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PSICOLOGIA
MARIANA DE ARRUDA SOARES
Presidente do Conselho de Administração: Janguiê Diniz
DADOS DO FORNECEDOR
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
| ASSISTA
| CITANDO
CONTEXTUALIZANDO
| CURIOSIDADE
I tratado.
| DICA
I EXEMPLIFICANDO
| EXPLICANDO
BASES FILOSÓFICAS E
ANTROPOLÓGICAS DA ÉTICA
OBJETIVOS DA UNIDADE:
TÓPICOS DE ESTUDO
Bases filosóficas e antropológicas da ética
// Bases antropológicas
// Abordagens filosóficas
BASES ANTROPOLÓGICAS
Moore (1975) aponta que a palavra ética tem origem grega: vem de ethos,
que significa “propriedade do caráter, valores, princípios e costumes que
orientam o comportamento humano”. Para o autor, essas significações
deram origem à tradução do termo para o latim mos, ou, no plural, mores,
que se refere à moral e se relaciona com o comportamento em si, isto é, com
o modo de ação, baseado nas regras e costumes estabelecidos por cada
sociedade.
Figura 1. Estátua de mármore do grande filósofo grego, Sócrates. Fonte: Shutterstock. Acesso em:
15/08/2021.
Sócrates (470 – 399 a.C.), filósofo ateniense, viveu durante o período clássico
na Grécia Antiga. Precursor da filosofia ocidental, incentivava as pessoas a
formarem seus próprios conceitos de pensamento sobre a ética por meio de
seu método dialético. O filósofo trabalhava em locais públicos, como praças,
ruas e ginásios, disseminando seus ensinamentos através do diálogo com a
população. Para ele, sabedoria e conhecimento eram virtudes essenciais do
ser humano. Além disso, acreditava que o indivíduo só alcança o
conhecimento pleno se seguisse um método consistente de dois momentos:
Ironia
–
Preservação da espécie
–Ideia ligada ao matrimônio e à constituição de família; e
Inclinação ao bem
-Remete ao conceito de racionalidade, isto é, ao conhecimento da verdade
relacionada a Deus e ao meio social.
EXPLICANDO
Tomemos um estudante de Psicologia como exemplo: esse estado de “estudante” é o
seu ato, sua condição atual como pessoa. No entanto, ele possui pleno potencial para
se formar em Psicologia. Portanto, sua potência consiste em “ser um psicólogo”, uma
condição diferente de estudante.
O filósofo cunhou esse termo para representar o estado ideal da vida, o qual
entendia ser a busca pelo meio-termo. Em sua visão, os extremos não
passam de vícios e o ser humano deve viver na busca pelo equilíbrio, a
verdadeira virtude da vida. Portanto, agir eticamente significa orientar-se em
ações morais virtuosas, promotoras de felicidade.
Já no utilitarismo, a ética
prioriza o bem coletivo.
Nessa visão, a ação ética é
aquela cuja consequência é
a utilidade. Nessa corrente,
Stuart Mill (2020) considera
que, antes de realizar
alguma coisa, é preciso
analisá-la e verificar que seu
objetivo moral é produzir o
maior benefício ao maior
número de pessoas possível.
Figura 6. Stuart Mill. Fonte: SKOBLE, 2020.
CURIOSIDADE
De acordo com Koerich, Machado e Costa (2005), essa corrente filosófica embasou um
dos princípios da bioética, a beneficência, que diz respeito a uma ação que minimiza o
dano e beneficia o maior número de pessoas possível.
Donzelli (2016) entende a moral como um conceito geral, que avalia todas as
situações e circunstâncias por meio de códigos e condutas inflexíveis, ou
seja, que independem da situação. Já a ética, em sua visão, avalia as
situações de modo singular; o indivíduo considera cada contexto ao refletir
sobre a maneira adequada de agir.
Acha e Piva (2013) ressaltam que a moral não é um conceito estático; cada
cultura e sociedade a entende de diferentes modos. O que parece correto ao
americano pode sofrer repressão do asiático, por exemplo. Também é
possível ver a moral como um constructo variável subjetivamente, pois
diferentes indivíduos, mesmo que pertencentes à mesma sociedade ou
cultura, entendem-na do seu próprio jeito.
ASSISTA
Para uma reflexão mais aprofundada sobre os conceitos de ética e
moral, vale a pena conferir uma discussão sobre o tema através dos
pensamentos do professor Clóvis de Barros e do filósofo Mário
Cortella.
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=BM9x8HdElGs
ÉTICA E CAMPOS DE ABRANGÊNCIA
// Campo profissional
Peduzzi (2003), aponta que esse campo envolve ações técnicas e éticas que
se complementam. A dimensão técnica envolve a realização de
procedimentos e condutas correspondentes às atribuições de cada
profissão. Já a dimensão ética envolve posturas que se refletem no
relacionamento com os demais membros da equipe, bem como com os
usuários e pacientes do serviço ou instituição. Além disso, ela considera
responsabilidades que vão além do saber técnico.
ASSISTA
No vídeo O SUS e a humanização da saúde, Júlia Rocha, médica de família e
comunidade, expõe um relato de sua experiência e aborda a importância de práticas
humanizadas em saúde como promotoras da autonomia e efetivação ética do cuidado
garantidor da integralidade da assistência.
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=GE2v0GmESdg
Conforme a política nacional de humanização de 2013, práticas humanizadas
de cuidado no campo profissional refletem posturas éticas e responsáveis
quanto aos pacientes. Elas englobam estratégias de acolhimento e o uso de
tecnologias em saúde; mais precisamente, a tecnologia leve que compreende
a promoção de vínculo e possibilita um melhor entendimento das demandas.
Por sua característica transversal, o acolhimento pode ocorrer em todos os
âmbitos de promoção de cuidados; não apenas no setor de saúde.
// Campo social
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KEMP, K. et al. Ethics training for military medical trainees: the Brooke Army
Medical Center experience. Military Medicine, Bethseda, v. 173, n. 10, p.
968-74, 2008. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19160614/>.
Acesso em: 20 set. 2021.
KOERICH, M.; MACHADO, R.; COSTA, E. Ética e bioética: para dar início à
reflexão. Texto Contexto Enferm, [s.l.], v. 14, n. 1, p. 106-110, 2005.
Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/tce/a/NrCmm4mctRnGGNpf5dMfbCz/?format=pdf&l
ang=pt>. Acesso em: 20 set. 2021.
OLIVEIRA, P. Tradução & ética. In: AMORIM, L.; RODRIGUES, C.; STUPIELLO,
E. Tradução & ética: perspectivas teóricas e práticas. São Paulo: Editora
UNESP, 2015. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/6vkk8/pdf/amorim-
9788568334614-05.pdf>. Acesso em: 20 set. 2021.
PASSOS, E. Ética nas organizações. São Paulo: Atlas, 2004.
SKOBLE, A. Quem foi John Stuart Mill: um liberal clássico. Ideias radicais,
[s.l.], 10 ago. 2020. Disponível em: <https://ideiasradicais.com.br/john-stuart-
mill/>. Acesso em: 19 set. 2021.
FUNDAMENTOS
REGULAMENTARES DA PSICOLOGIA
OBJETIVOS DA UNIDADE
TÓPICOS DE ESTUDO
Leis e normas fundamentais sobre a psicologia
–
Hans Kelsen desenvolveu sua teoria no início do século XX, período em que o
pensamento científico se encontrava em ascensão, principalmente no que
tange à ideologia positivista, a qual se originou no período do Iluminismo e
teve como precursor o filósofo Augusto Comte durante o século XIX.
Figura 1. Hans Kelsen, jurista filósofo. Fonte: SCHMIDT, 2020, [s.p.]. (Adaptado).
EXPLICANDO
De suma importância para o desenvolvimento do
pensamento científico, o Iluminismo era uma corrente
filosófica que considerava a razão em detrimento do
pensamento religioso. Conforme Kury (2007), estimulava-se o
questionamento como uma maneira de compreensão das
coisas.
CLIQUE AQUI
CURIOSIDADE
Também se denomina a Constituição Federal do Brasil como Carta Magna ou
Constituição Cidadã. Esta última se deu pelo fato de que a CF de 1988 foi a primeira a
contar com a participação da população, que, na época, lutava pela retomada dos
direitos sociais fundamentais que lhe eram restritos, dados atos militares que
governavam o Brasil. Ao entrar em vigor, a CF, além de garantir os direitos sociais
fundamentais, estabeleceu o processo de redemocratização do País.
Figura 4. Pirâmide de Kelsen, hierarquia das normas. Fonte: SANTOS, 2017, [s.p.]. (Adaptado).
DICA
A psicologia perpassa por diversos contextos e âmbitos da sociedade.
Considerando uma postura ética e a hierarquia jurídica do país, o profissional
deve fundamentar a prática de acordo com o âmbito legal. Assim, recomenda-
se a consulta das leis e regulamentações em sites oficiais sempre que
necessário. Ainda, quando for preciso a consulta de um marco legislativo, isto é,
leis, orienta-se a pesquisa no endereço eletrônico oficial.
CLIQUE AQUI
De acordo com a Lei 4.119/1962, a formação em psicologia se dá nas
faculdades de filosofia, por meio das modalidades bacharelado, licenciado e
psicólogo. Os requisitos para início do curso de bacharel são: idade mínima
de 18 anos e conclusão no ensino secundário, isto é, ensino médio. Ao
formando que concluir o curso nessa modalidade, concede-se o título de
bacharel em psicologia. Para o ingresso na modalidade de licenciatura e
psicólogo, exige-se o diploma de bacharel em psicologia. Concede-se, então,
os diplomas de licenciado em psicologia e psicólogo no ato da formação.
Ressalta-se que, independentemente da modalidade de formação, deve-se
registrar o diploma no Ministério da Educação e Cultura (MEC) a fim de
efetivar o profissional.
A Lei 5.766 de 20 de dezembro de 1971 foi outro importante marco legal. Ela
criou o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e os Conselhos Regionais de
Psicologia (CRP). Dotados de personalidade jurídica de direito público,
possuem autoridade administrativa e financeira e autonomia para orientar,
disciplinar e fiscalizar o exercício profissional da categoria, zelando pelos
princípios éticos e disciplinares da profissão.
Diagrama 1. Síntese do marco legislatório que institui a psicologia como profissão no Brasil.
ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DO PSICÓLOGO
Quanto à produção de
conhecimento científico na área
da psicologia, o profissional
contribui por meio da
observação, análise e descrição
dos processos de
desenvolvimento cognitivo e
comportamental humano. Essas
competências auxiliam o
tratamento, pois favorecem a
produção de intervenções,
psicodiagnósticos, aplicação de
técnicas, promoção de saúde mental, prevenção de agravos e
encaminhamentos para atendimento apropriado. Ainda, incentivam
condutas que promovem um cuidado resolutivo conforme a necessidade de
cada caso. Ressalta-se, porém, a importância de se considerar a influência de
fatores relevantes, como condições hereditárias, psicológicas, sociais ou
ambientais, pois elas se relacionam com o funcionamento intrapsíquico e
relacional entre o indivíduo e o meio.
Psicólogo do trabalho
No trabalho em equipes multiprofissionais, o psicólogo participa e colabora
nas tomadas de decisão quanto às condutas a serem adotas
interdisciplinarmente pela equipe. Ele também participa na elaboração de
pesquisas, execução, coordenação e acompanhamento de qualificação ou
treinamento de equipes, bem como dissemina conhecimento em saúde
mental em diversas instituições, sejam elas formais ou informais. Além disso,
nota-se que, em conjunto com uma equipe multiprofissional, o psicólogo
colabora com o planejamento da política de saúde e coordena e supervisiona
atividades de estágio na área da psicologia. Ainda, ele também promove
atividades culturais, de lazer e de reinserção social de indivíduos egressos de
instituições psiquiátricas.
Psicólogo do trânsito
O psicólogo do trânsito desenvolve pesquisas quanto ao comportamento
humano no trânsito e realiza exames psicotécnicos para indivíduos que se
propõem ao processo de habilitação automotiva. Ele também participa na
elaboração e implantação de sistemas de sinalização de trânsito e atua em
equipes multiprofissionais a fim de desenvolver estratégias de prevenção de
acidentes de trânsito. Além disso, esse profissional elabora projetos
promotores de educação no trânsito, avalia os fatores envolvidos em
ocorrências de acidentes e sugere estratégias atenuantes. Finalmente,
também é função sua emitir laudos e pareceres solicitados pelo Poder
Judiciário.
Psicólogo educacional
Já o psicólogo educacional atua nas instituições educacionais. Ele colabora
com a compreensão comportamental do processo de ensino-aprendizagem,
tanto de educandos quanto de educadores e auxilia o desenvolvimento das
relações intra e interpessoais, considerando as dimensões socioeconômicas,
políticas e culturais. Ademais, realiza intervenções, pesquisas, diagnósticos
individuais ou grupais e participa na elaboração de planos e políticas
educacionais que visam à efetivação e qualidade do ensino.
Psicólogo jurídico
Compete ao psicólogo jurídico atuar no âmbito judicial, auxiliando no
planejamento e execução de políticas relacionadas aos direitos humanos,
bem como na prevenção da violência e promoção da cidadania. Ele também
contribui com o assessoramento da formulação de leis compartilhando seus
conhecimentos psicológicos no campo do Direito e avalia condições
emocionais e intelectuais de indivíduos envolvidos em processos de adoção,
guarda e crimes.
Psicólogo social
Ao psicólogo social, cabe a compreensão sócio-histórica do indivíduo,
promovendo estudos, pesquisas e intervenções em caráter psicossocial. Ele
diagnostica, planeja e executa programas sociais e assessora órgãos e/ou
entidades públicas ou privadas na elaboração de projetos e programas
sociais.
Vale salientar que, nessa época, não se via a psicologia como ciência. Não
havia nenhum profissional psicólogo e as práticas psicológicas realizadas
pertenciam ao campo da medicina. Em outras palavras, as atividades
psicológicas inicialmente exercidas no Brasil se subordinavam a esse campo.
Mesmo nessas condições, o século XX foi fundamental para o
reconhecimento do papel que a psicologia poderia desempenhar, pois
propulsionou a implantação da psicologia como profissão oficial.
Diagrama 2.
Síntese dos
princípios da
bioética.
Koerich, Machado e Costa (2005) detalham os princípios:
Beneficência
–
Não maleficência
–
Autonomia
–
Justiça ou equidade
–
SINTETIZANDO
A compreensão da legislação que regulamenta e institui a psicologia como
profissão em nosso País contribui para o entendimento da importância
dessa ciência nos contextos individual e social. A regulamentação
profissional deve sempre se alinhar ao marco jurídico que fundamenta a
ordem pública do país. A teoria de Hans Kelsen, que trata sobre a hierarquia
das normas jurídicas, favoreceu o entendimento dinâmico da justaposição
das normas comuns.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KOERICH, M.; MACHADO, R.; COSTA, E. Ética e bioética: para dar início à
reflexão. Texto Contexto Enferm, [s.l.], v. 14, n. 1, p. 106-110, 2005.
Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/tce/a/NrCmm4mctRnGGNpf5dMfbCz/?format=pdf&l
ang=pt>. Acesso em 27 set. 2021.
PSICOLOGIA
OBJETIVOS DA UNIDADE
• Explicitar o surgimento e a finalidade do código de ética profissional;
• Refletir sobre a ética na formação e atuação profissional do psicólogo;
• Abordar as questões éticas no contexto da avaliação psicológica e da
psicologia da saúde.
TÓPICOS DE ESTUDO
Códigos de ética profissional
// Surgimento do código de ética profissional
// Finalidade do código de ética profissional
A teoria topográfica, primeira proposta por Freud, era constituída por três
sistemas: o consciente, o pré-consciente e o inconsciente, que interagiam
entre si em todos os momentos. Na década de 1920, Freud introduziu um
modelo estrutural do aparelho psíquico (personalidade) a partir das inter-
relações entre Id, Ego e Superego. Aqui o inconsciente passa a ser uma
qualidade atribuída às instâncias psíquicas, de modo que o Id é totalmente
inconsciente, o Ego e Superego possuem partes inconscientes e conscientes.
Quadro 3. Três atitudes básicas do terapeuta de acordo com Rogers. Fonte: MORENO, 2018, n.p.
(Adaptado).
Abraham Maslow, psicólogo, em sua teoria de motivação e como o criador da
“pirâmide das necessidades”, propõe que a vida humana não está restrita ao
ajustamento e à realização de necessidades atuais, pois se lança sempre no
sentido de crescimento pessoal. A visão de Maslow considera o que o ser
humano possui de melhor, sua capacidade potencial para o
desenvolvimento.
O ser humano, ao voltar-se para seu interior (Self), entende seus valores e
identifica sua capacidade de crescimento. Maslow reconhece que o ser
humano tem potencial da autorrealização, do crescimento projetivo de si,
capacidade de escolha, decisão, vontade, autonomia e responsabilidade,
visão de futuro e desenvolvimento autopessoal (MASLOW, 1970).
A terapia cognitiva surgiu nos anos de 1960, como uma proposta de Aaron
Beck para o tratamento da depressão. Após anos de pesquisas, Beck
concluiu que a forma como o indivíduo interpreta os fatos influencia seus
sentimentos e comportamentos. Uma mesma situação produz sensações
distintas em diferentes pessoas. Atualmente, a TCC é utilizada com grande
êxito nos diversos transtornos psiquiátricos e sofrimento psíquico.
EXPLICANDO
A tríade cognitiva consiste em uma interpretação negativa do paciente sobre si
mesmo, seu futuro e suas experiências. É uma sintomatologia característica do
diagnóstico de depressão. O primeiro componente da tríade consiste em uma
visão crítica negativa de si mesmo como defeituoso, inadequado, indesejável.
No segundo componente, o paciente percebe o mundo como perigoso e hostil.
No terceiro componente, o paciente antecipa que suas dificuldades ou
sofrimentos presentes se prolongarão ao longo do tempo. Prevê sofrimentos,
frustrações e privações incessantes.
ASSISTA
Para uma reflexão mais aprofundada sobre os princípios éticos e o exercício
profissional da psicologia, vale conferir uma discussão sobre o tema através de um
vídeo emitido pelo CRP-12 (Santa Catarina), desenvolvido pela Comissão de Ética e
Comissão de Orientação e Fiscalização. O vídeo trata sobre as questões éticas
relacionadas ao registro documental, elaboração de documentos psicológicos,
atendimento psicológico online e relação com a justiça.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=9EA0_To6WEo
1. Terapia cognitivo-comportamental
2. Abordagem centrada na pessoa
3. Abordagem Psicanalítica
Instintos e impulsos
Conceitualização Cognitiva
Tendência atualizante
Reflexões sobre ética no contexto de
atuação do psicólogo
Seção 4 de 4
O psicólogo pautado em uma atuação ética atua de modo a refletir para que
suas intervenções possam promover o bem-estar aos indivíduos. No âmbito da
avaliação psicológica, a atuação do psicólogo também deve estar em
consonância com o que é preconizado no código de ética da categoria
profissional.
As condutas éticas profissionais do psicólogo no âmbito da avaliação
psicológica envolvem a prestação de serviços utilizando conhecimentos e
técnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia, bem como
fundamentadas na ciência psicológica, o fornecimento de informações,
resultados do serviço que será prestado, de modo a transmitir apenas o
necessário para tomada de decisões relacionadas ao usuário ou beneficiário
atendido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MASLOW, A. H. Motivation and personality. New York: Harper & Row, 1970.
RESOLUÇÕES ORIENTADORAS DA
ATUAÇÃO EM PSICOLOGIA
OBJETIVOS DA UNIDADE
• Explanar sobre os princípios fundamentais do código de ética
profissional do psicólogo;
• Discutir sobre as responsabilidades fundamentais do psicólogo;
• Identificar as especialidades que compete a psicologia;
• Descrever sobre as normas de produção de documentos psicológicos.
TÓPICOS DE ESTUDO
Código de ética profissional do psicólogo
–
// Princípios do código
// Responsabilidades fundamentais do psicólogo
PRINCÍPIOS DO CÓDIGO
Vale salientar que não se pode entender o código de ética do psicólogo como
um simples compilado de normas; trata-se de um instrumento que assegura
o padrão de condutas que deve ser respeitado por todos da categoria,
constituindo-se como um instrumento composto por princípios que
fundamentam a conduta de cada profissional nos diversos contextos de
atuação.
Todo código de ética possui uma determinação histórica, isto é, embasa-se
em preceitos. No caso da psicologia, ele se fundamenta nos princípios
estabelecidos na declaração universal dos direitos humanos, de 1948, e
considera os valores sociais e saberes da psicologia.
EXEMPLIFICANDO
A direção de uma instituição que oferta atendimento para pessoas usuárias de
substâncias psicoativas emite um comunicado à equipe multiprofissional
informando que passará a ofertar um método de castigo aos beneficiários que
recaírem ao uso de substâncias psicoativas. Considerando esse caso, a partir
desse momento, o psicólogo atuante na equipe multiprofissional deve se
recusar a atuar na instituição, bem como informar aos órgãos oficiais
competentes sobre o início da promoção das práticas de castigo, consideradas
inadmissíveis.
EXEMPLIFICANDO
Não se pode estabelecer nenhum meio de encaminhamento de pacientes
para outro profissional ou instituição baseado em remuneração,
porcentagens, vantagens ou comissões por pessoa encaminhada.
1
Casos caracterizados por risco ou emergência: é importante que o
profissional que realizar o atendimento emergencial informe sobre o
atendimento ao primeiro o mais breve possível;
2
Casos em que o profissional de referência solicite;
3
Casos em que os serviços pelo profissional de referência estiverem
interrompidos, suspensos ou finalizados, seja por ele ou pelo paciente;
4
Casos em que o atendimento seja ofertado por equipe multiprofissional.
Em situações que exigem atendimentos psicológicos não eventuais, a
menores de idade ou interdito, necessita-se autorização de um responsável
legal. Na inexistência de um, deve-se informar o atendimento às autoridades
competentes, como o Ministério Público e o Conselho Tutelar. Se forem
necessários encaminhamentos, o psicólogo deverá garanti-lo, tendo em vista
o princípio da integralidade. Vale salientar que ele deve comunicar aos
responsáveis ou autoridades o conteúdo estritamente essencial para a
garantia do cuidado, resguardado o sigilo das demais informações.
Os psicólogos no exercício da
docência ou supervisores, devem
exigir que os estudantes observem
o disposto no código de ética
profissional do psicólogo. Torna-se fundamental que eles zelem pelos
instrumentos e técnicas psicológicas, cuidando para que não haja divulgação,
empréstimo ou comercialização desses, fato que acarretaria na facilitação da
disseminação de conhecimentos psicológicos a leigos ou a promoção de
exercício ilegal da psicologia. Só se deve zelar pela disseminação do
conhecimento científico e do papel social da psicologia ao participar de
eventos públicos, na imprensa ou acadêmicos.
• Avaliação psicológica;
• Atuação multiprofissional;
• Perícias;
• Atendimentos individuais ou compartilhados;
• Visitas domiciliares.
EXPLICANDO
Entende-se por “estar em pleno gozo dos direitos profissionais” o psicólogo que:
estiver com os pagamentos das anuidades do conselho de classe devidamente
regulamentadas; não estiver com inscrição cancelada no conselho de classe; não
estiver em penalidade de suspensão, cassação ou inadimplente em relação a pena de
multa; e não estiver em processo ético disciplinar estabelecido pelos conselhos da
respectiva categoria profissional.
EXPLICANDO
Para o exercício profissional, os requisitos mínimos exigidos ao psicólogo são:
graduação completa no curso de formação superior em psicologia realizado por
instituição formadora oficialmente regulamentada; e registro no conselho de classe
profissional da referida categoria. O título de especialista é conferido como
qualificação profissional adicional de formação.
Quadro 6. Finalidade dos documentos psicológicos de acordo com a Resolução CFP 06/2019.
A declaração psicológica, documento mais sucinto que existe na área,
destina-se a fins de comprovação de atendimento. Nela, consta: nome da
pessoa atendida; acompanhante, quando for o caso; data; horário; e local
onde se realizou a intervenção. Pode ser emitida também para informar
sobre período de acompanhamento, isto é, para alegar o tempo decorrido
que o psicólogo presta serviços a uma determinada pessoa ou instituição.
São vetadas a descrição de sintomas ou estado psicológico do paciente.
Psicológico
Produzido em particular pelo psicólogo;
Multiprofissional
Produzido em conjunto com profissionais de outras categorias, mas que
constituem uma mesma equipe.
L A U D O P S I C O LÓ G I C O
Deve apresentar os procedimentos e conclusões decorrentes das
intervenções avaliativas da demanda solicitada. Ademais, é importante que
conste no documento: descrição das intervenções; diagnóstico; prognóstico;
hipótese diagnóstica; evolução do caso; orientação ou sugestão de projeto
terapêutico; e encaminhamentos necessários quando a demanda exigir.
AT E S TA D O P S I C O LÓ G I C O
Destina-se a alegar a condição mental do paciente, ratificando incapacidades
e aptidões. Pode ser utilizado com fins comprovativos e justificativos ou para
solicitar afastamentos ou dispensas laborais. O documento deve restringir-se
à informação solicitada, limitando-se a descrever o fato constatado. Além
disso, é importante padronizá-lo em texto corrido, evitando espaços em
branco que possam dar margem para riscos de alteração ou adulteração das
descrições.
SINTETIZANDO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS