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Pós-Graduação em Prescrição do Treinamento para Pessoas com Doenças Crônicas e Grupos Especiais

PRESCRIÇÃO DO
TREINAMENTO PARA
PESSOAS COM DIABETES
PROFESSOR MESTRE ANTONIO ROBERTO DORO
CREF: 025453-G/SP
Prof. Me. Antonio
Roberto Doro

@prof.robertodoro
Diabetes
Mellitus
Dieta Alimento

Nutrientes

Macronutrientes Micronutrientes
Carboidratos, gorduras
Vitaminas e minerais
e proteínas

Energéticos
Construtores Reguladores

Influenciar positiva ou negativamente o


rendimento esportivo
A insulina
PROINSULINA
Cadeia C

Cadeia A

Cadeia B
Adaptado de Guyton & Hall, 2016
Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(4):399-408
GLICEMIA Homeostasia ≈ 100 mg/dL
(70 a 139 mg/dL)
GLUCAGON
INSULINA

GLICOSE

GLICOSE
Como a insulina age no organismo | Animação #09 Disponível no Canal Drauzio Varella no YouTube
Adaptações orgânicas na
atividade física, exercício
e treinamento
Adaptações orgânicas diante do stress

 Aumento da frequência cardíaca


 Aumento do Débito cardíaco
 Vasodilatação / vasoconstrição
 Maior fornecimento de energia (AGL e glicose)
 Diminuição da secreção de insulina
 Aumento nas secreção de hormônios que provocarão o aumento na
oferta de glicose e AGL no sangue
AUMENTO NA
DIMINUI AUMENTA
DEPLEÇÃO DO AUMENTA A EQUILÍBRIO NA
EXERCÍCIO SECREÇÃO DE ADRENALINA E
GLICOGÊNIO INSULINA GLICONEOGÊNESE GLICEMIA
GLUCAGON
MUSCULAR
Diabetes Mellitus
 Grupo de doenças metabólicas
 Tem como denominador comum a hiperglicemia (> 180 mg/dL)
 Decorrente da diminuição na produção de insulina do pâncreas
endócrino ou ineficácia da ação da insulina nos tecidos alvo
 Ocasionando modificações no metabolismo de carboidratos,
proteínas, gorduras e sais minerais
 A hiperglicemia em longo prazo está associada com danos, disfunção
e falência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos,
coração e vasos sanguíneos
ADA.Diabetes Care. 2003; 26 (suppl): 5-20
Costa, AA e Almeida Neto, JS. Manual de diabetes, 2009
IDF Diabetes Altas 10TH Edition, 2021
Taxas de controle glicêmico
Brasil

Estudo realizado com 6.701 pacientes em 10 cidades brasileiras

85% DM2 e 15% DM1

Controle adequado (A1c <7%)


Controle inadequado (A1c >7%)

DM1 DM2

90% 73%

Mendes ABV, et al. Acta Diabetologica 2010; 47(2): 137-45


Estudo de caso

ESTUDO
DE CASO
ESTUDO DE CASO
DM1 que incluiu o exercício físico como parte do tratamento
ESTUDO DE CASO
Período de agosto de 2019 a fevereiro de 2022

Glicemia média Glicemia média


203 mg/dL 134 mg/dL

Glicemia média
117 mg/dL
Glicemia média
163 mg/dL
Como é feito o
tratamento do diabetes?
O tratamento do diabetes está baseado
em 4 pilares:
 Alimentação saudável
 Atividade física/Exercícios físicos
 Medicamentos
 Educação em Diabetes

Objetivo: evitar a hiperglicemia crônica e complicações do


diabetes
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Alimento

 Existem vários tipos de alimentos


 Diferentes modos de preparo
 É importante que os alimentos ingeridos forneçam os
nutrientes essenciais diariamente

Lorenzeti, 2015
Dieta Alimento

Nutrientes

Macronutrientes Micronutrientes
Carboidratos, gorduras
Vitaminas e minerais
e proteínas

Energéticos
Construtores Reguladores

Influenciar positiva ou negativamente o


rendimento esportivo
Composição nutricional do plano
alimentar indicado para pessoas com DM
➢ Deve ser individualizado, com mudanças graduais com relação
a ingestão alimentar atual do indivíduo
➢ Deve ser focado em atender às necessidades de energia
(macro e micronutrientes)
➢ Deve ser organizado em refeições como café da manhã,
almoço, jantar e pequenos lanches
➢ Deve ser flexível
➢ Deve estabelecer maior variedade de alimentos selecionados

Diretrizes da SBD 2022


Composição nutricional do plano
alimentar indicado para pessoas com DM
CARBOIDRATOS (CHO) de 45 a 60% do VET

➢ No DM2 é possível de forma individualizada usar padrões


alimentares com menor teor de carboidratos desde que
acompanhado por profissional especializado
➢ Sacarose: MÁXIMO de 5 a 10% do VET
➢ Frutose: não se recomenda adição aos alimentos
➢ Fibra alimentar: mínimo 14g/1000 kcal; no DM2 20g/1000 kcal

Adaptado de Diretrizes da SBD 2019-2020


Composição nutricional do plano
alimentar indicado para pessoas com DM

GORDURAS TOTAIS (GT) de 25 a 35% do VET

➢ Dar preferência para ácidos graxos monoinsaturados e poli-


insaturados
➢ Limitar ácidos graxos saturados em até 10%
➢ Deve ser isenta de gordura trans

Adaptado de Diretrizes da SBD 2019-2020


Composição nutricional do plano
alimentar indicado para pessoas com DM

PROTEÍNAS de 15 a 20% do VET

VITAMINAS E MINERAIS

➢ Seguem a recomendação da população sem diabetes

Adaptado de Diretrizes da SBD 2019-2020


Contagem de carboidratos
 Esta baseada na proposta da alimentação saudável (todos
os grupos de alimentos)
 Quantidade adequada do alimento e sua relação com o
tratamento medicamentoso
 Visa encontrar o equilíbrio entre a glicemia e a
quantidade de carboidratos ingerida
 Estratégia nutricional que oferece ao DM maior
flexibilidade em sua alimentação

Manual de contagem de carboidratos SBD, 2016


Respostas dos macronutrientes na glicemia

100%

30 - 60%

10%

CARBOIDRATOS PROTEÍNAS GORDURAS


15' A 2 HORAS 3 A 4 HORAS 5 HORAS

Adaptado de Manual de contagem de carboidratos SBD, 2016


ATIVIDADE FÍSICA E
EXERCÍCIO FÍSICO
ATIVIDADE FÍSICA/EXERCÍCIO FÍSICO NO
180 171,2 DM
160 N total: 14
DM1: 5
140 127 DM 2: 1
Glicemia (mg/dL)

120 108,3 S/DM: 8


100 96,1
82,8 88
80
60
40
20
0
DM1 DM2 S/DM
G.Antes G.Depois
Atividade: Caminhar por 40 minutos

Depto. AF ADIABC Fevereiro de 2007


Sem diabetes DM1

Pedriatic Diabetes 2009: 10 (Suppl. 12): 154-168


Mecanismo pelo qual o exercício induz
hipoglicemia em indivíduos com DM
No DM1
 Os níveis de insulina não diminuem
 A circulação sanguínea no subcutâneo aumenta, elevando os níveis
de insulina no sangue
 Diminui a gliconeogênese pela hiperinsulinemia
 A captação de glicose pelos músculos ativos aumenta

Jun AR, et. al. Korean J Farm Med 2021; 42(2): 91–95.
Farmacologia do Diabetes Mellitus - Insulinoterapia (2/3) Disponível no Canal Portal da Farmacologia no YT
Qual o tipo de atividade física/exercício
físico é indicado para quem tem diabetes?

Para quem não apresenta complicações crônicas do diabetes, o esporte


ou o exercício de sua preferência.
ADA Diabetes Care 2004; 27: S58-S62

É importante que haja a combinação de exercícios aeróbios, de força e


alongamento.
Blair SN Am J Clin Nutr 2004; 79 (Suppl): 913s -20s
Exercícios aeróbios

 Intensidade: moderada (40-60% VO2 máx. ou 50-70% FC


máx.)
 Duração: 30- 60 min/dia ou 150 minutos semanais
 Frequência: 3 a 5 vezes na semana

Diretrizes SBD 2011


Benefícios do exercício aeróbio
 Densidade mitocondrial
 Sensibilidade à insulina
 Enzimas oxidativas
 Complacência e reatividade vascular
 Função pulmonar
 Sistema imune
 Débito cardíaco

Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016, 39: 2065-79


Benefícios do exercício resistido
 Manutenção ou aumento da massa muscular
 Composição corporal
 Saúde mental
 Densidade mineral óssea
 Sensibilidade à insulina
 Pressão arterial
 Perfil lipídico
 Saúde cardiovascular
Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016, 39: 2065-79
Benefícios de outros tipos de exercícios

Exercícios de alongamento:
 Aumentam a amplitude de movimento e a flexibilidade
 Não contribuem para o controle glicêmico

Yoga melhora:
• Controle glicêmico
• Perfil lipídico
• Composição corporal

Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016, 39: 2065-79


Benefícios de outros tipos de exercícios

Tai chi:
 Reduz o risco de quedas
 Melhora controle glicêmico
 Equilíbrio
 Sintomas da neuropáticos
 Qualidade de vida

ADA Diabetes Care 2016, 39: 2065-79


BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO NO DM 2
Aumento nos
receptores de insulina e Diminuição na resistência a insulina
no GLUT-4

Treino combinado tem Aumento e/ou


apresentado melhores manutenção na
resultados quando comparado a massa magra e
exercícios cíclicos ou de força diminuição no
isoladamente tecido adiposo

Intensidades de treinamento mais


altas promovem melhor perfil Redução da HbA1c
glicêmico

Diminuição da PA, Perfil lipídico, IMC, mortalidade cardiovascular

Jenkins DW, et. al. The Journal of Foot & Ankle Surgery 2017; 56 968–974
MEDICAMENTOS
Antidiabéticos orais

 Aumentam a secreção de insulina (HIPOGLICEMIANTES)


 Não aumentam a glicemia (ANTI-HIPERGLICEMIANTES)
 Aumentam a secreção de insulina de forma glicose-
dependente, além de promover a supressão do glucagon
 Promovem glicosúria sem relação com a secreção de
insulina

Diretrizes SBD 2015-2016


Injetáveis

• Insulinas
• Análogos de GLP1
• Análogos de Glucagon
Aplicados em diferentes locais do corpo

Pediatric Diabetes 2018, 19 (Suppl. 27): 115-135


Insulina
humana

Análogos
de Insulina
humana
Insulinas basais

Mathieu C, et. al. Nat Rev Endocrinol 2017; 13(7): 385-99


Insulinas de curta duração

Mathieu S, et. al. Nat Rev Endocrinol 2017; 13(7): 385-99


Insulinas de curta duração e seu tempo
de ação
Asparte rápida (Fiasp)
Início da ação: 10 a 20 minutos
Pico de ação: 1 a 3 horas
Efeito clínico: 3 a 5 horas

Asparte (Novorapid), glulisina (Apidra) e lispro (Humalog)


Início da ação: 15 a 35 minutos
Pico de ação: 1 a 3 horas
Efeito clínico: 3 a 5 horas
Insulinas de curta duração e seu tempo
de ação

Regular (Novolin-R, Humulin-R, Insunorm-R)


Início da ação: 30 a 60 minutos
Pico de ação: 2 a 4 horas
Efeito clínico: 5 a 8 horas

Adaptado de Pediatric Diabetes 2018, 19 (Suppl. 27): 115-135


Insulinas basal de duração intermediária
e seu tempo de ação

NPH (Novolin-N, Humulin-N, Insunorm-N)


Início da ação: 2 a 4 horas
Pico de ação: 4 a 12 horas
Efeito clínico: 12 a 24 horas

Adaptado de Pediatric Diabetes 2018, 19 (Suppl. 27): 115-135


Insulinas basal de longa duração e seu
tempo de ação
Glargina (Lantus, Basaglar, Glargin, Toujeo, Veluxus)
Início da ação: 2 a 4 horas
Pico de ação: 8 a 12 horas
Efeito clínico: 22 a 24 horas

Detemir (Levemir)
Início da ação: 1 a 2 horas
Pico de ação: 4 a 7 horas
Efeito clínico: 20 a 24 horas

Adaptado de Pediatric Diabetes 2018, 19 (Suppl. 27): 115-135


Insulinas basal de muito longa duração e
seu tempo de ação
Glargina U300 (Toujeo, Lantus SoloStar)
Início da ação: 2 a 6 horas
Pico de ação: mínimo
Efeito clínico: 30 a 36 horas

Degludeca (Tresiba)
Início da ação: 30 a 90 minutos
Pico de ação: mínimo
Efeito clínico: > 42 horas

Adaptado de Pediatric Diabetes 2018, 19 (Suppl. 27): 115-135


Educação em Diabetes
Educação em diabetes

Facilita a compreensão individual e precauções para prevenir a


hipoglicemia, podendo ajudar os indivíduos com DM a atingir rotinas
de exercícios dinâmicos e, eventualmente, uma vida mais saudável.
RECURSOS PARA O
MONITORAMENTO
DA GLICEMIA
Como usar o glicosímetro
Diretrizes SBD 2017-2018
Monitoramento
do usuário
Libre View para o monitoramento do
profissional da saúde

https://www2.libreview.com/
Libre View

https://www2.libreview.com/
Libre View

https://www2.libreview.com/
Entendendo a bomba de infusão de insulina
A resposta glicêmica do exercício é
sensível ao tratamento
 Ao período do dia
 A alimentação
 Ao tratamento medicamentoso
Para a ADA...

• Os adultos com DM podem se beneficiar sendo acompanhados por


um Profissional de Educação Física Especializado em Diabetes
• Para uma prescrição do exercício segura e eficaz
• Julgamento clínico sólido, baseado no histórico médico e físico do
aluno, avaliação do risco de complicações e exercícios mais
apropriados e selecionar os que devem ser limitados ou evitados
ANTES DE INICIAR UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS:
 Quem tem DM e usa insulina deve discutir com seu médico ajustes
nas doses de insulina
 Consultar um PEF para determinar métodos de exercícios seguros

Korean J Farm Med 2021; 42(2): 91–95.


ESTUDO DE CASO
 Aluno DM2, hipertenso com 2 stents
 Ansioso, acima do peso, circunferência abdominal
aumentada
 Avaliação: Fraqueza muscular, força e resistência
diminuída
 Chegou para treinar pela manhã.
 Glicemia jejum: 80 mg/dL
 Glicemia no início do treino: 143 mg/dL
 Treinou MMII por 30 minutos
 Glicemia no final do treino: 219 mg/dL
DÚVIDA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO
FÍSICA:

“Isto aconteceu pelo treino ter sido moderado ou eu


deveria ter feito um treinamento um pouco mais
vigoroso?”
O passo a passo para a
prescrição do exercício
no diabetes
Por onde começar o
programa de exercícios
para quem tem
diabetes?
1º Passo: confirmar o
diagnóstico de
diabetes
Critérios diagnósticos para Diabetes
recomendados pela ADA e pela SBD
Glicemia de jejum de ao menos 8 horas
Normal: <100
Pré-DM: 100 a 125 mg/dL
Diabetes: ≥ 126 mg/dL

Hemoglobina glicada (A1c)


Normal: < 5,7%
Pré-DM: 5,7 a 6,4%
Diabetes: ≥ 6,5%

Diretrizes SBD 2019-2020


Critérios diagnósticos para Diabetes
recomendados pela ADA e pela SBD

Glicemia 2 horas após TOTG com 75g glicose


Normal: <140
Pré-DM: 140 a 199 mg/dL
Diabetes: ≥ 200 mg/dL

Diretrizes SBD 2019-2020


Critérios diagnósticos para DMG recomendados
pela IADPSG, SBD, OPAS,FEBRASCO e MS

TOTG com 75g glicose


Jejum: <140
1 hora: 180 mg/dL
2 horas: 153 mg/dL

Diretrizes SBD 2019-2020


O QUE FUNCIONA
MELHOR PARA EVITAR
QUE O PRÉ-DIABETES
EVOLUA PARA O DM2?
Mudança no estilo de vida X medicamento

 Risco DM:
31%

58%

Seguimento médio: 2,8 anos


50% - meta de  peso
74% - meta de exercício

DPP Research Group


NEJM 2002
MUDANÇA NO ESTILO DE VIDA

Risco 58% DM2


Diabetes 2003; 52(9):2191-7
Prevenção do DM2 com mudança no
estilo de vida

Estudos com AF 150- 175 min/sem, restrição alimentar visando perda


de peso (5 a 7%), demonstram reduções entre 40 a 70% no risco de
desenvolver DM2 em pessoas com intolerância a glicose diminuída

Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79


Qual aluno tem mais chance de remissão
do DM2?

 Peptídeo C

 Insulina

 Anticorpos anti - GAD


2º Passo: anamnese
Anamnese no DM

 Tipo de diabetes
 Tempo de diagnóstico
 Tratamento medicamentoso
 HbA1c
 Se há presença de complicações crônicas
 Se há outras doenças associadas ao diabetes
 Identificar qual o objetivo do programa de exercícios
IDENTIFICANDO OS
DIFERENTES TIPOS DE
DIABETES
Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2)
 Tipo mais comum de DM (90-95%)
 Fatores etiopatogênicos
 Genéticos
 Ambientais
 Problema de saúde pública
 PASSÍVEL DE PREVENÇÃO!
Fisiopatologia: resistência periférica a ação da insulina e/ou
deficiência na secreção de insulina e na gliconeogênese

Diretrizes SBD 2015-2016


Eventos que causam o DM2
Predisposição genética que dificulta a ação da insulina

Fatores ambientais
Obesidade
Sedentarismo

Resistência periférica à insulina

Hiperinsulinemia
Hiperglicemia

Predisposição genética
Que altera as funções Glicotoxicidade
das células beta

Adaptado de Costa AA Diabetes Tipo 2


Manual de Diabetes, 2004
Diretrizes SBD, 2017-1028
Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1)
 Segundo tipo mais comum de DM (5-10%)
 Autoimune
 Idade de aparecimento 0 a 30 anos
 Sintomas proeminentes: fraqueza e emagrecimento,
polifagia, polidpsia, poliúria, desidratação, dor abdominal
Fisiopatologia: anticorpos anti-ilhotas (ICA) presentes,
frequentemente apresenta cetoacidose metabólica no diagnóstico

Costa e Almeida Neto, 2009


Diabetes Mellitus Gestacional (DMG)
 A prevalência varia de 3 a 25%
 Qualquer intolerância a glicose de magnitude variável, com início ou
diagnóstico durante a gestação
 Diretamente associada a morbidade e mortalidade perinatais
Fisiopatologia: apresenta resistência a ação da insulina e diminuição
da função da célula beta pancreática

Diretrizes SBD, 2019-2020


Diabetes Mellitus tipo LADA
(Latent Autoimune Diabetes in Adult)

 Autoimune
 Tem início na vida adulta (> 30 anos)
 Frequentemente diagnosticado como DM2 (UKPDS 84%)
Fisiopatologia: presença de anticorpos anti-GAD,
Peptídeo-C, resistência a insulina

Calrsson S. Front Physiol 2019; 10: 320


ESTUDO DE CASO
42 anos, DM2 tratamento antidiabéticos orais, alimentação
saudável e exercício físico mas, com um baixo controle
metabólico.
TEMPO DE
DIAGNÓSTICO
Tempo de diagnóstico

 Recém diagnosticado menor risco de hipoglicemia


 Diagnosticado há mais tempo, maior risco de hipoglicemia
 Mais de 10 anos de diagnóstico maior risco de complicações crônicas
TRATAMENTO
MEDICAMENTOSO
Tratamento medicamentoso

 Permite identificar o tipo de antidiabético oral, associação e o risco


de hipoglicemias
 Tipo de insulinas, horário de aplicação e tempo de ação
 Se há associação de outros medicamentos que podem afetar a
resposta ao exercício
Para os que usam insulinização plena

 Fator de sensibilidade (FS)


 Tabela de correção para hiperglicemia
 Relação insulina/carboidrato se fizer contagem de carboidrato
HEMOGLOBINA
GLICADA
Hemoglobina glicada (A1c)

NORMAL: < 5,7%

PRÉ-DM: 5,7 a 6,4%

DIABETES: ≥ 6,5%
Hemoglobina glicada (A1c)
O melhor controle da A1c reduz o risco
de complicações do diabetes
Complicações 140 124,9
do diabetes
por 1.000 120 103,2
pacientes-anos
100
74,5
80 65,5
48,7
60
35,9
40
20
0
5 6 7 8 9 10 11

HbA1C média ao final do tratamento

UKPDS 35. BMJ 2000; 321(7258): 405-12


A1c e correspondente glicemia média
estimada nos últimos 3 meses
 5% = 97 mg/dL
 6% = 126 mg/dL
 7% = 154 mg/dL
 8% = 183 mg/dL
 9% = 212 mg/dL
 10% = 240 mg/dL

GME= (28,7 x A1c) – 46,7


American Diabetes Association
Referência do controle metabólico no DM

 Valores da Glicemia capilar

 Tempo no alvo (faixa entre 70 mg/dL até 180 mg/dL)

 HbA1c

Diretrizes SBD 2019-2020


Hemoglobina glicada (A1c)

 Hemoglobina glicada > 7%


 Hemoglobina glicada < 7%
PRESENÇA DE
COMPLICAÇÕES
CRÔNICAS DO DIABETES
Complicações crônicas do diabetes

 Retinopatia
 Nefropatia
 Neuropatia periférica
 Neuropatia autonômica
 Retinopatia
 Após 20 anos de diagnóstico, 90% (DM1) e 60% (DM2) apresenta
algum grau de retinopatia

 Nefropatia: presente em 40% (DM1) e 5- 20% (DM2)

 Neuropatia periférica e autonômica: diretamente associada ao


tempo de diagnóstico, sucesso e aderência ao tratamento (DM1).
Pode atingir até 50% DM2

Diretrizes da SBD, 2009


Retinopatia diabética
Retinopatia diabética Não proliferativa:
➢ Leve: somente microaneurismas
➢ Moderada: microaneurismas + outras alterações que não
caracterizam retinopatia severa
➢ Severa: que apresenta qualquer uma das alterações:
➢ Hemorragias nos 4 quadrantes da retina
➢ Dilatações venosas em um quadrante
➢ Alterações vasculares intrarretinianas em um
quadrante
 Muito severa: presença de duas das três alterações da
severa
Diretrizes SBD 2019-2020
Retinopatia diabética

Retinopatia diabética Proliferativa:


➢ Presença de neovascularização:
➢ No disco óptico ou na retina
➢ Hemorragia vítrea

Diretrizes SBD 2019-2020


Nefropatia diabética

 Doença Renal Crônica


 Alterações na eritropoetina
 Equilíbrio ácido base

ADA. Diabetes Care 2013; 36 (suppl 1): S11-S66


Neuropatia periférica

 Diminuição ou perda da sensibilidade tátil, térmica e


dolorosa
 Lesões de pele
 Infecções
 Destruição articular de Charcot
 Orientações: tênis e meias adequados, vistoria dos pés
diariamente

ADA. Diabetes Care 2013; 36 (suppl 1): S11-S66


Neuropatia autonômica

 Está diretamente associada a DCV


 Acomete todas as funções controladas pelo SNA
Simpático e parassimpático

ADA. Diabetes Care 2013; 36 (suppl 1): S11-S66


OUTRAS DOENÇAS
ASSOCIADAS AO
DIABETES
Outras doenças associadas ao diabetes

 Identificar a possibilidade de um tratamento não adequado


prejudicar o controle do DM e comprometer o resultado do
programa de exercícios
 Hipertensão
 Hipotiroidismo
 Problemas vasculares
OBJETIVO DO
PROGRAMA DE
EXERCÍCIOS
Objetivo do programa de exercícios

 Nem sempre nosso aluno com DM treina para controlar o DM


 Determinar o que é mais importante ser trabalhado
 De acordo com o objetivo adaptar o exercício
3º Passo: Avaliação
física
Tipos de testes (VO2 máx)
 Máximos
 Submáximos
 Diretos
 Indiretos
A escolha do teste está diretamente relacionada as informações
colhidas na anamnese, a disponibilidade de espaços e equipamentos e
a disponibilidade financeira
O mais importante é que o aluno esteja com a glicemia no alvo no
início do teste
Avaliação Física
INCLUIR
na prática VÍDEO E
RESULTADOS O FELIPE
PONTO DE ATENÇÃO!
Hiperglicemia e
Hipoglicemia
Hiperglicemia

• São glicemias acima de 180 mg/dl


• Podem ocorrer de maneira aguda ou crônica
• Quando superiores a 250 mg/dl aumentam a
produção de cetonas e diminuição do pH sanguíneo
• Se não corrigida, pode levar a cetoacidose diabética
(DM1) ou glicotoxidade (DM2)

Costa e Almeida Neto, 2009


Hipoglicemia
Sintomas adrenérgicos (< 70 mg/dL)
• Palidez
• Irritabilidade
• Suores frios
• Fome
Sintomas neuroglicopênicos (< 55 mg/dL)
• Sonolência
• Perda de memória
• Confusão mental
• Incoordenação motora

Costa e Almeida Neto, 2009


RIDELL, MC, et.al. Endocrinol Metab Clin North Am 2019; 49(1):109-25
RECURSOS PARA
EVITAR
HIPOGLICEMIA
DURANTE E
APÓS O
EXERCÍCIO
 Não aplicar insulina no local que será mais solicitado
durante o exercício

 Ingerir carboidrato

 Diminuir a dose de insulina

 Dar estímulos anaeróbios


Orientar quanto ao local de aplicação da
insulina antes do exercício

Pediatric Diabetes 2018, 19 (Suppl. 27): 115-135


Quanta glicose é necessária para evitar hipoglicemia
durante e após o exercício?
N = 9 (DM1) Tratamento: Insulina NPH e
Humalog (Lispro)

Bicicleta ergométrica por 60 min.


50% VO2 máx.

Dubé MC, et. al. Med Sci Sports Exerc 2005; 37(8): 1276-82
SUPLEMENTAÇÃO COM CARBOIDRATOS
45 minutos em esteira
com intensidade moderada (60% VO2 pico)

Yardley JE, Sigal RJ. Spectrum Diabetes Journal 2015; 28(1):32-8


Recomendação para redução da dose de insulina
rápida de acordo com a intensidade do exercício

EXERCÍCIO AERÓBIO LEVE (< 25% do VO2 máx.)


 DURAÇÃO 30 min: reduzir 25% da dose habitual
 DURAÇÃO 60 min: reduzir 50% da dose habitual
EXERCÍCIO AERÓBIO MODERADO (50% do VO2 máx.)
• DURAÇÃO 30 min: reduzir 50% da dose habitual
• DURAÇÃO 60 min: reduzir 75% da dose habitual

Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79


Recomendação para redução da dose de insulina
rápida de acordo com a intensidade do exercício

EXERCÍCIO AERÓBIO VIGOROSO (70-75% do VO2 máx.)


 DURAÇÃO 30 min: reduzir 75% da dose habitual
 DURAÇÃO 60 min: Não aplicável

EXERCÍCIO AERÓBIO VIGOROSO/ANAERÓBIO (> 75% do VO2 máx.)


• DURAÇÃO 30 min: Não reduzir
• DURAÇÃO 60 min: Não aplicável

Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79


DIMINUIÇÃO NA DOSE DE INSULINA
45 minutos em esteira
com intensidade moderada (60% VO2 pico)

Yardley JE, Sigal RJ. Spectrum Diabetes Journal 2015; 28(1):32-8


Diminuição na insulina basal (SICI)
ZAHARIEVA DP, et. Al. Diabetes Care.
2019;42(5):824-831
Estímulos anaeróbios

Yardley JE, Sigal RJ. Spectrum Diabetes Journal 2015; 28(1):32-8


 Amostra: 11 DM1 (5 e6 )
 Idade: 26,5 ± 6,6 anos

 PROTOCOLO:
 60 min em bicicleta ergométrica
 Intensidade moderada (50% VO2 pico)

 Exercício moderado (0g + MOD)


 Exercício moderado + 30g de CHO (30g + MOD)
 Exercício moderado intercalando a cada 2 min sprints de 10’’
em máximo esforço (MOD/INT)

Dubé M-C, et al. Med Sci Sports Exercise 2013; 45(1): 3-7
N= 11 DM1
60 min ciclo ergômetro
com 50% do VO2 pico
(0G + MOD)
(30G + MOD)
(0G + MOD/INT)

Dubé M-C, et al. Med Sci Sports Exercise 2013; 45(1): 3-7
Recomendação da ingesta de CHO de acordo
com a glicemia no início do exercício
GLICEMIA < 90 mg/dL
 Dependendo do tipo de exercício, consumir de 10-30g de CHO de
alto IG
 Para exercícios < 30 minutos ou muito alta intensidade (Musculação,
HIIT)
 Exercício com intensidade moderada e com longa duração, ingerir de
0,5 a 1,0g/Kg em intervalos de 1h de exercício de acordo com a
glicemia

Diretrizes SBD 2019-2020 adaptado de Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79
Recomendação da ingesta de CHO de acordo
com a glicemia no início do exercício

GLICEMIA 90 a 150 mg/dL


 Consumir CHO antes do início da maioria dos exercícios e em
intervalos de 1 h de acordo com o tipo de exercício e tempo de ação
da insulina
 Ingerir de 0,5 a 1,0g/Kg em intervalos de 1h de exercício de acordo
com a glicemia

Diretrizes SBD 2019-2020 adaptado de Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79
Recomendação da ingesta de CHO de acordo
com a glicemia no início do exercício

GLICEMIA 150 a 250 mg/dL


 Espere a glicemia diminuir para <150 mg /dL durante o exercício
antes de consumir carboidratos

Diretrizes SBD 2019-2020 adaptado de Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79
Recomendação da ingesta de CHO de acordo
com a glicemia no início do exercício

GLICEMIA 250 a 350 mg/dL


 O exercício está proibido para níveis moderados e altos de cetonuria
 Podem ser realizados exercícios com intensidade leve ou moderada
 Exercício com alta intensidade deve ser adiado até que a glicemia
esteja < 250 mg/dL

Diretrizes SBD 2019-2020 adaptado de Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79
Recomendação da ingesta de CHO de acordo
com a glicemia no início do exercício
GLICEMIA ≥ 350 mg/dL
 O exercício está proibido para níveis moderados e altos de cetonuria
 Caso nenhuma cetona na urina seja observada, a dose de insulina
pode ser ajustada de acordo com o tempo de ação da insulina antes
do exercício (geralmente 50%)
 Após iniciar exercícios de intensidade leve a moderada deve evitar
outros tipos de exercícios até que os níveis de glicose no sangue
diminuam

Diretrizes SBD 2019-2020 adaptado de Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79
Como prescrever o exercício para quem tem
diabetes?
O
MONITORAMENTO
DA GLICEMIA É
FUNDAMENTAL
Qual tipo de exercício prescrever?

RIDDELL MC, et. al. Lancet Diabetes Endocrinol 2017; 5 (5): 377-390
Treinamento aeróbio
Pode ser feito continuamente ou de maneira intervalada (HIIT)*

INTENSIDADE: Moderado a vigoroso (subjetivamente moderado a


muito difícil)
DURAÇÃO: Pelo menos 150 min/sem; 75 min/sem AF vigorosa (9,7
km/h de maneira contínua x 25 min)- Benefícios metabólicos e cardíaco
FREQUÊNCIA: 3-7 dias/sem, sem ficar 2 dias consecutivos sem exercício
PROGRESSÃO: HIIT ou continuo é apropriado para a maioria com DM;
se o objetivo é a aptidão maior ênfase na intensidade vigorosa desde
que não seja contra indicada por complicações

Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79


OBJETIVO: Avaliar a efetividade do HIIt na composição corporal, controle glcêmico e aptidão cardiorrespiratória em
indivíduos com DM2; comparando com Exercício moderado e grupo controle.

CONCLUSÃO:
VO2 pico: HIIT > Exercício moderado
IMC: HIIT > Exercício moderado
HbA1c: HIIT = Exercício moderado
Treinamento resistido
Pode ser feito c/peso do próprio corpo, equipamentos, pesos livre,
cordas elásticas
INTENSIDADE: Moderada até 15 RM; Vigorosa de 6-8 RM
DURAÇÃO: 8-10 exercícios; 1-3 séries de 10-15 Rep até próxima da
fadiga por série em cada exercício
FREQUÊNCIA: mínimo 2 x sem em dias não consecutivos;
Preferencialmente 3 x/semana
PROGRESSÃO: Iniciar moderado: 10-15 rep e progredir para 8-10 rep;
dar preferência ao aumento inicial do volume depois intensidade

Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79


Treinamento de flexibilidade e equilíbrio
Alongamento estático, dinâmico e Yoga
Equilíbrio em uma perna, equipamentos de equilíbrio, exercícios para o
CORE e Tai chi
INTENSIDADE: Alongamento até o ponto máximo ou leve desconforto;
Equilíbrio: leve a moderada intensidade
DURAÇÃO: Alongamento estático ou dinâmico com duração de 10-30”
de 2-4 rep; Equilíbrio: Qualquer duração
FREQUÊNCIA: tanto flexibilidade quanto equilíbrio 2-3 vezes /sem
PROGRESSÃO: Trabalho contínuo ao longo do tempo aumentando
duração e frequência
Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79
Diretrizes da SBD 2019-2020
Escala subjetiva de esforço

Omini scale
JOHANNSEN NM, et. al. Sports Med
2016; 46(12):1809-1818
Comparando as respostas glicêmicas do
exercício aeróbio com o resistido
YARDLEY JE, et. al. Diabetes Care 2013; 36(3):537-42
Média da glicemia capilar

204
Glicemia capilar média

157
139 145
(mg/dl)

Antes Após

GRUPO A GRUPO B

Ramalho AC, et. al. Diabetes Research and Clinical Practice 2006; 72: 271-76
RESULTADOS

Com relação aos parâmetros metabólicos


só houve significância estatística (p< 0,05)
entre os grupos nas variáveis:

• PAD
• Colesterol total
• Triglicérides
• LDL-colesterol
• Hemoglobina glicada (HbA1c)
Honkola A, et. al. Acta Diabetol. 1997; 34 (4): 245-8
Objetivo: Determinar a eficácia do treinamento resistido progressivo de alta intensidade no
controle glicêmico em idosos com diabetes tipo 2.

Castaneda C, et al. Diabetes Care 2002;25 (12): 2335-41


Número de participantes: 62 (40 mulheres e
22 homens) divididos em grupo intervenção
e controle (31 em cada grupo)

Idade: 66 ± 8 anos
IMC 30,9 ± 1,1 kg/m2
DM2 diagnosticado há 8 ± 1 anos
HbA1c 8,7 ± 0,3 %
Usando insulina 17
Dosagem 78 ± 23 unidades
Castaneda C, et al. Diabetes Care 2002;25 (12): 2335-41
Programa

Duração: 4 meses
Frequência: 3 vezes por semana Teste 1RM

• Duração de cada sessão: 45 min. • Início do estudo


• 5 exercícios em máquina (supino
sentado, leg press, puxada alta, • Durante a semana 9
cadeira extensora e flexora)
• 3 séries com 8 repetições • Término do estudo (semana 16)

• Intensidade: semana 1 até


semana 8 variou de 60- 80% 1
RM; semana 10 a semana 15 70-
80% 1RM
Resultados Resultados

• Diminuição HbA1c (p= 0,01) Não houve diferença


• Aumento nos estoques de significativa
glicogênio muscular (p=0,04)
• Diminuição nas dosagens de • Glicemia em jejum
inulina em 72% dos • Colesterol total
participantes • Triglicérides
• Diminuição na PA (p=0,05) • HDL- colesterol
• Ganho de massa magra (p=0,04) • LDL- colesterol
• Redução na circunferência
abdominal (p=0,01)

Castaneda C, et al. Diabetes Care 2002;25 (12): 2335-41


Exercício resistido + aeróbo x Exercício aeróbio + resistido

Yardley JE et al. Diabetes Care 2012; 35(4): 669-75


Como prescrever o
exercício na presença de
complicações crônicas
do diabetes
Retinopatia diabética

Retinopatia não proliferativa moderada:


evite atividades que elevam drasticamente a PA (powerlifting)

Retinopatia não proliferativa grave e proliferativa:


Evite atividades vigorosas, com impactos, saltos, exercícios de cabeça
para baixo, com manobra de valsa. Atividades que elevem
drasticamente a PA

Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79


Nefropatia diabética
Apesar do exercício aumentar a excreção de proteína pela urina não há
restrição ao tipo de exercício

Microalbuminúria:
Todos os tipos de exercícios moderados a vigorosos estão liberados.
Evitar esforço vigoroso um dia antes dos testes de proteína na urina

Macroalbuminúria:
Se a capacidade aeróbia e muscular estiverem substancialmente
reduzidas, iniciar exercício com baixo volume e intensidade

Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79


Neuropatia periférica
Necessário cuidado adequado com os pés para evitar úlceras e diminuir
o risco de amputações
Mantenha os pés secos com calçado adequado usar palmilhas de gel ou
ar e meias de poliéster ou blend (não de puro algodão)
Se a marcha estiver alterada evitar exercícios com o peso do próprio
corpo

Evitar impacto e mudanças bruscas de direção


Estimular exercícios no meio líquido ou bicicleta ergométrica

Colberg SR, et. al. Diabetes Care 2016; 39: 2065-79


Neuropatia autonômica
 Está diretamente associada a DCV
 Obter aprovação médica antes de iniciar o programa de
exercícios
 Aquecimento mais prolongado
 Evitar mudanças bruscas de planos e direções
 Hidratar mais
 Evitar exercícios após as refeições
 Evitar exercícios em locais pouco iluminados ou noturnos
 Para monitorar a intensidade do exercício usar RFC e ESE
ADA. Diabetes Care 2013; 36 (suppl 1): S11-S66
Mensagem final
 O efeito da resposta glicêmica do exercício é sensível aos demais
pilares do tratamento
 Para cada prescrição do treinamento para quem tem diabetes é
necessário conhecimento do passo a passo mostrado na aula de
hoje
 Para conseguir resultados manter a glicemia no alvo é
fundamental
 O sucesso do seu programa de exercícios está diretamente
relacionado com o objetivo do aluno
MUITO OBRIGADO!
Desejo sucesso à você
na prescrição do
treinamento para
pessoas com diabetes

@prof.robertodoro

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