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1.1.

INFANTIL PsicólogoPsicanalista
2.2. PSICODIAGNÓSTICO: CONCEITO  É uma compreensão Globalizada (aspectos
psíquicos, fisiológicos, sociais e cognitivos) do que se passa com a criança(incluindo sua
família e às vezes outros contextos aos quais pertence) a fim de proporcionar - lhe(s) o
encaminhamento que melhor atenda às suas necessidades.

3.3. Conhecimentos Importantes  Desenvolvimento infantil - Fases do desenvolvimento


 Desenvolvimento cognitivo- Escolaridade  Psicopatologia- Transtornos do sono
(terrores noturnos, sonambulismo, insônia), Transtornos da aprendizagem, transtornos
das habilidades motoras e transtornos da comunicação (linguagem), Transtorno do déficit
de atenção-hiperatividade, Transtornos do Comportamento, Transtornos Globais do
Desenvolvimento (Autismo Infantil), Outras formas de transtornos globais do
desenvolvimento.  Psicoses

4.4. Fases do Psicodiagnóstico  1. Contato inicial e primeiras entrevistas, visam


identificar o motivo da consulta (queixa), bem como ansiedades, defesas, expectativas...
 2. Levantamento das hipóteses iniciais  3. Planejamento da avaliação, seleção dos
instrumentos diagnósticos e aplicação (Entrevista clínica: principal recurso do analista,
observação clínica, investigação clínica da personalidade - Observação lúdica ou hora de
jogo - Procedimento de desenhos e estórias.  4. Análise e integração dos dados
levantados  5. Comunicação de resultados, orientação sobre o caso e encerramento do
processo.

5.5. Primeira Entrevista  Nesta entrevista devem estar presentes: A Criança e os Pais


(pai e mãe, mãe e mãe, pai e pai).  Entrevista semi-dirigida: busca-se entender o motivo
da consulta (queixa), ansiedades , expectativas, observar o comportamento dos pais e da
criança. Bem como buscar elementos para esclarecer o mesmo.  Oferecer a criança
papel, lápis, borracha e lápis coloridos.  Ao final da entrevista explicar o processo
psicodiagnóstico (fases do processo e fazer o enquadramento).

6.6. ENQUADRAMENTO  Define papéis, obrigações, direitos e responsabilidades


mútuas .  Contrato de trabalho: Horário e dias das sessões, valor do processo.
comprometimento de ambas as partes de cumprir certas obrigações formais (faltas,
reposição, etc).  Permite perceber aspectos latentes da conduta do entrevistado,
dificuldades de compreender e / ou respeitar o enquadramento.

7.7. Formulação das perguntas básicas ou hipóteses:  Formulação das perguntas


básicas ou hipóteses: Psicodiagnóstico parte de perguntas específicas onde as respostas
prováveis HIPÓTESES que serão confirmadas ou não.  Perguntas: LEIGO: Será que A
não aprende por um problema psicológico? PSICANALISTA: Será que A apresenta uma
limitação intelectual? Será que A não aprende por interferência de problemas emocionais?
Será que A possui alguma psicopatologia ou doença somática?

8.8. Segunda Sessão: sessão livre como meio de Observação  Nesta sessão a criança é
atendida sozinha. - É de grande importância para o analista a observação livre da criança
num setting mais controlado e longe dos olhos dos pais. - Neste primeiro contato sozinho
com a criança, a mesma deve ficar livre para determinar a direção da sessão, realizando
o que bem entender; poderá brincar, desenhar ou conversar. - -Obs: caso o analista achar
necessário, poderá realizar mais de uma sessão livre.

9.9. Terceira sessão: Entrevista de anamnese  Esta entrevista é realizada com os pais e


a criança. Como na primeira sessão, oferecer à criança brinquedos e /ou papel para
desenhar.  O propósito desta sessão é levantar os principais dados do desenvolvimento
físico, emocional e social da criança, assim como traçar um perfil da dinâmica familiar. 
Esse momento poderá se desdobrar em mais de uma entrevista, conforme a necessidade
de complementação das informações ( tempo insuficiente, entrevistar mais um membro
da família,etc.)

10.10. continua  Fica implícito que, a partir de Freud, a realidade de tais informações


estará sempre sob suspeita. Os atos falhos, as lacunas de memória, as lembranças
encobertas. Algumas das omissões, feitas pelos pais durante a anamnese, são
inconscientes. Outras são intencionais, pois os pais se preocupam com sua imagem
diante do analista. Cabe ao analista buscar um ambiente de confiança e livre de qualquer
idéia pré concebida.  OBS: o analista vai se interessar pelos dados que puderem
esclarecer como transcorreu a vida psíquica e emocional da criança durante o
desenvolvimento das fases oral, anal e fálica, e como ela vivenciou as intensas emoções
do Édipo.

11.11. Contato com outros profissionais  Dependendo da problemática apresentada pela


criança se faz necessário que o analista busque maiores esclarecimentos com outro
profissionais, por isso torna-se necessário a realização de contatos externos: no colégio
(orientador educacional), com médicos (pediatra, neurologista), com fonoaudiólogo e etc.
 Neste caso o analista irá avaliar qual a melhor forma de obter as informações
necessária. Podendo fazer contato telefônico, pessoalmente ou solicitar um relatório.

12.12. Quarta sessão – Hora do jogo diagnóstica  Nesta sessão o analista irá utilizar
técnicas que venham auxiliá-lo numa melhor compreensão das suas hipóteses iniciais. 
Técnicas expressivas: configuram situações onde a criança poderá ficar “inteiramente
livre”, tanto do ponto de vista de instruções, quanto do material a ser utilizado por ela. 
Técnicas projetivas: onde a resposta é livre, mas o material é definido e padronizado. Ex:
Sugerir brinquedos, brincadeiras,utilizar a técnica do desenho infantil (desenho livre) ou
sugerir desenhos específicos ( casa, família, pai, mãe, irmãos, etc).

13.13. Quinta Sessão – Continuação da sessão anterior  Importante que realize mais


uma ou duas sessões de jogo diagnóstica, para que sinta-se seguro ao final do processo
psicodiagnóstico.

14.14. RECOMENDAÇÃO Em relação aos desenhos , vale a pena lembrar uma


recomendação de Koppitz (1968).  “Sempre devemos considerar o desenho total assim
como a combinação de vários signos e indicadores,os quais deverão ainda serem
analisados levando em consideração a idade da criança, sua maturação, seu status
emocional, social e a sua cultura, devendo finalmente ser avaliado juntamente com os
demais instrumentos usados na avaliação”.

15.15. Sexta Sessão – Entrevista de Devolução  Nesta sessão reuni-se os “pais” e a


criança (deixar a criança livre).  Explicar que todas as informações que forem exposta
serão sigilosas e que falam de um momento específico da criança. Explicar ainda que é
importante que entendam tudo que será exposto (não ter dúvidas, perguntar). E que é
importante que sigam todas as recomendações.  Explicar qual foi a conclusão final ou
seja, o que se passa com a criança (causas de seu comportamento)  Fazer os
encaminhamentos necessários.

16.16. ENCAMINHAMENTOS Os encaminhamentos dependerão da conclusão do


analista:  Se tratando de dificuldade na área emocional, indicar atendimento
psicanalítico.  Se tratando de dificuldade na área escolar, indicar atendimento
psicopedagógico.  Se tratando de problema neurológico , indicar atendimento com
neurologista.  Etc......  OBS: algumas vezes se faz necessário o acompanhamento de
mais de um profissional.

17.17. RECOMENDAÇÕES GERAIS  O Processo Psicodiagnóstico tem um tempo


determinado: deve durar de 6 à 8 sessões.  O processo deve ser explicado
detalhadamente para os “pais”, ficando claro que não se trata ainda de uma análise. 
Quando os “pais” forem separados respeitar o desejo de serem atendidos
separadamente. Embora deve ser explicado a importância do atendimento juntos.  É
importante a criança estar presente em todas as sessões (já que o processo diz respeito a
mesma), mas em casos excepcionais atender apenas os “pais”.

18.18. ANEXO 1 Materiais empregados:  mesa baixa – bonecos representando adultos e


crianças – caminhões – carros – trens – animais – panelinhas - papel – lápis – tesoura -
pratinhos - colheres – lápis de cor – giz de cera – cola – massa de modelar – barbante –
palitos de sorvete, etc.  Dependendo da orientação do analista os brinquedos serão
guardados em armários ou utilizará a caixa individual para cada criança (desperta
segurança e sigilo).
19.19. ANEXO 2 (MODELO DA PRIMEIRA ENTREVISTA)
20.20. MODELO DE ANAMNENSE
21.21. MODELO DE AVALIAÇÃO ESCOLAR
22.22. LAUDO  O laudo é uma apresentação descritiva acerca de situações e/ou
condições emocionais e suas determinações históricas, sociais, políticas, e culturais,
pesquisadas no processo de avaliação . Como todo documento, deve ser subsidiado em
dados colhidos e analisados, a luz de um instrumento técnico (entrevistas, dinâmicas,
testes psicológicos, observações, exame psíquico, intervenção verbal), consubstanciado
em referencial técnico-filosófico e científico adotado pelo profissional.

23.23. Finalidade do Laudo  A finalidade do laudo será a de apresentar os


procedimentos e conclusões gerados pela avaliação, relatando sobre o encaminhamento,
as intervenções, o diagnóstico, o prognóstico, e evolução do caso, orientação e sugestão
de projeto terapêutico, bem como, caso necessário, solicitação de acompanhamento
psicanalítico, limitando-se a fornecer somente as informações necessárias relacionadas à
demanda, solicitação ou petição.

24.24. Estrutura do Laudo  O laudo é uma peça de natureza e valor científico, devendo


conter narrativa detalhada e didática, com clareza, precisão e harmonia, tornando-se
acessível e compreensível ao destinatário. Os termos técnicos devem portanto, estar
acompanhado e/ou conceituação retiradas dos fundamentos teórico- filosóficos que os
sustentam.
25.25. O laudo deve conter, no mínimo 5 (cinco) itens: identificação, descrição da
demanda, procedimentos, análise e conclusão.  1- Identificação  2- Descrição da
demanda  3- Procedimento  4- Análise  5- Conclusão

26.26.  1- IDENTIFICAÇÃO  É a parte superior do primeiro tópico.  O autor /relator –


quem elabora  O interessado – quem solicita  O assunto/finalidade – qual a
razão/finalidade

27.27. 2- DESCRIÇÃO DA DEMANDA  Esta parte é destinada à narração das


informações referentes à problemática apresentada e dos motivos, razões e expectativas
que produziram o pedido. Justificar o procedimento adotado.

28.28. PROCEDIMENTOS 3- PROCEDIMENTOS  A descrição dos procedimentos,


apresentará os recursos e instrumentos técnicos utilizados para coletar as informações
(número de encontros, pessoas ouvidas, etc) à luz do referencial técnico –filosófico que
embasa. O PROCEDIMENTO ADOTADO DEVE SER PERTINENTE PARA AVALIAR A
COMPLEXIDADE DO QUE ESTÁ SENDO DEMANDADO
29.29. ANÁLISE 4- ANÁLISE  É a parte do documento na qual o profissional faz uma
exposição descritiva de forma objetiva e fiel dos dados colhidos e da situação vividas
relacionados à demanda em sua complexidade.  Nessa exposição, deve-se respeitar a
fundamentação teórica que sustenta o instrumental técnico utilizado, bem como princípios
éticos e as questões relativas ao sigilo das informações. SOMENTE DEVE SER
RELATADO O QUE FOR NECESSÁRIO PARA O ESCLARECIMENTO DO
ENCAMINHAMENTO.

30.30. CONCLUSÃO 5- CONCLUSÃO  Na conclusão do documento, o profissional vai


expor o resultado e/ou considerações a respeito de sua investigação a partir das
referências que subsidiaram o trabalho.  Após a narração conclusiva, o documento deve
ser encerrado, com indicação do local, data de emissão e assinatura do profissional e o
número de seu regisstro.

31.31. MODELO DE LAUDO Identificação: Psicanalista: J.L.S. N Solicitante: Serviço de


Orientação Pedagógica do Colégio Esplendor Psicodiagnóstico de J.P.M. Descrição da
demanda: Criança de 07 anos de idade encaminhada pelo Serviço de Orientação
Pedagógica do Colégio Esplendor, por apresentar dificuldade de expressão e
compreensão. Apresentando ainda dificuldade no relacionamento com colegas e
professores. Procedimentos: Para a presente avaliação foram realizados um total de 08
(seis) encontros, sendo distribuídos em 02 entrevistas com a mãe da criança, 01
entrevista de anamenese, 02 sessões livre com a criança e 02 sessões onde utilizou-se a
técnica da hora do jogo diagnóstica. E 01 sessão de devolução.

32.32. Análise: Criança compareceu regularmente aos atendimentos e sua mãe mostrou-


se cooperativa e sempre pronta a atender as solicitações do analista. Podemos observar
um bom vínculo mãe e filha e que este se mostra de maneira saudável. A mãe busca
atender as necessidades afetivas e cognitivas da criança, colocando os limites
necessários para o seu desenvolvimento emocional. Fica clara a atuação
predominantemente da figura materna na educação da criança e que a figura paterna
aparece com menos destaque na vida cotidiana da mesma, embora este apareça com
freqüência em seu discurso. J. Apresenta por vezes um certo prejuízo na organização do
pensamento, com tudo pode –se perceber boa capacidade de abstração, e boa memória
visual e auditiva. Sua inteligência mostra-se dentro do esperado para sua faixa etária.
Consegue resolver problemas dos mais simples aos mais complexos, relacionando por
vezes inadequadamente idéia e pensamento. Em algumas situações pode-se observar
que a criança apresenta um comportamento regredido, principalmente quando se utiliza a
fantasia.

33.33. Acredita-se que este comportamento se justifica pelo longo tempo em que J.


conviveu com crianças de uma faixa etária inferior a sua, já que até os seis anos de idade
freqüentou uma creche de pequeno porte próxima a sua residência e hoje se encontra
ainda em processo de adaptação a sua nova realidade. Conclusão: Pode-se concluir que
J. P. M. encontre-se ainda em fase de adaptação, uma vez que iniciamos o segundo
semestre letivo recentemente. Acredita-se que o suporte psicoterapêutico poderá
contribuir de maneira significativa para minimizar as dificuldades apresentadas pela
criança, facilitando sua adaptação aos novos desafios impostos pela sua atual realidade.
Possibilitando assim que a mesma possa conviver de maneira adequada com colegas e
professores e possa responder as expectativas de pais e professores.

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