Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PATOLOGIA E TERAPIA
DAS ESTRUTURAS
ESCOLA DE ENGENHARIA
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 02
1. INTRODUÇÃO
Doravante, neste trabalho, apenas por comodidade, será utilizado apenas o termo
reforço.
Na realidade, nos últimos tempos, o desenvolvimento com relação aos reforços tem
estado mais ligado a materiais e procedimentos do que a descobertas de novas
técnicas.
2
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
O reforço com concreto projetado difere daquele em concreto armado apenas com
relação ao lançamento e adensamento do concreto, que é feito numa única etapa,
através de equipamento de projeção a ar comprimido. Entretanto, a operação desse
equipamento exige mão de obra especializada, experiente, e responsável.
Uma das maiores preocupações nos reforços com concreto relaciona-se à aderência
entre o concreto de reforço (concreto novo) e o concreto da peça a ser reforçada
(concreto velho). Ela é vital para garantir o comportamento conjunto
(monolítico) peça original / reforço, ou seja, para que a peça reforçada trabalhe
como uma peça monolítica.
Caso seja necessário, pode-se lançar mão de adesivos epoxídicos para garantir tal
aderência. Deve-se lembrar, entretanto, que esse tipo de resina começa a perder o
o
poder de adesão em temperaturas acima de 50 C, sendo que os de melhor
o
performance conseguem trabalhar com a temperatura máxima de 90 C.
3
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
Para justificar essa colocação cita-se que o concreto armado é composto por
materiais de características mecânicas bem diferentes, que, entretanto, não
impedem o seu perfeito funcionamento conjunto, em função da correta
consideração das mesmas.
Convém chamar a atenção para o fato de não existirem normas para reforço tão
abrangentes quanto as existentes para obras novas, mesmo nas mais renomadas
instituições de normatização.
4
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
4. REFORÇO DE PILARES
Pilares são os elementos estruturais que, para reforço, maires exigências impõem ao
projetista. Eles são reforçados por diversos motivos, como por exemplo:
• erros de cálculo;
• erros de detalhamento;
• deficiências dos materiais (fck estimado menor que o de projeto);
• mau adensamento do concreto;
• corrosão das armaduras;
• impactos acidentais;
• erros de locação.
6
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
Antes do reforço de um pilar, o ideal seria alivia-lo de sua carga. Entretanto, salvo
em casos muito especiais, tal alívio só é conseguido de forma parcial, estando,
portanto, o pilar original ainda solicitado no instante do reforço.
Supondo que, em tal instante, o pilar original esteja resistindo uma carga N, após o
reforço, o conjunto pilar original-reforço passará a resistir a uma carga N + ∆N.
Dessa carga total (N + ∆N), o pilar original será solicitado por uma parcela igual a
N + α ∆N, e o reforço pela parcela restante de (1-α) ∆N. O valor de α dependerá da
relação entre a rigidez do pilar original e a rigidez do reforço, bem como das
condições de ligação estrutura-reforço já comentada anteriormente. A Figura 4.1.1
ilustra o citado, através de analogia com o comportamento de molas helicoidais.
Caso a nova carga solicitante do pilar original (N + α ∆N) o leve à ruptura, a carga
total (N + ∆N) passará a solicitar o reforço, que deverá ser capaz de suportar-la,
evitando a ruptura geral do pilar reforçado.
É importante ressaltar que pilares são solicitados não só por cargas normais
(compressão simples), mas também por momentos fletores (flexão normal ou
oblíqua composta), o que torna as considerações de trabalho conjunto pilar
original-reforço ainda mais complexas.
7
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
Finalizando, é importante destacar que, pelo exposto neste item, pode-se concluir que
qualquer intervenção a ser executada num elemento estrutural, por mais simples que
possa parecer, deve ser precedida de análise estrutural, sob pena de redução da
segurança do mesmo. Como contra exemplo muito comum, pode-se citar os casos de
oxidação de armaduras, onde muitas empresas de execução, geralmente por
desconhecimento do comportamento estrutural, realizam intervenções à revelia
daquela análise.
Nesse tipo de reforço, o pilar original, é totalmente envolvido pelo concreto armado
de reforço, conforme mostra a Figura 4.2.1.
O reforço mostrado na Figura 4.2.1 (B) é continuo, ou seja, atinge vãos contiguos
do pilar. Nesse caso, é importante a continuidade da armadura longitudinal de
reforço, onde ela seja possível, como ocorre quando só é preciso atravessar o
concreto das lajes.
Caso o reforço utilize concreto projetado, não deverá haver problemas de ordem
executiva.
Esse reforço difere daquele por encamisamento, porque o acréscimo de concreto não
é feito em todas as faces do pilar original (Figura 4.3.1).
9
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
Neste caso, só existe a opção do reforço trabalhar em conjunto com o pilar original, o
que torna essencial a ligação entre os dois concretos. O uso de pinos de
cisalhamento, conforme já descrito e mostrado na Figura 2.1, é, portanto,
essencial, sendo conveniente, também, a utilização de adesivos estruturais.
Na Figura 4.3.1 (A) é mostrada solução através de estribos soldados, que só deve
ser adotada no caso de aços não encruados a frio. Na solução da Figura 4.3.1 (B),
através de sulcos abertos no cobrimento de duas faces do pilar original, estribos são
incorporados, com argamassa de resina ou argamassa polimérica, ao pilar original. A
Figura 4.3.1 (C) ilustra ligação por meio de chumbadores.
Esse tipo de reforço conduz, obviamente, a uma seção transversal final (após o
reforço) de forma circular - Figura 4.4.1.
10
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
5. REFORÇO DE VIGAS
11
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
O cálculo do reforço de vigas pode ser feito com base nos critérios da NBR-6118,
com a devida consideração das tensões e deformações existentes antes do reforço.
Caso a seção original da viga (concreto e aço) seja suficiente para absorver os
momentos fletores próximos dos apoios, a citada ancoragem não é necessária.
Nesse caso, entretanto, a viga passa a ter apoio de altura reduzida, exigindo as
verificações concernentes. Destaca-se a verificação da armadura de suspensão dos
esforços que chegam pela armadura de reforço.
Esses estribos podem ser calculados para funcionarem também como pinos,
absorvendo os esforços de cisalhamento que surgem entre o concreto velho e o novo.
13
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
A Figura 5.2.1 mostra casos nos quais estribos adicionais são soldados aos
existentes. Para isso, durante o apicoamento do concreto da viga original, o
cobrimento da parte inferior da viga é retirado até que os estribos fiquem expostos
num comprimento suficiente para a soldagem. Convém lembrar que, nesses casos, os
estribos não podem ser de aço encruado a frio.
Quando a soldagem dos estribos não é possível, pode ser adotada a solução indicada
na Figura 5.2.2, que consiste na ancoragem dos estribos na alma da viga.
Nesse caso, os estribos não funcionam como pinos, que se forem necessários terão
que ser executados com chumbadores ou barras coladas com resina.
14
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
15
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
Na maioria dos casos, ele está associado ao reforço à flexão, sendo, portanto,
executado normalmente por encamisamento.
Experimentos têm mostrado não ser necessário o envolvimento de toda a viga pelo
estribo, o que é extremamente interessante do ponto de vista executivo, evitando os
difíceis, e às vezes impossíveis, procedimentos pela parte superior das lajes.
A Figura 5.3.2 ilustra casos nos quais o cálculo estrutural se baseou nesse
raciocínio.
16
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
Caso seja necessário apenas o reforço ao cisalhamento, podem ser feitos cortes no
concreto de cobrimento nas posições onde serão instalados os estribos de reforço. Os
sistemas de ancoragem dos estribos são os mesmos indicados nas Figuras 5.3.1 e
5.3.2. A Figura 5.3.3 ilustra o descrito.
17
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
A Figura 5.4.1 apresenta a solução mais empregada, seja utilizando concreto armado
ou projetado.
18
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
6. REFORÇO DE LAJES
Como nos pilares e vigas, devem ser considerados os estados iniciais de tensão e
deformação. Entretanto, no caso das lajes, os efeitos desses estados iniciais são
menos significativos, porque a parcela da carga permanente em relação à carga total
é normalmente menor do que nos casos de pilares e vigas. Portanto, a retirada das
cargas de utilização reduz significativamente as tensões e deformações iniciais. Caso
se deseje reduzir ainda mais as tensões e deformações iniciais, pode-se lançar mão
de operações de macaqueamento e escoramento, que também são de bem mais fácil
execução do que nos casos de vigas e pilares.
Atenção especial deve ser dada à aderência entre os concretos original e de reforço,
para que seja garantido o funcionamento conjunto.
O reforço à flexão pode ser obtido pelo acréscimo de armadura na zona de tração
ou acréscimo de concreto na zona de compressão. A combinação desses dois
acréscimos pode ser utilizado, apesar do maior grau de intervenção.
A Figura 6.2.1 mostra o reforço executado pela face inferior da laje, através de
concreto projetado.
19
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
20
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
Solução alternativa, para reforço da região de momentos negativos, pode ser obtida
através da abertura de sulcos e posterior fixação da armadura com argamassa
polimérica ou de resina, mais ponte de aderência - Figura 6.2.3.
Ressalta-se que momentos volventes provocam esforços de tração nas duas faces
das lajes. Na face inferior, entretanto, não ocorre fissura, pois as armaduras de
combate aos momentos positivos absorvem as tensões de tração do momento
volvente. Na face superior, como geralmente não há armadura negativa, o momento
volvente provocará fissuras.
A Figura 6.2.4 mostra o reforço para momento volvente com concreto armado.
A solução, em concreto armado, mais utilizada exige que aberturas sejam feitas na
laje, para o lançamento do concreto. Caso tal acesso seja inviável, pode-se adotar
solução com injeção de argamassa sobre brita acondicionada na forma. A Figura
6.3.1 ilustra esses dois casos.
Essa solução é igual à ilustrada pela Figura 6.3.2, que corresponde ao reforço à
punção.
7. CONSOLOS DE REFORÇO
O mau desempenho pode ser da peça estrutural, exigindo reforços à flexão, punção
ou cisalhamento, ou da interação entre estrutura e solo, que implica em recalques,
e, consequentemente, em reforço, sendo, às vezes, necessário o reposicionamento da
estrutura (ver Figura 7.2).
O aumento da área de uma sapata pode ser necessário, para manter os níveis de
tensão no solo, quando há acréscimo de carga, ou para reduzir tais níveis, quando
eles estão acima do admissível, provocando recalques excessivos.
25
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
Quando exigido, uma boa solução para aumentar a área de uma sapata é
prolongar as ferragens de flexão existentes, e aumentar a sua altura, o suficiente
para que sejam atendidas as novas solicitações de flexão, punção e cisalhamento -
Figura 8.2.
O prolongamento das barras pode ser feito quebrando-se as bordas da sapata, até
que fique exposto um trecho reto de ferragem de aproximadamente quinze
centímetros, para soldagem ou instalação de luvas (tipo CCL).
No cálculo do futuro bloco de coroamento, deve ser levado em conta que algumas
barras da armadura original serão cortadas durante a perfuração da sapata para a
execução das estacas.
26
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
27
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
As Figuras 9.1 e 9.2 ilustram o reforço de blocos de pequenas dimensões sem e com
acréscimo de estacas, respectivamente.
28
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
29
Patologia e Terapia das Estruturas
Reforço com Concreto Prof. Élvio Mosci Piancastelli
10. BIBLIOGRAFIA
******
30