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Organizadores
Anna Fanzeres
Chirle Colpini
Sergio Miguel Safe de Matos
Tobias Baruc Moreira Pinon
Colaboradores
Leiliane Saraiva Oliveira
Marta Aparecida de Souza Pereira
Sidney Aurelio Valeriano Ramos
Revisão de textos
Márcia Gutierrez Aben-Athar Bemerguy
APRESENTAÇÃO 09
1.CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS 13
5.CÁLCULO DE VOLUME 18
BIBLIOGRAFIA 43
Este guia apresenta orientações quanto aos procedimentos para medições de produtos
e subprodutos madeiros provenientes das unidades de manejo florestal das concessões
florestais e visa padronizar o método dessas medições para não haver discrepâncias nos
resultados obtidos pelos concessionários e pelos agentes responsáveis por monitorar e
fiscalizar a cadeia de custódia desses produtos.
Os procedimentos estão baseados na Resolução Conama nº 411, de 6 de maio de 2009,
no Manual de Fiscalização do Ibama (IBAMA, 2002) e no Manual de Procedimentos de
Estocagem, Medição e Fiscalização de Produtos Florestais (MATO GROSSO, 2008).
O guia foi dividido em cinco etapas, com o objetivo de facilitar o entendimento do
processo de medição e registro no Sistema de Cadeia de Custódia das Concessões. Etapa 1:
Procedimentos para medição de toras nas Unidades de Manejo das Concessões Florestais;
Etapa 2: Registro no Sistema de Cadeia de Custódia das Concessões Florestais; Etapa 3:
Procedimentos para medição na Unidade de Processamento; Etapa 4: Registro no Sistema de
Cadeia de custódia das Concessões Florestais; e Etapa 5: Procedimentos para medição de
resíduos.
1. CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
2. IDENTIFICAÇÃO DE TORAS
Com base no Sistema de Cadeia de Custódia das Concessões, após o corte da árvore, todas
as seções geradas recebem a identificação com o número da árvore-mãe acrescido de letras
sequenciais. Uma sugestão de procedimento é que, após o corte das árvores, ainda na floresta,
as toras cortadas para arraste recebam somente o número da árvore-mãe. Essas toras deverão
ser arrastadas até o pátio, onde então receberão as letras sequenciais (ver figura 1) a partir da
primeira tora originada da base da árvore.
Os diâmetros da base e do topo serão mensurados com auxílio de trena e deverão ter os
pontos de medição marcados com tinta óleo.
A marcação dos pontos será feita tanto na base quanto no topo da tora, da seguinte forma:
O trabalhador posicionará o marcador em formato de cruz (cruzeta) com ângulo
de 90o (ver figura 3), centralizando-o na base ou no topo da tora e tendo como
ponto inicial o diâmetro maior da seção, sem considerar a casca, e marcará o
ponto de medição com tinta óleo (ver figura 4).
Figura 3. Marcador de ponto de medição Figura 4. Ponto de medição dos diâmetros em toras
do diâmetro (cruzeta). uniformes.
O segundo ponto de medição será o que forma o ângulo de 90o com o primeiro,
indicado no marcador (cruzeta).
A tora receberá plaqueta (etiqueta) contendo, no mínimo, informação sobre o
número da Unidade de Produção Anual (UPA), o ano de produção (i.e. safra),
numeração da árvore acrescida da letra pertinente, com escrita legível e sem
rasura, de acordo com a Resolução SFB nº 6, de 7 de outubro de 2010, que
institui o Sistema de Cadeia de Custódia das Concessões Florestais.
As medidas, específicas de cada tora, serão anotadas em planilhas, com clareza
de escrita e sem rasuras.
A presença de oco na tora não deve interferir nos procedimentos de medição
dos diâmetros, ou seja, o volume ocupado pelo oco não será descontado, exceto
no caso de descarte de até 2 metros na base da tora, devidamente autorizado
pelo órgão ambiental competente. De acordo com a legislação, é obrigatório
realizar o teste para identificar a presença de oco e podridão.1
No caso de toras não uniformes, ou seja, aquelas que apresentam alguma protuberância
(catana ou sapopema), a medida do diâmetro deverá ser realizada de uma das maneiras a
seguir descritas, conforme seja o caso.
Se a sapopema for de até 1/3 da extensão da tora (ver figura 5a), sua área de
influência deverá ser desprezada e a medida considerada da base será a do ponto
onde ocorre a uniformidade do diâmetro, excluída a casca. Neste caso, a pintura na
base da tora deve ser uma seta, que indicará que o ponto de medição foi realizado
onde o diâmetro está uniforme. No ponto de medição, o diâmetro será medido
utilizando-se uma fita diamétrica ou suta. Nesse local deve ser feita uma marcação
com tinta óleo. Outra possibilidade é projetar na base da tora o diâmetro do ponto
onde ocorre a sua uniformidade e marcar com tinta os locais de medição. Neste caso,
serão tomadas duas medidas do diâmetro, conforme figura 5b.
1
Excepcionais descartes da parte da árvore com presença de oco devem estar previstos no Plano de
Manejo Florestal Sustentável e ser precedidos de autorização do órgão ambiental, desde que
permaneçam no interior da floresta juntamente com os demais resíduos da exploração, no limite
máximo de 2 metros de comprimento.
Figura 5a. Ponto de medição dos diâmetros em toras com sapopema de até 1/3 da extensão da tora.
Figura 5b. Outra possibilidade de medição por meio da projeção do diâmetro uniforme.
Se a sapopema for maior que 1/3 da extensão da tora (ver figura 6), a medida será
realizada na base da tora (incluindo a sapopema) e no topo, como descrito
anteriormente.
Figura 6. Ponto de medição dos diâmetros em toras com sapopema maior que 1/3 da extensão da tora.
2 2
Db * 4 Dt * 4
V * L ,em que:
2
Figura 7. Lote de toras de uma única espécie que serão processados para gerar produtos serrados ou
aplainados.
A plaqueta de identificação de cada fardo (pacote) deverá ser fixada na parte superior
da pilha (ver foto 2) e deverá conter as características do pacote gerado, assim como o número
total de peças iguais.
A contagem do número de peças em cada fardo (pacote) deverá iniciar naquela peça em
que a plaqueta se encontra e terminar na última peça antes da próxima plaqueta inferior,
conforme foto 3.
As plaquetas não podem ser colocadas na lateral do fardo, pois, caso haja outro fardo
próximo, a conferência dos dados poderá ser prejudicada. Caso a plaqueta se perca, deve-se
escrever o número do pacote com o giz de cera.
6.2. Madeira de tamanhos variados
Os fardos mistos são compostos por peças com dimensões diferentes (espessura,
largura ou comprimento), visando maximizar o aproveitamento das peças geradas ou atender
a demandas de mercado (ver foto 4).
No mesmo fardo (pacote) pode existir mais de um comprimento de peça declarada.
Contudo, essas peças com comprimentos diferentes normalmente formam lastros de
comprimentos uniformes (ver foto 5).
O cálculo do volume dos fardos (pacotes) de tamanho variado poderá ser feito
das seguintes formas.
VP E L C → VF VPs , em que:
VP= volume da peça em m³; VF= volume do fardo em m³;
E = espessura; VPs = volume das peças.
L = largura;
C = comprimento;
O cálculo de volume dessas peças será feito da mesma forma descrita na seção 6.
8. CONSIDERAÇÕES SOBRE A CONFERÊNCIA DO SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO
Um técnico do Serviço Florestal Brasileiro irá conferir as plaquetas que deram origem a
um lote de processamento, que deverão corresponder aos mesmos números existentes nas
planilhas de controle ou relatórios do Sistema de Cadeia de Custódia das Concessões.
Como não é possível a verificação dos produtos que se encontram na fase de secagem
na estufa, o concessionário deverá informar ao técnico do Serviço Florestal Brasileiro o
estoque que estiver em estufa. O técnico deverá anotar, na ficha de conferência de campo, os
números dos fardos e peças que estão nessa fase.
Recomenda-se que o fator de conversão seja efetuado por espécie. Ele deverá ser
atestado após o término de elaboração de cada produto final a ser comercializado por lote,
pois o produto a ser gerado e a quantidade de desdobro influencia diretamente no
rendimento.
Após a conferência e verificação dos lotes de madeira serrada ou beneficiada, o técnico
do Serviço Florestal Brasileiro deverá preencher o quadro a seguir.
Sigla de Nº de
Categoria de conferência %
conferência observações
Dado consistente OK
Não encontrado NE
Beneficiado BF
Na estufa Estufa
Madeiras diversas MD
Total de fardos -----
Nº total de lotes verificados -----
Volume total de toras m³
%
Madeira serrada 1º desdobro m³
Foto 7a. Tábua com 2,8cm. Foto 7b. Tábua com 2,6cm.
Obs:
11. LENHA
11.1 Cálculo do volume da lenha em estéreo
A lenha, que por definição da Resolução no 411/2009 é a porção de galhos, raízes e
troncos de árvores e nós de madeira, normalmente utilizados na queima direta ou produção
de carvão vegetal, é, pela praticidade, comercializada com base na medida da madeira
empilhada (volume estéreo – st). O cálculo do volume estéreo será feito por meio de
empilhamento do material lenhoso, adotando-se um padrão de organização das pilhas (ver
figura 11), buscando uniformidade em sua largura e altura.
Figura 11. Demonstração do empilhamento da lenha para a medição do volume em estéreo.
, em que:
, em que:
MMA. Gestão de Florestas Públicas, Lei Nº 11.284 de 2 de março de 2006. Brasília. 2006.
PULITO, A. P.; ARTHUR JÚNIOR, J. C. Manejo de Resíduos Florestais. Revista Opiniões. 2009.
Disponível em: <www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=508>. Acessado em
29/06/2012.
SCOLFORO, José Roberto Soares. Biometria Florestal: medição e volumetria das árvores.
Lavras: UFLA/FAEPE, 1998.