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MATEUS 5.

17-20

TEMA: CRISTO CUMPRE A LEI PERFEITAMENTE

INTRODUÇÃO:

Nesta seção, encontramos o tema do Sermão da Montanha: a justiça que marca os verdadeiros discípulos de
Cristo. A retidão é o que todas as religiões estão preocupadas, a justiça entre as pessoas e especialmente a
justiça aos olhos de Deus.

Todas as religiões, exceto o cristianismo, ensinam que as pessoas devem encontrar uma maneira de se
tornarem justas o suficiente para serem aceitáveis a Deus, para ganhar sua própria salvação. Mas a Bíblia nos
diz, que somos justos diante de Deus somente pela fé em Cristo Jesus. Ele é a nossa justiça. Ele viveu a vida
perfeita que Deus exige e que nem podemos começar a alcançar - e recebemos o crédito pelo trabalho de
Cristo. Agora queremos nos esforçar para a justiça em nossos próprios pensamentos, palavras e ações.

Jesus não estabeleceu uma nova religião. Ele não veio abolir a Lei e os Profetas. Essa expressão, “a Lei e os
Profetas”, é uma designação para as Escrituras do Antigo Testamento, os mesmos 39 livros que temos na
seção do Antigo Testamento de nossas Bíblias hoje. De Gênesis a Malaquias, há uma mensagem principal:
todas as pessoas são pecadoras e merecem punição de Deus, mas Deus prometeu enviar um Salvador do
pecado. Pela fé naquele Salvador vindouro, as pessoas que viviam antes da época de Cristo receberam o
perdão e a salvação eterna de Deus.

Na lei de Moisés, Deus certamente revelou seus padrões para uma vida de santidade. Os fariseus defendiam
a lei e procuravam lhe obedecer. Mas Jesus afirmou que a verdadeira justiça agradável a Deus deve exceder
aquela dos escribas e fariseus - e, para o povo em geral, os escribas e fariseus eram as pessoas mais santas
da comunidade! Se eles não haviam conseguido encontrar essa justiça, que esperança haveria para o restante
do povo? Jesus explica a própria atitude com respeito à lei descrevendo três relacionamentos possíveis.

1 - É POSSÍVEL PROCURAR DESTRUIR A LEI (V. 17A).

Para os fariseus, era justamente isso o que Jesus fazia. Em primeiro lugar, a autoridade de Jesus não era
proveniente de nenhum líder ou escola rabínica conhecida. Em vez de ensinar os preceitos das autoridades
no assunto, como os escribas e fariseus, Jesus ensinava com autoridade.

Mt 7:29 porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
Jesus parecia desafiar a lei não apenas com sua autoridade, mas também com suas ações. Curava pessoas no
sábado e não fazia caso das tradições dos fariseus. Seus relacionamentos também pareciam opor-se à lei, pois
era amigo de publicanos e de pecadores.

Mt 9:10 E sucedeu que, estando ele em casa, à mesa, muitos publicanos e pecadores vieram e tomaram
lugares com Jesus e seus discípulos. Mt 9:11 Ora, vendo isto, os fariseus perguntavam aos discípulos:
Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?

No entanto, eram os fariseus que destruíam a lei! Por meio de suas tradições, privavam as pessoas da Palavra
de Deus, e por meio de uma vida hipócrita, desobedeciam às leis que afirmavam proteger. Os fariseus
pensavam estar guardando a Palavra de Deus, quando, na verdade, reprimiam a Palavra de Deus, sufocando-
a com seus preceitos humanos e acabando com sua vitalidade!

O fato de terem rejeitado Cristo quando veio à Terra comprovou que a verdade interior da lei não havia
penetrado o coração desses homens

Agora temos que definir o que Jesus quis dizer com a LEI e os PROFETAS? A resposta é: a totalidade do
Antigo testamento. Todas as vezes que essa expressão é usada, está relacionada ao cânon completo do
Antigo Testamento.

A lei que Jesus estava mencionando e cumprindo, é a lei que foi entregue aos filhos de Israel, e essa lei
consistia em três porções: Lei Moral, Judicial e Religiosa/Cerimonial.

LEI MORAL – Consistia dos dez mandamentos e outros grandes princípios morais que foram firmados de
uma vez para sempre.

LEI CIVIL – Consistia da legislação dada para Israel e ensinava como o povo deveria se comportar em
ralação ao próximo.

LEI RELIGIOSA/CERIMONIAL – que envolvia holocaustos, sacrifícios e ritos da cerimonias ligadas a


adoração o templo.

Com relação a menção dos PROFETAS, Jesus estava apontando para tudo que encontramos nos livros
proféticos do Antigo testamento profetas maiores e profetas menores. Esses profetas tinham a missão de
apresentar a lei de Deus e explicar essa lei, ou seja, a missão desses profetas era chamar o povo de Deus de
volta a verdadeira compreensão da lei.

Jesus termina esse verso com a expressão CUMPRIR. O sentido real dessa palavra é prestar plena obediência
a lei, levando as últimas consequências tudo o que a lei dos profetas dizia.
Jesus deu, então seis ilustrações desta justiça cristã melhor (5:21-48) relacionando-a com o homicídio, com
o adultério, com o divórcio, com o juramento, com a vingança e com o amor ao próximo. Em cada ponto
Jesus dizia (“Ouviste o que foi dito... eu, porém, vos digo...”), rejeitando a acomodada tradição dos escribas,
reafirmando a autoridade das Escrituras do Velho Testamento e apresentou as decorrências plenas e exatas
da lei moral de Deus.

Portanto observamos aqui que Jesus não veio para destruir a lei como pensavam os fariseus, mas veio cumpri-
la e ensinar como obedecer a essa lei.

2 - PODEMOS BUSCAR CUMPRIR A LEI

Jesus Cristo cumpriu a lei de Deus em todos os aspectos de sua vida. Cumpriu-a em seu nascimento, pois foi
"nascido sob a lei" (GI 4:4). Seus pais realizaram todos os rituais prescritos para um menino judeu (Lei
cerimonial). Por certo, também cumpriu a lei em sua vida, pois ninguém nunca foi capaz de acusá-lo de
qualquer pecado.

Jesus obedeceu a todos os mandamentos de Deus na lei sem, no entanto, se sujeitar às tradições dos escribas
e fariseus. O Pai expressou sua aprovação declarando: "Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo" (Mt 3:17; 17:5).

Jesus também cumpriu a lei em seus ensinamentos, e foi isso o que o levou a entrar em conflito com os
líderes religiosos. A atitude de Jesus para com o Velho Testamento não foi de destruição e descontinuidade,
mas, antes, de continuidade construtiva, orgânica. Ele resumiu sua posição numa simples palavra: não
"abolição", mas "cumprimento".

O apóstolo Paulo ensinou esta mesma verdade com muita clareza. Sua declaração de que Cristo é "o fim da
lei", Rm 10:4 Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê. Não significa que agora
estamos livres para desobedecê-la, mas justamente o oposto. Significa, antes, que a aceitação de Deus não é
através da obediência à lei (obras), mas através da fé em Cristo, e a própria lei dá testemunho destas boas
novas.

Após declarar que o seu propósito em vir era o cumprimento da lei, Jesus prossegue, apresentando a causa e
a consequência disto. A causa é a permanência da lei até que seja cumprida (v. 18); e a consequência é a
obediência à lei, que os cidadãos do reino de Deus devem prestar (vs. 19, 20).

Isto é o que Jesus tem a dizer sobre a lei que ele veio cumprir: Porque em verdade vos digo: Até que o céu e
a terra passem, nem um i (yod, a menor das letras do alfabeto hebraico, quase tão pequena como uma vírgula)
ou um til (keraia, um acento, sinal que distinguia algumas letras hebraicas de outras) passará da lei, até que
tudo se cumpra. Nem mesmo a menor parte da lei deixará de ser cumprida.

Como é possível cumprir a lei? a título de indicação do melhor e mais bíblico caminho a seguir, quero orientar
a você o que é considerado o melhor caminho:

A - Devemos observar os servos de Deus no Antigo Testamento: Quando focamos a nossa atenção em
Abraão, Isaque, Jacó, Noé, Moisés, Josué, Jó, etc, verificamos que esses homens buscavam obedecer toda a
vontade de Deus expressa em sua lei (Dt 6.4-9);

Dt 6:4 Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Dt 6:5 Amarás, pois, o SENHOR, teu
Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Dt 6:6 Estas palavras que, hoje, te
ordeno estarão no teu coração; Dt 6:7 tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Dt 6:8 Também as atarás como sinal na tua mão, e te
serão por frontal entre os olhos. Dt 6:9 E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.

B - Devemos observar os servos de Deus no Novo Testamento: Os apóstolos ao ensinar a igreja, foram
firmes em passar para eles tudo o que Cristo Jesus ensinou e nunca negaram a lei (Rm 3.31).

Rm 3:29 É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios,
Rm 3:30 visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso. Rm
3:31 Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.

Os cristãos da chamada Igreja Primitiva, viviam em atenção e obediência ao ensino dos apóstolos (Atos 2.42)
e com certeza, a lei fazia parte dessa instrução. At 2:42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na
comunhão, no partir do pão e nas orações.

C - Devemos observar o nosso Senhor Jesus: Jesus, no Sermão do Monte, ao falar sobre a lei declarou:
“Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir”. (Mt 5.17). O
Senhor Jesus cumpriu toda a Lei e por essa razão tem poder para salvar e conduzir ao Pai, os que nele creem.

Através da lei de Deus, somos desafiados a amar a Deus e aos nossos semelhantes, somos encaminhados ao
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo – Jesus – e ainda nos deparamos com o caráter, com o coração,
com a revelação de Deus ao homem – através de Cristo e de Sua Palavra. Por fim, somos instruídos, a cada
instante, pelo próprio Espírito Santo de Deus. Nada se compara à alegria de conhecer a Deus e buscar
obedecer a sua Lei.

Jesus termina o verso 20 falando da justiça dos escribas e fariseus. Como eram a justiça dos escribas e
fariseus? (Mt.23:1-7, 13-17, 23-33)
1)A justiça dos fariseus era uma justiça superficial, externa e formal. Não uma justiça de coração (Amós
5:21-24, Is.29). Eles davam o dízimo até da hortelã, mas negavam o amor a Deus e ao próximo.

2)A religiosidade dos fariseus era puramente ritualística e baseada em preceitos de homens. Eles
preocupavam mais com aspectos cerimoniais da lei e com a tradição do que com as realidades morais. Se
interessavam mais pelos detalhes do que pelos princípios básicos. Era um sistema totalmente legalista, cheio
de regras (Mc.7:6-9).

Mc 7:6 Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo
honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mc 7:7 E em vão me adoram, ensinando
doutrinas que são preceitos de homens. Mc 7:8 Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição
dos homens. Mc 7:9 E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa
própria tradição.

3)Eles faziam concessões e racionalizavam o próprio pecado, justificando-o por meio de alguma
explicação. Na verdade, eles só pensavam neles mesmos e na sua própria glória (Lc.16:15)

Lc 16:15 Mas Jesus lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus
conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de Deus.

Qual era a justiça então a que Jesus se referiu no versículo em questão ?

Essa justiça é a evidência do novo nascimento, da regeneração. É algo profundo. A justiça que Deus requer
é a justiça interna, de mente e de motivação. Uma justiça de coração.

O catecismo maior diz que “a lei moral é a declaração da vontade de Deus à raça humana” (Catecismo maior,
P.93). E qual é essa vontade ? É a vontade de que todos os homens vivam uma vida de perfeita obediência,
santidade e retidão devidas a Deus e ao próprio homem (Confissão de fé, Cap. XIX, seção V).

CONCLUSÃO:

Cristo cumpriu a lei plenamente, tanto de forma ativa quanto passiva.

Ativa obedecendo a lei.

Passiva Suportando a maldição da lei na sua morte e pagando a pena pelo nosso pecado.

Não obedecemos a uma lei exterior por medo. Antes, como cristãos nos dias de hoje, obedecemos a uma lei
interior e vivemos por causa do amor. O Espírito Santo nos ensina a Palavra e nos capacita a obedecer a ela.

Pecado continua sendo pecado, e Deus continua a castigá-lo. Na realidade, os cristãos de hoje têm ainda mais
responsabilidade, pois temos mais conhecimento!

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