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1. Deus Pai
2. A irrupção do feminino
3. Quem matou o pai?
4. O filho culpado
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5. O patriarca mutilado
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6. As mulheres têm um sexo
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7. O poder das mães
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8. A família do futuro
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Objetivo do ensaio (p.11) penetrar o segredo dos distúrbios da família.
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1. Deus Pai
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Claude Lévi-Strauss – a vida familiar está em praticamente todas as sociedades
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humanas
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>> É em função de unir um homem e uma mulher, isto é, um ser do sexo masculino e
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outro do sexo feminino, que a família é um fenômeno universal que supõe uma
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nas distorções entre pais e filhos bem como na transmissão dos saberes
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parentesco.
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Segundo a autora, é preciso admitir que foi no seio das duas grandes ordens do
biológico (diferença sexual) e do símbolo (proibição do incesto e outros interditos)
que se desenrolaram durante séculos não apenas as transformações próprias da
instituição familiar, como também as modificações do olhar para ela voltado ao longo
das gerações.
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Professor Alyson Barros
Roudinesco – A Família em Desordem - 2021
O conceito de família passa por uma série de evoluções ao longo do livro (e zilhões de
vezes). De Aristóteles até a formação da família baseada, atualmente, na clonagem e
na reprodução assistida.
Decorrente da visão mais antiga (aristotélica) temos três tipos de relações básicas: a
relação entre o senhor e o escravo, associação entre o marido e a esposa e, por fim, o
vínculo entre o pai e os filhos.
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casamentos são arranjados entre pais sem que a vida sexual e afetiva dos futuros
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esposos seja levada em conta. É inteiramente submetida a autoridade patriarcal. É
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uma verdadeira transposição da monarquia de direito divino.
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II. família Moderna: apresenta lógica afetiva recém incorporado no final do século 18
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e meados do século 20. É fundada no amor romântico valoriza a divisão do trabalho
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entre os esposos. A atribuição de autoridade está dividida entre o Estado e os pais e
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do outro lado entre os pais e as mães.
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III. família pós-moderna: ocorre a partir dos anos 1960. Esta família contemporânea
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une ao longo de uma duração relativa dois indivíduos em busca de relações íntimas
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aumentam.
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Segundo a autora:
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A autora inicia então um passeio pelo Direito Romano, entra na época medieval, segue
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pelas tragédias gregas, cita uma dezena de grandes autores, retorna à era medieval, e
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conclui que essa evolução foi cruel na criação de um discurso misógino que perdurou
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de uma obsessão pelas feminilização do corpo social que só fará se agravar com
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2. A irrupção do feminino
A partir de Freud, com o advento da psicanálise, o pai deixa de ser o veículo único de
transmissão e passa a dividir o papel com a mãe. Foi uma grande revolução para a
época.
A autora entende que nem o patriarcado nem o matriarcado existiram de forma
pura, porém o imaginário ligado essa bipolaridade sempre teve força de lei.
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Professor Alyson Barros
Roudinesco – A Família em Desordem - 2021
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dependência dos filhos.
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Antes disso na Revolução Francesa era o estado que fazia o papel de avalista da
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autoridade paterna. O direito de correção do Estado tende a substituir os costumes
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do direito de correção atribuída ao pai (como aplicar livremente medidas corretivas a
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esposa e aos filhos).
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Após a Revolução Francesa e a Revolução Industrial o pai do período monárquico deu
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lugar a um pai cidadão, baseado na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
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Surge o direito do divórcio em 1792.
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A autora, de forma sagaz, entende que a substituição do Poder de Deus pai pelo poder
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do Pater família abre caminho para o início da emancipação das mulheres, e depois
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delas as crianças.
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A partir disso autora faz uma longa jornada através de conceitos que variam de Engels,
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Bachofen e outros.
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Engels entendia que o patriarcado era a grande derrota do sexo feminino e a criação
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do homem. Bachofen por sua vez entender que essa subversão foi absolutamente
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matriarcado persiste através dos mitos e lendas que habitam na sua memória. O
patriarcado cria, portanto, proteções contra a irrupção do feminino.
Para Freud a família é uma das grandes coletividades humanas da civilização, ela não
pode se distanciar do estado animal a não ser afirmando a primazia da Razão sobre
o afeto, e da lei do pai sobre a natureza.
Porém Freud jamais cederá ao medo fantasioso de uma possível feminilização do
corpo social. Ao contrário de muitos autores, também nunca acreditou que é
emancipação das mulheres significação Crepúsculo da razão.
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Professor Alyson Barros
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Resumo do Capítulo: não satisfeito em Darwinizar os mitos gregos, impõem uma
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torção a peça de Sófocles
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Freud inventou o mito do Édipo para responder de maneira racional ao terror da
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irrupção do feminino e a obsessão pela supressão da diferença sexual que haviam
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tomado conta da sociedade europeia no fim do século.
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Com ajuda do mito reconvertido em complexo, Freud restabelece simbolicamente
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diferenças necessárias a manutenção de um modelo de família que se temia que
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estivesse desaparecendo na realidade.
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Ele atribuía ao inconsciente o lugar de soberania perdida por Deus Pai para nele Fazer
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Reinar a lei da diferença: diferença entre as gerações, entre os sexos, entre os pais e
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os filhos.
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4. O filho culpado
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para fazer uma análise dos personagens. Ela associa Hamlet ao Édipo.
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Após citar uma dezena de autores afirma que o complexo de Édipo não é nada mais
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Segundo a autora:
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Mais além do complexo, Freud propõe, com totem e tabú, uma teoria do Poder
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correspondem três estágios da história das sociedades das religiões e também três
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5. O patriarca mutilado
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Professor Alyson Barros
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Resumo: Freud foi atacado tanto pelos partidários da abolição da família como pelos
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conservadores que o recriminavam por atentar contra a moral civilizada e por reduzir
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o homem as suas pulsões genitais.
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Acredito que o patriarca mutilado seja o próprio Freud neste capítulo!
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A autora segue, então, revisitando a história da Europa de forma não linear e com
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diversas citações de autores que lhe convém.
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Ela informa-nos da importância que a psicanálise teve para inclusão no seio da família
afetiva de novos modos de parentalidade!!!
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tornassem homens.
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Para evitar tal Apocalipse a cultura da época dizia que era necessária uma interdição
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anomalias sociais e psíquicas. O pai passou a ser julgado em função da sua ausência
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do Lar conjugal.
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Reclamação: A autora esquece que está escrevendo um texto para pessoas que
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Klein, Donald Winnicott, Durkheim, Aristóteles, Lacan e até Moisés (motivo: não sei).
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Professor Alyson Barros
Roudinesco – A Família em Desordem - 2021
Freud excluía a ideia que seria possível uma separação entre feminino e o materno,
entre o ser mulher e a procriação, entre o sexo e gênero. Lacan discordava disso.
A autora cita a evolução histórica no direito francês do direito das mulheres até o
direito de casamento e de família recomposta.
Para a autora, a família contemporânea não é mais divinizada ou naturalizada, mas
frágil, neurótica, consciente de sua desordem e preocupada em recriar entre homens
e mulheres seus papéis.
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A autora faz Breves ponderações sobre inseminação artificial e o significado disso
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para psicanálise (sem concluir absolutamente nada). Também faz algumas
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ponderações sobre a clonagem da ovelha Dolly.
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De forma bastante peculiar responde a provocação Inicial que deu origem a este livro
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ao afirmar que:
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Os homens assumiram assim um papel maternalizante no exato momento em
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que as mulheres não eram mais obrigadas a serem mães porque de tinham
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controle da procriação. O modelo familiar oriundo dessa reviravolta se tornou
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desde então acessível àqueles que dela eram excluídos: os homossexuais.
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8. A família do futuro
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O último capítulo do livro inicia fazendo uma breve avaliação dos movimentos gays
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da Califórnia, e afirma que Freud jamais ignorou o papel desempenhado pela tradição
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Apesar disso nunca abandonou a ideia de uma predisposição natural biológica para a
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para mulher o fato ser educado por mulheres ou por uma única mulher favorecia a
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homossexualidade
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sexual.
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Lacan via a homossexualidade como uma perversão: não como uma prática sexual
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