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A Civilização Moderna depende fortemente de como ela manuseia e usa sua energia,
energia esta suprida através de recursos naturais, nem sempre fáceis de serem explorados.
O uso de energia pode ser identificado como trabalho, potência e calor, mas na
realidade o trabalho e potência que são usados finalmente degeneram em calor. Calor é a troca
de energia entre objetos (sistemas) “quentes” e “frios” e a troca ocorre espontaneamente do
“quente” para o “frio”
(Transferência) de Calor é a ciência que explica e prediz quão rápida ocorre a troca de
energia como calor. É a ciência que integra as várias ferramentas analíticas e empíricas
provendo um fórum, um corpo de conhecimento, para projetistas, construtores, operadores,
gerentes e pesquisadores de forma mais acurada estudar calor como uma troca de energia.
A preocupação com energia, sua conservação ou economia pela sociedade requer
numa extensão importante a compreensão dos conceitos de transferência de calor e
transferência de massa.
Alguns casos de aplicação de transferência de calor:
- isolamento (por fibra de vidro) de tetos e paredes de edifícios para manter determinadas
condições climáticas;
- quantificação da perda de energia através de janelas modernas e isoladas para manter o
ambiente confortável tanto no inverno quanto no verão;
- projeto e operação de geradores de vapor (caldeiras) ou ebulidores requer a compreensão
da transferência de calor que ocorre da queima (combustão) de carvão, gás ou óleo para a
água nos tubos;
- projeto e construção de um radiador (convector) para um motor de automóvel para mantê-
lo “frio” quando em operação envolve transferência de calor e massa;
- dissipação de calor em linhas de potência elétrica devido à resistência elétrica;
- proteção de cabos elétricos contra fogo e altas temperaturas;
7
1.1.2 Conceitos
Um sistema físico pode ser considerado com sendo constituído de um sistema material
(subsistema 1) mais um campo de radiação (subsistema 2). O sistema material, geralmente,
considerado como meio contínuo, é composto a nível elementar de moléculas( incluindo íons
e átomos), de elétrons e de partículas fictícias tais como fónons (quanta de energia vibracional
num sólido), etc.
Um meio pode ser considerado como contínuo quando o menor elemento de volume
ainda contém de 1015 a 1020 moléculas. Sob determinadas condições físicas, tais elementos
podem ser caracterizados estatisticamente por propriedades físicas macroscópicas médias
sobre todas as moléculas que eles contém (massa média, velocidade, pressão ou temperatura).
O campo de radiação eletromagnética é caracterizado em escala macroscópica pela
definição em cada ponto r do espaço e para cada direção Δ de uma quantidade Iν′ , a
massa nula) cada caracterizado pela freqüência ν , momentum p e spin s. Um quanta tem
energia e = hν , onde h = 6, 6256 x10−34 Js é a constante de Planck.
∑
3 mv s2
Nk B T = (1.1.1)
2 s =1
2
Para processos em regime permanente (RP), não há variação das grandezas físicas com o
tempo. Ou seja,
∂A(r , t )
=0 (1.1.3)
∂t
dΦ = q • n dS . (1.1.4)
q ′′ = q • n . (1.1.5)
ou
dΦ
q ′′ = . (1.1.6)
dS
q cd = −k∇T , (1.1.7)
∂T
q ′′ = q cd • n = −k∇T • n = − k , (1.1.8)
∂n
j = σE = −σ∇Vel , (1.1.9)
Lei de Fick de difusão de massa, estabelece que a taxa de difusão jα de uma espécie α numa
ρ nα
Cα = , (1.1.11)
M n
onde ρ é a massa específica da mistura e M é o peso molecular da mistura.
13
A equação da condução de calor nos casos mais genéricos pode ser encontrada em
livros textos de transferência de calor. No caso unidimensional em regime permanente, há
fluxo de calor predominante em uma dada direção, independente do tempo.
T = TL em x = L (1.2.3)
A solução da Eq. (1.2.1) é obtida integrando-se duas vezes a Eq. (1.2.1), obtendo-se o
resultado: T = c1 x + c2 . As constantes de integração podem ser obtidas usando as Eqs. (1.2.2)
e (1.2.3), cujo resultado final é uma variação linear da temperatura com x na forma:
x
T = T0 + (TL − T0 ) (1.2.4)
L
14
Li
Rt ,i = (1.2.9)
ki A
A resistência térmica total será a associação em série das resistências individuais, ou seja,
Li
Rt = ∑ (1.2.10)
i ki A
15
No caso de trocadores de calor, por exemplo, geralmente, a parede separa dois campos
de escoamento, com um fluido “quente” em uma das faces da parede e outro fluido “frio” na
outra face; Figura 1.2.3. A transferência de calor do fluido quente para a parede e da parede
para o fluido frio pode ser estimada através do coeficiente de transferência convectiva
definido no capítulo 1. Suponha que do lado do fluido quente a temperatura seja Th com um
Figura 1.2.3 parede banhada por fluidos em suas faces. Coeficiente global de troca de calor.
Exercício 1.2.1: A parede de um incubador de ovos é composta por uma camada de fibra de
vidro de 8 cm entre duas camadas de fórmica de 1 cm cada uma. Do lado de fora a
temperatura é Tc = 10o C e o coeficiente de troca de calor do lado externo do incubador é
Muitos trocadores de calor são constituídos por cascas cilíndricas, como no caso do
trocador de calor conhecido como casco-tubo. Nestes casos, o fluxo de calor não se conserva
como ocorre na parede plana, visto que o gradiente de temperatura depende da posição radial.
Entretanto, a taxa de calor que atravessa a casca deve se conservar pela primeira lei da
termodinâmica. Considere uma casca cilíndrica de comprimento l ; de raio interno ri e cuja
fluxo de calor do lado interno é qi′′ e do lado externo será qo′′ ; Figura 1.2.4.
A taxa de calor pode ser calculada se for determinado o fluxo de calor do lado interno,
por exemplo. Esta taxa pode ser estimada como
q = ( 2π rli ) qi′′ (1.2.18)
A Eq. (1.2.26) deve satisfazer as duas condições de contorno (1.2.21) e (1.2.22), o que
leva aos resultados:
Ti = C1 ln ( ri ) + C2 (1.2.27)
To = C1 ln ( ro ) + C2 (1.2.28)
dT 1 Ti − To
O gradiente de temperatura pode ser obtido como = . Combinando as
dr r ln ( ri / ro )
ln ( ro / ri )
Rt = (1.2.33)
2π kl
Pela conservação da taxa de calor pode-se mostrar que
q = ( 2π rli ) qi′′ = ( 2π rl ) q′′ (1.2.34)
fluido interno seja Th com hi e do lado seja Tc com ho ; a taxa de calor pode ser calculada
como
Th − Tc
q = U i Ai (Th − Tc ) = U o Ao (Th − Tc ) = (1.2.36)
Rt
Na qual a resistência térmica pode ser calculada como
1 ln ( r1 / ri ) ln ( r2 / r1 ) ln ( ro / r2 ) 1
Rt = + + + + (1.2.37a)
hi Ai 2π k1l 2π k2l 2π k3l ho Ao
Figura 1.2.5 Casca cilíndrica composta com transferência convectiva em ambos os lados.
1 1 r ln ( r1 / ri ) ri ln ( r2 / r1 ) ri ln ( ro / r2 ) 1 ri
= + i + + + (1.2.37b)
U i hi k1 k2 k3 ho ro
1 1 ro ro ln ( r1 / ri ) ro ln ( r2 / r1 ) ro ln ( ro / r2 ) 1
= + + + + (1.2.37c)
U o hi ri k1 k2 k3 ho
A geometria esférica, Figura 1.2.6, pode ser analisada de maneira similar, por notar
que quando a temperatura das superfícies interna e externa são isotérmicas (Ti ,To ) , a
temperatura dentro da casca pode variar apenas radialmente. Neste caso a equação que rege o
problema, com todas as hipóteses simplificadoras consideradas, como no caso do cilindro,
fica na forma:
1 d ⎛ 2 dT ⎞
⎜r ⎟=0 (1.2.39)
r 2 dr ⎝ dr ⎠
sujeita às condições de contorno
T = Ti em r = ri (1.2.40)
e
T = To em r = ro (1.2.41)
ri ro (Ti − To )
C1 = (1.2.46)
ri − ro
Subtraindo a eq. (1.2.44)de (1.2.43) e pelo uso de (1.2.46) obtém-se
ro ⎛ r − ri ⎞
T − Ti = (Ti − To ) ⎜ ⎟ (1.2.47)
r ⎝ ri − ro ⎠
⎛ dT ⎞ ro Ti − To
qi′′ = −k ⎜ ⎟ =k (1.2.49)
⎝ dr ⎠ r = ri ri ro − ri
A taxa de calor pode ser obtida multiplicando o fluxo pela área de troca, no caso de
uma esfera, Ai = 4π ri 2 , resultando
Ti − To
q = 4π kro ri (1.2.50)
ro − ri
Pela observação da Eq. (1.2.50) pode-se concluir que a resistência térmica da casca esférica é
1 ⎛1 1⎞
Rt = ⎜ − ⎟ (1.2.51)
4π k ⎝ ri ro ⎠
No caso de uma casca esférica composta de duas camadas, por exemplo, com
convecção interna e externa, a resistência térmica total será
22
1 1 ⎛1 1⎞ 1 ⎛1 1⎞ 1
Rt = + ⎜ − ⎟+ ⎜ − ⎟ (1.2.52)
hi Ai 4π k1 ⎝ ri r1 ⎠ 4π k2 ⎝ r1 ro ⎠ ho Ao
ln ( ro / ri ) 1
Rt = + (1.2.53)
2π kl h ( 2π rol )
Para h e k constantes, Rt será uma função do raio externo ro . E quando a resistência térmica
relação a ro resulta ∂Rt / ∂ro = 1 / 2π klro − 1 / 2π lhro2 . Para se obter o ponto de mínimo ou
máximo faz-se ∂Rt / ∂ro = 0 o que leva ao resultado do raio crítico de isolamento
k
ro ,c = (1.2.54)
h
A resistência mínima será, portanto,
ln ( k / hri ) + 1
Rt ,min = (1.2.55)
2π kl
Algumas conclusões que se pode tirar do conceito de raio critico de isolação é que,
quando, o cilindro for espesso, de tal forma que
k
ri > ro ,c ou < 1; (1.2.56)
hri
o enrolamento de uma primeira camada isolante reduzirá a resistência térmica. O efeito inicial
será um aumento da transferência de calor. Apenas quando material suficiente tenha sido
adicionado de modo que ro exceda ro ,c , a espessura de isolamento aumentará o valor de Rt e
redução de q .
No caso de isolação de um objeto esférico de raio ri , o raio critico de isolação será
estimado pela relação:
k
ro ,c = 2 (1.2.58)
h
Figura 1.2.7 Efeito do raio externo sobre a resistência térmica global de uma camada
cilíndrica isolante.
Exercício 1.2.2: Um fio isolado suspenso no ar gera aquecimento pelo efeito Joule à taxa de
q′ = 1W / m . O fio cilíndrico de raio ri = 0,5 mm está 30 oC acima da temperatura ambiente. É
proposto encapar fio com plástico de isolamento elétrico, cujo raio externo será ro = 1 mm . A
temperatura do fluido é T∞ . Assim a taxa de calor através da superfície pode ser calculada por
O objetivo é ter uma superfície aletada de forma que q > q0 . Isto poder alcançado com aletas
que tenham boa condutividade térmica, de tal forma que a temperatura da superfície da aleta
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No caso da superfície aletada a área A0 será a soma das áreas sem aletas mais a
projeção das áreas da aletas na base. Designando a área sem aletas por A0 ,u e a área projetada
A0 = A0 , f + A0 ,u (1.2.61)
na qual qb′′ é o fluxo de calor médio através da base de um aleta e será o foco de cálculo.
O caso mais simples é o de aletas de seção transversal constante; Figura 1.2.9. Num
modelo de condução longitudinal o fluxo de calor na base da aleta pode ser calculado como
⎛ dT ⎞
qb′′ = −k ⎜ ⎟ (1.2.63)
⎝ dx ⎠ x =0
Portanto, o cálculo do fluxo de calor requer a determinação da distribuição de temperatura
T ( x ) na aleta. Considere um elemento de volume de aleta de área superficial pΔx . Um
Figura 1.2.9 Condução longitudinal através de uma aleta de seção transversal constante.
dq′′x
O fluxo de calor em x + Δx pode ser expresso como q′′x +Δx = q′′x + Δx + que
dx
substituído em (1.2.64) leva à equação
dq′′x
− ΔxAc − ( pΔx ) h (T − T∞ ) = 0 (1.2.65)
dx
Usando a Lei de Fourier para expressar q′′x em função da temperatura resulta
d 2T
kAc 2 − hp (T − T∞ ) = 0 (1.2.66)
dx
A Eq. (1.2.66) expressa o balanço entre o calor que é conduzido e chega à posição x e o que
sai por convecção através da superfície da aleta. A Eq. (1.2.66) é uma EDO de segunda ordem
e requer, portanto duas condições de contorno para sua solução.
Aletas Longas. Considere, primeiro, o caso de aleta longa, de forma que na sua ponta tem –se
a seguinte condição de contorno:
T → T∞ quando x → ∞ (1.2.67)
A outra condição de contorno é obtida da hipótese de que sua raiz está na mesma temperatura
da parede base, ou seja,
T = Tb em x = 0 (1.2.68)
27
θ → 0 quando x → ∞ (1.2.72)
m é um parâmetro crucial do arranjo aleta-fluido, definido como
1/ 2
⎛ hp ⎞
m=⎜ ⎟ (1.2.73)
⎝ kAc ⎠
A solução Eq. (1.2.70) é do tipo
θ ( x ) = c1 exp ( − mx ) + c2 exp ( mx ) (1.2.74)
qb = qb′′Ac = θb ( kAc hp )
1/ 2
(1.2.78)
Aleta de Comprimento Finito com a Ponta Isolada. Muitos projetos não satisfazem o
critério de aleta longa; portanto, a aleta deve ser considerada de comprimento finito. Neste
caso, como a temperatura da ponta da aleta é diferente da temperatura ambiente, a taxa de
calor na ponta da aleta será
qtip = hAc ⎡⎣T ( L ) − T∞ ⎤⎦ (1.2.79)
28
Um passo intermediário antes deste caso mais geral é considerar a aleta com a ponta
isolada, caso em que se tem
dT dθ
= 0 ou = 0 em x = L (1.2.80)
dx dx
Este caso limite é uma boa aproximação para o caso
qb > qtip (1.2.81)
Este caso é ilustrado na Figura 1.2.10. A forma final da solução, após algumas
manipulações, é:
cosh ⎡⎣ m ( L − x ) ⎤⎦
θ = θb (1.2.84)
cosh ( mL )
Figura 1.2.10 Aleta com a ponta isolada (lado esquerdo) versus aleta com transferência de
calor na ponta ((lado direito)
⎛ dT ⎞
qb = Ac ⎜ −k ⎟
⎝ dx ⎠ x =0 (1.2.86)
= θb ( kAc hp ) tanh ( mL )
1/ 2
Pode-se demonstrar que o caso de aleta com a ponta isolada é satisfeito quando
1/ 2
qtip 1 ⎛ hAc ⎞
= ⎜ ⎟ << 1 (1.2.87)
qb senh ( mL ) ⎝ kp ⎠
Efeito de Transferência de Calor na Ponta. Neste caso, ilustrado, do lado direito da Figura
1.2.10, a condição de contorno é da forma
dθ
− kAc = hAcθ em x = L (1.2.88)
dx
A solução da Eq. (1.2.70) com as condições de contorno (1.2.71) e (1.2.88) é da forma
cosh ⎡⎣ m ( L − x ) ⎤⎦ + ( h / mk ) s en h ⎡⎣ m ( L − x ) ⎤⎦
θ = θb (1.2.89)
cosh ( mL ) + ( h / mk ) s en h ( mL )
A taxa de calor na base, neste caso, pode ser estimada da mesma forma que aleta da
ponta isolada, porém, corrigindo o comprimento, de tal forma que
⎛ dT ⎞
qb = Ac ⎜ −k ⎟
⎝ dx ⎠ x =0 (1.2.90)
= θb ( kAc hp ) tanh ( mLc )
1/ 2
t
Lc = L + (aleta plana) (1.2.92)
2
Para uma aleta de seção cilíndrica de diâmetro D constante tem-se
D
Lc = L + (pino ou aleta cilíndrica) (1.2.93)
4
30
dθ m s en h ⎡⎣ m ( L − x ) ⎤⎦ + ( h / k ) cosh ⎡⎣ m ( L − x ) ⎤⎦
= −θb (1.2.94)
dx cosh ( mL ) + ( h / mk ) s en h ( mL )
1/ 2
⎛ 2h ⎞
Lc ⎜ ⎟ (1.2.98)
⎝ kt ⎠
A Figura 1.2.12 mostra a eficiência para alguns perfis de aletas. Alternativamente, se
usa a efetividade da aleta como uma medida de sua performance. A efetividade ε f é definida
como
taxa total de transferencia de calor q
εf = = b (1.2.99)
taxa de transferencia de calor que deveria hAcθb
ocorrer atraves da area da base
na ausencia da aleta
A efetividade da aleta é também maior do que a efetividade global baseada na área superficial
projetada. A relação entre ε 0 e ε f é obtida pela combinação de (1.2.60), (1.2.62) e (1.2.99):
A0 , f A0 ,u
ε0 = ε f + (1.2.101)
A0 A0
d ⎛ dT ⎞
⎜ kAc ⎟ − hp (T − T∞ ) = 0 (1.2.104)
dx ⎝ dx ⎠
Figura 1.2.13 Condução longitudinal através de uma aleta de seção transversal variável.
33
na qual Aexp é área exposta da superfície da aleta, isto é, a área banhada pelo fluido. No caso
de aletas triangulares e parabólicas, apenas a área da seção transversal varia, mas não o
perímetro. No caso de uma aleta na foram de disco, Figura 1.2.14, ambos Ac e p variam.
dix dT
m ( ix − ix +Δx ) = − m Δx = − mc Δx
dx dx
Está implícita nesta derivação que a vazão mássica é conservada de uma seção
transversal para outra:
m = ρ AcU (1.2.109)
Figura 1.2.15 Conservação da energia num corpo longo com movimento sólido e geração
interna
35
θ → 0 quando x → ∞ (1.2.113)
Nestes casos pode desprezar efeitos variação de entalpia e considerar o efeito Joule
como geração interna, que é amortecido via condução no suporte, Figura 1.2.17. A equação a
ser resolvida neste caso é da forma:
d 2θ q′′′
2
− m 2θ + =0 (1.2.118)
dx k
sujeita às restrições:
θ = θb em x = 0 (1.2.119)
( )
independente de x , isto é, θ ≅ q′′′ / m 2 k . Isto mostra que a seção do cabo se torna cada vez
mais quente quando q′′′ cresce. Se o suporte será aquecido ou resfriado pelo cabo depende de
como significativo é o efeito de q′′′ . Pelo cálculo da taxa de transferência de calor através da
37
raiz do cabo (saindo do suporte) pode-se mostrar que o suporte será aquecido pelo cabo
( qb < 0 ) se
q′′′Ac
>1 (1.2.122)
hpθb
Quando o valor do grupo grandeza da Eq. (1.2.122) for unitário, o cabo inteiro estará
isotérmico.
Figura 1.2.17 Distribuição de temperatura num cabo elétrico com aquecimento volumétrico.
38
1 ∂T
qi = − k ; i = 1, 2,3 (1.3.3)
hi ∂xi
2
⎛ ∂x j ⎞
3
h = ∑⎜
2
⎟ (1.3.4)
j =1 ⎝ ∂ui ⎠
i
definidos como
∂T
q1 = − k (1.3.5a)
∂x
∂T
q2 = − k (1.3.5b)
∂y
∂T
q3 = − k (1.3.5c)
∂z
Para coordenadas cilíndricas ( r , θ , z ) resulta:
∂T
qr = − k (1.3.6a)
∂r
∂T
qθ = −k (1.3.6b)
r ∂θ
∂T
qz = − k (1.3.6c)
∂z
Para coordenadas esféricas ( r , θ , φ ) resulta:
∂T
qr = − k (1.3.7a)
∂r
∂T
qθ = −k (1.3.7b)
rsen (φ ) ∂θ
∂T
qφ = −k (1.3.7c)
r∂φ
40
∂T
∓ ki + γ iT = fi sobre Si , t > 0 (1.3.12)
∂nì Si
número, tal que cada superfície Si coincide com a superfície do sistema de coordenadas
∂T
ki + hT = fi sobre Si (1.3.14b)
∂nì
i
∂T j
ki i j = δ ij f i sobre Si
+ hT (1.3.15b)
∂nì
42
nas quais
i = 1, 2,… , s
j = 1, 2,… , s
⎧1 se i = j
δ ij = ⎨
⎩0 se i ≠ j
A solução para a distribuição de temperatura será a superposição das soluções dos problemas
mais simples na forma
s
T ( r ) = ∑ Tj ( r ) (1.3.16)
j =1
∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T
+ + = 0 em 0 < x < a, 0 < y < b, 0 < z < c (1.3.17a)
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
T = T0 em x = 0 ; T = T∞ em x = a (1.3.17b, c)
∂T ∂T
−k = q1′′ em y = 0 ; k + h1T = h1T∞ em y = b (1.3.17d, e)
∂y ∂y
∂T ∂T
−k = q2′′ em z = 0 ; k + h2T = h2T∞ em z = c (1.3.17f, g)
∂z ∂z
Como todas as condições de contorno são não homogêneas, inicialmente, faz a
seguinte mudança de variável θ = T − T∞ , que homogeneíza três condições de contorno
resultando
∂ 2θ ∂ 2θ ∂ 2θ
+ + = 0 em 0 < x < a, 0 < y < b, 0 < z < c (1.3.18a)
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
θ = θ 0 em x = 0 ; θ = 0 em x = a (1.3.18b, c)
∂θ ∂θ h1
−k = q1′′ em y = 0 ; + θ = 0 em y = b (1.3.18d, e)
∂y ∂y k
∂θ ∂θ h2
−k = q2′′ em z = 0 ; + θ = 0 em z = c (1.3.18f, g)
∂z ∂z k
Agora propõe-se a separação do problema (1.3.18) em três problemas mais simples,
cada um deles com apenas uma condição de contorno não homogênea, pela seguinte
superposição:
θ ( x, y, z ) = θ1 ( x, y, z ) + θ 2 ( x, y, z ) + θ3 ( x, y, z ) (1.3.19)
43
Problema 1
∂ 2θ1 ∂ 2θ1 ∂ 2θ1
+ + = 0 em 0 < x < a, 0 < y < b, 0 < z < c (1.3.20a)
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
θ1 = θ 0 em x = 0 ; θ1 = 0 em x = a (1.3.20b, c)
∂θ1 ∂θ h
= 0 em y = 0 ; 1 + 1 θ1 = 0 em y = b (1.3.20d, e)
∂y ∂y k
∂θ1 ∂θ h
= 0 em z = 0 ; 1 + 2 θ1 = 0 em z = c (1.3.20f, g)
∂z ∂z k
Problema 2
∂ 2θ 2 ∂ 2θ 2 ∂ 2θ 2
+ 2 + 2 = 0 em 0 < x < a, 0 < y < b, 0 < z < c (1.3.21a)
∂x 2 ∂y ∂z
θ 2 = 0 em x = 0 ; θ 2 = 0 em x = a (1.3.21b, c)
∂θ 2 ∂θ 2 h1
−k = q1′′ em y = 0 ; + θ 2 = 0 em y = b (1.3.21d, e)
∂y ∂y k
∂θ 2 ∂θ 2 h2
= 0 em z = 0 ; + θ 2 = 0 em z = c (1.3.21f, g)
∂z ∂z k
Problema 3
∂ 2θ 3 ∂ 2θ 3 ∂ 2θ3
+ + 2 = 0 em 0 < x < a, 0 < y < b, 0 < z < c (1.3.22a)
∂x 2 ∂y 2 ∂z
θ3 = 0 em x = 0 ; θ3 = 0 em x = a (1.3.22b, c)
∂θ3 ∂θ3 h1
= 0 em y = 0 ; + θ3 = 0 em y = b (1.3.22d, e)
∂y ∂y k
∂θ3 ∂θ h
−k = q2′′ em z = 0 ; 3 + 2 θ3 = 0 em z = c (1.3.22f, g)
∂z ∂z k
A solução de cada um dos três problemas por separação de variáveis fica na forma
θ ( x, y , z ) = X ( x ) Y ( y ) Z ( z ) (1.3.23)
que substituída em qualquer das três equações (1.3.20a) ou (1.3.21a) ou (1.3.22a) resulta após
algumas manipulações
1 d 2 X 1 d 2Y 1 d 2 Z
+ + =0 (1.3.24)
X dx 2 Y dy 2 Z dz 2
44
d 2Z
+η 2Z = 0 (1.3.28a)
dz 2
dZ
= 0 em z = 0 (1.3.28b)
dz
dZ
+ H 2 Z = 0 em z = c (1.3.28c)
dz
Para o problema 2 propõe-se a seguinte separação:
1 d2X 1 d 2Y 1 d 2Z
= − β 2
, = +γ 2
= β 2
+ η 2
e = −η 2 (1.3.29)
X dx 2 Y dy 2 Z dz 2
As equações separadas se tornam, então,
d2X
2
+ β2X = 0 (1.3.30a)
dx
X = 0 em x = 0 (1.3.30b)
X = 0 em x = a (1.3.30c)
d 2Y
2
− γ 2Y = 0 (1.3.31a)
dy
dY
+ H1Y = 0 em y = b (1.3.31b)
dy
d 2Z
2
+η 2Z = 0 (1.3.32a)
dz
dZ
= 0 em z = 0 (1.3.32b)
dz
45
dZ
+ H 2 Z = 0 em z = c (1.3.32c)
dz
d 2Z
−η 2 Z = 0 (1.3.36a)
dz 2
dZ
+ H 2 Z = 0 em z = c (1.3.36b)
dz
O Problema 1 requer a solução das equações (1.3.26), (1.3.27) e (1.3.28). A solução
das equações (1.3.27) e (1.3.28) correspondem ao caso 4 da Tabela 1.3.2, portanto, são da
forma
Y ( γ n , y ) = cos ( γ n y ) ; γ ntg ( γ nb ) = H1 (1.3.37a)
Z (η p , z ) = cos (η p z ) ; η p tg (η p c ) = H 2 (1.3.37b)
em que
β m2 = β np2 = γ n2 + η p2 (1.3.38)
∞ ∞
θ1 ( x, y, z ) = ∑∑ cnp senh ⎡⎣ β np ( a − x ) ⎤⎦ cos ( γ n y ) cos (η p z ) (1.3.39)
n =1 p =1
d2X
Tabela 1.3.2 – Solução, Norma e Autovalores da Equação + β 2 X = 0 em 0 < x < L para
dx 2
as condições de contorno mostradas na Tabela.
No. Condições Condições Autofunções. Inverso da norma Autovalores
de Contorno de Contorno X ( βm , x ) 1/ N ( β m ) são as raízes
1 dX dX β m cos β m x + 2 tg β m L =
− + H1 X = 0 + H2 X = 0
dx dx + H1senβ m x ⎛ H β 2 + H12 ( ) ⎞ β m ( H1 + H 2 )
⎜ ( m 1 )
⎜L β2 + H2 + 2 m
β m2 + H 22
⎟+H
⎟ 1
β m2 − H1H 2
⎝ ⎠
2 −
dX
+ H1 X = 0
dX
=0
cos β m ( L − x ) (
2 β m2 + H12 ) β mtg β m L = H1
( )
dx dx
L β m2 + H12 + H1
3 −
dX
+ H1 X = 0 X =0 senβ m ( L − x ) (
2 β m2 + H12 ) β m ctg β m L = − H1
( )
dx
L β m2 + H12 + H1
4 dX
=0
dX
+ H2 X = 0
cos β m x
(
2 β m2 + H 22 ) β mtg β m L = H 2
( )
dx dx
L β m2 + H 22 + H 2
5 dX dX * cos β m x 2 senβ m L = 0
=0 =0 para β m ≠ 0
dx dx L
1
para β m = 0
L
6 dX X =0 cos β m x 2 cos β m L = 0
=0
dx L
7 X =0 dX
+ H2 X = 0
senβ m x
(
2 β m2 + H 22 ) β m ctg β m L = − H 2
( )
dx
L β m2 + H 22 + H 2
8 X =0 dX senβ m x 2 cos β m L = 0
=0
dx L
9 X =0 X =0 senβ m x 2 senβ m L = 0
L
47
cos ( γ i y ) dy e cos (η q z ) dz e
b c
Operando ambos os lados da equação (1.3.40) por ∫
0 ∫
0
sen ( γ nb ) sen (η p c )
θ0 = cnp senh ( β np a ) N n N p (1.3.41)
γn ηp
da qual se obtém
sen ( γ nb ) sen (η p c ) 1
cnp = θ 0 (1.3.42)
γn ηp senh ( β np a ) N n N p
1
=
(
2 γ n2 + H12
;
1
=
)
2 η p2 + H 22 ( ) (1.3.44)
( )
N n b γ n2 + H12 + H12 N p c η p2 + H 22 + H 2 ( )
A solução da equação (1.3.31a) que satisfaz (1.3.31b) pode ser encontrada e é do tipo
Y ( γ n , y ) = γ n cosh ⎡⎣γ n ( b − y ) ⎤⎦ + H1senh ⎡⎣γ n ( b − y ) ⎤⎦ (1.3.46)
na qual
γ n2 = γ mp
2
= β m2 + η p2 (1.3.47)
∞ ∞ ⎧γ mp cosh ⎡γ mp ( b − y ) ⎤ + ⎫
⎪ ⎣ ⎦ ⎪
θ 2 ( x, y, z ) = ∑∑ cmp sen ( β m x ) ⎨ ⎬ cos (η p z ) (1.3.48)
m =1 p =1
⎩⎪ 1
H senh ⎡γ
⎣ mp ( b − y ) ⎤
⎦ ⎭⎪
da qual se obtém
48
⎪ sen h ⎣⎡γ mp ( b − y ) ⎦⎤ + ⎪
∂θ 2 ( x, y, z ) ∞ ∞ ⎧γ mp
2
⎫
−k = k ∑∑ cmp sen ( β m x ) ⎨ ⎬ cos (η p z ) (1.3.49)
∂y m =1 p =1 ⎪⎩+γ mp H1 cos h ⎡⎣γ mp ( b − y ) ⎤⎦ ⎪⎭
⎧γ mp cosh ⎡γ mp ( b − y ) ⎤ + ⎫
⎪ ⎣ ⎦ ⎪
sen ( β m x ) ⎨ ⎬ cos (η p z )
q′′
θ 2 ( x, y, z ) = 1 ∑∑ ⎣
m ⎦ ( p)
∞ ∞ ⎡1 − cos ( β a ) ⎤ sen η c +
⎩⎪ 1 H senh ⎡γ
⎣ mp ( b − y ) ⎤
⎦ ⎭⎪
k m =1 p =1 βm Nm ηpNp γ mp sen h ( γ mp b ) + γ mp H1 cos h ( γ mp b )
2
(1.3.52)
1 2 1 2 (η p2 + H 22 )
= ; = (1.3.53)
N m a N p c (η p2 + H 22 ) + H 2
na qual
η p2 = η mn
2
= β m2 + γ n2 (1.3.55)
(1.3.56)
⎡ ⎛ x ⎞2 ⎤ ⎡ ⎛ y ⎞2 ⎤
T ( x, y ) = T∞ + θ max ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ (1.3.59)
⎢⎣ ⎝ L / 2 ⎠ ⎥⎦ ⎢⎣ ⎝ H / 2 ⎠ ⎥⎦
L/2 H /2 ⎛ ∂ 2T ∂ 2T ⎞ q′′′
∫− L / 2 ∫− H / 2 ⎝ ∂x 2 ∂y 2 ⎠
⎜ + ⎟dxdy = −
k
HL (1.3.60)
∂ 2T 8θ ⎡ ⎛ y⎞ ⎤
2
= − max ⎢ 1 − 4 ⎜ ⎟ ⎥ (1.3.61a)
∂x 2
L2 ⎢⎣ ⎝ H ⎠ ⎥⎦
∂ 2T 8θ max ⎡ ⎛x⎞ ⎤
2
=− ⎢1 − 4 ⎜ ⎟ ⎥ (1.3.61b)
∂y 2 H 2 ⎣⎢ ⎝ L ⎠ ⎦⎥
16 ⎛ H 2 + L2 ⎞ q′′′
− θ max ⎜ ⎟ = − HL (1.3.62)
3 ⎝ HL ⎠ k
O método gráfico é ilustrado na Figura 1.3.1. Suponha o caso de uma região retangular
com as faces esquerda e direita isoladas termicamente. Suponha que o topo esteja numa
temperatura mais alta do que o fundo. As linhas horizontais serão linhas isotérmicas, normais
a estas linhas têm-se as linhas de fluxo, que serão as linhas verticais. A taxa total de calor que
entra na parede superior é suposta ser composta de n mini-correntes de igual dimensão, cada
obtida como
q
qi = ( i = 1, 2,… , n ) (1.3.70)
n
52
Cada mini-corrente escoa através de um tubo de calor, isto é, o espaço entre duas linhas de
fluxo adjacentes.
Figura 1.3.1 – Malhas de isotermas e linhas de fluxos: (a) malha quadrada; (b) malha curva
O desenho das linhas de fluxo e das isotermas formam uma malha ou grade. Suponha
que a dimensão de cada malha seja Δx × Δy . Se a dimensão vertical for dividida em m malhas,
pode-se estimar a variação de temperatura em um malha como
Th − Tc
ΔT j = ( j = 1, 2,… , m ) (1.3.71)
m
De acordo com a lei de Fourier, a mini-corrente que passa através do quadrado ( i, j ) é
ΔT j
qi = k ΔxW = kW ΔT j (1.3.72)
Δy
na qual W é a dimensão normal ao plano da folha. Pela combinação das equações (1.3.70)-
(1.3.72) pode-se obter a taxa total de transferência de calor
n
q= Wk (Th − Tc ) (1.3.73)
m
Na equação (1.3.73), define-se o que se chama de fator de forma como
53
n
S= W (1.3.74)
m
Este procedimento que resultou na Eq. (1.3.73) se aplica mesmo no caso das linhas
isotermas e de fluxo serem curvas. Existem nos livros de transferência de calor fatores de
forma para várias configurações.
na qual
ke Δy
aE = (1.3.79a)
( δ x )e
k w Δy
aW = (1.3.79b)
(δ x ) w
kn Δx
aN = (1.3.79c)
(δ y )n
k s Δx
aS = (1.3.79d)
(δ y ) s
a p = aE + aW + aN + aS − S P ΔxΔy (1.3.79e)
b = SC ΔxΔy (1.3.79f)
55
na qual
ke ΔyΔz
aE = (1.3.81a)
( δ x )e
k w ΔyΔz
aW = (1.3.81b)
(δ x ) w
kn ΔxΔz
aN = (1.3.81c)
(δ y )n
k s ΔxΔz
aS = (1.3.81d)
(δ y ) s
kt ΔxΔy
aT = (1.3.81e)
( δ z )t
kb ΔxΔy
aB = (1.3.81f)
( δ z )b
a p = aE + aW + aN + aS + aT + aB − S P ΔxΔyΔz (1.3.81g)
b = SC ΔxΔyΔz (1.3.81h)
No caso de problemas tridimensionais, a equação (1.3.80) sugere um arranjo
heptadiagonal.
No caso em que se usa o método clássico de diferenças finitas pode-se ter as três
seguintes aproximações para o gradiente de temperatura num ponto i, j , Figura 1.3.3,
∂T ΔT T ( i + 1, j ) − T ( i − 1, j )
≈ = (1.3.82a)
∂x Δx 2Δx
∂T ΔT T ( i, j ) − T ( i − 1, j )
≈ = (1.3.82b)
∂x Δx Δx
56
∂T ΔT T ( i + 1, j ) − T ( i, j )
≈ = (1.3.82c)
∂x Δx Δx
∂ ⎛ ∂T ⎞ k ⎡⎣T ( i + 1, j ) − T ( i, j ) − T ( i, j ) + T ( i − 1, j ) ⎤⎦
⎜k ⎟≈ =
∂x ⎝ ∂x ⎠ ( )
2
Δ x
(1.3.83)
k ⎡T ( i + 1, j ) − 2T ( i, j ) + T ( i − 1, j ) ⎤⎦
= ⎣
( Δx )
2
Analogamente, tem-se
∂ ⎛ ∂T ⎞ k ⎡⎣T ( i, j + 1) − T ( i, j ) − T ( i, j ) + T ( i, j − 1) ⎤⎦
⎜k ⎟≈ =
∂y ⎝ ∂y ( Δy )
2
⎠
(1.3.84)
k ⎡⎣T ( i, j + 1) − 2T ( i, j ) + T ( i, j − 1) ⎤⎦
=
( Δy )
2
na qual
57
1
a=− (1.3.87a)
( Δy )
2
1
b=− (1.3.87b)
( Δx )
2
2 2
c= + (1.3.87c)
( Δx ) ( Δy )
2 2
q′′′
di , j = (1.3.87d)
k
O método de elementos finitos, ilustrado na Figura 1.3.4, também tem sido usado para
se resolver a equação de condução, devido sua versatilidade para discretizção de domínios
complexos
( )
∇i k ∇T + q′′′ = 0 (1.3.88)
∫Ωe
W ∇ik ∇Td Ω + ∫ Wq′′′d Ω = 0
Ωe
∂T
∫Ωe
∇W ik ∇Td Ω = ∫ Wk
Γe ∂n
d Γ + ∫ Wq′′′d Ω
Ωe
na qual
T
⎧ N1 ⎫ ⎧T1 ⎫
⎪N ⎪ ⎪T ⎪
⎪ ⎪ ⎪ ⎪
N =⎨ 2 ⎬ ; {T } e
=⎨ 2 ⎬ (1.3.91a, b)
⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎪⎩ N Ne ⎪⎭ ⎪⎩TNe ⎪⎭
W = N (1.3.92)
Figura 1.3.4 – Malhas de elementos finitos: (a) elementos triangulares; (b) elementos
quadrilaterais.
{ } { }
⎡⎣ K e ⎤⎦ T e = Q e (1.3.94)
definidos por
⎛ ∂N ∂N j ∂N i ∂N j ⎞
K ije = ∫ k ⎜ i + ⎟dxdy (1.3.95)
Ωe
⎝ ∂x ∂x ∂y ∂y ⎠
∂T
Qie = ∫ N i k d Γ + ∫ N i q′′′dxdy (1.3.96)
Γe ∂n Ωe
59
O primeiro termo do lado direito da Eq. (1.3.96) será avaliado somente nos elementos
que tenha um contorno coincidindo com o contorno externo do domínio com fluxo de calor
especificado. Se o domínio for discretizado em um número de elementos Nelem, considerando
a contribuição de todos os elementos, resultará a forma matricial,
[ K ]{T } = {Q} (1.3.97)
∑ {Q }
Nelem Nelem
[K ] = ∑ ⎡⎣ K e ⎤⎦ ; {Q} = e
(1.3.98)
e =1 e =1
∂ ⎛ ∂T ⎞
⎜⎜ kij ⎟⎟ + q′′′ = 0 (1.3.99)
∂xi ⎝ ∂x j ⎠
Em tal caso, a matriz ⎡⎣ K e ⎤⎦ será definida na forma para um problema tridimensional:
Qualquer que seja o método numérico empregado para solução de uma equação
diferencial parcial, o resultado final é a obtenção de um sistema algébrico de equações que
pode ser escrito na seguinte forma genérica:
AT = B (1.3.102)
na qual A é a matriz de coeficientes que depende da geometria, das propriedades do material,
etc. T é o vetor de incógnitas das temperaturas em pontos do domínio que depende do
método de discretização. B é o vetor de termos fontes, etc.
Existem vários métodos de solução: diretos e iterativos que podem ser encontrados na
literatura.
Trata-se de um método direto, mas nem sempre pode ser aplicado, por exemplo,
quando a matriz A depende de T , o que torna o problema não linear. Em essência o método
consiste em multiplicar pela esquerda a Eq. (1.3.102) pela inversa de A , ou seja, por A−1
A−1 AT = A−1 B ⇔ IT = A−1 B ⇔ T = A−1 B (1.3.103)
A solução para T pode também ser escrita na forma:
T =C (1.3.104)
em que
C = A−1 B (1.3.105)
i −1 n
Dado To fazer Ti( k ) = Ti( k −1 ) + ( bi − ∑ aijT j( k ) − ∑ aijT j( k −1 ) ) / aii , k = 1, 2, 3,.... (1.3.106).
j =1 j =i +1
n
∑ aijTˆ j( k ) , onde Tˆ (k) = ( T1( k ) ,T2( k ) Ti(−1k ) ,Ti( k −1 ) Tn(−k1−1 ) ,Tn( k −1 ) )T (1.3.108)
j =1
61
Portanto, basta manter o vetor T atualizado e utilizar esta informação assim que se torne
disponível. Abaixo apresenta-se o algoritmo baseado na equação (1.3.106)
( )
q′′As ,h + qg − h (T − T∞ ) As ,c − εσ T 4 − Tviz4 As ,r = ρVc
dT
dt
(1.4.2)
A equação (1.4.2) é uma equação diferencial ordinária não linear que pode ser rearranjada na
forma
⎡
q′′As ,h + qg − ⎢ hAs ,c + εσ
(
T 4 − Tviz4 )
⎤
As ,r ⎥ (T − T∞ ) = ρVc
dT
(1.4.3)
⎢⎣ (T − T∞ ) ⎥⎦ dt
dθ he (θ ) As ,c ⎛ q′′As ,h + qg ⎞
+ θ −⎜ ⎟=0 (1.4.4)
dt ρVc ⎝ ρVc ⎠
na qual
⎡
he (θ ) = ⎢ h + εσ
(
T 4 − Tviz4 As ,r ⎤
⎥
) (1.4.5)
⎢⎣ (T − T∞ ) As ,c ⎥⎦
Definindo
he As ,c q′′As ,h + qg
a= ; b= (1.4.6)
ρVc ρVc
a equação (1.4.4) pode ser reescrita como
dθ ( t )
+ a ( t )θ ( t ) − b ( t ) = 0 (1.4.7)
dt
com a condição inicial
θ ( 0 ) = θi (1.4.8)
( 0 ) (
θ ( t ) = θi exp − ∫ a ( t ′ ) dt ′ + exp − ∫ a ( t ′ ) dt ′
t
0
t
) ∫ b (t′) exp ( −∫ a (t′′) dt′′) dt′
0
t t′
0
(1.4.9)
r02
t << T ≅ T ( r ,t ) (1.4.14)
α
o modelo de capacitância concentrada não é mais válido. Neste caso o modelo de sólido semi-
infinito é mais apropriado, Figura 1.4.2. Três casos são de interesse: temperatura constante no
contorno, fluxo de calor constante no contorno ou superfície em contato com um fluido.
Condições de contorno:
T = T∞ em x = 0 (1.4.17)
T → Ti em x → ∞ (1.4.18)
A solução das equações (1.4.15) por ser pelo uso de variável de similaridade, desta
forma, define-se
x
η= (1.4.19)
αt
Os termos da Eq. (1.4.15) podem ser transformados como
∂T dT ∂η dT 1
= = (1.4.20)
∂x dη ∂x dη α t
∂ 2T d ⎛ ∂T ⎞ ∂η d 2T 1
= ⎜ ⎟ = (1.4.21)
∂x 2 dη ⎝ ∂x ⎠ ∂x dη 2 α t
∂T dT ∂η dT ⎛ x ⎞
= = ⎜ − 3/ 2 ⎟
(1.4.22)
∂t dη ∂t dη ⎝ 2 α ⋅ t ⎠
Que substituídos em (1.4.15) leva à equação:
d 2T η dT
+ =0 (1.4.23)
dη 2 2 dη
Com as condições de contorno, agora, representadas por
T = T∞ em η = 0 (1.4.24)
T → Ti em η → ∞ (1.4.25)
A Eq. (1.4.23) pode ser rearranjada como
d (T ′ ) η dT
= dη , T ′ = (1.4.26)
T′ 2 dη
Integrando duas vezes em η , a equação (1.4.26) leva ao seguinte resultado:
66
η2
lnT ′ = − + ln C1 (1.4.27)
4
dT ⎛ η2 ⎞
= C1 exp ⎜ − ⎟ (1.4.28)
dη ⎝ 4 ⎠
η ⎡⎛ β ⎞ 2 ⎤
T = C1 ∫ exp ⎢⎜ − ⎟ ⎥ d β + C2 (1.4.29)
0
⎢⎣⎝ 2 ⎠ ⎥⎦
η ⎡⎛ β ⎞ 2 ⎤
T − T∞ = C1 ∫ exp ⎢⎜ − ⎟ ⎥ d β (1.4.30)
⎣⎢⎝ 2 ⎠ ⎦⎥
0
d 2
⎡⎣ erf ( x ) ⎤⎦ = 1 / 2 = 1,1284 (1.4.32)
dx x =0
π
O lado direito da equação (1.4.30) pode ser reformulado como
η ⎡⎛ β ⎞ 2 ⎤ ⎛ β ⎞
T − T∞ = 2C1 ∫ exp ⎢⎜ − ⎟ ⎥ d ⎜ ⎟
0
⎢⎣⎝ 2 ⎠ ⎥⎦ ⎝ 2 ⎠
η/2
= 2C1 ∫ exp ⎡( − m ) ⎤ dm
2
0 ⎣ ⎦ (1.4.33)
π 1/ 2
2 η/2
1 / 2 ∫0
exp ⎡( − m ) ⎤ dm
2
= 2C1
2 π ⎣ ⎦
= C3erf (η / 2 )
T ( x,t ) − T∞ ⎡ x ⎤
= erf ⎢ ⎥ (1.4.34)
Ti − T∞ ⎢⎣ 2 (α t ) ⎥⎦
1/ 2
φ → 0 em x → ∞ (1.4.40b)
De acordo com o item 1.4.5.1, a solução de (1.4.38) é da forma
⎛ x ⎞
φ = C1erf ⎜ ⎟ + C2 (1.4.41)
⎝ 2 αt ⎠
Usando as condições de contorno (1.4.40a, b) obtém-se C1 = − q0′′ e C2 = q0′′ , e, portanto,
⎡ ⎛ x ⎞⎤ ⎛ x ⎞
φ = q0′′ ⎢1 − erf ⎜ ⎟ ⎥ = q0′′erfc ⎜ ⎟ (1.4.42)
⎣ ⎝ 2 α t ⎠⎦ ⎝ 2 αt ⎠
Substituindo (1.4.42) em (1.4.37) resulta
∂T q′′ ⎛ x ⎞
= − 0 erfc ⎜ ⎟ (1.4.43)
∂x k ⎝ 2 αt ⎠
que integrada leva ao resultado
q0′′ ∞ ⎛ x ⎞
T =−
k ∫x
erfc ⎜ ⎟dx + C
⎝ 2 αt ⎠
(1.4.44)
Após integração por partes da integral na eq, (1.4.44) obtém-se e determinado a constante C
obtém-se a solução para T ( x,t ) na forma
2q0′′ ⎛ α t ⎞ ⎛ x 2 ⎞ q0′′x ⎛ x ⎞
T ( x,t ) − Ti = ⎜⎜ ⎟⎟ exp ⎜ − ⎟− erfc ⎜ ⎟ (1.4.45)
k ⎝ π ⎠ ⎝ 4α t ⎠ k ⎝ 2 αt ⎠
68
2q0′′ ⎛ α t ⎞
T0 = Ti + ⎜ ⎟ (1.4.46)
k ⎜⎝ π ⎟⎠
solução do problema:
- equação de condução
∂ 2θ 1 ∂θ
= (1.4.49)
∂x 2 α ∂t
- condição inicial
θ = θi em t = 0 (1.4.50)
69
- condições de contorno
∂θ
= 0 em x = 0 (1.4.51)
∂x
∂θ
−k = hθ em x = L (1.4.52)
∂x
Pelo procedimento de separação de variáveis, adotando θ ( x,t ) = X ( x )τ ( t ) , obtém-se
d2X
2
+ λ2x = 0 (1.4.53)
dx
dX
= 0 em x = 0 (1.4.54)
dx
dX h
+ X = 0 em x = L (1.4.55)
dx k
dτ
= −αλ 2 dt (1.4.56)
τ
A solução de (1.4.53) a (1.4.55) corresponde ao caso 4 da Tabela 4.2, sendo da forma:
⎛ x⎞
X = cos ⎜ λm L ⎟ (1.4.57)
⎝ L⎠
A solução de (1.4.56) é do tipo:
τ = C exp ( −αλ 2t ) (1.4.58)
das autofunções
θi ∫ cos ( λm x ) dx = Cm ∫ cos 2 ( λm x ) dx
L L
(1.4.61)
0 0
θ ( x,t ) T ( x,t ) − T∞
=
θi Ti − T∞
(1.4.63)
∞ sen ( am ) ⎛ x⎞ ⎛ αt ⎞
= 2∑ cos ⎜ am ⎟ exp ⎜ − am2 2 ⎟
m =1 am + sen ( am ) cos ( am ) ⎝ L⎠ ⎝ L ⎠
na qual
hL
amtg ( am ) = , am = λm L (1.4.64)
k
T − T∞
Na forma adimensional , a temperatura depende de três grupos adimensionais:
Ti − T∞
x αt hL
, Fo = 2 , Bi = (1.4.65)
L L k
na qual Fo e Bi são os números de Fourier e de Biot respectivamente.
A temperatura no plano médio da placa pode ser calculada fazendo x = 0 na eq.
(1.4.63), resultando
Tc − T∞ ∞ sen ( am )
= 2∑ (
exp − am2 Fo ) (1.4.66)
Ti − T∞ m =1 am + sen ( am ) cos ( am )
Q ( t ) = WH ∫ q′′dt
t
(1.4.69)
0
na qual
⎛ ∂T ⎞
q′′ = − k ⎜ ⎟ (1.4.70)
⎝ ∂x ⎠ x = L
71
- condições de contorno
∂θ
= 0 em r = 0 (1.4.73)
∂r
∂θ
−k = hθ em r = ro (1.4.74)
∂r
A separação de variáveis agora é proposta como θ ( r,t ) = R ( r )τ ( t ) , que resulta em
d 2 R 1 dR
2
+ + λ2R = 0 (1.4.75)
dr r dr
dR
= 0 em r = 0 (1.4.76)
dr
dR h
+ R = 0 em r = ro (raio externo) (1.4.77)
dr k
A equação na variável tempo é idêntica à do caso do item 1.4.3.1. A solução geral da eq.
(1.4.75) é do tipo:
R = C1 J 0 ( λ r ) + C2Y0 ( λ r ) (1.4.78)
bn J1 ( bn ) − BiJ 0 ( bn ) = 0 (1.4.81)
1.4.3.3 Esfera
- condições de contorno
∂θ
= 0 em r = 0 (1.4.84)
∂r
∂θ
−k = hθ em r = ro (1.4.85)
∂r
- condições de contorno
φ = 0 em r = 0 (1.4.88)
∂φ ⎛ h 1 ⎞
+ ⎜ − ⎟ φ = 0 em r = ro (1.4.89)
∂r ⎝ k ro ⎠
73
na qual
⎛ hro ⎞
λm r0 ctg ( λm ro ) = − ⎜ − 1⎟ (1.4.91)
⎝ k ⎠
Aplicando a condição inicial obtém-se
∞
rθi = ∑ Cm sen ( λm r ) (1.4.92)
m =1
das autofunções
θi ∫ r s en ( λm r ) dr = Cm ∫ s en 2 ( λm r ) dr
r0 r0
(1.4.93)
0 0
na qual
2 ⎡ sen ( sm ) − sm cos ( sm ) ⎤⎦
Km = ⎣ (1.4.96)
sm − sen ( sm ) cos ( sm )
αt hro
Fo = 2
, Bi = (1.4.98)
r
o k
Tanto no caso do cilindro quanto da esfera são apresentados resultados similares ao
caso da placa de espessura finita.
74
Bejan (1993) mostra que a taxa total de transferência de calor pode ser calculada como
Q (t ) ⎛Q⎞ ⎛Q⎞ ⎛Q⎞ ⎛Q⎞
= ⎜ ⎟ +⎜ ⎟ −⎜ ⎟ ⎜ ⎟ (1.4.103)
Qi ⎝ Qi ⎠ L ⎝ Qi ⎠ H ⎝ Qi ⎠ L ⎝ Qi ⎠ H
75
Outras soluções para outras geometrias podem ser obtidas da mesma maneira.
Considere o caso de um cilindro curto de comprimento 2 L e raio externo ro , como ilustrado
na Figura 1.4.4.
76
Figura 1.4.5 – Determinação da temperatura dependente do tempo numa placa e num cilindro
semi-infinitos.
77
O calculo da taxa total de transferência de calor é feito nos casos das equações
(1.4.104) a (1.4.106) por uma equação similar à eq. (1.4.103)
Finalmente, no caso de um paralelepípedo, como ilustrado na Figura 1.4.6, a solução
tridimensional pode ser obtida como
⎡ θ ( x, y,z,t ) ⎤ ⎡ θ ( x,t ) ⎤
⎢ ⎥ =⎢ ⎥
⎣ θi ⎦ barra , ⎣ θi ⎦ placa ,
2 L× 2 H L = metade da espessura
⎡ θ ( y,t ) ⎤
×⎢ ⎥ (1.4.107)
⎣ θi ⎦ Hplaca ,
= metade da espessura
⎡ θ ( z,t ) ⎤
×⎢ ⎥
⎣ θi ⎦Wplaca ,
= metade da espessura
A taxa total de transferência de calor neste caso, de acordo com Bejan (1993) é
calculada como
Q (t ) ⎛ Q ⎞ ⎛ Q ⎞ ⎡ ⎛ Q ⎞ ⎤ ⎛ Q ⎞ ⎡ ⎛ Q ⎞ ⎤⎡ ⎛ Q ⎞ ⎤
= ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ + ⎜ ⎟ ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ (1.4.108)
Qi ⎝ Qi ⎠ L ⎝ Qi ⎠ H ⎢⎣ ⎝ Qi ⎠ L ⎥⎦ ⎝ Qi ⎠W ⎢⎣ ⎝ Qi ⎠ L ⎥⎦ ⎢⎣ ⎝ Qi ⎠ H ⎥⎦
78
∂ 2θ 1 ∂θ
= (1.4.109)
∂x 2 α ∂t
Uma solução que satisfaz (1.4.109) pode ser do tipo:
K ⎛ x2 ⎞
θ ( x,t ) = exp ⎜ − ⎟ (1.4.110)
αt ⎝ 4α t ⎠
na qual K é uma constante.
Integrando a eq. (1.4.110) resulta
∞ ∞ K ⎛ x2 ⎞
∫ θ ( x,t ) dx = ∫ exp ⎜ − ⎟ dx (1.4.111)
−∞ −∞
αt ⎝ 4α t ⎠
Após um rearranjo a eq. (1.4.111) pode ser escrita como
79
∞ ⎧⎪ 2 −∞ ⎡ ⎛ η ⎞2 ⎤ ⎛ dη ⎞ 2 ∞ ⎡ ⎛ η ⎞ 2 ⎤ ⎛ dη ⎞ ⎫⎪
∫ θ ( x,t ) dx = K π 1 / 2 ⎨− ∫ exp ⎢ − ⎜ ⎟ ⎥ ⎜ ⎟ + 1/ 2 ∫ exp ⎢ − ⎜ ⎟ ⎥ ⎜ ⎟⎬
⎩⎪ π ⎣⎢ ⎝ 2 ⎠ ⎦⎥ ⎝ 2 ⎠ π ⎣⎢ ⎝ 2 ⎠ ⎦⎥ ⎝ 2 ⎠ ⎭⎪
−∞ 1/ 2 0 0
=K π 1 / 2 ⎡⎣ −erf ( −∞ ) + erf ( ∞ ) ⎤⎦
=K π 1 / 2 ⎡⎣ − ⎡⎣ −erf ( ∞ ) ⎤⎦ + erf ( ∞ ) ⎤⎦ (1.4.112)
=K π 1 / 2 2erf ( ∞ )
=2π 1 / 2 K
A integral do lado esquerdo da eq. (1.4.112) é proporcional ao inventário de energia interna
do de meio inteiro:
∞ ∞ ∞
∫ ρ ( u − u∞ ) Adx = ∫ ρ c (T − T∞ ) Adx = ρ cA∫ θ dx (1.4.113)
−∞ −∞ −∞
Q′′ ⎛ x2 ⎞
θ ( x,t ) = exp ⎜ − ⎟ (fonte plana instantânea) (1.4.116)
2 ρ c πα t ⎝ 4α t ⎠
Fórmulas similares podem ser obtidas para fontes no formato de linha ou fontes
pontuais. Em tais casos tem-se
Q′ ⎛ r2 ⎞
θ ( r,t ) = exp ⎜ − ⎟ (fonte linha instantânea) (1.4.117)
4 ρ cπα t ⎝ 4α t ⎠
Q ⎛ r2 ⎞
θ ( r,t ) = exp ⎜ − ⎟ (fonte ponto instantânea) (1.4.118)
8ρ c (πα t ) ⎝ 4α t ⎠
3/ 2
distribuição de temperatura
Q0′′ ⎛ x2 ⎞
θ 0 ( x,t ) = exp ⎜ − ⎟ (1.4.119)
2 ρ c πα t ⎝ 4α t ⎠
Assuma também que no instante t = t1 , o plano x = 0 recebe uma nova fonte, Q1′′ . Se
esta nova fonte ocorrer só, ou seja, sem a presença de Q0′′ , então a variação de temperatura
Q1′′ ⎡ x2 ⎤
θ1 ( x,t ) = exp ⎢ − ⎥ (1.4.120)
2 ρ c πα ( t − t1 ) ⎢⎣ 4α ( t − t1 ) ⎥⎦
θ ( x, t ) = θ 0 + θ1 + θ 2 + + θn (1.4.122)
( )
na qual q′′ W / m 2 é o depósito de calor por unidade de área e tempo, e Δt é a curta duração
θ ( x, t ) = ∫ θi dτ
t
t q′′ ⎡ x2 ⎤ (1.4.124)
=∫ exp ⎢ − ⎥ dτ
0
2 ρ c πα ( t − τ ) ⎢⎣ 4α ( t − τ ) ⎥⎦
No integrando, a variável muda τ marca o tempo quando cada adicional fonte q′′dτ
entra em ação. Quando a integral (1.4.124) é avaliada o resultado é a distribuição de
temperatura próxima ao plano x = 0 em que fontes contínuas q′′ são ligadas no tempo t = 0 :
q′′ ⎛ t ⎞ ⎛ x 2 ⎞ q′′ x ⎛ x ⎞
θ ( x,t ) = ⎜⎜ ⎟⎟ exp ⎜− ⎟− erfc ⎜ ⎟ (fonte plana contínua) (1.4.125)
ρ c ⎝ πα ⎠ ⎝ 4α t ⎠ 2k ⎝ 2 αt ⎠
No plano x = 0 tem-se
q′′ ⎛ t ⎞
1/ 2
θ ( 0,t ) =
ρ c ⎜⎝ πα ⎟⎠
(1.4.126)
o que mostra que mesmo que a fonte plana persista em nível constante q′′ , a temperatura na
fonte plana e no meio aumenta quando o tempo t cresce.
As distribuições de temperatura também podem ser obtidas de forma similar para
fontes linhas e pontuais contínuas. No caso de fontes linhas, pela eq. (1.4.117) pode obter
q′ ∞ e−u
θ ( r,t ) = ∫ du (fonte linha contínua) (1.4.127)
4π k r 2 / 4α t u
Em um tempo suficientemente longo e/ou para distâncias radiais pequenas, onde o grupo
r 2 / 4α t é menor do que 1, a distribuição de temperatura se aproxima por
q′ ⎡ ⎛ 4α t ⎞ ⎤ ⎛ r2 ⎞
θ ( r, t ) ≅ ⎢ ln ⎜ r 2 ⎟ − 0,5772 ⎥ ⎜ ⎟ << 1 (1.4.128)
4π k ⎣ ⎝ ⎠ ⎦ ⎝ 4α t ⎠
82
O efeito de uma fonte pontual contínua pode ser determinado pela superposição de um
grande número de fontes pontuais instantâneas de igual tamanho:
q ⎛ r2 ⎞
θ ( r,t ) = e rfc ⎜ − ⎟ (fonte pontual contínua) (1.4.129)
4π kr ⎝ 2 αt ⎠
Lembrando que erfc ( 0 ) = 1 , pode-se concluir que na medida em que o tempo cresce e o
⎣ ⎦
temperatura se estabiliza no nível
q
θ ( r,∞ ) = (1.4.130)
4π kr
As mesmas fórmulas e equações se aplicam para o caso de sumidouros instantâneos e
contínuos, pela simples troca dos sinais de ( Q′′, Q′, Q, q′′, q′, q ) nas respectivas equações.
1/ 2
⎛U ⎞
η = y⎜ ⎟ (1.4.135)
⎝αx ⎠
as quais substituídas em (1.4.131) a (1.4.133) resulta
d 2θ η dθ 1
+ + θ =0 (1.4.136)
dη 2 2 dη 2
θ = 0 em η = ±∞ (1.4.137)
∞
∫−∞
θ dη = 1 (1.4.138)
θ = Ce−η
2
/4
(1.4.139)
a qual substituída em (1.4.138) leva ao resultado para a constante C
∞
C ∫ e −η / 4 dη = 1
2
−∞
⎡ ∞ −⎜⎛ η ⎟⎞ ⎛ η ⎞ ⎤
2
2C ⎢ ∫ e ⎝ 2 ⎠ d ⎜ ⎟ ⎥ = 1
⎢ −∞ ⎝ 2 ⎠ ⎥⎦
⎣
⎡ 0 −⎛⎜ η ⎞⎟ ⎛ η ⎞ ∞ −⎛⎜ η ⎞⎟ ⎛ η ⎞ ⎤
2 2
2C ⎢ ∫ e ⎝ 2 ⎠ d ⎜ ⎟ + ∫ e ⎝ 2 ⎠ d ⎜ ⎟ ⎥ = 1
⎢ −∞ ⎝2⎠ 0 ⎝ 2 ⎠ ⎥⎦
⎣
π 1/ 2 ⎡ 2 −∞ −⎜⎝ 2 ⎟⎠ ⎛ η ⎞ 2 ∞ −⎜⎝ 2 ⎟⎠ ⎛ η ⎞ ⎤
⎛η ⎞ ⎛η ⎞
2 2
2 ⎢ π 1/ 2 ∫0
2C ⎢− e d ⎜ ⎟ + 1/ 2 ∫ e d ⎜ ⎟⎥ = 1 (1.4.140)
⎝ 2⎠ π 0
⎝ 2 ⎠ ⎥⎦
⎣
Cπ 1/ 2 ⎡⎣ −erf ( −∞ ) + erf ( ∞ ) ⎤⎦ = 1
Cπ 1/ 2 2erf ( ∞ ) = 1
C = 1/ π 1/ 2 2
A solução para θ será, portanto, da forma
e −η / 4
2
θ = 1/ 2 (1.4.141)
2π
que substituída em (1.4.134) juntamente com (1.4.135) leva ao resultado para a distribuição
de temperatura:
q′ / ρ c ⎛ Uy 2 ⎞
T ( x, y ) − T∞ = exp ⎜ − ⎟ (1.4.142)
( 4π U α x ) ⎝ 4α x ⎠
1/ 2
84
No caso de uma fonte pontual contínua, de forma similar pode-se obter a distribuição
de temperatura como
q′ / ρ c ⎛ Ur 2 ⎞
T ( r , y ) − T∞ = exp ⎜ − ⎟ (1.4.143)
4πα x ⎝ 4α x ⎠
na qual A , hl hs são a entalpia são a área frontal do volume de controle, a entalpia específica
do líquido e a entalpia específica do sólido respectivamente. O termo do lado direito de
(1.4.144) representa a transferência de calor que chega de cima, isto é, do lado líquido da
frente de fusão. Não foi considerado nenhum termo de transferência de calor do lado do
sólido da frente de fusão, pois o sólido foi considerado isotérmico. O coeficiente kl é,
portanto, a condutividade térmica do líquido.
c (T0 − Tm )
π 1 / 2 λ exp ( λ 2 ) erf ( λ ) = (1.4.149)
hsl
na qual c é o calor específico do líquido e λ é um número adimensional definido como
δ
λ= (1.4.150)
2 (α t )
1/ 2
O grupo aparecendo do lado direito da eq. (1.4.149) é denominado por número de Stefan:
c (T0 − Tm )
Ste = (1.4.151)
hsl
No caso em que há troca de calor tanto no líquido quanto no sólido como ilustrado nos
processos de solidificação e fusão da Figura 1.4.11, a equação na interface fica na forma
∂Ts ∂T dδ ( t )
ks − kl l = ρ hsl em x = δ ( t ) (1.4.152)
∂x ∂x dt
Se do lado líquido predominar um processo de troca convectiva com coeficiente de troca de
calor convectivo h , a equação na interface fica na forma
∂Ts dδ ( t )
ks − h (T∞ − Tm ) = ρ hsl em x = δ ( t ) (1.4.153)
∂x dt
dδ ( t )
Vx = (1.4.155)
dt
Um balanço de massa na fronteira leva ao resultado
( ρl − ρ s )Vx = ρlVl (1.4.156)
da qual se obtém
Vl =
( ρl − ρ s )Vx (1.4.157)
ρl
Substituindo (1.4.157) em (1.4.154) obtém-se na interface
∂Ts ∂T
ks − kl l = ρ s ( hl − hs ) Vx = ρ s hslVx em x = δ ( t ) (1.4.158)
∂x ∂x
que é idêntica à eq. (1.4.152), exceto com a massa específica do sólido no lugar da massa
específica constante.
V i∇F
Vn = V in = (1.4.164)
∇F
∂Ti ⎡ ⎛ ∂s ⎞ ⎛ ∂s ⎞ ⎤
2 2
∂Ti ∂Ti ⎡ ⎛ ∂s ⎞ ⎛ ∂s ⎞ ⎤
2 2
= ⎢1 + ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ / ∇F (1.4.170)
∂n ∂z ⎢ ⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂y ⎠ ⎥
⎣ ⎦
89
⎛ ∂Ts ∂T ⎞ ds
⎜ ks − kl l ⎟ = ρ hsl em z = s ( t ) (1D) (1.4.173)
⎝ ∂z ∂z ⎠ dt
A eq. (1.4.173) é idêntica à eq. (1.4.152), bastando trocar z por x .
90
1.5 Convecção
∂T f Tm − T1
q cc = −kf = −k f = h(T1 − Tm ) (1.5.1)
y =0 ∂y y =0
ξ
q cc = h Tw − Tc (1.5.2)
0,664
c f ,x = (1.5.3)
Re x
92
∫
x
A força de cisalhamento numa parede de comprimento x é: τ w, x dx = xτ w, x . Assim,
0
obtém-se
τ w, x
∫
1 x
= c f ,x = c f , x dx (1.5.4)
1 2 x 0
ρu ∞
2
O coeficiente médio de atrito, após substituir o coeficiente local na equação (1.5.4) e resolver
a integral será
1,328
c f , x = 2c f , x = (1.5.5)
Re x
∂θ ( X ,0)
Nu x ( X ) = (1.5.6)
∂Y
2 ∂U ( X ,0) 0,664
c f ,x ( X ) = = (1.5.7)
Re x ∂Y Re x
∂U ( X ,0)
= 0,332 Re x
∂Y
93
∂θ ( X ,0) ∂U ( X ,0)
e portanto, como = , obtém-se o número de Nusselt, neste caso, definido
∂Y ∂Y
por
Nu x ( X ) = 0,332 Re x (1.5.8)
No caso mais geral de qualquer número de Prandtl não unitário assume-se que
⎛ Re L ⎞
θ ( X , Y ) = θ (η ) = θ ⎜⎜ Y ⎟ , resultando a solução da distribuição de temperatura na forma
⎟
⎝ X ⎠
η η′
⎛ Pr ⎞
0 ∫
exp⎜ −
θ (η ) = ∞ ⎝
2 ∫ f (η ′′)dη ′′⎟⎠dη ′
0
(1.5.9a)
η′
⎛ Pr ⎞
0 ∫
exp⎜ −
⎝ 2 ∫ f (η ′′)dη ′′ ⎟dη ′
0 ⎠
df
=g
dη
dg
=h (1.5.9b)
dη
dh
dη
= − fh + β g 2 − 1( )
f (0) = 0
g (0) = 0 (1.5.9c)
h(0) = desconhecido
∂θ ( X ,0) dθ ∂η Re L dθ (0)
Nu x ( X ) = = = (1.5.10)
∂Y dη ∂Y X dη
94
∫
L
Nu x ( X )
Nu L = dX = 0,664 Re1L/ 2 Pr 1 / 3 (1.5.12)
0 X
δ T >> δ (1.5.13)
A espessura da camada limite térmica será proporcional a razão de x pela raiz quadrada do
número de Péclet, ou seja
x u∞ x
δt ≈ , Pe x = (1.5.14)
Pe x α
∂T
q w, x = − k = h(Tw − T∞ ) (1.5.15)
∂y y =0
∂T ΔT
O gradiente de temperatura junto à parede ≈ , ΔT = Tw − T∞ . O fluxo de calor será
∂y δt
ΔT h( x ) x
então da ordem de grandeza q w, x ≈ k . O número de Nusselt definido como Nu x = ,
δt k
pode ser reescrito em função do fluxo de calor como
q w, x x ΔT 1 x
Nu x = ≈k (1.5.16)
ΔT k δ t ΔT k
x x
Nu x ≈ = ou que
δt xPe x−1 / 2
Os fluidos com Prandtl muito baixos são os metais líquidos mercúrio e sódio.
No caso da camada limite térmica ser bem mais fina do que a camada limite
hidrodinâmica, Figura 1.5.3
Figura 1.5.3.Camada limite térmica para fluidos com altos números de Prandtl
96
δ T << δ (1.5.18)
u u∞ δt
≈ ⇒u≈ u∞ (1.5.19)
δt δ δ
ΔT ΔT
A partir da u ≈ α 2 , resulta
x δt
δt ΔT ΔT
u∞ ≈ α 2 ou δ t3 ≈ xαδ (1.5.20)
δ x δt
A equação (1.5.20) pode ser manipulada após substituir a espessura da camada limite
hidrodinâmica:
1/ 2
⎛ ⎞
α ν ⎜ x ⋅ x ⎟⎟
⎜
1/ 2 1/ 2
xα ⎛ ν ⎞ 1 x ⎛ 1 ⎞
δ ≈3
⎜ ⎟ ⇒ δ t3 ≈ x ⇒δ ≈ x
3 2
⎜ ⎟
u ∞ ⎜⎝ xu ∞ ⎟⎠ ν u ∞ ⎜ xu ∞ ⎟ Pr u ∞ x ⎜⎝ Re x ⎟⎠
t t
⎜ ⎟
⎝ ν ⎠ ν
x3 1
δ t3 ≈
Pr Re 3x / 2
δ t ≈ x Pr −1 / 3 Re −x 1 / 2 (1.5.21)
q w, x x
O número de Nusselt definido por Nu x = terá portanto a ordem de grandeza
ΔT k
x
Nu x ≈ , resultando após substituição da equação (1.5.21) que
δt
∫ ∫
x x
Nu x
q w, x dx = xq w, x ⇒ kΔT dx = xq w, x
0 0 x
obtendo-se após algumas transformações o número de Nusselt global
∫ ∫
q w, x x x
Nu x x
h( x ) x
= dx = dx
kΔT 0 x 0 kx
∫
q w, x x x1 x h ( x) x
= h( x)dx =
kΔT k x 0 k
q w, x x
Nu x = = 1,128 Re1x/ 2 Pr 1 / 2 (Pr ≤ 0,5) (1.5.24a)
kΔT
u∞ x
Na literatura aparece para Pe x = > 100 , a correlação para todo faixa de número
α
de Prandtl:
0,928 Re1x/ 2 Pr 1 / 3
Nu x =
[1 + (0,0207 / Pr ) ]
(1.5.25)
2 / 3 1/ 4
uniforme, fluxo de calor uniforme na parede ou fluxo de calor não uniforme na parede. Vide
Bejan (1993).
Em escoamentos turbulentos sobre uma placa, o fator de atrito pode ser estimado pela
correlação:
−1 / 5
τ w, x 1 ⎛u x⎞
= c f , x u ∞2 = 0,0296⎜ ∞ ⎟ (1.5.26)
ρ 2 ⎝ ν ⎠
−1 / 5
δ ⎛u x⎞
= 0,37⎜ ∞ ⎟ (1.5.28)
x ⎝ ν ⎠
∂T
q w, x = −(k + ρc pα t ) (1.5.29)
∂y
q w, x
h( x ) = (1.5.30)
Tw − T∞
τ w, x ρ (ν + ν t ) du
= (1.5.31)
q w, x ρc p (α + α t ) dT
99
1 du τ w, x
= (1.5.32)
c p dT q w, x
Na parede, y = 0; u = 0, T = Tw . Em y → ∞; u = u ∞ , T = T∞ . Portanto
1 u∞ τ w, x
= (1.5.33)
c p (Tw − T∞ ) q w, x
h( x ) q w, x τ w, x
St x = = = (1.5.34)
ρc p u ∞ ρc p u ∞ (Tw − T∞ ) ρu ∞2
ou
Nu x Nu x
St x = = (1.5.35)
Pe x Re x Pr
1
St x = c f ,x (1.5.36)
2
1
St x Pr 2 / 3 = c f ,x (1.5.37)
2
1
Nu x = c f , x Re x Pr 1 / 3 = 0,0296 Re 4x / 5 Pr 1 / 3 (1.5.38)
2
∫ ∫
1 xtr 1 L
hL = hx ,lam dx + hx ,turb dx (1.5.39)
L 0 L xtr
Nu L =
hL L
k
(
= 0,664 Pr 1 / 3 Re1x/tr2 + 0,037 Pr 1 / 3 Re 4L / 5 − Re 4xtr/ 5 ) (1.5.40)
( )
N u L = 0,037 Pr 1 / 3 Re 4L / 5 − 23550 ; 5 x10 5 < Re L < 10 8 , Pr ≥ 0,5 (1.5.41)
⎛ du ⎞ U
τ w = μ⎜ − ⎟ = 4μ (1.6.1)
⎝ dr ⎠ r = rw rw
τw 4 μU 1 16 16
f = = = = (1.6.2)
1 rw 1 ρUD Re D
ρU 2 ρU 2
2 2 μ
ρUD
com Re D = . Na literatura também aparece o fator de atrito de Darcy-Weisbach
μ
64
f * = 4f = (1.6.3)
Re D
8
b) duto de seção retangular; Dh = a (onde a é o comprimento do menor lado)
5
c) canal de placas paralelas; Dh = 2a (onde a é o espaçamento entre as placas)
a
d) triângulo eqüilátero; Dh = ( onde a é o lado do triângulo)
3
103
ΔpA = τ w PL
L 1
Δp = f ρU 2
A/ P 2
L 1
Δp = 4 f ρU 2 (1.6.5)
Dh 2
C
f = (1.6.6)
Re Dh
πDh2 / 4
com B = .
A
Ex. 1.6.1 Calcule ΔP / L para escoamento de água a 20oC num tubo de D=2,7 cm e
U = 6 cm/s. Determine também p comprimento da região de entrada. Compare com o
comprimento adotado na prática ( Le = 0,05D Re D ).
∫
1
Tm = uTdA (1.6.8)
UA A
q ′w′
h= (1.6.9)
Tw − Tm
∂T Tw − Tm
≈ (1.6.10)
∂r r = rw rw
∫ ρu(i
A
z + dz − i z )dA = q ′w′ Pdz
dTm P q ′w′
= (1.6.11)
dz A ρc p U
∂T 1 ∂ ⎛ ∂T ⎞
ρc p u (r ) =k ⎜r ⎟ (1.6.13)
∂z r ∂r ⎝ ∂r ⎠
Uma análise de ordem de grandeza dos termos nesta equação mostra que
1 q ′w′ ΔT k
ρc pU ≈ k 2 ou h ≈ (constante) (1.6.14)
rw ρc pU rw rw
hDh
Como o número de Nusselt é definido por Nu Dh = , então, Nu D ≈ O(1) .
k
⎛ r ⎞
T (r , z ) = Tw ( z ) − [Tw ( z ) − Tm ( z )]φ ⎜⎜ ⎟⎟ (1.6.15)
⎝ rw ⎠
na qual φ é uma função apenas de r. No caso de parede com fluxo de calor uniforme resulta
dTw dTm
= (1.6.16)
dz dz
∂T dTw dTm
= = (1.6.17)
∂z dz dz
u (r ) q ′w′ 1 d ⎛ dφ ⎞
=− ⎜r ⎟ (1.6.18)
U krw ΔT r dr ⎝ dr ⎠
Com
106
u ⎡ ⎛ r ⎞2 ⎤
= 2 ⎢1 − ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ e
U ⎢⎣ ⎝ rw ⎠ ⎥⎦
φ (rw ) = 0
(1.6.19)
φ ′(0) = 0 ( simetria )
q ′′ r ⎡ 3 ⎛ r ⎞2 1 ⎛ r ⎞4 ⎤
φ (r ) = w w ⎢ − ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ (1.6.20)
kΔT ⎢⎣ 4 ⎝ rw ⎠ 4 ⎝ rw ⎠ ⎥
⎦
Churchill & Ozoe propuseram uma expressão válida tanto para o comprimento de
entrada quanto para a região completamente desenvolvida:
1/ 3
⎧ ⎡ ⎤
3/ 2
⎫
Nu D ⎪ Gz / 19,04 ⎪
= ⎨1 + ⎢ ⎥ ⎬
4,364[1 + (Gz / 29,6 ) ] [ ] [ ]
(1.6.22)
⎪⎩ ⎢⎣ 1 + (Pr/ 0,0207 ) 1 + (Gz / 29,6 )
2 1/ 6 2 / 3 1/ 2 1/ 3
2
⎥⎦ ⎪⎭
−1
πD 2U π ⎛ z / D ⎞
Gz = = ⎜⎜ ⎟ (1.6.23)
4αz 4 ⎝ Re D Pr ⎟⎠
dTm
=
2h
[Tw − Tm ( z )] (1.6.25)
dz rw ρc pU
Tw − Tm ( z ) ⎡ 2h( z − z1 ) ⎤
= exp ⎢− ⎥ (1.6.26)
Tw − Tm,1 ⎢⎣ rw ρc pU ⎥⎦
Nu D = 3,66 (1.6.27)
⎡ 3, 66α ( z − z1 ) ⎤
qw′′ = 3, 66
k
( Tw − Tm,1 ) exp ⎢ −
rw2U
⎥ (1.6.28)
D ⎣ ⎦
Ex. 1.6.2 Uma corrente de água à temperatura ambiente é aquecida quando escoa através de
W
um tubo com fluxo de calor uniforme na parede q ′w′ = 0,1 . O escoamento é
cm 2
completamente desenvolvido hidrodinamica e termicamente. A vazão mássica é m = 10 g / s
g
e o raio do tubo é rw = 1 cm . As propriedades da água na temperatura são μ = 0,01 e
cm ⋅ s
W
k = 0,006 . Calcule a) a velocidade média U; b)o número de Reynolds baseado no
cm ⋅ K
diâmetro; c) o coeficiente de troca de calor h e d) a diferença entre a temperatura local de
parede e a temperatura média local.
108
1) Equação de Continuidade
∂u 1 ∂ (rv )
+ =0 (1.6.29)
∂z r ∂r
∂u ∂u 1 ∂p 1 ∂ ⎡
z: u +v =− + ⎢ (ν + ν t )r ∂u ⎤⎥ + ∂ ⎡⎢(ν + ν t ) ∂u ⎤⎥ + Fz ; (1.6.30)
∂z ∂r ρ ∂z r ∂r ⎣ ∂r ⎦ ∂z ⎣ ∂z ⎦
∂v ∂v 1 ∂p 1 ∂ ⎡
r: u +v =− + ⎢ (ν + ν t )r ∂v ⎤⎥ − (ν + ν t ) v2 + ∂ ⎡⎢(ν + ν t ) ∂v ⎤⎥ + Fr
∂z ∂r ρ ∂r r ∂r ⎣ ∂r ⎦ r ∂z ⎣ ∂z ⎦
(1.6.31)
3) Conservação de Energia Térmica
∂T ∂T 1 ∂ ⎡ ⎤ ∂ ⎡ ∂T ⎤
u +v = ⎢ (α + α t )r ∂T ⎥ + ∂z ⎢(α + α t ) ∂z ⎥ (1.6.32)
∂z ∂r r ∂r ⎣ ∂r ⎦ ⎣ ⎦
∂u ∂u
τ ap = − μ − ρν t (1.6.33)
∂r ∂r
∂T ∂T
q ap = −k − ρc pα t (1.6.34)
∂r ∂r
v =0
u = u (r ) (1.6.35)
p = p( z)
1 dp 1 ∂ (rτ ap )
0=− − (1.6.36)
ρ dz ρr ∂r
u
∂T
=
1 ∂
∂z ρc p r ∂r
[ ]
rq ap (1.6.37)
∫ ∫
rw rw
dp
0= rdr + d (rτ ap )
0 dz 0
dp rw2
+ rwτ w = 0
dz 2
dp 2τ w
− = (1.6.38)
dz rw
τ ap r
= (1.6.39)
τ w rw
y+ =
y
(τ w / ρ )1 / 2 resulta
ν
⎧ y + se ν >> ν t
⎪
+
u = ⎨1 (1.6.40)
⎪ ln( y ) + B se vt >> ν
+
⎩k
ou
u + = 8,7 y + ( ) 1/ 7
(1.6.41)
Para calcular o fator de atrito e a queda de pressão no tubo, pode-se por exemplo
integrar a Eq. (1.6.41). A velocidade média no, caso será
2π
∫ ∫
rw
1
U= dθ u rdr (1.6.42)
πrw2 0 0
1/ 7
uc ⎡r ⎛τ w ⎞
1/ 2
⎤
= 8,7 ⎢ w ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ (1.6.43)
(τ w / ρ )1 / 2 ⎢⎣ ν ⎝ ρ ⎠ ⎥⎦
τw
Da definição do fator de atrito, f = resulta
1
ρU 2
2
1/ 2
⎛τ w ⎞
1/ 2
⎛f⎞
⎜⎜ ⎟⎟ = U⎜ ⎟ (1.6.44)
⎝ ρ ⎠ ⎝2⎠
0,079
f ≅ ; 2 x10 3 < Re D < 2 x10 4 (1.6.45)
(Re D ) 1/ 4
Existem na literatura várias correlações para cálculo do fator de atrito. Para tubos lisos
e altos números de Reynolds tem-se
0,046
f ≅ ; 2 x10 4 < Re D < 2 x10 6 (1.6.46)
(Re D ) 1/ 5
1
f = 2
(1.6.48)
⎡ ⎛D⎞ ⎤
⎢1,74 ln⎜⎜ ⎟⎟ + 2,28⎥
⎣ ⎝ ks ⎠ ⎦
∂T
∫ ρc u ∂z rdr = 2πrq
r
2π p ap (1.6.49)
0
Para r = rw , resulta
∂T
∫
rw
ρc p u rdr = rw q ′w′ (1.6.50)
0 ∂z
q ap r
=M (1.6.51)
q ′w′ rw
em que
∂T
∫ u ∂z rdr
r
1
2
M = r 0
(1.6.52)
∂T
∫ ∂z rdr
rw
1
u
rw2 0
∂T
Se q ′w′ é independente de z, é independente de r, a Eq. (1.6.52) fica então na forma
∂z
∫ u rdr
r
1
2
M = r 0
(1.6.53)
∫ u rdr
rw
1
rw2 0
q ap r
≅ (1.6.54)
q ′w′ rw
113
Para r ≤ rw , q ap = cte = q ′w′ . O coeficiente de troca de calor pode ser calculado pela analogia
h 1
St = = f / Pr 2 / 3 ; Pr ≥ 0,5 (1.6.55)
ρc pU 2
hD
Nu D = = 0,023 Re 4D/ 5 Pr 1 / 3 ; 2 x10 4 < Re D < 10 6 (1.6.56)
k
0, 4
hD ⎛ μ ⎞ ⎧Re > 10 4
Nu D = = 0,027 Re 4D/ 5 Pr 1 / 3 ⎜⎜ ⎟⎟ ; ⎨ D (1.6.58)
k ⎝ μw ⎠ ⎩0,7 < Pr < 16700
Nu D =
hD
=
(
( f / 2) Re D − 10 3 Pr) ⎧⎪2300 < Re D < 5 x10 6
; ⎨
( )
(1.6.59)
1 + 12,7( f / 2) Pr 2 / 3 − 1 ⎪⎩0,5 < Pr < 10 6
1/ 2
k
114
Outras correlações alternativas a Eq. (1.6.59) aparecem na literatura [1], são elas:
⎧10 4 ≤ Re D ≤ 5 x10 6
= 0,0214(Re D − 100 )Pr ; ⎨
hD
Nu D = 0 ,8 0, 4
(1.6.60)
k ⎩0,5 ≤ Pr ≤ 1,5
⎧3 x10 3 ≤ Re D ≤ 10 6
Nu D =
hD
( )
= 0,012 Re 0D,8 − 280 Pr 0, 4 ; ⎨ (1.6.61)
k ⎩1,5 ≤ Pr ≤ 500
Nu D = =⎨ ; ⎨ (1.6.62)
k ⎪⎩4,8 + 0,0156 Re 0D,85 Pr 0,93 ; (Tw = cte ) ⎩10 4 < Re D < 10 6
Figura 1.6.4. Variação da temperatura média de mistura: esquerda, Tw = cte ; direita, q ′w′ =cte.
Ts = Tm, s
Ex. 1.6.3 O tubo interno de um trocador de calor coaxial usado para extração de energia
geotérmica tem diâmetro de 16 cm. O material do tubo é aço comercial. Numa certa
localidade ao longo do tubo, a temperatura média da corrente de água é 80oC. Ofluxo de água
é de 100 ton/h. Calcule a queda de pressão por unidade de comprimento.
do tubo e o menor valor na saída do tubo. Se ΔTe = Tw − Te e ΔTs = Tw − Ts , ΔTlm está entre
dTm P q ′w′
como = , obtém-se
dz A ρc pU
dTm P h
= dz (1.6.66)
Tw − Tm A ρc pU
⎛ T − Te ⎞ hPL
ln⎜⎜ w ⎟⎟ = ou
⎝ Tw − Ts ⎠ ρUAc p
⎛ ΔT ⎞ hA
ln⎜⎜ e ⎟⎟ = w (1.6.67)
⎝ ΔTs ⎠ mc p
ΔTe − ΔTs
ΔTlm = (1.6.68)
⎛ ΔT ⎞
ln ⎜ e ⎟
⎝ ΔTs ⎠
⎡ ⎛ − hAw ⎞⎤
q = mc p ΔTe ⎢1 − exp⎜ ⎟
⎜ mc ⎟⎥⎥
(1.6.69)
⎢⎣ ⎝ p ⎠⎦
∫
Se o coeficiente h = h( z ) , então h = h( z )dz / L .
L
ΔTe
que é um caso especial da Eq. (1.6.68) quando → 1.
ΔTs
118
k
hy ≈ (1.7.1)
δt
u v
(m) ≈ (1.7.2)
δt y
v v v
(M) u ,v ≈ ν 2 , gβΔT (1.7.3)
δt y δt
ΔT ΔT ΔT
(E) u ,v ≈α 2 (1.7.4)
δt y δt
v2 v
(M) ≈ ν 2 + gβ ΔT (1.7.5)
y δt
ΔT ΔT
(E) v ≈α 2 (1.7.6)
y δt
Na Eq. (1.7.5) pode-se ter o empuxo balanceado por atrito ou por inércia. No caso de
v
empuxo balanceado por atrito ν ≅ gβ ΔT que combinada com as Eqs. (1.7.2) e (1.7.6) leva
δ t2
aos seguintes resultados:
α α
u≈ Ra 1y/ 4 ; v ≈ Ra1y/ 2 ; δ t ≈ yRa y−1 / 4 (1.7.7)
y y
119
gβ (Tw − T∞ ) y 3
Ra y = (1.7.8)
αν
hy ≈
k
(Ra y )1 / 4 (1.7.9)
y
hy y
e portanto o número de Nusselt local, definido como Nu y = , será proporcional
k
Nu y ≈ (Ra y )
1/ 4
(1.7.10)
v2 v
Os resultados acima são válidos quando < ν 2 ou para α < ν ou 1 < Pr . Ou seja
y δt
para número de Prandtl da ordem de 1 ou maior que 1, Pr ≥ 1 . Uma análise para a camada
limite hidrodinâmica levará ao resultado
δ ≈ yRa y−1 / 4 Pr 1 / 2 ou
δ
≈ Pr 1 / 2 > 1 (1.7.11)
δt
Se Ra 1y/ 4 > 1 ⇒ Ra 1y/ 4 Pr 1 / 2 > 1 . Geralmente, escoamentos com convecção natural são
v2
No caso de empuxo balanceado por inércia, ≅ gβ ΔT e a ordem de grandeza da
y
espessura de camada limite e das velocidades será:
α α
u≈ (Ra y Pr ) ; v ≈
1/ 4
(Ra y Pr )
1/ 2
; δ t ≈ y (Ra y Pr )
−1 / 4
(1.7.12)
y y
gβ (Tw − T∞ ) y 3
Bo y = Ra y Pr = (1.7.13)
α2
Nu ≈ (Ra y Pr )
1/ 4
Os resultados obtidos quando o empuxo é balanceado por inércia são válidos para
Pr ≤ 1 e as camadas limites e os perfis de velocidade e temperatura são ilustrados na Figura
1.7.3
Figura 1.7.3. Camada limite para fluidos com baixos números de Prandtl.
121
−1 / 4
⎛ Ra y ⎞
δ s ≈ y⎜⎜ ⎟⎟ (1.7.14)
⎝ Pr ⎠
−1 / 4
⎛ Ra ⎞
δ s ≈ y⎜ ⎟ ou
⎝ Pr ⎠
δ
≈ Pr 1 / 2 < 1 (1.7.15)
δt
A razão do número de Rayleigh pelo número de Prandtl é definida com o número de Grashof,
ou seja,
Ra y gβ (Tw − T∞ ) y 3
Gry = = (1.7.16)
Pr ν2
1/ 4
⎛ Ra y ⎞
⎜⎜ ⎟⎟ > 1 ; (Ra y Pr ) >1
1/ 4
(1.7.17)
⎝ Pr ⎠
A análise por variável de similaridade também pode ser aplicada neste caso de
convecção natural ou livre. Definindo a variável de similaridade e a velocidade adimensional
como
122
x
η=
y (Ra y )
−1 / 4
(1.7.18)
G (η , Pr ) =
v
(1.7.19)
(α / y )Ra1y/ 2
∂ψ ∂ψ
u= ; v=− (1.7.20)
∂y ∂x
ψ
F (η , Pr ) = (1.7.21)
αRa 1y/ 4
dF
Daí pode-se demonstrar que G = − . Definindo a temperatura adimensional como
dη
T − T∞
θ (η , Pr) = (1.7.22)
Tw − T∞
1 ⎛1 2 3 ⎞
⎜ F ′ − FF ′′ ⎟ = − F ′′′ + θ (1.7.23)
Pr ⎝ 2 4 ⎠
3
Fθ ′ = θ ′′ (1.7.24)
4
F = 0; η = 0; (u = 0)
F ′ = 0; η = 0; (v = 0)
θ = 1; η = 0; (T = Tw ) (1.7.25)
F ′ → 0; η → ∞; (v = 0)
θ → 0; η → ∞; (T = T∞ )
hy y y ⎛ ∂T ⎞
Nu y = = ⎜− k ⎟
k kΔT ⎝ ∂x ⎠ x =0
(1.7.26)
⎛ dθ ⎞
= ⎜⎜ − ⎟⎟ Ra 1y/ 4
⎝ dη ⎠η =0
1/ 4
⎛ Pr ⎞
Nu y = 0,503⎜⎜ ⎟⎟ Ra 1y/ 4 (1.7.27)
⎝ Pr + 0,986 Pr + 0,492 ⎠
1/ 2
Nos limites de números de Prandtl muito altos ou muito baixos têm-se as correlações:
hy y q w′′, y
y
Nu y = = (1.7.30)
k Tw − T∞ k
1 y
y ∫y =0
q w′′, y = q ′w′ , y dy (1.7.31)
Pode-se definir também, q ′w, y = q w′′, y y . Se W e a largura da placa, a taxa de calor pode ser
calculada como
O número de Nusselt global definido como N u y = q ′w, y / kΔT , será calculado pela
seguinte correlação
1/ 4
⎛ Pr ⎞
N u y = 0,671⎜⎜ ⎟⎟ Ra 1y/ 4 (1.7.33)
⎝ Pr + 0,986 Pr + 0,492 ⎠
1/ 2
Ex.: 1.7.1. A porta de um forno de cozinha é um retângulo vertical de área 0,5 m de altura e
0,65 m de largura. A superfície externa da porta do forno está a 40oC, enquanto o ar do
ambiente está a 20oC. Calcule a taxa de transferência de calor da porta par o ar ambiente.
Figura 1.7.4. Seções laminar, transição e turbulenta em convecção natural na parede vertical
Ra y ≈ 10 9 Pr (10 −3 ≤ Pr ≤ 10 3 ) (1.7.36)
( )
Pr = 1 . Pode-se ver que no caso de metais líquidos Pr ≈ 10 −3 − 10 −2 o número de Rayleigh
−1 / 4
δ t v yRa y α 1 / 2
Re ≈ ≈ Ra y ≈ Ra 1y/ 4 / Pr (1.7.37)
ν ν y
126
No caso de Pr = 1 , obtém-se
na transição.
A correlação para cálculo do coeficiente de transferência de calor na faixa laminar e
transição e turbulenta foi proposta por Churchill e Chu:
2
⎧⎪ 0,387 Ra 1y/ 6 ⎫⎪
N u y = ⎨0,825 + 8 / 27 ⎬
(1.7.40)
⎪⎩ [
1 + (0,492 / Pr) 9 / 16 ] ⎪⎭
Correlação válida para 10 −1 < Ra y < 1012 e todos números de Prandtl. Para ar a correlação
(1.7.53) se reduz a
{
N u y = 0,825 + 0,325 Ra 1y/ 6 }2
(Pr = 0,72) (1.7.41)
acuradamente é:
0,67 Ra 1y/ 4
N u y = 0,68 + (1.7.42)
[1 + (0,492 / Pr) ] 9 / 16 4 / 9
⎡ gβ (Tw − T∞ ) y 3 ⎤
1/ 4
hy y
≈⎢ ⎥ ou
k ⎣ αν ⎦
y ⎡ gβ (Tw − T∞ ) y 3 ⎤
1/ 4
q ′w′
≈
(Tw ( y ) − T∞ ) k ⎢⎣ ⎥ (1.7.44)
αν ⎦
da qual se conclui que Tw ( y ) − T∞ é proporcional a y 1 / 5 . Desta forma a Eq. (1.7.44) pode ser
escrita em função do fluxo de calor na parede como
1/ 5
q ′w′ y ⎡ gβq ′w′ y 4 ⎤
≈
(Tw ( y ) − T∞ ) k ⎢⎣ ανk ⎥⎦
(1.7.45)
O lado direito da Eq. (1.7.45) é definido como um número de Rayleigh modificado , ou seja,
gβq ′w′ y 4
Ra *y = (1.7.46)
ανk
1/ 5
⎛ Pr ⎞
Nu y ≅ 0,616⎜ ⎟ (Ra )
* 1/ 5
(1.7.47)
⎝ Pr + 0,8 ⎠
y
Para fluidos com Prandtl no range ar-água, a transição a turbulência ocorre para
Ra *y ≈ 1013 . Neste caso, as seguintes correlações
128
(
Nu y = 0,6 Ra *y )
1/ 5
⎫
⎪
⎬ laminar, 10 < Ra y < 10
5 * 13
(1.7.48)
( 1
N u y = 0,75 Ra y ⎪⎭
* / 5
)
( )
Nu y = 0,568 Ra *y
0 , 22
⎫
⎪
0 , 22 ⎬
turbulento, 1013 < Ra *y < 1016 (1.7.49)
Nu y = 0,645(Ra ) *
y ⎪⎭
Figura 1.7.5 Número de Nusselt global (médio) para escoamento laminar numa parede
isotérmica e fluido estratificado termicamente.
q w′′, H H gβΔTmax H 3
Nu H = ; Ra H = (1.7.51)
ΔTmax k αν
é calculado como
Escoamentos por convecção natural sobre paredes inclinadas são ilustrados na Figura
1.7.6.
130
0,67 Ra 1y/ 4
N u y = 0,68 +
[1 + (0,492 / Pr ) ]
(1.7.53)
9 / 16 4 / 9
encontrado que as correlações dão melhores resultados com g no lugar de g cos φ . A Tabela
1.7.1 mostra valores de número de Rayleigh na transição de escoamento laminar de água para
turbulento para fluxo uniforme e parede isotérmica em função da inclinação da parede.
131
φ Ra *y
0 5x1012 - 1014
30o 3x1010 - 1012
60o 6x107 – 6x109
Tw = cte
φ Ra y
0 8,7x108
20o 25x108
45o 1,7x107
60o 7,7x105
Dentro deste tópico outras configurações estão também os casos de convecção natural
em paredes horizontais, cilindros horizontais e verticais, esfera e corpos de outras formas
geométricas, cujas correlações podem ser encontradas na literatura. Vide Bejan (1993).
Agora serão considerados casos em que paredes confinam o fluido em escoamento por
convecção natural. A Figura 1.7.7 ilustra os casos de escoamentos em canais largos e
estreitos.
132
Figura 1.7.7 canal vertical com paredes isotérmicas; as extremidades do canal comunica com
um fluido isotérmico.
No caso do canal largo suficientemente, de modo que, não haja interação das camadas
limites, pode-se usar os resultados do escoamento sobre uma placa. Com os comprimentos
característicos H e L, para Pr ≥ 1 , o canal largo pode ser representado pelos seguintes limites:
L L
> Ra H−1 / 4 ou > Ra L−1 (1.7.54)
H H
O canal estreito tem interesse especial. Pode-se ver pela Fig. 1.7.7 que, quando o canal
é estreito, o perfil de velocidade nas paredes interage formando um perfil similar ao do
escoamento num canal de placas paralelas (esc. Hagen-Poiseuille). O perfil de temperatura
tem o comportamento mostrado ao lado do canal estreito, de forma que pode-se assumir
Tw − T ( x, y ) < Tw − T∞ (1.7.55)
d 2v gβ
≅− (T − T∞ ) = cte (1.7.57)
dx 2
ν
133
A solução da Eq. (1.7.57) é similar ao caso de convecção forçada num canal de placas
paralelas e é da forma
gβΔTL2 ⎡ ⎛ x ⎞ ⎤
2
v= ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ (1.7.58)
8ν ⎣⎢ ⎝ L / 2 ⎠ ⎦⎥
ρgβΔTL3
∫
L/2
m′ = ρvdx = (1.7.59)
−L / 2 12ν
Pela inspeção das Eqs. (1.7.58) e (1.7.59), pode-se verificar que a velocidade e vazão
mássica independem da altura do canal H.
A taxa total de transferência de calor extraída pela corrente m ′ das duas paredes
verticais é:
ρgβc p (ΔT )2 L3
q ′ = m ′c p (Tw − T∞ ) = (1.7.60)
12ν
q′
q ′′ = (1.7.61)
2H
q ′′ H 1
Nu H = = Ra L (1.7.62)
ΔT k 24
H
Ra L < (1.7.64)
L
H
Tabela 1.7.2. Escoamento em chaminé (canal estreito, Ra Dh < )
Dh
0 , 28 0 , 09
⎛ Ra H Pr ⎞ ⎛L⎞
N u H = 0,22⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ 0,2 + Pr ⎠ ⎝H⎠ (1.7.65)
H
2< < 10; Pr < 10 5 ; Ra H < 1013
L
0 , 29 −0 ,13
⎛ Ra H Pr ⎞ ⎛L⎞
N u H = 0,18⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ 0,2 + Pr ⎠ ⎝H⎠
3
(1.7.66)
H Pr Ra H ⎛ L ⎞
1< < 2; 10 −3 < Pr < 10 5 ; 10 3 < ⎜ ⎟
L 0,2 + Pr ⎝ H ⎠
q ′′H
O Nusselt médio e número de Rayleigh são definidos como N u H =
kΔT
gβ (Th − Tc )H 3
Ra H = .
αν
136
q ′′H ⎛ kΔT ⎞ H H
Nu H = =⎜ ⎟ = (1.7.67)
kΔT ⎝ L ⎠ kΔT L
indicando que neste caso a transferência de calor é puramente por condução ou difusão.
αν ⎛ H ⎞
4/9
∂T
= 0,0425 ⎜ ⎟ Ra H*8 / 9 = cte (1.7.68)
∂y gβH 4 ⎝ L ⎠
Desde que a temperatura aumenta a mesma taxa em ambas paredes na direção vertical, em
q ′′H
cada nível, Th ( y ) − Tc ( y ) = ΔT = cte . O solução teórica para o Nusselt médio N u H =
kΔT
na camada limite para fluidos com Pr ≥ 1 é
1/ 9
⎛H⎞
N u H = 0,34 Ra *2 / 9
H ⎜ ⎟ (1.7.69)
⎝L⎠
Nas cavidades aquecidas do lado, o escoamento acontece tão logo a uma pequena
diferença de temperatura Th − Tc seja imposta entre as duas paredes. Já na cavidade aquecida
por baixo, a diferença de temperatura imposta deve exceder um valor crítico para o
escoamento e transferência de calor sejam detectados. Quando a cavidade é longa e larga na
horizontal, para Ra H = gβ (Th − Tc )H 3 (αν ) ≥ 1708 formam-se dois rolos quase quadrados
que giram em sentidos opostos, como ilustrado na Figura 1.7.9. Este tipo de escoamento é
conhecido com convecção de Bénard.
Figura 1.7.9 Camada de fluido horizontal entre duas paredes paralelas e aquecida por baixo.
Esquerda: Ra H < 1708; N u H = 1 . Direita: Ra H > 1708; N u H > 1
As correlações para este caso podem ser encontradas no livro de Adrian Bejan (1993).
138
Cilindro:
2,425k (Ti − To ) ⎛ Pr Ra Di ⎞
1/ 4
q′ ≅ ⎜ ⎟
[ ]
em W/m (1.7.72)
3 / 5 5 / 4 ⎜ 0,861 + Pr ⎟
1 + (Di / Do ) ⎝ ⎠
Esfera:
2,325kDi (Ti − To ) ⎛ Pr Ra Di ⎞
1/ 4
q′ ≅ ⎜ ⎟
[ ]
em W/m (1.7.74)
7 / 5 5 / 4 ⎜ 0,861 + Pr ⎟
1 + (Di / Do ) ⎝ ⎠
Figura 1.8.1 Regimes de escoamento de filme de condensado sobre uma parede vertical
resfriada.
Figura 1.8.2 Filme laminar de condensado suprido por um reservatório de vapor saturado
estacionário
⎛ ∂v ∂v ⎞ ∂p ∂ 2v
ρ l ⎜⎜ u + v ⎟⎟ = − + μ l 2 + ρ l g (1.8.1)
⎝ ∂x ∂y ⎠ ∂y ∂x
Admitindo que a distribuição de pressão seja dada pelo vapor, dp / dy = ρ v g , então a Eq.
(1.8.1) pode ser reescrita como
⎛ ∂v ∂v ⎞ ∂ 2v
ρ l ⎜⎜ u+ v ⎟⎟ = μ l 2 + g (ρ l − ρ v ) (1.8.2)
⎝ ∂x ∂y ⎠ ∂x sumidouro
inércia fricção
∂ 2v
0 = μl + g (ρ l − ρ v )
∂x 2 sumidouro
fricção
v = 0; x = 0
∂v (1.8.3)
= 0; x = δ ( y )
∂x
⎡ 2
⎤
v ( x, y ) =
g
(ρ l − ρ v )δ 2 ⎢ x − 1 ⎛⎜ x ⎞⎟ ⎥ (1.8.4)
μl ⎣⎢ δ 2 ⎝ δ ⎠ ⎦⎥
inversamente proporcionais a μ l .
δ
[
H = ∫ ρ l v h f − c p ,l (Tsat − T ) dx
0
] (1.8.7)
Visto que o fluido levemente sub-resfriado ( T < Tsat ) a entalpia específica será menor do que
Tsat − T x
≅ 1− (1.8.8)
Tsat − Tw δ
142
que substituída na Eq. (1.8.7) juntamente com a Eq. (1.8.4) leva à equação para cálculo da
entalpia
⎡ ⎤
H = ⎢h f − c p ,l (Tsat − Tw )⎥ Γ
3
(1.8.9)
⎣ 8 ⎦
Tsat _ Tw
q ′w′ ≅ k l (1.8.10)
δ
Do balanço de energia
dH = −q ′w′ dy + hg dΓ (1.8.11)
⎡ ⎤ T − Tw
− ⎢h f − c p ,l (Tsat − Tw )⎥ dΓ + hg dΓ − k l sat
3
dy = 0 ou
⎣ 8 ⎦ δ
Tsat − Tw ⎡ ⎤
dy = ⎢h fg + c p ,l (Tsat − Tw )⎥ dΓ
3
kl
δ ⎣ 8 ⎦ (1.8.12)
= h ′fg dΓ
gρ l
dΓ = (ρ l − ρ v )3δ 2 dδ (1.8.13)
3μ l
k lν l (Tsat − Tw )
dy = δ 3 dδ (1.8.14)
h ′fg g (ρ l − ρ v )
⎡ 4k ν (T − Tw ) ⎤
1/ 4
δ ( y ) = ⎢ y l l sat ⎥ (1.8.15)
⎣⎢ h ′fg g (ρ l − ρ v ) ⎦⎥
k l (Tsat − Tw ) / δ k l ⎡ k l h ′fg g ( ρ l − ρ v ) ⎤
1/ 4
q ′w′
3
hy = = = =⎢ ⎥ (1.8.16)
Tsat − Tw (Tsat − Tw ) δ ⎣⎢ 4 yν l (Tsat − Tw ) ⎦⎥
hy=L 4
hL = = hy=L (1.8.17)
1 + ( − 1 / 4) 3
⎡ L3 h ′fg g ( ρ l − ρ v ) ⎤
1/ 4
hL L
Nu L = = 0,943⎢ ⎥ (1.8.18)
kl ⎣⎢ k lν l (Tsat − Tw ) ⎦⎥
⎡ L3 h ′fg g (ρ l − ρ v ) ⎤
1/ 4
L
= 0,707 ⎢ ⎥ (1.8.19)
δ ( L) ⎣⎢ k lν l (Tsat − Tw ) ⎦⎥
na qual
144
c p ,l (Tsat − Tw )
Ja = (1.8.22)
h fg
q′ k
Γ( L) = = l (Tsat − Tw )N u L (1.8.24)
h ′fg h′fg
Ex. 1.8.1 Uma parede plana vertical na temperatura Tw = 60 o C faceia um espaço cheio de
vapor saturado estagnante a pressão atmosférica. A altura da parede é 2 m . Assumindo
escoamento laminar, calcule a taxa em que vapor se condensa na parede vertical.
4Γ ( y )
Re y = (1.8.25)
μl
145
1/ 3
⎛ ν l2 ⎞
hl
⎜
⎜ g
⎟
⎟ [
= Re −L0, 44 + (5,82 x10 −6 ) Re 0L,8 Prl1 / 3 ]
1/ 2
; Re L ≥ 30 (1.8.26)
kl ⎝ ⎠
Para Re L abaixo de 30 pode-se usar a equação (1.8.18) que para ρ l >> ρ v reduz a
1/ 3
hL ⎛ ν l2 ⎞
⎜ ⎟ = 1,468 Re −L1 / 3 (1.8.27)
⎜ g ⎟
kl ⎝ ⎠
1/ 3
hL ⎛ ν l2 ⎞ Re L
⎜ ⎟ = (1.8.28)
⎜ g ⎟
kl ⎝ ⎠ B
na qual
1/ 3
4k l ⎛ g ⎞
B = L(Tsat − Tw ) ⎜ 2
⎜ν
⎟
⎟ (1.8.29)
μ l h′fg ⎝ l ⎠
[
B = Re L Re −L0, 44 + (5,82 x10 −6 ) Re 0L,8 Prl1 / 3 ]−1 / 2
(1.8.30)
B = 0,681 Re 4L / 3 (1.8.31)
Figura 1.8.3 Filme de condensação numa parede vertical: taxa total de condensação em
função de B.
Os resultados descritos até agora são válidos não só para superfícies planas, mas
também para superfícies curvas em que o filme de condensado seja suficientemente fino.
Superfícies curvas englobam, por exemplo, cilindros e esferas, e desde que o diâmetro seja
maior do que a espessura do filme pode-se usar os resultados anteriores. Um filme sobre uma
esfera pode ser considerado como um processo de condensação sobre uma parede inclinada.
Alguns exemplos são ilustrados na figuras a seguir.
147
⎡ D 3 h ′fg g (ρ l − ρ v )⎤
1/ 4
hD D
Nu D = = 0,815⎢ ⎥ (1.8.32)
kl ⎣⎢ k lν l (Tsat − Tw ) ⎦⎥
⎡ D 3 h ′fg g (ρ l − ρ v ) ⎤
1/ 4
hD D
Nu D = = 0,729 ⎢ ⎥ (1.8.33)
kl ⎢⎣ k lν l (Tsat − Tw ) ⎥⎦
No caso de uma fileira vertical de cilindros horizontais, Figura 1.8.5, foi proposto
⎡ D 3 h ′fg g (ρ l − ρ v ) ⎤
1/ 4
hD , n D
Nu D = = 0,729 ⎢ ⎥ (1.8.34)
kl ⎢⎣ nk lν l (Tsat − Tw ) ⎥⎦
Outras configurações podem ser encontradas por exemplo, no livro do Bejan. A Figura
1.8.6 ilustra condensação numa superfície horizontal de uma tira ou disco. Um caso
interessante é o caso de condensação num cilindro num escoamento cruzado por convecção
forçada ou paralelo a uma placa, Figura 1.8.7. Vapor escoando verticalmente num tubo é
ilustrado Figura 1.8.8. Escoamentos rápido e lento de vapor em tubos horizontais são
ilustrados na Figura 1.8.9
149
Figura 1.8.6 Filme de condensado numa fita horizontal de largura L ou disco de diâmetro D.
Figura 1.8.8 Condensação num tubo vertical com escoamento co-corrente do vapor.
Figura 1.8.9 Condensação como um filme anelar num tubo com escoamento rápido de vapor
(esquerda) e acumulação no fundo com escoamento lento de vapor (direita).
A condensação pode ocorrer quando a tensão superficial for alta o condensado forma
gotas que escorem pela superfície quando o tamanho das gotas aumentam. Veja ilustração no
livro Bejan.
q ′w′
h= (1.8.36)
Tw − Tsat
1/ 3
h fg ⎡ q ′′ ⎛ σ ⎞
1/ 2
⎤
Tw − Tsat = Pr C sf ⎢ w
s
⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ (1.8.37)
⎢⎣ μ l h fg ⎝ g (ρ l − ρ v ) ⎠
l
c p ,l ⎥⎦
a qual se aplica para superfícies limpas e como uma aproximação de engenharia é insensitiva
a orientação da superfície. Ele depende de duas constantes empíricas C sf e s . C sf é um
⎛ g (ρ l − ρ v ) ⎞ ⎡ c p ,l (Tw − Tsat ) ⎤
1/ 2 3
q ′w′ = μ l h fg ⎜ ⎟ ⎢ ⎥ (1.8.38)
⎝ σ ⎠
s
⎢⎣ Prl C sf h fg ⎥⎦
O fluxo de calor de pico sobre uma grande superfície horizontal baseado em análise
dimensional é da forma:
′′ = 0,149h fg ρ v1 / 2 [σg ( ρ l − ρ v )]
q max
1/ 4
(1.8.39)
que independe da superfície do material. Esta correlação se aplica para superfícies cujo
comprimento linear é muito maior do que o tamanho das bolhas de vapor.
154
⎡ σg ( ρ l − ρ v ) ⎤
1/ 4
′′ = 0,09h fg ρ v ⎢
q min 2 ⎥
(1.8.40)
⎣⎢ ( ρ l + ρ v ) ⎦⎥
⎡ D 3 h ′fg g ( ρ l − ρ v )⎤
1/ 4
hD D
Nu D = = 0,62 ⎢ ⎥ (1.8.41)
kv ⎢⎣ k vν v (Tw − Tsat ) ⎥⎦
na qual as propriedades são do vapor. Para filme de ebulição sobre uma esfera tem-se
⎡ D 3 h ′fg g ( ρ l − ρ v ) ⎤
1/ 4
h D
N u D = D = 0,67 ⎢ ⎥ (1.8.42)
kv ⎢⎣ k vν v (Tw − Tsat ) ⎥⎦
Em que
3
h = hD + hrad ; hD > hrad (1.8.44)
4
na qual
σε w (Tw4 − Tsat4 )
hrad = (1.8.45)
Tw − Tsat
Na Eq. 1.8.45 a constante de Stefan-Boltzmann tem o valor σ = 5,669 x10 −8 W/m2K4. Para
água se Tw − Tsat > 550 − 600 o C , deve-se considerar radiação. No caso em que hrad > hD o
coeficiente pode ser calculado na forma
1/ 3
⎛h ⎞
h = hD ⎜⎜ D ⎟⎟ + hrad ; hD ≤ hrad (1.8.46)
⎝ h ⎠
Ex.: 1.8.4 Rafazer o Ex. 1.8.3 considerando radiação. Adote Tw = 300 o C e ε w = 0,8 .
Se o líquido for forçado sobre o aquecedor, o fluxo de calor deve ser calculado na
forma:
na qual q ′w′ é calculado pela Eq. (1.8.38) e o fluxo de calor devido ao escoamento pode ser
calculado como
O coeficiente de troca convectiva pode ser avaliado como nos capítulos anteriores como nos
casos de convecção forçada externa ou interna ou convecção natural. Por exemplo para
ebulição num duto, uma correlação usada é da forma:
hc D
Nu D = = 0,019 Re 4D/ 5 Pr 0, 4 (1.8.49)
k
157
1.9. Radiação
( )
direção de propagação Ω . A intensidade de radiação monocromática Iν r , Ω, t é definida
como
( )
Iν r , Ω, t =
dEν
dA cos θ d Ωdν dt
(1.9.1)
159
é o total de energia radiativa para ou da superfície por unidade de área e por unidade de tempo
na faixa de freqüência entre ν 1 e ν 2 e através do ângulo sólido entre Ω1 e Ω 2 . Um elemento
de ângulo sólido em coordenadas esféricas é representado por
d Ω = senθ dθ dφ (1.9.3)
na qual θ é o ângulo polar entre a direção normal n à superfície e a direção da intensidade e
φ é o ângulo lateral como mostrado na Figura 1.9.3
160
A superfície de um sistema que participa em uma troca de calor por radiação pode ser
classificada de acordo com sua habilidade de absorver a radiação que nela incide. O termo
corpo negro é usado para denotar um corpo que possui a propriedade de permitir que toda a
radiação incidente entre no meio sem reflexão pela superfície e sem permitir que ele deixe o
meio novamente. Portanto um corpo negro deve possuir uma superfície que permite que a
radiação incidente entre sem reflexão. Durante a propagação de radiação em um meio cada
raio sofre certo enfraquecimento por causa da absorção; portanto um corpo negro deve ter
espessura suficiente, dependendo do seu poder absorsivo, para assegurar que os raios não
deixarão o meio. Um feixe viajando em um meio é desviado de seu caminho original e
espalhado em todas as direções por causa da presença de pequenas impurezas e não
homogeneidades. Embora no processo de espalhamento de radiação térmica a energia não seja
nem criada nem destruída, um corpo negro não deve ter nenhuma ou ser desprezível suas
propriedades de espalhamento para assegurar que a radiação entrando no meio não será
espalhada para fora. Estas propriedades referem-se aos feixes de radiação vindo de todas as
direções e para todos os comprimentos de onda. Daí um corpo negro absorve toda radiação
incidente de todas as direções e em todas as freqüências, sem refletir, transmitir e espalhar os
raios incidentes.
161
Iν dν = − I λ0 d λ0 (1.9.5)
Desde que o comprimento de onda depende do meio em que a radiação está viajando, usa-se o
subscrito 0 para denotar que o meio é um vácuo. A freqüência, entretanto, não depende do
tipo de meio. A freqüência e comprimento de onda estão relacionados por
c0
ν= (1.9.6a)
λ0
Por diferenciação de (1.9.4) resulta
c0 c0
dν = − d λ0 e d λ0 = − dν (1.9.6b)
λ 2
0 ν2
162
2hv 3n 2
Iν b (T ) = = n 2 Iν b ,vac (T ) (1.9.8b)
c0 ⎡⎣exp ( hν / kT ) − 1⎤⎦
2
∞
I b (T ) = ∫ Iν b (T ) dν (1.9.10a)
v =0
e se o índice refrativo n é assumido ser independente da freqüência, a Eq. (1.9.10b) pode ser
rearranjada como
( vh / kT )
3
⎛ν h ⎞
4
2hn 2 ⎛ kT ⎞ ∞
I b (T ) = 2 ⎜ ⎟ ∫ν hν / kT
d⎜ ⎟ (1.9.10c)
c0 ⎝ h ⎠ =0 e − 1 ⎝ kT ⎠
ou
2k 4 2 4 x3 2k 4 2 4 π 4
( ) ( )
∞
I b (T ) = 2 3 n T ∫ν =0 e x − 1dx = c02 h3 n T 15 (1.9.10c)
c0 h
A Eq. (1.9.10c) pode ser rearranjada como
2π 5 k 4 T 4 T4
I b (T ) = n 2
=n σ
2
(1.9.10d)
15c02 h3 π π
na qual
2π 5 k 4
σ= (1.9.10e)
15c02 h3
como
2π π /2
Eλb (T ) = ∫ ∫θ I λb (T )senθ cos θ dθ dφ
φ =0 =0
2π
(T )μ d μ dφ
1
=∫ ∫ I (1.9.11a)
φ =0 μ =0 λb
= π I λb (T )
emitida por um corpo negro na temperatura T por unidade de área, por unidade de tempo, por
unidade de comprimento de onda em todas as direções do espaço hemisférico. Em unidades
SI, W / m 2 ⋅ μ m .
através do qual dA2 é visto por um observador estacionado em dA1 é igual a dA2 cos φ2 / r 2 .
Note que dA2 cos φ2 é a dimensão de dA2 após ele ter sido projetado na direção da linha
dA1 − dA2 .
Viajando de dA1 na direção de dA2 (e para todo o resto do espaço) tem-se a
intensidade total de radiação de corpo negro I b ,1 = I b (T1 ) . O tamanho da área emitente que é
normal à direção r é a área “ dA1 projetada”, dA1 cos φ1 . Portanto, a resposta ao item 1. é:
dA2 cos φ2
qdA1 →dA2 = I b ,1dA1 cos φ1 (1.9.14)
r2
A seta usada no subscrito dA1 → dA2 é para lembrar que qdA1 →dA2 representa a
transferência de energia unidirecional por unidade de tempo, neste caso, de dA1 (emissor) para
dA2 (alvo). Analogamente, a resposta ao item 2. será:
dA1 cos φ1
qdA2 → dA1 = I b ,2 dA2 cos φ2 (1.9.15)
r2
O terceiro passo consiste simplesmente de subtrair a Eq. (1.9.15) da Eq. (1.9.14) para
calcular a transferência de calor líquida de dA1 para dA2 :
166
cos φ1 cos φ2
qdA1 − dA2 = qdA1 →dA2 − qdA2 →dA1 = ( I b ,1 − I b ,2 ) dA1dA2 (1.9.16)
r2
Usando a equação 1(0.10d) para as intensidades de radiação de corpo negro, com n = 1 , a Eq.
(1.9.16) pode ser reescrita como
(
qdA1 − dA2 = σ T14 − T24 ) cos φπ rcos φ
1
2
2
dA1dA2 (1.9.17)
área de A1 e A2 , ou seja,
cos φ1 cos φ2
(
q1− 2 = σ T14 − T24 )∫ ∫A1 A2 π r2
dA1dA2 (1.9.18)
No lado esquerdo da Eq. (1.9.18) o subscrito 1-2 estabelece que a taxa de transferência
q1− 2 (W ) deixa a superfície A1 e entra (cruza) a superfície A2 .
(
q1− 2 = σ T14 − T24 A1 F12 ) (1.9.20)
(
q1− 2 = σ T14 − T24 A2 F21 ) (1.9.22)
Assim para se calcular q1− 2 (W ) deve-se calcular ou F12 ou F21 . Ao se integrar a Eq. (1.9.14)
obtém-se o resultado
cos φ1 cos φ2
q1→ 2 = I b ,1 ∫ ∫ 2
dA1dA2 = σ T14 A1 F12 (1.9.23)
A1 A2 r
167
Pela equação (1.9.12) σ T14 A1 = Eb ,1 A1 que é o número de watts de radiação de corpo negro
emitida pela superfície A1 em todas as direções que os pontos de A1 podem “olhar”. Apenas
uma porção de Eb ,1 A1 é interceptada e absorvida por A2 ( porque, em geral, A1 pode ser
cercada por outras superfícies além de A2 ); aquela porção é q1→2 ou Eb ,1 A1 F12 . Em conclusão,
A razão formulada na Eq. (1.9.24) sugere que o fator de forma está no intervalo entre
0 e 1. Livros textos de transferência de calor apresentam gráficos e tabelas de fatores de forma
para várias configurações. Vide Bejan (1993) Cap. 10, por exemplo.
fator de forma pode ser calculado somando-se os fatores de forma individuais, na forma:
n
F12 = ∑ F12i (Aditividade) (1.9.26)
i =1
Em geral nem toda radiação emitida por A1 é interceptada por A2 , porque outras áreas
invólucro (enclosure), Figura 1.9.5. A conservação de energia dentro da cavidade requer que
Eb ,1 A1 = Eb ,1 A1 F11 + Eb ,1 A1 F12 + + Eb ,1 A1 F1n (1.9.27a)
A maioria das superfícies não se comporta como corpos negros, e para analisar a
transferência calor por radiação para superfícies reais é necessário considerar o que acontece
com a irradiação, ou radiação térmica, incidente sobre a superfície. A irradiação incidente I i
1.9.3.1 Emissividade
direcional:
I λ ( λ , T , φ ,θ )
ε λ′ ( λ , T , φ ,θ ) = ≤1 (1.9.37)
I b ,λ ( λ , T )
Além do mais, pode-se mostrar a partir de (1.9.42) e (1.9.43) que a emissividade total
hemisférica de um corpo cinza é igual à sua emissividade monocromática hemisférica
ε (T ) = ε λ (T ) (1.9.44)
limpas e bem polidas são caracterizadas por baixos valores de ε . Superfícies não metálicas,
por outro lado, têm altas emissividades: de fato, algumas destas satisfazem bem o modelo de
corpo negro ε = 1 (fuligem, vidro liso, gelo). Superfícies metálicas que se tornam cobertas
por óxidos e outras impurezas também adquirem consideravelmente altos valores de
emissividade.
I a ,λ ( λ , T , φ , θ )
α λ′ ( λ , T , φ ,θ ) = (1.9.45)
I λ ( λ , T , φ ,θ )
watts que atinge a unidade de área de todas as direções por comprimento de onda e é definido
como
2π π /2
Gλ ( λ , T ) = ∫ ∫ I λ ( λ , T , φ ,θ )senθ cos θ dθ dφ (1.9.47)
φ =0 θ =0
Gr = G − Ga = (1 − α ) G = ρ G (1.9.53)
A Lei de Kirchhoff pode ser usada para estimar a absortividade de um corpo cinza?
Para responder a esta questão, considere que para um absorvedor difuso
α λ ( λ , T ) = α λ′ ( λ , T ) (1.9.55)
Em conclusão, para uma superfície que é tanto um absorvedor difuso quanto emissor
difuso, a Lei de Kirchhoff estabelece que
αλ (λ,T ) = ε λ (λ,T ) (1.9.57)
Substituindo (1.9.58) em (1.9.52) pode-se demonstrar que para uma superfície cinza
173
α ( T ) = ε (T ) (1.9.59)
Assuma que a menor das duas superfícies A1 é não côncava, de modo que F11 = 0 .
Figura 1.9.7 Cavidade definida por duas superfícies cinzas e resistência térmica de A1 para
A2
Seja G1 a irradiação total que chega num elemento de área dA1 . Na direção oposta está
a porção refletida ρ1G1 mais o fluxo de calor emitido por dA1 em si, ε1 Eb ,1 . O fluxo de calor
(
denominada J1 W / m 2 : )
J1 = ρ1G1 + ε1 Eb ,1 (1.9.60)
( )
A diferença entre o fluxo de calor que deixa dA1 , J1 W / m 2 e o fluxo que chega G1 , é o
Eliminando G1 entre (1.9.60) e (1.9.61) e lembrando que para uma superfície cinza,
ρ1 = 1 − α1 = 1 − ε1 , obtém-se
J1 − ε1 Eb ,1 ε1
q1′′ = J1 −
ρ1
=
1 − ε1
( Eb,1 − J1 ) (1.9.62)
ε1 A1 ( Eb,1 − J1 )
q1 =
1 − ε1
( Eb ,1 − J1 ) =
Ri
(1.9.63)
Observando o circuito elétrico na Figura 1.9.7 pode-se verificar que a taxa líquida de calor
pode ser calculada como se fosse um corpo negro na forma:
σ (T14 − T24 )
q1− 2 = (1.9.68)
1 − ε1 1 1− ε2
+ +
ε1 A1 A1 F12 ε 2 A2
Pela conservação de energia através de A1 pode-se demonstrar que
q1 = q1− 2 = − q2 (1.9.69)
na qual q1 é calculado pela Eq. (1.9.63) e q2 e definido como
ε 2 A2
q2 =
1− ε2
( Eb,2 − J 2 ) (1.9.70)
175
σ A (T14 − T24 )
q1− 2 = (1.9.71)
1 1
+ −1
ε1 ε2
2) Espaço anelar entre dois cilindros infinitos ou entre duas esferas (não necessariamente
concêntricos(as))
σ A1 (T14 − T24 )
q1− 2 = (1.9.72)
1 A ⎛1 ⎞
+ 1 ⎜ − 1⎟
ε1 A2 ⎝ ε 2 ⎠
O caso de invólucros de mais de duas superfícies também pode ser analisado de forma
similar ao caso de invólucro de duas superfícies. Considere o caso de um invólucro de n
superfícies cinzas, Figura 1.9.8. Em geral um observador sobre A1 pode ver as radiosidades de
todas as n partes do invólucro. Por exemplo, a corrente de irradiação que emana da j-ésima
superfície Aj e atinge A1 é J j Aj Fj1 . Segue que a corrente de irradiação que impinge sobre A1
é
A1G1 = J1 A1 F11 + J 2 A2 F21 + + J n An Fn1
n
= ∑J
j =1
j A j F j1 (1.9.74)
n
= ∑J
j =1
j A1 F1 j
Figura 1.9.8 – Invólucro formado por n superfícies cinzas, e resistência associada com Ai
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( J ; j = 1, 2,… , n ) e dos respectivos fatores de forma através dos quais estas superfícies são
j
∑q
i =1
i =0 (1.9.78)
n
ou lembrando que ∑F
j =1
ij = 1 , tem-se
n n
qi = Ai J i ∑ Fij − ∑ J j Ai Fij (1.9.79b)
j =1 j =1
qi = ∑ Ai Fij ( J i − J j )
n
(1.9.79c)
j =1
( )
independentemente. Existirão n 2 − n / 2 relações de reciprocidade, porque existirão n fatores
( )
na diagonal e n 2 − n / 2 fatores em cada lado da diagonal. Adicionalmente, n relações de
n
invólucro ( ∑ Fij = 1 ) podem ser escritas. Em conclusão, o número de fatores de forma
j =1
independentes é:
n2 −
1 2
2
( )
n
n − n − n = ( n − 1)
2
(1.9.80)