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CONCLUSÃO
A. Em primeiro lugar, Deus nos ouve. Em segundo, ele nos tira das situações
difíceis, em terceiro, ele nos coloca em um lugar seguro.
B. Quando esperamos confiadamente em Deus estas coisas vão acontecer. Ao
experimentarmos esta ação de Deus em nossa vida, Deus colocará em nossos
lábios um novo cântico (eu e você vamos rir à toa), um hino de louvor ao nosso
Deus. Que maravilha! É o fim das lamentações e o início da adoração (Salmo
30.5).
C. Esta alegria, fruto da esperança em Deus, servirá de testemunho para muitos
(verso 3) “que verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor”.
D. Miqueias 7: 7, diz: “Eu, porém, olharei para o Senhor e esperarei no Deus da
minha Salvação; o meu Deus me ouvirá”.
ILUSTRAÇÕES
Visão geral: esse salmo traz uma confirmação clara da graça de Deus e de seu poder de livrar. Por isso,
para esses comentaristas, devemos interpretar o esterco e a lama dos quais Davi foi retirado como nossa
pecaminosidade. E a rocha sobre a qual Davi foi colocado pode ser entendida como uma referência à certeza
do livramento divino e à esperança que os crentes têm nas promessas de Deus ou como uma alusão a Cristo,
que é o fundamento da igreja. Dessa maneira, a música que Davi canta mostra não só sua própria gratidão,
como representa também a gratidão da humanidade pelo resgate poderoso de Deus. Nossos intérpretes
discutem se o hebraico complicado do versículo 6, que muitos traduzem como “furaste minhas orelhas”, é
uma referência a Êxodo 21. Todavia, concordam que a frase sugere a importância de se ouvir a Palavra ser
pregada e interpretada da maneira correta. Finalmente, à luz do que parece ser uma mudança repentina de
tom no versículo 11, alguns dos nossos comentaristas destacam que as promessas de Deus não eliminam a
realidade do sofrimento aqui e agora, mas os cristãos, que receberam a misericórdia de Deus, são capazes
agora de demonstrar misericórdia aos outros.
Realizamos sacrifícios imitando a Cristo. JOHANNES BUGENHAGEN: Hebreus 10 nos ensina que essas são
palavras de Cristo, mostrando que agora não existe mais sacrifício externo, a não ser que, pelo exemplo de
Cristo, você cumpra a vontade e a lei de Deus, não com ofertas externas, mas de coração. Esta é a lei do
espírito: a fé em seu coração que não age maliciosamente e também não o deixa ficar em silêncio sobre a
justiça, verdade, salvação e bondade de Deus na grande congregação ou entre as multidões. O começo do
salmo é um ato de gratidão pelo livramento maravilhoso do Senhor. INTERPRETAÇÃO DOS SALMOS.
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Harman, A. (2011). Salmos. (V. G. Martins, Trad.) (1a edição, p. 185–186). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
A palavra “rocha” significa a certeza do consolo, da fé, esperança, proteção e ajuda divina. Ela é usada em
oposição à sepultura e à lama, nas quais não conseguimos ficar em pé ou andar. No entanto, permanecemos
seguros sobre a rocha. Para Cristo, o Filho de Deus, essa rocha é Deus, o Pai. Nossa rocha é Cristo, Deus
verdadeiro e homem verdadeiro, o Filho do Deus vivo. Ele nos orienta por meio de seu Espírito Santo. Cremos
nele, então somos capazes de andar seguramente. Como lemos no salmo 32, o próprio Deus afirma: “Instruir-
te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho”. TODO O SALTÉRIO.
Uma nova canção para o Senhor, do Senhor. CARDEAL CAJETAN: aqui a graça da nova aliança é descrita pelo
autor, pois um ser humano não dá a canção, quem o faz é Deus, por meio de revelação, porque os crentes não
só creem em seu coração, mas também confessam com suas bocas: “Em meus lábios”. Com doçura, pois é um
cântico, então é delicioso. Com admiração, pois é verdadeiramente novo por cantar que o Verbo se fez carne.
A restauração do ser humano é muito mais interna do que externa. Na realidade, ele canta sobre a
restauração de toda a criação: “Eis que faço novas todas as coisas”. Com culto de adoração entendemos o
“louvor ao nosso Deus”, para que se compreenda que essa canção sobre a nova aliança é louvor a Deus não
diferentemente do louvor do nosso povo, que o adorava na antiga aliança. COMENTÁRIO SOBRE O SALMO 40.
Não limite a ação de Deus aos meios externos. JOÃO CALVINO: enquanto alguns vivem em sofrimento
constante por causa de sua própria ansiedade e tristeza ou se abalam com o sopro da menor brisa, outros se
esforçam muito para fortalecer e preservar sua vida com recursos terrenos – tudo isso é resultado da
ignorância sobre a doutrina de que Deus domina todas as questões deste mundo segundo seu próprio prazer
e vontade. E assim como a grande maioria das pessoas, medindo a providência de Deus por seu próprio
entendimento, obscurece-a ou a limita maliciosamente, Davi, colocando-a de maneira correta, remove esse
obstáculo sabiamente. Então, o significado da frase é este: que, nas obras de Deus, o ser humano deve
respeitosamente admirar o que não é capaz de compreender com sua razão. E quando a carne o levar à
contradição ou à murmuração, ele precisa se elevar acima do mundo. Se Deus parar de operar, pode parecer
estar adormecido, pois, quando ele cruza os braços para o uso de meios externos, não consideramos que ele
aja por meios secretos. Desse modo, nessa passagem aprendemos que, embora a razão de suas obras possa
ser oculta ou desconhecida para nós, ele é maravilhoso em seus conselhos. COMENTÁRIO DE SALMOS.
Joseph Addison3
3
MacDonald, W. (2011). Comentário Bíblico Popular: Antigo Testamento (2a edição, p. 412–413). São Paulo: Mundo Cristão.
1. Esperando esperei. O início deste Salmo é uma expressão de gratidão na
qual Davi relata que fora libertado, não apenas do perigo, mas também da
presença da morte. Há quem defenda a opinião, mas sem boas razões, de que ela
deva ser entendida como resultado de enfermidade. Deve-se antes pressupor que
Davi, nesta passagem, compreende uma infinidade de perigos dos quais ele
escapara. Certamente estivera mais que exposto ao maior dos perigos, à morte;
de modo que, com boas razões, podia dizer que fora tragado pelo abismo da
morte afundado em lodo lamacento. Não obstante, o que transparece é que sua
fé ainda continuava firme, porquanto não cessou de confiar em Deus, embora a
longa permanência da calamidade havia deixado sua paciência bem perto da
exaustão. Ele não nos diz simplesmente que havia esperado, mas pela repetição
do mesmo verbo ele mostra que fora deixado por longo tempo em ansiosa
expectativa. À medida, pois, que sua provação se prolongava, a evidência e prova
de sua fé em suportar a delonga com calma e equanimidade mentais se faziam
ainda mais evidente. O significado em sua consiste em que, embora Deus
delongasse seu socorro, não obstante o coração de Davi não desfaleceu, nem se
cansou; senão que, depois de dar, por assim dizer, suficiente demonstração de sua
paciência, por fim foi ouvido. Em seu exemplo surge diante de nós uma doutrina
muito proveitosa, a saber: embora Deus não se apresse em vir em nosso socorro,
mas propositadamente nos mantém em suspenso e perplexidade, todavia não
devemos perder a coragem, visto a fé não ser totalmente provada senão pela
longa espera. O resultado também do qual ele fala em termos de louvor deve
inspirar-nos com crescente constância. Deus pode socorrer-nos mais lentamente
do que gostaríamos, mas quando parece não tomar conhecimento de nossa
condição, ou, se podemos usar tal expressão, quando parece inativo e a dormitar,
isso é totalmente distinto de nos enganar; pois se somos incapazes de suportar,
mediante a invencível força e poder da fé, o tempo oportuno de nosso livramento
por fim surgirá.
2. E me tirou da cova extraordinária. Há quem traduza: da cova da desolação,
visto que o verbo שאה, shaäh, do qual o substantivo שאום, shaon, se deriva,
significa destruir ou devastar, tanto quanto ressoar ou ecoar. Mas é mais
apropriado considerar que há aqui uma alusão aos abismos profundos, donde as
águas jorram com força violenta. Com esta similitude ele mostra que fora exposto
a um iminente perigo de morte como se houvera sido precipitado num profundo
poço, extraordinário pela impetuosa fúria das águas. Com o mesmo propósito é
também a similitude de o lodo lamacento, pelo qual ele notifica que ele estivera
tão perto de ser submerso pelo peso de suas calamidades, que não lhe fora fácil
desvencilhar-se delas. Em seguida surge uma súbita e incrível mudança, pela qual
manifesta a todos a grandeza da graça que lhe fora concedida. Declara que seus
pés foram postos sobre uma rocha, enquanto que anteriormente havia sido
submerso em água; e que seus passos foram bem firmados, enquanto que antes
não só eram vacilantes e escorregavam, mas também se atolara na lama.
3. E pôs em minha boca um novo cântico. Na primeira cláusula do versículo,
ele conclui a descrição do que Deus lhe havia feito. Com a expressão, Deus pôs um
novo cântico em minha boca, ele denota a consumação de seu livramento. Seja
qual for a maneira em que Deus se apraz em socorrer-nos, ele não exige nada
mais de nós senão que sejamos agradecidos pelo socorro e o guardemos na
memória. Portanto, à medida em que ele nos concede seus benefícios, tão logo
abramos nossa boca e louvemos seu nome. Visto que Deus, ao agir liberalmente
para conosco, nos encoraja a cantar seus louvores, Davi com razão reconhece que,
havendo sido tão portentosamente liberto, o tema de novo cântico lhe fora
fornecido. Ele usa o termo novo no sentido de raro e não ordinário, ainda quando
a maneira de seu livramento era singular e digno de eterna memória. É verdade
que não há benefício divino tão minúsculo que dispense nossos mais elevados
louvores; quanto mais ele estende sua mão, porém, visando a nos socorrer, mais
devemos incitar-nos um fervoroso zelo neste santo exercício, de modo que nossos
cânticos correspondam à grandeza do favor que porventura nos tenha sido
conferido.
Muitos o verão. Aqui o salmista estende ainda mais o fruto do auxílio [divino]
que experimentara, dizendo-nos que o mesmo proverá os meios de instrução
comum a todos. E certamente é a vontade de Deus que os benefícios que derrama
sobre cada um dos fiéis seriam provas da benevolência que ele constantemente
exerce para com todos eles, de modo que um, instruído pelo exemplo do outro,
não há dúvida que a mesma graça se manifestará em favor de cada um deles. Os
termos, temor e esperança, ou confiança, à primeira vista não parecem
harmonizar-se. Davi, porém, não os juntou impensadamente; pois ninguém jamais
nutrirá a esperança do favor divino senão aquele cuja mente é antes imbuída com
o temor de Deus. Entendo temor em geral significando o sentimento de piedade
que se produz em nós pelo conhecimento do poder, da eqüidade e da
misericórdia de Deus. O juízo que Deus exerceu contra os inimigos de Davi serviu,
é verdade, para inspirar em todos os homens o temor [divino]; em minha opinião,
porém, Davi antes pretende que, pelo livramento que obtivera, muitos seriam
induzidos a consagrar-se ao serviço de Deus e a submeter-se, com toda
reverência, à sua autoridade, porquanto o conheceriam como o Juiz do mundo.
Ora, todo aquele que cordialmente se submete à vontade de Deus
necessariamente associará a esperança com o temor; especialmente quando
surge diante de seus olhos a evidência da graça pela qual Deus comumente atrai a
si todos os homens. Pois eu já disse que Deus se manifesta ante nossos olhos
como misericordioso e bondoso para com outros, a fim de que nos asseguremos
de que ele será o mesmo em relação a nós. Quanto ao verbo, verão, do qual Davi
faz uso, devemos entendê-lo como uma referência não só aos olhos, mas
principalmente à percepção da mente. Todos, sem distinção, viram o que
aconteceu, para muitos deles, porém, nunca ocorreu reconhecerem o livramento
de Davi como obra de Deus. Visto, porém, que tantos são cegos relativamente às
obras de Deus, aprendamos que somente os que se consideram com a faculdade
de ver claramente, a quem foi dado o Espírito de discernimento, os quais não
ocupar sua mente em pousar sobre os meros eventos que sucedem, mas que
podem discernir em si, pela fé, a mão secreta de Deus.
[vv. 4–5]
Bem-aventurado é o homem tem posto Jehovah por sua confiança, e que não
atentam para os soberbos, nem para os que se desviam para a mentira. Muitas
são, ó Jehovah meu Deus, as obras portentosas que tens operado; e é impossível
calcular em ordem a ti5 teus conselhos para conosco. Declararei e falarei deles;
eles são mais do que se pode contar.
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Calvino, J. (2009–2012). Salmos. (F. Ferreira, T. J. Santos Filho, & F. W. Ferreira, Orgs., V. G. Martins, Trad.) (Primeira Edição,
Vol. 2, p. 206–215). São José dos Campos, SP: Editora Fiel.