Você está na página 1de 20

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 2

1. O JUIZ DE PAZ OFICIAL EM NOSSOS DIAS 4

2. CUIDADO COM FALSAS PROMESSAS 5

3. CUIDADO COM MATERIAIS CRIMINOSOS 8

4. A FUNÇÃO DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO 11

5. POR QUE DEVO ME CAPACITAR? 14

6. MODELOS DE DOCUMENTOS 16

CONCLUSÃO 17

SOBRE O CURSO DE JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO 17


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

INTRODUÇÃO

Este ebook faz parte do material de apoio oferecido aos alunos


do Curso de Juiz de Paz Eclesiástico. Trata-se de um guia
introdutório sobre as principais questões jurídicas que envolvem a
Justiça de Paz no Brasil.
Para fazer isso temos que voltar à Constituição de 1824, que
criou a categoria Juiz de Paz dentro da estrutura do Poder Judiciário.
Na época esses Juízes tinham várias competências importantes,
inclusive para julgar pequenas demandas. Para que você tenha uma
ideia, eles decidiam os tipos de processos que, hoje, tramitam nos
Juizados Especiais, popularmente conhecidos como Juizados de
Pequenas Causas. Tanto que eram remunerados da mesma forma
que os Juízes de Direito.
E não é só. Os Juízes de Paz também faziam auto de corpo de
delito e interrogavam criminosos, papeis que atualmente são
exercidos pelos Delegados de Polícia.
Mas a partir de 1841 houve um esvaziamento de suas funções
jurisdicionais (ligadas ao exercício dos Tribunais) e policiais,
resultando em uma concentração em aspectos notariais.
Tanto que na Constituição de 1988 está previsto que

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 2


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados


criarão: (...) II - justiça de paz, remunerada, composta de
cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com
mandato de quatro anos e competência para, na forma da
lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de
impugnação apresentada, o processo de habilitação e
exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional,
além de outras previstas na legislação. (art. 98, II)

Grifamos acima os aspectos fundamentais da Justiça de Paz:

a) Obrigatória: o texto é claro ao usar a palavra criarão, ao invés


de poderá criar, como antes era expresso nas Constituições
de 1934, 1937, 1946 e 1967;
b) Remunerada: não se trata de um ofício voluntário, realizado
de modo gracioso, mas sim mediante compensação
financeira;
c) Ingresso via eleição: a ideia da Constituição de 1988 foi
trazer ares democráticos para o exercício do cargo,
impedindo indicações políticas e eleitoreiras;
d) Mandato temporário: assim como nos demais cargos
eletivos, a norma prevê um período de tempo no qual o
serviço deve ser prestado pelo oficiante;

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 3


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

e) Competência reduzida: resumo em atribuições cartorárias e


de conciliação, mas sem caráter jurisdicional; numa
linguagem mais simples, suas decisões sempre podem ser
revistas pelo Poder Judiciário.

Observado o texto da Constituição, e principalmente as leis


regulamentadoras, quais funções ficaram concedidas à Justiça de
Paz?

1. O JUIZ DE PAZ OFICIAL EM NOSSOS DIAS

Até 2017, antes de entrar em vigor a Lei nº 13.467, o Juiz de


Paz poderia desempenhar a assistência do empregado em
situações que envolviam a rescisão do contrato de trabalho.
Contudo, a permissão indicada no art. 477, § 3º, da CLT, foi
revogada pela mencionada lei.
O que temos de mais concreto hoje é o art. 112 da Lei Orgânica
da Magistratura Nacional (LOMAN – Lei Complementar nº 35/1979):

A Justiça de Paz temporária, criada por lei, mediante


proposta do Tribunal de Justiça, tem competência somente
para o processo de habilitação e a celebração do
casamento. (art. 112, caput)

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 4


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

Nessa direção, é importante que você perceba o uso de uma


palavra, SOMENTE. Grifei e coloquei em caixa de propósito, para
que você leia com o destaque que ela merece. De acordo com a
LOMAN, o Juiz de Paz Oficial “tem competência SOMENTE para o
processo de habilitação e a celebração do casamento”.
Ora, se nem aqueles nomeados pelo Tribunal de Justiça de
cada Estado podem fazer algo além disso, já é possível imaginar
que muita coisa que você leu até hoje sobre o Juiz de Paz
Eclesiástico não trazia verdades. E é sobre algumas delas que
vamos falar no próximo tópico...

2. CUIDADO COM FALSAS PROMESSAS

Repare uma coisa: em muitos sites que falam sobre cursos de


Juiz de Paz Eclesiástico você encontra informações de que o
Ministro Religioso deve ser

membro ativo de um órgão de classe com capacidade de


oferecer capacitação, qualificação e formação especifica
para, na forma da lei, certificar que os nubentes preencham
todos os requisitos legais constantes do Novo Código Civil

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 5


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

Brasileiro e demais leis pertinentes, sendo assessorado por


um(a) escrevente eclesiástico de paz.

Mas você sabe de onde veio essa espécie de texto-padrão? Ele


está em uma norma do Estado do Rio de Janeiro: Lei nº 7.380, de
14/07/2016 (art. 1º, § 1º). Só que essa lei foi declarada
INCONSTITUCIONAL pelo TJRJ, desde 23/07/2018, na Ação Direta
de Inconstitucionalidade 0008254-30.2018.8.19.0000.
Ora, se o texto é INCONSTITUCIONAL, por que esses sites
vivem repetindo a mesma coisa? Das duas uma: ou falta um mínimo
de capacitação da pessoa que elaborou o site/curso, já que o texto
é inválido há muitos anos; ou eles querem, de propósito, te repassar
uma informação falsa. Isso mesmo, infelizmente!
NÃO EXISTE QUALQUER LEGISLAÇÃO FEDERAL QUE
EXIJA DO MINISTRO RELIGIOSO SER FILIADO A QUALQUER
ÓRGÃO DE CLASSE, ASSOCIAÇÃO OU COISA PARECIDA.
A criação dos tais “Tribunal de Justiça de Paz Eclesiástico” e
“Cartório Eclesiástico do Brasil”, inclusive, já foi declarada inválida
pelo mesmo TJRJ, desde 2013, porque “podem causar confusão
entre os usuários acerca de seus efeitos jurídicos”.
Leia com seus próprios olhos o caso de uma pastora que,
segundo as investigações policiais, realizava “uma cerimônia
religiosa com a entrega de uma falsa certidão de casamento”:

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 6


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

A primeira falsa promessa, então, consiste em dizer que o


casamento religioso celebrado pelo Juiz de Paz Eclesiástico tem
validade civil sem precisar dos trâmites junto ao Cartório de Registro
Civil (assista nesta vídeo-aula de apresentação do Curso).
Já a segunda falsa promessa decorre da mesma lei, já que o
dispositivo logo em sequência dizia o seguinte:

Além do previsto no artigo 1º, o Juiz Eclesiástico de Paz


poderá exercer atribuições conciliatórias a fim de dirimir
litígios que possam surgir dentro ou fora da igreja, sem
caráter jurisdicional (...).

DIZIA?
Sim, dizia, porque essa lei não tem qualquer valor jurídico, já
que foi declarada inconstitucional pelo TJRJ.

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 7


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

Ora, se nem o Juiz de Paz Oficial tem essas atribuições, como


o Eclesiástico, que não é nomeado pelo Estado, poderia ter?
Ou seja, o Juiz de Paz Eclesiástico NÃO pode “exercer
atribuições conciliatórias (...) fora da igreja”. Os problemas que
ocorrem dentro das igrejas, como atritos entre irmãos, são passíveis
de disciplina eclesiástica; mas isso nos termos de cada Estatuto de
igreja ou denominação.
A liberdade religiosa prevista em nossa Constituição não
permite que o Estado avance sobre a prerrogativa que as igrejas
possuem de estabelecer suas normas internas de disciplina. A única
exceção, indicada pelos Tribunais, é a obrigação de, nestes casos,
haver ampla possibilidade de defesa por parte do acusado.

3. CUIDADO COM MATERIAIS CRIMINOSOS

Não é só de falsas promessas que vive a internet. Uma rápida


pesquisa no Google nos mostra que existem muitos materiais
criminosos sendo comercializados...
São distintivos, porta-documentos e faixas com o Brasão de
Armas do Brasil.

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 8


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

Conforme já escrevemos no ebook Tudo que você precisa


saber sobre a Carteirinha de Capelão, esse Brasão de Armas é um
dos símbolos oficiais da nossa República e, por isso, também é
conhecido como Brasão da República. De acordo com o art. 13, §
1º, da Constituição de 1988, os outros símbolos da República são a
bandeira, o hino e o selo nacionais. É a Lei nº 5.700/1971 que
determina a forma desses símbolos, o que inclui suas cores,
tamanhos e outras especificações.
A existência do Brasão nesses materiais de Juiz de Paz
Eclesiástico quer “vender” a falsa ideia – repito, FALSA IDEIA – de
reconhecimento pelo governo brasileiro.
É o que vemos, por exemplo, no caso
de um curso que emite credencial e
“Termo de nomeação” com mencionado
Brasão.

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 9


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

Mas qual o problema de você, Ministro


Religioso, ter qualquer documento ou
material com este símbolo oficial?
Simples: está cometendo CRIME de
falsificação de selo ou sinal público (art. 296
do Código Penal)! Explico.
A primeira parte do art. 296 normalmente não se aplica ao
Ministro Religioso, mas às instituições que fornecem esses
materiais, já que a punição é para quem falsifica um selo público,
fabricando ou alterando. Somente instituições dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário podem fazer uso do Brasão,
mesmo assim em casos restritos.
Se nem mesmo o Senado Federal pode inseri-lo em suas
publicidades, muito menos qualquer curso ou instituição privada. É
CRIME!
A segunda parte (§ 1º do art. 296), essa sim, pode se aplicar a
você. Segundo o Código Penal, a pena é de dois a seis anos de
reclusão, e multa, para “quem faz uso do selo ou sinal falsificado”.
Não se exige que a pessoa use em benefício próprio ou prejuízo de
alguém, justamente porque o sinal é falsificado, feito por quem não
possui essa competência.
Você pode ter sido enganado com falsas promessas e, sem
querer, estar cometendo um crime! Inclusive já existem casos de

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 10


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

prisão aqui no Brasil por conta desse tipo de atitude. Leia um trecho
dessa notícia no site do Ministério Público Federal (o nome do
Instituto foi omitido para evitar exposição desnecessária):

Fique atento a este conselho: fuja de instituições ou pessoas


que fabriquem ou vendam qualquer tipo de material com o Brasão
da República. Não ajude a financiar condutas criminosas.

4. A FUNÇÃO DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO

Depois de te fazer esses alertas, posso entrar propriamente nas


atribuições do Juiz de Paz Eclesiástico.
De acordo com o art. 226, § 2º, da Constituição de 1988, “O
casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei”. Ou seja, não
é simplesmente a celebração do casamento religioso que lhe dá os

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 11


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

efeitos civis. É necessário que se cumpra a legislação, que prevê,


dentre vários requisitos, o processo de habilitação dos noivos.
Portanto, os efeitos civis acontecem apenas com a habilitação,
prévia ou posterior ao casamento religioso, realizada junto ao
Cartório Oficial.
E, aqui, vale diferenciar as funções do Juiz de Paz Eclesiástico
em relação a outras duas categorias: o Celebrante de Casamentos
e o Juiz de Paz Oficial.
O Celebrante de Casamentos realiza APENAS um “casamento
simbólico”, já que não possui qualquer efeito civil e, em geral,
também não possui valor religioso. Os noivos normalmente optam
pela contratação dos seus serviços porque não querem a cerimônia
realizada no Cartório, que tende a ser “fria” e sem adaptações aos
desejos do casal.
O Juiz de Paz Oficial, por sua vez, é nomeado pelo Tribunal de
Justiça (regra) e não possui, obrigatoriamente, a formação jurídica
(há exceções, por exemplo, no Distrito Federal). Ele é o responsável
legal por celebrar o casamento civil, o qual independe de religião,
respeitando-se o estado laico no país.
Finalmente, o Juiz de Paz Eclesiástico é aquele que celebra o
casamento religioso, que pode (ou não), ter efeitos civis.
Descumprida a legislação, por exemplo, não haverá qualquer
validade jurídica na cerimônia religiosa. Além disso, o casal pode

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 12


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

querer a realização de um casamento puramente religioso, rogando


as bênçãos divinas sobre o matrimônio, pois já se “casaram no civil”
no dia ou na semana anterior.
É importante anotar que no casamento religioso com efeitos
civis o Ministro Religioso atua como se Juiz de Paz Oficial fosse.
Não existe outra cerimônia no Cartório. O que ocorre no Cartório é
somente a validação civil do matrimônio religioso.
MAS QUEM PODE SER ESSE MINISTRO RELIGIOSO?
Resposta simples e direta: as pessoas que estejam previstas
no Estatuto da igreja ou denominação.
Algumas igrejas conferem apenas ao Pastor a prerrogativa de
celebrar casamentos; outras já possibilitam que Presbíteros,
Diáconos, Missionários, Evangelistas e outros líderes o façam. Tudo
depende, repito, do Estatuto. Ele é o norte quando tratamos de
questões jurídicas relacionadas às igrejas.
E aqui cabe mais um alerta: “Atribuir-se falsamente autoridade
para celebração de casamento” é crime. Ele está previsto no art. 238
do Código Penal, cuja pena é a “detenção, de um a três anos, se o
fato não constitui crime mais grave”. Assim, se você não possui
autorização estatutária para a celebração de casamentos, não o
realize!

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 13


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

5. POR QUE DEVO ME CAPACITAR?

Vimos que todo Ministro Religioso autorizado pelo Estatuto da


igreja ou denominação para celebrar casamentos pode fazê-lo
diante da lei. Não vou omitir de você essa informação, mesmo que
eu seja Professor de um curso para capacitação de Juiz de Paz
Eclesiástico.
Ocorre que essa cerimônia precisa seguir os trâmites legais
para que tenha validade jurídica. E este é o ponto fundamental que
você precisa refletir...
Em nosso Curso eu analiso todo o Código Civil na matéria
relacionada ao casamento, artigo por artigo. Esse tipo de aula eu
não tive nem na Pós-graduação em Direito e Relações Familiares
que concluí. É um material único, sem “juridiquês”.
Uso uma linguagem simples para que todos possam
compreender os detalhes da lei. Por exemplo: capacidades e
impedimentos para o casamento, processo de habilitação, rito e
exigências para a celebração, entre muitos outros temas.
Além disso, você sabia que uma cerimônia fora dos parâmetros
legais pode gerar condenações judiciais por danos morais e
materiais? Você e a igreja que você lidera ou pastoreia poderão
enfrentar sérios problemas jurídicos. Veja apenas alguns casos...

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 14


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

Sabe quais são os detalhes a analisar se for convidado a


celebrar um casamento comunitário? E como blindar a sua igreja de
casar homossexuais? De que maneira é possível evitar que o uso
do templo em casamentos traga problemas para a igreja? Conforme
escrevi no livro Manual Prático de Direito Religioso:

Os critérios para a celebração de casamentos – incluindo os


homoafetivos –, portanto, devem ser incluídos nos
documentos oficiais das igrejas (Estatuto, Regimento
Interno...), permitindo o direcionamento das condutas nessa
matéria. (p. 370)

E mais: como elaborar um Termo de Casamento religioso que


cumpra TODOS os requisitos legais? Quais são as obrigações
jurídicas depois da cerimônia? Veja, por todas, a seguinte decisão
do Superior Tribunal de Justiça (STJ):

São dois os requisitos para obter a atribuição dos efeitos


civis ao casamento religioso: [1] a necessidade que ambos
os cônjuges postulem a atribuição de efeitos civis
ao casamento religioso, submetendo-se à prévia
habilitação; e [2] inexistência de qualquer impedimento para
o casamento civil. Assim, não demonstrada a vontade dos
nubentes na atribuição dos efeitos civis ao casamento
religioso, com a habilitação e, comprovado o impedimento

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 15


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

do varão à época da celebração do casamento religioso, o


pedido de atribuição dos efeitos cíveis ao casamento
religioso não pode ser deferido. (STJ. REsp 1.389.849. Rel.
Min. Antonio Carlos Ferreira. Julgamento 19/11/2019)

Esses são apenas alguns motivos pelos quais você deve se


capacitar...

6. MODELOS DE DOCUMENTOS

Como um bônus para nossos alunos estão disponíveis


MODELOS DE DOCUMENTOS que são essenciais nesse
ministério.
Assim como eu fiz, você pode procurar na internet e não vai
encontrar nenhum modelo de Termo de Casamento Religioso que
cumpra toda a legislação.
Além disso, nosso curso oferece um EXCLUSIVO Termo de
ciência dos nubentes, no qual constam todas as obrigações legais
dos noivos, livrando o Ministro Religioso de qualquer
responsabilização nesse sentido. Nosso objetivo é oferecer
segurança jurídica aos nossos alunos.

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 16


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

CONCLUSÃO

Creio que ficou muito claro: a lei confere a prerrogativa de


celebrar casamentos religiosos aos ministros de confissão religiosa.
Assim, toda pessoa que, de acordo com o Estatuto de sua igreja ou
denominação, tem a autorização para celebrar casamentos, pode
fazê-lo sem a realização desse curso.
O problema é que a ausência de uma formação correta pode
levar à anulação do casamento, em prejuízo ao casal e à igreja, que
será responsabilizada judicialmente.
Este ebook ofereceu as bases introdutórias para que você
avance nesse ministério e celebre casamentos religiosos de acordo
com a lei.
Seja um instrumento nas mãos do Senhor!

SOBRE O CURSO DE JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO

Pensando na capacitação dos líderes da igreja brasileira para


o trabalho ministerial é que criamos o Curso de Juiz de Paz
Eclesiástico. Ele é composto por vídeo-aulas e um vasto material de
apoio: são mais de 170 slides em formato de apostila, para o aluno
baixar, imprimir e consultar sempre que for necessário.

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 17


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

O curso está aberto a todos os interessados, desde que


maiores de idade. Mas deixo registrado: se você não estiver
habilitado, de acordo com o Estatuto da sua igreja ou denominação,
para celebrar casamentos religiosos, nenhum curso lhe dará esse
credenciamento. E tome cuidado: qualquer conduta contrária à lei,
nesse quesito, sujeitará o infrator às penas do art. 238 do Código
Penal.
Ainda, diante de tudo o que vimos neste ebook sobre os
materiais criminosos, não emitimos credencial em PVC, nem
qualquer termo de nomeação, e por vários motivos:

1) Esse tipo de Credencial NÃO é exigida por nenhum Cartório


Oficial ou legislação.
2) Não queremos te cobrar qualquer valor, todos os anos, para
renovar a validade de documento de filiação a qualquer
"Associação de Juízes de Paz" ou instituição parecida.
3) Apenas o Juiz de Paz Oficial, nomeado pelo Presidente do
Tribunal de Justiça (regra), possui a prerrogativa de celebrar
casamentos civis. Esses "termos de nomeação" como Juiz de
Paz Eclesiástico, muitas vezes, querem transmitir a ideia de
autoridade civil para o Ministro Religioso, mas isso não é
verdade.

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 18


MANUAL DO JUIZ DE PAZ ECLESIÁSTICO: o mínimo que você precisa saber para não ser enganado
www.direitoereligiao.com.br/juizdepazeclesiastico

Trabalhamos sempre de acordo com a legislação. Não


enganamos nossos alunos com falsas promessas. O que
oferecemos é uma capacitação para que o Ministro celebre
Casamentos Religiosos de acordo com a lei; e não sofra qualquer
processo judicial por conta de alguma atitude ilícita.
Portanto, aproveite essa oportunidade de capacitação. Para
saber mais sobre o Curso de Juiz de Paz Eclesiástico, clique aqui.
Que Deus te abençoe, rica e poderosamente!

Antonio Carlos Junior, Professor do Curso, é formado em


Direito e em Teologia, possui Pós-graduação em Direito e
Relações Familiares, e é Mestre e Doutor em Ciência da
Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Tem experiência de mais de 7 (sete) anos trabalhando em
uma Vara de Família pelo Tribunal de Justiça de Minas
Gerais (TJMG). Autor de vários livros, já ministrou cursos
em diversas partes do Brasil.

* Distribuição gratuita: compartilhe este ebook. 19

Você também pode gostar