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Livro Bioquímica - NL2019
Livro Bioquímica - NL2019
Bioquímica
Geografia
2ª edição
Fortaleza - Ceará 9
12
História
2019
Educação
Física
Ciências Artes
Química Biológicas Plásticas Computação Física Matemática Pedagogia
Objetivos
• Identificar maneiras de representar as reações químicas.
• Conhecer as características e propriedades da água.
• Conhecer a estrutura da água – pontes de hidrogênio.
• Definir os pontos de dissociação da água.
• Descrever a equação de Henderson – Hasselbalch.
• Verificar as interações biológicas de soluções tampão.
Introdução
As células vivas contêm carboidratos, lipídeos, aminoácidos, proteínas, áci-
dos nucléicos, nucleotídeos e compostos relacionados em quantidades vari-
áveis. A massa de cada um desses compostos de estruturas químicas muito
variadas é constituída basicamente por carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio
(O), nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S). Dois desses elementos, hidro-
gênio e oxigênio, combinam-se para formar o mais abundante componente
celular, a água (H2O), que não se inclui em nenhuma das categorias acima
mencionadas. Mais de 90% do plasma sanguíneo é H2O, o músculo contém
cerca de 80% de H2O, e ela constitui mais da metade da maioria dos outros
tecidos animais ou vegetais.
Além de ser o mais abundante componente celular, a H2O é também
indispensável à vida. Os nutrientes que a célula consome, o oxigênio usado
na oxidação deles e os produtos residuais formados são todos transportados
pela água. Assim é importante observar que esse composto químico tem um
número excepcional de propriedades que o tornam sobremaneira peculiar e
bastante apropriado para o desempenho como solvente da vida.
1. Propriedades da Água
Entre solventes, como: etanol, metanol, acetona, acetato de etila, clorofórmio,
amônia etc., a água possui:
1. O mais alto ponto de ebulição;
2. O mais alto calor específico de vaporização;
3. O mais alto ponto de fusão.
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Figura 1 – Moléculas de água em solução
[ H + ][OH - ]
Ka = onde,
[ H 2O ]
[ H + ][OH - ]
Ka =
[ H 2O ]
Essa relação é válida para qualquer solução aquosa, seja ela neutra,
ácida ou básica.
O valor de Kw, a constante de ionização da água é 10-14 M2 a 250 C. A
água pura deve conter quantidades equimolares de H+ e OH-, de forma que:
[H+] = [OH-] = 10-7M
Soluções com [H+] = 10-7 M são ditas neutras, as com [H+] > 10-7 M são
ditas ácidas, e as com [H+] < 10-7 M são ditas básicas. Os valores de [H+] para
a maioria das soluções são muito pequenos e, portanto, não são práticos para
fins de comparação. Uma forma mais prática é conhecida como pH. Sendo:
pH = -log10 [H+]
Quanto mais alto o pH, menor será a concentração de H+; quanto me-
nor o pH maior será a concentração de H+. O pH da água pura é 7,0, enquanto
soluções ácidas têm pH < 7,0 e soluções básicas têm pH > 7,0.
Como na água pura [H+] = 1 x 10-7 M e pH = 7,0, calcular o pH das se-
guintes soluções aquosas:
a) 1,1 x 10-3 M de HCl.
b) 2,1 x 10-3 M de NaOH.
Uma quantidade semelhante, o pKa, pode ser definida por analogia com
a definição de pH:
pKa = -log10Ka
O valor de pKa é uma outra medida que indica a força do ácido: quanto
menor seu valor, mais forte será o ácido. A situação é o inverso da observada
em Ka, em que maiores valores implicam ácidos mais fortes. A definição de
ácido mais importante para a Bioquímica é a de Bronsted, que diz ser:
Ácido: qualquer substância que pode doar prótons.
Base: qualquer substância que pode aceitar prótons.
HCI → H + + CI −
CH 3 COOH → H + + CH 3 COO−
NH 4 + → NH 3 + H +
Expressão Geral: HA → H + + A −
Bases correspondentes:
CI - + H + ® HCI
CH 3 COO- + H + ® NH 4 +
A H2O serve como ácido doando prótons para RNH2. Seria então o
mesmo que:
A - + H 2 O HA + OH - ou
(Base. Con j.)1 + (Ác. Con j.)2 (Ác. Con j.)1 + (Base Con j.)2
[HA] [OH - ]
K ion =
[A - ] [H 2 O]
[HA] [OH - ]
Kb =
[A - ]
K a [HA]
Logo: [H + ] =
[A - ]
Aplicando-se logaritmo dos dois lados, tem-se:
[HA]
log[H+] = logKa + log Multiplicando por (-1) :
[A - ]
[HA]
- log[H+] = -logKa – log
[A - ]
[HA] [A - ]
Se: - logKa = pKa e – log = log
[A ]
-
[HA]
[A - ]
Então vem que: pH = pKa + log
[HA]
3. Solução Tampão
Solução tampão é aquela solução que resiste a uma variação do pH quando
se adiciona ácido ou base. Consiste de uma mistura de ácido fraco de Bröns-
ted e sua base conjugada. Ex: Misturas de ácido acético e acetato de sódio
ou hidróxido de amônio e cloreto de amônio. A importância da solução tampão
está em sua capacidade de impedir mudanças bruscas de pH. Por exemplo, o
plasma sanguíneo é a solução tampão ideal para conservar os valores do pH
do sangue em 7,2 – 7,3 ± 0,2, pois fora desse intervalo não há vida.
Outro fator de importância de uma solução tampão reside no fato de
que enzimas do processo metabólico apresentam máxima ação catalítica
dentro de limites definidos de pH.
Ex: Adicionando NaOH a uma mistura de ácido acético e acetato
de potássio:
OH - + CH 3 COOH ® CH 3 COO- + H 2 O (o OH- reage com os prótons
da dissociação do ácido fraco e formam H2O).
CH 3 COOH CH 3 COO- + H + OH H 2 O
-
sistema tampão funciona não pela alteração da razão 20:1, mas mantendo
essa razão e aumentando ou diminuindo a quantidade total dos componen-
tes do tampão.
Acidose: quando o pH Ao mesmo tempo, o H2CO3 perde H2O para se tornar CO2, que é expirado dos
fica tão baixo quanto 7,1. pulmões como CO2 gasoso. Quando o pH do sangue aumenta, relativamente
O tratamento é feito com
NAHCO3 intravenoso. A mais HCO3- é formado e a respiração é ajustada de modo que quantidades
acidose ocorre nas doenças aumentadas de O2 nos pulmões possam ser reintroduzidas no sangue para
pulmonares obstrutivas. conversão em H2CO3.
Ex: Enfisema (doença que
impede a expiração eficiente
de CO2).
3.4. Distúrbios no Sistema Tamponante
Alcalose: quando o pH
Os distúrbios ácido-base são caracterizados como metabólicos e respirató-
fica tão alto quanto 7,6. A
alcalose metabólica pode ser rios. A Acidose Metabólica resulta de um aumento de produção ou acúmulo
tratada com KCl ou NaCL de ácidos ou por perda excessiva de bicarbonato, através dos rins ou do
e a alcalose respiratória
melhora com respiração de
trato intestinal. A Alcalose Metabólica resulta da administração ou do acú-
uma atmosfera rica em CO2. mulo de bicarbonato ou seus precursores, perda excessiva de ácido ou perda
A alcalose metabólica ocorre de líquido extracelular contendo mais cloreto do que bicarbonato. A Acidose
na Hiperventilação que
acelera a perda de CO2. Respiratória é causada pela ventilação diminuída e consequente retenção
de dióxido de carbono. Isso ocorre agudamente com apnéia do sono, asma
e cronicamente com a síndrome de hipoventilação da obesidade, doença
pulmonar obstrutiva crônica e certas doenças neuromusculares. A Alcalose
Respiratória resulta de ventilação aumentada e eliminação de dióxido de
carbono. Isso pode ser mediado por ansiedade, acidente vascular cerebral,
pneumonia, altas altitudes, embolia pulmonar entre outros.
Consequências Fisiológicas do Tamponamento do Sangue
O processo de respiração exerce papel importante no tamponamento
do sangue. Uma elevação na [H+] pode ser corrigido com uma elevação na
taxa de reação, pois:
a) H+ (aq.) + HCO3-(aq.) H2CO3(aq.)
b) uma elevação [H2CO3] aumenta os níveis de CO2 dissolvido e finalmente a
quantidade de CO2(g) nos pulmões.
H2CO3 (aq) CO2(aq) + H2O (ℓ)
CO2(aq) CO2(g)
c) Uma elevação na taxa de respiração REMOVE o excesso de CO2
dos pulmões, iniciando um deslocamento no equilíbrio das reações
anteriores.
d) A remoção do CO2(g) diminui a quantidade de CO2 dissolvido, fazendo o
H+ reagir com HCO3: Resultado: Há diminuição na concentração de [H+] no
sangue, retornando-o ao seu nível original. Assim o pH do sangue é manti-
do constante.
Atividades de avaliação
1. Definir ácido e base segundo Brönsted.
2. Caracterizar um sistema tampão e indicar os fatores que determinam
sua eficência.
3. Definir pKa e descrever os procedimentos experimentais para determinar o
valor do pKa do ácido acético.
4. Escrever a equação de Henderson – Hasselbalch e mostrar sua utilidade na
análise de um sistema tampão.
5. Dar exemplos de tampão biológicos.
6. O tampão bicarbonato (HCO3- / H2CO3), presente no plasma em equilíbrio
com CO2, apresenta pKa igual a 6,1. Descrever o funcionamento deste sis-
tema, mostrando o efeito da adição de H+ e de CO2 sobre o pH do plasma.
7. O produto iônico da água possibilita calcular a concentração de H+ para
uma dada concentração de OH- e vice-versa; portanto responda: Qual é a
concentração de H+ em uma solução de NaOH 0,1M?
8. Qual é a concentração de OH- em uma solução na qual a contração de H+
é 0,00013 M?
9. Calcular o pKa do ácido láctico, sabendo-se que, quando a concentração
do ácido láctico é 0,010 M e a concentração de lactato é 0,087M, o pH da
solução é 4,8.
10. Calcular o pH de uma mistura que contém ácido acético 0,1M e acetato de
sódio 0,2M. O pKa do ácido acético é 4,76.
11. Calcular a relação entre as concentrações de acetato e de ácido acético
requerida para um sistema tampão com pH 5,3.
Texto complementar
Hiperventilação
Ocorre quando há uma respiração muito rápida e profunda (removendo uma tal quan-
tidade de CO2 dos pulmões que o pH do sangue sobe, levando à fraqueza e ao des-
maio). Atletas usam o aumento do pH pela hiperventilação nas corridas de 100 metros
rasos, pois alcalinizam o sangue antes da corrida com exercícios e, quando a produção
de ácido lático começa a crescer fazendo baixar o pH do sangue, não haverá um decrés-
cimo tão grande que venha a provocar dores musculares. Qualquer ácido que entre
na corrente sanguínea, eleva a [H+], logo há abaixamento do pH, ocasionando excesso
de CO2 nos pulmões. Ex: A ingestão de altas doses de aspirina pode causar “envenena-
mento por aspirina”. A exposição a elevadas altitudes é semelhante à hiperventilação
ao nível do mar. A taxa de respiração aumenta (por causa do ar rarefeito) então mais
CO2 é removido dos pulmões abaixando a concentração de H+ no sangue e, portanto,
elevando o pH. Hipoventilação: Muitas vezes quando se está soluçando, as pessoas
alertam para segurar a respiração. O que ocorre é uma hipoventilação que provoca
aumento na [CO2] nos pulmões, resultando no abaixamento do pH.
Filmes
UMA VERDADE INCONVENIENTE – 2006 (documentário de AL Gore)
Sites
http://qmc.ufsc.br/qmcweb/
Referências
CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Bioquímica. Vol 1. São Paulo: Cengage
Learning – 2011. Tampões e Sistemas de Tamponamento de Importância Fi-
siológica são comentados no livro, no Capítulo 2.
CONN, E. E.; STUMPF, P. K. Introdução à Bioquímica. 4ª Ed. São Paulo,
Edgard Blucher, 1980. A Ionização de Ácidos Fracos e de Bases Fracas é
comentada no Capítulo 1 desse livro.
MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP. Alimentos, nutrição & dietoterapia. 9 ed.
São Paulo: Roca, 1998. Distúrbios Ácido-Base são comentados no Capítulo 8.
VOET, D.; VOET, J. G.; PRATT, C. W. Fundamentos de Bioquímica. Porto
Alegre: Artmed, 2000. A Química Ácido-Base é comentada no Capítulo 2.
Objetivos
•• Observar a importância dos carboidratos para a vida humana.
•• Verificar a presença dos carboidratos em alimentos e vegetais.
•• Diferenciar os tipos de carboidratos.
•• Classificar os carboidratos quanto a sua estrutura.
•• Classificar os carboidratos quanto a sua função biológica.
Introdução
Os carboidratos constituem ¾ do mundo biológico e aproximadamente 80% do
aporte calórico da humanidade. A glicose é o carboidrato mais importante. É sob
essa forma que a maior parte dos carboidratos da dieta é absorvida pela corrente
sanguínea ou é em glicose que o fígado converte os outros açúcares. Também é
a partir de glicose que todos os carboidratos do organismo são formados.
Os carboidratos classificam-se em: monossacarídeos, dissacarídeos, oli-
gossacarídeos e polissacarídeos. Quando a palavra “carboidrato” foi inventada,
referia-se originalmente aos compostos com fórmula geral Cn(H2O)n. No entan-
to, somente os açúcares simples, ou monossacarídeos, encaixam-se exata-
mente nessa fórmula. Os outros tipos de carboidratos baseiam-se em unidades
de monossacarídeos e apresentam fórmulas gerais ligeiramente diferentes.
Os dissacarídeos, como os polissacarídeos, não atravessam a parede
intestinal. Só são aproveitados como fonte de energia se previamente
hidrolisados a monossacarídeos, que passam rapidamente do trato intestinal
à corrente sanguínea. Os oligossacarídeos e os polissacarídeos não hidroli-
sados passam ao largo do intestino delgado até o intestino grosso, onde exer-
cem um efeito benéfico (fibra). Os oligossacarídeos podem ser atacados pela
microflora intestinal gerando produtos metabólicos como os ácidos acético e
láctico. Em grandes quantidades têm efeito laxante podendo causar diarreia.
Os carboidratos proporcionam também texturas desejáveis, palatabili-
dade agradável, poder edulcorante. Dos polissacarídeos do mundo biológi-
co, o homem só digere amido, glicogênio e certas dextranas. O glicogênio
é semelhante à amilopectina do amido, porém mais ramificado. Constitui a
reserva energética dos animais, armazenando-se principalmente no fígado e,
em menor quantidade, no músculo.
O amido e o glicogênio começam a ser hidrolisados na boca pela ação
da α – amilase contida na saliva. Ela produz um fragmento de seis unidades
Quadro 1
Dissacarídeos
Açúcar Fonte Significado Clínico
Digerido pela amilase ou hidrólise do amido. Cereais e malte
Maltose
em germinação.
Na deficiência de lactase. A má absorção
Lactose Leite. Pode ocorrer na urina durante a gravidez.
provoca diarreia e flatulência.
Na deficiência da sacarase. A má absorção
Sacarose Açúcar de cana e beterraba. Sorgo. Abacaxi. Raiz de cenoura.
provoca diarreia e flatulência.
Trealose1 Fungos e leveduras. Principal açúcar da hemolinfa de insetos.
α–D–glicopiranosil-(1→1)-α–D–glicopiranósido.
Quadro 2
Quadro 3
Hexoses de importância fisiológica
Açúcar Fonte Importância bioqímica Significado clínico
Sucos de frutas. Hidrólise do É o açúcar do organismo. O açúcar Presente na urina (glicosúria) no diabetes
D-Glicose amido, do açúcar de cana, da transportado pelo sangue, e o principal mellitus devido ao aumento da glicose
maltose e da lactose. usado pelos tecidos. sanguínea (hiperglicemia).
Sucos de frutas. Mel. Hidrólise do
Pode ser transformada em glicose no fígado e Intolerância hereditária a frutose conduz
D-Frutose açúcar de cana e da inulina (da
assim usada no organismo. ao acúmulo de frutose e hipoglicemia.
alcachofra de Jerusalém).
Pode ser transformada em glicose no fígado e
A falha na metabolização conduz à
D-Galactose Hidrólise da lactose. metabolizada. Sintetizada na glândula mamá-
galactosemia e à catarata.
ria para formar a lactose do leite.
Quadro 4
Carboidratos Fontes Prod. finais da digestão Observação
Polissacarídeos indigeríveis
1. Celulose Talos e folhas de vegetais. Camada externa de -
2. Hemicelulose revestimento de grãos. -
3. Pectinas Frutas -
4. Gomas e mucilagens Sementes e secreções vegetais -
5. Subst. deriva-das de algas Plantas marinhas e algas -
Polissacarídeos parcialmente digeríveis
1. Inulina Alcachofra, cebola, alho, cogumelos. Frutose
2. Galactógenos Escargot Galactose
Prod. finais da
Carboidratos Fontes Observação
digestão
Monossacarídeos
Frutas, mel, xarope de milho Em frutas e vegetais, as concentra-
1. Glicose
Frutas, vegetais e produtos dieté- Glicose ções de glicose e frutose dependem
Sorbitol*
ticos do amadurecimento da espécie e do
2. Frutose Frutas e mel Frutose estado de preservação.
3.Galactose - Galactose
- Esses monossacarídeos não ocorrem
4.Manose na forma livre no alimento.
Abacaxi, azeitona, aspargos, batata- Manose
Manitol*
-doce, cenoura e produtos diet
Pentoses
1. Ribose - Ribose
Ribose, Xilose e Arabinose não ocorrem
Frutas, vegetais, cereais, cogumelos, na forma livre nos alimentos. São
2. Xilose
frutos do mar, gomas de mascar die- Xilose derivados de pentosanas de frutas, dos
Xilitol*
téticas e outros produtos dietéticos ácidos nucleicos de produtos da carne
e frutos do mar.
3.Arabinose - Arabinose
Derivados de Carboidratos
Fotossíntese
A fotossíntese é o processo pelo qual a energia luminosa é transformada em
energia química. A equação geral da fotossíntese é:
6 CO2 + 6 H2O ® C6H12O6 + 6O2 ∆G0’ = + 2.870 kJ. mol-1
Como quase todos os organismos que não fazem fotossíntese depen-
dem da energia química presente nos compostos produzidos pelos seres fo-
tossintetizadores, pode-se dizer que toda a energia consumida pelos sistemas
biológicos deriva primariamente da energia solar. A equação da fotossíntese é
exatamente o inverso da equação de oxidação total da glicose que ocorre em
todas as células aeróbias:
C6H12O6 + 6O2 ® 6 CO2 + 6 H2O ∆G0’ = - 2.870 kJ. mol-1
1.1. Monossacarídeos
Os monossacarídeos podem ser poliidroxialdeídos (aldose) ou poliidroxice-
tonas (cetose). Os monossacarídeos mais simples possuem três átomos de
carbono. São as trioses. O gliceraldeído é a aldose com três carbonos (uma
aldotriose), e a diidroxiacetona é a cetose com três carbonos (uma cetotriose).
Aldoses que possuem 4, 5, 6, e 7 átomos de carbono são chamadas aldotetro-
ses, aldopentoses, aldoexoses e aldoeptoses, respectivamente e as cetoses
correspondentes são cetotetroses, cetopentoses, cetohexoses e cetohepto-
ses. Os açúcares com seis carbonos são os mais abundantes na natureza,
porém dois açúcares com cinco carbonos, a ribose e a desoxirribose, estão
presentes nas estruturas de RNA e DNA, respectivamente. Açúcares com 4
e 7 carbonos têm importantes papéis na fotossíntese e em vias metabólicas.
Algumas moléculas não podem ser superpostas em suas imagens es-
peculares. Essas imagens são isômeros ópticos (estereoisômeros) umas das
outras. Um átomo de carbono quiral (assimétrico) é o objeto da isomeria óp-
tica. O carboidrato mais simples, que contém um carbono quiral, é o gliceral-
deído, podendo existir em duas formas isoméricas que são imagens especu-
lares uma da outra. Elas são designadas D-gliceraldeído e L-gliceraldeído. Os
estereoisômeros de imagem especular são também chamados enantiômeros.
Os dois enantiômeros do gliceraldeído são os únicos estereoisômeros
possíveis nos açúcares de três carbonos, mas as possibilidades aumentam
conforme as estruturas possuam mais átomos de carbono. Para mostrar as
estruturas das moléculas resultantes, é preciso usar-se a perspectiva bidimen-
sional da estrutura molecular, denominada método de projeção de Fischer.
Nesse método, as ligações escritas “verticalmente” no papel, que é bidimen-
sional, representam as ligações direcionadas para trás do papel, se forem
Fonte: Wikipédia.org
distantes, como C-1 e C-5, para formar um hemiacetal cíclico (em aldoexo-
ses). Outra possibilidade é a formação de um hemicetal cíclico (em cetoe-
xoses) através da interação entre C-2 e C-5. Em ambos os casos, o carbono
carbonílico torna-se um novo centro quiral chamado carbono anomérico. O
açúcar cíclico pode assumir qualquer uma das duas formas diferentes α e β,
e são chamados anômeros um do outro.
Além das fórmulas de projeção de Fischer, existem também as fórmulas
de projeção de Haworth que representam mais precisamente o formato nas
moléculas cítricas com cinco ou seis membros. O anel de cinco membros é
chamado furanose, e o de seis, piranose.
Reações de Esterificação
Os grupos hidroxila dos açúcares podem reagir com ácidos e derivados para
formar ésteres. Os ésteres de fosfato são muito importantes por serem inter-
mediários na degradação de carboidratos para fornecer energia.
Formação de Glicosídeos
Ocorre a formação de glicosídeos quando um grupo hidroxila de açúcar ligado
a um carbono anomérico reage com outra hidroxila formando uma ligação gli-
cosídica. Essa ligação não é um éter, pois os glicosídeos podem ser hidrolisa-
dos aos alcoóis originais. As ligações glicosídicas entre monossacarídeos são
a base para a formação de dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos.
Diferentes formas estereoquímicas são possíveis em ligações glicosídicas, com
importantes consequências para a função das substâncias assim formadas.
1.2. Dissacarídeos
São formados pela união de dois monossacarídeos por ligações glicosídicas.
Os mais importantes são: sacarose, lactose e maltose. A sacarose é formada
por α - D- Glicose + α – D- Frutose. É o açúcar de uso comum. Está presente
na cana de açúcar, açúcar de beterraba, melaço, xarope de bordo, xarope de
milho, açúcar de bordo, frutas, vegetais e mel. A lactose, o açúcar presente no
leite, é um dissacarídeo formado por β – D- lactose e D- glicose. A galactose é
um epímero C-4 da glicose. A maltose é um dissacarídeo obtido da hidrólise do
amido, consistindo em dois resíduos de D-glicose. A levedura, especialmente
a da cerveja, contém enzimas que hidrolisam o amido no broto da cevada
(malte), primeiro em maltose e depois em glicose, que é fermentada na pre-
paração da cerveja.
•• Sacarose: Hidrolisada por enzimas digestivas ou fervida com ácido, dando
partes iguais de glicose + frutose. Esta mistura se chama açúcar invertido
(pois a enzima envolvida é a invertase) e causa cárie dentária. Ao contrário
de hiperatividade, o consumo de carboidrato aumenta a produção de sero-
tonina que traz um efeito sedativo ao sistema nervoso.
a) Polihidróxiálcoois ou Poliálcoois
Os polihidróxiálcoois ou poliálcoois inibem uma elevação rápida de açúcar
no sangue.
São usados em produtos para pes-
Sacarose ® forma alcoólica: Sorbitol soas incapazes de tolerar grandes
ingestões de açúcar, pois são absor-
Manose ® forma alcoólica: Manitol
vidos mais lentamente no trato diges-
Xilose ® forma alcoólica: Xilitol tório e, portanto, inibem uma eleva-
ção rápida do açúcar no sangue.
sacarose
Mel de Abelhas
O néctar da flor que contém
sacarose é levado pela
abelha para a colmeia.
No favo, a abelha envolve
o néctar com a enzima
invertase que hidrolisa a
maioria da sacarose em lactose
glicose e frutose. Após várias
horas de evaporação, o mel Figura 2 – Moléculas de Dissacarídeos
amadurecido e concentrado
é armazenado em células
seladas. A doçura do mel b) Adoçantes Alternativos
varia com a concentração
dos açúcares e grau de São mais doces que os açúcares naturais. São digeridos ou absorvidos. Não
cristalização. Vitaminas e têm valor nutritivo.
minerais aparecem como
quantidades traços. A
absorção entre açúcar e mel 1.3. Polissacarídeos
é quase igual. As diferenças
entre mel e açúcar de mesa Os polissacarídeos de interesse são: amido, dextrina, glicogênio. São menos
estão no fato de o mel
conter, além de maior teor de solúveis e mais estáveis que os açúcares mais simples. O amido e o glicogê-
frutose, outros componentes nio são geralmente completamente digeríveis.
minoritários, como vitaminas,
compostos fenólicos, •• Amido: é encontrado apenas em vegetais, em ambas as formas: a) Amilose
flavonoides, minerais, entre - que possui cadeias retas e longas de unidade de glicose; b) Amilopectina
outros. A frutose no sangue
- que possui cadeias ramificadas de unidades de glicose. Os grânulos de
é principalmente convertida
em glicogênio no fígado, um amido de vários tamanhos e formas estão encerrados dentro das células do
processo que não precisa vegetal pelas paredes de celulose. Características do amido: 1. Os grânulos
de insulina. Porém, o alto
conteúdo de glicose faz
são insolúveis em H2O fria; 2. O cozimento causa o intumescimento dos grâ-
do mel um alimento que nulos e a mistura se torna um gel; 3. O cozimento edemacia e rompe a célu-
deve ser controlado para la para deixar o amido disponível para os processos digestivos enzimáticos.
diabéticos, não insulino-
dependentes. •• Amido Alimentar Modificado (amido resistente à ação das enzimas):
É agente espessante usado em alimentos preparados comercialmente,
como molhos de saladas, recheios de tortas, sopas enlatadas, caldos, pu-
dins enlatados e alimentos para bebês. A modificação permite a retenção
de propriedades espessantes desejáveis, perdidas no amido comum após
esfriamento e estocagem.
Atividades de avaliação
1. Defina os seguintes termos:
a) polissacarídeo; b) furanose; c) piranose; d) aldose; e) cetose; f) ligação
glicosídica; g) oligossacarídeo; h) glicoproteína.
2. Citar exemplos de polissacarídeos estruturais e de reserva.
3. Descrever a estrutura do glicogênio e indicar a porção da molécula que
sofre alongamento ou encurtamento.
4. Quais são as principais diferenças entre as paredes celulares das plantas
e das bactérias?
5. Como a quitina se difere da celulose em estrutura e função?
6. Como o glicogênio se difere do amido em estrutura e função?
7. Que são epímeros? Exemplifique.
8. O poliálcool mais frequentemente usado em chiclete e em doces dietéticos
é o α-sorbitol. Boa parte desse álcool é obtido pela redução da D-glicose.
Compare essas duas estruturas e explique o modo pelo qual isso pode
acontecer.
9. Qual é a base metabólica para a observação de que muitos adultos não
podem ingerir grandes quantidades de leite sem ter dificuldades gástricas?
10. Qual é o benefício das fibras na alimentação?
11. Pesquise e indique resumidamente o papel das glicoproteínas como deter-
minantes antigênicos para os grupos sanguíneos.
Texto complementar
Intolerância à lactose
Mais de 75 % dos adultos do mundo inteiro sofrem com a intolerância à lactose. Isso
ocorre especialmente em certas raças. Por exemplo: até 90% dos adultos com ascen-
dência africana ou asiática são deficientes em lactase sendo, portanto, menos capa-
zes de metabolizar lactose que os indivíduos originários do norte da Europa. O meca-
nismo pelo qual a enzima é perdida com a idade não está claro, mas é determinado
Sites
http://www.quimica2000.cjb.net/
Referências
CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Bioquímica. Vol. 3. São Paulo: Thomson
Learning, 2008. Monossacarídeos, Dissacarídeos, Oligossacarídeos são co-
mentados no Capítulo 16.
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada.
4ª Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2009. O Capítulo 7 da Unidade II expõe so-
bre Carboidratos.
LIBERATO, M. C. T. C. Estudo Químico e Bioprospecção de Produtos da
Abelha Apis mellifera L. do Estado do Ceará. Tese. (Doutorado em Biotecno-
logia) – Universidade Estadual do Ceará – Renorbio. Fortaleza. 2011. O assun-
to Mel e os monossacarídeos nele contidos são abordados exaustivamente.
MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP. Alimentos, nutrição & dietoterapia. São
Paulo: Roca, 2005. Na Parte I, que trata dos Princípios Nutricionais, no Capí-
tulo 3, são apresentados tópicos relativos aos carboidratos.
Objetivos
•• Conhecer as macromoléculas estruturais e de revestimento, que são as
gorduras, chamadas quimicamente de lipídeos.
•• Conhecer os tipos de lipídeos e onde são encontrados no nosso organis-
mo e ainda os principais alimentos que contêm grande quantidade des-
sas moléculas.
•• Classificar os vários tipos de lipídeos.
•• Aprender as funções dos lipídios, em animais e vegetais.
•• Observar a localização celular dos diversos lipídeos.
•• Estudar a funções do colesterol e das vitaminas lipossolúveis, suas
transportadoras.
•• Aprender sobre a deficiência das proteínas e as doenças relacionadas.
Introdução
Os lipídeos são compostos que ocorrem na natureza. Pode-se também defini-los
como moléculas orgânicas naturais isoladas de células e tecidos por extração
com solventes orgânicos não polares. As características que melhor definem os
lipídeos estão relacionadas com sua solubilidade, pois são relativamente inso-
lúveis na água e são solúveis nos solventes não polares, tais como o éter, o
clorofórmio e o benzeno. Gorduras e óleos são lipídeos típicos em termos de
solubilidade, mas esse fato não define realmente sua natureza química.
Químicamente, pode-se dizer que o lipídeo é uma mistura de compos-
tos que compartilham algumas propriedades com base em semelhanças es-
truturais, principalmente uma preponderância de grupos apolares. Uma classi-
ficação que se relacione com a sua natureza química poderia ser aquela que
encaixa os lipídeos em dois grupos principais.
O primeiro grupo consiste em compostos de cadeia aberta com grupos
de cabeça polar e longas caudas apolares, e inclui os ácidos graxos, os triacil-
gliceróis, os esfingolipídeos, os fosfoacilgliceróis e os glicolipídeos. O segundo
grupo principal consiste em compostos de anéis fundidos (cadeias cíclicas),
os esteroides, sendo um importante representante desse grupo o colesterol.
Também é possível classificar os lipídeos como simples e complexos. Nes-
se caso, são chamados Lipídeos simples os ésteres que, por hidrólise total dão
origem somente a ácidos graxos e alcoóis. Podem ser: 1. Gorduras e Óleos, que
1. Ácidos graxos
São ácidos carboxílicos alifáticos. São considerados compostos anfipáticos
porque o grupo carboxila é hidrofílico e a cauda de hidrocarboneto é hidrofó-
bica. Ocorrem como ésteres nas gorduras naturais e nos óleos. Neste caso,
geralmente, têm cadeia linear e número par de átomos de carbono. Podem ter
cadeia saturada ou insaturada.
As propriedades físicas e fisiológicas dos ácidos graxos dependem do
comprimento da cadeia e do grau de insaturação. Ex.: Os pontos de fusão dos
ácidos graxos, com o nº. par de átomos de carbono, aumentam com o au-
mento do comprimento da cadeia e diminuem com a insaturação. Os ácidos
graxos possuem cadeias retas de hidrocarboneto terminando em um grupo
carboxila de um lado e um grupo metila no outro.
A maioria das cadeias dos ácidos graxos tem entre 4 e 22C, com aque-
les de 16 e 18 carbonos, ou ácidos graxos de cadeia longa, sendo os de maior
prevalência. No organismo, os ácidos graxos são uma parte importante dos
Fosfolipídeos nas Membranas Celulares. Os ácidos graxos são classificados
pelo nº de C, pela posição da 1ª dupla ligação e pelo nº de duplas ligações.
A localização da 1ª dupla ligação, contada a partir da terminação metila do
Ácido Graxo, é designada pelo nº ω (ômega).
Ex.: Ácido Linoleico: ω–6 (ômega-6) 18:2. Ou seja: possui 18C, 2 duplas,
sendo a 1ª dupla no C6 contado a partir do CH3.
fontes de ácidos graxos trans na dieta são margarina dura, gordura, frituras,
produtos de panificação ricos em gorduras e lanches salgados.
1.9. Acilgliceróis
São produtos da reação de esterificação de uma molécula de glicerol com
até três moléculas de ácidos graxos. Podem ser: Monoacilglicerol, Diacilgli-
cerol e Triacilglicerol.
2.1. Funções
•• Energia: devido a sua alta densidade energética e baixa solubilidade, os
Triacilgliceróis (TAG) do tecido adiposo são a maior forma de armazena-
mento de energia no organismo.
•• Os TAG são armazenados de forma mais eficiente que o GLICOGÊNIO,
pois produzem 2 ½ vezes o ATP depois da oxidação e são armazenados
sem H2O. Geralmente, os seres humanos possuem algumas semanas de
reservas adiposas, mas apenas o valor de cerca de um dia de glicogênio.
•• O tecido adiposo auxilia a manter órgãos e nervos em posição e protege-os
contra choques e lesões traumáticas. (Efeito Amortecedor).
•• A camada subcutânea de gordura isola o organismo, preservando o calor
do organismo e mantendo a temperatura do organismo (Efeito Isolamen-
to Térmico).
4. Lipídeos compostos
Fosfolipídeos: O 2º maior componente lipídico do organismo são os lipídeos
em que um dos ácidos graxos é substituído por uma substância contendo
fósforo, assim como o ácido fosfórico.
5. Glicolipídeos
Incluem os cerebrosídeos e os gangliosídeos que contêm a esfingosina e uma
cadeia muito longa de ácidos graxos (> 22C). O componente carboidrato dos
cerebrosídeos é a galactose. Os gangliosídeos também contêm glicose e um
composto complexo contendo um aminoaçúcar. Estruturalmente, ambos os
compostos são componentes do tecido nervoso e certas membranas celula-
res, onde desempenham uma função no transporte de lipídeos.
6. Esteroides e Esteróis
Os esteroides constituem um grande grupo de compostos cíclicos que podem
ser considerados derivados de um núcleo hidrocarbonético comum: o núcleo
ciclopentanofenantreno. Os esteroides são, portanto, lipídeos de origem ve-
getal e animal, possuidores de um esqueleto de carbonos tetracíclico carac-
terístico. São encontrados praticamente em todos os tecidos do organismo e
causam uma grande variedade de efeitos fisiológicos.
Os esteroides estão estruturalmente relacionados aos terpenos e são
biossintetizados a partir do precursor lanosterol (um triterpeno). O lanosterol, por
sua vez, provém da ciclização do esqualeno, um hidrocarboneto acíclico. Os
esteroides podem ser classificados como: Esteróis; Ácidos Biliares; Hormônios
Sexuais Masculinos; Hormônios Sexuais Femininos; Hormônios da Gravidez;
Hormônios Adrenocorticais; Vitaminas D; Saponinas; Glicosídeos Cardíacos.
6.1. Esteróis
O mais conhecido é o colesterol que está presente em todas as células ani-
mais e é particularmente abundante em tecidos nervosos. No núcleo do co-
lesterol há oito centros de assimetria e, teoricamente, algo como 256 isômeros
são possíveis. O colesterol é o precursor dos ácidos biliares, esteróis fecais e
hormônios esteroides.
6.2. Colesterol
Os esteróis são caracterizados pela estrutura em anel, complexa com grupos
laterais individuais. Além do colesterol, que é encontrado apenas em tecidos
animais, os esteróis comuns incluem o ergosterol, que ocorre em leveduras, e
β-sitosterol, que é encontrado em alimentos vegetais. O colesterol é um compo-
nente essencial das membranas estruturais de todas as células dos mamíferos.
É o principal componente do cérebro e das células nervosas. É encontrado tam-
bém em altas concentrações nas glândulas supra-renais, onde os hormônios
adrenocorticais são sintetizados e, no fígado, onde é sintetizado e estocado.
O colesterol é uma chave intermediária na biossíntese de uma série de
esteroides importante como: ácidos biliares, hormônios adrenocorticais (aldos-
terona) e hormônios sexuais (estrogênios, testosterona e progesterona). Os
lipídeos sanguíneos (colesterol, triglicerídios e fosfolipídios) são transportados
na corrente sanguínea, ligados às proteínas. Estas partículas complexas, cha-
madas lipoproteínas variam em composição, tamanho e densidade.
As cinco classes de lipoproteínas são: Quilomícrons; Lipoproteínas de
Densidade muito Baixa (VLDL); Lipoproteínas de Densidade Intermediária
(IDL), Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDL) e Lipoproteínas de Alta Densi-
dade (HDL). Elas possuem quantidades variáveis de triglicerídeo, colesterol,
fosfolipídeo e proteína. A proporção de proteína e gordura determina a densi-
dade. As partículas com mais proteínas são mais densas, portanto, HDL tem
mais proteínas do que LDL.
Colesterol Total
É o colesterol contido em todas as funções de lipoproteína. Cerca de 60 a
70% do total é carreado com LDL, 20 a 30% do total é carreado com HDL, 10
a 15% do total é carreado com VLDL. Dentre as lipoproteínas ricas em trigli-
cerídeos estão os Quilomícrons, VLDL e quaisquer produtos remanescentes
ou intermediários formados no catabolismo.
Atividades de avaliação
1. Caracterizar estruturalmente os ácidos graxos mais comuns na natureza.
2. Definir triacilglicerol. Descrever as vantagens para os seres vivos do arma-
zenamento de triacilgliceróis.
3. Correlacionar a consistência das gorduras animais e óleos vegetais com a
estrutura dos ácidos graxos componentes destas substâncias.
Texto complementar
Vitaminas Lipossolúveis
As vitaminas lipossolúveis A, D, E, K ocorrem em alimentos de origem animal ou vege-
tal ricos em gorduras sendo absorvidas juntamente com os lipídios. Como os lipídios,
elas são transportadas pelas proteínas plasmáticas. Estão envolvidas em diversos pro-
cessos, inclusive atuando como coenzimas.
A vitamina K, por exemplo, participa como cofator de reações de carboxilação de
resíduos de glutamato de várias proteínas, entre as quais os fatores responsáveis pela
coagulação sanguínea. A vitamina A é obtida a partir de carotenoides vegetais e está
envolvida nas reações da visão e no crescimento e diferenciação de tecidos epiteliais.
O colesterol e o ergosterol são precursores da Vitamina D (Calciferol).
Essa vitamina é conhecida como a vitamina da luz solar porque uma modesta ex-
posição à luz solar normalmente é suficiente para a maioria das pessoas produzir vi-
tamina D, utilizando a luz ultravioleta e o colesterol da pele. Dois esteróis – um dos
lipídeos de animais (7 – desidrocolesterol) e um dos vegetais (ergosterol) – podem
servir como precursores da vitamina D.
A abertura do anel de 7 – desidrocolesterol produz uma forma de provitamina de
7 – desidrocolesterol que produz Colecalciferol (Vitamina D3). A abertura do anel de
ergosterol produz ergocalciferol, ou vitamina D2. As vitaminas D2 e D3 necessitam de
metabolismo posterior para produzir as formas metabolicamente ativas de 1,25-dii-
droxivitamina D2 e D3 (Calcitriol). Dessa forma, a vitamina D desempenha um papel
importante, juntamente com o cálcio e o fósforo, na saúde dos ossos e dentes. A vita-
mina E, juntamente com as vitaminas A, C, e D, atuam como antioxidantes, bloquean-
do a ação lesiva dos radicais livres sobre as estruturas celulares.
Filmes
O Óleo de Lorenzo (1992)
O Colesterol é inimigo do Coração (Globo Vídeos)
Sites
www.arquivosdeorl.org.br
www.hepcentro.com.br/esteatose.htm
Referências
CAMPBELL, M. K. Bioquímica. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000.
Lipídeos, a natureza química dos lipídeos as vitaminas lipossolúveis e Pros-
taglandinas e Leucotrienos são apresentados e comentados de forma muito
didática no Capítulo 6 desse livro.
MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP. Alimentos, nutrição & dietoterapia. São
Paulo: Roca, 2005. Os Lipídios foram comentados no Capítulo 3, que trata
dos macronutrientes carboidratos, proteínas e lipídios.
MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica Básica. 2ª Ed. Rio de
Janeiro: Ed. Guanabara Koogan S. A., 1999. Os autores apresentam lipí-
dios na Parte 2 de seu livro no Capítulo 6, que comenta sobre estruturas
de carboidratos e lipídios.
Objetivos
•• Conhecer as macromoléculas estruturais do nosso organismo, as proteínas.
•• Conhecer os tipos de moléculas que compõem as proteínas, os aminoácidos.
•• Verificar os alimentos ricos em proteínas.
•• Estudar os tipos e funções de aminoácidos, peptídeos e proteínas.
•• Reconhecer as estruturas dos diferentes aminoácidos.
Introdução
O nome “proteina” é de origem grega e significa “de primeira importância”.
Em sua composição estão presentes C, H e O. As proteínas também contêm
aproximadamente 16% de N, juntamente com S e, algumas vezes, outros
elementos, tais como fósforo (P), ferro (Fe) e cobalto (Co). Os vegetais sinteti-
zam a proteína a partir do N, que obtêm a partir de nitratos e amônia do solo e,
nas circunstâncias únicas das leguminosas, os nitratos se tornam disponíveis
simbioticamente a partir do N2 atmosférico pelas bactérias nos nódulos das
raízes. Já os animais obtêm o N que necessitam de alimentos protéicos seja
de origem vegetal ou animal. O metabolismo animal, a excreção e morte final-
mente fazem retornar o N2 ao solo numa continuação do ciclo do nitrogênio.
1. Estrutura e Classificação
A base da estrutura da proteína são os aminoácidos, dos quais 20 foram
reconhecidos como constituintes da maioria das proteinas. Eles são com-
postos que apresentam em sua molécula um grupo amino (-NH2) e um grupo
carboxila (-COOH). Apenas a Prolina, possui um grupo imino (-NH-) ao invés
do grupo amino. Em pH fisiológico, esses grupos estão na forma ionizada:
-NH3+, -COO- e –NH2+ -.
Os aminoácidos têm uma fórmula básica comum, na qual os grupos
amino e carboxila estão ligados ao carbono α, ao qual também se liga um
átomo de hidrogênio e um grupo variável chamado cadeia lateral ou grupo R.
É a estrutura da cadeia lateral R que diferencia os aminoácidos entre si.
siderina nas quais metais como Fe++, Cu++ e Zn++ estão ligados às proteínas.
Proteínas Derivadas: Proteoses, Peptonas e Peptídeos formam-se nos vá-
rios estágios do metabolismo proteico.
Figura – GLOBULAR
Figura – FIBROSA
4. pH Isoelétrico
O total de cargas de um aminoácido ou de uma proteína equivale à soma de
todas as cargas das cadeias laterais de cada aminoácido. O valor do pH que
produz um total de carga igual a zero (neutra) na molécula é denominado pH
isoelétrico, ou pI.
•• Se o pH > que pI, o total de cargas no aminoácido (ou proteína) será negativo.
•• Se o pH < que pI, o total de cargas no aminoácido (ou proteína) será positivo.
As proteínas não se deslocam em um campo elétrico quando o pH do
sistema tampão é igual ao seu ponto isoelétrico, pois elas não possuem carga
para serem atraídas para o catodo ou para o anodo.
Atividades de avaliação
1. Escrever a fórmula básica característica de um aminoácido. Dar exemplos de:
a) aminoácido com um grupo amino e dois grupos carboxílicos.
b) aminoácido com um grupo carboxílico e dois grupos amino.
2. Definir Ponto Isoelétrico (pI) de um aminoácido.
3. Analisando o grupo R, classificar os aminoácidos em polares e apolares.
Entre os polares, citar aqueles que, em pH 7, apresentam grupo com car-
ga negativa (aminoácidos ácidos), carga positiva (aminoácidos básicos) e
carga nula (polares sem carga).
4. Esquematizar a ligação peptídica.
5. Definir Proteínas Globulares e Fibrosas. Citar exemplos.
6. Definir estrutura primária.
7. Descrever as estruturas regulares – α-hélice e folha β pregueada – que
compõem a estrutura secundária das proteinas globulares.
8. Definir estrutura terciária de proteínas globulares. Esquematizar os tipos
de ligações que a mantêm, indicando os aminoácidos que participam
dessas ligações.
9. Definir estrutura quaternária de proteinas globulares. Citar exemplos de
proteínas com estrutura quaternária.
10. Verificar a posição dos radicais polares e apolares de uma proteina em
solução aquosa.
11. Definir ponto isoelétrico de uma proteína e indicar como pode ser determinado.
12. Definir desnaturação de uma proteína e descrever a ação do pH extremo
e temperatura sobre a estrutura das proteinas.
Texto complementar
Fenilcetonúria e erros inatos do metabolismo
As mutações que levam a deficiências em enzimas são normalmente referidas como
“erros inatos do metabolismo”, uma vez que envolvem defeitos no DNA dos indivíduos
afetados. Os erros em enzimas que catalisam reações de aminoácidos têm frequente-
mente consequências desastrosas, que levam a formas graves de retardo mental. A
fenilcetonúria é um exemplo bem conhecido.
A fenilalanina, o fenilpiruvato, o fenilactato e o fenilacetato acumulam-se no
sangue e na urina. Há evidências disponíveis que sugerem que o fenilpiruvato, que
é uma fenilcetona, causa retardo mental pela sua interferência na conversão do
piruvato em acetil-CoA (um intermediário importante em muitas reações bioquímicas)
no cérebro. É também provável que o acúmulo desses produtos nas células cerebrais
resultem em um desequilíbrio osmótico, fazendo com que a água flua para dentro das
células cerebrais. Elas então aumentam de tamanho até comprimirem-se umas contra
as outras no cérebro em desenvolvimento.
Nos dois casos, o cérebro não está apto a desenvolver-se normalmente. O teste do
pezinho é como se pode fazer o diagnóstico da doença. A partir da descoberta o aminoá-
cido fenilalanina deve ser limitado à quantidade necessária para a síntese de proteína.
(Retirado de Campbell, M. K. Bioquímica, 3ª ed. Artmed Editora LTDA, 2000.p. 113.)
Leituras
CAMPBELL, M. K. Bioquímica. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000.
Aminoácidos e Peptídeos são apresentados e comentados de forma muito
didática no Capítulo 3, da Parte 2, desse livro.
CHAMPE, P. C. Bioquímica Ilustrada. 4ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Na
Unidade I do livro são apresentados os tópicos: Aminoácidos (Capítulo I), Es-
trutura das Proteínas (Capítulo II), Proteínas Globulares (Capítulo III) e Proteí-
nas Fibrosas (Capítulo IV). O livro é ricamente ilustrado tornando o assunto de
fácil compreensão.
MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP. Alimentos, nutrição & dietoterapia. São
Paulo: Roca, 2005. Aminoácidos e Proteínas foram comentados na Parte I
(Princípios Nutricionais) Capítulo 3, que trata dos macronutrientes carboidra-
tos, proteínas e lipídios.
Filmes
www.fotosearch.com.br/video-filme/proteínas.html
Fome (Hunger) – 2008
Garapa (José Padilha) - 2009
Objetivos
•• Estudar um tipo mais específico de proteínas, as enzimas, biocatalizadores
naturais, produzidos por várias glândulas do organismo animal e vegetal.
•• Conhecer o mecanismo de uma reação enzimática.
•• Caracterizar os tipos de enzimas, seus mecanismos e aplicações, de modo
que o aluno saiba identificar uma enzima em um processo biológico.
Introdução
Quase todas as enzimas conhecidas são proteínas, (com exceção de molé-
culas de RNA que agem como enzimas, catalisando processos). A catálise é
a atividade mais importante das enzimas. Elas são catalisadores de sistemas
biológicos, dispositivos moleculares que determinam o perfil de transforma-
ções químicas e participam na transformação de diferentes formas de ener-
gia. Na ausência de catálise, a maioria das reações nos sistemas biológicos
ocorreria de forma extremamente lenta para fornecer produtos necessários ao
metabolismo de um organismo.
Características mais Importantes
1. Poder catalítico
As enzimas aceleram as reações por fatores de 1.000.000 vezes, ou
como catalisadores aumentam de várias ordens de grandeza a velocidade
das reações que catalisam.
2. Especificidade
Por serem altamente específicas, as enzimas “selecionam”, entre todas
as reações potencialmente possíveis, aquelas que efetivamente irão ocorrer.
A especificidade das enzimas chega ao ponto de distinguir estereoisômeros
de um determinado composto.
Quadro
Classificação das Enzimas e os Tipos de Reações que CATALISAM
Classe Tipo de Reação
Óxido-Redução
1. Óxido-Redutases
AH2 + B A + BH2
Transferência de Grupos
2. Transferases
A–X+B A+B–X
Hidrólise
3. Hidrolases
A – B + H2O A – H + B – OH
Adição de grupos a duplas ou remoção de grupos deixando duplas.
X Y
4. Liases
A – B A = B + X –Y
Rearranjos Intramoleculares
A–B A–B
5. Isomerases
Y X Y X
Condensação de duas moléculas, associada à hidrólise de uma ligação de alta
6. Ligases energia (em geral, do ATP)
A+B A–B
Sendo: Kcat = A constante catalítica que mede para uma dada concen-
tração de enzima, a eficiência máxima obtida em condições de Vmáx, quando
todas as enzimas estão complexadas com o substrato.
Kcat é também conhecida como nº de renovação (turnover number) Uma enzima particularmente
útil para exames é a
da enzima, porque equivale ao nº máximo de moléculas de substrato que um
acetilcolinesterase (AChE),
centro ativo converte em produto por segundo. Ela indica a rapidez com que que é importante no controle
uma enzima opera, quando todos os centros ativos estão ocupados. Em ou- de certos impulsos nervosos.
Muitos pesticidas interferem
tras palavras pode-se dizer que Kcat evidencia com que eficiência o complexo com essa enzima, portanto,
enzima-substrato origina produto. agricultores deveriam ser
frequentemente testados
Associando-se o valor de Kcat ao valor de KM, é possível definir-se uma para se ter a certeza de
nova constante Kcat/KM que pode relacionar a eficiência catalítica da enzima que eles não estariam
com a sua afinidade pelo substrato. Quando a relação Kcat/KM tiver um valor sendo inapropriadamente
expostos a essas substâncias
baixo significa que a enzima tem pouca afinidade pelo substrato (logo ↑ KM) tóxicas importantes para
ou baixa eficiência em gerar produto a partir do complexo ES, ou pelas duas a agricultura. Na verdade,
razões. Quando Kcat/KM for um valor alto significa que a enzima tem alta efici- existem mais de 20 enzimas
que são tipicamente usadas
ência em transformar ES em produto (logo Kcat ↑) e portanto alta afinidade pelo em laboratórios clínicos para
substrato (↓ KM) o diagnóstico de doenças.
Existem marcadores
São exemplos de enzimas com alta eficiência: Acetilcolinesterase altamente específicos para
(transmissão do impulso nervoso), Anidrose carbônica (remoção de CO2 dos enzimas ativas no pâncreas,
tecidos) Catalase e Superóxido dismutase (remoção de radicais livres do oxi- nas hemácias, no fígado,
no coração, no cérebro,
gênio). Um exemplo de enzima com pouca eficiência: Pepsina. na próstata e em muitas
glândulas endócrinas. Uma
vez que essas enzimas são
3. Inibidores enzimáticos relativamente fáceis de se
medir, inclusive por meio
São responsáveis pela diminuição da atividade enzimática. Como a ação en- da utilização de técnicas
zimática controla o metabolismo, muitos medicamentos baseiam suas pro- automatizadas, elas fazem
parte dos exames de sangue
priedades na inibição de certas enzimas, como, por exemplo, as Sulfonami-
“de rotina” que o médico pode
das, que combatem infecções bacterianas. requisitar (Campbell & Farrel,
2011, p. 144).
O medicamento age inibindo uma enzima bacteriana que não existe no
organismo do hospedeiro. As propriedades tóxicas de alguns inibidores são
usadas no combate aos insetos. Os inibidores podem ser Irreversíveis e Re-
versíveis, segundo a estabilidade de sua ligação com a molécula de enzima.
peptídica que resta assume uma nova estrutura espacial onde é, então, or-
ganizado um centro ativo funcional. Exemplos de enzimas sintetizadas como
zimogênios são a pepsina e a quimiotripsina.
4. Cofatores
São denominados Cofatores moléculas ou íons que se associam a um grande
número de enzimas para que elas possam exercer seu papel catalítico. Eles
podem ser íons metálicos ou moléculas orgânicas, não-proteicas, de complexi-
dade variada, que recebem o nome de coenzimas. Os íons metálicos ligam-se
aos radicais de aminoácidos de cadeia proteica ou estão presentes em grupos
prostéticos. As enzimas atuam como aceptores de átomos ou grupos funcionais
retirados do substrato em uma dada reação e como doadores destes mesmos
grupos ao participarem de uma outra reação. Por isto diz-se que são transpor-
tadoras de determinados grupos.
Durante a catálise, coenzima e substrato acham-se alojados no centro
ativo da enzima, consistindo a reação na remoção de determinado grupo quí-
mico do substrato e sua transferência para a enzima, ou vice-versa. Em alguns
casos, a coenzima encontra-se ligada covalentemente à molécula enzimática,
constituindo, portanto, um grupo prostético da proteína; em outros casos, a co-
enzima é uma molécula “livre”, reunindo-se à enzima apenas no momento da
catálise.
A estrutura química de uma coenzima é bastante variável. Algumas como
a Adenosina Trifosfato (ATP) e a Guanina Trifosfato (GTP) são completamente
sintetizadas pelas células. Outras apresentam um componente orgânico que
não pode ser sintetizado pelos animais superiores. Deve ser obtido através da
dieta, constituindo uma vitamina.
As vitaminas são necessárias na dieta em pequenas quantidades já que
são precursores de coenzimas. As vitaminas são divididas em Hidrossolú-
veis e Lipossolúveis. As Hidrossolúveis incluem as vitaminas do complexo
B: tiamina (B1), riboflavina (B2), ácido pantotênico (B3), nicotinamida (B5), piri-
doxina (B6); biotina (B7), ácido fólico (B9), cobalamina (B12) e o ácido ascórbico
(vitamina C). As vitaminas lipossolúveis são: A, D, E, K. São as vitaminas hi-
drossolúveis as que têm função de coenzimas ou fazem parte de moléculas
de coenzimas.
Atividades de avaliação
1. Considerando a reação A → B, não catalisada:
a) Definir velocidade de reação.
b) Escrever a equação de velocidade em função da concentração de A.
2. Definir enzima, substrato e sítio ativo.
3. Escrever as reações de formação do produto a partir de E e S. Escrever a
equação de velocidade de formação de P.
4. Fazer o gráfico da velocidade da reação S → P, catalizada enzimaticamente,
em função da concentração de S. Descrever os procedimentos experimen-
tais, que levariam à obtenção dos dados para a construção deste gráfico.
5. Analisando o gráfico do item 4, verificar, em cada trecho da curva, as con-
centrações de Enzima livre, substrato e complexo ES.
6. Definir constante de Michaelis-Menten (KM) e mostrar a relação entre seu
valor e a afinidade da enzima pelo seu substrato.
Texto complementar
Algumas enzimas são encontradas somente em tecidos específicos ou em um número
limitado de tecidos. A enzima lactato-desidrogenase (LDH) apresenta-se de duas for-
mas diferentes, chamadas de isoenzimas, no coração e nos músculos. As duas formas
diferenciam-se discretamente na composição de aminoácidos e podem ser separadas
com base nas cargas resultante dessa diferença. Uma vez que a LDH é um tetrâmero
de quatro subunidades, ela também pode existir em cinco diferentes formas, depen-
dendo da origem das subunidades. Um aumento de qualquer forma de LDH no sangue
indica algum tipo de dano tecidual.
Um ataque cardíaco poderá ser diagnosticado com certeza se houver um aumento
da forma cardíaca do LDH. De modo similar, existem diferentes formas da creatina-qui-
nase (CK), uma enzima que se encontra no cérebro, no coração e no músculo esque-
lético. O aparecimento da forma cerebral pode indicar um acidente vascular cerebral
ou um tumor no cérebro, ao passo que o tipo cardíaco indica o infarto. Depois de um
ataque cardíaco, a CK aparece no sangue mais rapidamente do que a LDH.
A monitoração da presença de ambas as enzimas permite melhorar a possibilidade
de diagnóstico, o que é muito útil, uma vez que um ataque cardíaco brando pode ser
difícil de ser diagnosticado. Um nível elevado da isoenzima cardíaca no sangue é uma
indicação segura de dano no tecido cardíaco (Campbell & Farrel, 2011, p. 144).
Sites
veja.abril.com.br/.../enzima-pode-ser-novo-alvo-na-luta-contra o mal de parkinsom.
www.not1.com
Referências
CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Bioquímica. Vol 1. São Paulo: Cengage
Learning - 2011. O Comportamento das Proteínas: Enzimas é o título do Ca-
pítulo 6 do volume 1 desse livro. São apresentados os tópicos relativos ao
assunto e todos comentados de forma muito didática.
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada.
4ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Na Unidade I do livro, no Capítulo 5, são
apresentados os tópicos relativos às Enzimas. O livro é ricamente ilustrado
tornando o assunto de fácil compreensão.
COOPER, Geoffrey M. (2000). “10.The Chloroplast Genome”. The Cell: A Mo-
lecular Approach (2nd ed.). Washington, D.C: ASM Press.ISBN 0-87893-106-6.
MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP. Alimentos, nutrição & dietoterapia. São
Paulo: Roca, 2005. Enzimas foram comentados no Capítulo 1 (Digestão, Ab-
sorção, Transporte e Excreção de Nutrientes).
MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica Básica. 2ª Ed. Rio de Janeiro:
Ed. Guanabara Koogan S. A., 1999. Os autores apresentam Enzimas na
Parte 1 de seu livro no capítulo 5, comentando amplamente sobre o assunto.
Objetivos
•• Conhecer as estruturas formadoras do DNA e RNA.
•• Aprender as funções de DNA e RNA.
•• Fazer a diferença entre DNA e RNA.
•• Saber o que é o genoma humano.
•• Conhecer a replicação do DNA.
•• Perceber como se dá o teste de DNA ou teste de reconhecimento de paternidade.
Introdução
Os ácidos nucleicos têm sido objeto de investigação bioquímica desde que fo-
ram, pela primeira vez, isolados no núcleo da célula, há mais de 100 anos. Eles
ocorrem em todas as células vivas, onde não só são responsáveis pelo arma-
zenamento e transmissão da informação genética, mas também pela tradução
dessa informação, expressa pela síntese precisa das proteínas, características
de cada célula. São biopolímeros de alto peso molecular como as proteínas,
só que, nos Ácidos Nucleicos, a unidade que se repete é o mononucleotídeo.
Um nucleotídeo consiste em uma base, uma ose e um ou mais grupa-
mentos fosfato. Os nucleotídeos possuem uma variedade de papéis no meta-
bolismo celular. São moedas energéticas nas transações metabólicas; os elos
químicos essenciais na resposta das células aos hormônios e outros estímu-
los extracelulares e os componentes estruturais de uma coleção de cofatores
enzimáticos e intermediários metabólicos, além é claro, de constituírem os
Ácidos Nucleicos: Ácido Desoxirribonucleico (DNA) e Ácido Ribonucleico
(RNA), que são as moléculas repositórias da informação genética.
A ose em um desorribonucleotídeo é a desoxirribose. O prefixo desoxi
indica que nesta ose falta um átomo de oxigênio que está presente na ribose,
o composto original. A base nitrogenada é um derivado de purina ou pirimidi-
na. São as bases das moléculas de DNA que levam a informação genética
enquanto seus grupamentos ose e fosfato têm um papel estrutural.
Os nucleotídeos formam uma porção de coenzimas, tais como FAD,
NAD , NADP+, Coenzima A e S–Adenosil-Metionina. As estruturas básicas do
+
base nitrogenada que pode ser tanto um derivado purínico como pirimidínico.
É a sequência de bases nas longas cadeias de açúcar-fosfato que determina
as propriedades biológicas da molécula.
A estrutura das bases que contêm oxigênio foi escrita na forma cetônica
(ou lactâmica). É necessário salientar que há um equilíbrio entre as formas
cetônicas e enólicas (ou lactímicas) o qual depende do pH do meio. É a forma
lactâmica que predomina na pH fisiológico.
Outras pirimidinas têm sido detectadas em amostras purificadas de
DNA; 5-metilcitosina ocorre em DNA isolado do germe do trigo e outras fontes
vegetais. Também têm aparecido traços dessa base no DNA do timo e em
outras fontes, nos mamíferos. A citosina é substituída pela 5-hidrometilcitosina
1.1. Nucleosídeos
A molécula de nucleotídeo sem o grupo fosfato é chamada de nucleosídeo.
Os nucleotídeos são, portanto, ésteres de Ácido Fosfórico dos nucleosídeos.
Quadro
NOMES DOS NUCLEOSÍDEOS
BASE RIBONUCLEOSÍDEO DESOXIRRIBONUCLEOSÍDEO
3. DNA e RNA
Em células procarióticas, o DNA normalmente ocorre sob forma de um anel
composto de uma fita dupla extremamente torcida, parcialmente associado
com a porção interna da membrana plasmática, mas livre de complexos pro-
teicos. Ao contrário, cerca de 98% do DNA total numa célula diferenciada tí-
pica, eucariótica, é encontrado no núcleo, como um polímero composto de
uma fita dupla extremamente torcida, ligado a proteínas básicas chamadas
Histonas; o complexo é conhecido como Cromatina. Quantidades muito
menores de DNA são sempre encontradas na matriz mitocondrial de células
eucarióticas e em cloroplastos, sob a forma de pequenos anéis formados de
fitas duplas, livres de complexos proteicos.
O segundo ácido nucleico componente da célula, o RNA, ocorre em
múltiplas formas, todas elas servindo como elos informacionais extremamente
importantes entre DNA, o veículo fundamental da informação, e as proteínas.
O menor desses polímeros é chamado RNA transportador (tRNA). O tRNA
corresponde a cerca de 60 diferentes espécies moleculares. Os tRNA exer-
cem uma série de funções sendo a mais importante delas agir como transpor-
tadores específicos de aminoácidos ativados para locais determinados nos
moldes sintetizadores de proteínas.
Os tRNA compreendem cerca de 10-15% do RNA total da célula. Um
segundo grupo de RNA inclui os RNA ribossômicos (rRNA). Esses ácidos
nucleicos estão sempre associados com um grande número de proteínas num
complexo altamente ordenado chamado Ribossoma. Eles perfazem cerca
de 75-80% do RNA total de célula. O terceiro grupo importante de RNA é for-
mado pelos RNA mensageiros (mRNA) que compreendem cerca de 5-10%
do RNA total da célula. Em células bacterianas, os mRNA são extremamente
instáveis, no sentido de serem constantemente degradados e ressintetizados.
Em células eucarióticas, a velocidade de renovação é muito menor. Esses
ácidos nucleicos, com uma composição básica muito semelhante àquela do
DNA, estão intimamente envolvidos na transcrição e tradução da informação
programada pelo DNA para a síntese das proteínas.
3.3. RNA
No RNA, a ribose substitui a Desoxirribose e a Uracila substitui a Timina (for-
mando par com Adenina). Embora o DNA seja quase que exclusivamente
nuclear (exceção: encontrado em cloroplastos e em mitocôndrias), o RNA é
tanto nuclear como citoplasmático. Denomina-se Transcrição ao processo
mediante o qual a mensagem do DNA é transportada para o RNA.
O RNA transportador desempenha um papel-chave na síntese protei-
ca. Cada molécula de tRNA transporta um aminoácido para os ribossomos e
decifra a informação contida no RNA mensageiro em termos de aminoácidos
(correspondentes ao código), dispondo-os na sequência correta. 60 – 70% da
molécula dos tRNA apresenta uma estrutura helicoidal. Essa e outra evidência
indicam uma estrutura em folha de trevo para todos os tRNA, com o anticódon
(isto é, a trinca de nucleotídeos necessários para o ajuste do tRNA específico
3.4. Estruturas
A estrutura da molécula de DNA corresponde a uma escada espiralada, onde
os pares de bases nitrogenadas representam os degraus e a ligação fosfato-
-açúcar os corrimões. Pode ser representada assim:
A G C T
Agora se for:
pApCpG ou pACG
Isto mostra que uma cadeia de DNA tem polaridade, pois uma ponta de
cadeia tem um grupamento 5’-OH e a outra um 3’-OH, nenhum deles ligado a
outro nucleotídeo. Quanto à Estrutura do RNA pode-se dizer que: A molécula
é formada por 1 única cadeia de polinucleotídeo, que se torna dupla ocasio-
nalmente ao dobrar-se em torno de si mesma.
Quadro
DIFERENÇAS ENTRE DNA E RNA
DNA RNA
Principalmente no Núcleo Localização Principalmente no Citoplasma
Adenina Adenina
Bases Púricas
Guanina Guanina
Timina Uracila
Bases Pirimídicas
Citosina Citosina
Desoxirribose Pentose Ribose
Atividades de avaliação
1. Escreva a sequência complementar (na notação padrão 5’→3’) para:
a) GATCAA; b) ACGCGT; c) TCGAAC; d) TACCAT
2. Uma amostra de DNA contendo 30% de adenina e 20% de guanina prova-
velmente conterá ____% de Timina e _____% de citosina.
3. a) Compare e contraste RNA e DNA, relativamente a:
1. Composição química 2. Estrutura secundária
3. Localização nas células vivas - 4. nº dos diferentes “tipos” ou “espécies”
5. funções biológicas
b) Desenhe a fórmula estrutural e dê o nome de:
1. um ribosídeo de purina
2. um desoxirribosídeo – 5’ – difosfato de purina
3. um ribosídeo – 3’, 5’ – difosfato de pirimidina
4. um ribosídeo – 2’, 3’ – difosfato de purina
5. um desoxirribosídeo – 3’, 5’ – monofosfato cíclico de purina.
c) Desenhe a unidade repetitiva da molécula de DNA. Indique as posições
de quebra que são: a) predominantemente nucleosídeo – 3’ – fosfato; b)
predominantemente nucleosídeo – 5’ – fosfato
4. Descreva dois tipos bem diferentes de forças (ou ligações) que estão en-
volvidas na estabilização da estrutura de dupla hélice do DNA.
5. Descreva os tipos de RNA até agora conhecidos, explicando suas funções.
6. Defina os termos replicação, transcrição e tradução
7. Por que se diz que a replicação do DNA é um processo semiconservativo?
8. Descreva o complexo chamado CROMATINA.
9. Definir, em termos de DNA e síntese de proteínas, o termo retrovírus.
10. Cite várias (mais de 2) doenças autoimunes relacionadas com o RNA.
11. Qual o papel das enzimas denominadas Endonucleases de Restrição?
12. Pesquise e fale sobre a “Reação em Cadeia da Polimerase” também co-
nhecida como PCR.
13. Pesquise e fale sobre Métodos de Clonagem.
Texto complementar
Lúpus é uma doença autoimune envolvendo o processamento de RNA. Aparece no
final da adolescência ou início da fase adulta com uma erupção cutânea na fronte e
nas bochechas (semelhante às faces de um lobo, daí o nome lúpus). Podem ocorrer
problemas renais, artrite, acúmulo de líquido ao redor do coração e inflamação dos
pulmões. 90% dos doentes são mulheres. Uma vez que o processamento do mRNA
ocorre em todos os tecidos e órgãos do corpo, essa doença afeta vários sistemas e
pode espalhar-se facilmente.
Filmes
Gattaca (Gattaca - Experiência Genética) é um filme de ficção científica
produzido nos Estados Unidos em 1997).
A Experiência (Europa filmes, 2001).
www.clonesfilmes.net
O clone (Clone) - 1997
O outro eu/ eu e meu clone (the order me) - 2000
Referências
CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Bioquímica. Vol 2. São Paulo: Thomson
Learning - 2007. Nos capítulos 9, 10, 11, 12, 13 e 14 do vol. 2 são apresentados
tópicos relativos ao assunto e todos comentados de forma muito didática.
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 4ª
Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Na Unidade VI do livro, nos Capítulos 29, 30,
31, 32 e 33 são apresentados os tópicos relativos aos Ácidos Nucleicos. O
livro é ricamente ilustrado tornando o assunto de fácil compreensão.
STRYER, L. Bioquímica. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.
A.1996. Os capítulos 4, 5 e 6 apresentam tópicos relativos aos Ácidos Nucleicos.
MURRAY, R. K.; GRANNER, D. K.; MAYES, P. A.; Rodwell, V. W. Harper:
Bioquímica. 8ª ed. São Paulo: Atheneu, 1998. Os capítulos 35, 36, 37, 38, 39,
40, 41 e 42 da Seção IV, abordam tópicos detalhados sobre Ácidos Nucleicos.
Objetivos
•• Conhecer como os processos biológicos ocorrem e de onde vem a energia
necessária para esses processos.
•• Relembrar o conceito de energia livre de Gibbs.
•• Conceituar reações de óxido-redução em um sistema biológico.
•• Verificar a participação de coenzimas nas reações de respiração celular.
•• Verificar a importância do Ciclo de Krebs para a obtenção de intermediários
da via glicolítica.
Introdução
Moléculas consumidas como nutrientes precisam ser decompostas para a
obtenção de energia a ser usada na criação de novas moléculas. Esse pro-
cesso ocorre em várias etapas nas quais os doadores de elétrons transferem
energia aos aceptores de elétrons. A bioenergética é, portanto o estudo da
variação de energia que acompanha as reações bioquímicas, ou seja, ela
descreve a transferência e utilização da energia em sistemas biológicos fa-
zendo uso de algumas ideias básicas da termodinâmica, particularmente do
conceito de energia livre.
Alterações na energia livre (G) fornecem uma medida da probabilidade
energética da ocorrência de uma reação química, permitindo prever se uma
reação irá ocorrer. O conceito de energia livre é essencial para compreender
a função especial que a Adenosina Trifosfato (ATP) desempenha ao transfe-
rir energia de processos catabólicos geradores de energia para reações que
requerem energia. Os sistemas biológicos são essencialmente isotérmicos e
utilizam a energia química para impulsionar os processos vitais.
A bioenergética interessa-se somente pelos estados de energia inicial e
final dos componentes iônicos, e não o mecanismo nem o tempo necessário
para que ocorra a alteração química, ou seja, o que ela prevê é a possibilidade
de um processo ocorrer.
O sentido e a extensão de uma reação química são determinados pelo
grau em que dois fatores são alterados durante a reação. Esses fatores são
a entalpia e a entropia. Entalpia (∆H) é uma medida da mudança no conteúdo
de calor dos reagentes e produtos. Entropia (∆S) é uma medida da desor-
ganização dos reagentes e produtos. Nenhuma delas é por si só suficiente
1.2. Metabolismo
As reações exergônicas são denominadas catabolismo (geralmente a que-
bra ou oxidação de moléculas combustíveis), enquanto as reações de síntese,
que constroem as substâncias, são denominadas anabolismo. O conjunto de
processos catabólicos e anabólicos constituem o metabolismo. O catabolis-
mo e o anabolismo são vias separadas, e não simplesmente o oposto uma
da outra. No catabolismo, um processo oxidativo, há liberação de energia en-
quanto no anabolismo, um processo redutivo, ocorre necessidade de energia.
lar) hidrolisaria todo o ATP formado, inviabilizando a vida celular. Além disto, a
energia liberada pela hidrólise seria dissipada na forma de calor, uma forma de
energia que não pode ser aproveitada pelas células.
Exemplos para entender a utilização do ATP como “doador” de energia:
Glicose + Pi Glicose 6-Fosfato + H2O ΔGº’= + 12 KJ/mol
ΔGº’ > 0, logo a reação é inviável.
As células contornam isto, fazendo:
Glicose + ATP Glicose 6-Fosfato + ADP ΔGº’= - 17 KJ/mol
ΔGº’ < 0, logo a reação é viável.
Outro exemplo comum nas reações metabólicas são as sínteses. Va-
mos supor que a reação de condensação de A e B tenha um ΔGº’ desfavorável:
A+B→A–B ΔGº’ > 0
Este problema pode ser contornado pela utilização de ATP. Neste caso,
um caminho possível será a transferência do grupo fosfato terminal do ATP
para o composto A, e a reação será termodinamicamente viável:
Fonte: camilalemos.com
11. Quais são as três fontes principais de fosfato de alta energia que partici-
pam da conservação ou captação de energia?
12. De onde provém a energia livre que mantém a fosforilação oxidativa fun-
cionando?
13. Sendo a fosforilação da glicose a glicose 6-fosfato, altamente endergôni-
ca, como pode ocorrer na via glicolítica? Explique.
14. O que ocorre com os nutrientes ao serem oxidados? Explique todas as
etapas até chegar ao ATP + H2O.
15. Como a energia derivada da oxidação dos alimentos pode ser aproveitada
pelas células?
16. Desenhe o Ciclo de Krebs.
17. Fale sobre a função anabólica do Ciclo de Krebs.
Texto complementar
A energia livre de Gibbs, ∆G, é provavelmente a maneira mais conveniente para se
medir as variações de energia nos sistemas vivos, uma vez que mede a energia dispo-
nível para realizar um trabalho à temperatura e pressão constantes, o que descreve
o estado vivo. Mesmo os animais de sangue frio estão a uma temperatura e pressão
constantes em um dado tempo; quaisquer mudanças da temperatura e da pressão são
suficientemente lentas, de modo a não afetar as medidas de ∆G.
Espontaneidade e Reversibilidade: Espontaneidade significa que uma dada reação
pode ocorrer sem adição de energia como, por exemplo, a água de uma represa no
topo de uma montanha, que possui energia potencial para descer mas que não o fará
a menos que se abra a barragem. Como a água sempre corre montanha abaixo, essa
é a direção em que a variação de energia é negativa (-∆G); no entanto bombear a
água montanha acima não é um processo espontâneo (requer energia), e tem um
valor positivo para a variação de energia livre (+∆G). Se a variação de energia livre for
apenas de 1kcal/mol (± 4Kj/mol) em ambas as direções, então essa reação é conside-
rada reversível, podendo ocorrer em ambas as direções. Adicionando-se reagentes
ou retirando produtos, a reação irá para a direita; se forem retirados os reagentes ou
adicionados produtos a reação se deslocará para a esquerda. Esse aspecto é de muita
importância para grande número de vias metabólicas; muitas reações são completa-
mente reversíveis. Isso significa que as mesmas enzimas podem ser usadas tanto na
via que leva à quebra da substância, como na via que forma a substância
Fonte: (Campbell & Farrel, 2008).
Leituras
Síndrome de Leigh – anatapat-unicamp
ADAMS R D, VICTOR M, ROPPER A H. Principles of Neurology, 6th Ed.
McGraw-Hill, New York, 1997.
CARPENTER S, KARPATI G. Pathology of Skeletal Muscle. 2nd. Ed. Oxford
University Press, 2001.
JOHNS D R, FADIC R N. Genetic Mitochondrial Disorders. in Martin JB (ed)
Molecular Neurology. Scientific American, New York, 1998.
Referências
CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Bioquímica. Vol 3. São Paulo: Thomson
Learning - 2008. Nos Capítulos 15 e 16 do vol. 3 são apresentados tópicos
relativos ao assunto e todos comentados de forma muito didática.
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada.
4ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Na Unidade II do livro, nos Capítulos 6
a 9 são apresentados os tópicos relativos ao assunto abordado. O livro é
ricamente ilustrado tornando o assunto de fácil compreensão.
MURRAY, R. K.; GRANNER, D. K.; MAYES, P. A.; Rodwell, V. W. Harper:
Bioquímica. 8ª ed. São Paulo: Atheneu, 1998. Os Capítulos 12 e 13 ,da
Seção II, abordam tópicos detalhados sobreo assunto.
Objetivos
•• Compreender o metabolismo aeróbico.
•• Observar a síntese de ATP e a geração de energia celular.
•• Verificar a produção de água no final da cadeia transportadora de elétrons.
•• Localizar os intermediários da cadeia transportadora de elétrons, na mito-
côndria e suas funções particulares.
•• Compreender a função das coenzimas do sistema mitocondrial.
Introdução
Através do metabolismo aeróbio, um organismo pode extrair energia de modo
eficiente a partir dos nutrientes. Moléculas ricas em energia, como a glicose,
são metabolizadas por uma série de reações de oxidação, levando por fim
à produção de CO2 e água. Os processos de oxidação da glicose, de vários
aminoácidos e de ácidos graxos levam à produção de Acetil-CoA, que, no
Ciclo de Krebs, é totalmente oxidada a CO2.
Os intermediários metabólicos dessas reações cedem elétrons a coen-
zimas específicas NAD+ (Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo) e FAD (Flavina
Adenina Dinucleotídeo) formando as coenzimas reduzidas ricas em energia,
NADH e FADH2. O ciclo de Krebs constitui o estágio final e máximo de oxida-
ção dos átomos de carbono que compõem carboidratos, proteínas e lipídeos.
A oxidação destes compostos é acompanhada da redução de grande quanti-
dade das coenzimas NAD+ e FAD. Observe o nº de moles destas coenzimas
reduzidas durante a oxidação de um mol de glicose.
Quadro
Reação Moles de NADH Moles de FADH2
Glicólise
-
Gliceraldeído 3-fosfato → 3-Fosfoglicerato 2
Piruvato → Acetil-CoA 2 -
Ciclo de Krebs
Isocitrato → α-Cetoglutarato 2 -
α-Cetoglutarato → Succinil- CoA 2 -
Malato → Oxaloacetato 2 -
Succinato → Fumarato - 2
Total 10 2
dução de ATP; a maior parte da energia inicial foi conservada nas coenzimas
reduzidas. O mesmo ocorre na oxidação de aminoácidos e lipídios. As coen-
zimas reduzidas devem ser reoxidadas por duas razões:
1. Para que voltando à forma oxidada, possam participar outra vez das vias de
degradação dos nutrientes.
2. Porque é a partir da oxidação destas coenzimas que a energia nelas é con-
servada e pode ser aproveitada pelas células, para sintetizar ATP.
As coenzimas reduzidas podem doar, cada uma, um par de elétrons a
um conjunto especializado de transportadores de elétrons chamados “cadeia
de transporte de elétrons”. A energia liberada pela oxidação de nutrientes é
usada pelos organismos na forma de energia química do ATP. Enquanto os
elétrons fluem através da cadeia transportadora de elétrons, eles perdem muito
de sua energia livre. Parte dessa energia pode ser captada e armazenada para
a produção de ATP a partir de ADP e fosfato inorgânico (Pi) e a esse processo
dá-se o nome de “fosforilação oxidativa”. O restante da energia livre que não
é captada para a síntese de ATP serve para impulsionar outras reações.
A produção de ATP por fosforilação oxidativa (processo endergônico) é
separada do transporte de elétrons para o oxigênio (um processo exergônico),
no entanto as da cadeia transportadora de elétrons estão ligadas entre si e as-
sociadas à síntese de ATP pela fosforilação de ADP. A atividade da cadeia de
transporte de elétrons leva ao bombeamento de prótons (H+) pela membrana
mitocondrial interna, criando um gradiente de pH, também conhecido como
gradiente de prótons. A solução para as células aproveitarem energia para
a síntese de ATP é exatamente transformar a energia contida nas coenzimas
reduzidas em um gradiente de prótons e utilizá-lo para promover a síntese de
ATP. A produção do gradiente de prótons é conseguida pela transferência dos
elétrons das coenzimas para o oxigênio, através de passagens intermediárias
por vários compostos que constituem uma cadeia de transporte de elétrons.
Nos organismos aeróbios, a oxidação de coenzimas é feita por transfe-
rência de seus elétrons para o oxigênio. Recebendo elétrons, o oxigênio liga-
-se a prótons do meio formando água. Este processo libera grande quantidade
de energia, em virtude da diferença de potenciais de óxido-redução entre a
coenzima e o oxigênio. A energia liberada na oxidação de um mol de NADH
permite a síntese de alguns moles de ATP. Se a transferência de elétrons das
coenzimas reduzidas fosse feita diretamente para o oxigênio, toda a energia
do processo seria liberada como calor, portanto, inutilizável pelas células para
promover os processos que requerem energia.
A cadeia de transporte de elétrons está presente na membrana mitocon-
drial interna. Os compostos que compõem a cadeia de transporte de elétrons
são organizados de acordo com seus potenciais de óxido-redução. Assim, os
Fonte: www.blogconstruindooconhecimento.zip.net
Fonte: Ubiquinona
Quadro
COMPOSIÇÃO DOS COMPLEXOS DA CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS
Número aproximado de
Componentes transportadores de elétrons
polipeptídios
Complexo I FMN
26
(NADH-CoQ redutase) Centros Fe-S
FAD
Complexo II
Centros Fe-S 5
(Succinato-CoQ redutase)
Citocromo b
Complexo III Citocromos b e c1
10
(Coenzima Q – citocromo c redutase) Centros Fe-S
Complexo IV Citocromos a e a3
6-13
(Citocromo c oxidase) Íons de cobre
1. Complexo I
O Complexo I (NADH-CoQ redutase) oxida o NADH, transferindo seus elé-
trons para a coenzima Q. É formado por 26 cadeias polipeptídicas. A estas
cadeias estão associados: uma molécula de flavina mononucleotídio (FMN)
e 6 ou 7 centros Fe-S. A FMN é um derivado da riboflavina com estrutura
semelhante à do FAD e como este, capaz de receber 2 prótons e 2 elétrons
passando à forma reduzida FMNH2. O doador de elétrons para a redução de
FMN (1ª transferência de elétrons para a cadeia de transporte de elétrons) é o
NADH produzido pelo metabolismo.
NADH + H+ + FMN NAD+ + FMNH2
(Complexo I) (Complexo I)
Fonte: www.blogconstruindooconhecimento.zip.net
2. Complexo II
O Complexo II (Succinato-CoQ Redutase) oxida o succinato, transferindo
seus elétrons também para a coenzima Q. Ele é a segunda porta de entrada
de elétrons na cadeia de transporte de elétrons, em direção ao oxigênio. A en-
zima Succinato – Desidrogenase tem FAD como grupo prostético e catalisa a
oxidação de succinato à fumarato: os e- e os prótons do succinato são transfe-
ridos para o FAD, que se reduz a FADH2. Os prótons presentes no FADH2 são
devolvidos à matriz mitocondrial. O complexo II não contribui para a formação
do gradiente de prótons. No complexo II, os elétrons provenientes do succi-
nato são transferidos ao FAD, grupo prostético da succinato desidrogenase; a
seguir são captados por centros Fe-S e pelo citocromo b560, passando, então
para a coenzima Q.
A coenzima Q é o ponto de convergência de elétrons provenientes de
NADH (Complexo I), succinato (Complexo II), glicerol 3-fosfato e acil-CoA.
Coenzima Q ou Ubiquinona (CoQ) é uma quinona com uma longa cadeia late-
ral composta de unidades isoprênicas. A forma mais encontrada nos mamífe-
ros apresenta 10 unidades. As características hidrofóbicas da CoQ permitem
sua mobilidade na fase lipídica da membrana, ao contrário dos outros compo-
nentes da cadeia de transporte de elétrons, que têm posições relativamente
fixas na membrana mitocondrial, com exceção do citocromo c.
Citocromos de vários tipos participam da cadeia de transporte de elé-
trons. São proteínas transportadoras de elétrons que contêm heme como gru-
po prostético. O íon de ferro é o responsável pela capacidade de transferência
de elétrons desta proteína: O íon pode alterar entre Fe2+ e Fe3+. Os citocromos
são classificados em a, b e c, segundo o espectro de absorção que apresen-
tam. Os três tipos estão representados na cadeia de transporte de elétrons.
Cada citocromo é constituído por uma cadeia polipeptídica com uma
sequência de aminoácidos que lhe é própria. Nos citocromos dos tipos b e c,
o grupo heme é idêntico ao da hemoglobina quanto aos radicais substituintes.
No tipo a, aparece um grupo heme modificado, com um grupo isoprênico e
um grupo formila em lugar de grupos vinila e metila, respectivamente. Os ci-
tocromos diferem também quanto à forma com que o grupo heme está ligado
à cadeia proteica. Nos tipos a e b, a ligação à proteína é não-covalente e, no
tipo c, é covalente (tioéter), formada com resíduos de cisteína.
Fonte: www.blogconstruindooconhecimento.zip.net
3. Complexo III
O Complexo III transfere elétrons da coenzima Q para o citocromo c. O Com-
plexo III (Coenzima Q – citocromo c redutase) é constituído por 2 citocromos
b (b562 e b566, os índices indicam o pico máximo de absorção e caracteriza
cada subtipo de citocromo), por um centro Fe-S e pelo citocromo c1. As trans-
ferências de elétrons da coenzima Q para os componentes do complexo III,
e deste para o citocromo c, são acompanhadas de movimento de prótons: os
citocromos e o centro Fe-S recebem apenas elétrons, e os prótons da CoQ
reduzida (CoQH2) são liberados no espaço intermembranas.
O Complexo III promove a oxidação da coenzima Q e a redução do
citocromo c, contribuindo para a criação do gradiente de prótons. O citocromo
c é uma proteína pequena localizada na face externa da membrana interna da
mitocôndria. Seu tamanho e mobilidade fazem com que cumpra sua função
na cadeia de transporte de elétrons: conectar o Complexo III, do qual recebe
elétrons, ao Complexo IV ao qual doa elétrons.
Fonte: www.blogconstruindooconhecimento.zip.net
4. Complexo IV
O Complexo IV (citocromo c oxidase) transfere elétrons para o oxigênio. Ele
contém 2 citocromos do tipo a (a e a3) e dois íons de cobre, cada qual associa-
do a um dois citocromos. Os íons de cobre alternando entre Cu2+ e Cu1+ fazem
parte do transporte de elétrons. O Complexo IV é responsável pela doação de
4 elétrons para a molécula de O2 que, ligando-se a prótons do meio, converte-
-se em 2 moléculas de H2O. A retirada de prótons da matriz mitocondrial con-
tribui para o estabelecimento do gradiente de prótons.
Além disto, o Complexo IV contribui para a produção do gradiente lan-
çando prótons da matriz para o espaço intermembranas. A utilização de O2
pelo complexo IV é de cerca de 95% do O2 consumido pelo homem; a pro-
dução de H2O neste processo chega a cerca de 300 ml diários (água meta-
bólica). Essa água é fundamental para a sobrevivência do indivíduo, como no
caso dos animais que hibernam ou de camelos, que passam longos períodos
sem ingerir água.
O caminho exato percorrido pelos elétrons no Complexo IV não é ain-
da conhecido. Acredita-se que os elétrons do citocromo c são recebidos pelo
complexo formado entre o citocromo a e um íon de cobre (CuA). Depois são
transferidos para o citocromo a3 ligado ao outro íon de cobre (CuB), e, finalmen-
te, para o O2, que se combina com prótons da matriz, reduzindo-se a água.
www.blogconstruindooconhecimento.zip.net
Atividades de avaliação
1. Citar os compostos que fazem parte da cadeia de transporte de elétrons e
caracterizá-los quimicamente.
2. Esquematizar a sequência dos compostos da cadeia de transporte de elé-
trons, indicando os transportadores de elétrons e os transportadores de pró-
tons e elétrons.
3. Indicar a localização celular da cadeia de transporte de elétrons.
4. Indicar o número de ATP sintetizados para cada NADH e FADH2 oxidados.
5. Citar exemplos de processos biológicos que utilizam ATP.
Texto complementar
Esporte e metabolismo
Atletas treinados, especialmente os de elite, são mais conscientes do resultado do
metabolismo aeróbio e anaeróbio do que as pessoas que não são atletas. As caracte-
rísticas genéticas e o treinamento são importantes no sucesso do atleta, porém uma
compreensão aguda da fisiologia e do metabolismo é igualmente importante. Para
planejar a nutrição adequada para o desempenho, um atleta sério deve compreender
a natureza do metabolismo e como ele se relaciona ao esporte escolhido. A muscula-
tura, ao trabalhar, tem quatro diferentes fontes de energia disponíveis após um perí-
odo de repouso:
1. A creatina fosfato, que reage diretamente com o ADP na fosforilação em nível de
substrato para produzir ATP.
2. A glicose derivada dos depósitos musculares de glicogênio, consumida inicialmente
pelo metabolismo anaeróbio.
3. A glicose do fígado, derivada tanto de depósitos de glicogênio quanto da gliconeo-
gênese a partir do ácido láctico produzido no músculo (ciclo de Cori), novamente
consumida inicialmente pelo metabolismo anaeróbio.
4. Metabolismo aeróbio nas mitocôndrias musculares.
Inicialmente as quatro fontes de energia estão disponíveis para o músculo. Quando a
creatina fosfato esgota-se, restam as outras fontes. Quando o glicogênio muscular ter-
mina, o estímulo anaeróbio fornecido por ele diminui proporcionalmente, e, quando o
glicogênio hepático acaba, resta apenas o metabolismo aeróbio a dióxido de carbono e
água. Atletas bem condicionados e treinados apresentam um maior número de mito-
côndrias em suas células musculares. Um grande atleta americano, Greg LeMond, foi
vítima de um tiro de chumbo grosso nas costas durante uma caçada. Ele se recuperou,
mas apesar de ganhar mais prêmios em competições, nunca se sentiu realmente bem
novamente. Começou a ganhar peso e a não responder ao treinamento. Depois de al-
guns exames descobriu que tinha uma rara condição chamada miopatia mitocondrial.
Sites
www.biotopics.co.uk/a2/electrontransportchain.html
vcell.ndsu.edu/animations/etc/movie.htm
Referências
CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Bioquímica. Vol 3. São Paulo: Thomson
Learning - 2008. No Capítulo 20 do vol. 3, o assunto Cadeia de Transporte de
Elétrons é abordado de forma muito didática.
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 4ª
Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Na Unidade II do livro, no Capítulo 6, são
apresentados tópicos relativos ao assunto abordado. O livro é ricamente ilus-
trado tornando o assunto de fácil compreensão.
MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica Básica. 2ª ed. 1999. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan S. A. O Capítulo 11 da Parte 3 desse
livro explana de forma bastante compreensiva o assunto Cadeia de Trans-
porte de Elétrons.
SMITH, C.; MARKS, A. D.; LIEBERMAN, M. Bioquímica Médica Básica de
Marks – Uma abordagem clínica. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. O Capí-
tulo 21 do livro aborda o assunto com muito detalhamento e de forma didática.
Objetivos
•• Conhecer as lançadeiras de elétrons e o gradiente de prótons gerados nes-
ses processos.
•• Diferenciar e definir desacopladores e inibidores da fosforilação oxidativa.
•• Descrever a teoria de Mitchell, para o acoplamento de elétrons durante a
fosforilação oxidativa.
Intordução
A transferência de elétrons ao longo da cadeia de transporte de elétrons é
energeticamente favorecida, já que o NADH é um forte doador de elétrons,
e o oxigênio molecular é um grande aceptor de elétrons. O fluxo de elétrons
do NADH para o oxigênio, porém, não resulta diretamente na síntese de ATP.
Os componentes da cadeia de transporte de elétrons apresentam-se organi-
zados em ordem crescente de potenciais de óxido-redução, desde as coenzi-
mas reduzidas até ao Oxigênio.
As transferências de elétrons se processam com liberação de energia,
aproveitada para sintetizar ATP. Uma parte da energia liberada pelas reações
de oxidação na cadeia transportadora de elétrons é usada para acionar a
fosforilação do ADP. As reações de oxidação que liberam energia originam
o bombeamento de prótons e, consequentemente, o gradiente de pH pela
membrana mitocondrial interna. Além do gradiente de pH, há uma diferença
de voltagem pela membrana, gerada pelas diferenças de concentração de
íons nos lados interno e externo. A energia do potencial eletroquímico (queda
de voltagem) pela membrana é convertida em energia química armazenada
pelo ATP pelo processo de acoplamento. Como ocorre a conexão entre o
Transporte de Elétrons e a Fosforilação é uma pergunta que exige resposta.
É necessário um fator de acoplamento para ligar a oxidação e a
fosforilação. Esse acoplamento é explicado pela teoria quimiosmótica co-
nhecida também como hipótese de Mitchell. O transporte de elétrons está
acoplado à fosforilação do ADP pelo bombeamento de prótons através da
membrana mitocondrial interna. Esses prótons são bombeados da matriz para
o espaço intermembranas.
Esse processo cria, através da membrana mitocondrial interna, um gra-
diente elétrico (com mais cargas positivas no lado externo da membrana do que
no lado interno) e um gradiente de pH (o meio externo da membrana está em pH
mais baixo do que o meio interno). A energia gerada por esse gradiente de pró-
tons é suficiente para impulsionar a síntese de ATP. Assim, o gradiente de prótons
funciona como o intermediário comum que acopla a oxidação à fosforilação.
O salicilato, quel é um Um complexo proteico oligomérico, conhecido como ATP sintase, se-
produto da degradação da
aspirina nos humanos, é parado dos complexos de transporte de elétrons, exerce a função de sintetizar
solúvel em lipídeos e tem um ATP. A ATP sintase compreende dois componentes, cada um, constituído por
próton dissociável. Em altas
várias cadeias polipeptídicas.
concentrações, como no
envenenamento por salicilato,
ele é capaz de desacoplar
parcialmente a mitocôndria. 1. ATP – Sintase
O declínio da concentração
de ATP na célula e Fica nas microesferas que estão na face interna da membrana interna da mi-
consequente aumento de tocôndria. As microesferas são ligadas à membrana por pequenas hastes. A
AMP no citosol estimulam a ATP-Sintase compreende dois componentes:
glicólise. A superestimulação
da rota glicolítica resulta em 1. Porção esférica chamada: Fator de acoplamento 1 (F1) (corresponde às
níveis aumentados de ácido microesferas que contêm os sítios de síntese de ATP).
lático no sangue e acidose
metabólica. 2. A porção 2 fica embebida na membrana interna constituindo um canal atra-
vés do qual os prótons retornam à matriz mitocondrial. É chamada Fo por-
que contém o sítio de ligação para oligomicina (um antibiótico que inibe a
síntese de ATP, pois se liga ao Fo da ATP sintase, que se torna impermeável
à proteína).
Em conformidade com o que propõe a teoria quimiosmótica após os pró-
tons serem transferidos para o lado citosólico da membrana mitocondrial interna,
eles retornam à matriz mitocondrial. A membrana interna da mitocôndria é imper-
meável a prótons em toda a sua extensão exceto na ATP sintase. É por esse
canal que os prótons atravessam a membrana, de volta à matriz mitocondrial.
As velocidades do transporte de elétrons e da síntese de ATP são regu-
ladas pela concentração de ADP. Porém as necessidades celulares de ATP
variam de acordo com o estado fisiológico. Por exemplo: uma fibra muscular
pode ter suas necessidades aumentadas de 100 vezes em segundos, quando
passa do repouso para o exercício intenso.
Para promover o ajuste da produção de ATP ao seu gasto, o transporte
de elétrons e a síntese de ATP são acoplados, em outras palavras, só há oxida-
ção de coenzimas se houver síntese de ATP, e vice-versa. Essa regulação da
velocidade de oxidação das coenzimas (equivalente à velocidade de consumo
de oxigênio) exercida pela concentração de ADP (tem concentração limitante)
chama-se controle respiratório. O resultado do controle respiratório é um per-
feito ajuste entre a velocidade de produção de coenzimas reduzidas e a veloci-
dade de sua oxidação pela cadeia de transporte de elétrons, com produção de
ATP. É esse ajuste que vai regular a produção de energia pela célula.
2. Desacopladores
Desacopladores são compostos que inibem a fosforilação do ADP sem afetar
o transporte de elétrons. Um modo de ação razoável para os desacopladores
pode ser proposto com base na existência de um gradiente de prótons.
Um exemplo de desacoplador é o 2,4-dinitrofenol que é um ácido; sua
base conjugada, o ânion dinitrofenolato, é o verdadeiro desacoplador, uma
vez que pode reagir com prótons no espaço intermembranas, reduzindo,
dessa forma, a diferença na concentração de prótons entre os dois lados da
membrana mitocondrial interna. Antibióticos como valinomicina e gramicidina
A são desacopladores. Eles são ionóforos, e criam um canal pelo qual íons
como H+, K+ e Na+ podem atravessar a membrana. O gradiente de prótons
então é anulado, levando ao desacoplamento da oxidação e da fosforilação.
Quando os processos de oxidação mitocondrial estão operando nor-
malmente, o transporte de elétrons do NADH ou do FADH2 para o oxigênio
resulta na produção de ATP. Quando um desacoplador está presente, o oxi-
gênio ainda é reduzido a H2O, porém não se produz ATP. Se o desacoplador
for removido, a síntese de ATP ligada ao transporte de elétrons é reiniciada.
Portanto, desacopladores são substâncias capazes de dissociar o
transporte de elétrons da fosforilação oxidativa. Quando os dois processos
são desacoplados, o transporte de elétrons pode prosseguir, porém a síntese
de ATP para. A energia produzida pelo transporte de elétrons é liberada em
forma de calor, ao invés de sintetizar ATP. Um exemplo é a aspirina e outros
salicilatos que desacoplam a fosforilação oxidativa. Superdosagem dessas
substâncias dão como resultado um aumento da temperatura corporal.
3. Inibidores
Existem drogas capazes de agir de modo específico sobre cada um dos com-
plexos da cadeia de transporte de elétrons, impedindo o prosseguimento da
transferência de elétrons. São os inibidores. O resultado disso é a paralisação
do transporte de elétrons e das vias metabólicas que dependem da cadeia
para a reoxidação de coenzimas.
Assim, um transportador reduzido, incapaz de passar adiante seus elé-
trons, é também incapaz de receber elétrons do transportador antecedente.
Dessa forma os componentes da cadeia localizados antes do ponto de atua-
ção da droga estarão reduzidos, e a cadeia torna-se inoperante. Sem o trans-
porte de elétrons não se forma o gradiente de prótons e, consequentemente,
não há síntese de ATP. Os inibidores são divididos em:
1. Inibidores característicos da cadeia respiratória.
2. Inibidores da fosforilação oxidativa.
Quadro
INIBIDORES DA CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E O COMPLEXO EM QUE ATUAM
Inibidores Complexo
Barbituratos (hipnóticos) I
Rotenona (inseticida)
Malonato (análogo do succinato, inibidor competitivo da
II
succinato desidrogenase)
Antimicina A III
Cianeto, monóxido de carbono, ácido sulfúrico, azida sódica IV
Atividades de avaliação
1. Citar três inibidores da cadeia de transporte de elétrons, indicando os trans-
portadores sobe os quais atuam.
2. Verificar se é possível a oxidação de malato e de succinato em presença
de rotenona.
3. Descrever a hipótese do acoplamento quimiosmótico para a fosforila-
ção oxidativa.
4. Indicar o número de ATP sintetizados para cada NADH e FADH2 oxidados.
5. Definir desacoplador e citar um exemplo.
6. Definir inibidor de fosforilação oxidativa e citar um exemplo.
7. Definir controle respiratório.
8. Definir fosforilação ao nível do substrato e citar as reações onde ocorre esta
fosforilação.
9. A membrana interna da mitocôndria é impermeável a ATP e NADH. Mos-
trar como:
a) O NADH produzido na via glicolítica pode ser oxidado na cadeia respira-
tória (lançadeiras do malato e do glicerol-fosfato).
b) O ATP produzido na mitocôndria pode ser utilizado no citosol.
Texto complementar
Tecido adiposo marrom: um caso de ineficiência útil
Quando o transporte de elétrons gera um gradiente de prótons, parte da energia pro-
duzida assume a forma de calor. Há duas situações nas quais a dissipação da energia
como calor é útil para o organismo: a termogênese sem tremores induzida pelo frio
(produção de calor) e a termogênese induzida pela dieta. A termogênese sem tre-
mores, induzida pelo frio, permite que os animais sobrevivam em baixas temperatu-
ras após terem se adaptado a essas condições, e a termogênese induzida pela dieta
evita o desenvolvimento da obesidade apesar da alimentação excessiva prolongada.
(A energia é dissipada como calor na medida em que as moléculas de alimento são
metabolizadas em vez de serem armazenadas como gordura.) Esses dois processos
podem ser bioquimicamente iguais, ocorrendo, principalmente, se não exclusivamen-
te, no tecido adiposo marrom (TAM), que é rico em mitocôndrias (O tecido adiposo
marrom obtém sua cor por causa do grande número de mitocôndrias presentes nele,
em vez das gorduras brancas usuais.) A chave para esse uso “ineficiente” de energia
no tecido adiposo marrom parece ser uma proteína mitocondrial chamada termoge-
nina, também conhecida como “proteína desacopladora”. Quando tal proteína ligada
à membrana é ativada na termogênese, ela funciona como um canal de prótons pela
membrana mitocondrial interna. Como todos os outros desacopladores, ela “abre um
buraco” na membrana mitocondrial e diminui o efeito do gradiente de prótons. Os
prótons fluem de volta para a matriz por meio da termogenina, desviando-se do com-
plexo ATP sintase. Poucas pesquisas sobre a bioquímica ou a fisiologia do tecido adipo-
so marrom foram realizadas em humanos. Recentemente os pesquisadores dedicaram
grandes esforços para identificar o gene que codifica a proteína desacopladora envol-
vida na obesidade. Alguns pesquisadores também propuseram uma ligação entre a
síndrome de morte súbita do lactente e o metabolismo do tecido adiposo marrom.
Acreditam que uma ausência de TAM, ou mesmo uma mudança para tecido adiposo
normal muito precocemente, poderia levar ao resfriamento da temperatura corporal
de um modo capaz de afetar o sistema nervoso central.
Referências
CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Bioquímica. Vol 3. São Paulo: Thomson
Learning - 2008. No Capítulo 20, do vol. 3, o assunto Fosforilação Oxidativa e
Inibidores e Desacopladores da Cadeia de Transporte de Elétrons são abor-
dados de forma muito didática.
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 4ª
Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Na Unidade II do livro, no Capítulo 6, são
apresentados tópicos relativos ao assunto abordado. O livro é ricamente ilus-
trado tornando o assunto de fácil compreensão.
MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica Básica. 2ª ed. 1999. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan S. A. O Capítulo 11 da Parte 3 desse livro
explana de forma bastante compreensiva o assunto Cadeia de Transporte de
Elétrons e Fosforilação Oxidativa.
SMITH, C.; MARKS, A. D.; LIEBERMAN, M. Bioquímica Médica Básica de
Marks – Uma abordagem clínica. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. O Ca-
pítulo 21 do livro aborda o assunto com muito detalhamento.
Objetivos
•• Entender o metabolismo dos carboidratos
•• Fixar as etapas reacionais da glicose ao piruvato
•• Compreender o processo de oxidação do piruvato até Acetil-CoA
•• Analisar a produção de energia em cada etapa reacional
•• Entender o metabolismo das fermentações
Introdução
O uso da glicose como fonte energética pode ser considerada universal, pois
dos microorganismos ao homem quase todas as células são potencialmente
capazes de atender suas demandas energéticas apenas a partir deste açú-
car. A glicose é o principal açúcar da dieta e o carboidrato que circula no san-
gue para garantir que todas as células tenham um fornecimento de substrato
energético contínuo.
A glicose é armazenada nas células como glicogênio, o qual pode for-
necer uma fonte interna de substrato energético para a glicólise em situações
de emergência. Assim sendo pode-se dizer que a glicose é prontamente dis-
ponível a partir da dieta, de reservas internas de glicogênio e do sangue. Ela é
imprescindível para algumas células e tecidos, como hemácias e tecido ner-
voso, por constituir o único substrato que estes tecidos são capazes de oxidar
para obter energia. O cérebro utiliza glicose quase exclusivamente como um
substrato energético.
O primeiro estágio do metabolismo da glicose é chamado glicólise. A
glicólise é um processo anaeróbio que, sozinho, produz apenas duas molécu-
las de ATP. A oxidação aeróbia completa da glicose em dióxido de carbono e
água (envolvendo a glicólise, o ciclo do ácido cítrico e a fosforilação oxidativa)
produz energia equivalente a 32 moléculas de ATP.
Durante atividades físicas vigorosas, o corpo metaboliza aerobiamente
os carboidratos, as gorduras e as proteínas para gerar combustível; entretan-
to, mais carboidratos são utilizados conforme a intensidade da atividade física
aumenta. Além de servir como uma fonte anaeróbica e aeróbica de ATP, a
glicólise é uma rota anabólica que fornece precursores para a biossíntese.
Por exemplo, no fígado e no tecido adiposo, essa rota produz piruvato como
um precursor para a biossíntese de ácidos graxos. A glicólise também forne-
carbono, dessa vez produzindo acetaldeído, que será então reduzido a etanol.
O destino mais comum para o piruvato no metabolismo anaeróbio é a sua re-
dução a lactato, chamada glicólise anaeróbia para distinguir da conversão de
glicose a piruvato que é conhecida simplesmente como glicólise. O metabolis-
mo anaeróbio é a única fonte de energia nas hemácias dos mamíferos, assim
como em diversas espécies de bactérias, como o Lactobacillus no soro do
leite e o Clostridium botulinum em alimentos enlatados estragados. Em todas
essas reações a conversão de glicose ao produto é uma reação de oxidação,
exigindo reações de redução em que NAD+ é convertido em NADH.
Glicólise: Oxidação de Glicose a Piruvato
Na glicólise ocorre, portanto, duas fosforilações por ATP e duas fosfori-
lações por fosfato inorgânico. Os quatro grupos fosfato são transferidos para
ADP, formando quatro ATP.
A glicólise pode ser dividida em quatro etapas. Estas quatro etapas são
compostas por dez reações sequenciais que compõem a glicólise.
Etapa I: Ocorre uma dupla fosforilação da hexose, à custa de 2 ATP, origi-
nando uma hexose com 2 grupos fosfato. Na primeira reação da glicólise,
os organismos efetuam a fosforilação da glicose através de uma reação que
utiliza ATP como doador de grupo fosfato. A reação é essencialmente irrever-
sível e catalisada por quinases. Quinases são enzimas que transferem um
grupo fosfato de um composto de alta energia (em geral ATP) para um com-
posto aceptor. Na maioria dos organismos e tecidos, a enzima hexoquinase
é quem atua catalisando a fosforilação da glicose. No fígado, quem atua é
a glicoquinase. Em seguida, ocorre a isomerização da glicose 6-fosfato a
frutose 6-fosfato, por ação da isomerase, a fosfoglicoisomerase, e nova fos-
forilação, utilizando ATP catalisada pela fosfofrutoquinase. Forma-se então
uma hexose com 2 grupos fosfato: a 1,6-bisfosfato.
Etapa II: Ocorre a clivagem da frutose 1,6 – bisfosfato, produzindo duas trio-
ses fosforiladas: diidroxiacetona fosfato e gliceraldeído 3-fosfato. Essa reação
é catalisada por aldolase. As duas trioses fosforiladas são isômeras e devem
ser interconvertidas por ação de uma isomerase específica a triose fosfato
isomerase. A conversão de diidroxiacetona fosfato em gliceraldeído 3-fosfato
possibilita que todos os carbonos da glicose sejam oxidados a piruvato, ape-
sar de apenas o gliceraldeído 3-fosfato ser substrato da próxima enzima e
poder, portanto, prosseguir pela via glicolítica.
Etapa III: Nesta etapa ocorre oxidação e nova fosforilação, desta vez por fos-
fato inorgânico (Pi), das trioses fosfato, formando duas moléculas de um inter-
mediário com 2 grupos fosfato. As duas moléculas de gliceraldeído 3-fosfato
obtidas por fosforilação à custa de 2 ATP são novamente fosforiladas, agora
por fosfato inorgânico, formando duas moléculas de 1,3-bisfosfoglicerato; as-
Fonte: http://www.fortunecity.com
Glicose Lactato
A equação acima é a soma da equação de conversão de glicose a
piruvato (equação 1) com a de conversão de piruvato a lactato (equação 2) e
chama-se equação geral da conversão de glicose a lactato.
Em leveduras e algumas bactérias, a regeneração do NAD+ é feita por
outro processo: o piruvato é descarboxilado, originando acetaldeído, que, ser-
vindo como aceptor de elétrons do NADH, reduz-se a etanol:
CICLO DE KREBS
Fonte: http://www.tudomaisumpouco.com/aula6respiração
Fonte: http://www.bioq.unb.br/htm/textos_explic/via_pentoses.htm
Quadro
DOENÇAS HEREDITÁRIAS DO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO
Tipo Enzima deficiente Consequências
Acúmulo de glicogênio hepático e aumento do
I von Gierke Glicose 6-fosfatase
fígado; inabilidade de corrigir a glicemia no jejum.
Acúmulo generalizado de glicogênio, insuficiência
II Pompe Α-1,4 Glicosidase1
cardiorrespiratória e morte precoce.
Glicogênio com ramificações curtas, resultantes
III Cori Enzima desramificadora
da ação do glicogênio fosforilase.
Glicogênio com cadeias muito longas não
IV Andersen Enzima ramificadora
ramificadas; morte precoce.
V McArdle Glicogênio fosforilase muscular Incapacidade de realizar exercícios intensos.
VI Hers Glicogênio fosforilase hepática Semelhantes às do tipo I, mas menos intensas.
VII - Fosfofrutoquinase muscular Semelhantes à do tipo V.
VIII Tarui Fosforilase quinase hepática Semelhantes às do tipo I, mas menos intensas.
IX - Glicogênio sintase hepática Diminuição do glicogênio hepático.
1
Enzima lisossômicas que hidrolisa os segmentos lineares do glicogênio; em indivídu-
os normais, constitui uma via secundária do metabolismo do glicogênio.
Atividades de avaliação
1. Quantas moléculas de piruvato se formam a partir de uma molécula
de glicose?
2. Que hexose dá origem a trioses?
3. Indicar as reações de óxido-redução.
4. Indicar os compostos ricos em energia.
5. Identificar as reações catalisadas pelos seguintes tipos de enzimas:
a) Quinase.
b) Isomerase.
c) Aldolase.
d) Desidrogenase.
6. Considerando o nº de moléculas de ATP consumidas e formadas, estabele-
cer o saldo final de ATP na degradação de uma molécula de glicose pela
via glicolítica.
7. Citar os compostos que devem ser fornecidos à via glicolítica para:
a)iniciá-la (haver formação de lactato).
b)mantê-la em funcionamento.
8. Indicar a função da via glicolítica.
Texto complementar
As cáries dentárias estão entre as doenças mais frequentes nos Estados Unidos e, pos-
sivelmente, no mundo, embora tratamentos modernos, como aplicações de flúor e
uso do fio dental, tenham reduzido a sua incidência entre os jovens.
Os fatores que contribuem para a cárie dentária são uma combinação de uma dieta
com alto teor de açúcar refinado, o desenvolvimento da placa dentária e o metabo-
lismo anaeróbico. A dieta com alto teor de açúcar permite o pronto crescimento de
bactérias na boca, e a sacarose talvez seja o açúcar mais facilmente usado por elas.
Por outro lado, as bactérias podem fazer a sua “cola” de polissacarídeos a partir desse
açúcar não-redutor. As bactérias desenvolvem-se ampliando suas colônias pegajosas,
formando placas na superfície dos dentes.
As bactérias que crescem debaixo da superfície da placa fazem metabolismo ana-
eróbico, já que o oxigênio não se difunde pela superfície encerada da placa dental.
Os dois produtos predominantes, o lactato e o piruvato, são ácidos orgânicos rela-
tivamente fortes, e são esses produtos ácidos que, de fato, causam a destruição da
superfície esmaltada.
As bactérias, é claro, crescem melhor nos buracos das cáries, e, se o esmalte for in-
teiramente degradado, as bactérias crescerão ainda mais rapidamente na camada macia
da dentina, embaixo do esmalte. A adição de flúor à água resulta em uma superfície de
esmalte muito mais dura, e o fluoreto pode inibir o metabolismo das bactérias. O uso do
fio dental diariamente rompe a placa e evita o estabelecimento de condições anaeróbicas
Fonte: (Campbell, 2000).
Sites
www.ebah.com.br/content/AFAAAAAkUAD/glicolise
pathmicro.med.sc.edu/portuguese/chapter_3_bp.htm
gratisvideoaulas.blogspot.com/.../biologia-glicolise-respirac
Referências
CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Bioquímica. Vol 3. São Paulo: Thomson
Learning - 2008. No Capítulo 17, do vol. 3, o assunto Glicólise é abordado de
forma muito didática.
CAMPBELL, M. K. Bioquímica. 3ª Ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000.
A contextualização sobre cáries, explica de modo didático sua produção
por anaerobiose.
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 4ª
Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Na Unidade II do livro, no Capítulo 8, são
apresentados tópicos relativos ao assunto abordado. O livro é ricamente ilus-
trado tornando o assunto de fácil compreensão.
MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica Básica. 2ª ed. 1999. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan S. A. Os Capítulos 9, 12, 13 da Parte 3
desse livro explanam de forma bastante compreensiva os tópicos explorados
nesse capítulo.
Smith, C.; Marks, A. D.; Lieberman, M. Bioquímica Médica Básica de Marks
– Uma abordagem clínica. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. O Capítulo 22
do livro aborda o assunto com muito detalhamento e de forma didática.
Quadro
FONTE DE ENERGIA PARA DIFERENTES TECIDOS
Composto
Tecido Glicose Ácidos graxos Corpos cetônicos
Cérebro +
Hemácias e leucócitos +
Medula renal +
Retina +
Mucosa intestinal +
Fígado + +
Adiposo + +
Músculos esqueléticos e cardíaco + + +
Córtex renal + + +
Fonte: Marzzoco & Torres, 1999.
Atividades de avaliação
1. Defina Gliconeogênese, indicando quando ocorre e qual o seu balan-
ço energético.
2. Quais são as três etapas que diferenciam a gliconeogênese da glicólise?
Dê as reações que ocorrem.
3. Quais as enzimas usadas em cada etapa que diferencia a gliconeogênese
da glicólise?
Texto complementar
Alterações nos níveis de glicose sanguínea após uma refeição
Após uma refeição rica em carboidratos, a glicose sanguínea se eleva de um nível de
jejum de aproximadamente 80 a 100 mg/dL para um nível de cerca de 120 a 140 mg/
dL dentro de um período de 30 minutos a 1 hora. A concentração de glicose no sangue,
então começa a diminuir, retornando à faixa do jejum aproximadamente duas horas
após a refeição.
Os níveis de glicose sanguínea aumentam quando a glicose da dieta é digerida e
absorvida. Os valores não sobem mais do que aproximadamente 140 mg/dL em uma
pessoa saudável normal, pois os tecidos captam a glicose do sangue, armazenando-a
para uso subsequente e oxidando-a para produzir energia. Após a refeição ser digeri-
da e absorvida, os níveis de glicose sanguínea declinam, pois as células continuam a
metabolizar a glicose. Se os níveis de glicose sanguínea continuam a subir após uma
refeição, a alta concentração de glicose causará a liberação de água dos tecidos como
resultado do efeito osmótico da glicose.
Os tecidos irão se tornar desidratados, e sua função será afetada. Um coma hipe-
rosmolar pode ocorrer por desidratação do cérebro. Inversamente, se os níveis de gli-
cose sanguínea continuam a diminuir após uma refeição, os tecidos que dependem de
glicose sofrem de uma perda de energia. Se os níveis de glicose sanguínea diminuem
abruptamente, o cérebro não será capaz de produzir uma quantidade adequada de
ATP. Isso resultará em tontura, seguida de sonolência e, finalmente, coma.
As células sanguíneas vermelhas não serão capazes de produzir ATP o suficiente
para manter a integridade de suas membranas. A hemólise dessas células diminuirá o
transporte de oxigênio para os tecidos do corpo. Eventualmente, todos esses tecidos
que dependem de oxigênio para a produção de energia falharão em realizar suas fun-
ções normais. Se o problema for grave o suficiente, poderá ocorrer a morte.
Consequências devastadoras de excesso ou insuficiência de glicose normalmente
são evitadas, pois o corpo é capaz de regular seus níveis de glicose sanguínea. À medi-
da que a concentração de glicose sanguínea se aproxima da faixa normal de 80 a 100
mg/dL aproximadamente duas horas após uma refeição, o processo de glicogenólise
é ativado no fígado. O glicogênio hepático é a fonte primária de glicose sanguínea
durante as primeiras horas de jejum. Subsequentemente, a gliconeogênese começa a
ter um papel como fonte adicional de glicose sanguínea. O carbono para a gliconeogê-
nese, um processo que ocorre no fígado, é fornecido por outros tecidos.
O músculo em exercício e as células sanguíneas vermelhas fornecem lactato por
meio da glicólise; o músculo também fornece aminoácidos pela degradação de pro-
teínas, e o glicerol é liberado do tecido adiposo à medida que as reservas de triacil-
gliceróis são mobilizadas. Mesmo durante um jejum prolongado, os níveis de glicose
sanguínea não diminuem muito. Após 5 a 6 semanas de jejum, os níveis de glicose
sanguínea diminuem para apenas 65 mg/dL.
Fonte: Smith, Marks & Lieberman, 2007
Sites
http://www.ufpe.br/dbioq/portalbq04/metabolismo_de_carboidros.htm
www.ebah.com.br/content/ABAAAApsYAF/bioquimica
Referências
CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Bioquímica. Vol 3. São Paulo: Thomson
Learning - 2008. No Capítulo 18, do vol. 3, o assunto Gliconeogênese é am-
plamente discutido.
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada.
4ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Na Unidade II, do livro no Capítulo 10,
são apresentados os tópicos relacionados à Gliconeogênese com muitas
ilustrações, tornando o assunto de fácil compreensão.
MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica Básica. 2ª ed. 1999. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan S. A. O Capítulo 14 da Parte 3 desse livro
explana de forma bastante compreensiva o assunto Gliconeogênese.
PELLEY, J. W. Bioquímica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
SMITH, C.; MARKS, A. D.; LIEBERMAN, M. Bioquímica Médica Básica de
Marks – Uma abordagem clínica. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. O Ca-
pítulo 31 do livro aborda o assunto detalhadamente e de forma didática.
Objetivos
•• Compreender o metabolismo de lipídeos em nosso organismo.
•• Verificar onde e como as gorduras ficam acumuladas em nosso corpo.
•• Aprender o custo energético da queima de gorduras no corpo humano.
•• Observar os destinos de metabólitos secundários aos lipídios principais e
seu destino dentro do metabolismo.
•• Avaliar o quanto o acúmulo de gorduras em nosso corpo é prejudicial à saúde.
•• Conhecer como gorduras são fabricadas em nosso organismo e fazer a
relação gasto x consumo das mesmas.
Introdução
A maioria dos lipídeos encontrados no corpo insere-se nas categorias de áci-
dos graxos e triacilgliceróis; glicerofosfolipídeos e esfingolipídeos; eicosanói-
des; colesterol, sais biliares, e hormônios esteroides, e vitaminas lipossolú-
veis. Esses lipídeos têm diferentes estruturas químicas e funções, entretanto
apresentam uma propriedade comum: sua relativa insolubilidade em água. Os
lipídeos da dieta, absorvidos no intestino, e os que são sintetizados endoge-
namente são distribuídos nos tecidos pelas lipoproteínas plasmáticas, para
utilização ou armazenamento.
Os triacilgliceróis (também chamados gorduras ou triglicerídeos) são os
lipídios mais abundantes da dieta (cerca de 90%). Eles constituem a principal
forma de armazenamento de energia metabólica nos seres humanos. Repre-
sentam a maior reserva energética do organismo, em média, 20% do peso
corpóreo, o que equivale a uma massa 100 vezes maior do que a do glicogê-
nio hepático. Os triacilgliceróis são armazenados nas células adiposas, sob
forma anidra. Os ácidos graxos, armazenados como triacilgliceróis servem
como sua principal fonte de energia. Os glicerofosfolipídeos e os esfingolipíde-
os, os quais contêm ácidos graxos esterificados, são encontrados nas mem-
branas e nas lipoproteínas plasmáticas na interface entre os componentes
lipídicos dessas estruturas e a água circundante.
Os ácidos graxos poliinsaturados que contêm 20 carbonos formam os
eicosanoides, que regulam muitos processos celulares. O colesterol, além de
proporcionar estabilidade à bicamada de fosfolipídeos das membranas, age
como precursor dos sais biliares, compostos semelhantes aos detergentes
que agem no processo de digestão e absorção de lipídeos, e dos hormônios
Figura 1 – Quilomícrons
Fonte: http://bioquimicadocolesterol.blogspot.com
ações, ao final das quais a acil-CoA é encurtada de dois carbonos, que são
liberados sob a forma de acetil-CoA. São as seguintes as reações:
1. Oxidação da acil-CoA a uma enoil-CoA (acil-CoA β-insaturada) de con-
figuração trans, à custa da conversão de FAD a FADH2 (única reação
irreversível da via);
2. Hidratação da dupla ligação, formando uma 3-hidroxiacil-CoA (isômero L);
3. Oxidação do grupo hidroxila a carbonila, resultando uma β-cetoacil-CoA
e NADH;
4. Cisão da β-cetoacil-CoA por reação com uma molécula de CoA, com forma-
ção de acetil-CoA e uma acil-CoA com dois carbonos a menos; esta acil-CoA
refaz o ciclo várias vezes, até ser totalmente convertida a acetil-CoA.
A oxidação completa de um ácido graxo necessita não apenas do Ciclo
de Lynen, mas também do Ciclo de Krebs. No Ciclo de Lynen, ocorre a con-
versão do ácido graxo a acetil-CoA, e, no Ciclo de Krebs, ocorre a oxidação
do radical acetil a CO2. Em cada volta do Ciclo de Lynen, serão produzidos 1
FADH2, 1 NADH, 1 acetil-CoA e 1 acil-CoA com 2 átomos de carbono a menos
que o ácido graxo original. Sempre que o número de átomos de carbono do
ácido graxo for par, a última volta do ciclo de oxidação inicia-se com uma acil-
-CoA de 4 carbonos, a butiril-CoA, e, nesse caso, são produzidas 2 acetil-CoA
(além de FADH2 e NADH). Para a oxidação completa de uma molécula de
ácido palmítico, que tem 16 átomos de carbono, são necessárias 7 voltas no
ciclo (já que na última volta são produzidas 2 moléculas de acetil-CoA), com
a produção de 8 acetil-CoA.
Figura – No Ciclo de Lynen, a acil-CoA formada no final de cada volta tem dois carbo-
nos a menos e reinicia o ciclo.
5. Corpos cetônicos
Acetona, Acetoacetato, β-Hidroxibutirato
Na ausência de carboidrato suficiente, quantidades maiores de gordura são
usadas para produzir energia, sendo maiores do que o organismo pode pro-
cessar e restando numa oxidação incompleta, pois os mamíferos não dispõem
de via capaz de transformar ácidos graxos, principalmente os da reserva li-
pídica, em glicose. O acúmulo de intermediários acídicos leva à acidose, ao
desequilíbrio sódico e à desidratação.
Por um processo conhecido como cetogênese, que ocorre principal-
mente nas mitocôndrias do fígado, a acetil-CoA é convertida em acetoacetato
ou em β-hidroxibutirato. O acetoacetato sofre descarboxilação espontânea,
originando acetona. Esses compostos são referidos como corpos cetônicos,
e sua síntese é chamada cetogênese. Os corpos cetônicos são combustíveis
metabólicos importantes para vários tecidos periféricos, em particular para o
coração e para o músculo esquelético.
dação da acetil-CoA pelo ciclo de Krebs fica, então, impedida: a acetil-CoA acu-
mulada condensa-se, formando os corpos cetônicos. É o que ocorre quando há
redução drástica da ingestão de carboidratos (jejum ou dieta) ou distúrbios de
seu metabolismo (diabetes). Quando a produção ultrapassa o aproveitamento
pelos tecidos extra-hepáticos, estabelece-se uma condição denominada Ceto-
se, caracterizada por uma concentração elevada de corpos cetônicos no plas-
ma (cetonemia) e na urina (cetonúria). Um sintoma, característico de indivíduos
com Cetose é o odor de acetona de seu hálito. Como os outros dois corpos
cetônicos são ácidos, a cetonemia resulta em acidose, isto é, uma diminuição
do pH sanguíneo. Em casos de Cetose acentuada, o cérebro obtém uma boa
parte de energia de que necessita por oxidação dos corpos cetônicos.
6. Metabolismo do Etanol
Os seres humanos ao ingerirem etanol apresentam absorção rápida. Ocorre
a oxidação do etanol a acetaldeído no fígado, por uma álcool desidrogenase
citossólica, em uma reação idêntica à última etapa da fermentação alcoólica
por leveduras, neste caso em sentido diverso.
tico, oxida etanol, utilizando O2, mas sem o concurso da cadeia de transporte
de elétrons e, portanto, sem a produção de ATP. No alcoolismo crônico, em
que há ingestão de grandes quantidades de etanol, ocorrem inúmeras conse-
quências danosas para o organismo.
A oxidação do etanol nas células hepáticas produz altos níveis de NADH
no citossol, onde normalmente a concentração NAD+ é muito maior do que a
de NADH. A alta concentração de NADH vai deslocar a reação catalisada pela
lactato desidrogenase no sentido da formação de lactato, cuja concentração
poderá aumentar em até 5 vezes, levando portanto a uma acidose.
A constante conversão da piruvato a lactato impossibilita a gliconeogê-
nese, já que todos os amonoácidos glicogênicos devem ser primeiramente
convertidos a piruvato; ou seja, em vez de originarem glicose, são transfor-
mados em lactato. Muitas vezes, a ingestão de álcool não é acompanhada da
ingestão de nutrientes, então, diminuída a reserva de glicogênio, pode ocorrer
hipoglicemia e, finalmente, o coma.
Uma produção alta acetil-CoA, associada à baixa disponibilidade de gli-
cose, vai ocasionar Cetose. É importante lembrar que concentrações altas
de acetaldeído são tóxicas, já que se trata de uma substância extremamente
reativa e que se liga covalentemente a proteínas, modificando a sua estrutura
e sendo responsável pela ressaca.
o citrato não pode ser oxidado pelo ciclo de Krebs em virtude da inibição da
isocitrato desidrogenase e é transportado para o citossol pela tricarboxila-
to translocase, onde é desmembrado em oxaloacetato e acetil-CoA, à custa
de ATP, numa reação catalisada pelo citrato liase.
Atividades de avaliação
1. Esquematizar:
a) a reação catalisada pela lipase do tecido adiposo;
b) as reações de conversão de glicerol a compostos intermediários da
via glicolítica;
c) o primeiro passo necessário para a degradação de um ácido graxo (ativação).
2. Citar a localização celular da oxidação dos ácidos graxos e mostrar o
papel da carnitina.
3. Citar os compostos formados no fim de cada volta do ciclo de Lynen.
4. Indicar o nº de moléculas de ATP necessárias para degradar uma molécu-
la de ácido graxo.
5. Listar as vitaminas que participam do Ciclo de Lynen.
6. Descrever a regulação do Ciclo de Lynen.
Textos complementares
Corpos cetônicos como combustíveis: a dieta Atkins
A mais conhecida das dietas pobres em carboidratos é a Dieta Atkins. Essa dieta é rica
em gordura e proteína e muito pobre em carboidratos (menos do que 20g /dia duran-
te a fase inicial), sendo motivo de controvérsias entre nutricionistas e médicos, devido
a seu alto teor de gordura.
O interessante é que indivíduos que fazem essa dieta perdem uma quantidade
considerável de peso. Estudos clínicos demonstraram que indivíduos obesos perdem
mais peso em uma dieta rica em gordura e pobre em carboidratos do que em uma
dieta isocalórica com níveis mais altos de carboidratos. É surpreendente também que
ocorra uma notável queda nos níveis de triacilgliceróis no sangue desses indivíduos.
Até agora, não existem estudos de longo prazo do efeito do perfil lipídico ou da
saúde geral dessas pessoas obesas que permanecem nessa dieta. Entretanto, é prová-
vel que a dieta Atkins resulte em dramática perda de peso, devido à saciedade causada
pelo alto conteúdo de gordura e proteína da dieta, resultando em uma redução de
ingesta alimentar. O centro da dieta Atkins é a mobilização de ácidos graxos do tecido
adiposo e sua conversão pelo fígado em corpos cetônicos (β-hidroxibutirato, acetoa-
cetato e acetona).
A presença de corpos cetônicos na urina é o método prescrito para determinar o
estado metabólico durante a dieta, uma vez que mesmo quantidades pequenas de
carboidratos na dieta reprimem a síntese de corpos cetônicos, principalmente por ini-
birem lipólise no tecido adiposo. À medida que a concentração de corpos cetônicos
sobe no sangue, uma fração é excretada na urina e uma parte pela respiração. Seria
isso responsável pela maior perda de peso observada em indivíduos na dieta Atkins?
Para comparação, após 7 dias de jejum, a taxa de excreção urinária diária de aceto-
acetato e β-hidroxibutirato no homem é de aproximadamente 110 mmol/dia; a taxa
de excreção é ainda menor no início do jejum (60 mmol/dia após dois dias de jejum).
Esta excreção poderia contribuir para o balanço calórico negativo e perda de peso
característicos da dieta de Atkins, embora a perda de energia não exceda 100 kcal/dia.
Em geral, a Cetose ocorre quando a oxidação de glicose é suprimida e o catabolis-
mo de gordura é acelerado. Existem dois tipos de Cetose: a Cetose normal do jejum e
a hipercetonemia patológica da cetoacidose diabética. Nenhum outro combustível do
sangue humano pode mudar tão drasticamente como os corpos cetônicos, e ainda ser
compatível com a vida. Após jejum de uma noite, a concentração de corpos cetônicos
é aproximadamente 0,05 mM, mas esta concentração pode subir para 2 mM após 2
dias de jejum e para 7 mM após 40 dias, uma mudança de 140 vezes na concentração.
Resultados de pesquisas têm demonstrado que durante um jejum prolongado aceto-
acetato e β-hidroxibutirato substituem a glicose como o combustível predominante
para o cérebro. Isso reduz a necessidade de síntese de glicose a partir de aminoácidos
derivados de proteína muscular e do fígado.
O tecido muscular consome avidamente corpos cetônicos logo no início do jejum,
mas muda para oxidação de ácidos graxos à medida que o jejum progride, economi-
zando assim corpos cetônicos para o metabolismo do cérebro. Portanto, corpos cetô-
nicos são o combustível normal para uma variedade de tecidos e parte de um padrão
complexo de metabolismo de combustíveis que ocorre durante o jejum no homem
(Devlin, 2007).
Sites
underpop.free.fr/b/biologia/metabolismo-de-lipIdios.doc
colesterolgorduraomega.blogspot.com
Referências
CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Bioquímica. Vol 3. São Paulo: Thomson
Learning - 2008. No Capítulo 21, do vol. 3, o assunto Metabolismo dos Lipí-
deos é amplamente discutido.
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 4ª
Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Na Unidade III do livro, nos Capítulos 15, 16,
17 e 18 são apresentados tópicos relacionados ao Metabolismo dos Lipídeos
com muitas ilustrações, tornando o assunto de fácil compreensão.
DEVLIN, T. M. Manual de Bioquímica com Correlações Clínicas. São Pau-
lo: Editora Blucher, 2007. Os Capítulos 17 e 18 da Parte IV desse livro abor-
dam tópicos relacionados ao Metabolismo dos Lipídeos.
MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica Básica. 2ª ed. 1999. Rio de Ja-
neiro: Editora Guanabara Koogan S. A. O Capítulo 16 da Parte 3 desse livro
explana de forma bastante compreensiva o assunto Metabolismo dos Lipídeos.
PELLEY, J. W. Bioquímica. Nos Capítulos 10 e 11 são estudados tópicos
relativos ao Metabolismo dos Lipídeos de uma forma sucinta e objetiva. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2007.
SMITH, C.; MARKS, A. D.; LIEBERMAN, M. Bioquímica Médica Básica de
Marks – Uma abordagem clínica. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. Os Ca-
pítulos 32, 33, 34, 35 e 36 abordam tópicos relacionados ao Metabolismo dos
Lipídeos de modo detalhado e didático.
VOET, D.; VOET, J. G.; PRATT, C. W. Fundamentos de Bioquímica. Porto
Alegre: Artmed, 2000. O Capítulo 19 da Parte IV traz uma discussão bastante
abrangente sobre o Metabolismo dos Lipídeos.
Objetivos
•• Compreender o papel dos aminoácidos em nosso corpo e como eles são
importantes para a manutenção do nosso organismo.
•• Verificar o papel do nitrogênio proveniente das proteínas.
•• Entender melhor o ciclo da ureia e associá-la com a excreção do nitrogênio
não absorvido pelo nosso organismo.
•• Conhecer as doenças decorrentes da deficiência do metabolismo
dos aminoácidos.
Introdução
Um adulto saudável ingerindo uma dieta variada está, geralmente, em “balan-
ço de nitrogênio”, ou seja, em um estado em que a quantidade de nitrogênio
ingerida a cada dia é equilibrada pela quantidade excretada, resultando em
alteração líquida nula no nitrogênio total do corpo. Na condição de um organis-
mo bem alimentado, o nitrogênio excretado vem principalmente do excesso
de proteínas ingerido ou da reciclagem (turnover) normal.
O turnover de proteínas é definido como a substituição de proteína do
corpo por síntese e degradação. Em certas condições, o corpo está em ba-
lanço negativo ou positivo de nitrogênio. No balanço negativo de nitrogênio,
mais nitrogênio é excretado do que ingerido. Isso ocorre no jejum e em certas
doenças. Em um ser humano com idade adulta e dieta adequada, há uma
renovação de aproximadamente 400g de proteína por dia.
RENOVAÇÃO = TURNOVER
1. Aminoácidos Essenciais
A biossíntese de proteínas exige a presença de todos os aminoácidos cons-
tituintes. Se um dos vinte aminoácidos estiver ausente ou em pequena quan-
tidade, a biossíntese proteica é inibida. Alguns organismos, como a Esche-
richia coli, podem sintetizar todos os aminoácidos de que precisam. Outras
espécies, incluindo os seres humanos, devem obter alguns aminoácidos dos
alimentos. São os chamados aminoácidos essenciais para a nutrição huma-
na (ver Tabela 1).
O organismo pode sintetizar alguns desses aminoácidos, mas não em
quantidades suficientes para suas necessidades, especialmente no caso de
crianças em fase de crescimento. As crianças têm necessidade principal-
mente de arginina e histidina. Como os aminoácidos não são armazenados
(exceto nas proteínas), as fontes alimentares de aminoácidos essenciais são
necessárias em intervalos regulares. A falta de proteínas, especialmente uma
deficiência prolongada de fontes que contenham aminoácidos essenciais,
leva à doença kwashiorkor. O problema dessa doença, muito grave em
crianças em fase de crescimento, não é simplesmente a desnutrição, mas a
degradação das proteínas do próprio organismo.
Como já foi dito, os seres vivos não são capazes de armazenar ami-
noácidos nem proteínas e, consequentemente, satisfeitas as necessidades
de síntese, os aminoácidos excedentes são degradados. Em um adulto sau-
dável, com dieta adequada, a oxidação de aminoácidos responde por 10 –
15% de suas necessidades energéticas. Como a estrutura dos aminoácidos
revela, eles são simplesmente carboidratos ligados a um nitrogênio. Logo, os
aminoácidos excedentes são degradados, restando as respectivas cadeias
carbônicas e o grupo amino, que é convertido em ureia.
Quadro
O ácido pirúvico pode ser aminado para formar alanina que é transporta-
da para o fígado onde é desaminada e o esqueleto carbônico é reconvertido à
glicose. O ciclo da alanina move N do músculo para o fígado sem produzir NH3.
Em uma segunda etapa, os grupos amino originam aspartato e/ou amônia. O
glutamato formado é consumido em duas reações importantes, uma nova tran-
saminação e uma desaminação. Na remoção do grupo amino do próprio gluta-
mato por transaminação pela ação da aspartato aminotransferase, o grupo
amino do glutamato é transferido para o oxaloacetato, formando aspartato.
2. Ciclo da Ureia
A síntese da ureia ocorre através do Ciclo da Ornitina. O CO2 e NH3 (com
energia da ATP) se combinam com a ornitina através de uma série de passos
para formar a arginina que é então hidrolisada para produzir ureia e ornitina.
Sendo assim, uma molécula de ornitina é usada repetidamente na formação
da arginina e ureia.
Ciclo da Ornitina
Quadro
Compostos nitrogenados excretados pelo homem
Composto Quantidade excretada (g/dia)
Ureia 30
NH4 +
0,7
Creatinina 1,4
Ácido úrico 0,8
Doenças Hereditárias
3. Degradação do esqueleto carbônico dos aminoácidos do Metabolismo
de Aminoácidos
Quando é removido o grupo amino do aminoácido, resta sua cadeia carbôni- Na fenilcetonúria, a
ca, na forma de α-cetoácido. Estes esqueletos de carbono entram no meta- fenilalanina não pode ser
convertida em tirosina
bolismo intermediário em várias etapas, dependendo se serão convertidos em e origina fenilpiruvato.
piruvato, acetil-CoA, acetoacetil-CoA ou em intermediários do ciclo do ácido Há ausência de
fenilalanina hidroxilase.
cítrico. Eles irão fornecer substratos para gliconeogênese ou para a produção
A conversão de tirosina
de corpos cetônicos. a 3,4-diidroxifenilalanina
(DOPA) é catalisada por
Os aminoácidos cetogênicos são convertidos em acetil-CoA ou acetoa-
tirosinase, uma oxigenase
cetil-CoA, enquanto os aminoácidos glicogênicos serão convertidos em piru- que contém cobre. As
vato ou em intermediários do ciclo do ácido cítrico. Portanto conclui-se que as reações que levam à síntese
de melanina a partir de DOPA
vinte cadeias carbônicas diferentes não possuem uma via comum de degra- são pouco conhecidas. A
dação. Seu metabolismo difere, neste aspecto, do metabolismo dos ácidos tirosina hidroxilase é a enzima
graxos, todos degradados pelo ciclo de Lynen e dos açúcares, metabolizados ausente no tipo clássico de
albinismo. O albinismo está
pela glicólise. relacionado à incapacidade
Embora existam vias próprias para a oxidação da cadeia carbônica de de sintetizar melanina.
cada aminoácido, estas diferentes vias de degradação convergem para a pro-
dução de apenas alguns compostos: piruvato, acetil-CoA, ou intermediários
do ciclo Krebs (oxaloacetato, α-cetoglutarato, succinil-CoA e fumarato). A par-
tir deste ponto, o metabolismo da cadeia carbônica dos aminoácidos confun-
de-se com o das cadeias carbônicas de carboidratos ou de ácidos graxos.
3.6. Conversão de Phe, Tyr, Trp, Lys, Ile, Thr, Leu em acetil-CoA
A formação de acetil-CoA pode ser direta ou indireta (através de acetoacetato
ou acetoacetil-CoA). A fenilalanina, tirosina, triptofano, isoleucina e treonina
produzem também compostos precursores de glicose: os aminoácidos glico-
Atividades de avaliação
1. Em relação aos aminoácidos presentes nas células dos mamíferos, indicar:
a) suas procedências;
b) seus destinos metabólicos;
c) se existe uma reserva de aminoácidos ou proteínas.
2. Esquematizar as reações catalisadas pelas seguintes enzimas:
- Aspartato Aminotransferase; - Alanina Transferase
3. Esquematizar a reação catalisada pela glutamato desidrogenase.
4. Citar o principal produto de excreção de nitrogênio no homem.
5. Esquematizar a reação de formação de carbamoil-fosfato catalisada por
carbamoil-fosfato sintetase.
6. No ciclo da ureia:
a) Indicar a procedência dos átomos de nitrogênio da molécula de ureia.
b) Calcular o balanço de ATP.
c) Citar o aminoácido proteico sintetizado.
7. Citar o órgão responsável pela produção de ureia.
8. A amônia é tóxica para os animais. Mostrar como a amônia produzida nos
tecidos extra-hepáticos é transportada para o fígado.
9. Verificar o destino dos esqueletos de carbono dos aminoácidos, seu cata-
bolismo e indicar aqueles que podem originar glicose.
10. Citar as doenças genéticas provenientes de alterações do metabolismo da
tirosina e da fenilalanina.
11. Definir aminoácidos essencias e citá-los.
12. Qual é o primeiro depositário de grupos amino no metabolismo dos amino-
ácidos? E o segundo?
Texto complementar
Kwashiorkor e marasmo
Nos países desenvolvidos, a desnutrição calórico-proteica é observada mais frequen-
temente em pacientes hospitalizados com doenças crônicas, ou em indivíduos que
sofrem grandes traumas, infecções graves ou grandes cirurgias. Nos países em desen-
volvimento, são observados casos onde ocorre ingestão inadequada de proteínas e/
ou de energia. Os indivíduos afetados mostram uma variedade de sintomas, incluindo
sistema imunitário deprimido, com redução na capacidade de resistir a infecções.
Duas formas extremas de desnutrição são o kwashiorkor e o marasmo. Enquanto o
marasmo ocorre quando a privação de calorias é relativamente maior do que a redução
em proteínas, no kwashiorkor observa-se que a privação de proteína é relativamente
maior do que a redução em calorias totais. Ao contrário do marasmo, a grande privação
de proteínas está associada à grave perda de proteína visceral. Crianças com kwashio-
rkor sofrem de perda muscular e diminuição da concentração de proteínas plasmáticas,
particularmente albumina. O resultado é um aumento no fluido intersticial, provocando
distensão abdominal e edema, o que faz com que a criança pareça gordinha.
A perda muscular é causada pela falta de aminoácidos essenciais na dieta; as pro-
teínas existentes devem ser degradadas para produzir tais aminoácidos para a síntese
de novas proteínas. A esses problemas pode ser acrescida uma menor habilidade para
produzir enzimas digestivas e células novas do epitélio intestinal devido a um decrés-
cimo na disponibilidade de aminoácidos para a síntese de novas proteínas. As vítimas
do marasmo não apresentam o edema ou as mudanças nas proteínas plasmáticas ob-
servadas no kwashiorkor
Fonte: Champe, Harvey e Ferrier, 2009; Smith, Marks e Lieberman, 2007.
Referências
CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Bioquímica. Vol 3. São Paulo: Thomson
Learning - 2008. No Capítulo 23 do vol. 3, o assunto Metabolismo do Nitrogê-
nio é discutido em todos os aspectos de importância próprios do assunto.
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 4ª
Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Na Unidade IV do livro nos Capítulos 19, 20 e
21 são apresentados tópicos relacionados ao Metabolismo do Nitrogênio com
muitas ilustrações tornando o assunto de fácil compreensão.
DEVLIN, T. M. Manual de Bioquímica com Correlações Clínicas. São Pau-
lo: Editora Blucher, 2007. O Capítulo 19 da Parte IV desse livro aborda tópicos
relacionados ao Metabolismo de Aminoácidos.
MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica Básica. 2ª ed. 1999. Rio de Ja-
neiro: Editora Guanabara Koogan S. A. O Capítulo 17 da Parte 3 desse livro ex-
plana de forma bastante compreensiva o assunto Metabolismo de Aminoácidos.
PELLEY, J. W. Bioquímica. No Capítulo 12, são estudados tópicos relativos
ao Metabolismo de Aminoácido e Heme de uma forma sucinta e objetiva. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2007.
SMITH, C.; MARKS, A. D.; LIEBERMAN, M. Bioquímica Médica Básica de
Marks – Uma abordagem clínica. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. Os Ca-
pítulos 37, 38 e 39 abordam tópicos relacionados ao Metabolismo do Nitrogê-
nio de modo detalhado e didático.
VOET, D.; VOET, J. G.; PRATT, C. W. Fundamentos de Bioquímica. Porto
Alegre: Artmed, 2000. O Capítulo 20 da Parte IV traz uma discussão bastante
abrangente sobre o Metabolismo dos Aminoácidos.
Sobre as autoras
Maria da Conceição Tavares Cavalcanti Liberato: professora Adjunto M
da Universidade Estadual do Ceará - (UECE), lecionando as disciplinas de
Bioquímica e Bioquímica Aplicada e orientando alunos na Graduação do Curso
de Licenciatura em Química. Fez o Curso de Doutorado em Biotecnologia, na
área de Recursos Naturais, pela Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO)
na Universidade Estadual do Ceará. Fez o Mestrado em Tecnologia de
Alimentos na Universidade Federal do Ceará - (UFC), e Especialização em
Química Orgânica na Universidade Federal do Rio de Janeiro - (UFRJ).
Desenvolve pesquisas na área de Apicultura e Meliponicultura trabalhando
com méis, pólen e própolis, buscando estudar a Química e a Bioquímica
desses produtos bem como suas propriedades biológicas. É coordenadora do
Grupo de Estudos sobre a Química e a Bioquímica das Drogas de Abuso.