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Eficiência reprodutiva de camundongos albinos suíços alimentados com rações esterilizadas por

calor úmido

Adolpho Marlon Antoniol de Moura1; Jorge Ricardo Ferreira da Silva2; Thaís Veronez
Andrade1; Robson Laroca Domingues Filho1
1
Centro de Criação de Animais de Laboratório – Fiocruz - RJ
2
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães – Fiocruz - PE

A autoclavagem é o principal processo de esterilização de insumos e materiais em biotérios.


Entretanto, esse processo promove efeitos deletérios à qualidade da ração, com perdas
nutricionais significativas e alteração na palatabilidade 1. Foram utilizados 30 camundongos
albinos suíços, sendo 15 machos e 15 fêmeas, desmamados aos 21 dias de idade e distribuídos
aleatoriamente em três grupos experimentais onde foram alimentados com as rações peletizadas
comerciais correspondentes: T1 - ração referência não-autoclavável; T2 - ração referência
autoclavada e T3 - ração especial autoclavável. Aos 45 dias de idade os animais foram
acasalados monogamicamente dentro do grupo experimental e avaliados quanto ao desempenho
reprodutivo até o segundo parto. No primeiro parto houve efeito significativo sobre o consumo
de ração do parto até o desmame, peso médio do reprodutor, peso médio da matriz e peso médio
da ninhada ao desmame. Os piores resultados foram obtidos com a ração especial autoclavável
(T3) e os melhores com a referência não-autoclavada (T1). As demais variáveis não foram
significativamente afetadas pelas rações comerciais. Houve efeito estatisticamente significativo
para a eficiência reprodutiva ao segundo parto, em que as variáveis “idade ao segundo parto,
tamanho da ninhada, peso ao desmame e número de desmamados” foram piores para o grupo
experimental alimentado com ração referência autoclavada (T2) e os melhores para os animais
do grupo alimentado com ração especial autoclavável (T3). Esses resultados indicam a
importância de um período adaptativo a rações comerciais, principalmente sob condições
experimentais1. Também evidenciam a eficiência dos animais em assimilar os nutrientes
contidos nas rações submetidas ao processo de autoclavação 2. Pelos resultados obtidos conclui-
se que a esterilização por calor úmido prejudica o desempenho e a eficiência reprodutiva de
camundongos albino suíços. Protocolo autorizado pela licença CEUA/CPqAM L-0040/2013.

Referências Bibliográficas

1 FARIA, H.G.; STABILLE, S.R.; NG, P.L.L.; et al. Effect of autoclaving diets use for growing
rats: digestibility and performance. Acta Scient. 2001; 26(1):113-119.

2 FARIA, H.G.; STABILLE, S.R. Efeito de diferentes tempos de autoclavagem sobre a


qualidade. nutricional da ração utilizada para ratos (Rattus norvegicus) em crescimento. Acta
Scient. 2001; 23(2):645-648.

Desempenho de camundongos albinos suíços em crescimento alimentados com rações


autoclavadas
Adolpho Marlon Antoniol de Moura1; Jorge Ricardo Ferreira da Silva2; Thaís Veronez
Andrade1;
1
Centro de Criação de Animais de Laboratório – Fiocruz – RJ
2
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães – Fiocruz – PE

Os roedores desenvolvem a capacidade de apreender e desintegrar eficientemente os alimentos


sólidos ainda durante a lactação1. Por isso, a qualidade da ração fornecida à mãe é fundamental
para potencializar o máximo desenvolvimento ponderal e reprodutivo da ninhada. Todavia, a
autoclavagem das rações modifica suas características físicas, sensoriais e nutricionais, o que
pode comprometer o crescimento dos filhotes, e consequentemente seu desempenho
reprodutivo2. Foram utilizados 60 camundongos albinos suíços, sendo 30 machos e 30 fêmeas,
recém-desmamados, a fim de testar três rações comerciais submetidas ou não a autoclavagem.
Os animais foram distribuídos aleatoriamente em três grupos experimentais (G1 – ração
referência não-autoclavada; G2 – ração referência autoclavada; G3 – ração especial
autoclavável) em esquema fatorial 3x2, totalizando três tratamentos com dez repetições, dois
gêneros e avaliados dos 21 aos 42 dias de idade. As variáveis avaliadas foram: Peso médio;
ganho de peso; consumo médio e acumulado de ração e conversão alimentar por gênero. Não
houve efeito significativo das rações-teste para as variáveis “ganho de peso; consumo de ração
médio e acumulado e para conversão alimentar” (p>0,05). Porém, houve efeito significativo do
tipo de ração sobre o peso final dos animais. Camundongos alimentados com ração autoclavável
autoclavada (G3) acumularam menos massa que animais dos demais grupos. Também houve
diferenças significativas entre os gêneros para todas as variáveis avaliadas (p<0,05). Os machos
obtiveram melhores respostas que as fêmeas, conforme relatado para outras espécies de
mamíferos1. A conversão alimentar foi pior em fêmeas que receberam rações autoclavaveis
(G3), o que explica o menor peso final dos animais desse grupo. Conclui-se que a autoclavagem
de rações prejudica o desempenho de camundongos albinos suíços em crescimento devendo
avaliar outras tecnologias para esterilizar alimentos para animais em biotérios. Autorizado pela
licença CEUA/CPqAM L-0040/2012.

Referências Bibliográficas

1 FARIA, H.G.; STABILLE, S.R.; NG, P.L.L.; et al. Effect of autoclaving diets use for growing
rats: digestibility and performance. Acta Scient. 2001; 26(1):113-119.

2 FARIA, H.G.; STABILLE, S.R. Efeito de diferentes tempos de autoclavagem sobre a


qualidade. nutricional da ração utilizada para ratos (Rattus norvegicus) em crescimento. Acta
Scient. 2001; 23(2):645-648.

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