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DOSSIÊ DO PROFESSOR PALAVRAS 10

AVALIAÇÃO

TESTE DE DIAGNÓSTICO

GRUPO I

A. Lê o seguinte poema.

Camões e a Tença

Irás ao paço. Irás pedir que a tença


Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
5
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.

Em tua perdição se conjuraram


Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.
10

E aqueles que invocaste não te viram


Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.
15

Irás ao paço irás pacientemente


Pois não te pedem canto mas paciência.

Este país te mata lentamente.

Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra Poética, Lisboa, Caminho, 2010.

Educação literária
1. No poema, refere-se a ida do poeta ao palácio real. Indica o que o motiva e caracteriza a sua atitude.
2. Apresenta uma leitura possível para a segunda estrofe.
3. Indica o recurso expressivo presente em «mão de cinza» e explica o seu valor expressivo.
4. Explicita o sentido do verso «Este país te mata lentamente» (vv. 3 e 16).
5. Classifica formalmente esta composição poética.

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AVALIAÇÃO

B. Lê o seguinte texto.

Felicidade clandestina
Ela era gorda, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. (…) possuía o
que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Mas que talento tinha para a crueldade. (…) Comigo exerceu com calma ferocidade o seu
sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava
5
a implorar-lhe os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como
casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o,
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dormindo-o. E completamente acima das minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa
no dia seguinte e que ela o emprestaria. (…)
No dia seguinte fui à sua c
asa, literalmente correndo. (…) Olhando bem para os meus olhos, disse-me que havia
15 emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. (…)
No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir
a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. (…)
E assim continuou. (…)
20 Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua
recusa, apareceu sua mãe. (…)
Foi então que, finalmente, se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o
livro agora mesmo. (…)
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. (…)
Clarice Lispector, Felicidade Clandestina, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981, pp. 7-10.

6. Segundo a narradora, indica em que consiste a crueldade da filha do dono da livraria.


7. Transcreve a frase que condensa a importância do livro para a narradora.
8. Esclarece o sentido do título do texto.
GRUPO II

A poesia é mais verdadeira do que a História


Numa oficina em Maputo, com a duração de três dias, tinha por objetivo desenvolver ou estimular
o interesse pela ilustração de obras literárias, usando para isso o livro de Luis Bernardo Honwana
Nós Matámos o Cão Tinhoso. À minha frente, na sala de aula da Universidade Eduardo Mondlane,
estavam dez alunos de jornalismo. No primeiro dia, ninguém levou material de desenho, por isso
5
resolvi falar um pouco sobre ilustração, sobre o modo como a arte mudou, especialmente nos últimos
dois séculos, e sobre uma desejável complementaridade entre texto e imagem. Disse-lhes que não
valeria a pena simplesmente ilustrar o que estava no livro, que teriam de encontrar o espaço das
imagens naquilo que não estava descrito, nos silêncios da obra. Mostrei-lhes que muitas vezes não
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devemos representar o que vemos, mas o que sentimos, e que podemos para isso falsear a
perspetiva, de modo a conseguirmos uma maior fidelidade ao que desejamos partilhar. (…)
Nesse último dia de oficina, três dos alunos levaram pincéis, um levou uma esponja, outro levou
uma escova de dentes. (…) O resultado foi surpreendentemente bom e eu sugeri a quem não levou
15 pincéis (nem esponja, nem escova de dentes) que pedisse um pouco de esponja emprestada e
fizesse o mesmo.
E assim, a criatividade foi muito mais capaz do que a realidade, fazendo aquilo que lhe compete:
fazer com que a ficção, a imaginação, a ideia, se torne matéria, se torne facto, que passe a existir.
20 À tarde fui caminhar junto ao mar e a paisagem, naquele dia cinzento, era um espaço silencioso
cujas simples descrição objetiva não conseguia abarcar. S. João da Cruz, quando diz, num verso,
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‘entremos mais dentro da espessura’, mostra isso mesmo, que a verdade está enfiada na carne das
coisas, mais do que à superfície, e assim, uma esponja pode ser um pincel, uma perspetiva errada
está mais próxima da verdade, o que não vemos é mais factual, ou, como disse Aristóteles, a
poesia é mais verdadeira do que a História.
Afonso Cruz, in Jornal de Letras, 15 de outubro-28 de outubro, 2014, p. 29.

Educação literária
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.
1.1. O título do texto
A. recupera uma frase de Luis Bernardo Honwana.
B. recupera uma frase de um dos participantes na oficina.
C. recupera uma frase dita por Aristóteles.
D. recupera uma frase de São João da Cruz.
1.2. No primeiro parágrafo do texto,
A. o autor refere que não vale a pena ilustrar as obras literárias.
B. o autor valoriza as suas ilustrações.
C. o autor destaca a ilustração da obra Nós Matámos o Cão Tinhoso.
D. o autor aprecia a ilustração que não representa apenas a obra.
1.3. Segundo o autor,
A. a criatividade transforma a realidade em ideia inovadora.
B. a criatividade depende dos objetos que possuímos.
C. a criatividade e a imaginação são opostas.
D. a criatividade é uma perda de tempo.
1.4. A expressão «a verdade está enfiada na carne das coisas» (ll. 19-20) significa que
A. nem sempre a verdade é óbvia.
B. aquilo que vemos é sempre verdade.
C. nunca conhecemos a realidade.
D. a verdade só existe nas obras literárias.
1.5. O autor do texto, ao caminhar junto ao mar,
A. não consegue ver a paisagem.
B. sente que só com subjetividade poderia descrever a paisagem.
C. sente tristeza porque o dia está cinzento.
D. sente-se incomodado por causa do silêncio.
2. Responde de forma correta aos itens apresentados.
2.1. Refere o processo de formação da palavra «jornalismo» (l. 4).
2.2. Identifica a função sintática desempenhada pelo vocábulo sublinhado na frase «No primeiro dia,
ninguém levou material de desenho (…)» (l. 4).
2.3. Indica o tempo e o modo da forma verbal «fizesse» (l. 14).

Grupo III
Escrita
Quando se fala de amor, pensa-se sempre no sentimento por uma pessoa. Mas pode o ser
humano enamorar-se com a mesma intensidade por um objeto?

Num texto bem estruturado, com um mínimo de 100 e um máximo de 150 palavras, apresenta um texto
de opinião que pudesse integrar o jornal da tua escola sobre a possibilidade de alguém se apaixonar por
um livro, por uma pintura, por uma joia…
Recorre a exemplos que conheças para fundamentares a tua opinião.
TESTE FORMATIVO 1
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GRUPO I

A. Lê o seguinte poema e consulta as notas apresentadas.

[Levou-s1’a louçana2], levou-s’a velida2:


vai lavar cabelos, na fontana3 fria.
Leda dos amores, dos amores leda.

5 [Levou-s’a velida], levou-s’a louçana:


vai lavar cabelos, na fria fontana.
Leda dos amores, dos amores leda.

Vai lavar cabelos, na fontana fria:


passou seu amigo, que lhi bem queria.
Leda dos amores, dos amores leda.
10

Vai lavar cabelos, na fria fontana:


passa seu amigo, que a muit’amava.
Leda dos amores, dos amores leda.
15
Passa seu amigo, que lhi bem queria:
o cervo do monte a augua volvia.
Leda dos amores, dos amores leda.

Passa seu amigo, que a muit’amava:


o cervo do monte volvia a augua.
Leda dos amores, dos amores leda

Pero Meogo (CBN 1188), in A Lírica Galego-Portuguesa, Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos,
Lisboa: Editorial Comunicação, Coleção Textos Literários, 1983, p. 268.

1
Levou-se: levantou-se.
2
louçana / velida: bela, formosa.
3
fontana: fonte.

Educação Literária
1. Salienta a estrutura narrativa desta cantiga.
2. Apesar da repetição, a cantiga apresenta uma certa progressão. Com base nas estrofes I, III e V, explicita
em que consiste essa progressão.
3. Interpreta a simbologia de «fontana» e de «lavar os cabelos».
4. Esclarece de que modo o verso «o cervo do monte volvia a augua.» pode ser considerado o desfecho da
pequena narrativa apresentada no poema.

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A. Lê o seguinte poema e consulta as notas apresentadas.


Foi um día Lopo jograr1
a cas2 d’um infançom cantar
e mandou-lh'ele por dom3 dar
5
tres couces na garganta;
e fui-lh'escass' a meu cuidar,
segundo com'el canta4.

Escasso foi o infançom


en seus couces partir5 entom,
10
ca non deu a Lop[o], entom
mais de tres na garganta;
e mais merece o jograrom6,
segundo com'el canta.
Martin Soares (CBN 1366), in A Lírica Galego-Portuguesa, Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos,
Lisboa: Editorial Comunicação, Coleção Textos Literários, 1983, p. 146.
1
jograr: jogral.
2
cas:casa.
3
por dom: como recompensa.
4
vv. 5-6: e foi muito pouco, em meu entender, atendendo à maneira (horrorosa) como ele canta.
5
partir: distribuir.
6
jograrom: mau jogral (aumentativo pejorativo).

5. Explicita a sátira presente nesta cantiga.


6. Mostra como a sátira contra o jogral Lopo pode indiciar uma crítica ao infanção.

Grupo II

Faltam modas
É difícil hoje perceber que uma moda alentejana fosse cantada, a plenos pulmões, por centenas
de jovens estudantes presos, transportados em carrinhas de polícia, a caminho do governo civil de
Lisboa. É que para muitos dessa geração o canto popular significava uma afirmação de
autenticidade contra o folclore postiço, encenado e pinoca do regime de então. Era também um elo
5
de solidariedade coletiva e um sinal de aproximação a um povo e a uma História idealizados. Nesse
contexto, canções de ronda, letras simples e singelas que falavam do campo, de amores e
desamores, de solidão, mágoa e alegria, transmitidas fora das vias oficiais, ganhavam um sentido
de rebeldia e resistência.
10
A minha aproximação ao canto alentejano deu-se e confirmou-se por várias vias. Esta não foi a
menos importante. Mas lembro-me de, em miúdo, ouvir os homens a cantar na rua da vila, das
modas que as mulheres cantavam no campo, e de ouvir o meu avô entoar baixinho, “A senhora de
Aires de ao pé de Viana/ tem o seu altar feito à romana…”. Estávamos em Alvalade, Concelho de
15 Santiago, Baixo Alentejo, bem longe de Viana, mas igual repertório circulava. Era a mesma
irradiação. E cantavam os amigos do meu pai, às vezes, nos piqueniques daquele tempo. E,
cantariam, mais tarde, os meus companheiros de cadeia, também.
O magnífico trabalho de harmonização e divulgação de Fernando Lopes Graça, com o coro da
20 Academia dos Amadores de Música fez-me conhecer algumas modas. Os próprios membros do
coro, já à vontade, em momentos de inesquecível e alegre convívio ensinaram-me mais ainda.
Nelas afluíam o amor à terra e à natureza, a celebração terna da maternidade, os ritos do
trabalho, a contrariedade de vidas adversas e duras, o registo de sofridos momentos históricos, os
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amores contrariados, o lance sentimental mais pesado ou a brejeirice mais saltarica. Ocorrem-me
retalhos de cantigas e refrões, quase sempre incompletos, levando-me a pensar que essas
reminiscências já me estão incrustadas na própria maneira de ser.
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Claro que tinha de me regozijar com o reconhecimento internacional. Fora das alentejanas, não
sou muito de modas. Mas esta pode ser que abra novos caminhos ao cantochão daquela terra. (…)
Mário de Carvalho, in Jornal de Letras, 10 de dezembro a 23 de dezembro, 2014, p. 7.

Leitura / Gramática
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.
1.1. No passado, o canto alentejano
A. era uma forma de união entre os estudantes.
B. significava a confirmação de um folclore fingido.
C. abordava temas simples, mas era um grito de revolta.
D. era apenas cantado em Lisboa.
1.2. O autor do texto confessa que, em criança,
A. ouvia os habitantes da aldeia a cantar.
B. o seu avô lhe ensinou as letras simples do canto alentejano.
C. gostava de andar no campo com as mulheres.
D. ouvia frequentemente o canto alentejano.
1.3. Segundo o autor, Fernando Lopes Graça
A. contribuiu para a divulgação do canto alentejano.
B. cantava no coro da Academia dos Amadores da Música.
C. ensinou-o a cantar as modas alentejanas.
D. era um alentejano.
1.4. A expressão «(…)já me estão incrustadas na própria maneira de ser.» (ll. 19-20)
A. significa que as lembranças contrastam com a sua maneira de ser.
B. demonstra a sua indiferença perante o canto alentejano.
C. significa que a sua maneira de ser depende dessas memórias.
D. revela a sua íntima ligação às memórias do canto alentejano.
1.5. Mário de Carvalho confessa
A. a sua alegria com a consagração do canto alentejano.
B. a sua admiração pelas modas.
C. a sua crítica à atribuição de prémios.
D. a sua vontade de cantar algumas modas alentejanas.
2. Responde de forma correta aos itens apresentados.
2.1. Identifica os processos fonológicos que ocorreram na evolução da palavra «mágoa»: MACULAM >
mágoa.
2.2. Classifica a oração sublinhada: «levando-me a pensar que essas reminiscências já me estão
incrustadas na própria maneira de ser» (ll. 19-20).
2.3. Indica a função sintática da expressão: «com o reconhecimento internacional» (l. 21).

Grupo III
Escrita
«No momento em que, no dia 27 de novembro, em Paris, a Unesco declarava o Cante
Alentejano Património Imaterial da Humanidade, perante as lágrimas do Grupo Coral e
Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, (…) 400 crianças do agrupamento de escola Mário
Beirão, em Beja, prepararam a mais comovente das homenagens.»
Manuel Halpern, «Cante, Do Alentejo para o Mundo», in Jornal de Letras, 10 de dezembro-23 de dezembro, 2014, p. 6.

Num texto bem estruturado, com um mínimo de 100 e um máximo de 150 palavras, apresenta uma
exposição sobre o contributo da consagração do Cante Alentejano para a região e para o nosso país.
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TESTE FORMATIVO 2

GRUPO I

A. Lê o seguinte poema e consulta as notas apresentadas.

CAPÍTULO 115

Per que guisa estava a cidade corregida pera se defender,


quando el-Rei de Castela pôs cerco sobr'ela.

Nem uũ falamento deve mais vizinho seer deste capitulo que havees ouvido, que poermos logo
aqui brevemente de que guisa estava a cidade, jazendo el-Rei de Castela sobr'ela; e per que modo
poinha em si guarda o Meestre, e as gentes que dentro eram, por nom receber dano de seus
ẽmigos; e o esforço e fouteza que contra eles mostravom, em quanto assi esteve cercada.
5
Onde sabee que como o Meestre e os da cidade souberom a viinda del-Rei de Castela, e
esperarom seu grande e poderoso cerco, logo foi ordenado de recolherem pera a cidade os mais
mantiimentos que haver podessem, assi de pam e carnes, come quaes quer outras cousas. E iam-
se muitos aas liziras em barcas e batees, depois que Santarem esteve por Castela, e dali tragiam
10
muitos gaados mortos que salgavom em tinas, e outras cousas de que fezerom grande
açalmamento; e colherom-se dentro aa cidade muitos lavradores com as molheres e filhos, e
cousas que tiinham; e doutras pessoas da comarca d'arredor, aqueles a que prougue de o fazer; e
deles passarom o Tejo com seus gaados e bestas e o que levar poderom, e se forom contra
15 Setuval, e pera Palmela; outros ficarom na cidade e nom quiserom dali partir; e taes i houve que
poserom todo o seu1, e ficarom nas vilas que por Castela tomarom voz. (…)
E ordenou o Meestre com as gentes da cidade que fosse repartida a guarda dos muros pelos
fidalgos e cidadãos honrados; aos quaes derom certas quadrilhas e beesteiros e homẽes d'armas
20 pera ajuda de cada uũ guardar bem a sua. Em cada quadrilha havia uũ sino pera repicar quando tal
cousa vissem2, e como cada uũ ouvia o sino da sua quadrilha, logo todos rijamente corriam pera
ela; por quanto aas vezes os que tiinham cárrego das torres viinham espaçar pela cidade, e
leixavom-nas encomendadas a homeẽs de que muito fiavom; outras vezes nom ficavom em elas
senom as atalaias; mas como davom aa campãa, logo os muros eram cheos, e muita gente fora.

Teresa Amado, Crónica de D. João I de Fernão Lopes, Lisboa: Seara Nova/Comunicação, 1980, pp. 170-171.

1
puseram na cidade tudo que tinham.
2
quando vissem que era caso para isso.

Educação literária
1. Indica o tema do texto, justificando com expressões do texto.
2. Identifica duas medidas tomadas pelo Mestre antes do cerco da cidade.
3. Seleciona uma frase que demonstre que o Mestre temia uma duração prolongada do cerco da cidade
pelos castelhanos.
4. Explicita como neste excerto os atores individuais e coletivos articulam os seus esforços para o bem
comum.

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B. Lê o seguinte texto.
Os que esperavam por tal triigo andavom per a ribeira da parte de Exobregas,
aguardando quando veesse, e os que velavam, se viiam as galees remar contra lá,
repicavam logo por lhe acorrerem. Os da cidade como ouviam o repico, leixavam o sono, e
tomavam as armas e saía muita gente, e defendiam-nos aas beestas se compria, ferindo-
5 se aas vezes dũa parte e doutra; porem nunca foi vez que1 tomassem alguũ, salvo ũa que
certos batees estavom em Ribatejo com triigo, e forom descubertos per uũ homem natural
d' Almadãa, e tomados per os Castelãos; e el foi depois tomado e preso e arrastado, e
decepado e enforcado. E posto que tal triigo algũa ajuda fezesse, era tam pouco e tam
raramente, que houvera mester de o multiplicar como fez Jesu Cristo aos pães, com que
fartou os cinco mil homeẽs.
Teresa Amado, Crónica de D. João I de Fernão Lopes, [Capítulo 148] Lisboa: Seara Nova/Comunicação, 1980, p. 194.
1
nunca aconteceu que.

5. Identifica a relação que se estabelece entre este excerto e o texto apresentado em A.


6. Explicita de que modo as populações contornaram a falta de mantimentos na cidade.

Grupo II

Incerteza no fim do mundo


O inverno de 2013-2014 trouxe mais uma vez à atenção nacional a fragilidade da costa
portuguesa. Galgamentos pelo mar das zonas marginais, habitações em risco,
desassoreamento de praias, destruição de apoios balneares são, afinal, os efeitos visíveis de
um processo complexo que envolve a variabilidade climática e os seus efeitos nos oceanos,
5
mas também a ação humana, em particular a ocupação da zona litoral. Zona ameaçada, o
litoral é igualmente um espaço de intervenção preventiva, reparadora e protetora. No quadro
da Universidade do Porto, diversos investigadores estudam este espaço de interface entre o
mar e a terra, e muitos têm-se progressivamente integrado em centros de investigação
10
multidisciplinar, de que o CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e
Ambiental é exemplo.
A dificuldade de entender as dinâmicas costeiras é uma expressão da complexidade da
interação dos fatores intervenientes em cada local específico. Apesar da sua formação de bióloga,
15 Ana Bio (CIIMAR) tem-se dedicado à análise estatística de dados sobre a restinga 1 do Douro, uma
zona de 800 metros de comprimento por 300 de largura, procurando entender a evolução desta
língua de areia ao longo da última década. (…) Ana Bio destaca a orientação da costa como sendo
a característica predominante no processo de erosão, “devendo esta ser analisada face à direção
20 das ondas e dos ventos, que são fatores variáveis. Os nossos estudos revelam-nos que, no decurso
da última década, assistimos a uma rotação para oeste de cerca de 5 graus na direção principal das
ondas”. Esta rotação avisa, terá certamente efeitos locais no processo de erosão e, também, na
corrente de deriva que é responsável pela alimentação sedimentar das praias.
Embora as variações do nível do mar ao longo dos últimos cem anos sejam muito acentuadas,
outras variações sensíveis se registaram em diversos períodos históricos. Estaremos, então,
perante mudanças que se poderão agravar, em conexão com as alterações climáticas, neste finis
terrae que é a costa portuguesa?

Paulo Gusmão Guedes, in Revista dos Antigos Estudantes da Universidade do Porto,


n.º 21, II Série, janeiro de 2015, pp. 12-13.
1
depósitos arenosos paralelos à linha da costa.

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Leitura / Gramática
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.
1.1. O texto apresentado apresenta marcas específicas do género:
A. apreciação crítica.
B. artigo de divulgação científica.
C. exposição.
D. reportagem.
1.2. O primeiro parágrafo do texto
A. constitui uma motivação para futuros investigadores.
B. refere-se a estudos recentes da Universidade de Aveiro.
C. apresenta uma síntese do artigo.
D. refere-se a investimentos do CIIMAR nas zonas balneares.
1.3. O título do texto
A. evidencia uma preocupação das populações face ao fim do mundo.
B. salienta as recentes investigações dos estudiosos do mar.
C. realça simbolicamente os riscos das zonas costeiras portuguesas.
D. apresenta a expressão «fim do mundo» em sentido literal.
1.4. O texto tem como tema:
A. a incerteza dos portugueses face ao fim do mundo.
B. as tempestades na costa norte portuguesa.
C. as dinâmicas costeiras no norte de Portugal.
D. as mudanças climáticas na Europa.
1.5. Os vocábulos do campo lexical do mar
A. constituem marcas específicas deste género textual.
B. contribuem para a compreensão do texto.
C. dificultam a identificação do tema.
D. permitem perceber que as investigações recentes sobre o mar preveem o fim do mundo.
2. Responde de forma correta aos itens apresentados.
2.1. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada na frase «A dificuldade de
entender as dinâmicas costeiras é uma expressão da complexidade da interação dos fatores intervenientes em
cada local específico.» (ll. 10-11).
2.2. Classifica a oração sublinhada: «Embora as variações do nível do mar ao longo dos últimos cem anos
sejam muito acentuadas, outras variações sensíveis se registaram em diversos períodos históricos.» (ll. 20-21)
2.3. Classifica sintaticamente a expressão sublinhada: «Zona ameaçada, o litoral é igualmente um espaço
de intervenção preventiva, reparadora e protetora.» (ll. 5-6).

Grupo III
Escrita
Num texto bem estruturado, com um mínimo de 100 e um máximo de 150 palavras, apresenta uma
exposição sobre a importância da escrita como repositório do património de um povo. Recorre à tua
experiência pessoal de leitura para fundamentares a tua opinião.

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AVALIAÇÃO

TESTE FORMATIVO 3

GRUPO I

A. Lê o seguinte texto.
ESC. Vós buscastes descrição
que culpa vos tenho eu?
Pode ser maior aviso
maior descrição e siso
que guardar eu meu tisouro?
Não sois vós molher meu ouro?
Que mal faço em guardar isso?

Vós não haveis de mandar


em casa somente um pelo
s’eu disser isto é novelo
havei-lo de confirmar.
E mais quando eu vier
de fora haveis de tremer
e cousa que vós digais
não vos há de valer mais
daquilo que eu quiser.

Moço às partes d’além


Vou-me fazer cavaleiro.
Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira.

Educação literária
1. A partir da leitura do excerto, infere o momento da ação da farsa, identificando o interlocutor do
Escudeiro.
2. Seleciona, na fala do Escudeiro, marcas de um discurso contrastante com o ideal de marido que a jovem
Inês acreditava ter encontrado.
3. Explica de que modo este momento da farsa constitui uma mudança no rumo dos acontecimentos.
4. Identifica o recurso expressivo na frase: «que guardar eu meu tisouro?» e explica a sua expressividade.

B. Lê o seguinte texto.

Denis Tens boa molher de teu


nam sei que tu hás amigo.
Amâncio S’ela casara contigo
renegaras tu com’eu

e dixeras o que eu digo.


Denis Pois compadre quant’à minha

É tam mole e desatada


que nunca dá peneirada
que nam derrame a farinha.

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AVALIAÇÃO

E não põe cousa a guardar


que a tope quando a cata5
e por mais que homem se mata
de birra nam quer falar.
Trás dũa pulga andará
três dias e oito e dez
sem lhe lembrar o que fez
nem tam pouco o que fará.
Pera que t’hei de falar?
Quando ontem cheguei do mato
pôs ũa enguia a assar
e crua a leixou levar
por nam dizer sape a um gato.
Quant’a mansa, mansa é ela
Dê-m’ê logo conta disso1.
Amâncio Juro-t’eu que mais val isso
Cincoenta vezes qu’ela.
A minha te digo eu
que se a visses assanhada
parece demoninhada2
ante sam Bertolameu3.
Gil Vicente, Auto da Feira.
1
da mansidão.
2
com o demónio dentro dela.
3
diante de S. Bartolomeu. Foi um dos doze apóstolos de Jesus e seu discípulo.

5. A partir da leitura desta cena, explicita o âmbito da crítica presente no Auto da Feira.
6. Demonstra como neste excerto é visível a insatisfação humana.

Grupo II

Mais fadiga do que urgência


Não há diplomacia mais vital para o futuro, mas também mais fatigante, do que a climática.
Como de costume, os representantes de mais de 190 países, reunidos desta vez em Lima, Peru,
desde 1 de dezembro, tiveram de cancelar os seus voos de 12 de dezembro para poderem, depois
de 30 horas de trabalho extraordinário, aprovar um comunicado de quatro páginas, cujo conteúdo
5
foi ratificado, talvez mais por cansaço do que por entusiasmo.
A verdade é que, por muito que os comentários se inclinem para o optimismo, os resultados
foram pálidos. No essencial os países prometeram comprometer-se durante o ano de 2015 com
objetivos e intenções de mitigação (diminuição das emissões de gases de efeito de estufa,
10
responsáveis pelas alterações climáticas de origem antrópica que estamos a viver de modo
evidente desde há, pelo menos, três décadas), de modo a que em dezembro de 2015, em Paris, na
21.ª Conferência das Partes da Convenção – Quadro das Nações Unidas para as Alterações
Climáticas, se consiga aprovar um novo Protocolo universal e vinculativo, que aponte no sentido de
15 uma efetiva redução das emissões, que permita diminuir também a concentração desses gases, de
modo a que as alterações climáticas (que neste momento já não podem ser evitadas) não
ultrapassem, no seu impacto, mais do que um aumento de 2.º C na temperatura média do planeta.
Contudo, mesmo com o acordo em Paris, ele só entraria em vigor a partir de 2020.
Viriato Soromenho Marques, in Jornal de Letras, 24 de dezembro a 6 de janeiro 2015, p. 32.

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AVALIAÇÃO

Leitura / Gramática
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.
1.1. O título do texto
A. recupera uma ideia que o texto pretende demonstrar.
B. recupera uma ideia que o narrador pretende provar.
C. recupera uma ideia errada que alguns investigadores têm.
D. recupera uma frase do texto que o sintetiza.
1.2. O texto analisa
A. a arrogância de alguns países.
B. uma recente conferência sobre alterações climáticas.
C. a política ecológica do Peru.
D. as diferenças das políticas ecológicas na América.
1.3. A frase: «A verdade é que, por muito que os comentários se inclinem para o optimismo, os resultados
foram pálidos» (ll. 6-7)
A. apresenta uma opinião do narrador.
B. baseia-se em dados comprovados cientificamente.
C. revela que os resultados foram os esperados.
D. salienta que os resultados foram inesperados.
1.4. A palavra sublinhada na frase: «A verdade é que, por muito que os comentários se inclinem para o
optimismo, os resultados foram pálidos.» (ll. 6-7) significa que
A. os resultados foram excelentes.
B. os resultados empalideceram os organizadores.
C. os resultados não excederam as expectativas.
D. os resultados foram ínfimos.
1.5. «Mitigação» (l. 8) no texto significa
A. aumento.
B. agravo.
C. atenuação.
D. agravamento.
2. Responde de forma correta aos itens apresentados.
2.1. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada na frase «No essencial os
países prometeram comprometer-se durante o ano de 2015 com objetivos e intenções de mitigação» (ll. 7-8).
2.2. Classifica a oração: «cujo conteúdo foi ratificado» (ll. 4-5).
2.3. Na frase «que aponte no sentido de uma efetiva redução das emissões» (ll. 12-13) indica a função
sintática da expressão sublinhada.

Grupo III
Escrita
Num texto bem estruturado, com um mínimo de 100 e um máximo de 150 palavras, apresenta uma
exposição sobre a «urgência da implementação de medidas ecológicas conjuntas de diminuição das
emissões de gases de efeito de estufa». Recorre aos teus conhecimentos sobre a necessidade do
envolvimento mundial num problema que é de todos.

TESTE FORMATIVO
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4
12
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AVALIAÇÃO

GRUPO I

A. Lê o seguinte poema e consulta as notas apresentadas.

mote alheio:
Minina dos olhos verdes,
Por que não me vedes?

voltas próprias:
Eles verdes são,
e têm por usança
5 na cor, esperança,
e nas obras, não.
Vossa condição
não é d’ olhos verdes,
porque não me vedes.

10 Isenções a molhos1,
que eles dizem terdes,
não são d’olhos verdes,
nem de verdes olhos.
Sirvo de giolhos2
15 e vós não me credes,
porque me não vedes3.

Haviam de ser,
por que possa vê-los4,
que uns olhos tão belos
20 não se hão-de crer
que já não são verdes,
porque me não vedes.

Verdes não o são,


25 no que alcanço deles;
verdes são aqueles
que esperança dão.
Se na condição
está serem verdes,
30 por que não me vedes?
Camões, Lírica Completa – I, prefácio e notas de Maria de Lourdes Saraiva,
2.ª edição, Lisboa: IN-CM, 1994, p. 157.

1
Isenções a molhos: completa liberdade.
2
giolhos: joelhos.
3
vv. 15-16: não correspondeis ao meu amor, porque não me prestais qualquer atenção.
4
vv.17-18: havia de existir uma maneira de eu poder vê-los.

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AVALIAÇÃO

1. Esclarece o sentido do mote.


2. Explicita o jogo de palavras que está no centro deste poema.
3. Interpreta a simbologia da cor verde neste poema.
4. Analisa formalmente o poema.

B. Lê o seguinte poema e consulta as notas apresentadas.


Doce contentamento já passado, Fortuna minha foi cruel e dura
em que todo o meu bem já consistia, 10 aquela, que causou meu perdimento,
quem vos levou de minha companhia com a qual ninguém pode ter cautela.
e me deixou de vós tão apartado1?

5 Quem cuidou que se visse neste estado Nem se engane nenhua criatura:
naquelas breves horas de alegria, que não pode nenhum impedimento
quando minha ventura consentia fugir do que ordena sua estrela2.
que de enganos vivesse meu cuidado?
Camões, Lírica Completa – II, prefácio e notas de Maria de Lourdes Saraiva,
2.ª edição, Lisboa: IN-CM, 1994, p. 232.
1
apartado: apartado do contentamento, isto é, tão infeliz.
2
vv. 12-14: ninguém creia que algum obstáculo possa impedir aquilo que o Destino determina.

5. Identifica o tema do soneto, justificando com expressões significativas.


6. O poema é percorrido por uma necessidade de justificação do que ocorreu. Indica, segundo o sujeito
poético, o causador do estado em que se encontra.

Grupo II

O trabalho do tempo
Rodado ao longo de uma dúzia de anos – alguns dias por ano, seguindo um argumento
pré-escrito na sua esmagadora maioria – “Boyhood − Momentos de uma Vida” segue a vida de
Mason (Ellar Coltrane), da irmã Samantha (Lorelei Linklater) e dos pais (Patricia Arquette e Ethan
Hawke), divorciados ainda antes de o filme começar. Mason é um miúdo pequeno, no início da vida
5
escolar, quando o filme arranca; está a entrar na universidade, quando o filme se conclui.
Se é verdade que um filme, qualquer filme, é uma forma de contrariar o trabalho da morte
(porque fixa gente viva, para sempre imutável, num momento da sua trajetória temporal), “Boyhood”
− Momentos de uma Vida” mostra-nos o contrário, mostra o trabalho do tempo, em contínuo,
10
imparável. Para mais, esse trabalho não vai na direção de um desfecho que resolva conflitos (que é
a lógica normal das narrativas de ficção cinematográfica), vai na rota de incógnitas cada vez mais
amplas (que é a regra normal da vida). E é verdadeiramente extraordinário caminhar com as
alterações físicas das personagens, não apenas dos miúdos, mas também dos pais (corajosa é,
15 neste campo, a atitude de Patricia Arquette, que expõe o seu corpo numa fase da vida que ela
afastara do olhar de outras câmaras) a que correspondem fases da vida, encontros e derivas e o
mundo em volta que vai mudando, (…) – a esperança da campanha de Obama, o trauma do Iraque,
até a febre “Harry Potter” por lá passa e a discussão sobre se “Star Wars” pode ir além de “O
Regresso de Jedi”.E, todavia, vendo as personagens evoluir na nossa frente, jamais pensamos que
estamos em presença da vida como ela é.
Jorge Leitão de Barros, in Atual, Expresso, 29 de novembro de 2014, p. 26.

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AVALIAÇÃO

Leitura / Gramática
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.
1.1. O texto evidencia marcas de género específicas
A. características do relato de viagem.
B. próprias de uma apreciação crítica.
C. características de uma exposição sobre um tema.
D. próprias do artigo de divulgação científica.
1.2. O texto apresenta
A. explicitação das fontes.
B. um discurso pessoal com prevalência da primeira pessoa.
C. uma descrição objetiva de um objeto, acompanhada de comentário crítico.
D. um discurso pessoal com prevalência da 3.ª pessoa.
1.3. O texto tem como objeto
A. um livro recentemente publicado.
B. um filme que foi um fracasso de bilheteira.
C. um livro sobre os filmes mais emblemáticos do inicio do século XXI.
D. um filme de 2014.
1.4. Os parênteses presentes no texto
A. assinalam citações de autor.
B. são formas de destaque de expressões conhecidas.
C. assinalam frases em sentido literal.
D. realçam comentários do narrador.
1.5. A frase: «esse trabalho não vai na direção de um desfecho que resolva conflitos (…), vai na rota de
incógnitas cada vez mais amplas» (ll. 9-11) significa que
A. o filme tem um final fechado.
B. o filme resolve os conflitos interiores das personagens, logo no início.
C. o filme faz refletir os espetadores sobre a existência humana.
D. o filme acompanha a evolução das personagens.
2. Responde de forma correta aos itens apresentados.
2.1. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada na frase «E é verdadeiramente
extraordinário caminhar com as alterações físicas das personagens» (ll. 11-12).
2.2. Classifica a oração sublinhada e indica a sua função sintática: «Mason é um miúdo pequeno, no início
da vida escolar, quando o filme arranca» (ll. 4-5).
2.3. Na frase «Se é verdade que um filme, qualquer filme, é uma forma de contrariar o trabalho da morte
(porque fixa gente viva, para sempre imutável, num momento da sua trajetória temporal), “Boyhood – Momentos
de uma Vida” mostra-nos o contrário» (ll. 6-8), classifica a oração sublinhada.

Grupo III
Escrita
«Há muitas situações em que as pessoas reagem plenamente indiferentes em relação aos
semelhantes nas situações de fragilidade e incapacidade» (autor anónimo).
Tendo em conta o comentário apresentado, num texto bem estruturado, com um mínimo de 100 e um
máximo de 150 palavras, apresenta uma exposição sobre a indiferença nas relações humanas.

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AVALIAÇÃO

Recorre a exemplos que conheças para fundamentares a tua opinião.


TESTE FORMATIVO 5

GRUPO I

A. Lê as seguintes estâncias do Canto I de Os Lusíadas e consulta as notas apresentadas.

8
Vós, poderoso Rei, cujo alto Império
O Sol, logo em nascendo, vê primeiro,
Vê-o também no meio do Hemisfério1,
E quando dece o deixa derradeiro2;
Vós, que esperamos jugo e vitupério3
Do torpe Ismaelita4 cavaleiro,
Do Turco Oriental e do Gentio,
Que inda bebe o licor do santo Rio5:
9
Inclinai por um pouco a majestade
Que nesse tenro gesto vos contemplo,
Que já se mostra qual na inteira idade6,
Quando subindo ireis ao eterno Templo7;
Os olhos da real benignidade8
Ponde no chão : vereis um novo exemplo
De amor dos pátrios feitos valerosos,
Em versos divulgado numerosos9.
10
Vereis amor da pátria, não movido
De prémio vil10, mas alto e quási eterno;
Que não é prémio vil ser conhecido
Por um pregão do ninho meu paterno11.
Ouvi: vereis o nome engrandecido
Daqueles de quem sois senhor superno12,
E julgareis qual é mais excelente,
Se ser do mundo Rei, se de tal gente.
Luís de Camões, Os Lusíadas, Lisboa: Ministério da Educação, 1989, p. 2.
1
designa a abóbada celeste.
2
referência ao império português que se estende do oriente a ocidente por vários continentes.
3
afronta.
4
turcos.
5
água do rio Ganges (referência aos povos não cristãos).
6
idade adulta.
7
templo da fama eterna.
8
bondade.

Educação literária
1. Identifica o destinatário do apelo do sujeito e enquadra-o no contexto literário de Camões épico.
2. Localiza as estâncias dentro da estrutura da epopeia.
3. Explicita os sentimentos expressos pelo sujeito nesta passagem e justifica recorrendo a elementos do
texto.
4. Indica um recurso expressivo e explica a sua expressividade.

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AVALIAÇÃO

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AVALIAÇÃO

B. Lê o seguinte texto e consulta as notas apresentadas.


18
Mas, enquanto este tempo passa lento
De regerdes os povos, que o desejam,
Dai vós favor ao novo atrevimento1,
Pera que estes meus versos vossos sejam,
E vereis ir cortando o salso2 argento3
Os vossos Argonautas4, por que vejam
Que são vistos de vós no mar irado,
E costumai-vos já a ser invocado.
Luís de Camões, Os Lusíadas, Lisboa: Ministério da Educação, 1989, p. 5.
1
Os Lusíadas.
2
salgado.
3
prata. Referência às ondas de prata.
4
Navegantes gregos que, na nau Agro, foram à Cólquida, comandados por Jasão,
em busca do velo de ouro que um dragão guardava.

5. Seleciona duas expressões que evidenciem que o sujeito faz um apelo a um interlocutor.
6. Identifica a relação que se estabelece entre esta estância e as que a antecedem.

Grupo II

Dois
Juntos, deixámos por fim Asakusa dirigindo-nos para norte, de comboio, ao encontro do
fabricante de espadas. Da nossa carruagem tínhamos vista para uma parte de Tóquio que, de certo
modo, parecia irrelevante, a zona entre o centro e o aeroporto. Senti um certo peso na consciência
pelo muito que escarneci do Fernando Jack: eu tinha reparado nestas paisagens suburbanas
5
bastante aborrecidas ao chegar de Narita, mas o Verdadeiro Japão, pensei, está noutro lado.
Mesmo então, ao passarmos a alta velocidade por betão, canalizações de plástico amarradas,
agrafadas, aparafusadas, atadas a estuque, aço, alumínio, numa cacofonia de telhados azul-claros,
ferros ferrugentos, telhas esmaltadas, postes de alta tensão com transformadores cilíndricos,
10
mesmo então, à medida que chocalhávamos ao lado de isoladores térmicos convexos, barras
transversais sustentando caixas acinzentadas envolvidas por grossos cabos negros, dos quais,
como nervos a partir dos gânglios, saíam cabos negros finos, mesmo então, ao passarmos por
janelas de cozinhas com embalagens de detergentes dispostas como num tokonoma, mesmo então
15 eu esperava chegar algures, a um local onde um fabricante de espadas pudesse realmente viver.
Aquela paisagem não tinha qualquer interesse para o meu filho; os dedos dele já estavam
ocupados com as mensagens de texto, à mesma velocidade dos adolescentes que viajavam do
outro lado da carruagem.
20 – Estás a escrever ao Takasji?
– Estou.
– Bem, chegámos à estação.
Mas, enquanto descíamos as escadas e entrávamos nas ruas desertas do subúrbio, ele
continuava o seu diálogo veloz, na cauda do grupo. Jerry e eu íamos a meio, Etsuko caminhava um
pouco mais à frente, a tentar orientar-se por um pedaço de papel azul-claro.
Peter Carey, O Japão é um lugar estranho, Lisboa: Tinta-da-China, p. 51.

Leitura / Gramática
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.

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AVALIAÇÃO

1.1. O texto apresenta marcas de género específicas


A. características do relato de viagem.
B. próprias de uma apreciação crítica.
C. características de uma exposição sobre um tema.
D. próprias do artigo de divulgação científica.
1.2. O texto apresenta
A. explicitação das fontes.
B. um discurso pessoal com prevalência da primeira pessoa.
C. uma descrição objetiva de um objeto, acompanhada de comentário crítico.
D. um discurso pessoal com prevalência da 3.ª pessoa.
1.3. O texto apresenta uma perspetiva
A. objetiva da realidade observada.
B. subjetiva da realidade observada.
C. depreciativa da realidade observada.
D. elogiosa da realidade observada.
1.4. O texto apresenta
A. vocábulos fortemente ligados a um contexto oriental.
B. vocábulos de difícil compreensão.
C. vocábulos incompreensíveis para um adulto.
D. vocábulos incompreensíveis para um jovem adolescente.
1.5. A palavra «cacofonia» (l. 7) remete para
A. uma sinfonia.
B. a repetição de sons desagradável ao ouvido.
C. as cores das diferentes casas.
D. o caráter desagradável da paisagem.
2. Responde de forma correta aos itens apresentados.
2.1. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada na frase: «Juntos, deixámos
por fim Asakusa dirigindo-nos para norte, de comboio, ao encontro do fabricante de espadas.» (ll. 1-2).
2.2. Classifica a oração sublinhada e indica a sua função sintática: «os dedos dele já estavam ocupados
com as mensagens de texto, à mesma velocidade dos adolescentes que viajavam do outro lado da carruagem.»
(ll. 14-16).
2.3. Na frase «Mas, enquanto descíamos as escadas e entrávamos nas ruas desertas do subúrbio, ele
continuava o seu diálogo veloz, na cauda do grupo.» (ll. 20-21), classifica as duas orações sublinhadas.

Grupo III
Escrita
«As palavras, como os seres vivos, nascem de vocábulos anteriores, desenvolvem-se e
fatalmente morrem. As mais afortunadas reproduzem-se. Há-as de índole agreste, cuja simples
presença fere e degrada, e outras que de tão amoráveis tudo à sua volta suavizam. Estas
iluminam, aquelas confundem.»
José Eduardo Agualusa, Milagrário Pessoal, Lisboa: Dom Quixote, 2010, p. 15.

Tendo em conta o comentário apresentado, num texto bem estruturado, com um mínimo de 100 e um
máximo de 150 palavras, apresenta uma exposição sobre a importância das palavras num mundo em que
as pessoas se deixam encantar pela imagem.
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AVALIAÇÃO

TESTE FORMATIVO 6

GRUPO I
A. Lê o seguinte texto.
Como se sabe, no tempo do rei D. João III foi o Brasil dividido em capitanias, cada uma
concedida a um donatário. A de Pernambuco, uma das que primeiro se povoaram e que logo
alcançou grande importância, coube a um fidalgo de reto espírito, nobre, perseverante, trabalhador,
que tinha por nome Duarte Coelho. Parece que dispunha de consideráveis recursos e é de supor
5
que esses seus haveres fossem o resultado de trabalhos longos que passou em África e no Oriente.
Alcançada a mercê real, transferiu-se logo para o Brasil, acompanhado de muitos dos seus
parentes. Sob a sua hábil administração, a capitania prosperou. Passados alguns anos, resolveu vir
até à metrópole, a fim de angariar colonos novos e contratar industriais competentes com que
10
pudesse desenvolver a sua empresa. Confiou a um seu cunhado, Jerónimo de Albuquerque, o
governo da capitania, e embarcou acompanhado de seus filhos: Duarte Coelho de Albuquerque e
Jorge de Albuquerque Coelho, que tivera de sua mulher, Dona Brites de Albuquerque.
Na metrópole veio a falecer Duarte Coelho em 1554; e, já no tempo em que a rainha Dona
15 Catarina, avó do rei D. Sebastião, governava Portugal durante a menoridade do seu neto, chegou
nova do Brasil, e especialmente de Pernambuco, de que a maior parte das tribos indígenas se
levantara ali contra os Portugueses, pondo cerco aos principais lugares daquela colónia de
Pernambuco.
20 Ordenou pois Dona Catarina que Duarte de Albuquerque Coelho, herdeiro da capitania, a fosse
sem demora socorrer; e, entendendo ele que lhe seria utilíssima a companhia e ajuda de seu irmão,
Jorge de Albuquerque Coelho, suplicou à rainha-regente que lhe desse ordem de o acompanhar; e
assim ela fez.
Chegou em 1560 a Pernambuco, não contando mais de vinte anos de idade; e, havendo
25
chamado a conselho alguns padres da Companhia de Jesus e várias personagens entre as
principais da terra, assentou-se entre todos, ponderado o lance, que se elegesse por chefe militar
da capitania a Jorge de Albuquerque Coelho, o qual, como lhe disseram que cumpria ao bem
público o aceitar ele e servir tal cargo, o aceitou, e se aventurou, e se esforçou muitíssimo, correndo
30 risco de perder a vida no zeloso cumprimento dos seus deveres.
Começou o ataque aos inimigos naquele mesmo ano de 1560, com tropa de soldados e de
criados seus, que alimentava vestia e calçava à sua custa. Prosseguiu nas operações de guerra
através de montes e de desertos, durante Verões e durante Invernos, de noite e de dia, passando
35
grandíssimos trabalhos, sendo ele e os seus soldados feridos pelo gentio muitas vezes, e
combatendo a pé e a cavalo. Frequentemente, não tinham mais para comer do que os caranguejos
do mato que encontravam, cozinhados de farinha-de-pau e fruta selvagem daqueles campos.
Quando acampavam, faziam os escravos choupanas de palma, em que se agasalhava toda a tropa.
Com estes cuidados que sempre tinha e com as boas palavras que lhes dizia, consolava e
40
contentava a sua gente. Entrada uma aldeia dos inimigos, corria logo sobre a mais próxima e a
tomava assim com facilidade, por não terem tempo de se fazerem prestes.
Com esta diligência e brevidade pacificou em cinco anos a capitania. Quando chegara, não
ousavam os moradores da vila de Olinda sair mais que duas léguas pela terra dentro, e ao longo da
costa, três ou quatro; ao fim daquele tempo, podiam ir até vinte pelo interior, e sessenta léguas ao
longo da costa, − as que tinha a capitania no seu âmbito.
Então, deixando essa colónia conquistada, e os indígenas quietos e pacíficos com pedirem paz
que lhes outorgaram, embarcou para a metrópole na nau «Santo António», na qual viagem se
deram os casos que nesta narrativa se contêm.
História Trágico-Marítima, adaptação de António Sérgio, Sá da Costa, 2008.
[“As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)”, pp. 177-178.]

Educação literária
1. Identifica os três momentos principais em que o texto se organiza.
2. Seleciona expressões no texto que apresentam Jorge de Albuquerque Coelho como o verdadeiro
protagonista da narrativa que se anuncia.
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AVALIAÇÃO

3. Explica o sentido da frase: «Quando chegara, não ousavam os moradores da vila de Olinda sair mais que
duas léguas pela terra dentro, e ao longo da costa, três ou quatro; ao fim daquele tempo, podiam ir até vinte pelo
interior, e sessenta léguas ao longo da costa – as que tinha a capitania no seu âmbito.»
4. Explicita a relação que se pode estabelecer entre este relato e Os Lusíadas.

B. Lê o seguinte texto.
Então, deixando essa colónia [Pernambuco] conquistada, e os indígenas quietos e pacíficos
com pedirem paz que lhes outorgaram, embarcou para a metrópole na nau «Santo António», na
qual viagem se deram os casos que nesta narrativa se contêm.
História Trágico-Marítima, adaptação de António Sérgio, Lisboa: Sá da Costa, 2008.
[“As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)”, p. 181.]

5. Explicita em que medida os relatos de naufrágios completam a visão das descobertas marítimas
portuguesas.
6. Indica em que medida os protagonistas dos relatos de naufrágios podem também ser considerados heróis.

Grupo II

O Japão é um lugar estranho?


Há uma altura da vida em que os pais, julgando ainda ter muito para ensinar, começam a
aperceber-se por vezes com espanto – de que também eles passaram a ter muito a aprender com
os respetivos filhos. Não me refiro a aprendizagens de ordem humana, emocional ou afetiva. Essas
5
começaram ainda antes do parto, naturalmente. Estou a falar de factos concretos: nomes,
tendências, continentes culturais até aí totalmente ignorados e submersos.
Foi o que aconteceu ao escritor australiano Peter Carey e, se me permitem uma confissão
pessoal, o que me aconteceu a mim. É essa a dupla razão de ser deste livro. O Japão É Um Lugar
Estranho não existiria nesta edição sem o que eu aprendi com o meu.
10
Charley e Alexandre, pelas minhas contas, terão aproximadamente a mesma idade. Terá sido
também pela mesma altura que viram pela primeira vez "O Verão de Kikujiro", o filme de Takesshi
Kitano, que é um comovente road movie japonês de uma criança à procura da mãe. Na mesma fase
da vida, por volta dos 12 anos, Charley e Alexandre começaram a dedicar-se à manga e ao anime,
15 apesar da insistência dos respetivos pais para que lessem literatura «séria». Em ambos os casos,
foram os filhos a arrastar os pais para um interesse pela cultura japonesa, que os levaria a planear
uma viagem ao Japão.
Escrito com a destreza narrativa de um romancista de créditos firmados (vencedor do Booker
20 Prize por duas vezes), este livro traz em si, também, a urgência da reportagem e a capacidade de
observação do melhor jornalismo.
Revela-nos, antes de mais, aquilo a que muita gente ainda não terá dado a atenção necessária:
que há uma nova geração de adolescentes ocidentais a crescer, nesta primeira década do século
XXI, sob a influência direta da cultura popular japonesa. […]
25
A propósito desta presença crescente da cultura japonesa no imaginário ocidental, há já quem se
refira a um fenómeno de m.a.s.s. culture: manga, anime, sushi e sashimi. A viagem que este livro
nos propõe é uma tentativa de descoberta da fonte deste fascínio.
Peter Carey conduz o filho e é conduzido (levando-nos a nós também nessa viagem) pelos
30 labirintos de uma cultura cheia de códigos mais ou menos impenetráveis para um estrangeiro. Uma
cultura bem mais transparente para um adolescente familiarizado com os universos da manga e do
anime do que para um adulto à procura de uma chave que se revela quase sempre «lost in
translation».
O Japão é um lugar estranho, de facto.
Carlos Vaz Marques, “Prefácio”, in O Japão é um lugar estranho, Lisboa: Tinta da China, 2011, pp. 15-17.

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AVALIAÇÃO

Leitura / Gramática
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.
1.1. Os pais, segundo o texto,
A. falham sempre que tentam ensinar os filhos.
B. sofrem a influência de fatores afetivos.
C. resolvem sempre as suas divergências com os filhos.
D. acabam por reconhecer que os filhos possuem conhecimentos diferentes.
1.2. Segundo Carlos Vaz Marques, o livro O Japão É Um Lugar Estranho
A. é o resultado da paixão do filho de Peter Carey pela cultura japonesa.
B. foi inspirado pela paixão do seu filho pelo Japão.
C. foi inspirado pelo seu desejo de conhecer continentes culturais ignorados.
D. foi inspirado pelas suas leituras enciclopédicas.
1.3. O filme «O Verão de Kikujiro»
A. é uma adaptação de O Japão É Um Lugar Estranho.
B. conta que o jovem Charley procura a mãe, que não conhece.
C. demonstra uma das coincidências da vida de Charley e Alexandre.
D. é um exemplo de literatura «séria».
1.4. O autor deste texto considera que muitos adolescentes ocidentais
A. não conhecem nada da cultura japonesa.
B. crescem sujeitos a más influências.
C. têm fascínio pela cultura da manga e do anime.
D. rejeitam a cultura pop norte-americana.
1.5. A frase: «Peter Carey conduz o filho e é conduzido (…) pelos labirintos de uma cultura cheia de
códigos mais ou menos impenetráveis para um estrangeiro.» (ll. 25-26) significa que
A. pai e filho se deparam com uma situação embaraçosa.
B. os labirintos japoneses são impenetráveis.
C. Peter Carey, no estrangeiro, aceita códigos culturais diferentes.
D. a cultura japonesa é difícil de compreender devido à sua especificidade.

2. Responde de forma correta aos itens apresentados.


2.1. Classifica a oração destacada na frase: «Em ambos os casos, foram os filhos a arrastar os pais para
um interesse pela cultura japonesa, que os levaria a planear uma viagem ao Japão.» (ll. 13-15).
2.2. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada na frase «(…) este livro traz
em si, também, a urgência da reportagem (…)» (l. 17).
2.3. Refere o processo de formação da palavra sublinhada em «A hegemonia da cultura pop norte-
americana.»

Grupo III
Escrita
Num texto de cerca de 82 palavras, faz a síntese de «O Japão é um lugar estranho?». Não te esqueças
de reduzir o texto ao essencial por seleção crítica das ideias-chave.
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