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FA 1 Port 6 Ano Outubro
FA 1 Port 6 Ano Outubro
º ano
outubro de 2018
Para responderes aos quatro itens que se seguem, vais ouvir e ver a notícia «Cegonhas “invadem
1
A25”» (http://www.rtp.pt/noticias/pais/cegonhas-invadem-a-a25_v530365 ).
Assinala com X, nos itens de 1. a 4., a opção que completa cada frase de acordo com o sentido
do texto.
Texto A
Biólogos colocaram equipamentos de GPS nas aves para lhes estudar os hábitos
A equipa liderada pela bióloga Aldina Franco, da universidade britânica de East Anglia, colocou
pequenos equipamentos de GPS em 48 cegonhas‑brancas em várias regiões do Alentejo e do
Algarve e seguiu‑as durante vários meses (de fevereiro a outubro).
A cegonha‑branca chegou a estar em declínio1 em Portugal nos anos 70 e 80, mas isso já lá
5 vai. Desde então, a sua população aumentou 10 vezes, de 1187 aves, em 1995, para 14 mil, que
além disso se tornaram residentes – deixaram de passar o inverno em África. As alterações
climáticas estarão a dar uma ajuda, mas o essencial é que a cegonha‑branca encontrou uma
estratégia infalível2 para prosperar: vai às lixeiras e aos aterros buscar alimento.
Havia observações esporádicas que apontavam neste sentido, mas este estudo publicado por
10 investigadores portugueses e britânicos na revista Movement Ecology veio confirmar, depois de
dois anos de avaliações sistemáticas, que é isso que está a acontecer. As observações da equipa,
que incluiu igualmente investigadores da Universidade de Lisboa, permitiram verificar que as
cegonhas chegam a fazer viagens de ida e volta, entre o ninho e o aterro da região onde estão
instaladas, da ordem dos cem quilómetros, para ali buscarem alimento durante os meses de
15 inverno.
Mas se esta é uma história de sucesso na conservação, já nova incerteza se levanta no
horizonte: as novas diretivas3 europeias vão impor o fim dos aterros a céu aberto. «As cegonhas
vão ter de procurar uma alternativa para se alimentarem no inverno, o que pode vir a ter um
impacto importante», antecipa a bióloga. Os estudos, depois, dirão.
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1. Assinala com X, nos itens de 1.1 a 1.3, a opção que completa cada frase de acordo com o
sentido do texto.
1.1 Este texto foi escrito com a intenção de
a. transmitir instruções.
b. alertar para uma situação.
c. dar informações.
d. vender um produto.
1.3 Nas linhas 7 e 8, usa‑se a expressão «encontrou uma estratégia infalível», porque as
cegonhas
3. Repara na frase: «As cegonhas vão ter de procurar uma alternativa para se alimentarem no
inverno» (linhas 18‑19).
Justifica esta afirmação, de acordo com as informações do texto.
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Texto B
Naquela manhã, Tia Juvelina, a velha cegonha, levou os pássaros a passear pelos céus.
– Isto são nuvens – disse‑lhes, apontando com a asa direita para os enormes flocos brancos
que se estendiam através do espaço, a perder de vista, e que o vento arrastava sem esforço de
um lado para o outro.
5 Uma perdigota, que viajava às suas costas, quis saber se as nuvens podiam ser comidas.
Perdigoto, para quem não saiba, é o nome que se dá aos filhotes das perdizes. Perdizes, suponho
que isso toda a gente sabe, são aves semelhantes aos pombos, mas com uma plumagem1 mais
colorida e que andam sempre de óculos escuros. Aquela perdigota, que como todos os
perdigotos da sua idade, ainda não tinha a cobri‑la o belo casaco de penas dos pais (mas já usava 4
10 óculos escuros), chamava‑se Ana e era muito irrequieta e curiosa.
– Eu cá estou esfomeada – disse Ana lambendo o bico. – Já comia qualquer coisa.
Tia Juvelina sobressaltou‑se:
– Deus não fez as nuvens como iguaria2. Mas amargas não devem ser.
– E comem‑se frias? – tornou Ana. – Parecem saborosas.
15 – Pois sim, acho melhor que as comas frias – confirmou a cegonha. – Se as levares ao lume
desmancham‑se.
– Sabem a água – disse a perdigota, depois de bicar uma nuvem. Bicou‑a de novo com
sofreguidão3. – Sabem mais a água do que a própria água. São boas.
Tia Juvelina explicou aos pássaros que as nuvens eram como grandes lagos flutuantes.
20 Corriam pelos céus, engordavam, escureciam com o peso da água, e finalmente desfaziam‑se em
grossas bátegas de chuva4. Voltavam a ser lagos e rios lá em baixo, na terra.
– Há nuvens tão grandes – acrescentou a velha cegonha – que dentro delas nadam cardumes
de peixes.
Ana duvidou. Duvidar era uma coisa que ela fazia muito bem:
25 – É verdade, tia?
Tia Juvelina viajara pelo mundo inteiro. Vira muitos prodígios5:
– Sim, querida. Por vezes chovem peixes.
Lembrava‑se de uma aldeia onde tinham chovido carapaus. Os camponeses saíram para a rua
com grandes panelas e, nessa noite, fizeram uma festa. Numa outra aldeia, contou a Tia Juvelina,
30 choveram piranhas. Eram tão ferozes, e estavam tão esfomeadas, que se iam devorando umas
às outras ainda enquanto caíam. Em terra começaram a perseguir as pessoas e os animais
domésticos, aos saltos, e foi necessário matá‑las à vassourada e à paulada. Algumas delas,
contudo, caíram numa lagoa próxima, na qual durante muitos anos ninguém se atreveu a tomar
banho.
José Eduardo AGUALUSA (2012). A rainha dos estapafúrdios. Lisboa: Dom Quixote
NOTAS:
1 plumagem – conjunto de penas de uma ave.
2 iguaria – petisco.
3 sofreguidão – avidez, fome.
4 bátegas de chuva – chuvadas, chuvas fortes.
5 prodígios – maravilhas, milagres.
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4. As frases abaixo referem‑se à Tia Juvelina.
Numera as frases de 1. a 6., de acordo com a sequência do texto. A primeira frase já se encontra
numerada.
5. Caracteriza Ana.
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6. Expõe, por palavras tuas, a informação que a Tia Juvelina deu aos pássaros sobre o caminho
percorrido pela água das nuvens.
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7. Refere um dos prodígios vistos pela tia Juvelina numa das suas viagens.
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8. «Tia Juvelina viajara pelo mundo inteiro. Vira muitos prodígios:» (linha 26) Dois alunos
escreveram a sua opinião sobre esta experiência da Tia Juvelina.
8.1. Escolhe a opinião com a qual estás mais de acordo e justifica a tua resposta com base
na informação do texto.
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4. Lê o seguinte excerto do texto B.
«Aquela perdigota, que como todos os perdigotos da sua idade ainda não tinha a
cobri‑la o belo casaco de penas dos pais (mas já usava óculos escuros), chamava‑se
Ana e era muito irrequieta e curiosa.»
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5. Reescreve o texto seguinte, pontuando-o corretamente.
A velha cegonha disse há nuvens tão grandes dentro delas nadam cardumes de peixes isso
é verdade perguntou Ana
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Grupo IV – Escrita
A cegonha que ficaste a conhecer no texto B do grupo II era uma cegonha experiente e viajada.
Imagina uma das viagens desta cegonha.
Escreve um texto narrativo em que contes como decorreu essa viagem.
O teu texto, com um mínimo de 140 e um máximo de 200 palavras, deve incluir:
– uma situação inicial, o seu desenvolvimento e um desfecho;
– um momento de descrição de paisagem;
– um título adequado.
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Bom trabalho!