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Linguagem e
Comunicação Jurídica
É pelo conhecimento das necessidades do sujeito e pela hierarquia com a qual ele apresenta
os seus valores aos seus interlocutores que podemos avaliar o peso que esses valores
detêm nas suas escolhas.
A hierarquia de valores tem grande importância para o sujeito, porque pode promover a
valorização da personalidade do sujeito, permitindo-lhe a ascensão no plano pessoal,
profissional, econômico e social.
O valor lógico busca pela razão. Não são os conteúdos do conhecimento humano
que importam, mas sim, como esses conteúdos significam poder para o sujeito, seja ele o
enunciador ou o interlocutor.
Os valores éticos correspondem à carência humana pelo bem moral, ao seu anseio por
respeito e justiça, por liberdade, lealdade, honestidade, responsabilidade e por todos os
demais valores decorrentes do princípio da moralidade, que exige que se faça o bem
e que se evite o mal.
São inúmeras as dificuldades para a hierarquização dos valores quanto à questão da sua
objetividade ou subjetividade. É extremamente difícil demonstrar a objetividade dos valores.
Mais fácil é perceber as necessidades universais do ser humano, o que leva a uma escala de
valores para satisfazê-las.
Por meio do valor, o sujeito conhece a sua destinação ao valor pleno e absoluto. Os valores
universais devem ser priorizados, porque atendem às necessidades da pessoa humana.
O leitor virtual constitui o momento da elaboração do texto, seja este oral ou escrito. O
sujeito se apresenta como conhecedor das normas do princípio de autoria que o regula.
O sujeito se entende investido do direito de retomar o dizer do outro para confirmar ou refutar
o dizer daquele que retoma. Considera que o outro possa ter dito o que ele não assume
repetir, o que seria plágio e antiético. O sujeito entende que o outro possa ter dito o que ele
diz, mas não repete, porque, se assim o fosse, reconheceria a autoria do outro.
O lugar social – formação discursiva - impõe ao sujeito regras que determinam o que ele
pode e deve dizer. Ao enunciador/juiz compete presidir a enunciação, à luz do direito
processual penal, observando com rigor o princípio do devido processo legal e garantir à
observância do princípio da ampla defesa, de forma irrestrita, bem como prolatar a sentença
condenatória de forma fundamentada;
Aos enunciadores/promotor e defensor, compete manter a coerência com as teses que
defendem. Aos interlocutores/testemunhas, dizer a verdade. Ao referente/réu, beneficiar-se
da chance de ser ouvido ou, até mesmo, de recorrer ao Art. 186 do CPP que lhe confere o
direito de permanecer em silêncio;
A todo sujeito compete demarcar a voz do outro que retoma
pela heterogeneidade discursiva mostrada (aspas, itálico,
outra língua, outro discurso, outro registro discursivo,
hesitação, retificação, ratificação e figuras de linguagem -
ironia, metáfora, metonímia, onomatopeia - discurso direto,
indireto e direto livre;
Retórica e oratória
Todo discurso enunciado no Tribunal do Júri se realiza sob uma tensão discursiva muito alta,
os sujeitos enunciadores se esmeram e se enfrentam para conquistar a adesão de seus
interlocutores, cujo apoio é vital para o desfecho dos trabalhos do júri;
IV. Ao apresentar-se ao seu interlocutor virtual, no domínio das normas que o regulam, o
sujeito reafirma não só a sua ilusão de origem, como, também, a sua onipotência. O sujeito
demonstra ser conhecedor das normas éticas, de modo a não se apropriar do dizer do
outro, como exige o princípio de autoria. Esse movimento lhe permite proceder a
apagamentos que acabam por fazê-lo crer que, de fato, é a origem do seu discurso;
O gênero discursivo jurídico, enunciado no Tribunal do Júri, submete-se ao rito que confere a
legitimidade ao discurso que se faz ouvir desse lugar de enunciação que, ao final, abre para
uma nova ordem discursiva que depende do veredicto dos interlocutores/jurados.
Citação literal ou não literal: ambas exigem a identificação do autor retomado para
acentuar a legitimidade que ele (autor retomado) empresta ao argumento. Não há como o
sujeito enunciador garantir que o interlocutor/jurado possa reconhecer a autoridade que
legitima o argumento.
Alternativa correta: D
Lógica jurídica
A lógica é um ramo da Filosofia que cuida das regras do pensamento racional ou do modo
de pensar, de forma organizada, na busca da verdade. Não constitui um fim, mas um meio
para garantir que o pensamento chegue a conhecimentos verdadeiros.
A lógica judiciária não se resume a uma mera dedução dos textos da lei, pois esta, muitas
vezes, pode dar margem a várias interpretações.
O pensamento de Perelman volta-se mais para a prática do direito e menos para a estrutura
da lógica formal do pensamento. Não trabalha com o conceito de verdade, mas, sim, o
substitui por termos mais apropriados, como razoável, equitativo, aceitável, admissível.
Robert Alexy se atém a argumentos de forma analítica e descritiva. Defende que tais
critérios, podem ser formulados de forma prática, observando as regras práticas. O seu
intuito é dar coerência lógica ao discurso jurídico, evitando, assim, que as decisões judiciais
cheguem a absurdos e incoerências em suas formulações.
Para Siches, ao contrário do que ocorre com a lógica da inferência, de caráter neutro
e explicativo, a lógica do razoável procura entender os sentidos, os vínculos entre as
significações dos problemas humanos, e, portanto, dos políticos e dos jurídicos, assim como
realiza operações de valoração, e estabelece finalidades ou propósitos.
a) A lógica é um ramo da Filosofia que cuida das regras do pensamento racional ou do modo
de pensar, de forma organizada, para criar a verdade. Apesar de a aprendizagem da lógica
não constituir um fim em si mesma, ela, ainda, pode garantir que o pensamento chegue
aos conhecimentos verdadeiros.
d) Robert Alexy pretendeu formular uma teoria da argumentação capaz de identificar os bons
dos maus argumentos. Sua proposta foi adotar a estrutura dos argumentos, apenas, de
forma analítica. Alexy deseja provar a incoerência lógica ao discurso jurídico, para evitar
que as decisões judiciais cheguem a absurdos e incoerências em suas formulações.
Alternativa correta: E
ATÉ A PRÓXIMA!