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Mebes
Apresentação de
Constantino K. Riemma
Veremos, a seguir, as informações que esses dois autores russos apresentam em seus sites
sobre os desenhos de cartas associados a Mebes. Poderemos constatar, assim, diferentes
vinculações de imagens ao texto de GOM. E, para finalizar, adicionamos dados biográficos
de G. O. Mebes recolhidos por Marta Pécher.
Os Tarôs de G. O. M. na Rússia
Andriy Kostenko
• As imagens da edição de 1937 coincidem em todos os detalhes com a descrição da tradução brasileira
de Marta Pécher : Galeria dos arcanos GOM - imagens e descrições
A Força desenhada por Susana Ayvasian, a caixa do baralho publicado em 2003 e a carta da Lua
Em 1994, a Editora Sofia, de Kiev, propôs a restauração do livro de G.O. Mebes (Xangai,
1937), adicionando cores e detalhes aos desenhos anônimos daquela edição. O projeto foi
abandonado e o artista Vitaly Serdyukov conseguiu produzir apenas o primeiro arcano.
Alexander Morozov, que manteve a guarda do desenho original de Serdyukov, gentilmente
me autorizou a reproduzi-lo.
.
Foi uma pena a interrupção, pois a amostra que podemos apreciar, à esquerda,
revela que o artista manteria o perfil das ilustrações publicadas em 1937, à direita.
• Tarot de Vasily Masiutin (1884-1955), conhecido artistas russo que desenhou lâminas para Tarot
com V. Schmakov : Galeria Vasily Masiutin
Encontra-se igualmente disponível, para leitores da língua russa, um novo livro de Mebes
sobre o tarô: trata-se da publicação, em 2007, de transcrições de palestras e comentários
sobre os Arcanos Maiores, até então inéditas. Victor Olsufiev colaborou nessa edição (capa
à direita na ilustração acima).
O relato da tradutora de Mebes para o português
Marta Pécher
na Introdução aos Arcanos Maiores
Uma amiga me trouxe, um dia, um velho livro russo, intitulado “Enciclopédia do Ocultismo”
e editado em Xangai, na China, em 1937, pelo Centro Russo de Ocultismo. Interessada nos
assuntos espiritualistas, ela o comprara por acaso.
A obra continha os ensinamentos de um misterioso “Mestre”, sem revelar o nome do autor
ou dar outras informações a seu respeito.
Lido o livro, achei-o extremamente interessante e fiquei impressionada pela autoridade que
emanava das palavras do “Mestre”. Não era a “certeza nascida da ignorância”, tão
frequente nos escritos e palestras espiritualistas, mas parecia ser bem o resultado da
experiência própria e do profundo saber.
Receando que o texto, tão valioso, pudesse perder-se pela destruição do livro, já em mau
estado, comecei imediatamente o trabalho de sua tradução, procurando, ao mesmo tempo,
descobrir quem seria o misterioso “Mestre”.
Depois de muita busca, consegui entrar em contato com pessoas ligadas, por laços de
amizade ou mesmo de família, com os antigos discípulos do “Mestre”, e até trocar
correspondência com um de seus discípulos diretos, vivendo então no Chile, e hoje já
falecido.
A obra apresenta a transcrição de uma série de aulas ministradas nos anos 1911-12, em
São Petersburgo (naquele tempo capital da Rússia) por G. O. Mebes, mais conhecido como
“GOM”.
Mebes, professor de matemática e de francês em dois dos melhores liceus da capital, era
também chefe da Maçonaria, do Martinismo e da Rosa-cruz da Rússia, bem como fundador
e dirigente da Escola Iniciática do Esoterismo Ocidental.
Em 1912, Mebes autorizou os alunos a publicar uma parte de suas aulas, principalmente
para o uso da Escola. O livro apareceu numa edição muito limitada, tendo se esgotado
rapidamente.
Após a revolução russa, quando as autoridades começaram a perseguir todo movimento
religioso, a atividade espiritualista de Mebes tornou-se clandestina mas continuou até 1926,
ano em que foi preso e deportado a um “gulag”, nas ilhas do Mar Branco. Faleceu poucos
anos depois.
Alguns livros, no entanto, foram salvos e levados para além das fronteiras russas.
Considerado já como obra clássica do ocultismo, o livro foi reeditado na China, em poucos
exemplares ainda. Um destes chegou ao Brasil e, após o falecimento do seu detentor, foi
vendido.
O título original russo “Enciclopédia do Ocultismo” poderá surpreender, todavia ele se
explica pelo fato que os 22 Arcanos Maiores do Tarô encerram a gama total do ocultismo.
Toda e qualquer manifestação no mundo por nós habitado apresenta uma faceta de um
destes 22 Arcanos. Os mesmos abrangem a totalidade da vida da nossa Humanidade atual,
decaída. Somente pelo nosso próprio esforço podemos ultrapassar esse circulo limitador e
entrar no campo dos Arcanos Menores, regentes da Humanidade primordial, não decaída.
A todos que colaboraram na publicação “Os arcanos maiores do Tarô. Curso de
Enciclopédia do Ocultismo” e, especialmente, a Fanny Ligeti, Simone Deceuninck, Maria
Luiza de Andrade Simões, Dr. Sandor Pethö e José António Arantes meus mais sinceros
agradecimentos.
O texto acima é a transcrição da Apresentação que a tradutora Marta Pécher fez para a
edição brasileira de "Os Arcanos Maiores do Tarô - Seu simbolismo, suas iniciações e
seus passos para a realização espiritual. Curso de Enciclopédia do Ocultismo",
publicada pela Editora Pensamento no final dos anos oitenta.