten3S de .:1presen1.-çõcs n.-11.li1,3dá$ no llr:'lSil e no c:tterior. Const.lheiro da
UL do 01"3Sil Cenlfie3ÇÕCS e da Associação Brasileim de Engenheiros me1ricis1as (AOEfi•SP).
2. José Aquiles B3CSOO Grimoni
Engenheiro elc1rícim1 ( 1980). mestre (1989) e doutor (1994) pcl:1 EsooJ:1 Pofü6cnka d3 Uni\'Cl"$idadc de S.i.o Paulo. Emrc. 1981 e 1988.ttabalh<>u
n:1 ASEA, CESf>. Urown-8o"cri e fl)'rE e. a p:lflir de 1989. tornou-se professor de gr.l<lu:LÇ;io e. :t (mrtir de 1994. de pós·grndu:ição d:t t!.m.>la
Polité<:nka da USP. Entre 2003 e 2007. l'oi vice-diretor do lnslitu10 de Engenharia Elétrica d3 Uni\'ersidade de São Paulo (lf:EUSP). do <tual é
diretor d,:sde esse :mo. Co~ullor de empresas de energia cm projetos de pesquisa e dcscnvolvimcn10 e profossor d~ dj:sc:iplin3 de lnstalaç&s
ESétrkM Idà lt~ola. Polilécnka da Uni"ersidadc d~ S~ P..tulo desci~ 1993; au10, de dh-ersos artigo.._ ,écnicos em re,•i.stas e coni;.rtsi.oo ,i3 área de
cncrg.i3 elé.lrica e membro do lEEE e da ABEE•SP.
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Fundamentos

1. 1 Sistemas e instalações elétricas em corrente alternada (CA) ou a 1.500 V em corrente


contínua (CC).
Circuito elé11ico é um conjunto de corpos, componen- As instalações que possuem tensão nominal superior
tes ou meios, no qual é possível que haja cO<Tente elétrica. a 1.000 V em CA e inferior a 36.200 V em CA são gene-
Um sistema elétrico é um circuito ou conjunto de cir- ricamente chamadas de instalações elétricas de média
cuitos elétricos inter•relacionados~ constituído para tensão. E as instalações com tensão nominal superior a
determinada finalidade (Quadro 1.1). ~ formado, essen- 36.200 V em CA são genericamente chamadas instafa-
cialmente, por componentes elétricos que conduzem ções elétricils de a/ta tensão.
(ou podem conduzir) corrente. Por sua vez, as instalações com tensão nominal igual
Já uma instalação elétrica inclui componentes elétri- ou inferior a 50 V em CA ou a 120 V em CC são instala-
cos que não conduzem corrente, mas que são essenciais ções elétricas de extra baixa tensão.
ao seu íuncionarnento, tais como condutos, caixas e A NBR 54 t O fixa as condições a que as instalações de
estrutura de suporte. Enfim, uma instalação elétrica é o baixa tensão elevem atencler, a fim de garantir seu funcio-
sistema elétrico físico, ou seja, é o conjunto de compo- namento adequado, a segurança de pessoas e animais
nentes elétricos associados e coordenados entre si, com- domésticos e a conservação de bens. Aplica-se a instala-
posto para um fim específico. ções novas e a reformas em instalações existentes, enten-
Dessa forma, a cada instalação elétrica corresponde- dendo-se como •reforma•, em princípio, qualquer
rá um sistema elétrico. ampliação de instalação existente (como criação de novos
Em um projeto elétrico, as plantas e os detalhes (por circuitos e alimentação de novos equipamentos), bem
exemplo, cortes, esquemas unifilares e trifilares) represen- como qualquer substituiç,io de componentes que impli-
tam a instalação, enquanto os circuitos elétricos envol- que alteração de circuito.
ventes representam o sistema. A norma abrange praticamente todos os tipos de ins-
Porém, observe que os termos "sistema elétrico" e talação de baixa tensão, tais como:
"'instalações elétricas" são utilizados como sinônimos
por muitos autores e projetistas. • Edificações residenciais e comerciais, em geral.
• Estabelecimentos institucionais e de uso público.
• Estabelecimentos industriais.
1.2 Norma NBR 541 O • Estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros.
A NBR 5410- Instalações Elétric.1s de Baixa Tensão • Edificações pré-fabricadas.
(última edição da norma, de 2004), baseada na norma • Reboques de acampamento (trailers), locais de acam-
internacional IEC 60364 - Electrical lnstallations of pamento (campings), marinas e locais análogos.
Buildings, é a norma aplicada a todas as instalações elé- • Canteiros ele obras, feiras, exposições e outras insta-
tricas cuja tensão nominal é igual ou inferior a 1.000 V lações temporárias.
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2 lnslaloções elétricas

Quadro 1, 1 • Algumas clefin~ões contidas na norma NIR 5456


• Fonte 11w11ofásica: fonte que fornece uma única tensão elétrica (ou corrente) alternada.
• Fonte po/ifásica: fonte que fornece um conjunto de duas ou mais tensões elétricas (ou correntes) alternadas, inter-
relacionadas. de mesma freqüência. Pode ser classificada de acordo com o número de fases. Por exemplo, fontes
.. bifásica'\ ••trifásica", ..hexafásica".
• Fonte polifásica simétrica: fonte polifásica cujas III tensões elétricas (ou correntes) têm a mesma fomia de onda e
a mesma amplitude, e cujas defasagens sucessivas são iguais a 360º/m.
• Dispositivo 1110110/ásico: fonte monofásica ou um dispositivo previsto para ser alimentado por uma fonte monofásica.
• Dispositivo polifásico: fonte polifásica ou um dispositivo previsto para ser alimentado por uma fonte polifásica.
• Circuito 1110110/ásico: circuito elétrico que compreende um conjumo de dispositivos monofásicos imerligados.
• Circuito 110lifásico: circuito elétrico que compreende um conjunto de dispositivos polifásicos interligados.
• Sistema 1110110/ásico: caso particular de sistema polifásico, reduzido a uma única tensão de fase.
• Sistema polifásico: sistema elétrico constituído por um ou mais circuitos polifásicos.
• Sistema polifásico simétríco: sistema polifásico tal que, em representação gráfica. os fasores das tensões de fase
podem ser dispostos segundo um polígono funicular regular fechado, de III lados.
• Polfgono fimic11lar: representação gráfica de um conjunto de vetores, deslocados paralelamente a si mesmos até que o
ponto de aplicação de cada vetor coincida com a extremidade do vetor precedente e sua extremidade coincida com
o ponto de aplicação do vetor subsequente. Nora: Esse-conceito é válido para a representaç5o gráfica de fasores.
• Tensão de fase: cada uma das tensões de mesma freqüência e defas,.."\das entre si que constituem um sistema ou cir•
cuito polifásico. Sinônimo: te11stio fase-neutro.
• Tens<io tle linha: tensão entre duas fases de um circuito ou equipamentos polifásicos.

A norma aplica-se, também, a: A NBR 5410 é com1>lementada atualmente por outras


duas normas: a NBR 13570 - Instalações Elétricas em
• Circuitos elétricos alimentados soo tensão nominal Locais ele Afluência de Público: Requisitos Espec/íicos e a
igual ou inferior a 1.000 V em CA, com freqüências
NBR 13534 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão -
inferiores a 400 Hz, ou a 1.500 V em CC. Requisitos Especificas para Instalação em Estabelecimentos
• Circuitos elétricos que não os internos aos equipa- Assistenciais de Saúde. Ambas complementam, quando
mentos, os quais, embora alimentados por meio de necessário, prescrições de caráter geral contidas na NBR
instalação com tensão igual ou inferior a 1.000 V em 541 O, relativas a seus respectivos campos de aplicação.
CA, funcionam com tensão superior a 1.000 V, como A NBR 13570 aplica-se às instalações elétricas de
é o caso de circuitos de lâmpadas de descarga, de locais como cinemas, teatros, danceterias, escolas, lojas,
precipitadores eletrostáticos etc. restaurantes, estádios, ginásios, circos e outros locais
• Qualquer linha elétrica (ou fiação) que não seja espe- indicados, com capacidades mínimas de ocupação (n•
cificamente coberta pelas normas dos equipamentos de pessoas) especificadas.
de utilização. A N8R 13534, por sua vez, aplica-se a determinados
• Unhas elétricas fixas de sinal, com exceção dos circui- locais como hospitais, ambulatórios, unidades sanitárias;
tos internos dos equipamentos, relacionadas exclusi- clínicas médicas, veterinárias e odontológicas; entre
vamente à segurança (contra choques elétricos, outros, tendo em vista a segurança dos pacientes.
incêndios e efeitos térmicos em geral) e à compatibi-
lidade eletromagnética. Define-se estabelecinrento alóSistencial de saúde (ou,
simplesmente, estabelecimento de $8úde) como o esta-
Por sua vez, a norma não se aplica a: bclecimemo desrinado ao atendimento médiéo, de enfer-
magem e paramédico (exame, tratamemo. monitoramemo,
• Instalações de distribuição de energia elétrica (redes) b'llnSporte etc.) de pessoas. Corresponde ao tenno /i,o/th
e de iluminação pública. ,·arefacility utilizado na1íngua inglesa.
• Instalações de tração elétrica, de veículos automoto- lnst>llação elftrica em es1al>elecimento assistencial de
res, embarcações e aeronaves. saúde é definida como o conjunto de componentes e
• Instalações em minas. equipamentos (exceto os aparelhos eletromédicos) devi-
• Instalações de cercas eletrificadas. damente interligados e,dispostos de maneira apropriada
em áreas e locais de- um estabelecimento assistencial de
• Equipamentos para a supressão de perturbações radioe-
saõde, tendo em vista o suprimento. a transfonnaç-Jo, o
létricas, uma vez que eles não comprometam a segu- annazenamento. a distribuição e a utilização de energia
rança das instalações. elétrica de modo compatível com as necessidades e a
• Instalações específicas para proteção contra descar- segurança específicas de cada recinto para fins médicos
gas atmosféricas diretas. (diagnósticos ou terapêuticos).
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Capítulo 1 • Fundamentos 3

A terminologia de instalações elétricas de baixa ten- um transformador (em um poste), um disjuntor (em um
são é tratada na norma NBR IEC 60050 (Vocabulário quadro), um aparelho ele ar-condicionado (em parede
Eletrotécnico Internacional, em seu Capítulo 826 - ou janela).
Instalações Elétricas em Edificaçõ~). • Estacionários: não são movimentados quando em fun-
cionamento, não possuem alça para 1rans1>0rte ou
1.3 Componentes das instalações possuem massa tal que não podem ser movimentados
facilmente, como geladeira ou freezer doméstico,
Nesta seção, abordaremos os principais componen- lavadora de roupa, microcomputador, disjuntor
tes de uma instalação elétrica, a saber: componente, extraível (de um cubículo de subestação).
equipamento elétrico, aparelho elé1rico, linha elétrica, dis- • Portáteis: são equipamentos movimentados quando
positivo elétrico, carga elétrica, potência instalada, falta em funcionamento ou que podem ser facilmente
elétrica, sobrecarga, sobrecorrente e curto-circuito, corren- deslocados de um lugar para outro, mesmo quando
te de fuga e corrente diferencial r~idual. ligados à fonte de alimentação, como é o caso de
certos eletrodomésticos (por exemplo, enceradeira e
Componente aspirador de pó) ou aparelhos de medição (como
Componente de uma instalação elétrica é um termo multímetros).
empregado para designar itens da instalação que, depen- • Manuais: são os portáteis, projetados para serem
dendo do contexto, podem ser materiais, acessórios, suportados pelas mãos durante utilização normal,
dispositivos, instrumentos, equipamentos (de geração, como é o caso das ferramentas portáteis (por exem-
conve.rsão, transformação, transmissão, armazenamento,
plo, furadeira, forro de passar roupas e amperímetro
distribuição ou utilização de eletricidade), máquinas,
tipo alicate).
conjuntos, ou mesmo segmentos ou partes da instalação
(como linhas elétricas). Assim, um eletroduto e um con-
j unto de condutores isolados, por exemplo, são compo- Aparelho elétrico
nentes de uma linha elétrica, visto ser ela constituída por O termo aparelho elétrico é usado para designar
condutores isolados contidos em eletroduto. equipamentos de medição e certos equipamentos de uti•
lização, tais como:
Equipamento elétrico
• Aparelho eletrodoméstico: destinado à utilização r~i-
Um equipamento elétrica é uma unidade funcional, clencial ou análoga (por exemplo, aspirador de pó,
completa e distinta, que exerce uma ou mais funções
liquidificador, lavadora de roupa e chuveiro elétrico).
elétricas relacionadas com geração, transmissão, distri•
• Aparelho eletroprofissional: destinado à utilização
buição ou utilização de energia elétrica, tal como
em ~tabelecimentos comerciais ou análogos (como
máquinas, transformadores, dispositivos elétricos, apare.
máquina ele escrever, copiadora e microcomputador),
lhos de medição, proteç.io e controle. Em particular, um
equipamento de utilização é o equipamento elétrico incluindo os ec1uipamentos eletromédicos.
destinado a converter energia elétrica em outra forma de • Aparelho de iluminação: é o conjunto constituído, no
energia diretamente utilizável (mecânica, térmica, lumi• caso mais geral, por uma ou mais lâmpadas, luminá-
nosa, sonora etc.). rias e acessórios (como reator e starter).
Em uma instalação elétrica, é possível ter os seguin-
tes tipos de equipamentos: Linha elétrica
• Equipamentos relacionados à fonte de energia elétrica Uma linha elétrica é o conjunto constituído 1>0r um
da instalação, que são os transformadores, os gerado- ou mais condutores, com os elementos de fixação ou
r~ e as baterias. suporte e, se for o caso, de proteção mecânica, destina•
• Dispositivos ele comando (manobra) e proteção, tais do a 1ransportar energia elétrica ou a transmitir sinais
como chaves, seccionaclores, disjuntores, fusíveis e elétricos. O termo corresponde ao inglês wiring sy.1tem e
relés. ao francês canalizalion.
• Equipamentos ele utilização, que podem ser classifi-
cados em equipamentos não-industriais (aparelhos As linhas elé1ricas podem ser cons1itufdas apenas por
condutores com os elemel\tos de fixação e/ou suporte,
eletrodomésticos e eletroprofissíonais), equipamen-
como •é o caso de condutores fixados a paredes ou tetos
tos industriais (tornos, compressores, prensas, fornos)
e de condutores fixados sobre isoladores (em paredes,
e aparelhos de iluminação. tetos ou postes). Podem também ser fom,adas por con-
Quanto à i11stalação, os equipamentos em geral dutores em condutos (como eletrodutos, eletrocalhas,
podem ser classificados em: bandejas). Observe que uma linha elétrica pode conter
um ou vários circuitos (por exemplo, vários circuitos em
• Fixos: são projetados para serem instalados perma- uma bãn<leja ou cm um cletroduto).
nentemente em um lugar determinado, 1>0r exemplo,
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4 lnslalações elétricas

Dispositivo elétrico • Cargas lineares: constituídas pelos equipamentos elétri-


cos cuja íorma de onda de tensão e corrente ele entrada
Disposiuvo elétrico é um equipamento integrante de
permanecem senoidais em qualquer ponto de opera-
um circuito elétrico cujo objetivo é desempenhar uma
ção. ~ o caso típico de motores ele indução usuais, da
ou mais funções de manobra, proteção ou controle. ~
iluminação incandescente e de cargas de aquecimento.
importante observar que um dispositivo elétrico pode,
• Cargas não-lineares: constituídas basicamente pelos
por sua vez, ser parte integrante de uma unidade maior.
equipamentos eletrônicos cujas tensão e corrente
Normalmente, o termo é utilizado para designar um
elétricas são distorcidas, contendo harmônicas.
componente que consome um mínimo de energia elétri-
ca no exercício de sua função (geralmente comando, O tenno equipamento de tecnologia da informação
manobra ou proteção), correspondendo ao termo devi- (ETI) é usado pela IEG para designar 1odos os lipos de
ce, como é definido na norma norte--americana NEC - equipamemos elétricos e eletrônicos utilizados em ins-
National Electrical Code. talações comerciais. bem como equipamentos de 1e\e-
comunicação. É o caso de:
As principais funções exercidas pelos dispositivos
elétricos (device) são: • Equipamentos de processamento de dados.
• EquipamcntoS' de 1elecomunicação e transmissão de
• Manobra: mudança na configuração elétrica de um dados.
circuíto, íeita manual ou automaticamente. • Fontes CC que alimentam equipamentos de tecnolo-
• Comando: ação destinada a efetuar a manobra, que gia da iu(onnaçilo no interior de edificações.
pode ser de desligamento, ligação ou variação da ali- • Equipamentos e ins1alações de CPGT (Centrais
mentação de energia elétrica de toda ou parte de uma Privadas de Comulaçilo Telefônica).
instalação, sob condições de funcionamento normal. • Redes locais (LAN).
• Proteção: ação automática provocada por dispositi- • Sistemas de alarme.
• Sistemas de automação predial.
vos sensíveis a determinadas condições anormais
• SiS1emaS'CAM (Computer Aidetl Ma1111foc111rü'j)_.
que ocorrem em um circuito, a fim de evitar danos às
pessoas e aos animais e evitar ou limitar danos a um Aparelhos com material ferromagnético e que ope-
sistema ou equipamento elétrico. ram na região ele saturação são também cargas não-
• Controle: ação de estabelecer o funcionamento de lineares, porque as harmônicas decorrentes dessa satura-
equipamentos elétricos sob determinadas condições ção distorcem as ondas de tensão e correntes.
de operação.
Potência instalada
Carga elétrica
A potência instalada de uma instalação elétrica, ele
Carga elétrica, na linguagem usual de eletrotécnica, um setor de uma instalação ou de um conjunto de equi-
pode ter vários significados, como: pamentos de utilização é a soma das potências nomi-
• Conjunto de valores elas grandezas elétricas (e mecâ- nais dos equipamentos de utilização da instalação, do
nicas, no caso de máquinas} que caracterizam as setor ela instalação ou do conjunto de equipamentos.
solicitações impostas a um equipamento elétrico Um equipamento que absorve energia elétrica é um
(transformador, máquina etc.) em dado instante, por equipamento de utilização; dependendo da necessida-
um circuito elétrico (ou dispositivo mecânico, no de, a potência ativa consumida pode variar ele zero até
caso de máquina). sua potência nominal.
• Equipamento elétrico que absorve potência ativa.
• Potência (ou corrente) transferida por um equipa- Falta elétrica
mento elétrico. Uma falta elétrica é o contato ou arco acidental entre
• Potência instalada. partes com potenciais diferentes, bem como de uma ou
Por sua vez, para um circuito ou equi1>amento elétri- mais dessas partes para a terra, em um sistema ou equiª
co, fala-se em: pamento energizaclo. As faltas são geralmente causadas
por falha de isolamento entre as partes, e a impedância
• Fvncionamemo em carga: quando o circuito ou o entre elas pode ser baixa ou desprezível, quando então é
equipamento está transferindo ou absorvendo ener-
denominada falta direta. Quando uma das partes envol-
gia elétrica.
vidas é a terra, tem-se falta para terra.
• Funcionamento em v<1zio: quando o circuito ou o equi-
Um curto•circuito é um caminho condutor acidental
pamento não está transferindo energia, sendo porém
ou intencional entre dois ou mais pontos de um circui-
normais as outras condições ele funcionamento.
to, por meio ele uma impedância baixa ou desprezível.
Para o equipamento de utilização, as cargas podem Quando o curto-circuito é acidental e os pontos estão
ainda ser caracterizadas como: sob potenciais diferentes, tem-se uma falta direta.
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Capítulo 1 • Fundamentos S

Sobrecarga, sobrecorrente Supondo que o circuito esteja alimentando uma


carga elétrica equilibrada ou desequilibrada, mas que
e curto-circuito não tenha corrente ele fuga, pode-se determinar para o
Sobrecarga é a parte ela carga existente em um cir- ponto P, de acordo com a 1• Lei de Kirchhoff, que:
cuito ou e<1uípamento que excede a plena carga. Por sua
vez, sobrecorrente é uma corrente que excede o valor (1.1)
nominal, que, no caso de condutores elétricos, é a capa-
cidade de condução ele corrente. Da mesma maneira, onde i 1, i1., i3 e (v são os fasores ou valores instantâneos
sobretensão é uma tensão cujo valor excede o maior das correntes que percorrem os condutores vivos do cir-
valor nominal do sistema ou equipamento elétrico. cuito. No caso da Expressão 1.1, a corrente diferencial-
residual é igual a zero.
Nas instalações elétricas, as sobrecorrentes podem Caso haja corrente de fuga ou corrente de falta para
ser de dois tipos: a terra, a soma dos valores instantâneos das correntes
• Corrente de falta: corrente que ílui de um condutor será diferente de zero.
para outro ou ele um condutor para a terra, no caso Pode-sei então, determinar, no caso geral, que
ele uma falta e no local desta.
• Corrente de sob">carga: sobrecorrente em um circuito (1.2)
ou equipamento elétrico sem que haja falta elétrica. ou, em termos fasoriais (ver diagrama fasorial da Figura
A chamada corrente de curto-circuíto, caso panicular 1.1),que
ele corrente de falta, é a sobrecorrente resultante de uma
falta direta entre condutores energízados que apresentam
/Dk = I, + I, + I, + f.v (1.3)
uma diferença de potencial em funcionamento normal. onde / 1 , 1,, 13 e l,v são os fasores das correntes nos condu-
tores e IOJt é o fasor ela corrente diferencial residual.
Corrente de fuga
A corrtmte de fuga, como conceito geral, é uma cor-
rente muito pequena que percorre um caminho diferen-
1.4 Tensões elétricas
te do previsto. Em particular, a corrente de fuga de uma De acordo com a IEC 60038, os sistemas elétricos são
instalação ou de parte dela é a corrente que, na ausên- caracterizados por três valores de tensão eficaz, a nomi-
cia de falta, flui através do dielétrico do material isolan- nal, a máxima e a mínima.
te dos condutores, ou, em caso de rede de distribuição A tensão nominal de um sistema é aquela que carac-
ele energia elétrica, flui sobre as saias dos isoladores (ver teriza a tensão do sistema e à qual são deferidas certas
Tabela 3.9). características operacionais.
As tensões máx;ma e mínima de um sistema são, re-.s•
Corrente diferencial-residual pectivamente, o maior e o menor valor de tensão que
A corrente diferencial-residual (1.,) de uma instala- podem ocorrer em condições normais de operação, em
ção ou de um setor de uma instalação é definida como qualquer tempo e em qualquer ponto do sistema, excluí-
a soma dos valores instantâneos das correntes que per- das as condições transitórias e anormais.
correm todos os condutores vivos do circuito considera- Para uma instalação elétrica, a tensão nominal (de
do, em dado ponto. acordo com a NBR IEC 60050 (Capítulo 826)) é defini-
Seja o circuito trifásico com neutro apresentado na da como a tensão pela qual a instalação (ou pane dela)
Figura 1.1. é designada.

--• i1 ~

L1
I \
-i2 ;~,
~
--• i3
L~
-,..;~ \ I
L_: '-.../
p ;, ;,

Figura 1.1 • Corrente dilerencial-resicluol


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6 lnslalações elétricos

Uma tensão igual ou inferior a 1.000 V em CA ou a A respeito dessa tabela, são válidas as seguintes observa-
1.500 V em CC é considerada b,1ixa tensão. Tensões supe- ções:
riores a esses valores são designadas genericamente como
• A tabela corresponde à Tabela 1. 1 da IEC 60038, de
altas tensões. Já tensões iguais ou inferiores a 50 V em CA
2002.
ou a 120 V em CC são chamadas extra /J.1ixas tensões
• As tensões superiores a 230/400 V destinam-se
(EBTI ou extra-low voltage (ELVJ.
exclusivamente a instalações industriais e comerciais
Para sistemas com tensão nominal superior a 1.000 V,
de porte.
(isto é, de •alta tensão"), a IEC define a tensão máxima
• As tensões nominais de equipamentos de utilização
de operação de um equipamento como a maior tensão
monofásicos não devem exceder 240 V.
1>ara a qual o equipamento é especificado, tendo em
• Recomenda-se que a tensão nos terminais de alimen-
vista a isolação e outras características que possam ser
tação não difira da tensão nominal de mais de± 10%.
referidas a essa tensão nas especificações respectivas.
Os equipamentos ligados a sistemas de baixa tensão A Tabela 1.2 mostra as tensões nominais de sistemas
(BT) devem ser caracterizados pela tensão nominal do de baixa tensão usuais no Brasil, enquanto a Tabela 1.3
sistema, tanto para isolação como para operação. mostra as tensões nominais normalmente encontradas
A Tabela 1.1 indica as tensões nominais de siste• em nossos equipamentos de utilização.
mas de baixa tensão, trifásico a três e quatro condutores, A Tabela 1.4 indica as tensões nominais de sistemas
e de sistemas monoíásicos a três condutores, freqüência de tensões acima de 1 kV e até 35 kV e as corresponden•
de 60 Hz, incluindo os circuitos ligados a esses sistemas. tes tensões máximas para equipamentos, de acordo
As tensões são indicadas por U, ou por U, onde u. é a com a IEC. A Série 1, para sistemas de 50 ou 60 Hz, cor-
tensão entre fase e neutro e U é a tensão entre fases. responde aos padrões europeus, enquanto a Série li,

1 Taliela 1.1 • Tensões nominais ele sistemas ele baixa tensão em au Hz !IEC) 1
Sistemas trifásicos a três e quatro condutores (V) Sistemas monofásicos a três condutores (V)
230/400 120/240
277/480
480/690
1.000

1 Tabela 1.2 • Tensões nominais de sistema, de baixa tensão usuais no Brasil 1


Sistemas trifásicos a três ou quatro condutores (V) Sistemas monofá~icos a dois ou três condutores (V)
115/230 110/220
120/208 115/230•
127/220• 127/254•
220/380• 220/440-
254/440• 120/440•

Taliela 1.3 • Tensões nominais de eauiDGmentos de utilb:asão usuais no Brasil 1


Tipo Tensão nominal (V)
110
115
Monofásicos 120
127
220
220
Trifásicos 380
440
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Capítulo 1 • Fundamentos 7

Tabela 1,4 • Tensões nominais de sistemas com 1 kV < u• .; 35 kV e tensões máximas correspon·
cientes para equipamentos (IEC)

Tensão máxima para


equi1>amentos
(kV)
Série I
Tensão nominal de
sistema (kV)
-
- Tensãom:txímaparaI
.
equIpamen1os
_ _(kV)
Série II
ensã o nomma
.
. )de
sistema (kV)
3.6
7.2
3,3•
6,6
3•
6•
- - 4,4
- ~
4.16*
-
12 11 10 - -
- - - 13.2 1
r
12.47
- - ,__ - 13.97 13.2
- - - 14,52 13,8•
(17,5) - _,__ ( 15) -e - -
24
-
36
22
-
33
- 20
-
-
- -
26,4
-
~
--
24,94
-
~

- - - r
36.5
r
34.5
40.5
-- - 35 - -
para sistemas ele 60 Hz, corresponde aos padrões norte- No Brasil, as tensões usuais - entre 1 kV e 35 kV -
americanos. A IEC recomenda que um país utilize ape- estão indicadas na Tabela 1.5.
nas uma elas séries e, no caso de a opção ser pela Série
1, que apenas uma das listas seja usada. São feitas as
seguintes observações: 1.5 Choque elétrico
• Para um sistema normal da Série 1 a tensão máxima
1
Choque elétrico é a 1:>erturbação, ele na.tureza e efei-
e a tensão mínima não devem diferir além de :1:10% tos diversos, que se manifesta no organismo humano ou
da tensão nominal. animal quando este é percorrido por uma corrente elé-
• Em um sistema normal da Série li, a tensão máxima trica. Dependendo da intensidade e do tempo do cho-
não deve diferir além de +5% e a tensão mínima, além que elétrico, a corrente elétrica provoca maiores danos
cle - 10% da tensão nominal. e efeitos fisiopatológicos no homem. No estudo ela pre-
• As tensões assinaladas com asterisco (ª) não devem venção cio choque elétrico, devem-se considerar:
ser usadas em redes públicas. • Contatos diretos: é quando a pessoa toca diretamen•
• Estuda-se a unificação das tensões 33 e 35 kV. te a parte viva (condutores energizados) ele uma ins-
• Os valores indicados entre parênteses são considera- talação elétrica. Isso pode ocorrer quando a pessoa
dos não preferenciais. toca inadvertidamente os condutores energizados ou
outra parte do circuito de um equipamento, ou devi-
do a uma fissura (falha) cio material isolante do fio,
Tatiila 1,5 • 'tensões nominais na faixa 1 kV como mostra a figura 1.2.
< u. ,. 35 kV usuais no Brasil (kV)
• Contatos indiretos: contatos de pessoas ou animais
2,4
com massas que ficaram sob tensão devido a uma
falha ele isolamento (figura 1.2).
3,8
4,16
1 Os contatos diretos, que a e.tela ano provocam milha-
1 res ele acidentes graves (muitos até fatais), são provocados
6,6
geralmente por falha de isolamento, por ruptura ou remo-
13,2 ção indevida de partes isolantes ou por imprudência de
13,8° uma pessoa com relação a uma parte viva (energizada).
23,0° Termi nais de equipamentos não isolados, condutores e
34,5' cabos com isolação danificada ou deteriorada e equipa-
Nota: mentos ele utilização velhos são as "fontes• mais comuns
J. Usadas em rede.11; das. concessionárias de disiribujção de ele choques 1,or contatos diretos. Observe, por exemplo,
1!-0C"$iá elélrica. que o (mau) hábito de desconectar o plugue da tomada
Sn$W

8 lnslalações elétricas

Contoto direta Contato indireto

D
Figura 1.2 • Contatas direto e indireto

de aparelhos portáteis (como ferro de passar roupa e Alimentação diretamente


sec.,dor de cabelos) ou móveis (como enceradeira e aspi-
rador de pó) puxando o cabo ou o fio aumenta em muito
em baixa tensão
o perigo de acidentes elétricos. A entrad,1 de serviço é o conjunto de equipamentos,
Os contatos indiretos, por sua vez, são particular- condutores e acess6rios instalados entre o ponto de deri-
mente perigosos, pois quando o usuário encosta a mão vação da rede da concessionária e o quadro de medição
em uma massa (por exemplo, na carcaça de um equipa- ou proteção, estando este incluído.
mento de utilização), ele não suspeita de uma eventual O ponto de entrega é o ponto até onde a concessio-
energização acidental, provocada por falta ou por defei- nária deve fornecer energia elétrica, partici1>ando dos
to interno no equipamento. investimentos necessários e responsabilizando-se pela
execução dos serviços, pela operação e pela manuten-
ção, não sendo necessariamente o ponto de medição. O
1.6 Instalação de baixa tensão 1 ponto de entrega é o ponto a partir do qual se aplica a
NBR 5410:2004.
As instalações de baixa tens.fo (BT) podem ser ali- A entrada consumidora é o conjunto de equipamen-
mentadas de várias maneiras: tos, condutores e acessórios instalados entre o ponto
• Diretamente, por uma rede de distribuição de ener- de entrega e o quadro de proteção e medição, estando
gia elétrica de baixa tensão, por meio de um ramal este incluído.
de ligação; é o caso típico de edificações residen- O ramal de ligação é o conjunto de condutores e
ciais, comerciais ou industriais de pequeno porte. acessórios instalados entre o ponto de derivação da rede
• De uma rede de distribuição de alta tensão {AT), por da concessionária e o ponto de entrega.
meio de uma subestação ou ele um transformador O ramal de entrada é o conjunto de condutores e
exclusivo, de propriedade da concessionária; é o acessórios instalados entre o ponto de entrega e o qua-
caso típico de instalações residenciais de uso coleti• dro de proteção e medição.
vo (apartamentos) e comerciais de grande porte. A Figura 1..3 mostra esquematicamente os compo-
• De uma rede de distribuição de alta tensão, por meio nentes da entrada de serviço.
de uma subestação de propriedade do consumidor; é
o caso típico de edificações industriais e comerciais Alimentação em alta tensão
de médio e grande portes. Uma subestação é uma instalação elétrica destina-
• Por fonte autônoma, como é o caso de instalações de da a manobra, transformação e/ou outra forma de con-
segurança ou de instalações situadas fora de zonas versão de energia elétrica. Quando esse termo é
servidas por concessionárias. empregado sozinho, subentende-se uma subestação
de transformação.
1. Af. definições apre.sen1ad:\$ llC$1C 1ex10 es1âo de :,cordo com Observe que: na Figura 1.3, a proteção está localiza•
as normM NOR S460 e N8R lEC 600SO (826) e tom t'I ter• da antes da medição, mas algumas concessionárias do
minologia u:omJ d.'LS concessionárias de cocrgia délriça, Brasil a utilizam dei>0is da medição.
SU$W

Capítulo 1 • Fundamentos 9

- - - - -:;»!~- - - - - Rede secund,,ria de energia clérrica


~
Pomo de
Ramal de derivação
ligação
Ponl"ode Quadro
/ entrega
L
- - - - - - --r.=::-""ji";;;;;;i;:je,;;i";ã;i;;-==i~
Ramal de emrada
Pr01eçào Mediçào

Entrada de serviço
Entradaconsumidora -----i:I
Figura 1.3 • Esquema básico de entrado de serviço

Unidade consumidora alguns casos mais de uma) e a distribui a um ou mais cir•


cuitos. Pode, também, desempenhar funções de prole•
Chama-se unidade consumidora a i nstalação elétrica
ção, seccionamento, controle e medição. Um quadro
pertencente a um único consumidor, e que recebe ener-
(de distribuição) terminal é aquele que alimenta exclusi -
gia em um só ponto, com sua respectiva medição.
vamente circuitos terminais. A Figura 1.4 traz alguns
l importante observar que, no caso de edificações exemplos, com circuitos e quadros de distribuição e cir-
ele uso coletivo - residenciais ou comerciais - com
cuitos e quadros terminais.
vários consumidores, a cada unidade consumidora
Veriíica-se, então, que o termo •quadro de
(apartamento, conjunto de salas, loja, administração
distribuição• é absolutamente geral e inclui desde os
etc.) corresponde uma instalação elétri ca cuja origem
simples • quadros de luz• até os mais complexos CCMs
está localizada nos terminais de saída do respectivo dis-
(centros de controle de motores).
positivo geral ele comando e proteção, ou elo medidor,
se lor o caso. Tomada de corre nte e
ponto de tomada
Tensão nominal e tensão de serviço
Uma ramada de corrente pode ser definida como
A tensão nominal de uma instalação de baixa tensão um dispositivo elétrico com conlatos ligados perma-
de uma unidade consumidora é a tensão na origem da nentemente a uma fonte de energia elétrica, que ali-
instalação, ou seja, no ponto de entrega. menta um equipamento de utilização por meio da
A rensào de serviço pode, por razões óbvias, ser dife- conexão de um plugue.
rente da tensão nominal; no entanto, em todos os cálcu- Um ponto de tomada, de acordo com a NBR 541 O,
los que envolvem tensão, a nominal é a considerada. A
é um ponto ele u ti lização em que a conexão do equ,-
Resolução da ANEEL n~ 505, de novembro d: 2001,
pamento ou dos equipamentos a serem alimentados é
define a tensão nominal na origem da instalaçao, bem
feita por meio de tomada de corrente. E pode conter
como a variação permitida.
uma ou mais tomadas de corrente. Além disso, um
ponto de tomada pode ser classificado, entre outros
Circuito
critérios, de acordo com a tensão do circuito que o ali-
Um circuito de uma insralação elétrica é o conjunto menta, o número ele tomadas de corrente nele previs-
de componentes da i nstalaç.io alimentados da mesma to, o tipo ele equipamento a ser alimentado e a corren•
origem e protegidos pelo mesmo dísposilivo de prote- te nomi nal das tomadas de corrente nele utilizadas.
ção. Em uma instalação há dois tipos de circuitos: os de Veja na Figura 1.5 o exemplo de um ponto de tomada
di stribuição e os terminais. com quatro tomadas 2P+ T (modelo conforme NBR
Um circuito de distribuição é o ci rcuito que alimenta 14136).
um ou mais quadros de distribuição, e um circuito lermi• Em uma instalação, podem-se disti nguir:
naf é aquele que está ligado diretamente a equipamentos
• Tomadas de uso especifico, nas quais s.io ligados equi -
de uti lização ou a tomadas de corrente.
pamentos fixos, por exemplo, aparelhos de ar-condi•
cionado e certos equipamentos estacionários de maior
Quadro de distribuição porte, como é o caso de máquinas copiadoras.
Um q"adro de dislribuição é um equipamento elétri- • Tomadas de uso geral, nas quais são ligados equipa-
co que recebe energia elétrica de uma ali mentação (em mentos móveis, portáteis e estacionários.
SU$W

1O lnslalações elétricas

Quadro 1cm1inal
Disjuntor
Pomo de entrega
(origem da insralação)

Ramal de
entrada Caixa de medição Fusí,•el
(BT) . - - - - - -' -"'7'Í Circuito de
distribui ão
Circuitos tenninais )
(a)

1
Medidor

Ponto de entrega

+-- Ramal de entrada (AT)

Transforn,ador

<lf- Origem
Quadro de Disjuntor
distribuição Circuito de
TC Quadro de distrilwição
distribuição Circuito de divisionário
dis1ribuição
principal

Circuitos tenninais )

(b)

Figura 1.4 • E>quemas lípicos de instalações: (o) olimentoçõo por rede público BT; (b) olimentoçõo por rede p<iblico AT

Po ntos de uso e specífico


Pode-se ainda falar em pontos de uso especffico, que
geralmente são caixas de ligação, nas quais são ligados
equipamentos íixos (que não utilizam plugues). to caso
da maior parte dos equipamentos industriais e de certos
equipamentos eletrodomésticos e eletroprofissionais.
••• •••
Instalações te mporárias
Instalação temporJria é uma instalação e létrica
prevista para uma duração limitada às circunstâncias
que a motivam. São admitidas durante um período de
construção, reparos, manutenção, reformas ou demo-
lições, instalação de estruturas ou equipamentos. Figura 1.5 • Ponto de tomado com quatro tomados 2P+T
SU$W

Capítulo 1 • Fundamentos 11

Podem ser considerados três tipos de instalações tem- Aparelhos de iluminação


porárias: Os aparell,os de iluminação estão presentes em
• lnstafaçJo de reparos: substitui uma instalação defei- qualquer local e em todo tipo de instalação. Podem
tuosa e é necessária sempre que ocorre um acidente ser classificados, de acordo com o tipo de fonte utili-
que impede o funcionamento de uma instalação zada, em:
existente ou de um de seus setores. • Aparelhos inc,1ndescentes: utilizam as lâmpadas
• Instalação de traba/110: pem,ite reparos ou modifica-
incandescentes comuns ou refletoras e as halógenas.
ções em uma instalação existente, sem interromper • Aparelhos de descarga: utilizam lâmpadas de des-
seu funcionamento. carga, que podem ser fluorescentes, de vapor de
• Instalação semipermanente: destinada a atividades mercúrio, de vapor de sódio, de multivapores melá·
não habituais ou que se repetem periodicamente, licos etc.
como é o caso das "instalações em canteiros de
obras", assim consideradas as que se destinam à cons• Equipamentos industriais ou análogos
trução de edificações novas, aos trabalhos de reforma,
modificação, ampliação ou demolição de edificações Os equipamentos industriais ou análogos são os uti-
existentes, bem como à construção de obras públicas lizados nas áreas de produção das indústrias e em
(como redes de água, gás, telefonia, energia elétrica e outras aplicações bem especfficas. Podem ser classifica-
obras viárias). dos em:
• Equipamentos de força motriz: inclui compressores,
Serviços de segurança ventiladores, bombas, equipamentos de levan1ame,1-
O Sistema de Alimentação Elétrica para Serviços de to (como elevadores e guindastes) e equi1>amentos de
Segurança (SAESS) é o sistema que mantém o funciona- transporte (como pórticos, pontes rolantes e correias
mento de equipamentos e/ou instalações essenciais à transportadoras).
segurança das 1>essoas e à salubridade, quando exigido • Máquinas-ferramentas: inclui de tornos e fresas até as
1>ela legislaç.'io local, para evitar danos ao meio ambien- máquinas operalrizes mais polentes e sofisticadas.
te ou a outros materiais. O SAESS compreende a fonte, • Fornos elétricos: que são os fornos a arco elétrico, à
os circuitos até os terminais dos equipamentos de utili- resistência elétrica e de indução.
zação e, eventualmente, os próprios equipamentos de • Caldeiras elétricas: são as caldeiras à resistência e a
utilização. Como exemplos de aplicação do SAESS, eletrodo.
podem-se citar: • Equipamentos de solda elétrica: de eletrodo ou ponto
a ponto.
• Iluminação de segurança (ou de emergência).
• Sinalização de rotas de íuga para a evacuação de Equipamentos não-industriais
locais.
• Sistemas de detecção de fumaça e fogo. Os equipamentos não-industriais são utilizados em
• Sistemas de exaustão de fumaça e gases tóxicos. locais comerciais, institucionais, residenciais etc. e até
• Bombas de água para incêndio. mesmo em indústrias fora das áreas de produção (em
• Compressores para sistemas de extinç.'io de incêndio; escritórios, depósitos e laboratórios). Podem ser classifi-
• Certos equipamentos eletromédicos. cados em:
• Certos processos industriais (como na indústria • Ap;rell!OS eletrodomésticos (ver definição na Seção 1.3).
petroquímica e de cimento) cuja interrupção pode • Aparelhos eletroprofissionais (ver definição na Seção
trazer problemas de segurança. 1.3): inclui desde uma simples máquina ele escrever
• Certos serviços específicos, como iluminaç.io de pis- até um sofistícado equipamento de processamento
tas ele pouso em aeroportos e heliportos, de túneis, ele dados.
entre outros.
• Equipamentos de ventilaç/io, exaustão, aquecimen·
to e ar·condicionado: são todos os equipamentos
1.7 Equipamentos de utilização impostos pelos sistemas industriais de ventilação,
aquecimento ambiental e ar-condicionado. Obser-
Classificação ve que os ventiladores e os circuladores de ar por-
Os equipamentos de uti lização podem ser classifi- táteis, assim como os aparelhos de ar•condiciona-
cados em três grandes categorias: aparelhos ele ilumi- do (de parede ou de janela) e os aquecedores de
nação, equipamentos industriais ou análogos e equipa- ambiente portáteis, são considerados •aparelhos
mentos não-industriais. eletrodomésticos•.
SU$W

12 Instalações elétricas

• ECJuipamentos hidráuUcos e sanitários: inclui todos os Tipos de motores elétricos


equipamentos associados aos sistemas hidráulicos e Os motores de corrente contínua (Figura 1.6) neces-
sanitários das edificações, tais como bombas de sitam de uma fonte de corrente contínua ou retificada e
recalque, compressores de ar, bombas de vácuo, podem funcionar com velocidade ajustável entre limites
bombas de esgoto e ejetores de poços. amplos. São usados principalmente em aplicações espe-
• Equipamentos de aquecimento de ,igua: inclui aque- cíficas que exigem conjugados elevados e/ou variação
cedores e caldeirns utilizados para aquecimento de de velocidade, como em prensas, tração elétrica e
água em edificações, excluindo-se os chuveiros e tor- aJguns tipos de máquinas-ferramentas.
neiras elé1ricos e os aquecedores residenciais, classi- Os motores de corrente altemada são os mais usa-
ficados como •aparelhos eletrodomésticos•. dos, uma vez que a corrente alternada é a mais comum,
• Equipamentos de uansporte vertical: inclui os eleva- pois é obtida diretamente das fontes usuais. Eles podem
dores, as escadas rolantes e os monta-cargas. ser síncronos ou ele inclução.
• Equipamentos de cozinhas e lavanderias: equipa- Os motores sfncronos com velocidade fixa são utili-
mentos utilizados em cozinhas e lavanderias indus- zados para grandes cargas (em virtude de seu alto custo
triais, comerciais e institucionais, com exceção de para aparelhos menores) ou quando se necessita de
•eletro-domésticos• típicos de cozinhas e lavande- velocidade constante. Graças a seu fator de potência
rias residenciais e de pequenas cozinhas comerciais. elevado e variável, são também usados na correç,'io de
• Equipamentos especiais: aqueles que não se enqua- fator de potência, necessitando de fonte de corrente
dram nas categorias anteriores, tais como equipa- contínua ou retificada para sua excitação, além de exigi-
mentos hospitalares e equipamentos de laboratórios. rem um complexo equipamento de controle.
• Equipamentos de tecnologia da informação (ETI/: Os motores de indução funcionam com velocidade
termo empregado pela NBR 5410 para designar, praticamente constante abaixo da velocidade síncrona,
principalmente, equipamentos concebidos com o e variam ligeiramente com a carga mecânica aplicada
objetivo de receber dados de uma fonte externa (por ao eixo. Por sua robustez e pelo baixo custo, s.'io os
meio de linha de entrada de dados ou pelo teclado) motores mais utilizados, principalmente os do tipo gaio-
ou de processar os dados recebidos (por exemplo, la (Figura 1.7), e são adequados para a maioria dos equi-
executar cálculos, transformar ou registrar os dados, pamentos encontrados na indústria.
arquivá-los, triá-los, memorizá-los, transferi-los), ou,
ainda, de fornecer dados ele saída (seja a outro equi-
pamento, seja reproduzindo dados ou imagens). São
exemplos de ETls:
• Equipamentos de telecomunicação e de transmis-
s.'io de dados.
• Equipamentos de process.1mento ele dados.
• Instalações que utilizam transmiss.cio de sinais
com retorno pela terra, interna ou externamente
ligadas a uma edificação.
• Equipamentos e instalações de centrais privadas
ele comutaç,'io telefônica (PABX). Figura 1,6 • Moto,- de corrente oontinua
• Redes locais (LAN) de computadores.
• Sistemas de alarme contra incêndios e contra
roubo.
• Sistemas de automação predial.
• Sistemas CAM (Compute, Aided Manvfacruring)
e outros que utilizam computadores.

Equipamentos a motor
Os equipamentos de utiliz.,ção acionados por moto•
res constituem a maior parte dos equipamentos de uso
industrial ou análogos e boa parte cios equipamentos
não,.industriais. Neles, são utilizados motores ele cor-
rente alternada e motores de corrente contínua. Figura 1,7 • Moto,- de indução tipo gaiola
Sn$W

Capítulo 1 • Fundamentos 13

No Quadro 1.2, são apresentadas definições sucintas fabricantes, para condições de luncionamento estabele•
dos tipos de máquinas elétricas, que são equipamentos cidas. Assim, tem-se:
de ulilização.
• Corrente nominal 0.v): corrente cujo valor é especifi-
cado pelo fabricante do equipamento de utilização,
Corrente de partido de motores
em A.
As cargas constituídas por motores elétricos apresen- • Tensão nominal (U.sl: tensão atribuída a um equipa•
tam características peculiares, uma vez que a corren1e mento por seu fabricante, e que serve de relerência
absorvida durante a partida é bastante superior à de lun-
para o projeto, funcionamento e realização de
cionamento normal em carga. Na partida, o rotor do
ensaios, em V.
motor de induçfo está parado, portanto a corrente elétri-
• Potência nominal (P"' ou S,-:): potência (ativa ou apa•
ca inicial é grande. Com o aumento ela rotação do rotor,
rente) de entrada atribuída pelo fabricante, quando o
a corrente de alimentaç.io decresce até atingir seu valor
equipamento funciona sob tensão e freqüência nomi-
em regime permanente, Considerando partida direta do
motor de indução trifásico, a corrente de partida pode ser: nais, na temperatura normal e com carga normal ou
na condição adequada de dissipação de calor, em W,
• lp = 4,2 a 9 !,,., para motores de dois pólos. kW ou VA, kVA.
• !JJ = 4,2 a 7 !,,, para motores com mais de dois pólos • Frec,üência nominal (em 1-fz): freqüência atribuída
(valor médio de 6 /8 ). pelo fabricante e à qual são referidas as outras
Para motores ele indução de anéis ou de corrente grandezas nominais do equipamento, geralmente de
contínua, a corrente ele partida depende da resistência 50 ou 60 Hz.
cio circuito ela partida do rotor valendo, em média, 2,5 ' •· No caso de equipamentos de utilização do tipo
motor, a potência nominal indicada na placa é a potên-
Classificafão dos equipamentos cia mecânica úti l no eixo do rotor (em kW ou CV), isto
a motores elétricos é, a potência de saída no seu eixo. De maneira seme-
A potência absorvida em luncionamento é detenni- lhante, para certos aparelhos ele ilumi nação, a potência
nada pela potência mecânica do eixo, solicitada pela nominal indicada é a potência (total) das lâmpadas. Em
carga acionada. A NBR 541Oclassifica os equipamentos ambos os casos deve ser considerado o rendimento (h),
a motor utilizados em aplicações normais em dois gru- razão entre a 1>0tência de saída (designada por P'.,.) e a
pos principais: potência de entrada (designada por P.-).
• Carg<1s industriais e simNares: constituídas por motores 1-'s irda P:,,
de indução trifásicos tipo gaiola, com potências nomi- 71 = - - = -
~l:'llr.>d.1 / ~\ 1
nais unitárias não superiores a 150 kW (200 CV), acio-
nando cargas em regime S1 (contínuo), e com caracte- O fator de potência nominal (cos <f>.,.) é definido como
rísticas conforme a NBR 7094. a razão entre a potência nominal ativa (P,-) e a potência
• Cargas residenciais e comerciais: constituídas por nominal aparente (S,-).
motores com potências nominais não superiores a
1,5 kW (2 CV), integrando aparelhos eletrodomésticos PN
cos<D = -
e eletroprofissionais. SN
A Figura 1.8 representa simbolicamente um equipa-
Essa classificação cobre a maioria das aplicações mento genérico de utilização.
práticas. Podem-se determi nar, para os equipamentos de uti-
lização, as seguintes expressões relacionando os valo-
Características nominais res nominais:
Os equipamentos de utilização são caracterizaclos (1 .4)
por valores nominais, especificados e garantidos pelos

Equipamento de utilização

(Entmda) (Saída)

figura 1.8 • Valares nominais de um equipamento de utilização


SU$W

14 lnslolações elétricas

Quadro 1.2 • Definições contidas na norma NBR 5457


• Máq11i11a (elétrica) gira111e: equipamento elétrico que utiliza a indução ele1romagné1ica para seu funcionamento,
consti1ufdo por componentes capazes de efe1uar um movimen10 relalivo de ro1ação e dcs1inado à conversão ele1ro-
mecãnica de energia.
• Máq11i11a assfllcro11a (011 máquina de indução): máquina de correnle allemada na qual a velocidade da carga e a fre-
qüência do sistema ao qual cslá ligada não es1ão em uma razão constante.
• Má<111i11a de corre111e co111/11ua (com comurador): máquina cons1i1ufda por uma am1adora. um comutador a ela liga-
do e pólos magné1icos exci1ados por uma fon1e de corrente comínua ou consliluídos por ímãs permanenies.
• Máquina sf11cro11a: máquina de correllle alternada na qual a freqliência da tensão induzida e a velocidade estão
em uma razão consumte. A velocidade do roror é consumre.
• Motor elétrico: máquina que converte energia eléirica em energia mecânica de ro1ação no seu eixo.
• Motor de indução: máquina de indução que funciona como motor.
• Motor/de i11d11çáo) de anéis: molar de indução de rolar bobinado no qual as ex1remidades do enrolamento do rolar
s.10 ligadas a aaéis colelores.
• Motor (<le i11duçáo/ <le gaiola: mo1or de indução cujo enrolamento primário, geralmenle alojado no es1ator, é ligado
à fome de alimemação, enquamo o enrolamento secundário, de gaiola e nom1almente alojado no ro1or. é percorri-
do pela correme induzida.
• Motor 1111frersal: maior que pode funcionar com corrente contínua ou com corrente allemada monofásica. nas fre-
qüências usuais dos sistemas de distribuição de energia elétrica.

S.v = t. UN . l.v (1.5) EXEMPLO


Dada uma churrasqueira elétrica de 3 kW, com TI •
(1.6) 60% em 220 volis, calcular a correnle elétrica e a
1>01ência aliva de en1rada na churrasqueira.
Tem-se:
sendo t um fator que vale V3
para os equipamen1os lri-
fásicos e 1 para os monofásicos. P' N = 3.000 w, TI = 0,6, U,v = 220 V
Note que, nas expressões 1.4, 1.5 e 1.6, as grandezas
P',v P' N 3.000
são assim relacionadas: TI = pN ~ P,, = -'1J = O•60 = 5.000 W
• Equif)amenco monofüico: u.. represen1a a tensão de
fase. P,v 5.000
• Equipamento trifásico: UN rep,esenla a tensão de l,v = U,v = 220 = 22,72 A
linha a linha e P.v e S,\' são potências totais, isto é, tri-
fásicas. A Tabela 1.6 apresenta as características nominais
típicas de diversos aparelhos ele1roclomés1icos e eletro-
lnlroduzinclo a potência ele saíela (P'.,) na Expressão 1.6, profissionais.
obtém-se a Expressão 1.7.
P'N 1.8 Circuitos
t~..i
'
= ---"--~-
t UN r, ,·os d>N
(1.7)
Um circuito de uma instalação, como definido na
Seção 1.6, compreende, além dos condutores elétricos,
EXEMPLO todos os dispositivos nele ligados, isto é, no caso ma is
geral, os dis1>0sitivos de proleção, os dispositivos de
Calcular a corrente nominal do motor de indução comando, as tomadas de corrente etc., não incluindo os
trifásico lipo gaiola de 15 CV, 380 V, com TI = 0,8 e equi1>amentos de utilização alimentados. Sua cc:iracterís-
COS <)>N = 0,85. tica principal é a proteção cios condutores contra sobre-
Tem-se: corren1es, que pode ser assegurada 1>0r um único dispo-
silivo (protegendo con1ra correntes de sobrecarga e de
I''N = 15 CV, TI = 0,8, cos <l>N = 0,85 curto-circuito) ou por dois dispositivos (um protegendo
Da Expressão 1.7 e lembrando que 1 OI= 736 W: con1ra correntes de sobrecarga e outro, contra corre111es
de curto-circuilo). Os condutores podem não possuir a
IN = 15 X 736 = 24,7 A mesma seção nominal ao longo do circuito, clescfe que
V3 X 380 X 0,8 X 0,85 o(s) dispositivo(s) de proteção seja(m) escolhido(s) em
função dos condutores de menor seção nominal.
SU$W

Capítulo 1 • Fundamentos 15

Tatiila 1.6 • Potências nominais típicas de aparellio1 eletrodomésticos e eletropri:ifiHionais


Aparelho Potências nominais típicas (entrada)
Aquecedor de água central (boiler)
50a 100 1 I.OOOW
150a2001 1.250W
2501 1.500W
300a3501 2.000W
4001 2.500W
Aquecedor de água de passagem 4.000 a 8.200 W
Aquecedor de ambiente (portátil) 500 a 1.500 W
Ar•condicionado cenrral 8.000W
Ar-condicionado 1ipo janela
7. 100 brun, 900W
s.soo brun, 1.300W
10.000 btu/h 1.400W
12.000 btu/h 1.600 W
14.000 btu/h 1.900W
18.000 btu/h 2.600 W
21.000 btu/h 2.800W
30.000 btu/h 3.600W
Aspir•dor de pó (residencial) 500 a 1.000W
Barbeador 8a 12W
Batedeira 100 a 300W
Cafeteira 1.000 W
Caixa registradora IOOW
Centrífuga 150 a300W
Churr,squeira 3.000W
Chuveiro 4.000 a 6.500 W
Congelador (Jree:,r) (residencial) 350 a500VA
Cortador de grama 800 a 1.500 w
Distriooidor de ar (Jo11 coil) 250W
Ebulidor 2.000W
Esterilizador 200\V
Exaustor de ar para coiinha (residencial) 300 a 500VA
Faca e lé1rica 135\V
Ferramcmas ponáteis 500 o 1.800W
Ferro de passar rou1>a 800 a 1.650W
Fogão (re,,idencial) por boca 2.500W
Forno (n:sidenci"I) 4.500W
Forno de microondos (residencial) l.200VA

(continua)
SU$ W

16 lnslalações elétricos

(continuação)
Aparelho Potências nominais lípi<as (entrada)
Geladeira (residencial) 150a SOOVA
Grelha elétrica 1.200 W
Impressora 80a3SOW
Lavadora de praIos (residencial) 1.200 a 2.800 VA
Lavadora de roupa (residencial) 770VA
Liquidificador 270VA
Máquina de cosIurn (não-profissional) 60 a I 50W
Máquina de escrever I50VA
Máquina copiadora 1.500 a 3.500 VA
Mkrocomputador 150a250W
Monitor 200a 300W
Projelor de slides 250W
RetroprojeIor 1.200 W
Sclllmer I00a ISOW
Secador de cabelos (não-profissional) SOO a 1.200 W
Secadora de roupas (residencial) 2.500 a 6.000 w
Televisor 75a300W
Tomeira 2.800 a 5.200 w
Torradeira (residencial) SOO a 1.200W
Trilur,dor de lixo (na pia) 300W
VenIilador (circulador de ar) de pé 300W
Vcmilador (circulador de ar) ponáIil 60a IOOW

Divisão da instalação em circuitos Um circuito de distribuição, no caso mais comum,


alimenta um único quadro de distribuição, no qual
Uma instalaÇ<io deve ser dividida em vários circuitos,
reconsidera a carga concentrada em sua extremidade.
a fim ele:
Um circuito terminal pode alimentar um ou mais
• Limilar as conseqüências ele uma falta, que provoca- pontos de utilização. Em princípio, desde que o circuito
rá (por meio de dispositivo de proteção) apenas o seja corretamente dimensionado, não existe limitação
seccionamento (desligamento) do circuito atingido, quanto ao número ele pontos servidos; deve-se apenas
deixando apenas essas cargas sem energia. observar a compatibilidade entre a seção dos condutores
• Facilitar as inspeções, os ensaios e a manutenção. e as dimensões dos terminais de ligação dos equipamen-
• Evitar os perigos que possam resultar da falha de um tos alimentados. No entan10, por razões práticas e até
circuito único (por exemplo, no caso de iluminação). mesmo de segurança, é conveniente que não se tenha
Normalmente, nas instalações, utilizam-se distribui- um número excessivo de pontos de utilização em um cir-
ções radiais, como mostra a Figura 1.9, nas quais podem cuito terminal, o que é função do tipo e das característi-
ser distinguidos os circuitos de distribuição principais, os cas da instalação. A título apenas de exemplo, para as
circuitos divisionáriose os circuitos terminais, já apresen- unidades residenciais, o guia da norma francesa de insta-
tados na Figura 1.5. t importante observar que o circuito lações elétricas de baixa tensão NFC 15-100 recomenda
terminal é o circuito protegido pelo último dispositivo de um máximo de oito pontos para os circuitos terminais de
proteção, contado da origem da instalação, não conside- iluminação e ele tomadas, e as tomadas duplas (ou triplas)
rados os eventuais dispositivos especííicos de proteção no são computadas como um único ponto.
I>róprio equipamento ele util ização. Os circuitos terminais individuais em locais de habita-
A NBR 541 O recomenda que os circuitos terminais ção que a NBR 541 O chama "independentes•, isto é, os
sejam individualizados, com base na função dos equipa- que alimentam um único ponto de utilização, são geral-
mentos (ou ponlos) de utilização alimentados. Assim, devem mente destinados a tomadas de corrente nominal elevada
ser previstos circuitos tenninais distintos para iluminação, ou a equipamentos fixos de potência nominal elevada. A
para tomadas de conente, para equipamentos a motor etc. norma recomenda que sejam previstos circuitos indepen-
SU$W

Capítulo 1 • Fundamentos 17

<lentes para equipamentos de corrente nominal superior a • Condições ambientais: inclependentes da natureza das
1O A (por exemplo, chuveiros e torneiras elétricas), em instalações e dos locais considerados, relacionack1s a
unidades resiclenciaís e em acomodações de hotéis, fatores exteriores provenientes da atmosfera, do clima,
motéis e similares. da situaçfa e de outras condições da região onde se
encontra a instalação; compreendem 14 parâmetros.
Esquema de condutores vivos • Condições ele utilização: relativas aos locais onde se
situa a instalação; compreendem cinco parâmetros.
O tipo e o número dos condutores vivos de uma
• Condições relacionadas com a construção das edifi-
instalação elétrica, ou seja, o esquema ele condutores
c(1ções: sua estrutura e os materiais utilizados; com-
vivos, são escolhidos levando-se em conta principal-
preendem dois parâmetros.
mente a natureza dos equipamentos de utili zação ali-
mentados (trifásicos, bifásicos ou monofásicos); no Para facilitar a classificação dos diferentes parâme-
caso ele alimentação por rede de baixa tensão, os tros, foi estabelecido um código alfanumérico constante
limites são fixados pela concessionária de energia de duas letras e um algarismo. A primeira letra indica a
elétrica. O número de condutores de uma instalação categoria geral da iníluência externa, podendo ser A
consumidora se enquadra nos dados apresentados na (condições ambientais), B (condições de utilização) e C
Tabela 1.7. (construção); a segunda letra indica a natureza da
influência externa. O conjunto das duas letras caracteri-
za o parâmetro, como mostrado a seguir, e o algarismo
1.9 Influências externas indica a classe de cada parâmetro. São as seguintes as
A classificação das influências externas apresentada influências consideradas:
pela NBR 5410 é a classificação internacional da IEC. AA - Temperatura ambiente
Trata-se de um inventário, o mais completo possível, de A8 - Condições climáIicas do ambiente
todas as condições exteriores a que podem estar sujeitos AC - Altitude
os diversos componentes da instalação e que, logica- AD - Presença ele água
mente, poderão influir nos procedimentos de projeto e AE - Presença ele corpos sólidos
de execução. Af - Presença de substâncias corrosivas ou poluentes
Os diferentes parâmetros <le influências externas são AG/AH - Solicitações mecánicas (impactos/vibrações)
classificados em três grandes categorias: AK - Presença de ílora e mofo

Origem da instalação

Circuitos de distribuição
principal

Circuitos de distribuição
divisionários

l ! l
Circuitos terminais

Figura 1,9 • Distribuição radial: circuitos de distribuiçõo e lerminois {ver simbologia na Seçõo .4.7)
SU$W

18 lnslalações elétricas

AL - Presença de fauna B8 - Resistência elétrica do cor1>0 humano


AM - Fenômenos eletromagnéticos de baixa freqüência BC - Contatos das pessoas com o 1>0tencial da terra
- conduzidos ou radiados (harmônicas e inter BD - Condições de fuga das pessoas em emergências
harmônicas, tensões de sinalização, variações de BE - Natureza dos materiais processados ou armaze•
amplitude e tensão, desequilíbrio de tensão, varia- nados
ção de freqüência, componentes contínuos em CA - Materiais de construção
redes, campos magnéticos radiados, campos CB - Estrutura das edificações
elétricos)
As tabelas 1.8 a 1.30 apresentam a classificação das
AN - Radiação solar
influências externas, conforme consta da NBR 541 O.
AQ - Descargas atmosféricas
AR - Movimentação do ar No A1>êndice A são apresentadas tabelas indicando
as características dos componentes elétricos em geral e
AS -Vento
das linhas elétricas em função das influências externas.
BA - Competência das pessoas

Tabela 1,7 • Número ele condutores ele uma instala~o consumidora (esquemas apt'9sentaclos
na f",gura 1. 1O)

monofásico a dois condutores


monofásico a três condutores
Em corrcn1e al1ernada bifásica a três condutores
trifásico a 1rês condutores
1rif-ásico a qua1ro condutores
dois condutores
Em corrente contínua
três condutores

~------L,
Sistemas em CA

,::_..r,,y,"-~---Lz
•' --------------•N
L - - - - -- - -- L3
Monofásico Trifásico :1 três ~ - - - - --Li
a dois ou quatro condutores
condutores

-------------- •N

'----~
L - - - - - - - - - L . ,3
Monofásico a três
condutores
Sistema!. e.m CC

doiscondutores
Bifásico a três
condutores

três condutores

Figura 1.1O • Esquema, de condutores vivos ,eguncla a NBR 5.d l O


SU$ W

Capítulo 1 • Fundamentos 19

1Tabela 1.8 • Temperatura ambient& .1


Faixas de temperatura
Código Classificação Aplicações e exemplos
Limite inferior ºC Limite superior ºC
AA I Frigorífico - 60 +5
Câmaras frigoríficas
AA2 Mui10 frio - 40 +5
AA3 Frio - 25 +5 -
AA4
AA5
Temperado
Quente
-5
+5
+ 40
+ 40
-
Interior de edificações
AA6 Mui10 quente +5 + 60 -
AA7 - 25 + 55
AA8
Extrema
- 50 + 40 -
No1as:
1. ,\s chL«s de tcm~rn1um :unbiiente s.io aplieáwis ::11>en3s quando n..-!io M inOl.tC.ncia d:t urTU1lade.
2, O v.-tor médio em um período de 24 I\Clf\U n:io dc,-c exceder o limile: superior menos s<>c.
3, l~rn ccnoii ambientes. pode ser n~rio combin3r duas faix.tS de 1empcm11.1rn. Por exemplo. instal~ s ao ar livre podem ser submc.lidas 3
cempcr.tturtts <'Jllrt - SºC e + SO"C. c<1rru!1>0ndentes 3 AA4 + AA6.
4. ln:st:d:tçõcs submc1ida-s a 1empér.ltum.~ diferente$ das indkad:i:s dc:ve.m ser obje10 de prc$Criçõc.•,~ p.,rticulàreS.

1Tai..la 1.9 • C:ondições climáticas do ambiente 1


Caracterls1icas
Temperatura do ar ºC Umidade relativa % Unúdade absoluta f!/ml
Código Aplicações e exemplos
Limite Limite Limite Limite Limite Limite
inferior superior Inferior superior Inferior superior
Ambientes intcmos e ex tentos com
ABI - 60 +5 3 100 0.003 7 temperaturas extremamente baixas
- 40 Ambientes intemos e externos com
A82 +5 JO 100 0.1 7
temperaturas baixas
Ambientes intentos e ex tentos com
AB3 -25 +5
'º 100 0.5 7
temperaturas baixas
Locais abrigados sem co111role da
AB4 -5 +40 5 95 1 29 1empem1ura e da umidade. Uso de
calefação possível

+5 Locais abrigados com temperatura


AB5 + 40 5 85 1 25
ambiente controlada
Ambientes int"entos e ex temos com
tcmpcrJtunts ex1remamcntc altas.
AB6 +5 + 60 10 100 1 35 protegidos contra baixas 1em1x:-r:uuras
ambientais. Ocorrência de radiação
so_
lar e de calor
Ambientes internos e abrigados sem
-25 + 55 controle da 1empcratura e da umi•
A87 10 100 0.5 29
dadc. Podem ter aberturas pam o
exterior e são sujei1os a radiação solar
Ambientes externos e sem proteção
A88 - 50 + 40 15 100 0,04 36 con1ra intempéries, sujeitos a a.has e
baixas temneraturos
No1ns.:
1. Tod<>S os valores csix-eif,c.ados $../[O limites. wm b:1ix.a probabilid:»dc: de serem cx«dido.s.
2. Os valores do:: umidade rclnlh•a . infc.riores e superiores. SOO limil:idos pelos valort$ ~n-esp()ndcnies de umidade ab:;oh.na.
O AJ)Cndice H d3 H!C 60364-5-5 1:2001 lr:\Z infolfflflÇôe$ sobre :a inttrd,ependêot.·i:i d.1.1empe:r:uur:a do :tr. umidade rt'ltuiva e umi<L'\00 nbsoluta
p.,m as clnsses de condições climáticas csJX--cHica.s.
Sn$ W

20 Instalações elétricos

I Tabela 1.1O• Altitude 1


Código Classificação Caracterfsticas Aplicações e exemplos
ACI Baixa s 2.000m Pam alguns componentes, podem ser necess~rias medi-
AC2 Alta > 2.000m d3s especiais a panir de 1.000 m de altitude

1Tabela 1.11 • Presenca ele § UG 1


Código Classifkaçáo Caracterfsticas Aplicações e exemplos
Locais em que as paredes geralrnen1e nào apresen1am
A probabilidade-de-prescn~a de
AOI Desprezível umidade. mas podem apresentá-la durante cunos perfo-
água é remota
dos, e secam rapidamente com uma boa aeração
locais cm que a umidade se condensa ocasionalmente
Possibilidade de gotejamento de
A02 Gotejamento sob fom,a de gotas de água. ou em que há presença
água na venical
ocasional de vapor de água
Possibilidade ele chuva caindo em Locais em que a água fom1a uma película contínua nas
A03 Precipit~ilo
ângulo máximo de 60° com a vertical paredes e/ou pesos
A aspersão corresponde ao efeito de uma ·'chwa·· vind3
Possibilidade de "chuva" de qual- de qualquer direção. São exemplos de componente_,
AD4 Aspersão
quer direção sujeitos a aspcrs,lo cenas luminárias de uso externo e
painéis elétricos de canteiros de obras ao tempo
Locais em que ocorrem lavagens com água sob
Possibilidade de Jatos de água sob
A.05 Jatos pressão. como passeios p(lblicos. áreas de lavagem de
pressão, em qualquer direção
veículos etc.
Locais situados à beira.mar, como praias. picrs• anco-
AD6 Ondas Possibilidade de ondas de água
radouros etc.
Locais sujeitos a inundação e/ou onde a água possa se
Possibilidade de imersão em
elevar pelo menos 15 cm acima do ponto mais alto do
A07 Imersão água. parcial ou total. de modo
componente ela instalação elétrica. estando sua parte
intermitente
mais baixa no máximo 1 m abaixo da superfície da água
Locais onde os componentes da instalação elétrica
Submersão total em água, de modo
AD8 Submersão sejam totalmente submersos. sob uma pressão a IO kPa
pennanente
(O, 1 bar ou 1 mca)

1Tabela 1.12 • Presenca ele ~ icb 1


Código Classificação Características Aplicações e exemplos
Ausência de poeira cm quantidade
AEI Oesprezfvel
apreciável e de corpos estranhos -
Presença de corvos sólidos cuja
AE2 Pequenos objetos menor dimensão seja igual ou Ferr.unenlas. material granulado ele.
superior a 2..5 mm•
Presença de corvos sólidos cuja
AE3 Objetos muito pequenos menor dimensão seja igual ou Fios metálicos, arames etc.
superior a I mm'
Deposição de 1>0eira maior que 10 mg/111'
AE4 Poeira leve Presença de leve deposição de poeira
e. no máximo. igual a 35 mg/m: por dia
Presença de média deposição Deposiç-:io de poeírn maior que 35 n1g/111'
AE5 Poeira moderada
de poeira e no máximo igual a 350 mg/m' por din
P1-esença de elevada deposição Deposição de poeira maior que 350 mg/m?e
AE6 Poeira intensa
de poeira no máximo igual a 1.000 msJm: por dia
Nota:
1. Nas condiçcks AE2 e A[~. pooei·xisti:r pocim. di.-.sdc que csti1 n3o K'nh.1 signifü:.ativn influência sobro os componente$ clélricc,s.
SU$ W

Capítulo 1 • Fundamentos 21

1 Tabela 1. l3 • Pre....,... de substânàas corrotivas ou ~ t e • 1


Código Classií,cação Características Aplicações e exemplos
A quantidade ou natureza dos
Af l Desprezível agentes corrosivos ou poluentes -
não é significativa
Instalações próximas da orla marítima ou de es1a-
Presença significativa de belecimentos industriais que produzem poluição
agentes corrosivos ou atmosférica si.gnificativa, 1ais como indústrias
AF2 Atmosférica
poluentes de origem químicas. fábricas de cimento etc. Esse tipo de
atmosférica poluição provém principalmente da emissão
de poeiras abrasivas, isolantes ou condurivas
Locais onde se manipulam produtos químicos em
pequenas quantidades e onde o contato desses pro-
Presença inrennitcme ou aci-
dutos com os componentes da instalação seja mera-
dente de produtos químicos
AF3 Imcnnireme ou acidental meme acidental. Tais condições podem ocorrer em
corrosivos ou poluentes de uso
laboratórios de fábricas etc.. ou em locais onde são
corrente
utilizados hidrocarbone,os (cen1rais de calefação.
oficinas etc.)
P,ese,,ça pennaneme de
produtos químicos corrosivos
Af4 Pem1ancnte lndústrias químicas etc.
ou poluentes em quantidades
significativas

Tabela 1.14 • Solic~ s medinicas


Código Classificação Características Aplicações e exemplos
Impactos (AG)
Locais domésticos, escritórios (condições de
AGI Fracos lmp'1ctos iguais ou inferiores a 0,225 J
uso doméslico e análogas)
AG2 Médios Impactos iguais ou inferiores a 2 J Condições industriais nonnais
AG3 Severos lmpac1os iguais ou inferiores a 20 J Condições indus1riais severas
Vibrações (AH)
Condições domésticas e analógicas em que
Nenhuma vibração(ões) even1ual(ais) sem
AI-li Fracas innuência significativa
os efeitos das vibrações podem ser geral-
men1e desp,ezados
Vibrações com freqüências compreendidas
AH2 Médias entre 10 e 50 Hz e amplitude igual ou inferi- Condições industriais nonnais
o,a0,15 mm
Vibrações com freqüências compreendidas
AJ,13 Severas enira 10 e 150 Hz e ampli1ude igual ou infe- Condições indus1riais severas
rior a 0,35 mm

1Tabela 1.15 • Prese~ de sllora e liicifo 1

Código Classiflcação Características Aplicações e exemplos

AKI Desprezível
Sem risco de danos devidos à flora
ou ao mofo -
Os riscos dependem das condições locais e da
na1ureza da nora. Pode-se dividi-los em riscos
AK2 Prejudicial Risco de efeitos prejudicais
devidos ao desenvolvimento prejudicial da vege•
tação e riscos cle\'idos à sua abundância
SU$ W

22 lnslalações elétricos

Tabela 1.16 • Presen a ele founa


Código Classificaç,io Características Aplicações e exémplos
Sem risco de danos devidos
ALI Desprezível
à íauna
-
Os riscos dependem da natureza da f.auna. Pode-se
Risco de efeitos prejudiciais devi~ dividi•IOS em: perigos devidos a insetos em quanti•
AL2 Prejudicial dos à fauna (insetos, pássaros, dades prejudiciais ou de nacurez.a agressiva; presença
pequenos animais) de pequenos animais ou de pássaros em quantidades
prejudiciais ou de natureza agressivn

Tabela 1.17 • Feo1ômenos eleln)magnéticos ele baixa freqüência (-,duziclos e radiados)


Código I Classificação Características Aplicações e exemplos Referências
Harmônica.~ e inter-harmônicas (AMI)
Aparelhos elc1romédicos Abaixo da tabela I da
AMl-1 Nível controlado Situação conrrolada
lnstrumentos de medição TEC 61000-2-2:2002
Habitações Dentro do eslipulado na
AMl-2 N fvel nom,al Redes de baixa tensão Locais comerciais iabela I da
lndústria leve fEC 61000-2-2:2002
[ndústrias ou grandes prédios Localmente acima da
AMl-3 Nível alto Redes poluídus comerciais alimcnrndos por trans• tabela Ida
formação AT/BT dedicada rEC 61000-2-2:2002
Tensões de sinali,,ação (tensões sobrepostas para fins de telecomando) (AM2)
1,waloções protegida., ou parte Inferior ao especificado
AM2-I Nível controlado Somente sinais residuais.
protegida de uma instalação abaixo
Presença de tensões de sinaliza- Instalações residenciais, TEC 61000-2-1 e
AM2-2 Nível médio
ção na rede comerciais e industriais IEC 6100().2-2
AM2-3 Nível alto Ressonância casos especiais -
• . d e amo 1tud de tensao
Varracoes .
• (AM3)
Cargas sensíveis. como equipa-
AM3-I Nível concrolado Uso de UPS mentos de tecnologJa da iníor- -
mação
Flutuações de tensiio, afunda-
Habitações locais, comerciais e
AM3-2 Nível nomial men1os de tensão e
indústrias
-
interrupções
Desequilíbrio de tensão (AM4)
De acordo com a
AM4 Nível non.nal - - IEC61000-2-2
Variuçoos de íreqüência (AMS)

AM5 Nível nonnal


Pequenas variações de
Caso geral
=: 1 Hz de acordo com a
freqüência TEC 61000-2-2
Tensões induzidas de baixa freqüência (AM6)
Geradas pem1anentemen1e ou na
AM6 Sem classificação caso gerJI ITU-T
ocorrência de faltas
Componentes contínuas cm redes e.a. (AM7)
Ocorrência de falta a jusante de
AM7 Sem classificação
retificadores
Caso geral -
(continva)
SU$ W

Capítulo 1 • Fundamentos 23

(continuação)
Código I Classificação Características Apli'-'!ÇÕes e exemplos Referêncías
campos mago é'llcos rad',ados (AM8)
Produzidos por linhas de ener-
gia. 1ransfom1adores e ou1ros Habililações. locais comerciais e Nível 2 da
AM8- I Nível médio
cquipamenoos de frequência indústrias leves IEC 61000-4-8:2001
industrial e suas harmônicas
Grande proximidade dos elemen- lnd6sirias pesadas. subestações
Nível 4 da
Ai\18-2 Nível alto tos mencionados an1e.rionnente AT/BT, quadros elétricos e proxi-
IEC 61000-4-8:2001
ou de outros similares midade de linha~ feJToviária~
Campos elétricos (AM9)
Ai\19-1 Nível despreiível Caso gemi - -
AM9-2 Nível médio De acordo com o valor da 1ensão
Proximidade de linhas aéreas de
AM9-3 Nível alto e da localização, interna ou IEC 61000-2-5
AT ou subestações de AT
AM9-4 Nível muito allo extema à edificação

Tabela 1.18 • Fenélmet- ele11on1a911éticos de alto freqüência -.cluziclos, induzidos ou radiados


contínuos ou transitórios)
Código Classificação r Característícas I Aplicação e exemplos 1
Tensões ou correntes indu,.idas oscilantes (AM21)
Referências

Principalmente perturbações de modo


AM21 Sem classificação comum geradas por campos ete1romag. - IEC 61000-4-6
nético.s modulados cm AM ou FM
Transitórios unidirecionais conduzidos, na faixa do nanossegundo (AM?2)
Salas de computadores. Nível Ida
AM22-I Desprezível Ambiente protegido
salas de controle IBC 61000-4-4:2004
Nível 2 da
AM22-2 Nível médio Ambien1e protegido - IEC 61000-4-1 :2004
Chaveamen10 de pequenas cargas induti-
Nível 3 da
AM22-3 Nível aho vas, ricochete de conintos de rclés Redes de baixa tensiío
IEC 61000-4-4:2004
Falias
Indústrias pesadas,
Subestações AT/BT
quadro., de distribuição Nível 3 da
AM22-4 Nível muito alto Equipamento de manobra a SP6 ou a
principais ou iruer- IEC 61000-4-4:2004
vácuo
me.diários
Transitórios unidirecionais conduzidos, na faixa do micro ao milíssegundo (AM23)
Circuitos ou instalações equipadas com
AM23-1 Nível controlado dispositivos de proteção contra sobrelen- Situações controladas -
sões. lmnsformadore.s alterados
Descarga atmosférica distante (mais de
1 km): forma de onda 10 µ.s/1.000 µ.se
impedância da fonte 20 !l-300 !l Descargas atmosféricas
Tmnsitórios de chavea.mcnto (por ex.em- distantes de redes
pio, intel'rupção da corrente de falta por subterrâneas
AM23-2 Nível médio 4.2.6.1.12,5.4.2 e 6.3.5
um fusível): forma de onda O, 1 ms/1 ms
dn N13R 5410:2004
e impedância da fonte 50 O
Descarga atmosférica próxima (a menos Descargas atmosféricas
próximas de uma rede
AM23-3 Nível allo de I km): íonna de onda 1.2 µ./50 µ.se
aérea ou de uma edifi~
impedância da fonte 1!l-10 n cação
(continua)
SU$ W

24 lnslalações elétricas

(continuação)
Códígo j Classificação Caraclerislicas Aplicação e exemplos j Referências
Transitórios oscilantes conduúdos (AM24)
Fenômenos de chave.amemo
Loc-ais residenciais,
AM24-1 Nível médio pre.~ntes nonnalmente em IEC 6 1000-4- 12
comerciais e industrinis
ins1alaçõcs de edificações
Fenômenos associados a
AM24-2 Nível aho Subestações AT/MT IEC 60255-22-1
chaveamentos/manobras
Fenômenos radiados de alta freqüência (AM25)
Estações de rádio e televisão a Residências e locais Nível I do
AM25-1 Nível desprezível
mais de I km comerciais IEC 61000-4-2:2002
Tn1nsccptores pon~reis a Nível 2 do
AM25-2 Nível médio Jndt1strias leves
não menos de l m IEC 61000-4-2:2002
Indústrias pesadas e
Tronscep1ores de alto potência nas Nível 3 d3
AM25-3 Nível alio aplicações de alia
proximidades IEC6I 000-4-2:2002
confiabilidade

Tabela 1.19 • De~ • elel1oslálica• 1


Código Classificação Caracteristicas Aplicações e exemplos Referências
Nível I da
AM31-I Nível baixo
IEC 61()00-4-2:2001
Descargas geradas particular- Nível 2 da
AM31 -2 Nível médio mence por J>CSSOas caminhando De ::.cordo com a IEC 61000-4-2:2001
sobre carpetes sintélicos conftabilidade
Nível dcpendcn1c do tipo de rcque.rida Nível 3 da
AM3 1-3 Nível alio
carpete e da umidade do ar IEC 61000-4-2:2001
Nível4da
AM3 1-4 Nível mui10 aho
IEC 61000-4-2:2001

1 Tabela 1.20 • Racl~ões ionizanles l


Código Classificação Caracleríslicas Aplicações e •~•m1>los

AM41- 1 Sem classificação


Presença de radiações
ionízan1es perigosas -
1 Tabela 1.21 • ~ ã o solar 1
Código Classificação Características Aplicações e exemplos
AN I Desprezível Imensidade :s 500 W/m2 -
AN2 Média 500 < ln1e11sidode :s 700 W/m2 -
AN3 Alta 700 < Imensidade s 1120 W/m2 -
[ Tabela 1.22 • D e ~ s almosféricos _J
Código Classificação Características Aplica~-õcs e exemplos
AQI Desprezíveis s 25 dias por ano -
=:: 25 di;lS por ano
AQ2 Indiretas Riscos provenientes da rede de lnsralações ali111cn1adas por rede. aéreas
alimemação
Ri.scos provenientes da exposição dos Partes da instalação situadas no exterior
AQ3 Diretas
componcn1es da inswlação das edificações
SU$W

Capítulo 1 • Fundamentos 25

Tabela 1.23 • MovinMnla - do ar


Código Classmcação Características Aplicações e exemplos
ARI Desprezível Velocidade s I m/s -
AR2 Média l m/s < velocidade s 5 m/s -
AR3 Forte 5 m/s < velocidade s 10 111/s -
Tabela 1.24 • Vento
Código Classmcação Características Aplicações e exemplos
ASl Desprezível Velocidade s 20 m/s -
AS2 Média 20 m/s < velocidade s 30 m/s -
AS3 Forte 30 111/s < velocidade s 50 m/s -
I Tabela 1.25 •
Código
. .
Clas.sificação
c1as-- Características Aplicações e exemplos
1

8AI Comuns Pessoas inadvertidas -


8A2 Crianças Crianças em locais a elas destinados Creches. escolas
Pessoas que não dispõem de completa
8A3 Incapacitadas capacidade físíca ou intelectual Casas de repouso, unídàde de saúde
(idosos, doente.<}

Pessoas sufi-cienrcmcnte infonnadas ou


supervisionadas por pessoa~ qualífi•
8A4 Adve.nidas cadas, de tal forma que ll1es pem,ita Locais de serviço elétrico
evitar os perigos de eletricidade (pe.<•
soai de manutenção e/ou opernção)

Pessoas com conhecimento técnico ou


experiência 1al que lhes pcrmi1a cvirar
8A5 Qualificadas loc11is de serviço elétrico fechados
os perigos da eletrici-dade (engenheiros
e técnicos)

1Tabela 1.26 • Resistência elétrica cio ~ humano - l


Código Clas.sificação Característica..~ Aplicações e exemplos

Circuns1âncias nas quais a pele está seca (nenhuma umidade,


881 Alta Condições secas
inclusive suor)

Passagem da corrente elétrica de uma mão à outra ou de uma mão a um


882 Nomial Condições úmidas
pé, com a pele úrnida de suor. sendo a superfície de contato s•g.nificativa

Passagem da corrente clérrica cn1re as mãos e os pés. estando às pessoas


883 Baixa Condições molhadas com os pés: molhados a ponto de poder desprezar a resistência da pele e
dos pés

884 Muito baixa Condições imersas Pessoas imersas na tigua. por exemplo, em banheiras e piscinas

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