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Em primeiro lugar precisa ficar bem esclarecido que nós não somos contra a
cultura, como muitos pensam. Assim como nos tempos primitivos, nossos irmãos são
livres para estudar. Na Congregação existem pessoas das mais variadas culturas, creio
que V.Sª sabe disso. A existência de pessoas cultas na Obra de Deus propiciaram uma
série de vantagens ao seu desenvolvimento: os evangelistas percorrem o mundo
anunciando a graça de Jesus Cristo; nosso hinário foi traduzido para inúmeros idiomas;
foram compostas inúmeras melodias para louvor a Deus; foram elaborados os versos de
nossos hinos, reconhecidamente belos. Através da cultura, podemos ainda prosseguir, a
Bíblia foi traduzida em todas as línguas e dialetos existentes no mundo contemporâneo.
Não, somos contra a cultura. As nossas administrações funcionam sem a menor
violação das leis que regem os países onde estão situadas as nossas congregações. Tudo
isso necessita de uma gama muito grande de conhecimento humano. Por outro lado, as
religiões, de uma maneira geral, confundem cultura secular com o dom do Espírito
Santo. O que ensinamos, com base nas Escrituras Sagradas, que não há necessidade de
termos cultura secular para recebermos o dom de Deus. A Bíblia nos mostra que Deus
se usou no trabalho espiritual de sua obra, tanto de pessoas cultas (Paulo, Lucas, Mateus
e outros), como de também de pessoas sem letras e indoutas (Pedro, João, Tiago, André
e muitos outros). Os magistrados dos tempos apostólicos vendo a ousadia de Pedro e
João, e "informados que eram homens sem letra e indoutos". Maravilharam-se
(At. 4.13). E é maravilhoso mesmo. Quando o "elemento sobrenatural da mensagem é
realçado", conforme bem frisou V.Sª numa de suas afirmações nesse capítulo, a gloria
de Deus é íntegra. Porém, a triste realidade das religiões é outra. No decorrer dos
tempos, várias heresias foram surgindo no seio do cristianismo. O dom de Deus, que até
então era operado eficazmente, foi aos poucos sendo abandonado e substituído pela
sabedoria humana, permanecendo até os dias de hoje. As literaturas religiosas que
tratam do assunto, procuram incutir nas mentes dos cristãos que o dom é aperfeiçoado
pela cultura humana, o que é totalmente contraditório à Palavra de Deus. Esse espirito já
tentou a Igreja de Corinto, mas Paulo repreendeu, impedindo que as palavras de
sabedoria humana ofuscassem a atuação do Espírito Santo na Igreja. Vejamos:
a) "Porque, vede irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios
segundo a carne, nem muito os poderosos, nem muito os nobres que são
chamados". ( I Co. 1.26).
b) "para que nenhuma carne se glorie perante Ele" ( I Co. 1.29).
c) "A minha palavra, e a minha pregação, não constitui em palavras
persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e poder"
( I Co. 2.4). Paulo, embora sábio, não pregava pela sabedoria humana.
d) "Para que a vossa fé se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no
poder de Deus" ( I Co. 2.5). Embora no livro ora analisado firme que o crente
necessita de buscar maior conhecimento através de leitura, estudo e outras formas de
aprendizagem, a Bíblia exorta uma fé apoiada no poder de deus e não em sabedoria de
homens. Quem está com a razão? Devemos ainda ressaltar que em todas as
denominações existem os "estudiosos". Por que se diferem tanto uma das outras? A
resposta é única: falta de buscar aquilo que nós, da Congregação, já fazemos
apregoando há muito tempo: "Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do
alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de
variação". (Tiago 1:17). Mudam os homens, mudam os pensamentos, mudam as
filosofias, mudam as leis, enfim, toda teoria humana está sujeita à mudança, mas o que
vem de Deus não há "nem sombra da variação".
e) "Mas, como está escrito: as coisas que o olho não viu, e o ouvido não
ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os
que o amam" ( I Co. 1.9). Embora as denominações heréticas afirmem que a cultura
aperfeiçoa os dons, a Bíblia não deixa margem a essa interpretação.
f) "Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra
todas as coisas, ainda as profundezas de Deus" ( I Co. 2.10). Está claro que as
dádivas de Deus são reveladas e não conquistadas pelo nosso intelecto. Aliás, como o
estudo humano pode aperfeiçoar uma dádiva por Deus?
g) "Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que
provém de Deus, para que pudéssemos conhecer que nos é dado gratuitamente
por Deus" ( I Co. 2.12). Está claro que o dom de Deus nos é dispensado gratuitamente.
Não precisamos correr através de escolas, seminários para que seja conquistada ou
aperfeiçoada essa dádiva. Tratando-se de assuntos espirituais, qualquer irmão, mesmo
sem condições financeiras para ampliar sua cultura nas escolas, ou mesmo sem uma
biblioteca em sua casa, está em pé de igualdade entre os cristãos, podendo Deus se
utilizar do mesmo sem nenhuma restrição. As pregações desses humildes irmãos,
revestidas do poder do alto, tem a mesma eficácia, as vezes maior, do que o mais culto
homem! Afinal "aquele que se gloria, glorie-se no Senhor" ( I Co. 1.31).
h) "As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana,
mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com
as coisas espirituais" ( I Co. 2.13). Aqui está claro que, nas coisas espirituais, o único
professor é o Espírito Santo. Devemos comparar as coisas espirituais com as espirituais
e não com coisas humanas (outros livros, cursos, leituras estranhas à Bíblia etc).
i) "O qual nos fez também capazes de ser ministros dum novo
testamento, não da letra, mas do Espírito, porque a letra mata, mas o espírito
vivifica"( II Co. 3.6). Se V.Sª acha que a letra aperfeiçoa o espírito, está enganado. Por
tudo que vimos, caso ainda persista alguma dúvida, está havendo carência espiritual.
Realmente o ministério do Espírito é superior ao da letra.
j) "mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é
discernido" ( I Co. 2.15). Realmente são poucos que reconhecem o verdadeiro
fundamento da Obra de Deus.
Porém, o homem verdadeiro espiritual, reconhece todas as coisas, pelo próprio
Espírito que nele habita. Ainda sobre cultura, o autor cita algumas passagens, tais como
Pv. 9.9; Mt. 13.52; 2 Tm. 2.15. Em todas essas citações, sem nenhuma sombra de
dúvida, trata-se de conhecimento espiritual, acerca da Palavra de Deus e da Salvação de
nossas almas. Essa sim devemos buscar. Esse conhecimento não vem da sabedoria
humana, mas do próprio Deus, conforme esclarecimento contido nas Escrituras: "E, se
algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada" ( Tiago 1:6).
Prosseguindo, não encontramos motivos para a citação de 2 Tm. 4.13. Afinal,
que ligação tem o assunto ora abordado, com o pedido de Paulo a Timóteo? Qualquer
um de nós, caso esquecêssemos livros e capa em algum lugar, pediríamos a gentileza
para que alguém nos trouxesse? Ou será que o autor pensa que nas residências de nossos
irmãos não existem livros? Dá-nos o prazer de uma visita e comprove seu grande
equívoco. Embora Paulo possuísse outros livros, em momento algum ele indicou esses
obras como "complemento" das Escrituras Sagradas.
Ainda não conseguimos entender o fato do Sr. Raimundo, pessoas que
certamente crê na atuação do Espírito Santo, acham que temos uma interpretação
equivocada da passagem de Mt. 10.19-20, ao afirmarmos que o "Espírito Santo
coloca as palavras em nossa boca no momento certo", sob alegação de que tal
fato ocorre somente quando estivermos em provações diante dos tribunais e à presença
de governadores e reis por causa do nome de Cristo.
Realmente nessa condição o Espírito nos ajudará, mas não significa que seja a
causa única. Todas as pregações registradas na Bíblia Sagrada, em quaisquer
circunstâncias, foram feitas sob inspiração do Espírito Santo, não havendo nenhum
indício de que os servos, temendo qualquer equívoco, procurassem de antemão algum
tipo de sabedoria humana, fizesse alguma anotação particular, um rascunho e assim por
diante. Dentre muitas pregações destacamos: At. 2.14-36; At. 3.12-26; At. 4.8-13; At.
7.2-56; At. 8.26-40; At. 10.34-48; At. 13.16-51; At. 17.22-34; At. 20.17-38 etc.
Observamos que em qualquer situação os servos estiveram unicamente sob inspiração
do Espírito Santo, mesmo distante dos "tribunais". Poderá alguém dizer que no início da
Igreja as pregações eram dessa forma, mas hoje as coisas mudaram, uma vez que o
mundo mudou. Para quem pensa assim recomendamos a leitura de Gálatas 1.8-12.
Mudam os homens, o Senhor permanece.
Muitos ainda alegam que estudam literaturas bíblicas para pregar. Quanto a esse
tipo de estudo, a pessoa apenas absorve a interpretação particular daquele que a
escreveu. A Bíblia, porém, nos alerta que "nenhuma profecia da Escritura é de
particular interpretação" ( II Pe. 1.20). Por quê? A Bíblia responde: "porque a
profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas homens
santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" ( II Pe. 1.21). Sempre é
bom ressaltar que existem literaturas bíblicas das mais variadas formas, mesmo entre
evangélicos. Uns procuram ensinar "pela Bíblia" que os dons cessaram na época
apostólica; que pode batizar recém-nascido; que se pode usar de qualquer tipo de
vaidade, etc.
Outros, utilizando-se da mesma Bíblia, nega tudo isso. Pela literatura outros
ainda negam a Deus, seja Triúno, negam a divindade de Cristo e a Sua vinda etc.
Podemos concluir, sem sombra de dúvida, que a literatura muito contribui para a
expressão das heresias, cada qual defendendo o seu ponto de vista. Uma pessoa sem
nenhum embasamento da Palavra de Deus, normalmente é enganada com facilidade.
Podemos então concluir o seguinte: quando alguém lê um "estudo bíblico", não está
examinando as Escrituras Sagradas, mas apenas observando a interpretação daquele que
o escreveu. Muitas pessoas passam a vida inteira lendo os estudos bíblicos, muitas vezes
contraditórios entre si, perdendo o tempo precioso de desfrutar da Palavra de Deus, o
verdadeiro alimento para nossas almas e luz para os nossos caminhos. Por que beber
água pelas mãos dos outros, quando temos diante de nós a Fonte? A única que
realmente sacia e leva a vida eterna. Diante de toda essa confusão, nós da CCB, embora
criticados, optamos por dispensar as literaturas, acatando e propagando unicamente a
Palavra de Deus como única fonte de fé e consulta em assuntos espirituais. É mais
confiável. Quando nos falta algum entendimento, buscamos diretamente de Deus,
conforme orientação contida em Tiago 1.6. É oportuna ressaltar, ainda, que muitos que
se dizem "estudiosos" da Bíblia, nada mais fazem do que lançar o seu próprio
entendimento sobre ela, procurando dissecá-la. Nós procuramos agir de forma diferente.
Debaixo do Espírito da Graça, a Palavra de Deus se torna viva e, reverentes, a
examinarmos para dela receber a luz, nos revelando a vontade de Deus para nossas
vidas, como fonte inesgotável, que jamais pode dissecar. Por isso, ela nos é sempre
nova. Não existe lição passada, como também não existem professores e alunos, mas
apenas aprendizes de um único Mestre, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Finalizando, é bom lembrar que somente a Palavra de Deus pregada pelo
Espírito Santo penetra nos corações. Se alguém prega pela sua inteligência, reparte a
glória de Deus para consigo mesmo. Isso é um mal no cristianismo, conforme já vimos
anteriormente. Fujamos disso se quisermos servir ao Senhor de toda nossa alma e de
todo nosso coração. Os frutos que colocamos com esse trabalho comprovam isso.
Diz o Sr. Raimundo que "só quando à luz da soberania de Deus é que podemos
compreender o grande significado do dízimo no contexto da adoração cristã". Por si só
essa afirmação busca transmitir, através de palavras bem colocadas, algo que não se
pode provar biblicamente dentro da atual dispensação. Se existisse o mandamento do
dízimo à Igreja de Cristo, certamente esse texto seria mencionado. Diz ainda o Sr.
Raimundo que o ensino da Congregação, a respeito da não atualidade do dízimo, é
improcedente e sem apoio das Escrituras, apresentando duas razões:
1) o dízimo não pertence à Lei porque Abraão e seus descendentes dizimaram
muito antes de Deus se manifestar a Moisés no Sinai;
2) Deus requer o dízimo na atual dispensação. Refutamos tais posições com os
seguintes embasamentos bíblicos:
O DÍZIMO E A LEI - o dízimo aparece pela primeira vez na Bíblia com
Abraão (Gn. 14.18-20), prática seguida pela sua descendência (Gn. 28.20-22). Nessa
época o dízimo era feito de forma espontânea, isto porque não estava em Lei alguma. O
fato de Abraão e os demais dizimarem antes do estabelecimento da lei não significa que
devemos, na condição de cristão, imitá-los. Afirmar que o dízimo é cristão porque
Abraão dizimou antes da lei, é o mesmo que considerar como cristã as seguintes
práticas: a bigamia (Abraão tinha duas mulheres - Sara e Agar), a circuncisão, e o
oferecimento de holocausto (Gn. 22.13), além de outras práticas. Se estas foram
abolidas, por que haveria de permanecer o dízimo?
Somente com Moisés é que o dízimo passou a vigorar como uma Lei aos filhos
de Israel (Lv. 27.30-32). Coube aos levitas, uma das tribos de Israel, o recebimento e a
administração do dízimo, uma vez que essa tribo não recebeu possessões como as
demais. Essa tribo, como sabemos, foi escolhida para cuidar do serviço sagrado.
Ainda nos tempos do Antigo Testamento, enquanto vigorava a Lei Mosaica,
naturalmente, alguns profetas se ocuparam em revigorar a prática do dízimo, entre eles
se destacou Malaquias (Ml. 3.8-10). Se fôssemos tomar essa passagem como doutrina
para nós, cristãos, então precisamos guardar "toda lei de Moisés... que são estatutos
e Juízos" ( Ml. 4.4). Afinal,. Não foi o mesmo profeta que deu essa orientação?
O DÍZIMO E A GRAÇA - É bastante evidente nas Escrituras Sagradas que o
dízimo não foi instituído à Igreja de Cristo.
Lendo o Novo Testamento não encontramos essa doutrina. O apóstolo Paulo,
doutrinador dos gentios, nunca mencionou o dízimo como forma de contribuição cristã.
Vejamos como se deve cooperar na obra de Deus: "Cada um contribua segundo
propôs em seu coração; não com tristeza, ou por necessidade, porque Deus
ama o que dá com alegria” ( II Co. 9.7). Portanto, em Cristo, conforme o mesmo
apóstolo afirmou, "tudo se fez novo, as coisas velhas passaram" ( II Co. 5.17).
Curioso que o Sr. Raimundo, mesmo afirmando categoricamente que o dízimo é
uma prática cristã, somente utilizou-se de passagens do Velho Testamento, as quais
reproduzimos: Gn. 14.18-20; Gn. 28.20-22; Sl. 103.1-2; Ml. 3.3-8 e Ml. 3.10 (4
vezes). A única citação do Novo Testamento foi Rm. 14.8-9: "Porque, se vivemos,
para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois,
vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamos para esse fim que
Cristo morreu e ressuscitou, para ser Senhor, tanto de mortos como de vivos".
Desculpe-nos, Sr. Raimundo, essa citação foi escolhida por não ser possível uma outra
específica sobre a ordenança do dízimo. A falta de prova no Novo Testamento sobre a
prática do dizimista, levou o Sr. Raimundo a abandonar os escritos apostólicos e firmar
sua tese num tal "REVERENDO STANLEY JONES", esquecendo-se, novamente, que
ele próprio definiu heresia como sendo a divulgação de idéia própria ou de outrem, em
matéria de religião.
Podemos ir além: alguns defensores do dízimo gostam de citar Mt. 23.23 e Hb.
7.1-10 para provar atualidade do dízimo. Não sabemos porque o Sr. Raimundo omitiu.
Entretanto, para que não paire nenhuma dúvida sobre o assunto, teceremos alguns
comentários sobre os citados versos: MATEUS 23.23 - quando Jesus proferiu as
palavras registradas nesse verso, não estava doutrinando a Igreja, mas os fariseus que
ainda viviam sob a lei mosaica, os quais pensavam que a prática do dízimo dispensaria a
misericórdia e a fé. Em Mat. 23.3 (portanto no contexto), Jesus ordena que as pessoas
observem tudo o que os escribas e fariseus ensinavam. Naturalmente eles ensinavam a
Lei Mosaica, evidenciando-se que a doutrina cristã ainda não estava estabelecida. Sim,
de fato a igreja de Cristo ainda não estava edificada nessa oportunidade. Vejamos: "... e
sobre esta pedra edificarei a minha igreja" (Mt. 16.18). Isto sugere um futuro. A
igreja somente foi estabelecida após a morte do testador: "...porque onde há
testamento, necessário é que intervenha a morte do testador. Porque um
testamento tem força onde houve morte, ou terá ele algum valor enquanto o
testador vive?" (Hb. 9.15-17). Podemos ainda conferir Jo 12.24: "Na verdade, na
verdade vos digo se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só
mas se morrer dá muito fruto". Jesus, nessa passagem, falava de si próprio. Primeiro
Ele precisava morrer para que a igreja fosse levantada. Cremos que ficou claro que o
Novo Testamento ainda não estava estabelecido quando da passagem de Mt 23.23, uma
vez que o véu do templo ainda permanecia sem se rasgar.
HEBREUS 7.1-10 - Todos os defensores do dízimo, quando se utilizam desses
versos, se limitam até o 10º, desprezando os seguintes que são conclusivos. Em Hb. 7.1-
10, o autor da epístola faz uma volta ao passado, mostrando aspectos do sacerdócio
judaico, do dízimo e da lei, de uma maneira geral. Nesse contexto o autor afirma que o
dízimo estava sob os ombros do sacerdócio levítico, sacerdócio esse constituído por
homens fracos. No entanto, do versículo 11 ao 28, o autor mostra que houve mudança
do sacerdócio e da lei, com a obra redentora de Jesus. Dessa forma, o Antigo
Testamento (com todas as suas ordenanças, inclusive o dízimo) foi ab-rogado por suas
fraquezas inutilidade. Cristo, porém, como Sacerdote perfeito, é eterno.
Com tudo isso que vimos, podemos concluir: ora, se o sacerdócio levítico, que
receberia o dízimo, era constituído em fraqueza e teve um fim, que diremos então se nos
dias atuais, que deveríamos estar sob a direção do Espírito Santo, restabelecermos as
práticas do sacerdócio levítico?
Ainda sobre o dízimo poderíamos fazer as seguintes considerações:
a) Não nos justifica. Na parábola do fariseu e do publicano, o dizimista foi
condenado (Lc. 18.10-14);
b) A verdadeira igreja de Cristo deve permanecer na doutrina apostólica (At.
2.42; Ef. 2.20-22; Gl. 2.9; Ap. 21.14). Nos ensinamentos apostólicos não se fez
menção do dízimo;
c) Somente os levitas tinham ordem de receber os dízimos do povo (Hb. 7.5).
Não consta em parte alguma do Novo Testamento, que essa responsabilidade seria
transferida aos pastores ou quem quer que seja. Não seria agradável aos olhos do Senhor
meter a mão naquilo que não nos pertence;
d) Muitos pregadores, ao invés de pregarem o evangelho de Cristo, estão
obcecados pelo dinheiro. Se os apóstolos usassem desse interesse ao trabalharem na
obra de Deus, estariam ricos. Porém veja o que Pedro e João disseram em At. 3.17.
e) A vontade de Deus nunca foi que seus ministros ficassem preocupados com o
material, principalmente o dinheiro, uma arma perigosa que satanás tem usado para
escandalizar o evangelho de Cristo;
f) A igreja de Cristo não foi e nunca será uma instituição financeira onde o fim
seja o dinheiro;
h) A igreja de Cristo não é um clube, onde as pessoas são obrigadas a pagar
determinadas taxas para serem sócias, mas deverá ser uma família onde as pessoas
contribuem voluntariamente, mas que também recebe ajuda quando necessitada. Isso é o
verdadeiro amor ensinado por Jesus Cristo;
i) Se o dízimo fosse atual, com o aparecimento do trabalho assalariado,
estaríamos diante de uma grande injustiça: de um lado o assalariado que mal consegue
se alimentar. Para essas pessoas o pagamento do dízimo é um verdadeiro sacrifício. Do
outro lado, teríamos o rico que pagaria seus 10 por cento com a maior facilidade. Nas
igrejas, onde se esperaria uma mensagem de conforto, esses pobres injustiçados
acabariam sendo taxados de ladrões, com base em Ml. 3.8-10. Será esse um
procedimento cristão?
k) Se o dízimo deveria permanecer na dispensação da graça, porque o Espírito
Santo não revelou tal doutrina na Assembléia de Jerusalém? (At. 15);
m) Somente quando os legalistas deixarem de exigir, ordenar, legislar e impor,
deixando que o Espírito Santo dirija o seu povo, aí então se manifestará o verdadeiro
cristão. Fora disso estaremos diante de uma HERESIA propriamente dita.
n) Nossa salvação é pela fé em Jesus Cristo, não pelas obras, muito menos pelo
dinheiro.
o) Diante da atual estrutura capitalista que vivemos o dizimista que procurar
respaldo bíblico para essa doutrina, embaraça-se em muitos pontos. Vejamos: deve-se
dizimar do salário bruto ou líquido? Deve-se dizimar de aplicações financeiras ou não?
Deve-se dizimar nos lucros obtidos em negócios ou não. Caso positivo analise o
seguinte: e se alguém foi logrado nesse negócio, a oferta é pura? Creio que, por falta de
amparo bíblico, muitas respostas se divergem entre os dizimistas. "Deus não é de
confusão".
8o) BATISMO
V.Sª afirma que nós da CCB apregoamos que os membros de outras
denominações evangélicas "não são batizados em nome de Jesus". De fato, isso é
uma realidade. Erra V.Sª, no entanto, ao afirmar que apregoamos diferença entre "eu te
batizo", com "te batizo". Claro que as expressões são idênticas. O que realmente ocorre,
é que não usamos, para abertura do serviço, nem frase "eu te batizo", nem "te batizo".
As palavras que realmente utilizamos na abertura do serviço são "EM NOME DE
JESUS CRISTO", pois tudo deve ser feito nesse nome. Afinal, Ele é a porta de
abertura de qualquer serviço! De forma completa, por ocasião do batismo, são ditas as
seguintes palavras: "irmão (ou irmã), EM NOME DE JESUS CRISTO te batizo, em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Em outras palavras: "irmão, pela ordem
recebida de Jesus Cristo, te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo.” Observe que colocamos Jesus como a porta de abertura do serviço, procurando
não antecipar o "eu" ou "te", já que o homem, embora usado para esse serviço, é apenas
um instrumento.
Dessa forma, nós da CCB, em total harmonia com a Bíblia, colocamos Jesus
Cristo em primeiro lugar em todos nossos trabalhos espirituais. É nesse nome que
abrimos nossos cultos, inclusive encontra-se estampado em nossos púlpitos. Creio que
até aí, em nada discordamos. Sobre batismo, especificamente, gostaria de continuar com
as minhas explicações: A expressão contida em Mateus 28:19 (a qual sempre deve ser
empregada) refere-se à pessoa emergida. Por outro lado, a evocação "EM NOME DE
JESUS CRISTO" refere-se à ordem que o servo de Deus recebeu de Jesus para a
realização do batismo. Essa colocação harmoniza-se integralmente com as Escrituras
Sagradas, onde está claramente evidenciada que ninguém pode fazer nada (incluindo o
batismo, é obvio), se não for em "em nome de Jesus" (Colossenses 3:17). Jesus é a
porta, o caminho e o Intercessor.
Assim sendo, volto a frisar, por ocasião do batismo, em total harmonia com a
Palavra de Deus, corretamente na CCB são pronunciadas as seguintes palavras: "irmão
(ou Irmã), EM NOME DE JESUS CRISTO te batizo, EM NOME DO PAI,
DO FILHO E DO ESPIRITO SANTO". Em outras palavras: “irmão (ou irmã),
pela ordem recebida de Jesus Cristo, te batizo EM NOME DO PAI, DO
FILHO E DO ESPIRITO SANTO”. Pergunta-se onde está o erro? Afinal,
pronunciando-se tais palavras fica evidenciado que a ordem de batizar o crente não
partiu de determinada pessoa, ou de determinada denominação, mas de Jesus. Para cada
pessoa batizada, pronunciam-se essas palavras, uma vez cada alma considera-se um
serviço a Deus. Com esse esclarecimento, fica esclarecido Alguns têm se enveredado
pelo caminho da inverdade, afirmando que propagamos que Pedro "teria recebido uma
nova revelação" no dia de Pentecostes (At 2.38), ou que "deixamos de usar a fórmula
batismal ensinada por Jesus" (Mt. 28.19), quando que, na realidade aplicamos os
ensinos cristãos de forma completa e não parcial. Se, fosse desnecessária a evocação
"EM NOME DO SENHOR JESUS" por ocasião do batismo, certamente os apóstolos
deixariam de fazê-lo, porém confira: At. 2:38; At. 10:48; At. 19:5, etc.
Ainda sobre batismo, cremos que realmente deve ser realizada uma única vez,
conforme recomenda a Bíblia, desde que ministrado de forma correta, por um
verdadeiro ministro cristão, e, acima de tudo, há necessidade de que o convertido tenha
seu coração compungido pelo Espírito Santo (At. 2:37-38). Se falhar uma dessas
observâncias, trata-se de um mero mergulho nas águas, com pouco ou nenhum
significado cristão. As palavras ditas na ocasião do batismo precisam ser corretas, como
já vimos. Tratando-se de uma decisão pessoal, cada um deve sentir o momento exato de
ser batizado. Não é bíblico o ensino de que uma outra pessoa determine esse momento,
aplicando questionário avaliativo. Coisas espirituais não se avaliam à semelhança de
coisas materiais. Cabe aos servos apenas ministrar os ensinamentos cristãos e aguardar
o momento da operação de Deus no coração do convertido.
Assim eram realizados os batismos na era apostólica, assim se deve fazer até
hoje. Lembramo-nos, ainda, de que a nenhum homem foi dado o dom da onipotência ou
da onisciência, para saber o que se passa no íntimo de cada um. Se num determinado
batismo houver violação de qualquer um desses princípios bíblicos, volto a repetir, o
mesmo se torna inócuo, daí a necessidade de se corrigir, pois Deus não recebe algo em
parte.
Vamos analisar, especificamente, Atos 19:1017: Como já foi dito, a atuação do
Espírito Santo precisa ser nítida por ocasião do batismo. Na citada passagem, os doze
varões de Éfeso, embora batizados no batismo de João Batista, até aquele momento nem
sequer tinham ouvido falar da existência de do Espírito Santo. Àquela altura isso era um
contra-senso, pois era justamente o Espírito Santo quem deveria impulsioná-los ao
batismo cristão! Paulo esclareceu-lhes que o batismo de arrependimento ministrado por
João, objetivava a crença naquele que haveria de vir, isto é, em Jesus Cristo. Isso nos
leva a entender que, uma vez vindo Jesus, completando sua obra redentora e
derramando o Espírito Santo, todo trabalho realizado, doravante, passaria a ser em "EM
NOME DO SENHOR JESUS CRISTO", com plena atuação do Espírito Santo, o
verdadeiro representante do Senhor no tempo da graça (o qual vivemos). Ouvindo esse
esclarecimento, os varões "foram batizados em nome do Senhor Jesus" (At. 19:5),
enquadrando-se no ensinamento cristão pleno. Com a imposição das mãos, Deus
concedeu-lhe, também os dons espirituais, ou seja, dom de línguas estranhas e profecia.
Selou-se o ato (batismo) com esse derramamento! Com esse ato evidenciou-se o
seguinte: batismo sem o movimento do Espírito Santo, não tem sentido no tempo da
Graça, pois nesse caso a pessoa entrou na água sem o necessário arrependimento de
seus pecados. Lembremos-nos que somente o Espírito Santo que nos convence disso.
Para finalizar: Não exigimos o rebatismo de ninguém, porém o aplicamos se o
Espírito Santo assim fizer saber à pessoa, conforme os motivos já expostos. Se a pessoa
não for tocada por Deus nesse sentido, orientamo-la a ficar como está.
12o) SAUDAÇÃO
Inicia-se a crítica simulando uma saudação entre um crente de uma determinada
igreja, com outro da CCB: "-A paz do Senhor, irmão!" tendo como resposta o
"amém". Esqueceu-se V.Sª que também respondemos "amém" aos irmãos da CCB
que nos saúdam com a "A Paz de Deus" . Se estivermos respondendo da mesma forma,
não vejo razão de nos criticar. Sentimo-nos honrados quando irmãos de outras igrejas
nos saúdam com a Paz.
Não é ensino da CCB de que a saudação "A Paz do Senhor", ou outra forma
esteja incorreta. Quem critica a saudação de membros de outras igrejas, está agindo em
desacordo com nossos ensinamentos. Se respondermos um "Bom dia", por que não
haveríamos de responder uma "Paz"?
Ainda sobre saudação, por força da própria Bíblia, discordo da crítica de V.Sª no
sentido de que não deveríamos responder "amém" nas saudações. A citação de V.Sª
(Lucas 10.5-6), quando bem interpretada, mais favorece a nossa posição do que a sua.
Analisemos o texto: "Ao entrardes numa casa, dizei antes de tudo: Paz seja
nesta casa! Se houver ali um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se
não houver, ela voltará sobre vós". Ora, considerando-se que a palavra "Amém"
significa "assim seja", o crente que assim responder quando alguém lhe deseja a Paz,
nada mais está fazendo do que aceitar o repouso dessa paz sobre si próprio. A devolução
da Paz somente ocorre, quando não há alguém que o receba. É o que diz o texto quando
corretamente interpretado.
CONCLUSÃO
V. Sª encerra o trabalho afirmando que não está declarando guerra à CCB, mas
que estaria nos ajudando a enxergar além das lentes da igreja. Boa conclusão, desde que
haja reciprocidade desse ideal. Gostaria de saber qual seria a postura de V.Sª, após esses
esclarecimentos, mesmo porque a CCB foi a igreja pioneira no Brasil no que se diz
respeito à divulgação do batismo do Espírito Santo, do qual compartilhamos (acredito
que V.Sª seja da A. D.).
Creio que merecemos um pouco mais de respeito e admiração. A divulgação na
internet do trabalho ora analisado, não traz nenhum engrandecimento à causa evangélica
em nossa terra, muito pelo contrário.
A esta altura, manifesto meu desejo de recebê-lo em minha casa para um diálogo
franco como dois homens de Deus que procuram a melhor forma de servi-Lo. Creio que
o irmão não repudiará esse convite que faço com muito amor e dedicação, embora
outros que também escreveram contra nós (os mesmos que constam em sua
bibliografia), nem sequer se manifestaram a um convite similar.