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1. INTRODUÇÃO
Para discutir esta temática, iremos privilegiar a consulta bibliográfica de autores que se
debruçam sobre aspectos ligados a matérias em pesquisa, conjugado com as técnicas de
observação e entrevista dirigida aos chefes de agregados familiar com crianças, no sentido de
nortear e compreender os diferentes conceitos atribuídos ao tema em análise. Deste modo,
ambicionamos realizar um estudo claro, objectivo, coerente e, fundamentalmente, que seja
importante e útil na nossa vida profissional, o que aliás justifica o tema escolhido para este
trabalho.
No que concerne a organização deste trabalho, no primeiro capítulo inicia com uma
introdução e de seguida apresentamos o problema, a justificativa onde se levanta a questão de
partida e pertinência do nosso estudo, os objectivos da pesquisa e as questões de pesquisa que
norteiam a nossa pesquisa.
Entretanto, entendemos que todas estas questões sociais devem ser consideradas no trabalho
com profissionais que ajudam indivíduos que vivem em contexto de vulnerabilidade,
especificamente os Assistentes Sociais, pois exercem forte influência sobre o comportamento
das famílias e da comunidade em geral, tal como sustenta MARTINS (2008), que o
Assistente Social atende diversos casos individuais, lida com expressões da questão social
que, muitas vezes, não são atendidas por meio das políticas públicas que deveriam garantir a
resolução dessas situações.
Corroborando, PEREIRA (2009) defende que os profissionais que compõem a rede sócio
assistencial de crianças precisa estar atento a estas questões que ferem o desenvolvimento
saudável deste grupo alvo. Ora, diversas instituições de ensino superior em Moçambique
formam Assistentes Sociais como é o caso da Universidade Pedagógica (UP) – Maputo,
dotando-os de ferramentas básicas para o enfrentamento dos problemas sociais como é o caso
da vulnerabilidade socioeconómica que faz se sentir no posto administrativo de Ntega.
Entendemos que em Moçambique tem havido pouca discussão ou análise baseada numa
compreensão mais ampla de vulnerabilidade socioeconómica como um conceito analítico que
ajude a explicar porque é que as crianças são mais susceptíveis a sofrerem influencia no seu
desenvolvimento do que outras e como superar esta problemática.
Ainda, a preferência de trabalhar este tema, advém de razões de ordem pessoal, dado a
necessidade contínua de aprender e de rever os conhecimentos que fomos construindo ao
longo do curso, de modo a prepararmos para os desafios que temos de enfrentar como futuro
profissionais desta área.
Outrossim, a sua escolha deve-se a razões de ordem prática que durante os trabalhos da
cadeira de Práticas Técnico Profissional em Serviço Social I, II e III realizados no Bairro de
Mussumbuluco, observamos situações de crianças vivendo em famílias vulneráveis lutando
pela sobrevivência carecendo de alguém que ajude ou mostre caminhos seguros para a
construção do seu futuro sem colocar em causa o pleno desenvolvimento.
Estas iniciativas dão conta de um maior reconhecimento por parte do governo de que
Moçambique precisa de se afastar de respostas à vulnerabilidade com base em emergências,
definidas como choques a curto prazo, para uma resposta mais robusta aos factores
demográficos e estruturais a longo prazo que criam vulnerabilidade, o que deteriora
grandemente a capacidade das famílias libertar-se da pobreza.
Tratando se de uma pesquisa que vai explorar a questão da actuação do Assistente Social,
figura principal de defesa dos direitos violados conforme refere MARTINS (2008), julgamos
que será um contributo significativo para a reflexão do papel deste profissional nas famílias
vulneráveis, assim como nas instituições superiores existentes no país como é o caso da UP
em particular nos cursos de Educação e Assistência Social.
Sugerir como é que o assistente social, a partir das suas estratégias, pode contribuir na
superação da vulnerabilidade socioeconómica das famílias no desenvolvimento da
criança.
Para responder aos objectivos específicos acima, foram formuladas as seguintes perguntas de
pesquisa:
Como é que o assistente social, a partir das suas estratégias, pode contribuir na
superação da vulnerabilidade socioeconómica das famílias no desenvolvimento da
criança.
CAPÍTULO I: MARCO TEÓRICO
Na conotação deste capítulo, abordamos os procedimentos teóricos que vão sustentar a parte
teórica do trabalho. Assim, propomos a clarificação dos conceitos que entendemos serem
fundamentais para a realização deste trabalho, exigindo, por conseguinte, uma boa escolha de
referências bibliográficas.
Por sua vez, MARTINS (2008), define Assistente Social como sendo um profissional que
atende diversos casos individuais, lida com expressões da questão social que, muitas vezes,
não são atendidas por meio das políticas públicas que deveriam garantir a resolução dessas
situações.
Em função destes conceitos, podemos entender que assistente social é um profissional que
ajuda ou apoia os seus utentes a resgatar os seus direitos perdidos garantindo com os mesmos
a resolução dessas situações. Neste caso, entendemos que a intervenção do assistente social
deve estar orientada por uma perspectiva crítica que junta a leitura crítica da realidade e
capacidade de identificação das condições materiais de vida, identificação das respostas
existentes no âmbito do estado e da sociedade civil, reconhecimento e fortalecimento dos
espaços onde as crianças estão inseridas em defesa de seus direitos; formulação e construção
colectiva, em conjunto com famílias, de estratégias políticas e técnicas para modificação da
realidade e formulação de formas de pressão sobre o Estado, com vista a garantir os recursos
financeiros, materiais, técnicos e humanos necessários à garantia e ampliação dos direitos.
Vulnerabilidade
A noção de vulnerabilidade tem sido vista como estando associada a uma situação de
susceptibilidade de indivíduos ou de grupos, face a três factores, nomeadamente: i) exposição
ao risco; ii) incapacidade de reacção; e iii) dificuldade de adaptação diante das consequências
do risco (MOSER, 1998 apud ANAZAWA, 2012:29).
b) Vulnerabilidade Socioeconómica
Conceito de Família
Segundo o artigo 119 da Constituição da República de Moçambique (2004) família é o
elemento fundamental e a base de toda a sociedade, sendo responsável pela garantia da
educação e do bem-estar dos seus membros. No termos do artigo 2 da lei nº 10/2004 de 25 de
Agosto (Lei da Família) aprovada pela Assembleia da República, família é entendida como
sendo a comunidade de membros ligados entre si por laços de parentesco, casamento,
afinidade e adopção. Segundo Fonseca, (2005:54) um laço familiar pode ser definido como
uma relação marcada pela identificação estreita e duradoura entre determinadas pessoas que
reconhecem entre elas certos direitos e obrigações mútuos. Essa identificação pode ter origem
em factos alheios à vontade da pessoa (laços biológicos, territoriais), em alianças conscientes
e desejadas (casamento, compadrio, adopção) ou em actividades realizadas em comum
(compartilhar o cuidado de uma criança ou de um ancião, por exemplo). Neste sentido, a
família significa muito mais do que um núcleo de ascendência e descendência, mais do que
laços conjugais e mais ainda do que qualquer descrição que se possa fazer. Família no sentido
em que é tratada no contexto do presente trabalho tem a ver com sentimento de pertença e de
identidade dos membros, independentemente da sua descendência, desde que para si e para os
outros um certo grupo de indivíduos se identifique como família.
A Vulnerabilidade Socioeconómica nas famílias no Mundo
Para uma compreensão exaustiva deste ponto, começamos por afirmar que vários estudos
apontam para a existência de grupos da população que estão sujeitos a uma forte insegurança
e vulnerabilidade materiais (WFP, 2008). A vulnerabilidade em Moçambique está fortemente
ligada às características da agricultura, visto grande parte da população estar dependente da
produção agrícola. Estudos sobre vulnerabilidade indicam que 34,8% dos agregados
familiares em Moçambique estão submetidos a uma situação de grande vulnerabilidade
socioeconómica (SETSAN, 2006).
O estudo do SETSAN (2006) faz uma distinção importante entre a vulnerabilidade crónica e
a vulnerabilidade transitória. Para este autor existem grupos de agregados familiares em
Moçambique que pelas suas características estruturais (seus meios de produção, fontes de
rendimento, características demográficas e sociais) estão submetidos cronicamente à
insegurança alimentar. Outros agregados familiares são estruturalmente menos vulneráveis,
mas podem estar submetidos a um forte choque conjuntural que os coloque em situação de
vulnerabilidade pontual. Os estudos mostram também que existe uma grande mobilidade e
instabilidade em torno das fronteiras de vulnerabilidade e de pobreza. Embora sejam
estruturalmente menos vulneráveis, alguns agregados familiares podem ser profundamente
afectados por choques repentinos que os colocam abaixo da linha da pobreza ou sob
insegurança alimentar temporária. Tendo em conta o carácter estrutural e conjuntural da
vulnerabilidade e pobreza em Moçambique as políticas públicas de assistência social deverão
ter em conta os diferentes tipos de vulnerabilidade acima descritos.
O estudo sobre Maputo e Matola (WFP, 2008) indica que nestas cidades 27,3% dos
agregados familiares vivem alguma forma de vulnerabilidade.
Estes agregados familiares também podem estar submetidos a situações conjunturais que
façam crescer a sua insegurança alimentar, mas estruturalmente estes são agregados
familiares muito vulneráveis. Outros agregados familiares são estruturalmente menos
vulneráveis, mas podem estar submetidos a um forte choque (grande catástrofe natural, perda
das culturas, morte ou doença grave e prolongada de um membro do agregado familiar,
aumento brusco dos preços dos alimentos) que os coloque em situação de vulnerabilidade
pontual. Esta distinção é importante do ponto de vista das políticas públicas pois os dois tipos
de vulnerabilidade requerem modos de assistência social diferente.
nas áreas urbanas, a vulnerabilidade e a grande pobreza estão fortemente ligadas à dificuldade
de acesso ao trabalho assalariado, à incerteza e aos baixos rendimentos no sector informal, e à
dificuldade de acesso às áreas agrícolas. Sem acesso ao emprego formal, sem uma actividade
assalariada ou por conta própria que lhes forneça um rendimento seguro, muitos agregados
familiares vivem sob a incerteza em relação ao volume dos seus rendimentos que caracteriza
as actividades e pequenos negócios do sector informal e, por isso, expostos a grande
vulnerabilidade (Paulo et al., 2007; WFP, 2008; Matine e Fonseca, 2009). Os estudos
qualitativos sobre a pobreza têm sublinhado a importância do isolamento social e
institucional nas situações de grande pobreza e vulnerabilidade tanto no meio rural como
urbano. Esses estudos têm mostrado que os agregados familiares mais pobres não conseguem
alimentar as relações sociais com a família alargada ou com a comunidade mais próxima
(amigos e conhecidos), nem com grupos religiosos, instituições e organizações fora da sua
comunidade mais próxima que lhes permitiria o acesso a oportunidades várias, como
emprego, assistência financeira, e apoio de vária ordem (Tevedten et al, 2006; Paulo et al.,
2007; Rosário et al., 2008; Cruzeiro do Sul, 2007). No meio urbano em particular, onde as
relações sociais são mais "mercantilizadas" e a reciprocidade mais fortemente marcada pelo
dinheiro, o acesso ao rendimento e dinheiro é uma determinante importante no acesso a essas
redes (Paulo et al., 2007). A importância das relações sociais e da pertença a redes sociais e
institucionais extensas e variadas é tanto mais marcada quanto alguns estudos indicam que a
estratégia mais comum para enfrentar choques externos, tanto no meio rural como urbano, é a
de buscar ajuda junto da família e amigos (Fox et al., 2008).
Os agregados familiares estruturalmente mais vulneráveis estarão por isso em situação mais
frágil para enfrentar choques repentinos, como uma seca ou cheias, ou uma doença. A
prevalência crescente do HIV/SIDA e o facto de que este vírus introduza a possibilidade de
doenças graves, prolongadas e/ou frequentes no interior dos agregados familiares, faz com
que nalguns casos a doença deixe de constituir um factor conjuntural de vulnerabilidade, mas
passe a ser um factor estrutural de vulnerabilidade a ter sobretudo em conta nas províncias do
país onde a taxa de prevalência é mais elevada, como no sul e no centro de Moçambique.
1.4 Implicações da Vulnerabilidade Socioecónomica no Desenvolvimento das Criança.
Para a família vulnerável, marcada pela fome e pela miséria, a casa representa um espaço de
privação, de instabilidade e de esgarçamento dos laços afectivos e de solidariedade. Segundo
GOMES (2003), quando a casa deixa de ser um espaço de protecção para ser um espaço de
conflito, a superação desta situação se dá de forma muito fragmentada, uma vez que esta
família não dispõe de redes de apoio para o enfrentamento das adversidades, resultando,
assim, na sua desestruturação. A realidade das famílias com vulnerabilidade socioeconómica
não traz no seu seio familiar a harmonia para que ela possa ser a propulsora do
desenvolvimento saudável de seus membros, uma vez que seus direitos estão sendo negados.
Ainda neste ponto, a UNICEF (2010), refere que a desnutrição como um dos indicadores da
vulnerabilidade socioeconómica tem vastas repercussões na vida das crianças em
Moçambique. O mais drástico desses impactos é a mortalidade infantil. Uma nutrição
adequada também é importante por si própria, uma vez que a desnutrição afecta o
desenvolvimento físico e mental da criança, estando intimamente ligada à capacidade de ser
bem-sucedida na escola e tornar se um adulto produtivo. As crianças de agregados mais
vulneráveis economicamente, assim considerados com base num índice de riqueza, têm uma
probabilidade quase dez vezes superior de sofrer privação severa de educação do que as
crianças de agregados mais abastados.
Uma das consequências óbvias deste ambiente familiar, segundo LOFORTE (2008), é o fraco
desempenho escolar de suas crianças. Elas recusam-se a ir à escola e a fazer os deveres de
casa. A estabilidade familiar, neste caso, é ameaçada pois se torna difícil ter dinheiro
disponível para a aquisição de alimentos. Pelo não fornecimento do capital social, os parentes
inadvertidamente interferem na habilidade das crianças atingirem o seu potencial
educacional, aumentando a probabilidade de enfrentar dificuldades económicas ao longo da
vida.
Percebe-se que para essa família, a perda ou rompimento dos vínculos produz sofrimento e
leva a criança à descrença de si mesma, tornando-a frágil e com baixa auto-estima. Esta
descrença conduz ainda a criança a se desfazer do que pode haver de mais significativo para o
ser humano, a capacidade de amar e de se sentir amado, incorporando um sentimento
desagregador. A questão da família vulnerável aparece como a face mais cruel da disparidade
económica e da desigualdade social. Esse estado de privação de direitos atinge a todos de
forma muito profunda, à medida que produz a banalização de sentimentos, dos afectos e dos
vínculos, conforme ressalta VICENTE (1994): O ser humano é complexo e contraditório,
ambivalente em seus sentimentos e condutas, capaz de construir e de destruir. Em condições
sociais de escassez, de privação e de falta de perspectivas, as possibilidades de amar, de
construir e de respeitar o outro ficam bastante ameaçadas. Na medida em que a vida à qual
está submetido não o trata enquanto homem, suas respostas tendem à rudeza da sua mera
defesa da sobrevivência.
Noutro desenvolvimento sobre este assunto, PETRINI (2003) afirma que à medida que a
família encontra dificuldades para cumprir satisfatoriamente suas tarefas básicas de
socialização e de amparo/serviços aos seus membros, criam-se situações de vulnerabilidade.
A vida familiar para ser efectiva e eficaz depende de condições para sua sustentação e
manutenção de seus vínculos A situação socioeconómica é o factor que mais tem contribuído
para a desestruturação da família, repercutindo directamente e de forma vil nos mais
vulneráveis desse grupo: os filhos, vítimas da injustiça social, se vêem ameaçados e violados
em seus direitos fundamentais.
Analisando a visão dos autores acima, leva-nos a entender que as relações em contexto de
vulnerabilidade socioeconómica geram crianças e famílias passivas e dependentes, com a
auto-estima consideravelmente comprometida. De forma as crianças desde cedo, percebem-se
como inferiores, incapazes, desvalorizadas, sem o reconhecimento social mínimo que as faça
crer em seu próprio potencial como ser humano. Neste caso, todas estas questões sociais
devem ser consideradas no trabalho com pessoas que vivem em contexto de vulnerabilidade,
pois exercem forte influência sobre o comportamento das famílias, sobretudo no
desenvolvimento da criança.
Nessa ordem de raciocínio, os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas
mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho,
na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública. Ora, SOUSA (2008)
afirma que na medida em que o assistente social actua directamente no cotidiano dos menos
favorecidos, ele produz um conhecimento sobre a realidade o seu instrumento de trabalho que
permite ter a real dimensão de intervenção profissional.
Por procura espontânea do grupo familiar ou um de seus membros, quando este toma
conhecimento de que o serviço pode atender a uma de suas necessidades.
Nesta etapa, o profissional utiliza vários instrumentos que, articulados, permitem conhecer e
analisar a situação, a estrutura e a dinâmica familiar, assim como levantar dados relativos às
condições sanitárias e habitacionais, de emprego, de renda, de religião etc. Entre os principais
instrumentos utilizados nesta fase, destacam-se a entrevista, o estudo social e a visita
domiciliar. De maneira geral, os dados e as informações sobre a família são ordenados pelos
profissionais a fim de se construir uma síntese com base na interpretação dos mesmos. A fase
de identificação é vista como contínua ao longo do processo de atendimento, uma vez que
novas informações sobre a família e sua situação vão sendo incorporadas ao longo do
atendimento, indicando elementos para a reformulação de novas intervenções, (idem).
c) Acompanhamento familiar
Refere-se às acções dos assistentes sociais directamente com as famílias, bem como dos
demais profissionais da equipe quando existente (atendimento psicológico, fona audiológico,
fisioterapêutico, entre outros), MIOTO, (2000).
d) Desligamento da família
O estudo foi conduzido sobre uma população agregada de 25 famílias consideradas a viver
em situações de vulnerabilidade socioeconómica pelas autoridades locais, no posto
administrativo de Ntega. A amostra estudada envolveu 04 famílias, tendo como critérios de
escolha o estado da habitação, localização e ocupação dos membros do agregado familiar.
Neste caso, a amostra é constituída por famílias que têm renda abaixo do salário mínimo
(3.642,00mt) ou que vivem sem renda, residentes no posto administrativo de Ntega, onde
algumas famílias sobrevivem a base do subsídio de pobreza disponibilizado pelo INAS.
Farão parte também desta amostra 02 funcionários do INAS sendo 01 da Repartição de
Assistência Social (RAS) e 01 do Programa de Desenvolvimento Comunitário.
A amostra, foi escolhida de forma intencional com ajuda das autoridades do Bairro, isto é,
Chefes de Unidade e de Quarteirão, pois tem conhecimento das famílias em situação de risco
sobretudo o permanente do bairro1.
Os dados de consulta bibliográfica e documental serviram para subsidiar e/ou arguir durante
a redacção do texto.
Neste caso, antes do início da recolha de dados foi respeitado o princípio bioético do
consentimento informado para os participantes na presente pesquisa, sobre o trabalho a ser
levado a cabo para evitar possíveis transtornos, assegurando a confidencialidade e anonimato
através da não obrigatoriedade de menção da identidade dos mesmos, nos instrumentos de
recolha de dados, e através de textos introdutórios nos instrumentos que explicam que a
informação pretendida destina-se exclusivamente a conclusão de um nível académico e os
resultados serão apenas usados para fins de pesquisa.
Para a recolha de dados, depois do pré-teste dos instrumentos e sua validação, observamos
diferentes fases que se circunscreveram em primeiro lugar no contacto com a direcção do
INAS e autoridades no posto administrativo de Ntega, a quem apresentamos o propósito da
pesquisa para a sua formalização. Em conjunto fizemos um programa para a execução da
recolha de dados. Foram entrevistados 06 elementos dos quais 04 chefes de agregado familiar
e 02 Assistentes Sociais do INAS.
O guião de entrevista foi constituído por duas partes onde a primeira tem os dados
sociodemográficos e a segunda, trata-se de perguntas relacionadas ao objectivo geral desta
pesquisa. Em apêndice, encontra-se uma versão do roteiro de entrevista utilizado. Os
procedimentos éticos foram acautelados por meio de termo de consentimento informado na
parte introdutória dos instrumentos. Para cada entrevistado foi produzido um guião de
entrevista que diante das respostas dadas por cada entrevistados, foram preenchidos nas
questões correspondentes conforme os critérios acordados com os mesmos.
Concluída esta etapa, seguiu-se a análise de dados que obedeceu a um processo orientado em
3 (três) momentos, sendo que o primeiro, procuramos compreender e sistematizar os
diferentes pontos de vista constantes nos instrumentos, através de leitura. Neste processo,
identificamos os aspectos que nos pareceram comuns em cada questão levantada. O segundo,
agrupamos as respostas dadas pelos participantes em categorias específicas tendo em conta os
aspectos comuns nas respostas dadas pelos diferentes entrevistados. O terceiro momento foi a
análise e interpretação dos dados. Finalmente, elaboramos o relatório final da pesquisa sob
forma de conclusão e sugestões.