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INTRODUÇÃO

1. Fatores que influenciam na velocidade de uma Reação

As reações químicas têm permitido à humanidade resolver muitas das questões que
a desafiam. No entanto, para que isso fosse possível, foi necessário aprender como
alterar a velocidade das reações seja acelerando as excessivamente lentas ou retardando
as muito rápidas.
O conhecimento e o estudo da velocidade das reações químicas, além ser muito
importante para a indústria, também está relacionado ao nosso cotidiano. Por exemplo,
quando guardamos alimentos na geladeira para retardar as reações que levam a
decomposição ou usamos uma panela de pressão para aumentar a velocidade de
cozimento dos alimentos.
Uma reação química é um rearranjo de átomos provocado pelas colisões (choques)
entre as partículas dos reagentes. Para que ocorra uma reação química duas condições
são necessárias: haver afinidade química entre as substâncias, haver colisões entre as
moléculas dos reagentes que levem a quebra de suas ligações para formação de novas
ligações (rearranjo dos átomos dos reagentes para formação dos produtos). Em alguns
casos, as reações são resultado de colisões entre íons e moléculas, íons e íons e íons e
átomos neutros.

a) Superfície de Contato
Ao aumentar a superfície de contato (triturar o objeto), aumenta o número de
colisões efetivas e logo um aumento na velocidade de reação. Quanto maior a superfície
de contato dos reagentes, maior será a velocidade da reação. Exemplo: os antiácidos
efervescentes quando triturados se dissolvem mais rápido em água do que em forma de
comprimido inteiro, isto porque a superfície de contato fica maior para reagir com a
água.

b) Natureza dos Reagentes


Em uma reação química há necessidade do rompimento de ligações nos reagentes
para que haja novas ligações nos produtos. Quanto maior for o numero e a força dessas
ligações a serem quebradas, mais difícil e mais lenta será a reação.
Evidentemente, uma reação que exija muitos rompimentos de ligações será mais
lenta do que uma reação em que não haja muitas ligações a serem rompidas. É por isso

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que ma realçai entre íons é mais rápida do que uma reação entre partículas maiores.
Uma reação inorgânica é geralmente mais rápida que uma reação orgânica.

c) Temperatura

Ao aumentar a temperatura ocorre um aumento de energia cinética (agitação das


moléculas) e conseqüentemente o número de colisões efetivas, resultando em um
aumento na velocidade da reação. Um aumento de temperatura desloca o equilíbrio no
sentido da reação endotérmica. Uma diminuição de temperatura desloca o equilíbrio no
sentido da reação exotérmica. Exemplo:
N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g) ΔH = – 109,5 kJ
Um aumento na temperatura desloca o equilíbrio no sentido da reação
inversa (para a esquerda), pois a reação inversa é endotérmica.

d) Concentração

O aumento da concentração dos reagentes promove o aumento do número de


colisões entre as moléculas. Isso faz com que a probabilidade de colisões efetivas
acontecerem para a formação do complexo ativado seja maior.
A adição de uma substância desloca o equilíbrio no sentido que irá consumi-la. A
retirada de uma substância desloca o equilíbrio no sentido que irá refazê-la. Exemplo:
uma amostra de palha de aço reage mais rápido com ácido clorídrico concentrado do
que com ácido clorídrico diluído.

e) Luz

Muitas reações são aceleradas pela presença de luz. São chamadas reações
fotoquímicas. Em muitas delas, nota-se a presença de um reagente colorido, o chamado
componente fotoquimicamente ativo. As moléculas desse tipo de reagente absorvem luz
visível ficando energicamente ativadas o que facilitará a reação.

6. Catalisadores

Os cientistas Jöns Jakob Berzelius e Wilhelm Ostwald deram início aos estudos
sobre catalisadores no início do século XIX. A velocidade de um grande número de
reações é influenciada pela presença de substâncias que permanecem quimicamente
inalteradas no processo.

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Essas substâncias ficaram conhecidas como catalisadores e sua ação é abaixar a
energia de ativação, possibilitando um novo caminho para a reação. O abaixamento da
energia de ativação é que determina o aumento da velocidade da reação. No final do
processo o catalisador é devolvido intacto, ou seja, sem passar por nenhuma
modificação.
.

OBJETIVOS

Os experimentos realizados possuem como finalidade demonstrar que em posse


dos conhecimentos adquiridos no estudo teórico é possível observar e acompanhar
experimentalmente o desenvolvimento de reações químicas e os fatores que alteram sua
velocidade como, por exemplo, concentração e temperatura, os únicos estudados
durante a prática. Outro objetivo foi a observação de reações químicas instantâneas com
a modificação macromolecular visível em poucos segundos.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1. Materiais utilizados

Os materiais utilizados para os experimentos foram:


o 20 tubos de ensaio;
o Termômetro;
o Sistema completo de aquecimento;
o Componente (a) – solução de NaSO.5HO.8%;
o Componente (b) – água destilada;
o Solução de H2SO4%;
o Bequer
o Pipetas graduadas de 5ml;
o Cronômetro.

2. Procedimento experimental

O procedimento da aula prática foi realizado em duas etapas, sendo que na primeira
foi verificada a influência da concentração na velocidade de uma reação e na segunda a
influência da temperatura na mesma.

o Primeira etapa:

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Tomando 5 tubos de ensaio não rotulados, adicionamos 6mL de solução H2SO4.2%
em cada um. Em outros 5 tubos de ensaio numerados, foram adicionados os
componentes a e b (solução de Na2S2O3.5H2O.8% e água destilada, respectivamente) em
concentrações diferentes segunda a tabela abaixo. Em seguida, misturamos os tubos
contendo H2SO4.2% com os tubos de ensaio numerados de 1 a 5 e marcando o tempo
desde a mistura, até os primeiros passos de turvação. Os seguintes dados foram obtidos:

Tubos Volume Volume Concentração Tempo Velocidade


nº (ml) de a (ml) de b a/a+b (t) 1/t
(tiossulfato de (água)
Sódio)
1 6 0 1 14,47 0,069

2 5 1 0,833 18,13 0,055


3 4 2 0,666 25,03 0,039
4 3 3 0,5 35,35 0,028
5 2 4 0,333 57,20 0,017

o Segunda etapa:
Tomando 5 tubos de ensaio numerados, adicionamos 4 mL de solução
Na2S2O3.5H2O.8% em cada. Em outros 5 tubos de ensaio não numerados, adicionamos
4mL de solução H2SO4.2%. Em seguida, colocamos 300 mL de água em um béquer que
logo foi depositado sobre o tripé contendo a tela de amianto, adicionando, em seguida,
os tubos de ensaio ao béquer.
Utilizando o bico de bunsen, fornecemos o calor necessário para a realização do
experimento, monitorando-o com a ajuda de um termômetro. Conforme atingíamos a
temperatura necessária (dados na tabela abaixo) misturávamos um par de tubos de
ensaio (um contendo solução deNa2S2O3.5H2O.8% e o outro H2SO4.2%) anotando o
tempo em que apareciam os primeiros traços de turvação. Os seguintes dados foram
obtidos:

Tubos T(ºC) Tempo (s) Velocidade (v)


1 25º 14,87 0,067
2 30 º 8,31 0,120
3 35º 8,67 0,115
4 40 º 6,14 0,162
5 45 º 4,40 0,227

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QUESTIONÁRIO

1 – Preencher os dois quadros e fazer os respectivos gráficos de V x concentração e


V x temperatura. Escolha uma escala adequada. Os gráficos devem ser feitos em papel
próprio.

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2 – Na reação 2HI = H2 observa-se a seguinte variação na quantidade de iodeto em
função de tempo:
Tempo (min) moles de HI
0 0,2
5 0,125
10 0,075
15 0,04
20 0,024
Faça o gráfico e o que se pode concluir com os dados acima.

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20

15 Tempo (min)
moles de HI
10

É possível concluir através dos dados e do gráfico que a quantidade de iodeto


(moles de HI) é alterada em função do tempo (diminui conforme o tempo passa).

3 – Dê o enunciado e a expressão matemática da lei da ação das massas.

Em 1867, Guldberg e Waage estabeleceram a “Lei de Ação das Massas” como


sendo: a velocidade de uma reação química, à temperatura constante, é proporcional ao
produto das concentrações molares das substâncias reagentes.
Para uma reação do tipo A(g)  +  B(g)  →  C(g)  +  D(g)      , a velocidade da reação
direta é:

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V1 =  K1 [A] [B]                      (1)
Em que K1 é uma constante de proporcionalidade. De modo similar, a velocidade
da reação inversa é:
V2 =  K2 [C] [D]                     (2)
No equilíbrio, a velocidade da reação direta é igual a velocidade da reação inversa.
Então, V1 = V2 , e
K1 [A].[B]  =  K2 [C].[D]
Kc  = [C].[D] / [A].[B]      (3)
Em que Kc é a constante de equilíbrio expressa em concentrações molares. No caso
de uma reação geral do tipo:
aA  +  bB  +  ..  ⇄   gG  +  hH  +  ...

A expressão da constante de equilíbrio, em termos de concentração é:


                     Kc  =  [G]g . [H]h.... / [A]a . [B]b......  (4)
A equação acima é a expressão matemática da lei do equilíbrio químico e quer
dizer: “quando em uma reação reversível se alcança o equilíbrio, à cada temperatura, é
constante o quociente obtido entre o produto das concentrações molares dos produtos da
reação e o produto das concentrações molares dos reagentes, estando cada concentração
elevada a uma potencia igual ao número de moléculas com que a substância figura na
equação da reação. A lei do equilíbrio químico aplica-se a qualquer tipo de equilíbrio.

4 – O que significa ordem de reação?


Toda a ordem cinética de uma reação é definida pelo número de moléculas que
aparecem no lado direito da expressão da velocidade da reação. A ordem de reação com
relação a espécies particulares é definida se estas espécies aparecem uma ou mais vezes.
Por exemplo, se o lado direito de uma equação de velocidade é [A]m [B]n , então a
ordem de reação será m + n e a ordem de reação será "m" com relação à [A] e "n" com
relação à [B]. Ordem zero significa que a velocidade de reação não varia em função da
concentração das espécies presentes. Não existem reações bioquímicas que sejam
totalmente de ordem zero.

5 – Dê um exemplo de uma reação de 2º ordem.


2O3(g) → 3O2(g)

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6 – Deduza a constante de equilíbrio de uma reação empregando conhecimento de
velocidade de reação química.

No equilíbrio a velocidade tanto da reação inversa quanto a da direta são iguais.


Por sua vez, a velocidade de uma reação depende de uma outra constante chamada de
constante de velocidade (simbolizada aqui por k); e é possível encontrar uma relação
entre as constantes de velocidade das reações direta e indireta, e a constante de
equilíbrio.
Para demonstrar isso, considere-se o seguinte equilíbrio genérico (supondo que as
suas reações ocorram cada qual em uma única etapa):

2A ⇌ X + Y

Agora vejamos as duas reações que ocorrem nele, juntamente com a expressão de
suas respectivas velocidades (r):

2A → X + Y
X + Y → 2ª
É importante frisar que o expoente que eleva as concentrações das espécies na
fórmula da velocidade não necessariamente é igual ao respectivo coeficiente
estequiométrico da espécie na reação, contudo o expoente certamente será assim se a
reação se processar em uma única etapa (conforme se está considerando nessa situação).
Uma vez que as velocidades de ambas as reações são idênticas no equilíbrio, pode-
se igualá-las:

Rearranjando a equação, tem-se:

Observemos que a expressão do membro esquerdo é idêntica à fórmula do


equilíbrio dessa reação. Então podemos escrever:

Esta relação é válida para qualquer equilíbrio cujas reações ocorram em uma única
etapa, o que pode ser facilmente constatado por essa mesma dedução para outros
equilíbrios.

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No caso de as reações se processarem em mais de uma etapa, basta lembrar que a
reação global nada mais é que a soma das reações de cada etapa. Para cada uma das
etapas pode-se fazer essa mesma dedução, e então somar cada reação (o que significa
multiplicar as suas constantes). Dessa forma teremos para uma reação de múltiplas
etapas:

Sendo k1, k'1, k2, k'2 e assim por diante as constantes de velocidades de cada etapa.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Após a analise do procedimento experimental e das tabelas e gráficos apresentados


no questionário observamos que uma reação só pode ser classificada como instantânea,
moderada ou lenta se o sistema que a contiver estiver fechado evitando assim a
interferência externa de fatores que podem modificar sua velocidade.
Como conclusão técnica retiramos o fato de que a velocidade será aumentada tanto
quando aumentarmos a temperatura como quando aumentarmos a concentração. A
explicação para esse fato se dá ao aumento do numero de colisões entre as partículas,
seja por maior agitação ou por maior quantidade respectivamente, e consequentemente
pela maior probabilidade de ocorrerem choques úteis.
Concluímos também que esses fatores, se indesejáveis no estudo das propriedades
das substancias, podem também ser proveitosos se pensarmos em escala industrial por
exemplo, onde o grande interesse é aumentar ou diminuir a velocidade que um produto
é formado com pouco gasto de energia.
Na indústria se uma reação ocorre com velocidade muito elevada que não permite a
separação do produto e do reagente, deve-se resfriar o sistema para que a reação ocorra
mais lentamente. Caso espera-se uma obtenção mais rápida é recomendado o aumento
da concentração já que aumentar a temperatura em larga escala resulta em um gasto
muito alto de energia que tornaria a técnica inviável.

BIBLIOGRAFIA

9
o Brown, Bursten Lemay; Química Ciência Central, 7ª edição, Editora LTC, Rio
de Janiero, 1997, página 77, 81.
o http://www.coladaweb.com/quimica/cinematica2.htm (acessado em 25/01/2016)
o http://pt.wikibooks.org/wiki/Química:_Fatores_que_influenciam_a_velocidade_
da_reação (acessado em 25/01/2016)
o http://www.alunosonline.com.br/quimica/catalisadores/ (acessado em
25/01/2016)
o http://www.ufpa.br/ccen/quimica/lei%20da%20acao%20das%20massas.htm
(acessado em 25/01/2016)

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