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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

Instituto de Ciências Humanas


Curso de Psicologia
Disciplina: Intervenções Clinicas Breves – Atendimento Clinico na Abordagem
Fenomenológica-Existencial
Professor: Lia Spadini da Silva
Aluno: Aline dos Santos Medeiros – RA: T910765

CRITELLI, Dulce. História pessoal e sentido da vida: Historiobiografia. Cap II e III.


(p. 31-55) São Paulo: Editora Educ.2016

Cap. II - Um fio de sentido

"Sem um contexto de sentido em que os fatos da vidas e reúnam


significativamente, o ser humano perde a noção da realidade. Juntamente com ela,
perde a noção de si mesmo e da humanidade." (p. 31)

"Os eventos da vida precisam ser arranjados em história para lidarmos com
eles."(p.32)
"As histórias arrumam os fatos e os transformam em coisas compreensíveis. em
acontecimentos. Assim, a realidade se torna admissível."(p.33)

"Quando a realidade se mostra caótica, nossa tendência é a de recusá-la.


Sobretudo porque ficamos sem um chão para nos apoiar. Quando retoma sua
razoabilidade, podemos nos reaproximar da realidade outra vez e interagir com ela."(p.
33)

"Embora únicos, a singularidade de cada homem não vem pronto, não está
completa. Nosso singularidade vai sendo modelada ao longo de nossa existência só se
conclui através da nossa morte, quando já não ter mais nenhuma possibilidade de agir
e de falar."(p.34)

"Sermos indivíduos únicos, portanto, é apenas ponto de partida. O "eu" não é


nenhuma entidade objetiva e objética, encarcerada em uma personalidade inata, mas
resultado das ações de um indivíduo, espalhadas no todo da sua existência, compondo
uma história surpreendente." (p. 35)
"Nossos atos e palavras não são autos significantes (...) porque o sentido e o
significado de nossos atos e palavras só se completam pelos efeitos e consequências
que provocam." (p. 36)

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" Se não pudermos, através das palavras, nos afirmarmos como autores dos
nossos atos, o risco é de nos perdermos de nós mesmos, absorvidos pelo testemunho
dos outros."(p.37)

"Ser narrador de si mesmo é um árduo aprendizado. Porque age e fala sobre o


que faz, o agente dos atos se ilude quanto a poder narrar-se. Ser agente dos próprios
atos e falar deles é apenas o primeiro nível em que transcorre nosso existir. O segundo
nível é poder ser expectador de si mesmo, de seu agir. O terceiro é narrar-se. O quarto
é aquele para onde a narração nos conduz: podermos julgar a nós mesmos..." (p. 38)
"É a construção de uma narrativa autobiográfica que nos prepara para o
julgamento. Somente quando podemos julgar a nós mesmos e, então, escolher e dirigir
nossas ações, é que ganhamos a condição de autoria de nossa existência." (p. 39)

Cap. III - Guias de viver (relatos, historietas e histórias)

"Enquanto falamos, organizamos os fatos em uma cadeia de relações


significativas. Essas cadeias de relações funcionam como mapas dos acontecimentos
e de alguma maneira nos oferecem direções para lidar com eles. Interferem nas nossas
emoções e podem modificá-las. (p. 43)
"Um relato, ou comentário, sugere os passos que uma pessoa pode dar diante
de algum acontecimento". (p. 43)
"Esses relatos cotidianos revelam o poder das palavras definem o lugar onde o
sentido do viver se apresenta e se impões. Fora das palavras não há coisa alguma.
Pois a linguagem, segundo Heidegger, é o lugar onde ser se conserva, onde tudo o que
é se torna vigente, é chamado em cena (Heidegger,2003)." (p. 45)

"Os arquivos de nossa memória não conservam apenas relatos, mas historietas.
São Paulo relatos de episódios vividos que formam histórias maiores, mais elaboradas
e carregadas de significado.” (p.46)

"Histórias de família nunca são histórias alheias, mas nossas próprias histórias.
Através delas, nossa vida vai encontrando seus motivos suas razões." (p. 48)

"As histórias, na diferença de relatos e historietas, são autointerpretações


abrangentes temporalmente, que começa em geral com nosso nascimento e chegam
até o momento presente, além de oferecerem um vislumbre do futuro. Elas nos
acompanham como um todo, pois ressumem nossa história devida. (p.51)

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"Por fim, seja na forma de relatos, de historietas ou de histórias, o que merece
relevância é o fato de a vida jamais ser puro fato, mas uma narrativa constituída -
conscientemente ou não. A existência existe na narrativa através dela." (p. 55)

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