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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAUDE

CURSO DE LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO

O Papel de Carboidratos em diabetes tipo 2

Albertina António Martinho

Quelimane, Marco de 2024


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAUDE

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE NUTRIÇÃO

O Papel de Carboidratos em diabetes tipo 2

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Administração dos Serviços
de Alimentação coordenação de curso de
licenciatura em ensino de Nutrição

Albertina António Martinho

Quelimane, Marco de 2024


Índice
1. Introdução..........................................................................................................................2

1.1. Metodologia ...................................................................................................................2

2. Referencial Teorico ...........................................................................................................3

2.1. O papel de Carboidratos na gestão de diabetes tipo 2 .......................................................3

2.3. A estrutura de nutrientes recomendados para o plano alimentar destinado a pessoas


com diabetes mellitus. ..............................................................................................................5

3. Conclusão ..........................................................................................................................6

4. Referencias bibliográficas .................................................................................................7


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1. Introdução
O diabetes é um distúrbio metabólico complexo e variado, que possui múltiplas causas e é
caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue devido à produção insuficiente
de insulina pelo pâncreas. Essa condição é mais comum em adultos e está diretamente
associada a um maior risco de mortalidade por doenças cardiovasculares e complicações
microvasculares. (CUNHA, et al, 2021).

O diabetes mellitus (DM) é uma condição de saúde com uma prevalência crescente,
passando de 4,6% da população em 2000 para 9,3% em 2019, totalizando 463 milhões de
pessoas. Estima-se que até 2045 esse número alcance 700 milhões (GALVÃO et al., 2021).
No Brasil, o DM representa um sério problema de saúde pública, colocando o país como o
quinto mais afetado por essa condição. Segundo dados do Sistema de Vigilância de Fatores
de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2018, a
prevalência autorreferida de diabetes na população acima de 18 anos foi de 7,7%, um
aumento significativo em relação a 2011, quando era de 5,6% (GALVÃO et al., 2021).

No controle do diabetes, a dietoterapia desempenha um papel crucial, pois a modificação


dos hábitos alimentares é uma estratégia eficaz para regular os níveis de glicose no sangue e
prevenir complicações associadas. O acompanhamento por um nutricionista é fundamental,
pois esse profissional é responsável por elaborar um plano alimentar personalizado,
considerando as necessidades individuais do paciente em aspectos sociais e biológicos. O
objetivo principal desse plano é manter a estabilidade dos níveis de glicose no sangue,
promover um peso adequado, prevenir deficiências nutricionais e manter os parâmetros
bioquímicos dentro dos limites normais. Respeitar as particularidades de cada indivíduo ao
desenvolver um plano alimentar é fundamental para garantir o melhor controle do DM2.

1.1.Metodologia
O estudo em análise refere-se a uma revisão bibliográfica abrangente, conforme descrito por
Gil (2011), onde é destacado que a revisão bibliográfica envolve a atividade de ler, escolher,
registrar e armazenar informações relevantes para a pesquisa em um tema específico, com o
intuito de evitar a repetição de ideias.
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2. Referencial Teorico
2.1.Conceito

A condição metabólica denominada diabetes mellitus (DM) é caracterizada pelo aumento


dos níveis de glicose no sangue, ocasionando várias disfunções no metabolismo de
nutrientes fundamentais, tais como carboidratos, proteínas e lipídios. Esses distúrbios
surgem devido à redução na produção, secreção e ação da insulina, fenômeno conhecido
como resistência à insulina, conforme apontado por Tavares et al. (2013). A diminuição na
capacidade de secreção de insulina ocorre devido à apoptose, ou morte programada, das
células β, além dos efeitos prejudiciais da glicose e dos lipídios remanescentes sobre essas
células, e também devido à resistência das células À função de ativação do peptídeo 1,
semelhante ao glucagon o GLP-1, conforme mencionado por Castro et al. (2021).

As complicações associadas ao diabetes tipo 2 podem surgir devido ao estresse oxidativo,


que é caracterizado pelo desequilíbrio entre radicais livres e antioxidantes no organismo,
resultando em efeitos prejudiciais (Halliwell e Gutteridge, 1990).

No entanto, o diabetes tipo 2 pode levar a duas formas de complicações que não podem ser
tratadas: complicações agudas e crônicas. Essas complicações são caracterizadas por terem
um aparecimento rápido, De acordo com Bertonhi et al. (2018).

O papel de Carboidratos na gestão de diabetes tipo 2


2.2.Carboidratos

Os carboidratos têm um impacto direto na glicemia, pois são convertidos em glicose no


organismo em um período que varia de 15 minutos a 2 horas após o consumo. Existem dois
tipos de carboidratos: não refinados e refinados. Os carboidratos não refinados, como grãos
integrais e alimentos ricos em fibras, apresentam vantagens sobre os refinados, como farinha
de trigo e arroz branco. Isso ocorre porque os carboidratos não refinados têm um índice
glicêmico menor, o que significa que causam uma elevação mais gradual da glicemia após
uma refeição devido à sua digestão e absorção mais lentas. Além disso, os carboidratos não
refinados também proporcionam maior sensação de saciedade. Essas características tornam
os carboidratos não refinados uma escolha mais saudável para pessoas com diabetes tipo 2.
(Referência: SOCCAL et al., 2009)
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Uma pesquisa recente, conforme mencionado por Forouhi et al. (2018), constatou que uma
dieta de baixo teor de carboidratos, conhecida como dieta cetogênica, pode ser eficaz na
perda de peso, controle da glicemia e redução da dependência de medicamentos
antidiabéticos. Entretanto, devido ao efeito hipoglicemiante da restrição de carboidratos, é
essencial que os pacientes diabéticos que optam por essa dieta compreendam como evitar a
hipoglicemia, conforme ressaltado por Riccardi (2018).

Uma estratégia viável consiste em adotar uma dieta com uma proporção mais elevada de
carboidratos de baixo índice glicêmico, especialmente provenientes de fontes ricas em
fibras, como leguminosas, vegetais, frutas e cereais integrais. Essa abordagem tem
demonstrado ser eficaz na melhoria do controle glicêmico e na redução dos níveis de
colesterol em pacientes com diabetes. A presença de fibras na dieta retarda a digestão dos
carboidratos e dos triglicerídeos, resultando em uma resposta pós-prandial mais equilibrada.
Além disso, está associada a uma diminuição da mortalidade por todas as causas em
indivíduos diabéticos, conforme enfatizado por Riccardi (2018).

Além disso, certos tipos de fibras solúveis, como a beta glucana, a goma guar e o psyllium,
são particularmente importantes para o controle da glicemia, como apontado por Hélen
(2016). O psyllium, por exemplo, é uma fibra solúvel extraída das cascas de sementes
maduras da planta Plantago ovata, e estudos indicam que pode beneficiar o controle da
glicemia, o peso corporal e a função intestinal em

Pacientes diagnosticados com diabetes tipo 2, como mencionado por Abutair et al. (2016),
foram objeto de estudo. Em uma pesquisa randomizada, controlada por placebo e com
duplo-cego, Noureddin, Mohsen e Payman (2018) observaram que os indivíduos diabéticos
que receberam psyllium como suplemento experimentaram uma redução significativa nos
níveis de glicose sanguínea, bem como perda de peso e diminuição dos níveis de colesterol,
além de um alívio notável dos sintomas relacionados à constipação. Um estudo adicional
conduzido por Mira et al. (2009) descobriu que os participantes que seguiram uma dieta rica
em beta glucana, encontrada em alimentos como cevada e aveia, experimentaram uma
redução nos picos de glicose no sangue após as refeições e uma diminuição no colesterol
LDL.
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2.3.A estrutura de nutrientes recomendados para o plano alimentar destinado a


pessoas com diabetes mellitus.
Macronutrientes) Ingestão Recomendada/dia
Carboidratos (CHO Carboidratos totais: 45 a 60%.
Sacarose Máximo 5 a 10% do VET
Frutose Não se recomenda adição aos alimentos
Fibra Alimentar Mínimo 14 g/1.000 kcal, 20 g/1.000 kcal para
DM2
Gordura Total (GT) 20 a 35% do VET; dar preferência para ácidos
graxos monoinsaturados e poli-insaturados;
limitar saturados em até 10% e isenta de trans

Colesterol < 300 mg/dia


Proteínas 15 a 20% de VET*
Vitaminas e Minerais Segue as recomendações da população não
diabética
Sódio Até 200 mg
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3. Conclusão
Em suma, os carboidratos desempenham um papel crucial no manejo do diabetes tipo 2.
Embora o controle da ingestão de carboidratos seja fundamental para regular os níveis de
glicose no sangue, é importante adotar uma abordagem equilibrada e individualizada. Os
carboidratos complexos, com baixo índice glicêmico, podem ser benéficos para manter a
estabilidade dos Estagio de glicemia no sangue ao longo do tempo, enquanto os carboidratos
simples devem ser consumidos com moderação, especialmente para evitar picos de glicose
no sangue. Além disso, a combinação de uma dieta saudável com atividade física regular e
medicamentos, quando necessário, é essencial para o manejo eficaz do diabetes tipo 2,
visando não apenas o controle da glicemia, mas também a prevenção de complicações a
longo prazo.
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4. Referencias bibliográficas
BARBOSA, ARF. ALVES, RT. MUSTAFA, SCMM. FUMAGALLI, F. Diabetes
2014.pdf> Acesso em: 19/032024
http://periodicos.unimesvirtual.com.br/index.php/higeia/index nutricional de pacientes com
diabetes melittus. Rev Bras Nutr Clin 2012, vol.27, n.4,

OLIVEIRA, BS; COELHO, SC. Contagem de carboidratos aplicado ao planejamento

p.273-9. Disponível: <http://www.sbnpe.com.br/wp-content/uploads/2016/12/artigo-9

SANTOS, Beatriz Russo dos; SANTOS, Luiza Forentino dos; FAVERO, Thaís;
QUIÑONES, Eliane Marta; ARES, Nayara Carvalho Cavalcanti; GIOVANINI,Elaine
Cristina. Consumo de Carboidratos x Diabetes Mellitus Tipo 2: uma revisão bibliográfica.
Revista Higei@. Vol2. Número 3.

UNIMES.2018.Disponível em:

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