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Escola Politécnica
Curso de Engenharia Civil
Departamento de Construção Civil
Rio de Janeiro
2007
Mônica Athayde Freire
Rio de Janeiro
2007
ii
MÉTODOS EXECUTIVOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE UM
EMPREENDIMENTO COMERCIAL DE GRANDE PORTE
Aprovada por:
_________________________________________
Profª. Elaine Garrido Vazquez, D. Sc.
_________________________________________
Profª. Ana Catarina Jorge Evangelista , D. Sc.
_________________________________________
Profª. Jaqueline Passamani Zubelli Guimarãres, M. Sc.
iii
AGRADECIMENTOS
Com a entrega da monografia, seguida da colação, chega o fim de mais uma etapa
em minha vida. Lembranças destes anos de faculdade nunca me faltarão.
Compartilho esta conquista e agradeço a todos que fizeram parte de minha jornada.
A todos os meus amigos, em especial à Fabiene pela força, à Vivi pela imensa
ajuda, à Fernanda por aturar minhas reclamações e ao Rodrigo por sempre torcer
por mim.
Aos meus familiares, especialmente ao meu irmão pela paciência, minha irmã pela
presença mesmo distante e ao meu pai por aturar meu mau-humor, ou seria sono?
iv
Resumo da Monografia apresentada à Escola Politécnica da Universidade Federal
do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de
Engenheiro Civil.
Dezembro/2007.
v
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6
1.1. Considerações Iniciais ................................................................................... 6
1.2. Justificativa ..................................................................................................... 6
1.3. Objetivo .......................................................................................................... 6
1.4. Metodologia Aplicada ..................................................................................... 6
1.5. Estruturação do Trabalho ............................................................................... 7
2. IMPERMEABILIZAÇÃO: PROJETO E PROCESSO ............................................ 8
2.1. Histórico ......................................................................................................... 8
2.2. Princípios Básicos do Processo de Impermeabilização ................................. 8
2.2.1. Fase 1: Preparo de Superfície e Regularização .................................... 10
2.2.2. Fase 2: Impermeabilização .................................................................... 11
2.2.3. Fase 3: Sistemas Auxiliares e Complementares ................................... 12
2.3. Classificação dos Sistemas de Impermeabilização ...................................... 15
2.3.1. Classificação quanto à Aderência.......................................................... 15
2.3.2. Classificação quanto à Flexibilidade ...................................................... 16
2.3.3. Classificação quanto ao Método de Execução ...................................... 16
2.4. Solicitações Impostas pelos Fluidos nas Partes Construtivas ...................... 17
2.4.1. Impermeabilização Contra Fluidos que Atuam Sob Pressão Unilateral ou
Bilateral .............................................................................................................. 17
2.4.2. Impermeabilização de Estruturas Sujeitas à Água de Percolação......... 19
2.4.3. Impermeabilização contra a Umidade do Solo ...................................... 20
2.4.4. Impermeabilização de Estruturas Sujeitas à Água de Condensação .... 20
2.5. Principais Materiais ...................................................................................... 21
2.6. Ferramentas e Equipamentos Utilizados na Impermeabilização .................. 25
2.7. Detalhes Construtivos .................................................................................. 28
3. CASE EMPREENDIMENTO COMERCIAL NO RIO DE JANEIRO .................... 29
3.1. Introdução .................................................................................................... 29
3.2. Áreas Impermeabilizadas – 2º Subsolo ........................................................ 31
3.2.1. Cisterna ................................................................................................. 31
3.2.2. Poço do Elevador .................................................................................. 32
3.2.3. Paredes dos Subsolos ........................................................................... 34
3.3. Áreas Impermeabilizadas – 1º Subsolo ........................................................ 36
3.3.1. Central de Água Gelada de Ar Condicionado ........................................ 36
1
3.4. Áreas Impermeabilizadas – Térreo .............................................................. 38
3.4.1. Área Externa Descoberta ...................................................................... 38
3.4.2. Espelhos D´água ................................................................................... 44
3.4.3. Área Coberta Aberta .............................................................................. 46
3.4.4. Piscina ................................................................................................... 48
3.4.5. Haman (Banho Romano) ....................................................................... 50
3.4.6. Sauna Seca ........................................................................................... 51
3.4.7. Sauna a Vapor ....................................................................................... 53
3.5. Áreas Impermeabilizadas – Pavimento Tipo e Cobertura ............................ 55
3.5.1. Terraços e Varandas ............................................................................. 55
3.6. Áreas Impermeabilizadas – Telhado ............................................................ 61
3.6.1. Calhas ................................................................................................... 61
3.6.2. Teto da Casa de Máquinas .................................................................... 63
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 65
5. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 67
2
ÍNDICE DE FIGURAS
3
Figura 39 – Proteção primária e paramento vertical ............................................................................. 45
Figura 40 – Revestimento final: cerâmico ............................................................................................. 46
Figura 41 – Corte .................................................................................................................................. 47
Figura 42 – Manta asfáltica aderida com asfalto .................................................................................. 47
Figura 43 – Corte .................................................................................................................................. 48
Figura 44 – Regularização do fundo ..................................................................................................... 49
Figura 45 – Teste de estanqueidade .................................................................................................... 49
Figura 46 – Corte .................................................................................................................................. 50
Figura 47 – Epóxi com alcatrão de hulha.............................................................................................. 51
Figura 48 - Corte ................................................................................................................................... 52
Figura 49 – Epóxi isento de solventes .................................................................................................. 52
Figura 50 – Corte .................................................................................................................................. 53
Figura 51 – Argamassa polimérica........................................................................................................ 54
Figura 52 – Corte .................................................................................................................................. 56
Figura 53 - Imprimação asfáltica no terraço .......................................................................................... 56
Figura 54 – Manta asfáltica e rodapé de 40 cm .................................................................................... 57
Figura 55 – Manta asfáltica: Ralo.......................................................................................................... 57
Figura 56 – Teste de estanqueidade .................................................................................................... 57
Figura 57 – Proteção Primária .............................................................................................................. 58
Figura 58 – Entrada da impermeabilização .......................................................................................... 58
Figura 59 – Emenda de mantas ............................................................................................................ 59
Figura 60 – Isolamento térmico e geotextil não tecido de poliéster ...................................................... 59
Figura 61 – Tela soldada e acabamento final: cimentado .................................................................... 60
Figura 62 – Corte .................................................................................................................................. 61
Figura 63 – Geotextil não tecido de poliéster........................................................................................ 62
Figura 64 – Proteção mecânica em placas 60 x 60 cm ........................................................................ 62
Figura 65 – Corte .................................................................................................................................. 63
Figura 66 – Manta asfáltica ardoziada .................................................................................................. 64
4
ÍNDICE DE TABELAS
5
1. INTRODUÇÃO
1.2. Justificativa
A fim de complementar a formação de graduação, a escolha do tema foi
direcionada para as etapas da construção de uma edificação. Dentre diversos temas
vivenciados nesta área, a oportunidade de executar um estudo de campo, a
necessidade em dar ênfase à importância do projeto de impermeabilização e à
impermeabilização propriamente dita foram determinantes para a escolha do tema.
1.3. Objetivo
A etapa de impermeabilização é uma fase importante para tornar a
construção protegida, evitar comprometimento e preservar sua vida útil. Desta forma,
conhecer os tipos, como aplicá-la e qual o melhor material a ser especificado são
itens que devem ser observados e analisados durante a concepção do projeto de
impermeabilização.
6
1.5. Estruturação do Trabalho
O trabalho foi estruturado em cinco capítulos, nos quais se incluem esta
introdução, as considerações finais e a bibliografia.
No segundo capítulo foi realizado um breve histórico, conceituando os
princípios básicos, incluindo as fases e o projeto específico, a classificação, os
materiais mais utilizados, as solicitações impostas pelos fluidos, as ferramentas e o
procedimento de execução para os processos de impermeabilização.
No terceiro capítulo foi realizado um estudo de caso, com a finalidade de
enriquecer o trabalho. A partir da compreensão de diversos itens no segundo
capítulo, pôde-se analisar a impermeabilização na obra visitada.
Já no quarto capítulo foram apresentadas as considerações finais deste
trabalho lembrando a importância do projeto de impermeabilização, da manutenção
pós entrega da obra e da sustentabilidade.
7
2. IMPERMEABILIZAÇÃO: PROJETO E PROCESSO
2.1. Histórico
A necessidade de impermeabilizar vem de muito tempo, seja no segmento
comercial ou residencial, os serviços de impermeabilização até hoje são executados.
O primeiro processo de impermeabilização da história foi descrito na Bíblia.
Versículos do Antigo Testamento informam que a Torre de Babel e a Arca de Noé
foram impermeabilizadas com asfalto. Durante as instruções para a construção da
grande Arca de Noé, Deus teria dito: “Faze para ti uma arca de madeira resinosa:
farás compartimentos e a revestirás de betume por dentro e por fora”. Essas ordens
foram providenciais para gerar um barco seguro e salvar as espécies no dilúvio.
O petróleo e derivados como o asfalto e o betume são conhecidos pelo
homem há pelo menos seis mil anos. Segundo Heródoto, na construção dos Jardins
Suspensos da Babilônia, Nabucodonosor utilizou betume como impermeabilizante e
material de liga (século V a.c.). O petróleo era usado pelos egípcios para
embalsamar mortos ilustres e como elemento de liga de suas pirâmides.
Os índios das Américas do Norte e do Sul – muitos anos antes da chegada de
portugueses, ingleses e espanhóis – serviam-se do petróleo e de seus derivados
naturais para pavimentar estradas do império inca. Gregos e romanos utilizavam o
petróleo, também para a confecção de armas.
Entre os construtores das caravelas de Pedro Álvares Cabral, havia um grupo
especialistas (calafates) em impermeabilizar as juntas das madeiras com betume,
abreu, pez, resina e alcatrão.
Atualmente, dispomos de diversos produtos desenvolvidos especialmente
com a função de evitar a ação indesejada da água.
8
O processo de impermeabilização é constituído de diversas etapas até
chegarmos ao produto estanque. A análise da estrutura a ser impermeabilizada, o
projeto de impermeabilização, a preparação da superfície, a impermeabilização
propriamente dita, os testes de estanqueidade, as camadas separadoras e as
proteções, cada uma destas etapas devem ser monitoradas no decorrer de sua
execução.
Durante a concepção do projeto de impermeabilização é possível alcançar
uma maior eficiência a partir da escolha dos materiais e sistemas que serão
aplicados de acordo com as características do projeto a ser executado. Em cada
caso, deverão ser analisadas todas as interferências construtivas, tais como o tipo
de edificação, movimentações estruturais, finalidades de cada área e segurança dos
trabalhadores.
As principais normas que referenciam o projeto de impermeabilização são:
NBR 9575 – Impermeabilização: Seleção e Projeto e a NBR 9574 – Execução de
impermeabilização. Estas normas estabelecem que para a aplicação da
impermeabilização nas construções, o executante deve receber uma série de
documentos técnicos. Estes são constituídos de memorial descritivo e justificativo,
desenhos e detalhes específicos, especificações dos materiais e serviços a serem
realizados.
A norma (NBR 9575, 2003) indica que o projeto seja elaborado por um
profissional que possua qualificação para exercer esta responsabilidade técnica e
deve ser legalmente habilitado pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia). Este projeto deve ser seguido na integra pelo executante
da obra e no fechamento da contratação, deve ser fornecida uma planilha com a
quantidade dos serviços a serem realizados e com a forma de medição dos serviços.
Para que a impermeabilização seja iniciada é necessário que o projeto tenha
sido entregue ao responsável pela obra e que esta por sua vez esteja com o local
onde será executada a impermeabilização liberado para início dos serviços.
Na tabela 1, observa-se três fases do processo de impermeabilização.
9
Tabela 1 - Etapas do processo de impermeabilização
FASE 2:
IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA: ENTRE SUBSTRATOS E A MANTA
IMPERMEABILIZAÇÃO
TESTE DE ESTANQUEIDADE: COMPROVAR A EFICIÊNCIA
CAMADAS
FASE 3: SISTEMAS
AUXILIARES E PROTEÇÕES
COMPLEMENTARES
TRATAMENTO DE JUNTAS
10
declividade de no mínimo 1%, quando necessário (NBR 9574, 1986). Na figura 2
observamos o canto arredondado da meia-cana.
11
Pode-se aplicar no processo de impermeabilização inúmeros tipos de
sistemas que serão vistos posteriormente. Na figura 4, exemplifica-se a aplicação de
manta asfáltica.
adesivo elastomérico;
asfáltico;
Apóia e protege a camada geotêxtil de poliéster ou
CAMADA-BERÇO impermeável contra agressões polipropileno;
provenientes do substrato. manta asfáltica;
poliestireno expandido ou
extrudado;
13
Protegem contra os efeitos do meio
ambiente danificam a
impermeabilização. É o caso do argamassa;
ataque das raízes agressivas, concreto;
PROTEÇÃO vibração de um motor ligado à metal;
MECÂNICA estrutura de um subsolo, entre outros. solo
Recomenda-se o uso, também, para geotêxtil;
proteger a impermeabilização dos
danos causados pela própria obra na
instalação de revestimentos.
14
2.3. Classificação dos Sistemas de Impermeabilização
Os sistemas de impermeabilização podem ser classificados quanto à
aderência, flexibilidade e execução. Esta classificação está apresentada na tabela
3.
Aderentes
Quanto à aderência Parcialmente aderentes
Não - aderentes
Rígidos
Quanto à flexibilidade Semi-flexíveis
Flexíveis
pintura
a frio
Quanto ao método de Moldados in loco aplicação de camadas
execução a quente
Pré fabricados
15
2.3.2. Classificação quanto à Flexibilidade
Nesta classificação os sistemas podem ser rígidos, semi-flexíveis e flexíveis.
Os sistemas rígidos são utilizados em estruturas com sub pressão e não
sujeitas à movimentação, forte exposição solar e variações térmicas e vibração. Este
sistema acompanha proporcionalmente o trabalho estrutural sem sofrer infiltração
nas zonas de fissuração. Utilizam-se argamassas impermeáveis e processos de
cristalização para este sistema. Aplica-se este sistema em reservatórios, piscinas e
caixas d`água enterradas, fundações, subsolos, pisos, paredes de encosta, entre
outros.
Os sistemas semi-flexíveis são muito eficientes para superfícies sujeitas a
rachaduras e fissuras. Aplicação de argamassas poliméricas e resinas epóxicas
flexibilizadas são exemplos deste sistema. Os polímeros empregados lhes conferem
a propriedade de dar certa flexibilidade, além de aumentar a aderência e a
impermeabilidade dos mesmos. Utiliza-se este sistema em saunas, banheiros, piso
de cozinhas, paredes de subsolos sem influência do lençol freático, entre outros.
Os sistemas flexíveis são aplicados em estruturas que estão sujeitas ao
trabalho térmico e não sujeitas ao lençol freático. Utilizamos para estes sistemas
mantas pré-moldadas e mantas moldadas in loco. Aplica-se este sistema em
terraços, pilotis expostos ao sol, bases de torre de refrigeração, juntas de dilatação,
entre outros.
16
Tabela 4 – Métodos executivos
Fonte: Cocito, 2006
Espessura variável, com pontos de menor Espessura definida e controlada pelo processo
espessura mais frágeis industrial
Menor velocidade de aplicação, com maiores Maior velocidade de aplicação, com maior
custos de mão-de-obra rendimento da mão-de-obra
SAUNAS, CAMARAS
ÁGUA DE CONDENSAÇÃO
FRIGORÍFICAS
17
Água sob pressão positiva é a água confinada ou não, exercendo pressão
hidrostática superior a 1kPa de forma direta à impermeabilização (NBR 9575, 2003).
Observa-se este fenômeno na figura 6.
18
Tabela 6 – Influência da pressão
Tabela 7 – Exemplo para impermeabilização contra fluidos que atuam sob pressão
PRESSÃO CLASSIFICAÇÃO ESCOLHA DO
LOCAL
ATUANTE DO SISTEMA MATERIAL
Membranas Asfálticas ou
PISCINAS ELEVADAS Unilateral Positiva Flexível
de Polímeros
Flexível Manta de Polímeros
BANHEIROS - BOX Unilateral Positiva
Semi-Flexível Epoxi
Argamassa Impermeável
Rigida
ou epoxi
SUBSOLOS Unilateral Negativa
Semi-Flexível Argamassa Polimérica
19
Tabela 8 – Exemplo para impermeabilização contra água de percolação
CLASSIFICAÇÃO
LOCAL MATERIAL
DO SISTEMA
membrana asfáltica, de polímero e
TERRAÇOS / MARQUISES Flexível
elastômeros
JARDINS SUSPENSOS Flexível membranas de polímeros
PISO DE BANHEIROS /
Semi-flexível argamassa polimérica / epoxi flexibilizado
COZINHAS
PISOS RESIDENCIAIS
Concreto impermeável ou argamassa
Rígido ou Semi-Flexível
polimérica, respectivamente
MUROS DE ARRIMO
20
Tabela 10 – Exemplo da impermeabilização contra água de condensação
CLASSIFICAÇÃO
LOCAL MATERIAL
DO SISTEMA
SAUNAS Semi-flexivel epóxi com alcatrão de hulha
21
Tabela 11 – Principais materiais utilizados
SISTEMAS QUANTO
MATERIAL UTILIZADO
À FLEXIBILIDADE
Concreto impermeável com aditivos
Concreto impermeável sem aditivos
RÍGIDO Argamassa com hidrofugantes
Cimentos impermeabilizantes e polímeros
Cimentos impermeabilizantes e líquidos seladores
Argamassa aditivadas com polímeros
Epóxi isento de solventes
SEMI-FLEXÍVEL
Epóxi cinza
Epóxi flexibilizado
22
Tabela 12 - Impermeabilização contra fluidos que atuam sob pressão unilateral ou bilateral
Fonte: NBR 9575, 2003
IMPERMEABILIZAÇÃO CONTRA FLUIDOS QUE ATUAM SOB PRESSÃO UNILATERAL OU
BILATERAL
membrana elastomérica de poliisobutileno-
argamassa impermeável com aditivo hidrófugo;
isopreno (I.I.R), em solução;
24
Tabela 15 - Impermeabilização contra água de condensação
Fonte: NBR 9575, 2003
IMPERMEABILIZAÇÃO CONTRA ÁGUA DE CONDENSAÇÃO
25
Algumas ferramentas também são necessárias no processo de
impermeabilização. Na figura 10 temos desempenadeira, colher de pedreiro, trincha
e pincel largo, vassoura ou vassourão de pêlo macio, rolo para pintura e maçarico.
Figura 10 – Ferramentas
Para utilização de, por exemplo, mantas com aplicação a quente é necessário
esquentar o asfalto. Pode ser na caldeira elétrica ou caldeira de aquecimento
elétrico, à gás ou à lenha. A figura 12 apresenta a caldeira elétrica.
26
Figura 12 – Caldeira elétrica
Figura 13 – Caldeiras
28
3. CASE EMPREENDIMENTO COMERCIAL NO RIO DE JANEIRO
3.1. Introdução
Neste capitulo será apresentado um case de um empreendimento comercial
localizado no Rio de Janeiro de uma construtora de renome. O empreendimento se
situa na Barra da Tijuca numa área construída de 111.327,20 m², constituído de 6
blocos com 6 ou 7 andares cada e aproximadamente 900 unidades comerciais.
29
entregue um caderno de especificações complementares e detalhes específicos
para execução.
No projeto referente ao empreendimento analisado, houve indicação para
impermeabilização em diversos locais. Na tabela 17, de acordo com o pavimento
localizado, estão relacionadas as áreas analisadas em nosso estudo.
PAVIMENTO LOCAL
CISTERNA
PAREDES DO SUBSOLO
PAREDES DO SUBSOLO
1º SUBSOLO
CENTRAL DE ÁGUA GELADA DE AR
CONDICIONADO
ÁREA EXTERNA DESCOBERTA
ESPELHOS D´ÁGUA
TÉRREO PISCINA
HAMAN
SAUNA SECA
SAUNA A VAPOR
PAVIMENTO TIPO E
TERRAÇOS E VARANDAS
COBERTURA
CALHA
TELHADO
TETO DA CASA DE MÁQUINAS
30
A classificação quanto à flexibilidade também pode ser influenciada por outras
atuações dos fluidos, conforme apresentado na revisão bibliográfica, porém nesta
análise somente a pressão foi determinante para a escolha do sistema.
3.2.1. Cisterna
Tabela 18 - Cisterna
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
SEMI-FLEXÍVEL
DO SISTEMA FLEXIBILIDADE
QUANTO AO MÉTODO
MOLDADO IN LOCO
DE EXECUÇÃO
FASE 3 -
Figura 17 – Corte
31
Este sistema de impermeabilização iniciou-se com o preparo de superfície
que consiste na limpeza geral com escova de aço e água, com remoção das
partículas soltas ou desagregadas, corrigindo-se todas as imperfeições de
concretagem. Podemos observar a sua aplicação na figura 18.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
SEMI-FLEXÍVEL
DO SISTEMA FLEXIBILIDADE
QUANTO AO MÉTODO
MOLDADO IN LOCO
DE EXECUÇÃO
FASE 3 -
32
3.2.2.1. Procedimento de Execução
O corte referente à execução do poço do elevador pode ser observado na
figura 19. O procedimento utilizado é similar ao aplicado na cisterna.
Figura 19 – Corte
33
3.2.3. Paredes dos Subsolos
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
SEMI-FLEXÍVEL
DO SISTEMA FLEXIBILIDADE
QUANTO AO MÉTODO
MOLDADO IN LOCO
DE EXECUÇÃO
FASE 3 -
Figura 21 – Corte
34
Figura 22 – Preparo de superfície
35
3.3. Áreas Impermeabilizadas – 1º Subsolo
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
FLEXÍVEL
DO SISTEMA FLEXIBILIDADE
QUANTO AO MÉTODO
PRÉ-FABRICADO
DE EXECUÇÃO
FASE 1 REGULARIZAÇÃO
IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA
PARAMENTO VERTICAL:
CHAPISCO + TELA
FASE 3 GALVANIZADA (RODAPÉS)
GEOTEXTIL NÃO TECIDO DE
POLIESTER
Figura 24 – Corte
36
A impermeabilização desta central iniciou-se com a regularização, seguida da
aplicação da imprimação asfáltica e colagem da manta asfáltica a quente com
asfalto oxidado, virando o rodapé com 40 cm. A eficiência do processo de
impermeabilização foi comprovada a partir do teste de estanqueidade num período
mínimo de 72 horas. A figura 25 ilustra a execução da regularização com caimento.
Este processo de execução está descrito de forma completa no item referente à área
externa descoberta.
Figura 25 – Regularização
37
3.4. Áreas Impermeabilizadas – Térreo
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
FLEXÍVEL
DO SISTEMA FLEXIBILIDADE
QUANTO AO MÉTODO
PRÉ-FABRICADO
DE EXECUÇÃO
ARGAMASSA DE
FASE 1
REGULARIZAÇÃO
IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA
TESTE DE ESTANQUEIDADE
PROTEÇÃO PRIMÁRIA:
PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO ARGAMASSA DE CIMENTO E
AREIA 1:6, e = 2cm
PARAMENTO VERTICAL:
CHAPISCO + TELA
GALVANIZADA (RODAPÉS)
FASE 3 PROTEÇÃO MECÂNICA COM
PINTURA ANTI-RAIZ (JARDINS)
CAMADA CONTÍNUA DE BRITA
Nº 2
GEOTEXTIL NÃO TECIDO DE
POLIESTER
38
Figura 27 – Corte área de circulação e de jardins
Figura 28 – Regularização
39
Figura 29 – Imprimação asfáltica
40
Figura 31 – Teste de estanqueidade
41
Com a necessidade de drenar a água que atua sobre a área, foi executada
uma camada contínua de brita funcionando como uma camada drenante. Na figura
33 observamos a aplicação desta camada.
Para que não houvesse comunicação entre o solo usado para enchimento do
piso no acabamento final e a camada de brita, foi utilizado uma camada separadora.
Esta camada se refere à aplicação de geotextil não tecido de poliéster não
permitindo, assim, que o solo se misture com a camada de brita, prejudicando a
drenagem. A figura 34, a seguir, representa esta camada separadora sendo aplicada
sobre a camada drenante.
43
3.4.2. Espelhos D´água
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
FLEXÍVEL
DO SISTEMA FLEXIBILIDADE
QUANTO AO MÉTODO
PRÉ-FABRICADO
DE EXECUÇÃO
ARGAMASSA DE
FASE 1
REGULARIZAÇÃO
IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA
PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO
TESTE DE ESTANQUEIDADE
PROTEÇÃO MECÂNICA:
ARGAMASSA DE CIMENTO E
AREIA 1:6, e = 2cm
FASE 3
PARAMENTO VERTICAL:
CHAPISCO + TELA
GALVANIZADA (RODAPÉS)
45
Figura 40 – Revestimento final: cerâmico
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
FLEXÍVEL
DO SISTEMA FLEXIBILIDADE
QUANTO AO MÉTODO
PRÉ-FABRICADO
DE EXECUÇÃO
ARGAMASSA DE
FASE 1
REGULARIZAÇÃO
IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA
PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO
TESTE DE ESTANQUEIDADE
PROTEÇÃO MECÂNICA:
ARGAMASSA DE CIMENTO E
AREIA 1:6, e = 2cm
FASE 3
PARAMENTO VERTICAL:
CHAPISCO + TELA
GALVANIZADA (RODAPÉS)
46
3.4.3.1. Procedimento de Execução
O corte na figura 41 representa as camadas do processo de
impermeabilização da área coberta aberta.
Figura 41 – Corte
47
3.4.4. Piscina
Tabela 25 – Piscina
LOCAL PISCINA
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
FLEXÍVEL
DO SISTEMA FLEXIBILIDADE
QUANTO AO MÉTODO
PRÉ-FABRICADO
DE EXECUÇÃO
ARGAMASSA DE
FASE 1
REGULARIZAÇÃO
IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA
PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO
TESTE DE ESTANQUEIDADE
PROTEÇÃO MECÂNICA:
ARGAMASSA DE CIMENTO E
AREIA 1:6, e = 2cm
FASE 3
PARAMENTO VERTICAL:
CHAPISCO + TELA
GALVANIZADA (RODAPÉS)
Figura 43 – Corte
49
3.4.5. Haman (Banho Romano)
Tabela 26 – Haman
LOCAL HAMAN
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
SEMI-FLEXÍVEL
DO SISTEMA FLEXIBILIDADE
QUANTO AO MÉTODO
MOLDADA IN LOCO
DE EXECUÇÃO
REGULARIZAÇÃO PISO E
FASE 1
PAREDES
PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO EPÓXI COM ALCATRÃO DE
FASE 2
HULHA
FASE 3 -
Figura 46 – Corte
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
SEMI-FLEXÍVEL
DO SISTEMA FLEXIBILIDADE
QUANTO AO MÉTODO
MOLDADA IN LOCO
DE EXECUÇÃO
REGULARIZAÇÃO PISO E
FASE 1
PAREDES
PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO EPÓXI COM ALCATRÃO DE
FASE 2
HULHA
FASE 3 CAMADA DE AREIA
51
3.4.6.1. Procedimento de Execução
A seguir, na figura 48 o corte esquemático das camadas de
impermeabilização da sauna seca.
Figura 48 - Corte
52
3.4.7. Sauna a Vapor
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
SEMI-FLEXÍVEL
DO SISTEMA FLEXIBILIDADE
QUANTO AO MÉTODO
MOLDADA IN LOCO
DE EXECUÇÃO
REGULARIZAÇÃO PISO E
FASE 1
RODAPÉS
FASE 3 -
Figura 50 – Corte
54
3.5. Áreas Impermeabilizadas – Pavimento Tipo e Cobertura
TESTE DE ESTANQUEIDADE
PROTEÇÃO MECÂNICA:
PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO
ARGAMASSA DE CIMENTO E
AREIA 1:6, e = 2cm
PARAMENTO VERTICAL:
FASE 3 CHAPISCO + TELA
GALVANIZADA (RODAPÉS)
ISOLAMENTO TÉRMICO
GEOTEXTIL NÃO TECIDO DE
POLIESTER
55
Figura 52 – Corte
56
Figura 54 – Manta asfáltica e rodapé de 40 cm
58
desmontagem, os ganchos foram cortados e surgiu a necessidade de emenda nas
mantas, conforme a figura 59.
59
exemplo, variações térmicas foi executado juntas de retração no piso preenchidas
com materiais deformáveis (mástique).
60
3.6. Áreas Impermeabilizadas – Telhado
3.6.1. Calhas
Tabela 30 – Calhas
LOCAL CALHAS
TESTE DE ESTANQUEIDADE
PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO PARAMENTO VERTICAL:
CHAPISCO + TELA
GALVANIZADA (RODAPÉS)
Figura 62 – Corte
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A aplicação da impermeabilização nesta área é semelhante aos terraços e
varandas. Na figura 63 podemos observar a aplicação da proteção térmica e a
camada separadora.
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3.6.2. Teto da Casa de Máquinas
Figura 65 – Corte
63
Figura 66 – Manta asfáltica ardoziada
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos no decorrer do trabalho, a impermeabilização é um serviço com
fases bem distintas, a fim de obter a maior eficiência em sua execução deve-se
acompanhar todas as etapas do sistema. Além das fases descritas na revisão
bibliográfica, após a entrega da obra inicia-se uma nova fase: manutenção. Assim,
após a conclusão da impermeabilização são necessários alguns cuidados para a
preservação da mesma, como impedir que as áreas tratadas sejam perfuradas ou
danificadas, não deve-se alterar níveis de jardineiras ou piscinas, deve-se impedir
pancadas em áreas onde for executada impermeabilização rígida. A
impermeabilização é responsável pelo maior índice de retorno para manutenção por
garantia e, também, pelo maior custo para reparo (ZUBELLI GUIMARÃES, 2007).
O sistema de impermeabilização adotado deve atender às exigências de
desempenho, como a resistência às cargas estáticas e dinâmicas; resistência às
pressões hidrostáticas, de percolação, coluna d’água e umidade do solo; resistência
aos efeitos dos movimentos de dilatação e retração do substrato, ocasionados por
variações térmicas; resistir à degradação ocasionada por influências climáticas,
térmicas, químicas ou biológicas, decorrentes da ação da água, de gases ou do ar
atmosférico; deve apresentar aderência, flexibilidade, resistência e estabilidade
físico-mecânica compatíveis com as solicitações previstas em projeto, deve
apresentar vida útil compatível com as condições previstas em projeto.
Nos casos em que a empresa especializada em impermeabilizarão é
contratada quando os projetos já estão finalizados, podem haver falhas no projeto de
impermeabilização, como a falta de previsão de caimentos, sobrecargas, rebaixos
das lajes ou outros detalhes da mesma espécie. Assim podem ocorrer
improvisações, acarretando em soluções não satisfatórias, custos elevados e,
muitas vezes, há a dificuldade na definição das responsabilidades dos técnicos
envolvidos.
Neste trabalho, foi realizado um estudo de caso em um empreendimento
comercial de grande porte de uma construtora de renome. Neste empreendimento
foi contratada uma empresa terceirizada com experiência no mercado para a
execução do projeto de impermeabilização. O processo de impermeabilização e o
método executivo foram acompanhados durante aproximadamente um ano para que
pudessem ser sucintamente analisados. Durante este período de análise dos
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métodos observou-se que todos estão de acordo com as normas de execução, já
mencionadas neste trabalho.
A impermeabilização também tem a sua função na sustentabilidade, um
exemplo seria o teto verde, isto é, jardins suspensos geralmente de vegetação
rasteira, que pode ser implantado em lajes planas e em telhados. Sem a
impermeabilização, esta execução com segurança e eficiência seria impossível.
Porém, os produtos utilizados na impermeabilização em geral, são nocivos ao
ambiente e ainda não é utilizado nenhum material para substituir estes. Sobre a
reciclagem de materiais resultantes de sobra ainda não é realizada, mas é uma
questão que não poderia ser deixada para trás, ainda mais que atualmente a
reciclagem e o aproveitamento de recursos são tópicos principais em qualquer
serviço na construção civil.
O conhecimento adquirido durante a execução deste projeto de final de curso
de graduação contribui para a complementação de minha formação acadêmica.
Todo este conhecimento será de grande utilidade para a minha vida profissional e,
no decorrer dos anos, este ainda será enriquecido ganhando com a prática, cada
vez mais, experiência no assunto.
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5. BIBLIOGRAFIA
COCITO, Luiz Otávio. Material de aula da disciplina EEC 523 – Construção Civil I
– UFRJ, 2006.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Impermeabiliza%C3%A7%C3%A3o, 2007
http://www.denverimper.com.br/, 2007
http://www.lwart.com.br/site/content/quimica/default.asp, 2007
http://www.primer.com.br/manualdoimpermeabilizador.htm, 2007
http://www.vedacit.com.br/, 2007
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