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- Não tem só ação anti-inflamatória, também tem ação anti-pirética, anti-

trombótica, analgésica, etc.

TRAUMA TECIDUAL

- Gera a liberação de substâncias algogênicas.

- Origem: células danificadas isquêmicas e mastócitos na área da lesão, bem


como plaquetas na microcirculação.

- AINES e inibidores da ciclooxigenase exercem um efeito analgésico ao inibirem


a síntese de prostaglandina e reduzirem a sensibilização de nociceptores
periféricos.

DINÂMICA DO PROCESSO INFLAMATÓRIO

- Liberação de mediadores químicos.


- Vasodilatação (promovida por mediadores químicos, aspecto avermelhado do
tecido e calor).

- Aumento da permeabilidade vascular.

- Passagem de proteínas plasmáticas para o interstício, carreando água


(edema).

- Marginação leucocitária e passagem para o tecido.

• Os leucócitos migram para o local de inflamação, se aderem as células


do endotélio vascular (pelas adeninas) e como tem aumento da
permeabilidade vascular, as células do endotélio se afastam, então os
leucócitos conseguem atravessar por entre as células do endotélio e ir
para o tecido (pool marginal).

- Fase de reparação: formação de tecido de granulação e cicatrização (se tiver


remoção agente causal).

• Os equinos têm uma particularidade em relação à formação desse tecido


de granulação, eles exageram na formação desse tecido de granulação,
produzem muito, às vezes até exacerba o bordo da ferida e pode virar um
problema. Os equinos têm a tendência de formar tecido de granulação
exoberante.

- Sem resolução: supuração (lise das células leucocitárias e formação de pus).


INFLAMAÇÃO

É uma resposta protetora que busca livrar o organismo da causa e ocorrências


da lesão, sem ela, as infecções seguiriam e as feridas não cicatrizariam.

O problema está quando: a resposta protetora é exacerbada, por isso faz-se o


uso de substâncias que modulam o processo inflamatório (AINE) para que ele
não seja exacerbado, protetivo apenas.
TRATAMENTO DA DOR

- Fraca: AINE porque tem efeito analgésico.

- Moderada: AINE associado a opioides fracos (tomar cuidado porque pode


gerar dependência do uso).

- Torturantes: técnicas que façam a sensibilização da região, para que o animal


não sinta mais dor (quando não dá para tirar a causa).

EICOSANOIDES

- Os eicosanoides são mediadores locais altamente potentes e de curta duração,


que produzem uma gama surpreendente de efeitos biológicos ligando-se a
receptores de superfície celular específicos, que parecem estar ligados à
proteína G (metabotrópicos).
PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS EICOSANOIDES

Prostaglandinas

- Aumento da permeabilidade capilar;

- Indução da resposta inflamatória;

- Inibição da agregação plaquetária.

Leucotrienos

- Estimulação da contração da musculatura lisa;

- Indução da resposta alérgica;

- Indução da resposta inflamatória.

Tromboxanas

- Estimulação da contração da musculatura lisa;

- Indução da agregação plaquetária.

AINES

MECANISMO GERAL DE AÇÃO

- Inibição das ciclooxigenases das células inflamatórias e consequente redução


da síntese de eicosanoides.
A síntese de prostaglandinas é catalisada pelas duas formas de ciclooxigenase,
e essas produzidas pelas ciclooxigenases estão presentes em todos os tipos
celulares dos tecidos e exercem as funções fisiológicas no organismo. Os AINE
agem impedindo que elas exerçam a sua função. Quando vamos utilizar um
AINE, tenta escolher um fármaco que seja um bloqueador mais eficiente para a
COX-2 do que para a COX-1, porque a COX-1 é protetiva (produz muco para a
proteção da mucosa gástrica, faz a manutenção do fluxo sanguíneo renal, faz a
hemostasia vascular), e a COX-2 que é a inflamatória, quando bloqueia também
a COX-1 não tem essas ações de proteção.

- Flunixin meglumine (banamine): grandes.

• Ação analgésica excelente para dor visceral (como cólica equina, muito
eficiente). Pode ser usado para dor osteomuscular também, mas tem
maior ação em dor visceral.

- Fenilbutazona (equipalazole): grandes.

• Melhor ação para dor musculo esquelética.


• É uma substancia mais barata, tem uma formulação para animais de
grande porte, mas a administração dela quando injetável é
exclusivamente por via intravenosa, existe por via oral, mas se for fazer
injetável só pode fazer por via intravenosa, porque perivascularmente a
fenilbutazona promove necrose, então se fizer intramuscular pode
promover necrose. Ex. se o animal precisar tomar anti-inflamatório na
propriedade por vários dias, a melhor opção é oral, para que o proprietário
não faça intravenoso, então tem que prescrever a formulação oral de
fenilbutazona ou cetoprofeno (que pode ser aplicado intramuscular).

- Cetoprofeno (letofen, ketojet): cães, felinos.

• Pode ser usado em grandes também.


• Melhor ação para dor musculo esquelética.
• Mais caro, não tem formulação efetiva para animais de grande porte, pois
foi formulado para animais de pequeno porte. Um animal de 400kg cada
aplicação é 10ml (que é um frasco) então iriam 5 frascos para um
tratamento de 5 dias, então fica inviável financeiramente às vezes.
• Para cães e gatos tem comprimido, para grandes animais se faz injetável
(intramuscular).

- Carprofeno (carproflan, rimadyl): cães.

- Meloxicam (maxicam): felinos.

• Indicado para felinos.

- Firocoxib (previcox): cães.

- Dipirona: cães, felinos, grandes.

• Liberada para todas as espécies animais.


• Tem uma potência maior como analgésico e anti-pirético do que como
anti-inflamatório.

- Paracetamol: vamos analisar!

FARMACOCINÉTICA

- São em sua maioria ácidos fracos.

- São bem absorvidos.

- Alta ligação com proteínas plasmáticas (96-99%).

- Facilmente excretados em urina básica.

- Cães eliminam AINE via biliar (favorece maior incidência de lesões no TGI
inferior (sangramentos, enteropatias)), particularidade da espécie, por isso
alguns anti-inflamatórios faz o uso por um período curto, associado de um
protetor de mucosa.
MECANISMO DE AÇÃO

- Anti-inflamatória: ação inibitória sobre a ciclooxigenase e lipoxigenase (enzima


que degrada o ácido aracdônico).

• Diminuição da síntese de prostaglandinas (PGs): VD, edema, diminuição


da dor.
• Diminuição da aderência de granulócitos dos vasos lesados.
• Diminuição da migração de polimorfonucleares e macrófagos.

- Analgésica: efeito sobre a dor provenientes de processos inflamatórios


(diminuição da sensibilidade dos nociceptores).

- Antipirética: diminui a síntese de PGE (prostaglandina E2), diminuindo a ação


que essa substância tem no hipotálamo.

- Anti-trombótica: inibe a síntese de tromboxanos, favorecendo essa ação.

AÇÕES FARMACOLÓGICAS DOS AINES

EFEITO ANALGÉSICO
Com a lesão celular, tem-se a liberação de bradicina e histamina que é
amplificada pela ação das prostaglandinas, como não tem a formação de PGs
(porque bloqueou a ciclooxigenase) não há a sensibilização/ativação dos
nociceptores, então o efeito analgésico se estabelece.

EFEITO ANTIPIRÉTICO

O mecanismo de febre se estabelece principalmente quando há um processo


infeccioso, também pode resultar de lesão tecidual/inflamação, mas geralmente
os M.O que induzem os leucócitos, quando os leucócitos combatem esses M.O
da infecção, os leucócitos liberam pirógenos-endógenos (citocinas que
aumentam a síntese de prostaglandina E2, essa atua no hipotálamo, se liga nos
receptores e aumenta os níveis do 2º mensageiro AMPc, isso faz com que o
hipotálamo aumente a temperatura corporal, promovendo o aumento da geração
de calor e a diminuição da perda de calor, por isso tem febre nos processos
infecciosos), quando se usa um AINE, inibe a produção de prostaglandinas,
portanto não há a formação de PGE, não tendo essa ação no hipotálamo, por
isso, o efeito antipirético.
Inibem tanto a COX-1 quanto a COX-2 que são responsáveis por transformar o
ácido aracdônico em prostanóides.

A lesão celular física ou química libera os fosfolipídios de membrana e a ação da


fosfolipase A2 nesses fosfolipídios faz com que haja a liberação do ácido
aracdônico, que passa por ação da COX-1, COX-2 e da LOX (lipoxigenase).

• COX-1: libera PGs, gerando produção de muco, diminuição de agregação


plaquetária e aumento da perfusão renal.
• COX-2: produção de PGs inflamatórias (aquelas que exacerbam o
processo inflamatório).
• LOX: liberam leucotrienos e lipoxinas.

- AINES atuam nessas 3 vias.

EFEITOS ADVERSOS

- Ulcerações, hemorragia na mucosa gástrica, redução do fluxo sanguíneo renal


(pode causar IR) (ambos porque bloqueou a COX-1, que é protetiva), alteração
na coagulação sanguínea (quadros hemorrágicos).
ISOFORMAS DA COX

- Tentar utilizar fármacos específicos para COX-2, porque minimiza os efeitos


colaterais.

AÇÕES FARMACOLÓGICAS DOS AINES - EFEITOS


INDESEJADOS COMUNS

GASTROINTESTINAIS

- Gastrite, náuseas, vômitos.

- Diarreia, constipação.

- Doença ulcerativa crônica (se uso crônico).

- Hemorragia grave e perfurações de úlceras.

- Razões: inibição da COX-1: diminuição da PGE2, causa diminuição do


bicarbonato e aumento da ação corrosiva do HCL (não tem muco porque inibiu
a COX-1).

RENAIS

- Insuficiência renal.

- Nefrites.

- Razões: inibição da COX-1: inibe PG, que possuem função vasodilatadora nos
rins; diminuição do fluxo sg renal.

HEMOSTASIA

- Aumento do sangramento (coagulação e agregação plaquetária


comprometidas).

- Razões: inibição dos tromboxanos.


- A probabilidade de não causarem efeitos adversos está relacionada a inibição
preferencial da COX-2, dose e duração do tratamento (recomendado a menor
dose efetiva, pelo menor tempo possível, associada a protetor de mucosa).

- A inibição da COX-1 ou COX-2 pode ocorrer de maneira similar ou diferente,


situação dependente da seletividade do agente pelas isoformas da
ciclooxigenase.

- Previcox é seletivo para COX-2 (não tem ação na COX-1).

CLASSIFICAÇÃO

- Inibidores não-seletivos de COX (cetoprofeno, fenilbutazona, aspirina).

- Inibidores preferenciais de COX-2 (carprofeno, meloxicam, nimesulida).

- Inibidores seletivos de COX-2 (firocoxib, deracoxib, rofecoxib, valdecoxib).

INIBIDORES NÃO-SELETIVOS DE COX (CETOPROFENO,


FENILBUTAZONA, ASPIRINA)

Salicilatos

- Ácido salicílico, ácido acetilsalicílico.

- Mecanismo de ação: inibição irreversíveis da COX.

- Propriedades farmacológicas:
• Analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios.
• Inibição da agregação plaquetária (inibição da formação de trombos,
principal ação na medicina veterinária) – infarto do miocárdio, AVC,
hipertensão, etc.

- Propriedades farmacocinéticas: bem absorvidos.

• Em baixas concentrações eles têm uma ligação às proteínas plasmáticas


de 50-70%, e quando estão em altas concentrações eles ficam mais livres,
mais disponíveis.
• Meia vida (é o tempo que o fármaco leva para reduzir a sua concentração
pela metade, todo fármaco para fazer efeito tem que atingir determinada
concentração sérica, meia vida é quando atinge 50%, a hora que cai 50%
é o tempo de meia vida, quando tem que repetir a dose para que volte a
concentração adequada): homem: 5h, cão: 8h, gato: 38h (no gato não
precisa fazer todo dia).
• Excretados: 25% inalterados, % de excreção é maior em urina alcalina
(em casos de intoxicação, por exemplo, pode-se usar substâncias
alcalinas para a urina ficar alcalina e assim aumentar esse processo de
excreção, porque a % da velocidade de excreção aumenta em urina
alcalina).
• Baixa potência antiálgica (dor de cabeça).
• Usado em trombose (ação agregação plaquetária retomada após síntese
de novas plaquetas).
• Possui agrupamentos fenólicos (para serem metabolizados no fígado
precisam passar por conjugação, fase 2 de metabolização hepática e
gatos tem deficiência da enzima que faz esse processo).
• Gatos tem baixa concentração glicuroniltransferase - enzima que realiza
a conjugação do ácido glicurônico presente na metabolização do AAS
(para torná-la mais hidrossolúvel).

- Intoxicação de felinos com AAS: depressão, anorexia, hemorragia gástrica,


vômitos, anemia, hepatite (medicamentosa). NÃO É O MEDICAMENTO DE
ESCOLHA PARA ANALGESIA, para gatos hipertensos pode usar, mas fazer um
espaçamento de dose maior.
- Efeitos adversos: estômago: gastrite, erosão, sangramentos focais; erupções
cutâneas; salicilismo (no caso de ingestão de altas doses): toxicidade crônica,
náuseas e vômitos; distúrbios da hemostasia.

- Indicações na med vet:

• HAC: hipertensão;
• CMD: cardiomiopatia dilada;
• CMH: cardiomiopatia hipertrófica.

- Suínos tem um período de vida curto, difícil falar sobre clínica de suínos porque
muitas vezes eles não desenvolvem a doença.

Derivados do Paraminofenol - Acetaminofen, Paracetamol

- Mecanismo de ação: inibição reversível da COX.

- Propriedades farmacológicas: analgesia e antipirético, pouco efeito anti-


inflamatório.

- Propriedades farmacocinéticas: bem absorvido por via oral, baixa ligação a


PP, inativado (metabolizado) no fígado, excreção renal.

• Felinos: deficiência glicuroniltransferase (enzima necessária para


metabolização) - não recomendado. Toda substância que tem o
agrupamento fenol é problemático para felinos, por essa deficiência.

- Doses terapêuticas: poucos efeitos (cães).

- Intoxicação aguda: náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal.


- Intoxicação aguda em gatos: mucosa cianótica, salivação, vômitos,
depressão, anorexia, edema facial e morte.

- Uso crônico: aumenta o risco de lesão renal.

- Overdose de paracetamol: N-acetilcisteína (antídoto) deve ser usado no caso


de envenenamento porque se conjuga ao metabólico tóxico do paracetamol
(mucolítico para o sistema respiratório, para facilitar a expectoração desse
muco), 280mg/kg (dose de ataque), 140mg/kg 4, 12, 20h após a intoxicação.

Derivados do Ácido Propiônico - Ibuprofeno, Naproxeno, Fenoprofeno,


Cetoprofeno, Carprofeno

- Mecanismo de ação:

• Inibição reversível da COX;


• Efeitos inibidores em leucócitos (diminui a quimiotaxia (diminuição da
degradação desses leucócitos, diminuição da liberação de histamina,
bradicina e consequentemente diminuição da sensibilização de
nociceptores) desses leucócitos para a área da inflamação).

 Carprofeno

- Mecanismo de ação: inibição competitiva preferencial da COX-2, efeitos


inibitórios em leucócitos.

- Propriedades farmacológicas:

• Analgesia (osteoartrite e para o controle da dor associada a cirurgias


ortopédicas, de tecidos moles e traumatismos em geral);
• Analgesia efetiva quando administrado previamente a cirurgia
(principalmente se ortopédico);
• Meia vida cães 8-12h, gatos 20h, equinos 22h, bovinos 30h;
• Pode ser utilizado em dor crônica (visto que tem ação preferencial em
COX-2);
• Não é aprovado para o uso em felinos no Brasil.

- Efeitos adversos: vômitos, diarreia, anorexia, letargia, poliúria, polidipsia,


hematúria, hepatopatia.

• A dose oral é o dobro da dose intravenosa porque tem o efeito de primeira


passagem (via enteral, parte do princípio ativo e metabolizado e excretado
e a outra parte vai para a circulação enterohepática para fazer o seu
efeito).

 Cetoprofeno

- Mecanismo de ação:

• Inibição competitiva reversível da COX;


• Efeitos inibitórios em leucócitos; inibe COX e LOX (dual) - reduz edema
tecidual.

- Propriedades farmacológicas:

• Traumas e fraturas, artrite, artrose, hérnias fiscais e para controlar a dor


pós-operatória oriunda de cirurgias de tecidos moles e ortopédica;
• Reduz a aderência plaquetária e inibe (reversível) a agregação, porém
menos eficiente que o AAS.

- Efeitos adversos: aumento do tempo de sangramento, úlceras duodenais e


gástricas, falência renal, vômitos (porque não é seletivo a COX-2).
- 2,2 mg/kg em equinos*

- Pode ser administrado por via IM.

- 1% = 10mg/ml ou 1000mg/100ml ou 1g/100ml.

Derivados da Pirazolona - Fenilbutazona, Oxifenilbutazona, Antipirina,


Aminopirina e Dipirona

- Mecanismo de ação: inibição competitiva da COX.

- Propriedades farmacológicas: anti-inflamatório, analgésico e antipirético.

 Fenilbutazona

- Muito utilizado em equinos.

- Inflamações articulares e ósseas (claudicação), cólica, afecções de tecidos


moles.

- Origina metabólitos na biotransformação: oxifenbutazona (ativo) e


hidroxifenilbutazona.

- Meia vida: cães e equinos: 3-8h, bovinos: 37h.

- Período hábil equinos: 8-12h.

- Alta ligação com PP.

- Efeitos adversos: Distúrbios TGI (vômitos não porque equino não vomita),
hepatotoxicidade, nefropatias.
• Geralmente se faz a dose de ataque por 5 dias, não diminui.

 Dipirona

- Inibe COX-3 (?).

- Potencializa efeitos opioides (porque ela atuaria no receptor opioide).

- Ótima ação antipirética (meia hora depois já tem diminuição de temperatura de


1 grau).

- Não é aprovada para uso nos EUA (porque os humanos podem devolver
anemia aplásica - aplasia de medula óssea).

- Pouco efeito colateral TGI (pela preferência na inibição de COX-3).

- Associação de um AINE e dipirona, pelo seu potencial analgésico e antipirético


bom no pós-cirúrgico imediato.

- Está fazendo AINE em animais: 3 dias em pequenos animais / 5 dias em


grandes animais. Aí precisa prolongar a analgesia por um tempo maior, tem
preferência a usar a dipirona porque tem efeitos adversos em TGI menores.

Derivados dos Ácidos Enólicos - Piroxican, Meloxican, Tenoxican,


Nabumetasona

- Mecanismo de ação: inibição competitiva reversível da COX.

• Meloxican: inibição seletiva da COX-2.


- Propriedades farmacológicas: analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios
(aprovado para uso em cães e gatos).

- Efeitos adversos: Distúrbios gastrointestinais (vômitos e diarreia).

• Meloxican: efeitos indesejados raros (ação preferencialmente em COX-


2).

 Meloxican

- Osteítes, artrites, osteoartrites, espondiloses, displasias coxo-femorais,


calcificação de discos intervertebrais, reparação de fraturas, traumatismos além
de pós-operatório de artroplastias e outras cirurgias ortopédicas e tecidos moles.

- Inibe 12 vezes mais a atividade da enzima COX-2 do que a atividade da COX-


1.

- Pode usar em gatos.

 Piroxican

- Impede a formação de radicais livres de oxigênio (diminui a lesão celular,


porque os radicais livres de oxigênio tendem a lesionar a membrana celular).

- Impede a ativação e agregação de neutrófilos.

- Mais específico para COX-1.

- Administração em gatos não é recomendada.


- Em equinos é incomum o uso porque só tem a apresentação em comprimido
(seriam vários comprimidos por vez, ex. para um equino de 400kg, com a dose
de 0,3mg/kg seria 120g de comprimidos, com o comprimido de 2mg de dose,
seriam 60 comprimidos POR VEZ - Peso (400) X dose (0,3) / concentração (2)).

Ácidos Aminonicotínicos - Flunixina Meglumina

- Ação analgésica e AINE em equinos.

- Cólicas e distúrbios musculoesqueléticos, artropatias.

- Inflamações oculares, mastites, gastroenterites, pneumonia de bezerros


(afecções pulmonares de bezerros).

- 4x mais potente que a fenilbutazona.

- Baixa margem segurança (toxicidade renal cães (nefrotóxico para cães), lesões
gástricas).

- Administrar após a cirurgia.

- Ação antiendotóxica (1/4 da dose anti-inflamatória): quando tem cólica/diarreia


(por exemplo) a chance de o animal ter uma endotoxicemia por conta da
liberação do LPS (bactérias gram-negativas) é bastante grande, para combater
essa endotoxicemia usa o flunixina meglumina de 3 a 4 vezes por dia, a dose é
0,25mg/kg.
INIBIDORES REVERSÍVEIS DE COX-2

Firocoxib

- Mais recente inibidor seletivo de COX-2 aprovado para uso em cães no país.

- Possui a capacidade de inibir a enzima COX-2 com mínimo impacto na


atividade da COX-1.

- Efeito anti-inflamatório, analgésico e antipirético.

- Não utilizar em gestantes, lactentes, filhotes de até 7 meses, gatos.

ANTI-INFLAMATÓRIOS QUE NÃO ATUAM PELA INIBIÇÃO DOS


EICOSANOIDES

Dimetil sulfóxido (DMSO)

- Subproduto do processamento da madeira e da destilação do petróleo e agora


vem sendo muito utilizado como veículo (substância que coloca um princípio
ativo para que a molécula desde princípio ativo fique estável, ativo) para diversos
medicamentos.

- Após a aplicação tópica ou em mucosas, o DMSO é bem absorvido em cerca


de 5min e distribuído para os diferentes tecidos em um período de 20min,
possuindo a propriedade de carrear consigo substâncias de pequeno peso
molecular (vantagem, medicamentos hidrossolúveis que tem dificuldade de
atravessar as membranas, se associado ao DMSO ele auxilia nisso)

- Ação anti-inflamatória do DMSO: remover radicais livres, principalmente


hidroxilas. Possui propriedades analgésicas (devido a depressão da condução
dos impulsos aferentes nervosos, a partir das áreas inflamadas), reduz a
agregação plaquetária, protege o endotélio vascular, diminui a formação de
trombos, aumenta a perfusão tecidual, melhora a ação estabilizadora de
membrana realizada pelos corticosteroides, além de também inibir a quimiotaxia
de células inflamatórias.

- Capaz de penetrar a barreira hematoencefálica, diminuindo a produção de PGs


no SNC (reduz o processo inflamatório no SNC (em casos de trauma é
interessante), como ele é capaz de carrear substâncias com ele, é possível fazer
o tratamento com substâncias que normalmente não atravessariam a membrana
hematoencefálica, por ex. Em equinos tem-se o Sarcocystis neurona
(Mieloencefalite protozoária equina - bandeira) o tratamento é baseado no uso
de anti-inflamatórios, mas também tem que combater o protozoário no SNC, mas
os protozoocidas não atravessam a barreira sozinhos (em quantidade
adequada), por isso a administração associada com o DMSO ajuda a carrear).

- Em cães, para alívio de afecções inflamatórias de ouvido, e em equinos, nas


afecções inflamatórias de membros, sendo também indicado nos casos de
traumas cerebrais de coluna.

- Para aplicações injetáveis tem que diluir no soro (a concentração não pode ser
superior a 20%, porque pode causar hemólise intensa no animal). Tem aplicação
em gel também (muito usável em equinos).

• Qualquer tipo de aplicação do DMSO tem que usar luvas, porque ele tem
potencial carcinogênico.

- Efeitos adversos: edema, eritema, desidratação cutânea e prurido, por causa


da liberação de histamina. Quando associado a anestésicos, tem sua toxicidade
aumentada.

- Equinos tratados com DMSO podem apresentar áreas de alopecia, o que


predispõe a infecções cutâneas.

- Indícios de que realize leve ação inibitória da colinesterase -> perigo do uso
concomitante em animais que tenham sido expostos à agentes organofosforados
ou carbamatos (sintomatologia de intoxicação com sinais neurológicos).

- Não usar em animais destinados para consumo (a eliminação do DMSO ocorre


por metabolização pulmonar, o animal fica com cheiro de cana de açúcar).

- Potencial teratogênico, não deve ser utilizado no primeiro terço da gestação.


- Utilização prolongada em cães pode levar ao desenvolvimento de cataratas.

- A aplicação por parte do clínico deve ser cautelosa, com a utilização de luvas
de borracha, para evitar absorções cutâneas repetidas do produto.

Superóxido dismutase

- Conhecido como orgoteína, é uma metaloproteína que contém zinco e cobre


(naturalmente encontrada, em concentrações bem pequenas, em fígado, e tem
a capacidade de transformar o superóxido em peróxido de hidrogênio, que, por
sua vez, é transformado em água pela catalase, esse processo inibe a ativação
das substâncias quimiotáticas dependentes do superóxido).

- Utilizada em cães e equinos no tratamento de afecções inflamatórias de tecidos


moles e articulares.

- Administração intra-articular, demonstra manter ou mesmo melhorar a


viscosidade do líquido sinovial (quando tem um quadro inflamatório nas
articulações tem um distúrbio desse líquido, diminuição da viscosidade dele). O
uso de outra via de administração que não a intra-articular é questionável, haja
vista seu grande tamanho molecular que acarreta, portanto, baixa absorção
sistêmica, aplicação local tem um maior efeito.

- Tem grande margem de segurança - dose letal 40.000 vezes maior que a
terapêutica.

EFEITOS ADVERSOS AINEs

- Gastrite e ulceração TGI (vômitos, diarreia).

- Inibição da agregação plaquetária.

- Inibição da motilidade uterina.

- IRA/IRC.

- Alterações hepáticas.
- Usar menor dose, aumentar o intervalo entre doses (fazer o manejo da
administração de maneira consciente e monitorar o animal sempre).

PARTICULARIDADES DOS FELINOS

- Baixa capacidade de glicuronização hepática (pela deficiência da enzima


glicuroniltransferase): demoram mais tempo para a metabolização hepática.

- Efeitos tóxicos com o uso de compostos fenólicos como paracetamol.

- Meia vida longa de fármacos como carprofeno e aspirina (maior intervalo de


doses porque mantém a concentração sérica adequada por mais tempo).

PRECAUÇÕES

- Nunca associar dois AINE'S diferentes (exceto dipirona).

- Intervalo para troca de anti-inflamatórios: no mínimo 24h.

- Evitar em fêmeas prenhes (PGs envolvidas na fisiologia da gestação -


abortamento, deslocamento de placenta, etc.).

- Neonatos (fígado e rins não estão totalmente funcionantes - T1/2 maior).

- Idosos (fígado e rins não estão totalmente funcionantes - T1/2 maior).

- Aumentar o intervalo de aplicações.

- Doses baixas.

CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS
- Doença erosiva ativa do TGI (úlcera gástrica, gastroenterite hemorrágica, etc.).

- Qualquer distúrbio gastrointestinal.

- Insuficiência renal.
- Desidratação (diminuição do fluxo sg renal), hipovolemia, hipotensão (primeiro
reestabelecer a volemia, PA, hidratação).

- Trombocitopenia (primeiro estabilizar).

- Uso concomitante com outros AINEs e/ou corticosteroides.

ADMINISTRAÇÃO RESTRITA A PACIENTE:

- Normovolêmicos;

- Normotensos;

- Hidratados;

- Função renal e hepática normal;

- Sem evidências de alterações hemostáticas;

- Sem ulceração gástrica;

- Não estão fazendo uso de corticosteroides;

- Dois ou mais AINEs não devem ser administrados concomitantemente (exceto


a dipirona).

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