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UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia

Esta obra não tem a pretensão de esgotar o assunto, e sim dar aos
estudantes de Sociologia uma oportunidade, se já não tiveram, de se
aprofundarem no assunto e terem uma base sólida; e para os que já foram mais
adiante uma oportunidade para relembrar e atualizar-se.

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por Escrito do autor.

SOCIOLOGIA
INDICE
INTRODUÇÃO . . . . . 4
HISTÓRIA . . . . . . . 8
ÁREAS DE ESTUDO EM SOCIOLOGIA . . 9
TÓPICOS E PALAVRAS-CHAVE EM SOCIOLOGIA 9
SOCIÓLOGOS . . . . . . 18
COMPARAÇÕES COM OUTRAS CIÊNCIAS SOCIAIS 39
NOVA ERA E A RECONFIGURAÇÃO SOCIETÁRIA 40
BIBLIOGRAFIA . . . . . . 42

Edição 2005

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3 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia

I – INTRODUÇÃO
Sociologia é o estudo das regras sociais e dos processos que
ligam as pessoas em associações, grupos e instituições. Enquanto
que o indivíduo isolado é estudado pela Psicologia, a Sociologia
estuda os fenômenos que ocorrem quando vários indivíduos se
encontram em grupos de tamanhos diversos, e interagem no
interior desses grupos.

A Sociologia interessa-se pelo comportamento das pessoas


enquanto seres sociais; a vida social dos humanos. Vai estudar
desde o contato de indivíduos anônimos em uma rua até o processo
global de socialização (globalização).

Histórico
A Sociologia surgiu como uma disciplina no século XIX, na
forma de uma resposta acadêmica para um desafio de
modernidade: se o mundo está ficando menor e mais integrado, a
experiência de pessoas do mundo é crescentemente atomizada e
dispersada. Sociólogos não só esperavam entender o que unia os
grupos sociais, mas também desenvolver um "antídoto" para a
desintegração social.
Hoje os sociólogos pesquisam macro-estruturas inerentes à
organização da sociedade, como raça ou etnicidade, classe e
gênero, além de instituições como a família; processos sociais que
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representam divergência, ou desarranjos, nestas estruturas,
inclusive crime e divórcio. E pesquisam os micro-processos como
relações interpessoais.

Sociólogos confiam frequentemente em métodos


quantitativos de pesquisa social (como a estatística) para descrever
padrões generalizados nas relações sociais, e para desenvolver
modelos que possam ajudar a predizer mudanças sociais e como as
pessoas responderão a essas mudanças. Mas para algumas áreas da
Sociologia (e para alguns sociólogos) acredita-se que métodos
qualitativos — como entrevistas dirigidas, discussões em grupo e
métodos etnográficos — permitam um melhor entendimento dos
processos sociais. Uma abordagem mediana apropriada é que
ambos os métodos são complementares, do que se conclui que
cada método pode complementar os resultados do outro. Por
exemplo, os métodos quantitativos podem descrever os padrões
grandes ou gerais, enquanto as aproximações qualitativas podem
ajudar entender como os indivíduos entendem ou respondem a
essas mudanças.

Família
Uma família é um grupo de pessoas, ou um número de
grupos domésticos ligados por descendência (demonstrada ou
estipulada) a partir de um ancestral comum, matrimônio ou

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adoção. Nesse sentido o termo confunde-se com clã. Dentro de
uma família sempre há algum grau de parentesco.

A família é unida por múltiplos laços capazes de manter os


membros moralmente, materialmente e reciprocamente durante
uma vida e durante as gerações.

Na cultura ocidental, uma família é definida especificamente


como um grupo de pessoas de mesmo sangue, ou unidas
legalmente (como no matrimônio e na adoção). Muitos etnólogos
argumentam que a noção de "sangue" como elemento de
unificação familiar deve ser entendida metaforicamente; dizem que
em muitas sociedades culturas não-ocidentais a família é definida
por outros conceitos que não "sangue". A família poderia assim se
constituir de uma instituição normalizada por uma série de
regulamentos de afiliação e aliança, aceitos pelos membros.
Alguns destes regulamentos envolvem: a exogamia, a endogamia,
o incesto, a monogamia, a poligamia, e a poliandria. Os avanços da
genética tendem a revisar e adicionar novos regulamentos aos
citados.

Conceito generalista de família


De acordo com a Sociologia e a Antropologia, a função
primária da família é reproduzir sociedade, biologicamente,
socialmente, ou ambos. Assim, a experiência da pessoa
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relacionada a familiares muda com o passar do tempo. Da
perspectiva de crianças, a família é uma família de orientação: a
família localizar as crianças socialmente, e age como elemento de
aculturação e socialização das crianças. Do ponto de vista dos pais,
a família é uma família de procriação, tendo como meta produzir,
e depois aculturar e socializar as crianças. No entanto, alguns
acreditam que (re)produzir crianças não é a única função da
família.

Em sociedades com divisão do trabalho baseada no gênero, o


matrimônio, e a relação resultante entre marido e esposa, é
necessário para a formação de uma casa economicamente
produtiva. Nas sociedades modernas, por vezes o matrimônio
envolve direitos particulares e privilégios que encorajam a
formação de novas famílias, mesmo quando houver nenhuma
intenção de procriação.

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e-mail: universalcursos@ig.com.br

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II - HISTÓRIA
A Sociologia é um estudo relativamente novo entre outras
Ciências Sociais, como a Economia, a Ciência Política, a
Antropologia e a Psicologia.

O termo Sociologie foi cunhado por Auguste Comte, que


esperava unificar todos os estudos relativos ao homem — inclusive
a História, a Psicologia e a Economia. Seu esquema sociológico
era tipicamente positivista, (corrente que teve grande força no
século XIX), e ele acreditava que toda a vida humana tinha
atravessado as mesmas fases históricas distintas e que, se a pessoa
pudesse compreender este progresso, poderia prescrever os
remédios para os problemas de ordem social.

No fim, a Sociologia não substituiu as outras ciências


sociais, mas veio a ser outra entre elas, com suas próprias ênfases
particulares em relação a tópicos e métodos de estudo. Hoje, a
Sociologia estuda as organizações da humanidade e as instituições
sociais, em grande parte por um método comparativo. Concentrou-
se particularmente na organização de sociedades industriais
complexas.

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III - ÁREAS DE ESTUDO EM SOCIOLOGIA

Os sociólogos estudam uma variedade muito grande de


assuntos. Para ter uma idéia geral sobre esses assuntos, visite o síte
do Comitê de Pesquisa (http://www.ucm.es/info/isa/rc.htm) da
Associação Internacional de Sociologia. Segue uma pequena lista
de áreas e tópicos de estudo na Sociologia.
 Demografia social
 Micro-sociologia
 Sociologia ambiental
 Sociologia econômica
 desenvolvimento econômico
 Sociologia industrial
 Sociologia médica
 Sociologia política
 Sociologia da religião
 Sociologia rural
 Sociologia urbana

IV - TÓPICOS E PALAVRAS-CHAVE EM SOCIOLOGIA

 Positivismo
 Estruturalismo
 Funcionalismo
 Projeciologia
 sindicalismo
 fato social
 grupo
 raça
 classe social
 papéis de gênero
 cultura
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 trabalho
 anomia
 estrutura social
 simulação

4.1 - Positivismo
O positivismo foi uma corrente filosófica cujo mentor e
iniciador principal foi Auguste Comte, no século XIX. Apareceu
como reacção ao idealismo, opondo ao primado da razão, o
primado da experiência sensível (e dos dados positivos). Propõe a
ideia de uma ciência sem teologia ou metafísica, baseada apenas
no mundo físico/material.
Uma forma mais recente do positivismo foi aquela proposta
pelo Círculo de Viena.
O antropólogo estrutural Edmund Leach descreveu o
positivismo em 1966 na aula Henry Myers da seguinte forma:
"Positivismo é visão de que o inquérito científico sério não
deveria procurar causas últimas que derivem de alguma fonte
externa mas sim confinar-se ao estudo de relações existentes entre
factos que são directamente acessíveis pela observação."

4.2 - Teoria de Augusto Comte


Auguste Comte considera o Positivismo como a fase final do
entendimento Humano.

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O Positivismo tem por base teórica a experimentação,
somente dela o investigador deve ater-se, ou seja, toda especulação
acrítica, toda metafísica e toda teologia devem ser descartadas.
Na elaboração da filosofia positiva, o primeiro passo de
Comte, foi a classificação das ciências que, segundo ele, já haviam
alcançado a positividade. São elas: a matemática, a astronomia, a
física, a química, a biologia e a sociologia, (esta última que estava
sendo formulada por Comte). Mais tarde, Comte acrescentou a
moral. Esta série não representava todo conhecimento humano,
mas sim todas as ciências puras. A ordenação e a classificação das
ciências era o objetivo básico da filosofia positiva.
A doutrina de Comte, baseada na lei dos três estados ou
etapas do desenvolvimento intelectual da humanidade,
compreende que no primeiro estágio a humanidade é regida por
abstrações, como teologia e metafísica. No segundo estágio, a
humanidade já faz uso da ciência, mas não se libertou totalmente
das abstrações encontradas no primeiro, portanto, o segundo
estágio serve apenas de intermediário entre o primeiro e o último.
Finalmente, no terceiro estágio, o estágio positivo, a ciência já está
totalmente desenvolvida, neste estágio não se pretende apenas
achar as causas dos fenómenos, mas descobrir as leis que os
regem.

4.3 - O Positivismo no Brasil


O positivismo teve influência fundamental nos eventos que
levaram à Proclamação da República no Brasil, sendo uma das
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principais matérias estudadas no Colégio Militar. A cúpula do
Exército, responsável direta pelo fim da monarquia, era
predominante positivista, destacando-se o General Benjamim
Constant.
A conformação atual da bandeira do Brasil é um reflexo
dessa influência na política nacional, onde se lê o lema positivista
Ordem e progresso (surgido da expressão Amor por base, ordem
por princípio e progresso por fim).

4.4 - Sindicalismo
É em meados do século XVIII, em plena expansão da
sociedade capitalista, que encontra-se o surgimento deste
movimento social.
O maquinismo teve um papel crucial no advento do
capitalismo, pois, devido à constante concorrência que os
fabricantes capitalistas faziam entre si, as máquinas foram
ganhando cada vez mais lugar nas fábricas, tomando assim, o lugar
de muitos operários, estes tornaram-se o que é chamado
"excendente de mão-de-obra",logo o capitalista tornou-se dono da
situação e tinha o poder de pagar o salário que quisesse ao
operário.
É neste momento que surgem duas novas classes sociais, o
capitalista e o proletário, onde o capitalista é o proprietário dos
meios de produção: (fábricas, máquinas, matéria-prima) e, por
outro lado, o proletário, que era proprietário apenas de sua força
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de trabalho, esta que por sua vez também passou a ser propriedade
do capitalista e pagava salários cada vez mais baixos para obter
mais lucros, forçando assim o proletário a trabalhar em uma
jornada de trabalho que chegava até 16 horas, em condições
mínimas de salubridade, além de sua mulher e filhos, (muitas
vezes em idade precoce), terem também que trabalhar.
É através desta situação de grotesca desigualdade, que o
proletariado percebe que tinha um ponto a seu favor, a sua incrível
quantidade de seguidores em relação aos capitalistas.
Com isso surgem os sindicatos, associações, criadas pelos
operários que lutam contra o despotismo e a dominação do capital,
buscando "igualar" sua situação com o capitalista no momento da
venda da força de trabalho, e impedir que o operário seja obrigado
a aceitar um salário inferior ao que ele necessite ao sustento de sua
família, ou seja, ele é o representante de toda causa operária,
visando sua emancipaçào econômica, social e política.

4.5 - Grupo (Sociologia)


Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais,
de interações recorrentes entre pessoas. Também pode ser definido
como uma coleção de várias pessoas que compartilham certas
características, interajam uns com os outros, aceitem direitos e
obrigações como sócios do grupo e compartilhem uma identidade
comum — para haver um grupo social, é preciso que os indivíduos
se percebam de alguma forma afiliados ao grupo.
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Enquanto um agregado incluir várias pessoas somente, um
grupo, em Sociologia, exibe coerência em um grau maior.
Aspectos que os sócios no grupo podem compartilhar incluem
interesses, valores, raízes étnicas ou linguísticas e parentesco. Já a
diferença quanto a sociedade não é apenas quantitativa, ou seja,
um grande grupo não é necessariamente uma sociedade; a
sociedade deve ter aspectos não-essenciais ao grupo, como uma
localização espacial, uma cultura auto-suficiente e um mecanismo
de reprodução e renovação dos membros.
É importante destacar que o indivíduo só se integra ao grupo
social na qualidade de membro; ou seja, o grupo social não
absorve o indivíduo, não lhe toma a individualidade. Um mesmo
homem geralmente pertence a diversos grupos sociais, que
frequentemente se interpenetram (com anuência ou não do
indivíduo). Isso não significa que a associação ao grupo seja
sempre voluntária; alguns grupos são constituídos por força das
circunstâncias. (Por exemplo, presidiários numa cadeia.)

Classificação
Grupos primários consistem em grupos pequenos com
relações íntimas; famílias, por exemplo. Eles geralmente se
mantêm durante anos. Já os grupos secundários, em contraste
com grupos primários, são grupos grandes cujas relações são
apenas formais e institucionais. Alguns deles podem durar durante
anos mas alguns podem desaparecer depois de uma vida curta. Os

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termos "grupo primário" e "grupo secundário" foram cunhados por
Charles Horton Cooley.

Bibliografia
 GALLIANO, A. Guilherme. Introdução à sociologia. São
Paulo : Harper & Row do Brasil, 1981.

4.6 - Cultura
Cultura, segundo a definição dada pela Filosofia, significa
todas as manifestações humanas, em contraste com a natureza.
Segundo outras perspectivas, corresponde a todas as formas de
organização de um povo, ou seja, costumes e tradições
transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência
e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.
Também existe o significado vulgar, em que cultura aparece
como sinônimo de sabedoria, instrução, conhecimento, erudição.

4.7 - Trabalho
Esta definição respeita apenas ao significado físico de
trabalho.
O trabalho (normalmente representado por W, do inglês
work) é uma medida da energia transferida pela aplicação de uma
força ao longo de um deslocamento.

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O trabalho de uma força F pode calcular-se de forma geral
através do seguinte integral de linha:
W= ∫ F.ds
onde:
F é o vector força.
s é o vector posição ou deslocamento.

O trabalho é uma grandeza escalar que pode ser positiva ou


negativa. Quando a força actua na direcção do deslocamento, o
trabalho é positivo.
Como mostra a equação acima, a existência de uma força
não é sinónimo de realização de trabalho. Para que tal aconteça, é
necessário que haja deslocamento do ponto de aplicação da força e
que haja uma componente não nula da força na direcção do
deslocamento. É por esta razão que aparece um produto interno
entre F e s. Por exemplo, um corpo em movimento circular
uniforme (velocidade angular constante) está sujeito a uma força
centrípeta. No entanto, esta força não realiza trabalho, visto que é
perpendicular à trajectória.
Esta definição é válida para qualquer tipo de força
independentemente da sua origem. Assim, pode tratar-se de uma
força de atrito, gravítica, eléctrica, magnética, etc.

Unidades
A unidade SI de trabalho é o joule (J), que se define como o
trabalho realizado por uma força de um newton (N) actuando ao

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longo de um metro (m) na direcção do deslocamento. O trabalho
pode igualmente exprimir-se em N.m, como se depreende desta
definição. Estas são as unidades mais correntes, no entanto, na
medida em que o trabalho é uma forma de energia, outras unidades
são por vezes empregadas.

Outras fórmulas
Para o caso simples em que o corpo se desloca em
movimento rectilíneo e a força é paralela à direcção do
movimento, o trabalho é dado pela fórmula:
W = Fs
onde F é a força e s é a distância percorrida pelo corpo. Caso
a força se oponha ao movimento, o trabalho é negativo. De forma
mais geral, a força e o deslocamento podem ser tomados como
grandezas vectoriais e combinados através do produto interno:
W = F.s
Esta fórmula é válida para situações em que a força forma
uma ângulo com a direcção do movimento, mas pressupõe que a
magnitude da força e direcção do deslocamento sejam constantes.
A generalização desta fórmula para situações em que a força e a
direcção variam ao longo da trajectória (ou do tempo) pode ser
feita recorrendo ao uso de diferenciais. O trabalho infinitesimal
dW realizado pela força F ao longo do deslocamento infinitesimal
ds é então dado por:
dW = F.ds

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UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
A integração de ambos os lados desta equação ao longo da
trajectória resulta na equação geral inicialmente apresentada.

V - SOCIÓLOGOS
Artigo relacionado: Lista de sociólogos
Existem quatro sociólogos que, na maioria dos cursos de
Sociologia modernos, são estudados como diretrizes.
 August Comte, o fundador da Sociologia

5.1 - Auguste Comte


Comte, Isidore Auguste Marie François Xavier (1798-1857)

Biografia

Filósofo francês, Auguste Comte é considerado por alguns


como o pai da Sociologia. Auguste Comte nasceu em Montpelier,
na França, em 1798. Em 1814, com dezesseis anos de idade,
Comte ingressou na Escola Politécnica de Paris (fechada dois anos
depois por acusação de jacobinismo). Embora Comte tenha ficado
na escola politécnica por apenas dois anos, lá recebeu influências
de cientistas, como o físico Sadi Carnot (1796-1832), o
matemático Lagrange (1736-1813) e o astrônomo Pierre Simon de
Laplace (1749-1827).
Em 1817, Comte se havia tornado secretário de Saint-Simon
(1760-1825), o qual foi sua maior influência. Porém, em 1824,
Comte separou-se de Saint-Simon, acusando-o de ter publicado um

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UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
escrito seu, intitulado "Planos de Trabalho Científico Necessários à
Reorganização da Sociedade".
Nesse mesmo ano, Comte casou-se com Caroline Massin.
Dois anos depois, iniciou o "Curso de Filosofia Positiva",
publicado só em 1830. O curso, porém, foi interrompido em sua
terceira aula devido a uma crise de depressão melancólica sofrida
por Comte.
A partir daí, Comte passa por uma difícil fase de sua vida:
tenta o suicídio, separa-se de Caroline Massin, sofre várias
tentativas nulas de obter a cátedra, perde seu posto de examinador
de admissão na Escola Politécnica e começa a ser sustentado por
amigos.
Em 1844, Comte conhece Clotilde de Vaux, esposa de um
presidiário, e apaixona-se perdidamente por ela. Promete
transformá-la em nova Beatriz, a musa de Dante. Um ano depois,
Clotilde de Vaux morre, e Comte torna-se inspirador de uma nova
religião, publicando entre 1851 e 1854 a "Política Positiva ou
Tratado de Sociologia Instituindo a Religião da Humanidade". Em
1852, publica "O Catecismo Positivista ou Exposição Sumária da
Religião Universal".
Comte morre logo depois, em 1857, após viver seus últimos
anos em grande solidão.

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Filosofia Positiva

A Filosofia Positiva de Comte nega que a explicação dos


fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só
princípio. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das
causas dos fenômenos (Deus ou natureza) e torna-se pesquisa de
suas leis, vistas como relações constantes entre fenômenos
observáveis.
Tendo por método dois critérios, o histórico e o sistemático,
outras ciências antes da sociologia, segundo Comte, haviam
atingido a positividade: a Matemática, Astronomia, a Física, a
Química e a Biologia. Assim como nestas ciências, em sua nova
ciência chamada de física social e posteriormente Sociologia,
Comte usaria da observação, da experimentação, da comparação,
da classificação e da filiação histórica como método para a
obtenção dos dados reais. Em sua visão, os fenômenos sociais,
assim como na Física, obedeceriam a "leis gerais".
Pode-se dizer que o conhecimento positivo tem como
fundamento "ver para prever". A previsão científica caracteriza o
pensamento positivo. O espírito positivo, segundo Comte, tem a
Ciência como investigação do real. No social e no político, o
espírito positivo passaria o poder espiritual para o controle dos
cientistas.

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A Lei dos Três Estados


O que levou Comte a desenvolver a "Lei dos Três Estados",
foram os trabalhos do filósofo Condorcet, no qual baseou todos os
seus escritos a partir de 1818.
Segundo Codorcet, a civilização se move de forma
progressiva segundo leis naturais, e a observação filosófica do
passado pode prever e determinar cada época.
Baseando-se em Condorcet, porém reconhecendo que era
necessário um aperfeiçoamento em sua teoria, Comte formula a
Lei dos Três Estados. Observando a evolução intelectual da
humanidade, Comte percebe que esta evolução passa por três
estados teóricos diferentes: o estado teológico ou fictício, o estado
metafísico ou abstrato e o estado científico ou positivo, onde:

 No primeiro, os fatos observados são explicados pelo


sobrenatural, ou seja, as idéias baseadas no sobrenatural
são usadas como ciência. Ainda nesta fase, a sociedade se
encontra em uma estrutura militar fundamentada na
propriedade e na exploração do solo.

 No segundo, já se encontra as idéias naturais, mas ainda à a


presença do sobrenatural na ciências. A indústria já se
expandiu mas não totalmente, a sociedade já não é
francamente militar. Pode-se dizer que este estado serve
apenas de intermediário entre o primeiro e o terceiro.

 No terceiro, ocorre o apogeu do que os dois anteriores


prepararam progressivamente, neste, os fatos são
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explicados segundo leis gerais de ordem inteiramente
positiva. A indústria torna-se prepoderante, tendo como
atividade única e permanente a produção.

Principais Obras
 Curso de Filosofia Positiva, 6 vols, (1830-1842)
 Sistema de Política Positiva, 4 vols, (1851-1854)
 Discurso sobre o Espírito positivo, (1844)
 Catecismo Positivista, (1852)
5.2 - Emile Durkheim
Biografia e Introdução
Émile Durkheim, fundador da escola francesa de sociologia,
posterior a Marx combinou a pesquisa empírica com a teoria
sociológica. Nasceu em Épinal, no departamento francês dos
Vosges, em 15 de abril de 1858. Formado em filosofia, estudou
também ciências sociais, sendo influenciado pelas idéias
iluministas. Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem
ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do
patológico aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo
que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a
ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são
entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível.
Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir
a realização desse, desde que consiga integrar-se a essa estrutura.
Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o
aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez

22 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da
sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurídica, pois é
preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e
troca de serviços entre os que participam do trabalho coletivo
(preponderância progressiva da solidariedade orgânica). A
sociologia se fortaleceu graças a Durkheim e seus seguidores. Suas
obras principais são: Da Divisão Social do Trabalho (1893);
Regras do Método Sociológico (1894); O Suicídio (1897); As
Formas Elementares de Vida Religiosa (1912). Fundou também a
revista L'Anné Sociologique, que afirmou a preeminência
durkheiniana no mundo inteiro. Émile Durkheim veio a falecer em
Paris, 15 de novembro de 1917.

A Sociologia de Durkheim
A concepção da sociologia de Durkheim se baseia em uma
teoria do fato social. Seu objetivo é demonstrar que pode e deve
existir uma sociologia objetiva e científica, conforme o modelo das
outras ciências, tendo por objeto o fato social. Ele desejava que a
sociologia tivesse um objeto específico que a distinguisse das
outras ciências, que pudesse ser observado e explicado assim como
o objeto das outras ciências. O processo do conhecimento
científico é ele próprio um fato humano, histórico e social; isso
implica, ao se estudar a vida humana, a identidade parcial entre o
sujeito e o objeto do conhecimento. Fatos sociais são as maneiras
de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo e dotadas de
um poder coercitivo sobre os indivíduos. Essa maneira forma a

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UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
consciência coletiva que é a soma de todas as consciências sociais,
ou seja, é criada a partir de como a sociedade percebe a si mesma e
ao mundo. ”Fato social é toda maneira de fazer, fixada ou não,
suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior: ou
então, que é geral do âmbito de uma dada sociedade tendo, ao
mesmo tempo uma existência própria, independente das suas
manifestações individuais”. Pode ser representada pelo direito,
pelas instituições, as crenças, tudo que tem igualmente como
característica o fato de serem exteriores aos indivíduos e de se
imporem sobre todos. A primeira regra estabelecida por Durkheim
é tratar os fatos sociais como coisas, nunca se perguntando se isso
é epistemologicamente possível. Ele faz alguns corolários
imediatos da regra precedente: - O estudo científico dos fatos
humanos não pode fundar por si só nenhum juízo de valor.
Durkheim toma emprestado de Descartes, expoente do
racionalismo filosófico do século XVII, a teoria da dúvida
metódica, que é a indagação da veracidade dos fatos; através dela
afastamos as nossas pré-noções. - Maneira de construir o objeto
positivo da investigação: agrupam os fatos segundo as suas
características exteriores comuns. - Estas características exteriores,
citadas acima, devem ser as mais objetivas possível, de modo que
os fatos sociais se apresentem isolados das posições pessoais do
observador. O pesquisador deve esforçar-se para chegar à imagem
adequada dos fatos, evitando toda deformação provocada por
simpatia ou antipatia pessoal; deve ser neutro. Durante toda sua
vida, Durkheim quis ser um pensador positivista e um cientista,
um sociólogo capaz de estudar os fatos sociais como coisas, de
considerá-los do exterior e explicá-los da mesma forma como os
24 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
especialistas nas ciências naturais explicam os fenômenos naturais.
Criticou ferozmente o senso comum, acreditando que este impede
a sociologia de se tornar um conhecimento científico. A questão
metodológica para Durkheim é definida: para estudar
cientificamente um fenômeno social, é preciso estudá-lo
objetivamente, isto é, do exterior, encontrando o meio pelo qual os
estados de consciência não perceptíveis diretamente podem ser
reconhecidos e compreendidos. Quando for explicar um fenômeno
de natureza social deve explicá-lo segundo o princípio da
homogeneidade / causalidade, ou seja, relação de causa e efeito.
Na sua segunda obra, Da divisão do trabalho social, o autor
demonstra claramente a influência de Augusto Conte. O tema
central desta obra é a solidariedade dita mecânica e a orgânica.
Antes de analisarmos essa solidariedade devemos ter em mente
que dentro de nossa consciência há duas consciências, uma que é
coletiva, comum a todo o grupo, isto é, a sociedade vivendo e
agindo sobre nós, pressupõe-se individualidade nula; e a outra é
uma consciência individual que é a gente mesmo. A solidariedade
mecânica, por analogia, é chamada de corpos brutos, o indivíduo
está diretamente ligado à sociedade, sem que haja intermediário;
apresentam-se como um conjunto organizado de crenças e
sentimentos comuns a quase todos os componentes; é do tipo
consciência coletiva. A sociedade tem coerência porque os
indivíduos ainda não se diferenciam. Já a solidariedade orgânica é
chamada de organismo animal, é aquela em que a coletividade
resulta de uma diferenciação. Os indivíduos não se assemelham,
são diferentes; é do tipo consciência individual. Durkheim coloca

25 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
as sociedades primitivas, arcaicas caracterizadas pela prevalência
da solidariedade mecânica, pois a consciência individual decorre
do próprio desenvolvimento histórico, cada indivíduo é o que os
outros são, não havendo praticamente divisão de trabalho, somente
a divisão sexual do trabalho, não existe ainda a propriedade
privada nem a diferenciação entre as pessoas. A forma de
consciência social existente nessa sociedade se exprime no direito
repressivo. As sociedades onde ocorreu a divisão econômica do
trabalho são caracterizadas pela solidariedade orgânica, uma
estrutura segmentária, pressupõe uma diferenciação social que
possibilita o crescimento da individualidade, ela caminha para a
desintegração social, conduz a uma maior coesão social. Nessa
sociedade, o indivíduo é visto como uma coisa de que a sociedade
dispõe. A consciência social se exprime pelo direito reparador, que
possibilita a relação contratual entre as pessoas, e pela moral das
corporações de oficio. Nas sociedades primitivas dominadas pela
solidariedade mecânica, a consciência coletiva é maior que a
consciência individual. Já nas sociedades onde ocorre a
diferenciação dos indivíduos, fenômeno característico da
sociedade moderna, é a condição criadora da liberdade individual,
ou seja, cada um tem uma maior liberdade, e menos restrições,
comparadas a sociedades primitivas. A consciência individual
reina sobre a coletiva. Só numa sociedade onde a consciência
coletiva perdeu parte de sua rigidez o indivíduo pode ter uma certa
autonomia de julgamento e de ação. Quanto maior for a
consciência coletiva, maior a indignação com o crime, isto é,
contra a violação do imperativo social, até chegar a um ponto em
que a consciência coletiva se torna particularizada. Por outro lado,
26 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
quando a solidariedade orgânica reina, observa-se uma redução na
consciência coletiva e se constata um enfraquecimento das reações
coletivas contra a violação das proibições e uma maior
interpretação individual dos imperativos sociais. É a partir desta
análise que Durkheim deduziu uma idéia que pretende que o
indivíduo nasce da sociedade, e não que a sociedade nasce dos
indivíduos. Pois se a solidariedade mecânica precedeu a
solidariedade orgânica, não se podem então explicar os fenômenos
da diferenciação social e da solidariedade orgânica a partir dos
indivíduos. Durkheim discorda dos economistas, que explicam a
divisão do trabalho pelo interesse dos indivíduos em compartilhar
as ocupações a fim de aumentar a coletividade. Dizer que os
homens dividiram o trabalho e atribuíram uma ocupação específica
para cada um aumentar o rendimento coletivo, é admitir que os
indivíduos são diferentes uns dos outros e conseqüentemente essa
diferença vem antes da diferenciação social. Assim, a consciência
da individualidade não podia existir antes da solidariedade
orgânica e da divisão do trabalho. A partir disso, Durkheim expõe
uma de suas principais idéias: definir sociologia como a prioridade
do todo sobre as partes, ou a irredutibilidade do conjunto social à
soma dos elementos, e a sua explicação pelo todo. Redefine a
divisão do trabalho como sendo uma estrutura de toda a sociedade,
em que a divisão técnica ou econômica não é senão uma
manifestação. Para Marx, a sociedade é o conjunto de relações que
os homens exercem entre si, e a sociologia é o estudo dessas
relações. Para Durkheim a sociedade é o conjunto das instituições
e a sociologia é a ciência das instituições e a sua função é garantir
a ordem social através do estabelecimento de uma nova moral: a
27 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
moral científica. A sociologia deveria explicar e intervir no
funcionamento da sociedade, a fim de diminuir os males da vida
social. Durkheim definiu estado como sendo um órgão
encarregado de elaborar representações especiais, isto é, o produto
das representações sociais e coletivas, ou seja, representações
específicas de uma consciência especial. Para ele, essas
representações se diferenciam das demais por um grau mais
elevado de consciência e reflexão, visando a dirigir a conduta
social dos homens, o estado não cuida dos direitos individuais das
pessoas (liberdade/igualdade), não exprime a vontade do povo, não
é popular, é superior aos fins individuais.

Referências Bibliográficas
- Durkheim, E. - As regras do método sociológico. São Paulo, Ed.
Martin Claret, 2002. - Arron, R. - As etapas do pensamento
sociológico. (págs: 297 a 369) - Joldman, L. - Ciências humanas e
filosofia. São Paulo, Ed. Difel. 1967 (págs: 27 a 70) - Martins, J.
de S. - Ideologia e sociedade. Rio, 1930 (págs: 23 a 45). - Nova
Enciclopédia Barsa

5.3 - MAX WEBER


Maximillion Weber (21 de Abril de 1864 - 14 de Junho de
1920) alemão, considerado como um dos fundadores da sociologia

Max Weber nasceu em Erfurt, Alemanha, o mais velho dos 7


filhos de Max Weber e sua mulher Helene (nome de solteira
Fallenstein). Seu pai, protestante, era uma figura autocrata. Sua
28 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
mãe uma calvinista arreigada. A mãe de Helene tinha sido uma
huguenote francesa, cuja família fugira da perseguição em França.
Ele foi, juntamente com Karl Marx, Vilfredo Pareto e Emile
Durkheim, um dos modernos fundadores da sociologia. É
conhecido sobretudo pelo seu trabalho sobre a sociologia da
religião.
De importância extrema, Max Weber escreveu a Ética
protestante e o espírito do Capitalismo. Este é um ensaio
fundamental sobre as religiões e a afluência dos seus seguidores.
Subjacente a Weber está a realidade económica da Alemanha do
princípio do séc. XX.
Significante, também, é o ensaio de Weber sobre a política
como vocação. Weber postula ali a definição de estado que se
tornou essencial no pensamento da sociedade ocidental: que o
estado é a entidade que possui o monopólio do uso legítimo da
acção coerciva. A política deverá ser entendida como qualquer
actividade em que o estado tome parte, de que resulte uma
distribuição relativa da força.
A política obtém assim a sua base no conceito de poder e
deverá ser entendida como a produção do poder. Um político não
deverá ser um homem da "verdadeira ética católica" (entendida por
Weber como a ética do sermão da montanha - ou seja: oferece a
outra face). Um defensor de tal ética deverá ser entendido como
um santo (na opinião de Weber esta visão só será recompensadora
para o santo e para mais ninguém). A esfera da política não é um
mundo para santos. O político deverá esposar a ética dos fins
últimos e a ética da responsabilidade, e deverá possuir quer a
29 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
paixão pela sua actividade como a capacidade de se distanciar dos
sujeitos da sua governação (os governados).
Essencial na sua análise das doutrinas da fé, é a confiança na
"magia" em sermões e na fé em geral. Muito resumidamente, os
Protestantes tornaram-se ricos porque não têm nenhuma mão
mágica que os leve para o céu. Os protestantes têm de trabalhar
constantemente e de forma consistente para assegurar um lugar no
céu. Pelo outro lado, os católicos invocam muitos rituais mágicos,
cânticos encantados, um pouco de água, e uma reza tipo
Abracadabra. E logo as almas dos crentes ficam purificadas para a
ascensão ao céu.
Ele também é conhecido pelo seu estudo da burocratização
da sociedade. No seu trabalho, Weber delineia a famosa descrição
da burocratização como uma mudança da organização baseada em
valores e acção (a chamada autoridade tradicional) para uma
organização orientada para os objectivos e acção (chamada lega-
racional). O resultado, segundo Weber, é uma "noite polar de frio
glacial" na qual a crescente burocratização da vida humana a
coloca numa gaiola de metal de regras e de controlo racional. Seus
estudos sobre a Burocracia da Sociedade tiveram grande
importância no estudo da Teoria da Burocracia, dentro do campo
de estudo da Administração de Empresas
Max Weber morreu de pneumonia em Munique, Alemanha,
a 14 de Junho de 1920.

Percurso
30 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
21 de April de 1864 Max Weber nasce em Erfurt. Os pais são o jurista e
mais tarde deputado do parlamento imperial (Reichstag) pelo
partido nacional-liberal, Max Weber e Helene (nascida na família
Fallenstein).
1882-1886 Estudos de Direito, Economia Nacional, Filosofia e História.
1889 Doutoramento em Direito.
1892 Habilitação em direito canónico romano e direito comercial (em
Berlim).
1893 Obteve uma posição temporária na Universidade de Berlim.
Casamento com Marianne Schnitger (* 1870; † 1954), que será
mais tarde activista pelos direitos da mulher e socióloga.
1894 É chamado para professor da cadeira de Economia Nacional na
Universidade de Freiburg em Breisgau.
1897 Professor de Economia Nacional na Universidade de Heidelberg.
1898 No seguimento de uma crise familiar, Weber sofre de um colapso
nervoso. Abandona o trabalho académico. É internado
periodicamente até 1903.
1904 Regressa à actividade profissional. Actividade redactorial no jornal
"Archiv für Sozialwissenschaft und Sozialpolitik", que se tornou o
jornal líder da ciência social alemã. Weber fez neste ano uma
viagem aos EUA, onde deu aulas.
1907, recebe uma herança que o vai libertar de quaisquer preocupações
financeiras.
1909 É co-fundador da sociedade Alemã de Sociologia.
1914-1918 Primeira guerra mundial. Em 1914, Weber acolhe
entusiasticamente o início da Guerra (um nacionalismo militarista
muito comum na altura, partilhado entre outros por Thomas
Mann). Increveu-se como voluntário no exército (Reichswehr).
Em 1915 mudou de ideias, tornando-se um pacifista.
1917 Nos Colóquios de Lauenstein apela à continuação da guerra, ao
mesmo tempo defendendo o retorno ao parlamentarismo
1918 Co-fundador do partido democrático alemão (DDP)
1919 Convocado como conselheiro para a delegação alemã na
conferência do Tratado de Versalhes. Foi também nomeado
professor de economia nacional na Universidade de Munique.
14 de Junho de 1920 Max Weber faleceu em Munique vítima de uma
pneumonia.

31 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia

Obra de Weber
A obra de Weber, complexa e profunda, constitui um
momento da compreensão dos fenômenos históricos e sociais e, ao
mesmo tempo, da reflexão sobre o método das ciências histórico-
sociais. Historiador, sociólogo, economista e político, Weber trata
dos problemas metodológicos com a consciência das dificuldades
que emergem do trabalho efetivo do historiador e do sociólogo,
porém, sobretudo com a competência do historiador e do
sociólogo, mas, sobretudo com a competência do historiador do
sociólogo e do economista.
Crítico da "escola história" da economia (Roscher, Knies e
Hildebrandt), Weber reivindica, contra ela, a autonomia lógica e
teórica da ciência, que não pode se submeter a entidades
metafísicas como o "espírito do povo" que Savigny, nas pegadas
de Hegel, concebia como criador do direito, dos sistemas
econômicos, da linguagem e assim por diante. Para Weber, o
"espírito do povo" é produto de inumeráveis variáveis culturais e
não o fundamento real de todos os fenômenos culturais de um
povo. Por outro lado, o pensamento de Weber caracteriza-se pela
crítica ao materialismo histórico, que dogmatiza e petrifica as
relações entre as formas de produção e de trabalho (a chamada
"estrutura") e as outras manifestações culturais da sociedade (a
chamada “superestrutura"), quando na verdade se trata de uma
relação que, a cada vez, deve ser esclarecida segundo a sua efetiva
configuração. E, para Weber, isso significa que o cientista social
deve estar pronto para o reconhecimento da influência que as
32 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
formas culturais, como a religião, por exemplo, podem ter sobre a
própria estrutura econômica.

Max Weber - Análise teórica


A análise da teoria weberiana como ciência tem como ponto
de partida a distinção entre quatro tipos de ação: - a ação racional
com relação a um objetivo é determinada por expectativas no
comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de outros
homens e utiliza essas expectativas como condições ou meios para
alcance de fins próprios racionalmente avaliados e perseguidos; é
uma ação concreta que tem um fim especifico, por exemplo: o
engenheiro que constrói uma ponte. - a ação racional com relação
a um valor é aquela definida pela crença consciente no valor -
interpretável como ético, estético, religioso ou qualquer outra
forma - absoluto de uma determinada conduta.
O ator age racionalmente aceitando todos os riscos, não para
obter um resultado exterior, mas para permanecer fiel a sua honra,
qual seja, à sua crença consciente no valor, por exemplo, um
capitão que afunda com o seu navio. - a ação afetiva é aquela
ditada pelo estado de consciência ou humor do sujeito, é definida
por uma reação emocional do ator em determinadas circunstâncias
e não em relação a um objetivo ou a um sistema de valor, por
exemplo a mãe quando bate em seu filho por se comportar mal. -a
ação tradicional é aquela ditada pelos hábitos, costumes, crenças
transformadas numa segunda natureza, para agir conforme a
tradição o ator não precisa conceber um objeto, ou um valor nem
ser impelido por uma emoção, obedece a reflexos adquiridos pela
33 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
prática. Tanto a ação afetiva quanto a tradicional produz relação
entre pessoas (relações pessoais), são coletivas, comunitárias, nos
dão noção de comunhão e conceito de comunidade. OBS: Na
concepção de Durkheim, a comunidade é anterior a sociedade, ou
melhor a comunidade se transforma em sociedade. Já para Weber
comunidade e sociedade coexistem. A comunidade existe dentro
do interior da sociedade, como por exemplo, a família
(comunidade) que existe dentro da sociedade. Ação social é um
comportamento humano, ou seja, uma atitude interior ou exterior
voltada para ação ou abstenção. Esse comportamento só é ação
social quando o ator atribui a sua conduta um significado/sentido
próprio, e esse sentido se relaciona com o comportamento de
outras pessoas.
Para Weber sociologia é uma ciência que procura
compreender a ação social; considerava o indivíduo e suas ações
como ponto chave da investigação evidenciando o que para ele era
o ponto de partida para da sociologia a compreensão e a percepção
do sentido que o ator atribui à sua conduta. O principal objetivo de
Weber é compreender o sentido que cada ator da a sua conduta e
perceber assim a sua estrutura inteligível e não a analise das
instituições sociais como dizia Durkheim. Aquele propõe que se
devem compreender, interpretar e explicar, respectivamente, o
significado, a organização, o sentido e evidenciar irregularidade
das condutas. Com este pensamento, não possuía a idéia de negar a
existência ou a importância dos fenômenos sociais, dando
importância à necessidade de entender as intenções e motivações
dos indivíduos que vivenciam essas situações sociais, ou seja, a

34 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
sua idéia é que no domínio dos fenômenos naturais só se podem
aprender as regularidades observadas por meio de proposições de
forma e natureza matemática. É preciso explicar os fenômenos por
meio de proposições confirmadas pela experiência, para poder ter
o sentimento e compreendê-las.
Weber também se preocupou muito com a criação de certos
instrumentos metodológicos que possibilitassem ao cientista uma
investigação dos fenômenos particulares sem que ele se perca na
infinidade disforme dos seus aspectos concretos, sendo que o
principal instrumento é o tipo ideal. No qual, cumpririam duas
funções principais, primeiro a de selecionar explicitamente a
dimensão do objeto que vira a ser analisado e posteriormente,
apresentar essa dimensão de uma maneira pura, sem suas sutilezas
concretas.
Para Weber, a ciência positiva e racional pertence ao
processo histórico de racionalização, sendo composta por duas
características que comandam o significado e a veracidade
científica. Em que estas duas características são ou não-
acabamento essencial e a objetividade, em que esta, é definida pela
validade da ciência para os que procuram este tipo de verdade, e
pela não aceitação dos juízos de valor. Segundo ele o não-
acabamento é fundamental, diferentemente de Durkheim que
acredita que a sociologia é edificada nem sistema completo de leis
sociais. Weber por sua vez defendia que para todas as disciplinas,
tanto as ciências naturais como as ciências da cultura, o
conhecimento é uma conquista que nunca se chega ao fim. A
ciência é o devenir da ciência. Seria necessário que a humanidade
35 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
perdesse a capacidade de criar para que a ciência do homem fosse
definitiva. A objetividade do conhecimento é possível, desde que
se separe claramente o conhecimento empírico e da ação prática.
Segundo Weber essa é uma atitude que depende de uma decisão
individual do pesquisador, ou seja, os cientistas devem estar
dispostos a buscar essa objetividade.
Na concepção dos autores Weber e Durkheim, há uma
separação entre ciência e ideologia; para Weber também há uma
separação entre política e ciência, pois a esfera da política é
irracional, paixão e a esfera da ciência é racional, imparcial e
neutra, o homem político apaixona-se, luta tem um princípio de
responsabilidade de pensar as conseqüência dos atos; o político
entende por direção do estado, correlação de força, capacidade de
impor sua vontade a demais pessoas e grupos políticos, é luta pelo
poder dentro do Estado. Já o cientista deve ser neutro, amante da
verdade e do conhecimento científicos, não deve emitir opiniões e
sim pensar segundo os padrões científicos, deve fazer ciência por
vocação, se o cientista apaixonar-se pelo objeto de sua
investigação não será nem imparcial nem objetivo. Para
Durkheim política é a relação entre governantes e governados.
Entretanto, na concepção de Marx não tem como se dissociar
ciência e ideologia, pois para ele ideologia faz parte da ciência,
segundo ele ciência é ciência porque explica o objeto tal como ele
é e porém o conhecimento não é neutro. Política para este também
é luta, mas não de indivíduos como Weber, é sim luta de classes.
A sociologia de Max Weber se inspira numa filosofia
existencialista que propõe uma dupla negação. Nega Durkheim
quando afirma que nenhuma ciência poderá dizer ao homem como
devem viver, ou ensinar às sociedades como se devem organizar.
36 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
Mas também nega Marx quando diz que nenhuma ciência poderá
indicar à humanidade qual é o seu futuro. A ciência weberiana se
define como um esforço destinado a compreender e a explicar os
valores aos quais os homens aderiram, e as obras que construíram,
ele considera a sociologia como uma ciência da conduta humana,
na medida em que essa conduta é social. Weber fundamenta sua
filosofia de valores na filosofia neokantiana, que propõe a
distinção radical entre fatos e valores. Os valores não são do plano
sensível nem do transcendente, são criados pelas desilusões
humanas e se diferem dos atos pelos quais o indivíduo percebe o
real e a verdade. Para Weber, há uma diferença fundamental entre
ciência e valor: valor é o produto das intenções diferentemente de
Durkheim que acreditava encontrar na sociedade o objeto e o
sujeito criador de valores. Weber o contesta dizendo que as
sociedades são meios onde os valores são criados, mas ela não é
concreta. Se a sociedade nos impõe valores, isso não prova que ela
seja melhor que as outras. Sobre o Estado, o conceito científico
atribuído por Weber constitui sempre uma síntese realizada para
determinados fins do conhecimento. Mas por outro lado obtemo-lo
por abstração das sínteses e encontramos na mente dos homens
históricos. Apesar de tudo, o conteúdo concreto que a noção
histórica de estado adota poderá ser apreendido com clareza
mediante uma orientação segundo os conceitos do tipo ideal. O
estado é um instrumento de dominação do homem pelo homem,
para ele só o estado pode fazer uso da força da violência, e essa
violência é legítima pois se apóia num conjunto de normas
(constituição). O estado para Durkheim é a instituição da
disciplina moral que vai orientar a conduta do homem. Religião
também foi um tema que estava presente nos trabalhos de Weber.
"A ética protestante e o espírito do capitalismo" foi a sua grande
37 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
obra sobre esse assunto. Nesse seu trabalho tinha intenção de
examinar as implicações das orientações religiosas na conduta
econômica dos homens, procurando avaliar a contribuição da ética
protestante, em especial o calvinismo, na promoção do moderno
sistema econômico. Weber concebia que o desenvolvimento do
capitalismo devia-se em grande parte à acumulação de capital a
partir da Idade Média. Mas os pioneiros desse capitalismo
pertenciam a seitas puritanas e em função disso levavam a vida
pessoal e familiar com bastante rigidez, as convicções religiosas
desses puritanos os levavam a crer que o êxito econômico era
como uma benção de Deus. Aquele definia o capitalismo pela
existência de empresas cujo objetivo é produzir o maior lucro
possível, e cujo meio é a organização racional do trabalho e da
produção. É a união do desejo do lucro e da disciplina racional que
constitui historicamente o capitalismo.

Referências Bibliográficas:
1. Nova Enciclopédia Barsa;
2. Weber, Max - Sociologia. (capítulo 3, A “objetividade” do
conhecimento nas ciências sociais). São Paulo, 1979. Ed. Atlas;
3. Weber, Max – Ciência e política duas vocações. São Paulo, Ed.
Martin Claret, 2003;
4. Weber, Max – A ética protestante e o espírito capitalista. São Paulo,
Ed. Martin Claret, 2003.
Seguidores
 Ernest Gellner
 David Landes

5.4 - Karl Marx


38 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
Karl Marx não seria propriamente considerado um
sociólogo, e sim um filósofo social; porém é prática considerá-lo
também sociólogo. Além dos sociólogos clássicos, devem ser
citados, ainda, outros sociólogos importantes.
 Ferdinand Töennies
 Pitirim Sorokin
 Vilfredo Pareto
 Talcott Parsons
 Robert Merton
 Eder Simão Sader
 Ernest Gellner
 Slavoj Zizek
VI - COMPARAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS SOCIAIS

No começo do século XX, sociólogos e antropólogos que


conduziam estudos sobre sociedades não-industrializadas
ofereceram contribuições à Antropologia. Deve ser notado,
entretanto, que mesmo a Antropologia faz pesquisa em sociedades
industrializadas; a diferença entre Sociologia e Antropologia tem
mais a ver com os problemas teóricos colocados e os métodos de
pesquisa do que com os objetos de estudo.
A Etnologia, por sua vez, é o estudo sociológico das
sociedades primitivas, e nesse aspecto se aproxima da Sociologia.
Quanto a Psicologia social, além de se interessar mais pelos
comportamentos do que pelas estruturas sociais, ela se preocupa
também com as motivações exteriores que levam o indivíduo a
agir de uma forma ou de outra. Já o enfoque da Sociologia é na
ação dos grupos, na ação geral.

39 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
Já a Economia diferencia-se da Sociologia por estudar
apenas um aspecto da integração social, aquele que se refere a
produção e troca de mercadorias. Nesse aspecto, como mostrado
por Karl Marx e outros, a pesquisa em Economia é frequentemente
influenciada por teorias sociológicas.
Por fim, a Filosofia social procura generalizar as explicações
e procedimentos observados na sociedade, tentando construir uma
teoria que possa explicar inclusive as variâncias no
comportamento social; a Sociologia, por sua vez, é mais específica
no tempo e no espaço.

VII - Breves Reflexões sobre Nova Era e


Reconfiguração Societária

O fim de século, isto é, a transição de milênio, é um ótimo


pretexto para pensar a reconfiguração dos quadros da vida social.
Afinal, o fim do milênio não aparece — direta ou indiretamente —
vinculado ao começo de uma nova era? E nova era não significa
nova vida? Essa nova era, por tantos decantada e esperada, parece
estar se gestando sob o signo da pluralidade social, do trânsito
cultural, da estetização da vida quotidiana. Parece ser pautada pela
predominância das imagens, do simulacro, do virtual, do liminar,
das intensidades vivas de percepções, das figurações dos sentidos e
da epifanização do corpo. O mundo volta a ser reencantado, o que
vale dizer que sua experimentação, antes de ser objeto de reflexão
e instrumento de intervenção, é um espetáculo plurívoco, no qual
são acentuados o afetivo e o sensível.

40 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS Introdução à Sociologia
Nesse novo tempo sim, pois a mudança do milênio nos acena
para um outra configuração — mesmo que exclusivamente
metafórica — da duração, na qual os principais indicadores
parecem ser a hibridização/a mestiçagem de códigos. Isto é, os
novos tempos parecem indicar o fim do primado dos grandes
sistemas unitários de explicação e dos grandes projetos políticos e
sociais homogeneizadores. O coletivo fragmentado, mutante,
plástico, passa a ser o eixo da vida social. Trata-se, portanto, de
uma nova combinatória social, que supõe, na base, uma
multiplicidade de estilos de vida e de grupos afinitários, para os
quais o laço social se constitui a partir da experimentação de
múltiplas situações e ocorrências e de um investimento passional
transitório. Assim, o elemento dinâmico do sistema não é mais o
conjunto formado pelos indivíduos e suas associações contratuais
racionais, mas o das plêiades de comunidades emocionais — as
tribos — que se interligam sob a forma de redes, compondo uma
multiplicade infinita, ao menos em potencialidade, de novas
socialidades, onde o sensível, o lúdico, o vivido, a imagem e o
estético se conjugam na configuração de um novo modo de
experiência do ser no mundo, que privilegia não mais a Unidade
— no partido, em Deus, etc. — mas as pluralidades de vivências
partilhadas, nas quais conta mais a re-ligação do que qualquer
objetivo, finalidade ou intenção.
A instauração desse quadro societário polifônico e
polissêmico pode ser a chave para uma compreensão mais alegre e
generosa desses tempos de transição.

(*) Léa Freitas Perez é professora do Departamento de Sociologia


e Antropologia da UFMG.

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“O Senhor é o meu pastor!” (Sl 23.1a)

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VIII - BIBLIOGRAFIA
1. LEIBE, Jorge, S. Pereira. Introdução à Filosofia da Educação –
IBVEC – RJ – Brasil – 2005.
2. LEIBE, Jorge, S. Pereira. Introdução à Filosofia da Religião –
IBVEC – RJ – Brasil – 2005.
3. Durkheim, E. - As regras do método sociológico. São Paulo,
Ed. Martin Claret, 2002.
4. Arron, R. - As etapas do pensamento sociológico. (págs: 297 a
369)
5. Joldman, L. - Ciências humanas e filosofia. São Paulo, Ed.
Difel. 1967 (págs: 27 a 70)
6. Martins, J. de S. - Ideologia e sociedade. Rio, 1930 (págs: 23 a
45).
7. Weber, Max - Sociologia. (capítulo 3, A “objetividade” do
conhecimento nas ciências sociais). São Paulo, 1979. Ed.
Atlas;
8. Weber, Max – Ciência e política duas vocações. São Paulo, Ed.
Martin Claret, 2003;
9. Weber, Max – A ética protestante e o espírito capitalista. São
Paulo, Ed. Martin Claret, 2003.
10. Nova Enciclopédia Barsa
11. Paulo Ghiraldelli Jr. do Centro de Estudos em Filosofia
Americana.
12. Léa Freitas Perez é professora do Departamento de Sociologia
e Antropologia da UFMG.

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43 JORGE LEIBE

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