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Sigilo Templario – Selo da Cidade Santa

"REGVMOMNIVO CIVITHS REGIS” Jerusalém – 1210 a 1225


Se vê locais sagrados das 3 religiões.
A Igreja da Natividade;
A torre de Davi; e
A Mesquita de Omar

IGREJA TEMPLÁRIA ANTIGA

Contos Espirituais

Conto 1.- A Caridade


Terminara, finalmente, o insigne poeta o seu árduo trabalho: grandioso poema sobre as maravilhas de
Deus na ordem do cosmos.

E agora, numa roda de amigos e admiradores, declamava o mais belo capítulo da obra prima do seu
engenho.

Foi um assombro total!

De tamanha beleza eram as idéias, tão profundos os conceitos, tão cintilantes as frases, tão suaves as
cadências dos períodos, que os ouvintes ficaram como que extáticos de enlevo.

E quando o poeta, no auge do entusiasmo, declamava a mais grandiosa página do poema, ouviu-se bater
à porta da casa.

Mais se avolumou a voz do inspirado poeta, mais vibrante se tornou o seu estro, para abafar o ruído do
inoportuno visitante.

Persistem, porém, na porta, os golpes indiscretos. Interrompe então o cantor das grandezas de Deus a
faiscante cadeia de idéias e, contrariado, com um arranco violento, abre a porta.

“Por gentileza, senhor, a sua roupa suja” diz uma vozinha tímida, coando dos lábios pálidos duma
menina magríssima. É a filha da pobre lavadeira.

“Agora não posso, menina! Venha amanhã!”

“Mas a mamãe vai ficar sem serviço, e sem pão, somos tão pobres. Por favor senhor, a sua roupa suja”

“Não posso, já disse!”


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Com estrondo infernal se fecha a porta na cara da pálida menina. E, tornando a subir ao estrado, retoma
o trovador o fio do poema. Por entre tempestades de aplausos termina a declaração da grande apoteose que
elaborou pela maior glória de Deus.

Felicitações, abraços, sorrisos, elogios e luminosas perspectivas.

Altas horas da noite.......

Surge no seio das trevas o rosto pálido duma menina paupérrima. Corre pelo quarto olhares
sonâmbulos, apanha da mesa os originais do poema, folha por folha e as rasga em mil pedaços. E jogando-as
ao cesto de papéis murmura: “Roupa suja, senhor”. E desaparece.

O poeta acorda, os originais lá estão, intactos. E põe-se a pensar, a pensar, a pensar. É verdade que
escrevi este poema pela maior glória de Deus? Se é verdade, porque não cantei, ontem à noite, o mais belo de
todos os poemas do mundo, o poema da Caridade? Por que não entreguei à pobrezinha a minha roupa suja?
Por que preferi à caridade a minha vaidade?

Levantou-se e resolveu, logo de manhã, entregar à filha da lavadeira a roupa suja que ela pedira, e
lavou com as lágrimas do arrependimento a “roupa suja” que tinha dentro da alma. E o seu coração cantou em
silêncio o mais lindo poema de humanidade.

O divino poema de Jesus de Nazaré!!

Conto 2.- A Harpa Mágica


Em um venerado mosteiro conservava-se uma harpa mágica, da qual, segundo os antigos oráculos,
brotaria uma melodia maravilhosa no dia em que fosse dedilhada por um artista capaz de tocá-la devidamente.

Atraídos pelo oráculo e com a esperança de se tornar famosos, muitos iam ao santuário, garantiam que
eram grandes arpistas e pediam para que lhes deixassem tentar tocar a harpa mágica. Mas todos fracassavam,
do instrumento só saiam os mais desagradáveis ruídos.

Tanto os monges que viviam no mosteiro como todo o povo do lugar já haviam perdido as esperanças
de que pudesse aparecer alguém capaz de tocar aquele instrumento misterioso quando, um dia, apresentou-se
ali um humilde homem. Era um desconhecido, e ninguém imaginava que chegaria a conseguir aquilo que
tantos músicos célebres haviam fracassado.

Quando o homem começou a dedilhar o instrumento com delicadeza, como se estivesse acariciando as
cordas com os dedos, tinha-se a sensação de que a harpa e o harpista haviam sido fundidos em um único ser.
Durante bastante tempo, que a todos lhes pareceu como um segundo, ouviram uma melodia com a qual sequer
poderiam ter sonhado.

Por fim, o homem acabou de tocar e devolveu com grande reverência a harpa aos monges, estes
maravilhados, perguntaram-lhe como conseguira tocar aquela música com um instrumento do qual os mais
famosos músicos não haviam sido capazes de tirar sequer uma nota afinada.

Então o homem respondeu com grande humildade: todos os que me precederam na tentativa, chegaram
com o propósito de usar a harpa para se envaidecer. Eu, apenas me submeti inteiramente a ela e emprestei-lhe
meus dedos, para que não fosse eu a lhe impor minha música, mas que ela pudesse cantar tudo o que leva
dentro de si. Então, a madeira da harpa, que havia sido uma árvore centenária vibrou para cantar o ritmo do sol
e da lua, os resplendores da aurora e do ocaso, a força do vento, o rumor da chuva, o silêncio das nevadas, o
calor do verão e o frio do inverno, a ilusão de tantas primaveras e a tristeza do outono; em suma a história da
própria natureza. E um instrumento maravilhoso que não pode ser tocado por aqueles que estão cheios de si
mesmos, é preciso esvaziar-se diante da harpa para deixar que ela mesma toque a sua melodia.

Conto 3.- A Humildade


Muitos e muitos anos atrás, um homem muito sábio visitava os povoados, realizando os pedidos das
pessoas que ele julgava que tinham atuado com justiça e benevolência.

Este homem sábio tinha a faculdade de atender os pedidos de todas as pessoas que se acercavam a ele;
por este motivo, numa determinada cidadezinha existia um grande alvoroço.

O sábio chegou no povoado e todos correram até ele, e todos pediam favores, alguns pediam dinheiro,
outros pediam saúde, outros namorados ou namoradas e assim cada um fez seu pedido.
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E ele foi atendendo na medida do merecimento de cada um deles.

Porém o homem sábio viu no fundo da multidão um rapaz jovem que nada tinha pedido, dirigindo-se a
ele lhe disse: e tu nada tens a me pedir, ao qual o jovem respondeu: nada peço porque nada mereço, se algum
dia a natureza julgar que mereço algo, ela mesma deverá de me proporcionar.

O homem sábio perguntou então: qual é teu nome meu rapaz, e o jovem respondeu com humildade:
Jesus de Nazaré, Senhor.

Conto 4.- O Paraíso e o Inferno


Um homem tem permissão para visitar o paraíso e o inferno. No inferno ele vê uma grande reunião de
pessoas sentadas em volta de uma longa mesa posta, com comida farta e gostosa; no entanto, as pessoas são
pobres e esfomeadas.

Ele logo percebe que a razão de se encontrarem em estado desesperador é que as facas e os garfos
servidos são maiores que os braços dos comensais. Como resultado disso, eles são incapazes de levar a comida
à boca e de se alimentar. Depois, mostra-se ao homem o paraíso. Ele encontra a mesma mesa posta ali com os
mesmos longos talheres.

No paraíso, porém, em vez de as pessoas estarem somente preocupadas em se alimentar, cada uma usa
seus talheres para alimentar ao próximo. Todas elas estavam bem alimentadas e felizes.

Conto 5.- A Reconciliação


“Lembra-te de mim Senhor, quando entrares no teu reino”.
“Em verdade te digo, ainda hoje estarás comigo no paraíso”.

Diálogo mais estranho do que este nunca se travou no mundo, de cruz a cruz, entre dois moribundos.

“Lembra-te de mim”, quem pede apenas uma gota de amor no meio de um inferno de dores não é
homem mau. O homem intimamente mau, maldiz os seus sofrimentos e os autores dos mesmos. O homem
mesquinho pede libertação dos tormentos ou aceleração da morte.

O ladrão na cruz pede apenas uma lembrança, um pouco de amor. Pede uma migalha daquilo cuja falta
o tornara celerado, perverso e cruel. Desde pequeno, queria ele ser bom, mas os homens o fizeram mau,
porque lhe negaram compreensão e amor. Deu um passo em falso e as leis dos homens o condenaram como
malfeitor, a companhia perversa do cárcere induziu a ser mau a quem queria ser bom. E quando terminou a sua
pena, andou pelo mundo com o estigma de criminoso e nunca mais encontrou entre os “homens honestos”
quem lhe desse uma migalha de amor.

Arrastou-se pela existência noturna com a alma gelada duma frialdade polar. Só na hora suprema da
vida, no alto do patíbulo, encontrou finalmente, um homem humano, seu companheiro de suplício. Encontrou
um homem que mais acreditava na sua alma do que nas maldades da sua vida. Encontrou um homem que o
amava e lhe queria bem.

E o “bom ladrão” sentiu uma tépida aura de benevolência a envolver-lhe a gelada alma. E, por entre o
degelo primaveril desse olhar de amor, pediu ao colega de tortura que dele se lembrasse, à luz do seu reino.
Não pediu vingança para seus inimigos, não pediu alívio na atroz agonia, pediu aquilo cuja falta fizera de sua
vida um inferno: uma migalha de amor! Uma lembrança apenas! Um pensamento carinhoso! Uma gota de
amizade!

“Lembra-te de mim, quando entrares no teu reino”.

E conseguiu na morte, de um moribundo, o que em vida jamais conseguira dos vivos. E pelo pouco que
pediu, recebeu o muito que não ousara pedir: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso”.

Sobre as cabeças da multidão ululante trava-se então, de cruz a cruz, entre dois moribundos, uma
amizade sincera, sagrada e eterna.

Amizade entre um homem divino e um homem mau que queria ser bom, e que se faz bom pelo amor
daquele que é, que foi e que será.

Hoje, ao lado do Cristo Glorioso há um homem Glorificado!


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Conto 6.- O que é a vida?


Um discípulo perguntou à seu Mestre: “Mestre: o que é a vida?”.

E o Mestre respondeu: “Vai para a rua, caminha por elas e visita as três primeiras tendas que
encontrares”.

O discípulo entrou na primeira tenda que encontrou e viu que as pessoas trabalhavam com metal.

Entrou na segunda tenda e viu que as pessoas trabalhavam com cordas.

Entrou na terceira tenda e viu uma carpintaria.

O discípulo pensou então: “será que isso é que é a vida?

Voltou para o Mestre para ser esclarecido e este lhe disse: “Agora você encontrou o caminho para
descobrir a vida e um dia compreenderás”.

O discípulo ficou muito aborrecido por não ter compreendido, mas como nada podia fazer foi percorrer
o mundo. Anos depois chegou a um jardim onde ouviu uma música tocada por um instrumento que não
conhecia. Era uma cítara. Ficou encantado com o som e de repente percebeu que os carpinteiros, os ferreiros e
as outras pessoas que trabalhavam nas tendas, faziam parte da construção de um todo.

O discípulo teve um estalo, levantou-se e dançou. O músico, surpreso, parou de tocar, mas o homem
continuou dançando e o músico perguntou: “O que há com você?” Ele respondeu: “Agora entendi o que é a
vida, ela é tudo, anos atrás entrei em três tendas e não havia cítara, nem havia música, mas todas as peças
estavam lá. Precisava, apenas, colocá-las em ordem e reuni-las em um todo.”

Conto 7.- A Purificação


Um jovem monge, que vivia num mosteiro no deserto, sentindo-se pouco inteligente e incapaz de
guardar os ensinamentos espirituais recebidos, procurou o seu mestre e disse-lhe:

- Mestre, grave desgosto me acabrunha. Apesar dos esforços constantes que faço, não chego a conservar
na memória, durante muito tempo, as instruções que, para boa conduta na vida, recebo dos mestres. Vão,
também, para o esquecimento, os trechos mais belos que leio, diariamente, nos Santos Evangelhos!

O Mestre, que tinha em sua cela dois cântaros vazios, disse-lhe:

- Meu filho, toma um daqueles cântaros; joga-lhe um pouco d’água; lava-o depois cuidadosamente;
enxuga-o com teu próprio hábito e deixa-o ficar no lugar em que está.

Maravilhado, embora, com tais palavras, fez o jovem monge exatamente o que o mestre lhe
determinara.

Concluída a tarefa, o mestre perguntou-lhe qual dos cântaros estava mais limpo, mais claro e puro.

O jovem monge tomou nas mãos o cântaro que acabara de enxugar e respondeu: - Este, por certo, está
mais limpo. Lavei-o com muito cuidado.

Retorquiu, então, o mestre: - E, no entanto, repara bem, meu filho, esse cântaro não mais retém vestígio
algum da água que o purificou. Também aquele que ouve, confiantemente, a palavra de Deus, embora não
grave na memória o teor dos santos ensinamentos, traz o coração tão puro como um cântaro lavado.

Conto 8 - A Dedicação
Um menino, com voz tímida e os olhos cheios de admiração, pergunta ao pai, quando este retorna do
trabalho:
- Pai, quanto o senhor ganha por hora?

O pai, num gesto severo, responde:


- Escuta aqui meu filho, isto nem a sua mãe sabe. Não amole, estou cansado!
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Mas o filho insiste:


- Mas papai, por favor, diga, quanto o senhor ganha por hora?

A reação do pai foi menos severa e respondeu:


- Três reais por hora.

- Então, papai, o senhor poderia me emprestar um real?

O pai, cheio de ira e tratando o filho com brutalidade, respondeu:


- Então essa era a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me amole mais!

Já era noite, quando o pai começou a pensar no que havia acontecido e sentiu-se culpado. Talvez, quem
sabe, o filho precisasse comprar algo. Querendo descarregar sua consciência doída, foi até o quarto do menino
e, em voz baixa, perguntou:
- Filho, está dormindo?
- Não, papai! - o garoto respondeu sonolento e choroso.
- Olha, aqui está o dinheiro que você me pediu: Um real.
- Muito obrigado, papai! - disse o filho, levantando-se e retirando mais dois reais de uma caixinha que estava
sob a cama.

- Agora já completei, papai! Tenho três reais. Poderia me vender uma hora de seu tempo?

Conto 9 - História dos Sentimentos


Contam que uma vez, se reuniram todos os sentimentos, qualidades e defeitos dos homens em um lugar
da terra.

Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como


sempre tão louca, lhes propôs:

- Vamos brincar de esconde-esconde?

A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou:

- Esconde-esconde? Como é isso?

- É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão


enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar
ocupará meu lugar para continuar o jogo.

O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA.

A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou por convencer a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que
nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar:

A VERDADE preferiu não esconder-se. – “Para que, se no final todos me encontram?” - Pensou.

A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.

- Um, dois, três, quatro... - Começou a contar a LOUCURA.

A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho. A
FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço tinha
conseguido subir na copa da árvore mais alta. A GENEROSIDADE quase não conseguiu esconder-se, pois
cada local que encontrava, lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos: Se era um lago cristalino, ideal
para a BELEZA. Se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ. Se era o vôo de uma borboleta, o
melhor para a VOLÚPIA. Se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou
escondendo-se em um raio de sol. O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início.
Ventilado, cômodo, mas apenas para ele. A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na
realidade, escondeu-se
atrás do arco-íris) e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões. O ESQUECIMENTO, não recordo-me
onde escondeu-se, mas isso não é o mais importante. Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.998, o AMOR
ainda não havia encontrado um lugar para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou uma
rosa e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
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- Um milhão! - terminou de contar a LOUCURA e começou a busca.

A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ
discutindo com DEUS, no céu, sobre zoologia. Sentiu vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões. Em um
descuido, encontrou a INVEJA e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO. O EGOÍSMO, não teve nem
que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas. De
tanto caminhar, sentiu sede e ao aproximar-se de um lago,
descobriu a BELEZA. A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir
de que lado esconder-se. E assim foi encontrando a todos: O TALENTO entre a erva fresca, a ANGÚSTIA em
uma cova escura, a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano) e até o
ESQUECIMENTO, que já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.

Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em
baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida,
encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante,
escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos. A LOUCURA não sabia o que
fazer para desculpar-se. Chorou, rezou, implorou, pediu e até prometeu ser seu guia.

Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra:

O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.

Conto 10 - A Corda
Esta é a história de um alpinista que sempre buscava superar mais e mais desafios. Ele resolveu depois
de muitos anos de preparação, escalar uma montanha que nunca tinha sido conquistada pelo homem. Mas ele
queria a glória somente para ele, e resolveu escalar sozinho sem nenhum companheiro, o que seria natural no
caso de uma escalada dessa dificuldade.

Ele começou a subir e foi ficando cada vez mais tarde, porém ele não havia se preparado para acampar,
resolveu seguir a escalada decidido a atingir o topo. Escureceu, e a noite caiu como um breu nas alturas da
montanha, e não era possível mais enxergar um palmo à frente do nariz, não se via absolutamente nada. Tudo
era escuridão, zero de visibilidade, não havia lua, e as estrelas estavam cobertas pelas nuvens.

Subindo por uma parede e a apenas 100m do topo ele escorregou e caiu.... caia a uma velocidade
vertiginosa, somente conseguia ver as manchas que passavam cada vez mais rápidas na mesma escuridão, e
sentia a terrível sensação de ser sugado pela força da gravidade.

Ele continuava caindo... e nesses angustiantes momentos, passaram por sua mente todos os momentos
felizes e tristes que ele já havia vivido em sua vida... de repente ele sentiu um puxão forte que quase o partiu
pela metade... Shack! Como todo alpinista experimentado, havia cravado estacas de segurança com grampos a
uma corda comprida que fixou em sua cintura.

Nesses momentos de silêncio, suspenso pelos ares na completa escuridão, não sobrou para ele nada
além do que gritar:

Ó MEU DEUS ME AJUDE!!!

De repente uma voz grave e profunda vinda do céu respondeu:

QUE VOCÊ QUER DE MIM MEU FILHO?

Me salve meu Deus por favor!!!

VOCÊ REALMENTE ACREDITA QUE EU POSSA TE SALVAR ?

Eu tenho certeza meu Deus!!!

ENTÃO CORTE A CORDA QUE TE MANTÉM PENDURADO...

Houve um momento de silêncio e reflexão. O homem se agarrou mais ainda à corda e refletiu que se
fizesse isso morreria...
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Conta o pessoal de resgate que no outro dia encontrou a um alpinista congelado... morto... agarrado
com força... com as suas duas mãos a uma corda...

A TÃO SOMENTE DOIS METROS DO CHÃO...

E VOCÊ? Está segurando firmemente sua corda?

POR QUE VOCÊ NÃO A SOLTA?

Conto 11 - A Mão de Deus


Um homem saiu em uma viagem de avião, era fervoroso de Deus e sabia que Ele o protegeria durante o
percurso.

Quando voavam sobre o mar, um dos motores falhou e o avião se precipitou no oceano.

Quase todos os passageiros morreram, mas o homem conseguiu agarrar-se a alguma coisa que o
conservava acima da água. Ficou boiando à deriva muito tempo, até que chegou a uma ilha deserta.

Ao chegar a praia, cansado, porém vivo, agradeceu a Deus por este livramento maravilhoso da morte.

Ele conseguiu alimentar-se de peixes e ervas, conseguiu derrubar algumas árvores e com muito esforço
construir uma pequena cabana, não era bem uma casa, mas um abrigo tosco, de paus e folhas, porém
significava proteção. Ficou todo satisfeito e novamente agradeceu a Deus, porque agora podia dormir sem
medo dos animais selvagens que talvez pudessem existir na ilha .

Um dia, estava pescando e tinha apanhado muitos peixes, assim, com comida suficiente estava feliz, e
ao voltar para sua casa, qual tamanha não foi a sua decepção, ao ver ela toda incendiada.

Sentou-se em uma pedra e diz aos prantos:

“Meu Deus, como podes deixar que isto aconteça comigo?


Sabes que preciso muito desta casa, para poder-me abrigar e proteger.
Como podes deixar que ela se queime?
Meu Deus, não tens compaixão de mim?”

Nesse momento uma mão lhe tocou seu ombro e ele ouviu uma voz dizendo:

“Vamos rapaz!”

Ele se virou, e qual não foi sua surpresa quando viu a sua frente um marinheiro todo fardado dizendo:

“Vamos rapaz! Viemos te buscar.”

“Mas como é possível? Como vocês souberam que eu estava aqui?”

“Ora amigo! Vimos os seus sinais de fumaça pedindo socorro e o capitão ordenou vir lhe buscar
naquele barco ali adiante.

Todos foram para o barco e assim o homem pode voltar para seu lar e seres queridos.

Conto 12 - As Dádivas de Deus


... E era manhã quando Deus parou diante de suas doze crianças e em cada uma delas plantou a semente
da vida humana. Uma por uma, dirigiram-se a Ele para receber sua dádiva.

“Para você, Áries, dou minha primeira semente, a qual você terá a honra de plantar. E, para cada
semente plantada, um milhão de novas sementes se multiplicarão em suas mãos. Você não terá tempo para vê-
las crescerem, pois tudo que plantar criará mais sementes para serem plantadas. Você será o primeiro a
penetrar no solo da mente dos homens com minha idéia. Mas não é seu trabalho alimentar a idéia nem
questioná-la. Sua vida é ação e a única ação que atribuo a você é começar a tornar os homens cientes de minha
criação. Para que seja um bom trabalho te dou a virtude do Auto-respeito.”

Em silêncio, Áries voltou ao seu lugar.


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“Para você, Touro, dou o poder de fazer da semente a substância. Seu trabalho é grande, requerendo
paciência, pois você precisa terminar tudo o que foi começado ou as sementes serão perdidas ao vento. Você
não questionará ou mudará de idéia no meio do caminho, nem dependerá de outros para fazer o que pedi. Para
isso lhe dou a dádiva da Força. Use-a com sabedoria.”

E Touro voltou ao seu lugar.

“Para você, Gêmeos, dou as perguntas sem respostas, para que possa trazer a todos a compreensão do
que o homem vê ao seu redor. Você nunca saberá porque os homens falam ou ouvem, mas em sua procura pela
resposta encontrará minha dádiva do Conhecimento.”

E Gêmeos voltou ao seu lugar.

“Para você, Câncer, atribuo a tarefa de ensinar aos homens sobre a emoção. Minha idéia é você
causar-lhes risos e lágrimas para que tudo o que vêem e pensem se desenvolva com plenitude interior. Para
isso dou-lhe a dádiva da Família, para que sua plenitude possa se multiplicar.”

E Câncer voltou ao seu lugar.

“Para você, Leão, dou o trabalho de mostrar minha criação para o mundo em todo seu esplendor. Mas
você precisa tomar cuidado com o orgulho e sempre se lembrar de que é minha criação, não sua. Pois se você
se esquecer disto, os homens irão desprezá-lo. Há muita alegria no trabalho que te dou, se ele for bem feito.
Para isso você terá a dádiva da Honra.”

E Leão voltou ao seu lugar.

“Para você, Virgem, peço uma análise de tudo que o homem tem feito com minha criação. Você
examinará seus caminhos minuciosamente e os lembrará de seus erros, para que através de você minha criação
possa ser aperfeiçoada. Para isto dou-lhe a dádiva da Pureza de Pensamento.”

E Virgem voltou ao seu lugar.

“Para você, Libra, dou a missão de servir, pois o homem deve estar ciente de seu serviço para com os
outros. E que ele possa aprender a cooperar, bem como ter a habilidade de refletir o outro lado de suas ações.
Eu colocarei você em todo lugar onde haja discórdia e pelos seus esforços lhe darei a dádiva do Amor.”

E Libra voltou ao seu lugar.

“Para você, Escorpião, dou uma tarefa muito difícil. Você terá a habilidade de conhecer a mente dos
homens mas não permito a você que fale sobre o que aprender. Muitas vezes você será magoado pelo que vê e
em sua dor você se afastará de mim, e se esquecerá de que não sou eu, mas a perversão de minha idéia que
está causando a sua dor. Você terá tanto do homem, que chegará a conhecê-lo como animal, e lutará tanto com
seu instinto animal dentro de si, que perderá seu caminho; mas quando você finalmente voltar a mim,
Escorpião, terei para você a suprema dádiva do Propósito.”

E Escorpião voltou ao seu lugar.

“Sagitário, eu peço a você para fazer os homens rirem, pois no meio das incompreensões de minha
idéia eles se tornaram amargos. Através do riso você dará esperança ao homem e através da esperança voltarão
seus olhos para mim. Você tocará muitas vidas, mesmo que só por um momento e conhecerá a impaciência em
cada vida que tocar. Para você, Sagitário, eu dou a dádiva da Abundância Infinita que você deve espalhar
generosidade suficiente para penetrar cada canto de escuridão e torná-lo iluminado.”

E Sagitário voltou ao seu lugar.

“De você, Capricórnio, peço o suor de seu rosto, para que possa ensinar os homens a trabalhar. Sua
tarefa não é fácil pois você sentirá o trabalho de todos os homens sobre seus ombros; mas para a superação de
seus fardos ponho a Responsabilidade do homem em suas mãos.”

E Capricórnio voltou ao seu lugar.

“Para você, Aquário, dou o conceito do futuro para que o homem possa ver outras possibilidades.
Você terá a dor da solidão, pois eu não lhe permito personalizar meu amor. Mas para abrir os olhos do homem
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para novas possibilidades, eu lhe dou a dádiva da Liberdade, para que em sua liberdade possa continuar a
servir a humanidade onde quer que seja necessário.”

E Aquário voltou ao seu lugar.

“Para você, Peixes, dou a tarefa mais difícil de todas. Peço-lhe para reunir todas as tristezas do homem
e voltá-las para mim. Suas lágrimas serão minhas lágrimas. A tristeza que você incorporará é o efeito da
incompreensão do homem à minha idéia, mas você lhe dará compaixão para que ele possa tentar novamente.
Para essa tarefa, a mais difícil de todas, dou a você a maior dádiva. Você será a única de minhas doze crianças
a Me Compreender. Mas esta dádiva de compreensão é para você, Peixes, pois quando você tentar difundi-la
ao homem ele não ouvirá.”

E Peixes voltou ao seu lugar.

... Então Deus disse: “Cada um de vocês tem uma parte de minha idéia. Vocês não podem confundir
nenhuma parte de minha idéia nem devem desejar trocá-las entre si. Pois cada um de vocês é perfeito, mas
vocês não saberão disto até que todos os doze sejam um. Pois então o todo da minha idéia será revelada a cada
um.”

E as crianças saíram, cada uma determinada a fazer seu trabalho o melhor possível, para que pudessem
receber sua dádiva. Mas nenhuma compreendeu inteiramente sua tarefa ou sua dádiva e quando voltaram
confusas Deus disse: “Cada uma de vocês acredita que as dádivas dos outros são melhores. Portanto, permitirei
que vocês as troquem". Naquele momento cada criança ficou exultante ao considerar todas as possibilidades
de sua nova missão.

Mas Deus sorriu quando disse: “Vocês voltarão a mim muitas vezes pedindo para serem dispensados de
sua missão, e cada vez eu concederei a vocês seus desejos. Vocês irão por incontáveis encarnações antes de
completarem a missão original que lhes determinei. Eu lhes dou um tempo incontável para fazê-la, mas
somente quando ela estiver feita, vocês poderão estar comigo”.

Conto 13.- o Sinergismo


Contam que numa carpintaria houve uma vez uma estranha assembléia. Foi uma reunião de ferramentas
para ajustar suas diferenças. O martelo exerceu a presidência, porém a assembléia o notificou que tinha que
renunciar. A causa? Fazia demasiado ruído! E, ademais, passava o tempo todo golpeando e fazendo barulho.

O martelo aceitou sua culpa, porém pediu que também fosse expulso o parafuso; disse que tinha que dar
muitas voltas para que servisse para alguma coisa. Diante do ataque, o parafuso aceitou também, porém, por
sua vez, pediu a expulsão da lixa. Fez ver que era muito áspera em seu trato e sempre tinha atritos com os
demais.

E a lixa ficou de acordo, com a condição de que fosse expulso o metro que sempre passava medindo
aos demais segundo sua medida, como se fora o único perfeito.

Nesse momento, entrou o carpinteiro, pôs o avental e iniciou seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o
metro e parafuso. Finalmente e após horas de trabalho, a grosseira madeira inicial se converteu num lindo
móvel.

Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia retomou a deliberação. Foi então quando tomou
a palavra o serrote, e disse: “Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, porém o carpinteiro trabalha
com nossas qualidades. Isso é que nos torna valiosos. Assim que não pensemos em nossos pontos negativos e
nos concentremos na utilidade dos nossos pontos positivos”.

A assembléia então chegou à conclusão que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era
especial para afinar e limar asperezas e observaram que o metro era preciso e exato. Se sentiram então uma
equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Se sentiram orgulhosos de suas forças e de trabalhar juntos.

Ocorre o mesmo com os seres humanos.

Conto 14.- o Eco


Um filho e seu pai caminhavam pelas montanhas. De repente, seu filho cai, se machuca e grita: - Ai!
Para sua surpresa, escuta uma voz que repete, em algum lugar da montanha: - Ai!

Curioso, pergunta: - quem és? Recebe como resposta: - quem és?


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Contrariado, grita: - não te escondas e mostra a cara! e escuta a resposta:


- não te escondas e mostra a cara!

O pai sorriu e lhe disse: - filho, presta atenção. Então ele grita:
- és um campeão! A voz responde: és um campeão!

O menino fica surpreso e não entende. Então lhe explica o pai:


- As pessoas chamam a isso "eco", porém é mais que isso. Na realidade, isso é a vida. Ela dá de
regresso tudo o que tu dizes ou fazes. Nossa vida é um reflexo de nossas ações. Se queres mais amor no
mundo, cria mais amor em teu coração. Se queres mais capacidade em tua equipe, desenvolva sua capacidade.
Tua vida não é uma coincidência, e sim uma conseqüência de ti mesmo.

Conto 15.- os Defeitos


Um carregador de água na Índia levava dois grandes potes, ambos pendurados em cada ponta de uma
vara a qual ele carregava atravessada em seu pescoço.

Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no
fim da longa jornada entre o poço e a sua casa; enquanto que o pote rachado chegava apenas pela metade.

Foi assim diariamente por dois anos, o carregador entregando um pote e meio de água na casa do seu
senhor. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava
envergonhado de sua imperfeição, e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que
ele havia sido designado a fazer.

Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia a
beira do poço.

- "Estou envergonhado, e quero pedir-lhe desculpas."


- "Por que?" Perguntou o homem. - "De que você está envergonhado?"
- "Nestes dois anos fui capaz de entregar apenas a metade da minha carga, porque esta rachadura no
meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, você
tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços", disse o pote.

O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:

"Quando retornarmos para a casa de meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho."

De fato, a medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do
caminho, e isto lhe deu certo ânimo. Mas ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a
metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha.

Disse o homem ao pote:

"Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado? Eu ao conhecer o seu defeito, tirei
vantagem dele e lancei sementes de flores no seu lado do caminho, e cada dia enquanto voltávamos do poço,
você as regava. Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa de meu senhor. Sem você ser do
jeito que você é, ele não poderia ter esta beleza para dar graça a sua casa."
 
Cada um de nós temos nossos próprios defeitos. Todos nós somos potes rachados. Porém, se
permitirmos, o Senhor vai usar estes nossos defeitos para embelezar a mesa de Seu Pai.

Na grandiosa economia de Deus, nada se perde e nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Se os
reconhecermos, eles poderão causar beleza pois é das nossas fraquezas, que devemos tirar nossas forças."

Conto 16.- a Água


Nos Alpes Italianos existia um pequeno vilarejo que se dedicava ao cultivo de uvas para produção de
vinho, uma vez por ano, lá ocorria uma festa para comemorar o sucesso da colheita.

A tradição exigia que, nesta festa, cada morador do vilarejo trouxesse uma garrafa do seu melhor vinho,
para colocar dentro de um grande barril que ficava na praça central.
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Entretanto, um dos moradores pensou: "Porque deverei levar uma garrafa do meu mais puro vinho?
Levarei uma cheia de água, pois no meio de tanto vinho o meu não fará falta."

Assim pensou e assim fez.

No auge dos acontecimentos, como era de costume, todos se reuniram na praça, cada um com sua
caneca, para pegar uma porção daquele vinho, cuja fama se estendia além das fronteiras do país.

Contudo, ao abrir a torneira do barril, um silêncio tomou conta da multidão. Daquele barril saiu apenas
água. Como isto foi possível?

Acontece que todos pensaram como aquele morador: "A ausência da minha parte não fará falta".

Nós somos muitas vezes conduzidos a pensar "Tantas pessoas existem neste mundo que se eu não fizer
a minha parte isto não terá importância."

O que aconteceria com o mundo se todos pensassem assim?

Todos temos um missão a cumprir, o melhor é tentar realizá-la da melhor maneira possível. Sempre
amando, amparando e respeitando o próximo.

Conto 17.- os 7 Pecados Capitais


Certo dia um casal ao chegar do trabalho encontrou algumas pessoas dentro de sua casa. Achando que
eram ladrões ficaram assustados, mas um homem forte e saudável, com corpo de halterofilista disse:

- Calma pessoal, nós somos velhos conhecidos e estamos em toda parte do mundo.
- Mas quem são vocês? - pergunta a mulher.
- Eu sou a Preguiça! - responde o homem másculo - Estamos aqui para que vocês escolham um de
nós para sair definitivamente da vida de vocês.
- Como pode você ser a preguiça se tem um corpo de atleta que vive malhando e praticando
esportes? - indagou a mulher.
- A preguiça é forte como um touro e pesa toneladas nos ombros dos preguiçosos, com ela ninguém
pode chegar a ser um vencedor.

Uma mulher velha curvada, com a pele muito enrugada que mais parecia uma bruxa diz:

- Eu, meus filhos, sou a Luxúria.


- Não é possível! - diz o homem - Você não pode atrair ninguém com essa feiúra.
- Não há feiúra para a luxúria queridos. Sou velha porque existo a muito tempo entre os homens, sou
capaz de destruir famílias inteiras, perverter crianças e trazer doenças para todos até a morte. Sou
astuta e posso me disfarçar na mais bela mulher.

Um mau cheiroso homem, vestindo uns maltrapilhos de roupas, que mais parecia um mendigo diz:

- Eu sou a cobiça, por mim muitos já mataram, por mim muitos abandonaram famílias e pátria, sou tão
antigo quanto a Luxúria, mas eu não dependo dela para existir. Tenho essa aparência de mendigo porque por
mais bem vestido que me apresente, por mais rico que seja sempre vou querer o que não me pertence.

- E eu, sou a Gula.- diz uma lindíssima mulher com um corpo escultural e cintura finíssima, seus
contornos eram perfeitos e tudo no corpo dela tinha harmonia de forma e movimentos.

Assustam-se os donos da casa, e a mulher diz:

- Sempre imaginei que a gula seria gorda.


- Isso é o que vocês pensam! - responde ela. - Sou bela e atraente porque se assim não fosse seria
muito fácil livrarem-se de mim. Minha natureza é delicada, normalmente sou discreta, quem tem a
mim não se apercebe, mostro-me sempre disposta a ajudar a busca da luxúria.

Sentado em uma cadeira num canto da casa, um senhor, também velho, mas com o semblante bastante
sereno, com voz doce e movimentos suaves, diz:

- Eu sou a Ira. Alguns me conhecem como cólera. Tenho muitos milênios também. Não sou homem,
nem mulher assim como meus companheiros que estão aqui.
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- Ira? Parece mais o vovô que todos gostariam de ter! - diz a dona da casa.
- E a grande maioria me tem! - responde o vovô. - Matam com crueldade, provocam brigas horríveis e
destroem cidades quando me aproximo. Sou capaz de eliminar qualquer sentimento diferente de mim, posso
estar em qualquer lugar e penetrar nas mais protegidas casas. Mostro-me calmo e sereno para mostrar-lhes que
a Ira pode estar aparentemente manso. Posso também ficar contido no íntimo das pessoas sem me manifestar
provocando úlceras, câncer e as mais temíveis doenças.

- Eu sou a Inveja. Faço parte da história do homem desde sua aparição. - diz uma jovem que ostentava
uma coroa de ouro cravada de diamantes, usava braceletes de brilhantes e roupas de fino pano, assemelhando-
se a uma princesa rica e poderosa.

- Como inveja? Se é rica e bonita e parece ter tudo o que deseja. –diz a mulher da casa.
- Há os que são ricos, os que são poderosos, os que são famosos e os que não são nada disso, mas eu
estou entre todos, a inveja surge pelo que não se tem e o que não se tem é a felicidade. Felicidade depende de
amor, e isso é o que mais carece na humanidade. Mortes e sofrimento, onde eu estou esta também a Tristeza.

Enquanto os invasores se explicavam, um garoto que aparentava cerca de cinco a seis anos brincava
pela casa. Sorridente e de aparência inocente, característica das crianças, sua face de delicados traços
mostravam a plenitude da jovialidade, olhos vívidos.

- E você garoto, o que faz junto a esses que parecem ser a personificação do mal?

O garoto responde com um sorriso largo e olhar profundo:

- Eu sou o Orgulho.
- Orgulho? Mas você é apenas uma criança? Tão inocente como todas as outras.

O semblante do garoto tomou um ar de seriedade que assusta o casal, e ele então disse:

- O orgulho é como uma criança mesmo, mostra-se inocente e inofensivo, mas não se enganem, sou tão
destrutível quanto todos aqui, quer brincar comigo?

A Preguiça interrompe a conversa e diz:

- Vocês devem escolher quem de nós sairá definitivamente de suas vidas.

Queremos uma resposta.


O homem da casa responde:

- Por favor, dêem dez minutos para que possamos pensar.

O casal se dirige para seu quarto e lá fazem várias considerações.


Dez minutos depois retornam.

- E então? - pergunta a Gula.

- Queremos que o Orgulho saia de nossas vidas.

O garoto olha com um olhar fulminante para o casal, pois queria continuar ali. Porém, respeitando a
decisão dirige-se para a saída. Os outros, em silêncio, iam acompanhado o garoto quando o homem da casa
pergunta:

- Hei! Vocês vão embora também?

O Menino, agora com ar severo e com a voz forte de um orador experiente diz:

- Escolheram que o Orgulho saísse de suas vidas e fizeram a melhor escolha.

Pois onde não há orgulho não há Preguiça, pois os preguiçosos são aqueles que se orgulham de nada
fazer para viver não percebendo que na verdade vegetam.

Onde não há orgulho não há Luxúria, pois os luxuriosos têm orgulho de seus corpos e julgam-se
merecedores.
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Onde não há orgulho, não há Cobiça, pois os cobiçosos têm orgulho das migalhas que possuem,
juntando tesouros na terra e invejando a felicidade alheia, não percebendo que na verdade são instrumentos do
dinheiro.

Onde não há orgulho, não há Gula, pois os gulosos se orgulham de suas condição e jamais admitem
que o são, arrumam desculpas para justificar a gula, não percebendo que na verdade são marionetes dos
desejos.

Onde não há orgulho, não há Ira, pois os irados tem facilidade com aqueles que, segundo o próprio
julgamento, não são perfeitos, não percebendo que na verdade sua ira é resultado de suas próprias
imperfeições.

Onde não há orgulho, não há Inveja, pois os invejosos sentem o orgulho ferido ao verem o sucesso
alheio seja ele qual for, precisam constantemente superar os demais nas conquistas, não percebendo que na
verdade são ferramentas da insegurança.

Saíram todos sem olhar para trás, e ao baterem a porta, um fulminante raio de luz invadiu o recinto, e o
casal desintegrou-se

Diz a lenda que eles viraram Anjos!

Conto 18.- O Ponto de Equilíbrio


O búfalo e o iaque são dois animais muito singulares. Tem em comum sua capacidade de resistência,
sua solidez, sua mansidão, sua parca beleza, sua simpatia, sua persistência, sua tenacidade, seu raciocínio
profundo, etc, etc, etc.

Porém o búfalo habita nas planícies e em montanhas de média altura, enquanto que o iaque mora nas
altas planícies e, por tanto, em lugares de notável altura. E é assim que é o jogo caprichoso da vida, que um
búfalo e um iaque começaram a se amar. Então começou o problema para ambos. Por que? Pois porque
quando o búfalo ia visitar o iaque em suas moradas, se sentia mareado, cansado e, em suma, padecendo o
desagradável mal das alturas, e quando o iaque ia visitar a búfala em suas terras, se sentia decaído, vítima de
um insuportável calor e de um ar irrespirável.

Búfala e iaque se queixavam. Os uniam estreitos laços de amor e de compreensão, porém cada vez que
um visitava o outro na verdade a coisa se complicava. Estava em jogo, inclusive, a saúde de ambos.

- Porém eu, meu amado iaque, não quero deixar de ver-te, disse tristemente a búfala.

- Amada búfala, eu tampouco queria deixar de ver-te.

Que fazer? Como resolver o problema? A búfala e o iaque consultaram a um homem sábio pois
estavam muito aflitos e necessitavam continuar a se amarem. O homem sábio era um homem de mente clara e
coração aberto e escutou com paciência aos dois animais.

Disse então: --Não vos preocupeis o vosso problema é de fácil solução, deveis encontrar o ponto de
equilíbrio.

- O ponto de equilíbrio? Perguntaram admirados os bovinos.

E assim os dois animais voltaram às planícies, de forma a voltar a viver o amor que os unia e a
encontrar o tal de Ponto de Equilíbrio, mas se passaram vários meses e nada de aparecer o Ponto de Equilíbrio
e decidiram então voltar a ver ao homem sábio, e este respondeu assim à indagação de ambos:

- Por que creis que me dediquei à meditação e às privações durante tantos anos? Nada mais do que para
encontrar o ponto de equilíbrio.

- Mas em que nos pode ajudar isso?, perguntou o iaque.


- Como ele soluciona nosso problema?, perguntou a búfala.

- No ponto de equilíbrio sempre está a resposta. Direi o que deveis fazer. Buscai conjuntamente o
terreno do meio no qual podeis reunir-vos, cedendo cada um pouco, porém sem extremar-se. Que o iaque
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desça até onde lhe seja possível sem se prejudicar e que a búfala suba até onde possa sem sofrimento. Nessa
faixa de terra vos encontrareis.

A búfala e o iaque encontraram a solução graças ao bom conselho do sábio ermitão. Fixaram um lugar
de encontro e descobriram duas coisas muito importantes: o valor do amor e a doutrina do equilíbrio.

O sábio declara: - Encontra o ponto de equilíbrio e segue o caminho do meio, evitando os extremos,
sempre prejudiciais.

Conto 19.- O Frio do Coração


Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve, e teriam que esperar até o
amanhecer, para poderem receber socorro.

Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se
aqueciam. Se o fogo apagasse - eles o sabiam, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou a
hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.

O primeiro homem era um racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um
deles tinha a pele escura. Então ele raciocinou consigo mesmo: - "Aquele negro! Jamais darei minha lenha
para aquecer um negro". E guardou-as protegendo-as dos olhares dos demais.

O segundo homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida.
Olhou ao redor e viu no círculo em torno do fogo bruxuleante, um homem da montanha, que trazia sua
pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua
lenha e enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou: - "Eu, dar a minha lenha para aquecer um
preguiçoso?"

O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal
de perdão ou mesmo aquela superioridade moral que o sofrimento ensinava. Seu pensamento era muito
prático: - "É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso,eu jamais daria minha
lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou suas lenhas com cuidado.

O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos
e os segredos da neve. Ele pensou: - "Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha."

O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas. Nem lhe
passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões
(ou alucinações?) para pensar em ser útil.

O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos, os sinais de uma vida de
trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido. - "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém
nem mesmo o menor dos meus gravetos".

Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu
de cinzas e finalmente apagou.

Ao alvorecer do dia, quando os homens do Socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres
congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de
socorro disse:

- "O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro deles".

Não deixemos que o frio deste mundo, ou das nossas experiências anteriores da vida, nos matem.
Abramos nossos corações, e demos alegria e motivo para vivermos e para àqueles que nos rodeiam. Não
deixemos a esperança se apagar na última brasa da fogueira. Peguemos nossos gravetos de amor e aumentemos
a chama da vida interior e das pessoas que nos amam.

Conto 20.- A Esperança


Quatro velas estavam queimando calmamente. O ambiente estava tão silencioso que podia-se ouvir o
diálogo que travavam.

A primeira disse:
- Eu sou a Paz! Apesar de minha luz as pessoas não conseguem manter-me, acho que vou apagar.
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E diminuindo devagarzinho, apagou totalmente.

A segunda disse:
- Eu me chamo Fé! Infelizmente sou muito supérflua. As pessoas não querem saber de Deus. Não faz
sentido continuar queimando.

Ao terminar sua fala, um vento levemente bateu sobre ela, e esta se apagou.

Baixinho e triste a terceira vela se manifestou:


- Eu sou o Amor! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, só conseguem se
enxergar, esquecem-se até daqueles à sua volta que lhes amam.

E sem esperar apagou-se.

De repente... entrou uma criança e viu as três velas apagadas.


- Que é isto? Vocês deviam queimar e ficar acesas até o fim.

Dizendo isso começou a chorar.

Então a quarta vela falou:


- Não tenhas medo criança, enquanto eu queimar podemos acender as outras velas, eu sou a Esperança!

A criança com os olhos brilhantes pegou a vela que restava e acendeu todas as outras."

Conto 21.- Deus ainda fala com as pessoas?


Um jovem espiritualista foi para o estudo da Bíblia na residência de um casal amigo.

O casal dividiu o estudo entre ouvir a Deus e obedecer a palavra do Senhor. O jovem não pode deixar
de querer saber se "Deus ainda fala com as pessoas?". Após o estudo, ele saiu para um café com os amigos que
estavam na reunião familiar e eles discutiram mais um pouco sobre mensagem da noite. De formas diversas
eles falaram como Deus tinha conduzido suas vidas de maneiras diferentes.

Era aproximadamente 22 horas quando o jovem se despediu dos amigos e começou a dirigir-se para
casa. Sentado no seu carro, ele começou a pedir: "Deus! Se ainda falas com as pessoas, fala comigo. Eu irei
ouvi-lo. Farei tudo para obedecê-lo".

Enquanto dirigia pela rua principal da cidade, ele teve um pensamento muito estranho, como se uma
voz falasse dentro de sua cabeça: "Pare e compre um litro de leite". Ele balançou a cabeça e falou alto: "Deus,
é o Senhor?".

Ele não obteve resposta e continuou dirigindo-se para casa. Porém, novamente, surgiu o pensamento:
"Compre um litro de leite". O jovem pensou em Samuel e como ele não reconheceu a voz de Deus, e como
Samuel correu para Ele. "Muito bem, Deus! No caso de ser o Senhor, eu comprarei o leite". O jovem parou,
comprou o leite e reiniciou o caminho de casa.

Quando ele passava por outra rua, novamente ele sentiu um pedido "Vire naquela rua". Isso é loucura,
pensou e, passou direto. Novamente ele sentiu que deveria ter virado na rua anterior. No retorno seguinte, ele
virou e dirigiu-se para à rua que tinha deixado para trás. Meio que brincando, ele falou alto: "Muito bem,
Deus. Eu farei". Ele passou por algumas quadras quando de repente sentiu que devia parar. Ele brecou e olhou
em volta. Era área misto de comércio e residência. Os estabelecimentos estavam fechados e a maioria das
casas estavam escuras, como se as pessoas já tivessem ido dormir, exceto uma do outro lado que estava acesa.
Novamente, ele sentiu algo, "Vá e dê o leite para as pessoas que estão naquela casa do outro lado da rua". O
jovem se dirigiu em direção à casa. Começou a abrir a porta, mas voltou e dize: "Senhor, isto é loucura. Como
posso ir para uma casa estranha no meio da noite?".

Mais uma vez, ele sentiu que deveria ir e dar o leite. Finalmente, ele abriu a porta, "Muito bem, Deus,
se é o Senhor, eu irei e entregarei o leite àquelas pessoas. Se o Senhor quer que eu pareça uma pessoa louca,
muito bem. Eu quero ser obediente. Acho que isso vai contar para alguma coisa, contudo, se eles não
responderem imediatamente, eu vou embora daqui". Tocou a campainha. Ele ouviu um barulho vindo de
dentro, parecido com o choro de uma criança. A voz de um homem soou alto: "Quem está aí? O que você
quer?".
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A porta abriu-se antes que o jovem pudesse fugir. Em pé, estava um homem vestido de jeans e
camiseta. Ele tinha um olhar estranho e não parecia feliz em ver um desconhecido em pé na sua soleira. "O
que é?” O jovem entregou-lhe o galão de leite. "Comprei isto para vocês". O homem pegou o leite e correu
para dentro falando alto. Depois, uma mulher passou pelo corredor carregando o leite e foi para a cozinha. O
homem seguia-a segurando nos braços uma criança que chorava. Lágrimas corriam pela face do homem e, ele
começou a falar, meio soluçando "Nós oramos. Tínhamos muitas contas para pagar este mês e o nosso
dinheiro havia acabado. Não tínhamos mais leite para o nosso bebê. Apenas rezei e pedi a Deus que me
mostrasse uma maneira de conseguir leite". Sua esposa gritou lá da cozinha: "Pedi a Deus para mandar um
anjo com um pouco... Você é um anjo?”

O jovem pegou a sua carteira e tirou todo dinheiro que havia nela e colocou-o nas mãos do homem. Ele
voltou-se e foi para o carro, enquanto as lágrimas corriam pela sua face. Ele experimentou que Deus ainda
responde aos pedidos justos e verdadeiros.

Conto 22.- A Loja de Deus


Entrei e vi um Anjo no balcão.

Maravilhado lhe disse:


Santo Anjo do Senhor, o que vendes?

Respondeu-me:
- Todos os dons de Deus.

- Custa muito?

Não. Tudo é de graça.

Contemplei a loja e vi: jarros e vidros de fé, pacotes de esperança, Caixinhas de salvação e sabedoria.

Tomei coragem e pedi:


- Por favor, quero muito amor de Deus, todo perdão Dele, vidro de fé, bastante felicidade e salvação
eterna para mim e para minha família.

Então o Anjo do Senhor preparou um pequeno embrulho que cabia na minha mão.
- É possível tudo aqui?

O Anjo respondeu-me sorrindo:


- Meu querido irmão, na loja de Deus não vendemos frutos, apenas vendemos sementes.

Conto 23.- As Três Árvores


Havia no alto da montanha, três pequenas árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes.

A primeira, olhando as estrelas, disse: “Eu queria ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros.
Para tal, até me disponho a ser cortada”.

A Segunda, olhou para os riachos e suspirou: “Quero ser um grande navio e transportar reis e rainhas”.

A terceira árvore olhou o vale e disse: “Quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto, que as
pessoas, ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem em Deus”.

Muitos anos se passaram, e, certo dia vieram três lenhadores e cortaram as três árvores, todas ansiosas
em se transformarem naquilo que sonharam...Que pena!

A primeira árvore, acabou sendo transformada em um coxo de animais, coberto de feno.

A segunda virou um simples e pequeno barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias.

E a terceira, mesmo sonhando em ficar no alto da montanha, acabou cortada em grossas vigas e
colocada de lado em um depósito.

E as três se perguntaram desiludidas e tristes: "Por que isto foi acontecer?"


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Mas, certa noite, cheia de luz e estrelas, onde havia mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu
neném recém nascido naquele coxo de animais.

De repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo....

A segunda, anos depois, veio a transportar um homem que acabou dormindo no barco, mas uma
tempestade quase afundou aquele pequeno barco, e o homem levantou e disse ao mar revolto: “Sossegai”! E
num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando o Reis dos Céus e da Terra.

Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em
forma de cruz e um homem foi pregado nela, pois fora condenado à morte mesmo sendo inocente. Sentiu-se
horrível e cruel.

Mas, no Domingo, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore entendeu que pregaram nela um
homem para salvação da humanidade, e que ao olharem para ela, sempre se lembrariam de Deus e de Jesus
Cristo.

As árvores tinham sonhos, mas as suas realizações foram mil vezes melhores e mais sábias do que
haviam imaginado. Todos nós temos nossos sonhos e nossos planos por vezes, não coincidem com os planos
que Deus tem para nós.

E quase sempre somos surpreendidos com a Sua generosidade e misericórdia.

Conto 24.- Oi Jesus, eu sou o José!


Cada dia, ao meio-dia, um pobre velho entrava na Igreja, e poucos minutos depois saia. Um dia, o
sacristão lhe perguntou o que fazia (pois havia objetos de valor na Igreja).
- Venho rezar, respondeu o velho.
- Mas é estranho, disse o sacristão, que você consiga rezar tão depressa.
- Bem, retrucou o velho, não sei recitar aquelas orações compridas. Mas todo o dia, ao meio-dia, eu
entro na Igreja e só falo:- "Oi Jesus, eu sou o José, e vim te visitar". Num minuto estou de saída. É só uma
pequena oração, mas tenho certeza que ele me ouve.

Alguns dias depois, o José sofreu um acidente e foi internado num hospital, e na enfermaria, passou a
exercer uma influência sobre todos; os doentes mais tristes se tornaram alegres, muitas risadas passaram a ser
ouvidas.

- José, disse-lhe um dia a Irmã, os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre...

- É verdade Irmã, estou sempre tão alegre por causa daquela visita que recebo todo dia. Faz-me feliz.

A Irmã atônita já tinha notado que a cadeira encostada na cama de José estava sempre vazia. O José
era um velho solitário, sem ninguém. Quem o visitava? A que horas? e todos os dias? Respondeu José com
um brilho nos olhos:

- Todos os dias, ao meio-dia, ELE vem ficar no pé da cama. Quando olho pra ELE, ELE sorri e diz :
"Oi José, eu sou Jesus e vim te visitar".

Conto 25.- Embalagem de Deus


Um jovem, filho de família abastada, estava para se formar.
Já há muitos meses ele vinha admirando um lindo carro-esporte num "Showroom" de uma revenda de
automóveis.

Sabendo que seu pai podia muito bem arcar com aquela despesa, ele disse ao pai que o carro era tudo o
que ele desejava.

Como se aproximasse o dia da formatura, o jovem esperava sinais de que seu pai tivesse comprado o
carro. Finalmente, na manhã da formatura, o pai o chamou na sala da estudos, e disse a ele quão orgulhoso se
sentia por ter um filho tão bom, e disse a ele quanto amava o filho.

Então ele entregou ao filho uma caixa de presente, lindamente embalada. Curioso e, de certa forma
desapontado, o jovem abriu a caixa e encontrou uma Bíblia de capa de couro, com o nome dele gravado em
ouro!!
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Sentindo-se frustrado e inconformado, ele levantou sua voz para o pai e disse: "com todo o dinheiro que
você tem, você me dá uma Bíblia?", e com grande indignação saiu da casa.

Muitos anos se passaram e o jovem se tornou um homem de sucesso nos negócios. Mas certo dia
percebeu que seu pai já estava idoso e resolveu que iria visitá-lo. Ele não via o pai desde o dia da formatura.
Isso, de alguma forma, havia deixado nele algo que sempre o fazia se entristecer e havia se decidido por essa
reconciliação, e sentia que precisava se apressar.

Mas antes que ele pudesse finalizar os preparativos para a viagem, recebeu um telegrama informando-o
de que o pai havia falecido, e deixado todas as suas posses em testamento para o filho. E que ele precisava
imediatamente ir à casa do pai para cuidar de tudo.

Quando ele chegou na casa do pai, sentiu um misto de tristeza e arrependimento preencher o seu
coração. Ele então começou a procurar em meio aos importantes documentos e papéis do pai, algo que ele
pressentia ser o que de mais importante aguardava sua volta... e viu a Bíblia, ainda nova, exatamente como ele
havia deixado há anos atrás.

Com o rosto banhado em lágrimas, ele abriu a Bíblia e começou a revirar as páginas.
Percebeu então que seu pai havia sublinhado cuidadosamente um versículo do "Sermão da Montanha",
em Mateus Cap.7:11. Leu-o com atenção:

"Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso PAI, que está nos
Céus, dará bens aos que lhos pedirem?"

E enquanto ele lia estas palavras, uma chave de carro caiu de trás da Bíblia. Ela tinha uma etiqueta com
o nome da revenda, a mesma revenda que tinha o carro-esporte que ele tanto desejara. Na etiqueta constava a
data da formatura, e as palavras: "Liquidado - Pago completamente"!

Quantas vezes nós perdemos as bênçãos de Deus porque elas não vem "embaladas" como nós
esperamos?

E se pararmos para analisar com atenção e humildade, certamente vamos encontrar infinitas razões para
agradecermos a Deus, e perceber o Pai Maravilhoso que sempre esteve ao nosso lado, e que em nenhum
segundo sequer deixou de colocar à nossa disposição o que de mais importante necessitávamos para aquele
momento!.

Conto 26.- Sentido da Vida


Era uma vez um jovem que logo assumiria as funções de um grande sábio, era seu pai que já estava
velho.

Este jovem querendo entender melhor qual o verdadeiro sentido da vida e o que de fato as pessoas
buscam enquanto vivem, perguntou ao seu velho pai:

- Meu pai, o que afinal as pessoas ficam buscando enquanto vivem?

O velho sábio não respondeu, mas pediu que seu filho pegasse alguns mantimentos e fizesse uma
viagem de um lugar até outro. O percurso era de 30 dias.

O filho não entendeu a atitude de seu pai, mesmo assim o obedeceu e iniciou sua pequena viagem.

Caminhou, caminhou por muitos dias. Mais ou menos no meio de sua jornada encontrou dois caminhos
a seguir. Era uma encruzilhada.

Ficou parado por alguns dias, pensando qual dos dois caminhos devia seguir. Seu pai não lhe havia dito
que haveriam dois caminhos.

Sem achar uma resposta, decidiu fazer o caminho de volta.Chegando no seu pai, lhe disse:

- Meu pai, o senhor não me avisou que chegaria um momento que teria dois caminhos e sem saber qual
escolher, decidir voltar e perguntar para o senhor qual é o certo.

Seu velho pai, calmamente, lhe respondeu:


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- Lembra meu filho quando me perguntastes sobre o que as pessoas buscavam nesta vida?

- Sim, respondeu o jovem rapaz.

- As pessoas buscam, meu filho, o que acham que vai torná-las mais felizes, mas infelizmente a maioria
das pessoas fazem o que você fez.

- Não conseguindo decidir qual o caminho seguir, acabam voltando e querendo que outra pessoa lhes dê
a resposta, quando é cada um que deve decidir qual caminho seguir. Outros não voltam, mas ficam parados na
encruzilhada e também não conseguem escolher nenhum caminho.

- Vá, e aprenda a escolher um caminho e aprenda que na vida sempre há dois caminhos. Você deve
escolher qual quer seguir até chegar no final de sua viagem, mas procure sempre se lembrar: "Não importa
qual caminho escolha, ele nunca te dará tudo o que quiseres. Sempre é você que terá que escolher o que é mais
importante para você e terá que abrir mão de outras coisas”.

- Assim, meu filho você aprenderá a tomar decisões maduras na sua vida, mas a escolha sempre terá
que ser sua.

E assim, o jovem voltou, fez o caminho novamente, decidiu o que era mais prioridade viver na sua vida
e escolheu um caminho e teve que abrir mão de outras coisas, mas o importante foi que aprendeu que na vida
tem que decidir prioridades e escolher um caminho apenas.

Não tem como se fazer dois caminhos ao mesmo tempo.

Conto 27.- Onde Está Deus?


Um casal tinha dois filhos pequenos um de 8 e o outro de 10 anos, os quais eram muito levados e
estavam sempre se metendo em confusões e assim qualquer problema que acontecia na cidade, sempre os dois
estavam envolvidos de alguma forma.

A mãe deles, escutou que o sacerdote da cidade estava tendo muito êxito na reeducação de crianças, e
decidiu lhe perguntar se poderia falar com seus filhos. O sacerdote aceitou mas tinha que ser de forma
individual. Desta forma, a mãe enviou pela manhã do dia seguinte o que tinha 8 anos e o de 10 seria
entrevistado pela tarde.

O sacerdote, um homem muito grande e com a voz grave e profunda fez sentar ao pequeno e lhe
perguntou de forma severa: “Onde está Deus?”

A boca do pequeno ficou aberta e não emitiu nenhuma resposta e ficou sentado boquiaberto e com os
olhos fora de órbita. Novamente o sacerdote lhe perguntou: “Onde está Deus?” e novamente o pequeno ficou
atônito e sem resposta. O sacerdote levantou mais a voz e colocou seu dedo indicador no nariz do pequeno e
lhe perguntou pela última vez: “Onde está Deus?”

O pequeno gritou e fugiu da habitação, correu até sua casa e se trancou no banheiro. Quando seu irmão
maior chegou lhe perguntou: “Que aconteceu?”

O pequeno, com a respiração entrecortada respondeu: “Estamos numa grande enrascada, Deus
desapareceu e todos pensam que fomos nós!”.

Conto 28.- Conversando com Deus


Um dia, levantei-me de manhã para assistir o nascer do sol. A beleza da criação Divina estava além de
qualquer descrição.

Enquanto assistia, louvei a Deus pelo Seu trabalho. Sentado lá, senti a presença de Deus comigo.

Ele me perguntou: Você me ama?

Eu respondi: É claro Deus! Você é meu Senhor e Salvador!

Então Ele perguntou: Se você tivesse alguma dificuldade física, ainda assim Me amaria?

Eu fiquei perplexo. Olhei para meus braços, pernas e para o resto do meu corpo e me perguntei quantas
coisas eu não seria capaz de fazer, as coisas que eu dava por certas.
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Eu respondi: Seria difícil Senhor, mas eu ainda Te amaria.

Então o Senhor disse: Se você fosse cego, ainda amaria minha criação?

Como eu poderia amar algo sem a possibilidade de vê-lo? Então eu pensei em todas as pessoas cegas no
mundo e quantas deles ainda amaram Deus e Sua criação.

Então respondi: É difícil pensar nisto, mas eu ainda Te amaria.

O Senhor então perguntou-me: Se você fosse surdo, ainda ouviria minha palavra?

Como poderia ouvir algo sendo surdo? Então eu entendi. Ouvir a palavra de Deus não é simplesmente
usando os ouvidos, mas nossos corações.

Eu respondi: Seria difícil, mas eu ainda ouviria a Tua palavra.

O Senhor então perguntou: Se você fosse mudo, ainda louvaria Meu nome?

Como poderia louvar sem uma voz? Então me ocorreu: Deus quer que cantemos de toda nossa alma e
todo nosso coração. Não importa como possa parecer. E louvar a Deus não é sempre com uma canção, mas
quando somos oprimidos, nós louvamos a Deus com nossas palavras de gratidão.

Então respondi: Embora eu não pudesse fisicamente cantar, eu ainda louvaria Teu Nome.

E o Senhor perguntou: Você realmente Me ama?

Com coragem e forte convicção, eu respondi seguramente: Sim, Senhor! Eu Te amo! Tu és o Único e
Verdadeiro Deus! E pensei ter respondido bem, mas então Deus perguntou: ENTÃO POR QUE PECAS?

Eu respondi: Porque sou apenas um humano. Não sou perfeito.

Então por que em tempo de paz você vagueia ao longe ? Por que somente em tempos de problemas oras
com fervor?

Sem respostas, somente lágrimas.

O Senhor continuou: Por que cantas somente nas confraternizações e nos retiros? Por que Me buscas
somente nas horas de adoração? Por que Me perguntas coisas tão egoístas? Por que Me fazes perguntas tão
sem fé?

As lágrimas continuavam a rolar em minha face.

Por que você está com vergonha de mim? Por que você não está espalhando as boas novas? Por que em
tempos de opressão, você chora a outros quando Eu ofereço Meu ombro para você chorar nele? Por que cria
desculpas quando lhe dou oportunidades de servir em Meu Nome? Você é abençoado com vida. Eu não lhe fiz
para que jogasse este presente fora. Eu lhe abençoei com talentos para Me servir, mas você continua a se virar.
Eu revelei Minha palavra a você, mas você não progride em conhecimento. Eu falei com você, mas seu
ouvidos estavam fechados. Eu mostrei Minhas bênçãos, mas seus olhos se voltavam para outra direção. Eu lhe
mandei servos, mas você se sentou ociosamente enquanto eles eram afastados. Eu ouvi suas orações e respondi
a todas elas...

Eu tentei responder, mas não havia resposta a ser dada.

Você verdadeiramente me ama?

Eu não pude responder. Como eu poderia ? Eu estava inacreditavelmente constrangido. Eu não tinha
desculpa. O que eu poderia fazer? Quando meu coração chorou e as lágrimas brotaram, eu disse:
Por favor, perdoe-me Senhor. Eu não sou digno de ser seu filho.

O Senhor respondeu: Esta é a Minha Graça, minha criança. Porque você é Minha criação. Você é
Minha criança. Eu nunca te abandonarei. Quando você chorar, Eu terei compaixão e chorarei com você.
Quando você estiver alegre, Eu vou rir com você. Quando você estiver desanimado, Eu te encorajarei. Quando
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você cair, Eu vou te levantar. Quando você estiver cansado, Eu te carregarei. Eu estarei com você até o final
dos tempos, e te amarei para sempre.

Eu jamais chorei daquela maneira antes. Como pude ter sido tão frio ? Como pude ter magoado Deus
como fiz ? Eu perguntei a Deus: Me amas?

Então, o Senhor esticou Seu braço. Logo curvei-me aos seus pés, e pela primeira vez eu orei
verdadeiramente.

Conto 29.- O vendedor de Balões


Era uma vez um velho homem que vendia balões numa quermesse.

Evidentemente, o homem era um bom vendedor, pois deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se
nos ares, atraindo, desse modo, uma multidão de jovens compradores de balões.

Havia ali perto um menino negro. Estava observando o vendedor e, é claro, apreciando os balões.

Depois de ter soltado o balão vermelho, o homem soltou um azul, depois um amarelo e finalmente um
branco.

Todos foram subindo até sumirem de vista. O menino, de olhar atento, seguia a cada um. Ficava
imaginando mil coisas...

Uma coisa o aborrecia, o homem não soltava o balão preto. Então aproximou-se do vendedor e lhe
perguntou:

- Moço, se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os outros?

O vendedor de balões sorriu compreesivamente para o menino, arrebentou a linha que prendia o balão
preto e enquanto ele se elevava nos ares disse:

- Não é a cor, filho, é o que está dentro dele que o faz subir.

Conto 30.- O Buscador


Um dia um buscador da verdade sentiu em seu interior que devia ir à cidade da Felicidade. Ele tinha
aprendido a obedecer rigorosamente a estas sensações que surgiam de algum lugar desconhecido de si mesmo,
de maneira que abandonou tudo e partiu.

Após dois dias de marcha em empoeirados caminhos, lá longe divisou a cidade da Felicidade.

Um pouco antes de chegar à cidade, chamou-lhe poderosamente a atenção uma colina que se
encontrava à direita do caminho. Ela estava coberta de um verde maravilhoso, com numerosas árvores,
pássaros e flores encantadoras; tudo estava rodeado por uma pequena cerca envernizada. Uma pequena porta
de bronze o convidava a entrar.

De repente sentiu que esquecia da cidade e não resistiu à tentação de descansar um momento naquele
lugar maravilhoso. O buscador atravessou o portal e começou a caminhar lentamente entre as brancas pedras
distribuídas como que aleatoriamente entre as árvores.

Permitiu que seus olhos pousassem como borboletas em cada detalhe desse paraíso multicolor. Seus
olhos eram olhos de um buscador e, talvez por isso, descobriu sobre uma daquelas pedras aquela inscrição: "C.
T. viveu 8 anos, 6meses, 2 semanas e 3 dias."

Sentiu-se um pouco angustiado ao perceber que essa pedra não era simplesmente uma pedra, era uma
lápide. Sentiu pena ao pensar em uma criança tão nova enterrada naquele lugar.

Olhando ao redor, o homem se deu conta de que a pedra seguinte também tinha uma inscrição.
Aproximou-se e viu que estava escrito: "N. P., viveu 5 anos, 8 meses e 3 semanas."

O buscador sentiu-se terrivelmente transtornado e angustiado. Esse belo lugar era um cemitério e cada
pedra era uma tumba. Uma por uma começou a ler as lápides.Todas tinham inscrições similares: um nome e o
exato tempo de vida do morto. Porém, o que lhe causou maior espanto foi comprovar que quem mais tinha
vivido, apenas ultrapassava os 11 anos...
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Invadido por uma dor muito grande, sentou-se e começou a chorar.

A pessoa que tomava conta do cemitério, que nesse momento por ali passava, aproximou-se.
Permaneceu em silêncio enquanto olhava o buscador chorar e, após algum tempo, perguntou-lhe se chorava
por alguma pessoa da família.

- Não, ninguém da família. - respondeu o buscador - O que se passa nesta cidade? Que coisa tão terrível
acontece aqui? Por que tantas crianças mortas enterradas neste lugar? Qual a horrível maldição que pesa sobre
essas pessoas que as obrigou a construir um cemitério de crianças?

O velho sorriu e falou:

- Pode acalmar-se. Não existe nenhuma maldição. O que acontece é que aqui temos um antigo costume:
Quando um jovem completa seus quinze anos, ganha de seus pais uma caderneta, como esta que eu mesmo
levo aqui, pendurada no pescoço. É uma tradição entre a gente, que a partir desse momento, cada vez que você
desfruta intensamente de alguma coisa, abre sua caderneta e escreve nela à esquerda o que foi desfrutado... à
direita, o tempo que durou o prazer.

Conheceu uma moça e se apaixonou por ela. Quanto tempo durou essa enorme paixão e o prazer de
conhecê-la? Uma semana? Duas? Três semanas e meia?... E depois..., a emoção do primeiro beijo, quanto
durou? O minuto e meio do beijo? Dois dias? Uma semana?... E a vontade de se comunicar com a pessoa
amada...? E o casamento dos amigos? E a tão desejada viagem? E o encontro com o irmão que retorna de um
longínquo país? Quanto tempo desfrutou dessas situações...? Horas? dias...?

Assim, vamos anotando na caderneta cada momento que desfrutamos..., cada momento. Quando
alguém morre, é nosso costume abrir a caderneta e somar o tempo desfrutado para gravá-lo sobre a pedra,
porque este é, para nós, o único tempo VIVIDO.

Conto 31.- Amor de Pai


Havia um homem muito rico, possuía muitos bens, uma grande fazenda, muito gado e empregados a
seu serviço.

Tinha ele uma única filha, uma única herdeira, que, ao contrário do pai, não gostava de trabalho nem de
compromissos.

O que ela mais gostava era de festas, estar com suas amigas e de ser bajulada por elas.

Seu pai sempre a advertia que seus amigos só estavam ao seu lado enquanto ela tivesse o que lhes
oferecer, depois a abandonariam. Os insistentes conselhos do pai lhe retiniam os ouvidos e logo se ausentava
sem dar o mínimo de atenção.

Um dia o velho pai, já avançado na idade, disse aos seus empregados para construírem um pequeno
celeiro e dentro do celeiro ele mesmo fez uma forca, e junto a ela, uma placa com os dizeres: "Para você
nunca mais desprezar as palavras de seu pai".

Mais tarde chamou a sua filha, levou-a até o celeiro e lhe disse:

"Minha filha, já estou velho e quando partir, você tomará conta de tudo o que é meu, e sei qual será o
seu futuro. Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados e irá gastar todo dinheiro com suas
extravagâncias, poderá vender os animais e os bens para se sustentar, e quando não tiver mais dinheiro, suas
amigas vão se afastar de você. E quando você não tiver mais nada, vai se arrepender amargamente de não ter
me dado ouvidos”.

É por isso que eu construí esta forca; sim, ela é para você, e quero que você me prometa que se
acontecer o que eu disse, você se enforcará nela".

A jovem riu, achou absurdo, mas, para não contrariar o pai, prometeu e pensou que jamais isso pudesse
ocorrer.

O tempo passou..., o pai morreu e sua filha tomou conta de tudo, mas assim como se havia previsto, a
jovem gastou tudo, vendeu os bens, perdeu os amigos e a própria dignidade.
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Desesperada e aflita, começou a refletir sobre a sua vida e viu que havia sido uma tola, lembrou-se do
pai e começou a chorar e dizer:- Ah, meu pai, se eu tivesse ouvido os teus conselhos, mas agora é tarde, é
tarde demais.

Pesarosa, a jovem levantou os olhos e longe avistou o pequeno celeiro, era a única coisa que lhe
restava.

A passos lentos se dirigiu até lá e, entrando, viu a forca e a placa empoeirada e disse:

Eu nunca segui as palavras do meu pai, não pude alegrá-lo quando estava vivo, mas pelo menos desta
vez vou fazer a vontade dele, vou cumprir minha promessa, não me resta mais nada.

Então subiu nos degraus e colocou a corda no pescoço, e disse: - Ah se eu tivesse uma nova chance...

Então pulou, sentiu por um instante a corda apertar sua garganta, mas o braço da forca era oco e
quebrou-se facilmente, a jovem caiu no chão, e sobre ela caiam jóias, esmeraldas, perolas, diamantes; a forca
estava cheia de pedras preciosas, e um bilhete que dizia:

- Essa é a sua nova chance, eu te Amo muito. Teu Pai.

Conto 32.- O Guardião do Mosteiro


Certo dia, num mosteiro zen-budista, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto. O
grande Mestre convocou, então, todos os discípulos para descobrir quem seria o novo sentinela.

O Mestre, com muita tranqüilidade, falou: Assumirá o posto o monge que conseguir resolver primeiro o
problema que eu vou apresentar.

Então ele colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em
cima dela, pôs um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo.
E disse apenas: - Aqui está o problema!

Todos ficaram olhando a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao
centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma?

Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro
da sala e ...ZAPT!... destruiu tudo, com um só golpe.

Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o Mestre disse: Você é o novo Guardião. Não importa que o
problema seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado.

Um problema é um problema, mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso
ou um grande amor que se acabou. Por mais lindo que seja ou tenha sido, se não existir mais sentido para ele
em sua vida, deve ser suprimido.

Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que
hoje somente ocupam espaço - um lugar indispensável para criar a vida.

Os orientais dizem:

- Para você beber vinho numa taça cheia de chá, é necessário primeiro jogar fora o chá, para então,
beber o vinho.

Ou seja, para aprender o novo, é essencial desaprender o velho. Limpe a sua vida, comece pelas
gavetas, armários até chegar às pessoas do passado que não fazem mais sentido estar ocupando espaço em sua
mente. Vai ficar mais fácil ser feliz.

Conto 33.- O Ferreiro


Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, resolveu entregar sua alma a
Deus. Durante muitos anos trabalhou com afinidade, praticou a caridade, mas, apesar de toda sua dedicação,
nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez
mais.
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Uma bela tarde, um amigo que o visitara - e que se compadecia de sua situação difícil - comentou: "'É
realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida
começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda a sua crença no mundo espiritual,
nada tem melhorado".

O ferreiro não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que
acontecia em sua vida.

Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a
explicação que procurava. Eis o que disse o ferreiro: "Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e
preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isto é feito? Primeiro aqueço a chapa de aço num calor
infernal, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico
golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo, ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina
inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de
temperatura. Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas, não é
suficiente".

O ferreiro deu uma longa pausa e continuou: "As vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue
agüentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei
que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-
velho que você viu na entrada de minha ferraria."

Mais uma pausa e o ferreiro concluiu: "Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho
aceito as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o
aço. Mas a única coisa que peço é: Meu Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor
espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser, mas jamais me coloque no monte
de ferro-velho das almas”.

Conto 34.- A Alma Gêmea


Havia uma vez uma alma pura e divina que um dia correu muito hesitada até Deus e Lhe disse: “Deus,
já sei quem eu sou”!!!

Deus lhe respondeu: “Que bom! Quem sois?”.

E a alma disse, "Sou luz."

Ao qual Deus acrescentou: "Correto, sois luz."

A alma pensou um momento e diz: "Mas Deus, eu desejo ser A Luz."

Deus lhe diz: "Mas já sois luz."

E a alma acrescentou: "Sei que sou luz, porém desejo ser a própria Luz. Desejo me sentir sendo luz.
Desejo me conhecer através das minhas próprias experiências. Desejo sentir cada minuto da minha vida.
Desejo ser eu mesma."

E Deus lhe responde, "Oh!, vejo que desejas experimentar ser o que já sois."

A alma divina retruca: "Sim, isso mesmo. Desejo experimentar ser a luz, não somente sabê-lo."

E Deus replica: "Isso é compreensível, porém é algo bastante difícil de realizar, porque como vês, neste
plano não existe nada mais do que luz. Porque sois uma vela no sol. Estais entre bilhões e bilhões de velas e
todas vós fazeis o sol. Porém, o sol não seria o sol sem você e sem as demais velas. Como seria possível te
conhecer como luz dentro da própria luz?”.

"Bom", diz a alma, "Você é Deus, pode pensar em alguma coisa."

Deus acrescenta: "Já sei o que farei. Como você não pode se experimentar como luz dentro da luz, te
cobrirei com aquilo que não sois. Juntos imaginaremos o que não sois e te cobrirei com aquilo e a isso
chamaremos de escuridão. Te rodearei de escuridão. Te rodearei com o oposto do que sois, para que possas
conhecer através da experiência o brilhante e luminosa que sois."

A alma diz: "Estou preparada. Dai-me a escuridão para que possa ser a luz."
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Deus responde: "Te rodearei de escuridão e no momento em que te vejas rodeada por ela, não levantes
teu braço aos céus para maldizer a escuridão. Sejas uma luz nas trevas para que possas saber quem sois
realmente, para que todas as vidas que toques possam também o saber. Que tua luz brilhe entre os seres
humanos para que possam ver sua própria gloria refletida em você. Podereis fazer isto com qualquer aspecto
divino que o desejes. Escolhe bem e com sabedoria o que vais pedir, porque isto te acompanhará nesta e em
todas as tuas encarnações. Porque a vida tem como propósito de ser o aspecto divino de Deus que está contido
em vós." E Deus lhe pergunta, "Que
escolhes para tua próxima vida?"

Hesitante, a alma divina pergunta: "Posso ser qualquer coisa que Vos também sois?"

Deus responde: “Sim, tudo ou qualquer parte do que sou. Que escolhes?”.

A alma diz: "Você quer dizer na próxima vida? Posso ser a felicidade, a alegria, a sabedoria, a paz, o
amor o..."

"Correto", diz Deus.

A alma responde: "Escolho, escolho, isso...., quero ser..., quero experimentar...desejo......desejo...."

Diz Deus, "Certo, certo, certo este é teu grande dia. Escolhestes o perdão, porque desejas ter contigo a
compaixão e a misericórdia”.

"Sim, sim", diz a alma divina, "isso é o que desejo fazer, desejo me experimentar como compaixão."

"Muito bem", diz Deus, "só temos um problema, já que como podes ver, ao teu redor não existe
ninguém a quem possas perdoar."

"Ninguém?", diz a alma.

Responde Deus: "Olha ao teu redor, você vê alguém menos perfeito, com menos luz e com menos
candura do que você?”.

Nesse momento a alma se volta e vê todas as outras almas do universo que se haviam reunido porque
tinham ouvido a discussão entre Deus e a alma. Esta olhou ao seu redor e tudo que viu foi maravilha, beleza e
perfeição. E disse: "Só posso ver perfeição ao meu redor. A quem posso perdoar então? Porque não existe
ninguém menos perfeito do que eu. Como experimentarei a compaixão?"

Então, timidamente uma alma se adiantou do grupo e diz: "Não te desesperes, você pode perdoar a
mim."

A alma diz então "Quem é você?"

A outra alma replicou: "Sou uma entre muitas outras almas, mas acima de tudo sou a tua alma gêmea!!
e te proporcionarei, na tua próxima encarnação alguém a quem possas perdoar. Farei de tudo para te ensinar a
perdoar e te mostrarei todos àqueles aos quais deverás perdoar."

"Que, que?" disse a alma, "que fareis?"

"Não te preocupes", replicou a outra alma, "já pensaremos em alguma coisa."

"Porém que?", diz a alma, "que fareis? Porque sois tão bela como eu, um ser de total perfeição, cuja luz
é produzida pela vibração de teu bendito e glorioso ser. Que poderíeis fazer como para que a tua vibração
diminuísse a tal ponto como para poder fazer uma coisa tão terrível? Por que haverias de fazer isso?”

A outra alma respondeu: "É bastante simples, o faria porque te amo. Tu o tens feito por mim também,
não te lembras? Já o esquecestes? Já temos vivido juntos por muitas vezes e já passamos por isto em outras
ocasiões, não te lembras de nada? Temos estado em todos os cantos do universo e também à frente e atrás do
tempo, fomos bons e também maus, tivemos grandes diferenças, mas também tivemos grandes reconciliações.
Mas em todas as encarnações estivemos juntos de alguma forma, às vezes segui meu caminho e outras fostes
tu que o seguistes, mas sempre estivemos perto um do outro. Seguramente recordarás quando eu era a vítima e
tu a malvada. Seguramente será difícil fazer diminuir minha vibração exatamente como o descrevestes, não é
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tão simples assim, por este motivo tenho que te pedir somente um favor na tua próxima encarnação, e é de que
possas ter compaixão e piedade para comigo."

"Que, que?", diz a alma. "O farei, o farei, terei a experiência de como realmente sou. Que poderei fazer
por você?”.

A outra alma replicou: "No momento em que te faça algum dano ou te perturbe, ou te faça a coisa que
pior te possa parecer ou que possas imaginar, nesse momento lembra sempre de quem eu realmente sou.
Porque se me esqueces, não te lembrarás jamais de mim enquanto estiveres viva e só te lembrarás depois de
teres desencarnado. E se isto acontecer em vida, que te esqueças de mim, Deus colocará uma terceira pessoa
para que nos ajude a lembrar de quem somos e de que laços nos unem, mas isto terá um certo preço, e se isto
ainda não for suficiente, Deus terá que colocar uma quarta pessoa para nos lembrar disto e isto terá um preço
mais alto ainda a ser pago por nós duas”.

E a alma replicou: "Não o esquecerei jamais, não o esquecerei jamais, nem que seja no pior momento
da minha vida, isso eu te juro."

E assim aconteceu na próxima encarnação destas duas belas almas.

Conto 35.- REFLEXÃO


Existia uma escola que se dedicava ao ensino de crianças deficientes. Alguma dessas crianças
permaneciam ali por toda a sua vida escolar, enquanto outras podiam ser educadas em escolas normais. Em
um jantar beneficente dessa escola, o pai de uma criança fez um discurso que jamais seria esquecido pelos que
estavam presentes.

Depois de elogiar a escola e seu dedicado pessoal, clamou ele:

- Onde está a perfeição em meu filho José? Pois tudo o que Deus faz é feito com perfeição! Mas meu
filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem. Meu filho não pode se lembrar de fatos e
números como as outras crianças. Onde está a perfeição de Deus?

A audiência estava chocada, sofrida pela angústia do pai e paralisada pela pergunta crucial.

- Eu acredito, o pai respondeu, que quando Deus traz uma criança assim no mundo, a perfeição que ele
busca está no modo como as pessoas reagem a esta criança.

Ele contou então a seguinte história sobre o seu filho José.

- Uma tarde José e eu caminhávamos por um parque onde alguns meninos que José conhecia estavam
jogando futebol e José perguntou:

- Pai você acha que eles me deixarão jogar?

Eu sabia que meu filho não era apto para esportes e que a maioria dos meninos não o queriam no time
deles. Mas entendi que se o meu filho fosse escolhido para jogar, isto lhe daria uma sensação de participação,
de autoconfiança e de utilidade.

Aproximei-me de um dos meninos no campo e perguntei-lhe se José poderia jogar. O menino deu uma
olhada ao redor procurando pela aprovação dos seus companheiros de time. Não conseguindo nenhuma
aprovação, ele assumiu a responsabilidade em suas próprias mãos e disse "Nós estamos perdendo por 3 a 0 e o
jogo está no segundo tempo. Eu acho que ele pode entrar e tentar jogar por nosso time ".

Fiquei emocionado com esta atitude e quando José abriu um grande sorriso não pude conter as minhas
lágrimas. Pediram então a José para vestir o uniforme do time e jogar.

Aos poucos minutos, o time de José marcou o primeiro gol mas ainda estavam perdendo por 3 a 1.
Minutos depois, o time de José marcou novamente dois gols e agora o marcador estava 3 a 3.

Logo após, um atacante do time de José sofreu um pênalti e o capitão do time (que era o menino que o
tinha aceito para jogar) o escalou para bater a falta!

O time deixaria José bater a falta nestas circunstâncias e jogar fora a chance de ganhar o jogo?
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Surpreendentemente, tinha sido dada a aprovação à José. Todo mundo sabia que era quase impossível
que ele marcasse o gol porque José nem mesmo sabia chutar direito, nem mesmo correr bem era possível!

Porém, quando José tomou posição, o goleiro do time adversário se moveu alguns passos, num gesto de
extrema autoconfiança e desdém para com José.

Todo mundo começou a gritar: José, José, José, José!

José olhou a bola, olhou depois para o goleiro adversário e vacilante e cheio de medo, correu
desajeitadamente para chutar, com os olhos arregalados e assustados.

Pareceu-lhe uma eternidade até que ele alcançasse a bola com seus pés. Neste instante fechou seus
olhos e chutou com toda a sua força e escutou uma enorme gritaria de todo o público que assistia ao jogo!

Quando José abriu seus olhos, não podia acreditar no que estava vendo: a bola estava no fundo da
rede!!!!

José correu para pegar a bola e todos os meninos o ergueram nos ombros fazendo dele o herói, como se
ele tivesse vencido um grande jogo ou um campeonato.

- Naquele dia, disse o pai docemente e com lágrimas caindo sobre sua face, todos esses meninos
alcançaram o nível da perfeição de Deus.

E continuou o pai a dizer:

- Engraçado como isto é tão verdadeiro e envergonha a todos nós! Engraçado como se pode enviar mil
piadas por e-mail e elas se espalharem como fogo, mas quando você começa a enviar mensagens sobre algo
bom, as pessoas pensam duas vezes em compartilhá-las. Engraçado como a indecência, as coisas grotescas,
vulgares e obscenas cruzam livremente o ciberespaço, mas quando vocês forem contar esta história, vocês
pensarão duas vezes em fazê-lo, porque vocês não estarão seguros se a pessoa que lhes está escutando vai
acreditar.

- Engraçado como uma pessoa pode se preocupar mais sobre o que as outras pessoas pensem dela do
que o que Deus pensa dela. Engraçado não é?

- Entretanto algumas pessoas não se preocupam com as outras - só com elas próprias! Mas existem
algumas poucas pessoas que se preocupam com as outras, e este foi o caso do menino que deixou meu filho
jogar, que lhe deu a chance de bater aquela falta, que acreditou nele, apesar dele não ser normal como as
outras crianças!

- Vamos todos ter a esperança de que nós podemos fazer a vida um pouco melhor para pessoas que não
estão tão bem quanto nós. Vamos lutar por fazer alguém acreditar nele mesmo e que tudo pode ser realizado!!!
E que a Perfeição de Deus abençoe a todos nós

Conto 36.- A Piedade


Maria olhou a caixa do correio e encontrou uma carta. Apanhou-a, olhou e, antes de abrir, percebeu que
o envelope não tinha selo, carimbo do correio ou nome e endereço do remetente mas estava lacrada. Em todo
caso, a abriu e a leu:

"Querida Maria, estarei nas imediações hoje à tarde e gostaria de passar para te visitar. Com o amor de
sempre, Jesus".

As mãos da Maria tremiam, enquanto ela colocava a carta na mesa.

Por que quereria o Mestre me visitar? Não sou ninguém especial, não tenho nada para oferecer, nada
tenho feito na minha vida,.... Com esses pensamentos de insegurança e incerteza, Maria lembrou-se que a
dispensa estava vazia.

Oh, meu Deus, eu não tenho nada para lhe oferecer. Tenho que sair e comprar algo.

Pegou a bolsa e contou o dinheiro que tinha, trinta reais e quarenta centavos.

Bem, é suficiente para comprar pão e uns frios, pelo menos.


28

Ela colocou o casaco nas costas e correu para o supermercado. Após comprar algumas pequenas coisas
para oferecer ao convidado Maria ficou com apenas cinco reais na bolsa. Mesmo assim, sentiu-se bem ao
voltar para casa, carregando os alimentos que ofereceria.

- Hei senhora, poderia nos ajudar?

Maria estava tão absorta (como sempre) em seus planos para receber a visita que nem se deu conta das
duas figuras na calçada. Um homem e uma mulher, ambos vestidos com pouco mais que trapos.

- Olhe, senhora, estou desempregado, e minha mulher e eu temos vivido aqui nas ruas e, bem, agora
está esfriando e estamos com fome, se a senhora pudesse nos ajudar, ficaríamos agradecidos.

Maria olhou para ambos. Estavam sujos, cheiravam mal e francamente ela estava certa de que poderiam
conseguir trabalho se realmente o quisessem.

Maria respondeu:

- Gostaria de ajudá-los, mas também sou uma mulher com poucos recursos. Tudo o que tenho são
alguns frios e pão, e terei uma visita importante hoje à tarde, e planejava servir estas compras para ele.

- Está certo, senhora, eu compreendo. Obrigado, de qualquer modo.

O homem passou os braços em volta dos ombros da mulher virou-se e voltou para a calçada. A medida
que os olhava partir, Maria sentiu um enternecimento que apertava seu coração, sentimento este que já lhe era
conhecido.

- Senhor, espere!

O casal parou e voltou-se, enquanto ela corria em direção a eles.

- Olhe, por que vocês não ficam com esta comida? Eu arranjarei alguma coisa diferente para servir ao
meu convidado.

Ela estendeu ao homem a sacola com as compras.

- Obrigado, senhora, muito obrigado.

- Sim, muito obrigada! - era a mulher do desempregado, e Maria pode ver que ela tremia de frio.

- Sabe, eu tenho outro casaco em casa. Por que você não fica com este aqui?

Maria tirou a jaqueta e colocou sobre os ombros da mulher. E, sorrindo, voltou para a rua, a caminho de
casa, sem o casaco e sem a comida para servir ao convidado.

- Obrigado senhora, muito obrigado...

Maria estava gelada quando chegou na porta do prédio, e preocupada também. O Senhor estaria vindo
para uma visita e ela não tinha nada para oferecer a Ele. Ela enfiou a mão na bolsa para apanhar a chave da
porta. Nesse momento, percebeu que havia outro envelope enfiado na porta do apartamento.

Que estranho. O carteiro não passa normalmente duas vezes no mesmo dia...

Ela pegou o envelope e o abriu.

"Querida Maria: Foi tão bom ver você outra vez. Obrigado pela refeição deliciosa. E obrigado também
pelo bonito casaco. Com o amor de sempre, Jesus"

O ar ainda estava frio, mas mesmo sem o casaco, Maria não percebeu, pois seu coração estava repleto
de alegria e de amor pelo próximo.

Meus caros irmãos:


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Talvez a “Pietã” de hoje seja diferente da que Michelangelo idealizou no passado?


Talvez não tenhamos que carregar nenhum corpo inanimado para ter Piedade?
Talvez tenhamos hoje que carregar os corpos vivos dos que nos rodeiam para que a Piedade que tanto
buscamos possa se manifestar e ser uma virtude real dentro da nossa alma?
Mas igual que a mãe de Jesus, que isto seja feito sem lágrimas, sem desespero e com muita resignação e
muito amor. E este sentimento que muitos irmãos já estão sentindo em seus corações, deve ser demonstrado
em fatos e atitudes.

Conto 37.- O Caminho


Conta-se que havia uma vez uma mulher que havia dado a luz a seu primeiro e único filho, ao qual
amava do fundo de seu coração.

O menino morreu de uma intensa febre, apesar dos cuidados do médico. A mãe ficou arrasada pela
tristeza e falou ao médico:

- Por favor me diga, que fez aquietar sua fortaleza e silenciar sua voz?

Ao qual o médico lhe respondeu:

- Foi a febre.

E a mãe perguntou:

- E que é a febre?

O médico diz:

- É algo infinitamente pequeno, que visita nosso corpo e ao qual não podemos ver com nossos olhos.

Pela tarde, chegou um sacerdote para consolar à mãe. E ela chorou e gritou:

- Porque perdi meu filho, meu único e primeiro filho?

Ao que o sacerdote respondeu:

- Minha filha, é a vontade de Deus. Deus é infinitamente grande, não pode ser visto com nossos olhos
humanos.

Então a mãe gritou:

- O infinitamente pequeno matou meu filho, pela vontade do infinitamente grande! Me diz padre: quem
somos nós?

Nesse mesmo instante, entrou a mãe da mulher que tinha perdido o filho, com a mortalha para o
menino morto e ouvindo as palavras da sua filha, lhe tomou entre as suas mãos e lhe diz:

- Minha filha, nós somos o infinitamente pequeno, ao mesmo tempo somos o infinitamente grande,
somos por tanto o caminho entre ambos.

Conto 38.- A Culpa


Uma empresa estava em situação muito difícil. As vendas iam mal, os empregados estavam
desmotivados, os balanços há meses não saiam do vermelho.

Era preciso fazer algo para reverter esta situação.

Ninguém queria assumir nada. Pelo contrário: o pessoal apenas reclamava que as coisas andavam ruins
e que não havia perspectiva de progresso na empresa. Eles achavam que alguém deveria tomar a iniciativa
para reverter aquele processo.

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um enorme cartaz,
onde estava escrito: "Faleceu ontem a pessoa que impedia o seu crescimento na empresa. Você está convidado
para o velório, que acontecerá no pátio da empresa."
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Inicialmente, todos se entristeceram pela morte de alguém, mesmo sem saber quem era, mas depois
ficaram curiosos para conhecer aquele que estava bloqueando o crescimento de todos.

A agitação no pátio da empresa foi tão grande que foi preciso chamar a segurança para organizar a fila
do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação ia aumentando.

"Quem será que estava atrapalhando meu progresso? Ainda bem que esse infeliz morreu"

Um a um, os funcionários aproximavam-se do caixão, agitados. Ao olhar o defunto, engoliam em seco,


ficando no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma.

O que havia no caixão?

Havia apenas um espelho que refletia a imagem daquele que se aproximava e olhava para dentro do
caixão...

Pense nisso... Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: Você mesmo.

Você é a única pessoa que pode fazer uma revolução em sua vida. Você é a única pessoa que pode
ajudar a si mesmo.

É dentro do seu coração que você vai encontrar a energia necessária para se tornar o artista de sua
própria criação.

Conto 39.- As Duas Jóias


Narra uma antiga lenda, que um religioso muito dedicado, vivia feliz com sua família. Esposa
admirável e dois filhos queridos.

Certa vez, por imperativos da religião, empreendeu uma longa viagem, ausentando-se do lar por vários
dias. No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados. A mãe
sentiu o coração dilacerado pela dor da perda.

No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque
com bravura. Todavia, uma preocupação lhe vinha a mente: como dar ao esposo a triste notícia? Sabendo-o
portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção. Lembrou-se de fazer uma
prece. Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão.

Alguns dias depois, num final de tarde, o religioso retornou ao lar. Abraçou longamente a esposa e
perguntou pelos filhos...

Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria das
crianças. Alguns minutos depois estavam ambos sentados à mesa. Ela lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele
perguntou novamente pelos filhos. A esposa, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido:

- Deixe os filhos. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave.

- O marido, já um pouco preocupado perguntou: O que aconteceu? Notei você abatida! Fale!
Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.

- Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável,
para que as guardasse. São jóias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo! O problema é esse! Ele vem buscá-
las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?

- Ora minha querida! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!... Por
que isso agora?

- É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!

- Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.

- Mas eu não consigo aceitar a idéia de perdê-las!

E o religioso respondeu com firmeza:


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- Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo! Vamos devolvê-las, eu a ajudarei.
Faremos isso juntos, hoje mesmo.

- Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito.
As jóias preciosas eram nossos filhos. Deus os confiou a nossa guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los.
Eles se foram para sempre...

O religioso compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa, e juntos derramaram muitas lágrimas.

Quantas vezes tomamos posse de algo que não nos pertence? Quantas vezes achamos que alguma coisa
nos pertence, quando na realidade nada é nosso a não a nossa própria alma? Que egoísmo miserável nos leva a
pensar que somos donos, quando na verdade estamos de passagem?

Talvez nossas vidas fossem muito mais calmas se entendêssemos que tudo que temos nos foi concedido
por Deus... Mas tem uma força que nos impede de realizar este pensamento e concretizar esta manifestação.

Conto 40,- O mais puro Amor


Certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor
representasse o mais puro amor.

Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados.

O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam no ar
acariciadas por uma brisa suave.

O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu.

O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio a uma
tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.

Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência
das ondas contra o rochedo.

Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de
desempate:

- Como este quadro tão violento pode representar o mais puro amor, Sr. Juiz?

E o juiz, com uma serenidade muito grande, disse:

- Vocês repararam que em meio à violência das ondas e da tempestade há, numa das fendas do rochedo,
um passarinho com seus filhotes dormindo tranqüilamente?

E os pintores sem entender responderam: sim, mas... Antes que eles concluíssem a frase, o juiz
ponderou:

- Caros amigos, o verdadeiro amor é aquele que mesmo nos momentos mais difíceis e turbulentos nos
permite repousar tranqüilos!

Conto 41.- Os Sete Corpos


Um dia destes enquanto dormia tranqüilamente, meus sete corpos se sentaram e começaram a falar em
voz baixa, e travaram o seguinte diálogo:

Primeiro corpo: aqui, junto a este sujeito, tenho vivido todos estes anos, sem ter outra coisa a fazer
senão renovar sua dor durante o dia e reviver a sua tristeza durante a noite. Não posso suportar por mais tempo
meu destino e me rebelarei contra ele!

Segundo corpo: tua sorte é melhor do que a minha, porque a mim me foi designado ser a parte alegre e
feliz deste sujeito. Eu vivo as suas risadas, canto suas horas felizes e danço seus mais luminosos pensamentos,
sou eu quem deveria de se rebelar contra tão fatigosa existência!
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Terceiro corpo: e eu o que teria a dizer então? Sou o corpo encarregado do amor, sou a tocha ardente
das paixões selvagens e dos mais fantásticos desejos. Sou corpo doente e fatigado que não consegue viver o
amor e a ternura, portanto sou eu quem me deveria de rebelar contra este sujeito!

Quarto corpo: Entre todos vós, sou eu o mais infeliz, porque nada me foi dado senão o abominável
ódio e o destrutivo rancor. Sou eu o corpo intempestivo e impulsivo, o único nascido nas negras cavernas do
inferno, quem deveria protestar por ter que seguir ao serviço deste sujeito!

Quinto corpo: Não, quem tem que se rebelar sou eu, pois sou o corpo pensante, o corpo imaginativo, o
corpo sedento e faminto, o único condenado a vagar sem descanso em busca das coisas desconhecidas e das
coisas ainda não criadas, sou eu e não vós quem deve de se rebelar.

Sexto corpo: e eu? Sou eu o corpo que trabalha, o insignificante operário que com suas mãos pacientes
e olhos desejosos, transforma os dias em imagens e em formas novas e ternas, os antigos elementos. Sou eu o
solitário, quem deve de se rebelar junto a este sujeito.

Sétimo corpo: que estranho que todos vocês queiram se rebelar contra este homem, só porque cada um
de vós tem um determinado destino a cumprir? Tomara que esse fosse meu destino, determinado e conhecido!
Mas eu não tenho nenhum, sou o corpo sem ocupação, aquele que se senta em silêncio, vazio de tempo e de
espaço, enquanto todos vós estais ocupados e criando a vida! Sois vós ou eu, meus irmãos, quem deve de se
rebelar?

Quando o sétimo corpo terminou de falar, os outros seis ficaram olhando-o, com muita pena, porém
sem dizer nenhuma palavra. E quando a noite se fez mais profunda e tenebrosa, todos foram se deitar e dormir,
novamente submissos ao individual destino.

Porém, o sétimo corpo permaneceu acordado, olhando o nada que existe atrás de todas as coisas e mais
uma vez ficou acordado, sem saber para onde ir ou o que fazer!

Conto 42.- A Borboleta


Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo. Um homem sentou-se e observou a borboleta
por várias horas conforme ela se esforçava para fazer com que seu pequeno corpo passasse através daquela
fenda. Num determinado momento pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha
ido o mais longe que podia, e não conseguiria fazer mais nada para sair do casulo.

Então, o homem decidiu ajudar a borboleta, pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A
borboleta saiu facilmente, mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas. O homem
continuou a observar a borboleta porque esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abririam e
esticariam para serem capazes de voar, de suportar o corpo.

Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e
asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não
compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário a borboleta para passar através da pequena
abertura, era o modo com que Deus fazia com que o fluído do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de
modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.

Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar
através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Nós não iríamos ser tão fortes
como poderíamos ter sido e nós nunca poderíamos voar.

Eu pedi Força...................................... e Deus me deu dificuldades para me fazer forte.


Eu pedi Sabedoria............................... e Deus me deu problemas para resolver.
Eu pedi Prosperidade.......................... e Deus me deu cérebro e músculos para trabalhar.
Eu pedi Coragem................................ e Deus me deu perigos para superar.
Eu pedi Amor .................................... e Deus me deu pessoas com problemas para ajudar.
Eu pedi Favores.................................. e Deus me deu oportunidades.
Eu não recebi nada do que pedi ......... mas eu recebi tudo o que precisava.

Conto 43.- Amor de Mãe


Uma criança pronta para nascer perguntou a Deus: Dizem-me que estarei sendo enviado à terra
amanhã... Como vou viver lá, sendo assim pequeno e indefeso?
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E Deus disse: Entre muitos anjos, eu escolhi um especial para você. Estará lhe esperando e tomará
conta de você.

Criança: Mas diga-me: Aqui no Céu eu não faço nada a não ser cantar e sorrir, o que é suficiente para
que eu seja feliz. Serei feliz lá?

Deus: Seu anjo cantará e sorrirá para você... a cada dia, a cada instante, você sentirá o amor do seu anjo
e será feliz.

Criança: Como poderei entender quando falarem comigo, se eu não conheço a língua que as pessoas
falam?

Deus: Com muita paciência e carinho, seu anjo lhe ensinará a falar.

Criança: E o que farei quando eu quiser Te falar?

Deus: Seu anjo juntará suas mãos e lhe ensinará a rezar.

Criança: Eu ouvi que na Terra há homens maus. Quem me protegerá?

Deus: Seu anjo lhe defenderá mesmo que signifique arriscar sua própria vida.

Criança: Mas eu serei sempre triste porque eu não Te verei mais.

Deus: Seu anjo sempre lhe falará sobre Mim, lhe ensinará a maneira de vir a Mim, e eu estarei sempre
dentro de você.

Nesse momento havia muita paz no céu, mas as vozes da terra já podiam ser ouvidas. A criança
apressada, pediu suavemente: Oh Deus se eu estiver a ponto de ir agora, diga-me por favor, o nome do meu
anjo.

E Deus respondeu: Você chamará seu anjo.....MÃE !

Conto 44.- Os 15 Minutos


Era uma vez, há muitos e muitos anos, uma escola de anjos.

Conta-se que, naquele tempo, antes de se tornarem anjos de verdade, os aprendizes de anjos passavam
por um estágio. Durante um certo período, eles saíam em duplas para fazer o bem e no final de cada dia,
apresentavam ao anjo mestre um relatório das boas ações praticadas.

Aconteceu então, um dia, que dois anjos estagiários, depois de vagarem exaustivamente por todos os
cantos, regressavam frustrados por não terem podido praticar nenhum tipo de salvamento sequer. Parece que,
naquele dia, o mal estava de folga.

Enquanto voltavam tristes, os dois se depararam com dois lavradores que seguiam por uma trilha. Neste
momento, um deles, dando um grito de alegria, disse para o outro:

- Tive uma idéia. Que tal darmos o poder a estes dois lavradores por quinze minutos para ver o que eles
fariam? O outro respondeu:

- Você ficou maluco? O anjo mestre não vai gostar nada disto!

Mas o primeiro retrucou:

- Que nada, acho que ele até vai gostar! vamos fazer isso e depois contaremos para ele...

E assim o fizeram. Tocaram suas mãos invisíveis na cabeça dos dois e se puseram a observá-los. Poucos
passos adiante, eles se separaram e seguiram por caminhos diferentes. Um deles, após alguns passos depois de
terem se separado, viu um bando de pássaros voando em direção à sua lavoura, e passando a mão na testa
suada, disse:

- Por favor meus passarinhos, não comam toda a minha plantação! Eu preciso que esta lavoura cresça e
produza, pois é daí que tiro o meu sustento.
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Naquele momento, ele viu espantado a lavoura crescer e ficar prontinha para ser colhida em questão de
segundos. Assustado, ele esfregou os olhos e pensou: devo estar cansado... e acelerou o passo.

Aconteceu que logo adiante ele caiu, ao tropeçar em um pequeno porco que havia fugido do chiqueiro.
Mais uma vez, esfregando a testa ele disse:

- Você fugiu de novo meu porquinho! Mas, a culpa é minha, eu ainda vou construir um chiqueiro
decente para você. Mais uma vez espantado, ele viu o chiqueiro se transformar num local limpo e acolhedor,
com água corrente e o porquinho já instalado no seu compartimento. Esfregou novamente os olhos e
apressando ainda mais o passo disse mentalmente: "estou muito cansado!"

Neste momento ele chegou em casa e, ao abrir porta, a tranca que estava pendurada caiu sobre sua
cabeça. Ele então tirou o chapéu, e esfregando a cabeça disse:

- De novo, e o pior é que eu não aprendo. Também, não tem me sobrado tempo. Mas ainda hei de ter
dinheiro para construir uma grande casa e dar um pouco mais de conforto para minha mulher.

Naquele exato momento aconteceu o milagre. Aquela humilde casinha foi se transformando numa
verdadeira mansão diante dos seus olhos...

Assustadíssimo, e sem nada entender, convicto de que era tudo decorrente do cansaço, ele se jogou
numa enorme poltrona que estava na sua frente e, em segundos, estava dormindo profundamente. Não houve
tempo sequer para que ele tivesse algum sonho.

Minutos depois, ele ouviu alguém pedir socorro:

- Compadre! Me ajude! Eu estou perdido!

Ainda atordoado, sem entender muito o que estava acontecendo, ele se levantou correndo. Tinha na
mente, imagens muito fortes de algo que ele não entendia bem, mas parecia um sonho.

Quando ele chegou à porta, encontrou o amigo em prantos. Ele se lembrava que poucos minutos antes
eles se despediram no caminho e estava tudo bem.

Então, perguntando o que havia se passado, ele ouviu a seguinte estória:

- Compadre, nós nos despedimos no caminho e eu segui para minha casa. Acontece que poucos passos
adiante, eu vi um bando de pássaros voando em direção à minha lavoura. Este fato me deixou revoltado e eu
gritei: "Vocês de novo, atacando a minha lavoura, tomara que seque tudo e vocês morram de fome!" Naquele
exato momento, eu vi a lavoura secar e todos os pássaros morrerem diante dos meus olhos! Pensei comigo,
devo estar cansado, e apressei o passo. Andei um pouco mais e cai, depois de tropeçar no meu porco que havia
fugido do chiqueiro. Fiquei muito bravo e gritei mais uma vez:

"Você fugiu de novo? Por que não morre logo e pára de me dar trabalho?" Compadre, não é que o
porco morreu ali mesmo, na minha frente! Acreditando estar vendo coisas, andei mais depressa, e ao entrar em
casa, me caiu na cabeça a tranca da porta. Naquele momento, como eu já estava mesmo era com raiva, gritei
novamente: "Esta casa. Caindo aos pedaços, por que não pega fogo logo e acaba com isto?". Para minha
surpresa, compadre, naquele exato momento a minha casa pegou fogo, e tudo foi tão rápido que eu nada pude
fazer!. Mas ...

Compadre, o que aconteceu com a sua casa?... De onde veio esta mansão?

Depois de tudo observarem, os dois anjos foram, muito assustados, contar para o anjo mestre o que
havia se passado. Estavam muito apreensivos quanto ao tipo de reação que o anjo mestre teria. Mas tiveram
uma grande surpresa!

O anjo mestre ouviu com muita atenção o relato, parabenizou os dois pela idéia brilhante que haviam
tido, e resolveu decretar que a partir daquele momento, todo ser humano teria 15 minutos de poder ao longo da
vida. Só que, ninguém jamais saberia quando estes 15 minutos de poder estariam acontecendo.

Será que os próximos 15 minutos serão os seus?


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Muito cuidado com tudo o que você diz, como age e aquilo que pensa! Sua mente trabalhará para que
tudo aconteça, seja bom ou ruim.

Conto 45.- O Peso da Fé


Uma pobre senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou num armazém, se aproximou
do proprietário conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos.

Ela explicou que o seu marido estava muito doente e não podia trabalhar e que tinha sete filhos para
alimentar. O dono do armazém zombou dela e pediu que se retirasse do seu estabelecimento.

Pensando na necessidade da sua família ela implorou: "Por favor senhor, eu lhe darei o dinheiro assim
que eu tiver..." ao que ele lhe respondeu que ela não tinha crédito e nem conta na sua loja.

Em pé no balcão ao lado, um freguês que assistia a conversa entre os dois se aproximou do dono do
armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família por sua conta.

Então o comerciante falou meio relutante para a pobre mulher:


"Você tem uma lista de mantimentos?"
"Sim", respondeu ela .
"Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar, eu lhe darei em mantimentos".

A pobre mulher hesitou por uns instantes e com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel,
escreveu alguma coisa e o depositou suavemente na balança.

Os três ficaram admirados quando o prato da balança com o papel desceu e permaneceu embaixo.
Completamente pasmado com o marcador da balança,o comerciante virou-se lentamente para o seu freguês e
comentou contrariado: "Eu não posso acreditar!"

O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança. Como a
escala da balança não equilibrava, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada.

O comerciante ficou parado ali por uns instantes olhando para a balança, tentando entender o que havia
acontecido... Finalmente, ele pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado pois não era uma lista de
compras e sim uma oração que dizia: "Meu Deus, o senhor conhece as minhas necessidades e eu estou
deixando isto em suas mãos..."

O homem deu as mercadorias para a pobre mulher no mais completo silêncio, que agradeceu e deixou o
armazém. O freguês pagou a conta e disse: "Valeu cada centavo..."

Só mais tarde o comerciante pode reparar que a balança havia quebrado, entretanto só Deus sabe o
quanto pesa uma prece...

Conto 46.- Reparando o Erro


Era uma vez um dono de uma bem sucedida farmácia numa cidade do interior. Este, era um homem
bastante inteligente mas não acreditava na existência de Deus ou de qualquer outra coisa além do seu mundo
material.

Um certo dia, estava ele fechando a farmácia quando chegou uma criança aos prantos dizendo que sua
mãe estava passando mal e que se ela não tomasse o remédio logo iria morrer.

Muito nervoso, e após muita insistência da criança, resolveu reabrir a farmácia para pegar o remédio.
Sua insensibilidade perante aquele momento era tal que acabou pegando o remédio mesmo no escuro e
entregando a criança que agradeceu e saiu dali as pressas.

Minutos depois percebeu que havia entregado o remédio errado para a criança e que se sua mãe o
tomasse seria morte instantânea.

Desesperado tentou alcançar a criança mas não teve êxito. Sem saber o que fazer e com a consciência
pesada, ajoelhou-se e começou a chorar e dizer que, se realmente existia um Deus, que não o deixasse passar
por assassino.
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De repente, sentiu uma mão a tocar-lhe o ombro esquerdo e ao virar deparou-se com a criança a dizer:
"Senhor, por favor não brigue comigo, mas é que cai e quebrei o vidro do remédio, dá para o senhor me dar
outro?".

Conto 47.- A Bíblia


Uma tarde, certa mãe muito atarefada, ao promover uma limpeza geral na casa apelou para o filho de
onze anos, pedindo-lhe ajuda nessa atividade. Coube-lhe, então, o dever de limpar os móveis, começando de
cima para baixo, ainda com a responsabilidade de retirar todos os objetos acumulados sobre eles, para que
melhor pudesse retirar toda a poeira ali amontoada desde a última faxina. O garoto servindo-se de uma
pequena escada de dois degraus, iniciou seu trabalho.

Depois de algumas horas, estavam limpos os móveis das duas salas e dos quartos. Finalmente chegou
àquele quarto onde eram colocados objetos mais antigos - alguns aproveitáveis e outros não. Havia realmente
muito o que fazer ali. Quando começou pôr abaixo tudo o que estava colocado em cima de uma velha
prateleira, o garoto deparou-se com um volume grosso, já amarelecido, empoeirado e metido entre latas,
ferramentas e tantas outras quinquilharias encostadas. Com o livro já nas mãos, o pequeno chamou a mãe e foi
dizendo:

- Olha, mãe, achei essa coisa velha, empoeirada e até com cheiro de mofo. Veja só como está
horrível.... Posso jogar no lixo?

A mãe, que por um pouco havia deixado os seus próprios afazeres a fim de atender ao chamado do
filho, vendo que aquilo que o garoto chamava de coisa era a Bíblia da família, disse-lhe em tom contrito:

- Meu filho, tome cuidado com este livro porque ele é sagrado, é o livro de Deus! Imagine, atirar ao
lixo este volume...

- Livro de Deus, mãe? Então, antes que as traças o destruam, o melhor é devolvê-lo ao Dono, pois aqui
em casa nunca o usamos e quem sabe Deus encontre alguém mais interessado nele...

Conto 48.- A Porta


Pesquisadores de várias partes do mundo, quando de visita a um antigo castelo, famoso pelas obras e
monumentos notáveis que reuniu e abrigou em seu interior, mas sobretudo pelos segredos que se escondiam
em um quarto muito misterioso.

Ao se aproximarem desse castelo, o guia os anunciou junto ao administrador do mesmo. Este,


atendendo-os com a máxima atenção, informou-lhes que ele, pessoalmente não os poderia acompanhar, mas
que mais tarde os alcançaria onde quer se encontrassem e lhes entregou uma enorme chave, dizendo:

- Esta é a chave da porta do quarto principal, que dá acesso às obras e monumentos que tanto procurais.

Foram-se pois os pesquisadores, cheios de curiosidade. Ao se depararem com a porta indicada pelo
administrador, um a um tentou abri-la, através da chave que lhes fora entregue, porém, ninguém realmente
conseguiu. Finalmente, depois de alguns momentos de espera, chegou o administrador mostrando-se admirado
por vê-los ali parados.

- Não conseguimos abrir a porta - queixou-se um deles desapontado.

- Oh, por favor, queiram me desculpar - falou o administrador. - A porta na realidade nem estava
fechada à chave, bastaria terem acionado para baixo este puxador e a entrada estaria livre.

O grupo não pôde esconder o seu grande desapontamento e vergonha, por não haver atinado com uma
coisa simples e até óbvia, ainda mais que todos estavam ansiosos e tomados de curiosidade, no sentido de
conhecer as maravilhas reunidas dentro daquele quarto.

Essa maneira de agir é semelhante ao procedimento de tantas pessoas que lutam, esforçam-se até à
exaustão na tentativa de abrirem por si mesmas a porta de entrada para a salvação. Como parte dessa iniciativa
pessoal, dão esmolas, praticam toda sorte de boas ações, freqüentam ordens iniciáticas, participam de rituais,
etc. etc.

Todo esse amontoado de coisas pode ser louvável e até necessário, do ponto de vista humano e moral,
todavia, em se tratando da salvação pessoal e eterna, é tempo perdido. Há milênios, Deus, mediante seus
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enviados, abriu-nos a porta da graça para a nossa salvação. Portanto, tudo está providenciado basta desejá-lo
com fé e manifestá-lo através da nossa vontade.

Conto 49.- O que é o amor ?


Numa sala de aula haviam várias crianças, quando uma delas perguntou à professora:

- Professora, o que é o Amor?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera.

Como já estava na hora do recreio pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e que
trouxesse o que mais despertasse nela o sentimento de amor.

As crianças saíram apressadas e ao voltarem a professora disse:

- Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.

A primeira criança mostrou: - Eu trouxe esta flor, não é linda?

A segunda criança falou: - Trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha
coleção.

A terceira criança completou: - Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto
com outro irmão. Não é uma gracinha?

E assim as crianças foram colocando o que tinham encontrado.

Terminada a exposição a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo.
Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.

A professora se dirigiu a ela e perguntou: - Meu bem, por que você nada trouxe?

E a criança timidamente responde: Desculpe professora, vi a flor e senti o seu perfume, pensei em
arrancá-la mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo, vi também a borboleta, leve,
colorida, ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as
folhas, mas ao subir na arvore notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto
professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos
olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe?

A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que SÓ
PODEMOS TRAZER O AMOR NO CORAÇÃO.

Conto 50.- A Renovação


A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chegam a viver 70 anos.

Mas para chegar a essa idade, aos 40 anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.

Aos 40 anos ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar as suas presas das
quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas,
envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já se torna difícil!

Então, a águia só tem duas alternativas: Morrer... ou enfrentar um dolorido processo de renovação que
irá durar 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho
próximo a um paredão onde ela não necessite voar.

Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir
arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando
as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas.

E só após cinco meses sai para o famoso vôo de renovação e para viver então mais 30 anos.

"Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de
renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes
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e outras tradições que nos causaram dor. Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado
valioso que uma renovação sempre traz".

"O pássaro luta para sair do ovo. O ovo é o


mundo. Aquele que nasce deve destruir um
mundo. O pássaro voa até Deus. O nome desse
Deus é Abraxas" Hermann Hesse, Demian

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