O PENSAMENTO ABSTRAI DA INTIMIDADE SEM COSTURA A MULTIPLICIDADE DE OBJETOS E

SERES CHAMADOS DE MENTE CORPO E MUNDO.

"Veja que em cada um desses três casos, pensar (a mente é o pensar), sentir (o corpo é o
sentir), e perceber (o mundo é o perceber), veja que em nossa experiência, eles são feitos
somente do Saber/Estar consciente deles. Saber/Estar Consciente é o denominador comum de
pensar, sentir e perceber, a mente o corpo e o mundo.

Puro Saber/Consciência é Shiva, pensar, sentir e perceber é Shakti. Shakti emerge de Shiva,
mas nunca deixa Shiva, Shakti dança em Shiva. Pensar, sentir e perceber emergem não para
fora do Puro Saber/Consciência mas dentro do Puro Saber/Consciência e dançam dentro do
Saber/Consciência.

Veja que tudo o que conhecemos da mente, do corpo ou do mundo são, pensar, sentir e
perceber e, pensar, sentir e perceber, aparecem no Puro Saber/Consciência, são feitos de
Saber/Consciência e são conhecidos pelo Saber/Consciência.

Esse Saber/Consciência somente conhece a Si Mesmo. Shiva da origem a Shakti de dentro de

Si Mesmo, e conhece Shakti como Si Mesmo, é somente o pensamento que abstrai dessa
intimidade sem costura desse casamento de Shiva e Shakti uma multiplicidade e diversidade
de objetos e seres chamados, a mente o corpo e o mundo.

Com essa ideia somente que o pensamento sobrepõe à intimidade de nossa experiência,
Shiva e Shakti se separam.

O eu separado é o filho desse divorcio, e ele passa o resto de sua vida tentando se reunir à sua
Fonte, curar a dor da separação."

Rupert Spira

Meditation 7 Pure Knowing Is Outrageously Promiscuous

~ Sri Nisargadatta Maharaj

A sua mente projeta uma estrutura e você se identifica com ela. É da natureza do desejo
impelir a mente a criar um mundo para a sua satisfação. Mesmo um pequeno desejo pode
iniciar uma longa linha de ação; e um forte desejo? O desejo pode criar um universo; seus
poderes são milagrosos. Tal como um pequeno fósforo pode incendiar uma enorme floresta,
um desejo acende os fogos da manifestação. O próprio propósito da criação é a satisfação do
desejo.
O desejo pode ser nobre ou ignóbil, o espaço (akash) é neutro - ele pode ser preenchido com o
que se gosta: Você deve ter muito cuidado com o que você deseja. E no que diz respeito ás
pessoas que você quer ajudar, elas estão em seus respectivos mundos por causa de seus
desejos; não há nenhuma maneira de ajudá-las a não ser através de seus desejos. Você só
pode ensiná-las a ter os desejos corretos para que elas possam se elevar acima deles e serem
livres do desejo de criar e recriar mundos de desejos, moradas de dor e prazer.

Mesmo que o corpo seja cortado em cem pedaços, o Eu não é ferido, mesmo que o vaso seja
pulverizado, o espaço dentro dele não é destruído. Mesmo que essa mente duende, que existe
apenas como uma palavra e não como uma realidade, deixe de existir, o que nós perdemos?

Antigamente, havia uma mente que consistia em noções de felicidade e infelicidade, mas
agora que todas essas noções deixaram de ser, onde está a minha mente? Qual tolo nutriria
noções como "alguém desfruta de outro", "alguém agarra outro", "alguém vê outro", "alguém
sofre uma calamidade"? Só a natureza desfruta, a mente agarra ou compreende, o sofrimento
pertence ao corpo, o perverso é um tolo, mas em alguém que alcançou a libertação não existe
nada disso.

Eu não sinto nem desejo prazer, nem desejo me livrar dele. Tudo o que vier, que venha, o que
quer que vá, deixe ir. Que as noções de diversas experiências surjam ou sumam no corpo: eu
não estou nem nelas, nem elas em mim.

Yoga Vasistha

~ Sri Ramana Maharshi·

Pergunta: Quais são as marcas de um verdadeiro professor (sadguru)?

Ramana : Permanência constante (estável, firme) no Eu, olhando para tudo com um olho
imparcial, coragem inabalável em todos os momentos, em todos os lugares e circunstâncias.

~ Sri Ramana Maharshi ·

No sono sem sonhos não existe mundo, não existe ego, e não existe infelicidade, mas o Ser
permanece. No estado de vigília, existe tudo isto, e existe (também) o Ser.

Você tem apenas que remover os acontecimentos transitórios a fim de realizar a sempre
presente beatitude do Ser (que é a base de todos os acontecimentos no estado de vigília).
A sua natureza é felicidade. Descubra Aquilo no qual tudo o resto é sobreposto e você irá
então permanecer como puro Ser.