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DIREITO TRIBUTÁRIO I

Professora: Marina Furlan


2º QUESTIONÁRIO – 2021/02 – PESO 03

NOME DA DUPLA: THALES MAURICIO GRAEF

TURMA: 5M SALA: 209

QUESTÕES

1) Comente as fontes do Direito Tributário, bem como a vigência da


legislação tributária. (1 ponto)

As fontes do direito tributário são:


As fontes do direito tributário estão positivadas no art. 96 do CTN:

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e


as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que
versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes.

Vigência da legislação tributária:


A vigência da aplicação da legislação tributária rege-se pelas disposições legais
aplicadas às normas jurídicas em geral. Todavia, o CTN, através dos arts. 103
e 104, estabelece ressalvas aplicáveis unicamente à matéria tributária:
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da
sua publicação;
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos
normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles
prevista.
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre
o patrimônio ou a renda:
I - que instituem ou majoram tais impostos;
II - que definem novas hipóteses de incidência;
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira
mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.

2) Diferenciar obrigação tributária principal em relação à acessória.


Diferencie, também, hipótese de incidência e fato gerador, bem como
contribuinte e responsável tributário. Defina o momento da
ocorrência do fato gerador, bem como o funcionamento da capacidade
tributária (1 ponto)
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Obrigação principal x obrigação acessória:


A obrigação tributária principal é a obrigação de pagar o sujeito ativo, seja ele
o município, estado ou união. Já a obrigação tributária acessória consiste na
prestação de contas desta obrigação de pagar. Exemplificando: A alienação de
patrimônio com ganho de capital gera a obrigação de pagar o imposto de renda
sobre tal montante, que é a obrigação principal. A declaração da venda deste
imóvel consiste na obrigação acessória à principal. Tal definição é dada pelo art.
113 do CTN:
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação
ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-
se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

Incidência x Fato Gerador:

De acordo com o art. 114 do CTN, a incidência do imposto consiste na previsão


legal de que determinado fato jurídico origine a obrigação tributária. Já o
fato gerador é a ocorrência de tal fato jurídico que origina a obrigação tributária
principal.

Contribuinte x Responsável tributário:

Contribuinte é o sujeito passivo direto da obrigação tributária. Já o responsável


tributário é o sujeito passivo indireto de tal obrigação. Ele não é vinculado
diretamente com o fato gerador do tributo, todavia por definição legal é o
responsável pelo recolhimento desta obrigação. É o que legisla o CTN em seu
art. 121:
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua
obrigação decorra de disposição expressa de lei.
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3) Fale sobre as hipóteses de responsabilidade tributária previstas no


Código Tributário Nacional, nas seguintes hipóteses:

a) Substituição Tributária: Trata-se de imputação de responsabilidade por


obrigação tributária a terceiro que não praticou o fato gerador, mas tem vinculação
indireta com o real contribuinte. Tal pratica possui o condão de facilitar a arrecadação
de tributos, de forma mais assertiva e fiscalização centralizada e foi julgada
constitucional pelo STF ao julgar a ADI 1.851-4/AL.
b) Sucessores; Conforme Art. 139 a 133 do CTN, a obrigação tributária se transfere
para outro devedor em virtude de venda de imóveis, demais aquisições, morte do
contribuinte e alienações societárias. São aplicáveis nas seguintes situações:
c) Fusão, Transformação, Cisão e Incorporação; Conforme Art. 132 do CTN, a
responsabilidade em relação aos tributos devidos anteriormente à ocorrência de uma
destas operações é transferida para a nova pessoa jurídica ou para a remanescente.
d) Aquisição de fundo de comércio; não se trata de uma hipótese de
responsabilidade tributária, vez que apenas mudam os sócios da pessoa jurídica,
permanecendo inalterada a situação patrimonial da mesma.
e) Dos sócios das pessoas jurídicas, especialmente a partir da edição da
Súmula nº 430 e 435 do STJ. (1 ponto)

A personalidade jurídica é positivada e sua autonomia garantida pelo código civil


brasileiro, em redação dada pelo Art. 49-A:
“As pessoas jurídicas não confundem-se com seus sócios, associados, instituidores e
administradores.
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento
lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de
estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação
em benefício de todos.”

Neste prisma, de regra, não há o que se falar em responsabilidade solidária ou


subsidiária dos seus administradores em atos de responsabilidade da pessoa jurídica,
consubstanciada na segregação patrimonial e responsabilização na esfera civil
resguardada pela autonomia da personalidade da pessoa jurídica e seus
controladores;

Todavia, há exceção à regra, esta também normatizada pelo Código Civil, em seu
art. 50:

“Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade


ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério
Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos
de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
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particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta


ou indiretamente pelo abuso.”
Na matéria tributária, a inteligência da norma segue o que preconiza o código civil,
inexiste a responsabilidade de terceiro quanto à créditos tributários imputados a
pessoa jurídica, graças a autonomia de sua personalidade. Todavia, configurado o
abuso, resta desconsiderada a proteção a autonomia de personalidade. É o que
normatiza o CTN em seu art. 135:

São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações


tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei,
contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

Destarte, pacificada está a jurisprudência que concerne tal matéria, uma vez que é
tema de sumulas publicadas pelo STJ, a saber:

Súmula 430 - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera,


por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. (SÚMULA 430, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 24/03/2010, REPDJe 20/05/2010, DJe 13/05/2010)

Em se tratando de sociedade que se extingue irregularmente, impõe-se a


responsabilidade tributária do sócio-gerente, autorizando-se o redirecionamento,
cabendo ao sócio-gerente provar não ter agido com dolo, culpa, fraude ou
excesso de poder:

Súmula 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de


funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. (SÚMULA
435, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/04/2010, DJe 13/05/2010)

RESPOSTAS DEVERÃO SER FUNDAMENTADAS NA LEGISLAÇÃO.

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