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APOSTILA DE

CONTABILIDADE COMERCIAL

A apostila em tese não é uma obra original e é fruto de compilação de diversos


textos e mímeos.
Associação Carioca de Ensino Superior
Centro Universitário CARIOCA
Apostila de Contabilidade Comercial

SUMÁRIO
1 – REVISÃO DE CONCEITOS E A CONTABILIDADE COMERCIAL E SUA
APLICAÇÃO ........................................................................................................................................... 5
1.1 - ATRIBUTO DA CONTABILIDADE ........................................................................................ 5
1.2 - PATRIMÔNIO ............................................................................................................................... 5
1.3 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ............................................................................................... 5
1.4 - ESCRITURAÇÃO ........................................................................................................................ 6
1.5 - CONTAS ......................................................................................................................................... 6
1.6 - LANÇAMENTOS ......................................................................................................................... 8
1.7 - RAZONETE ................................................................................................................................... 9
1.8 - BALANCETE ................................................................................................................................ 9
1.9 – BALANÇO PATRIMONIAL ...................................................................................................10
1.10 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ............................................11

2 - CONTAS RETIFICADORAS .....................................................................................................13


2.1 – PROVISÕES PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA - PCLD...............14
2.1.1 - CONCEITO ................................................................................................................................................. 14
2.1.2 -FORMA DE APURAÇÃO DA PROVISÃO ............................................................................. 14
2.1.3 - CONTABILIZAÇAO .......................................................................................................................... 16
2.2 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO .........................................................19
2.2.1 - DEPRECIAÇÃO .................................................................................................................................. 19
2.2.1 - AMORTIZAÇÃO ................................................................................................................................. 22
2.2.3 - EXAUSTÃO ........................................................................................................................................... 23
2.3 - DESCONTO DE DUPLICATAS ............................................................................................25
2.4 – CONTAS REDUTORAS DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO ..................................................27
2.4.1 – CAPITAL A INTEGRALIZAR................................................................................................................ 27
2.4.2 – PREJUÍZOS ACUMULADOS ............................................................................................................... 28
2.4.3 – AÇÃO EM TESOURARIA...................................................................................................................... 28

3 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES ..............................................................29


3.1 - APURAÇÃO DO RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS...................................30
3.2 - RESULTADO COM MERCADORIAS (RCM) ...................................................................31
3.3 - TIPOS DE APURAÇÃO DE ESTOQUES...........................................................................32
3.3.1 – MÉTODO DO PREÇO CUSTO ESPECÍFICO..................................................................... 32
3.3.2 – MÉTODO DO CUSTO MÉDIO PONDERÁVEL.................................................................. 33
3.3.3 – MÉTODO DO PRIMEIRO A ENTRAR PRIMEIRO A SAIR (PEPS) ......................... 34
3.3.4 – MÉTODO DO ÚLTIMO A ENTRAR, PRIMEIRO A SAIR (UEPS) ............................. 35
3.3.5 - COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS: ............................................................................. 36

4 - OPERAÇÕES MERCANTIS .....................................................................................................37


4.1 - COMPRA DE MERCADORIAS .............................................................................................37
4.2 - VENDA DE MERCADORIAS .................................................................................................38

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4.3 - DEVOLUÇÃO E ABATIMENTOS DE MERCADORIAS ...............................................38


4.4 - FRETES E SEGUROS .............................................................................................................40
4.4.1 - FRETES................................................................................................................................................... 40
4.4.2 - SEGUROS.............................................................................................................................................. 42
4.5 - . DESCONTOS CONCEDIDOS E OBTIDOS ....................................................................42

5 - TRIBUTOS SOBRE COMPRAS E VENDAS ......................................................................44


5.1 - IPI – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS .....................................44
5.2 - ICMS – IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E
INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÕES .............................................................................46
5.3 - ISS – IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA........................47
5.4 - IVVC – IMPOSTO SOBRE VENDAS DE VAREJO DE COMBUSTÍVEIS................47
5.5 - PIS/PASEP – PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL/PROGRAMA DE
FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO ................................................................................47
5.6 - COFINS – CONTRIBUIÇÃO SOBRE FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL ..................................................................................................................................................47

6 – FOLHA DE PAGAMENTO........................................................................................................49
6.1 - CÁLCULO DE FOLHA DE PAGAMENTO ........................................................................49
6.1.1 - VALOR BRUTO DOS SALÁRIOS ............................................................................................ 49
6.1.2 - PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS ................................................................................................. 49
6.1.3 - FGTS (FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO) ........................................ 50
6.1.4 - IRF – (IMPOSTO DE RENDA NA FONTE) ............................................................................ 50
6.1.5 - SALÁRIO-FAMÍLIA ........................................................................................................................... 51
6.2 - CONTABILIZAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO ......................................................52
6.3 - PROVISÃO PARA 13º SALÁRIO .........................................................................................54
6.3.1 - CONTABILIZAÇÃO DO 13º SALÁRIO SOMENTE POR OCASIÃO DO
PAGAMENTO ..................................................................................................................................................... 54
6.3.2 - PROCEDIMENTOS PARA CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO .................................... 54
6.3.4 - EXEMPLO .............................................................................................................................................. 55
6.4 - PROVISÃO PARA FÉRIAS ....................................................................................................56
6.4.1 - DETERMINAÇÃO DOS VALORES E LIMITE DA PROVISÃO .................................. 57
7.4.2 - CONTABILIZAÇÃO .......................................................................................................................... 58
6.4.3 - CONTABILIZAÇÃO DO PAGAMENTO DAS FÉRIAS ................................................... 59

7 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS.................................................................................................60
7.1 - MOVIMENTAÇÃO DO CAIXA ...............................................................................................60
7.1.1 - AUMENTAM O SALDO DE CAIXA ........................................................................................... 60
7.1.2 - DIMINUEM O SALDO DE CAIXA............................................................................................... 60
7.1.3 - NÃO AFETAM O CAIXA ................................................................................................................. 61
7.2 - APLICAÇÕES DE SOBRAS DE CAIXA ............................................................................61
7.2.1 - CONTABILIZAÇÃO .......................................................................................................................... 61

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7.3 - CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA COBRIR FALTA DE CAIXA ...........................62


7.3.1 - EMPRÉSTIMOS .................................................................................................................................. 62
7.3.2 - DESCONTOS FINANCEIROS ..................................................................................................... 63

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................64

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1 – REVISÃO DE CONCEITOS E A CONTABILIDADE


COMERCIAL E SUA APLICAÇÃO
1.1 - ATRIBUTO DA CONTABILIDADE
A Contabilidade permite o controle da movimentação do patrimônio da
empresa.

A Contabilidade Comercial é o ramo da contabilidade que possibilita o controle


da movimentação do patrimônio das empresas comerciais (atividades que
visam aproximar produtor do consumidor).

O patrimônio da empresa é movimentado em função dos acontecimentos


diários: compra, venda, pagamentos, recebimentos, perdas, ganhos, etc...

1.2 - PATRIMÔNIO
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa.

Bens são as coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e são


suscetíveis à avaliação econômica.
É tudo que a empresa possui para uso, troca ou consumo.

Direitos são todos os valores que uma empresa tenha a receber.


Geralmente aparecem no Plano de Contas com a expressão “a receber”.
Exemplo: Duplicatas a Receber, Promissórias a Receber

Obrigações são todos os valores que a empresa tem a pagar.


Geralmente aparecem no Plano de Contas com a expressão “a pagar”.
Exemplo: Duplicatas a Pagar, Impostos a Pagar

A diferença entre Bens/Direitos e Obrigações é denominada Patrimônio


Líquido.

1.3 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA


A contabilidade representa os bens, direitos e obrigações em Ativo e Passivo.

Ativo representa os bens e direitos. Elementos positivos do patrimônio.

Passivo representa as obrigações. Elementos negativos do patrimônio.

A diferença entre ativo e passivo representa o Patrimônio Líquido.

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Patrimônio Líquido é composto pelo Capital e pelas Reservas.

Capital representa a importância em dinheiro, bens e/ou direitos que uma ou


mais pessoas investe ao iniciar suas atividades.

Reservas são elementos que representam partes ou o total do resultado


apurado pela empresa ao final de um exercício social.

1.4 - ESCRITURAÇÃO
Escrituração consiste em registrar no livros próprios (Diário, Razão, Caixa e
Contas Correntes) todos os fatos que provocam modificações do Patrimônio da
empresa.

1.5 - CONTAS
Conta é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos,
obrigações e patrimônio líquido) e aos elementos de resultado (despesas e
receitas).

Exemplos:
Bens: Caixa, Bancos, Veículos, Mobiliário, imóveis etc.;
Direitos: Contas a receber etc.;
Obrigações: Fornecedores, Contas a Pagar etc.;
Patrimônio Líquido: Capital, Lucro ou Prejuízo etc.;
Despesas: Água, Luz, Material de Limpeza, Salários etc.;
Receitas: Vendas de mercadorias, Receitas de serviços etc.

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Quanto à natureza das contas:


a) Ativo e Despesa: Devedora

b) Passivo, Patrimônio Líquido e Receita: Credora

Quadro auxiliar da escrituração:


escrituração

CÓDIGO E GRAU DAS CONTAS


O Código de uma conta é composto por um ou mais algarismos utilizados para
identificar cada uma das contas que compõem o Plano de Contas de uma
entidade.

A adoção de códigos agiliza os registros contábeis, principalmente quando eles


são feitos através de sistemas informatizados, onde os débitos e os créditos
são feitos através de códigos numéricos, em vez de serem feitos pela
intitulação de cada conta.

Os critérios para se definir a numeração adotada ficam a cargo de cada


contabilista, de acordo com as necessidades e conveniências de entidade, bem
como com o grau de detalhamento a que se pretende chegar.

Vejamos,
amos, de forma simplificada, a maneira mais comum de se iniciar uma
codificação:

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1. Ativo
1.1 Ativo Circulante
1.1.1 Disponibilidades
1.1.1.1 Caixa Geral
1.1.1.1.1 Caixa da Matriz
1.1.1.1.2 Caixa da Filial

Observe do exemplo que há elementos que, embora enumerados, não


representam contas, mas grupos ou subgrupos de contas. Há também contas
de primeiro grau e contas de segundo grau; vejamos:

1. Ativo é subdivisão patrimonial;


1.1 Ativo Circulante é subgrupo do Ativo;
1.1.1 Disponibilidades é subgrupo do Ativo Circulante;
1.1.1.1 Caixa Geral é conta de 1º grau;
1.1.1.1.1 Caixa da Matriz é conta de 2º grau
1.1.1.1.2 Caixa da Filial é conta de 2º grau

E assim sucessivamente para os demais códigos do Plano de Contas.

As contas de primeiro grau também são chamadas de contas sintéticas, pois


podem se subdividir em várias subcontas; essas subcontas, que são as contas
de segundo grau, são também chamadas de contas analíticas.

Podemos então entender as contas sintéticas como sendo um gênero, e as


contas analíticas como espécies naquelas.

Vejamos um quadro exemplificativo:


CONTA SINTÉTICA CONTA ANALÍTICA
OU OU
CONTA DE 1º GRAU CONTA DE 2º GRAU
Banco Bradesco
Bancos Banco CEF
Banco do Brasil
Cariocas Ltda
Clientes Esteves & Filhos Ltda
Petrobras S/A
Madeiras Nobres S.A
Fornecedores Martins do Brasil S.A
Fibranor LTDA

1.6 - LANÇAMENTOS
Lançamento é o meio pelo qual se processa a escrituração.

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É composto por:
 Local e data
 Conta a ser debitada
 Conta a ser creditada
 Histórico
 Valor

Local e Data Rio de Janeiro, 6 Agosto de 2012


Conta Devedora Veículos
Conta Credora a Caixa
Compra de um automóvel, conforme Nota
Hotórico Fiscal nº 801, da Concessionária Roma, com
pagamento à vista. 50000 Valor

1.7 - RAZONETE
Razonete nada mais é do que um razão simplificado e é representado pela
figura de um “T”.

Nome da Conta
D C

1.8 - BALANCETE
Balancete é um conjunto de contas extraídas do livro razão, com seus
respectivos saldos devedores ou credores.

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1.9 – BALANÇO PATRIMONIAL


Balanço Patrimonial é a demonstração financeira (contábil) destinada a
evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição
patrimonial e financeira da empresa.

O Balanço é composto por duas partes: Ativo e Passivo.

ATIVO
No Ativo, as contas representativas dos bens e direitos são dispostas em
ordem decrescente de liquidez1 dos elementos nelas registrados, em dois
grandes grupos: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.

O Ativo Circulante é composto pelos bens e pelos direitos que estão


frequentemente em circulação no Patrimônio. É o capital de giro da empresa.
Exemplo: Caixa, Bancos, Créditos com Clientes, Tributos a Recuperar,
Estoques, Despesas Pagas Antecipadamente, entre outros.

Ativo Não Circulante é o conjunto de bens e direitos que somente circularão em


prazo superior a 12 meses. É representado pelo Realizável a Longo Prazo e o
Ativo Permanente (Investimentos, Imobilizado e Intangível).

PASSIVO
No Passivo, são evidenciadas as obrigações (capital de terceiros) e o
Patrimônio Líquido (capital próprio).

As contas representativas das obrigações devem ser classificadas observando-


se o grau decrescente de exigibilidade2 dos elementos nelas registrados.

No Passivo Circulante são classificadas as contas representativas das


obrigações cujos vencimentos ocorram durante o exercício seguinte.

No Passivo Não Circulante são classificadas as contas representativas das


obrigações cujos vencimentos ocorram após o término do exercício seguinte,
bem como as Receitas Diferidas (Receitas Recebidas antecipadamente).

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O Patrimônio Líquido é a parte do Balanço Patrimonial que corresponde ao
capital próprio. Representa os recursos dos proprietários (titulares, sócios ou
acionistas) ou da gestão normal do patrimônio (lucros aputados). Classificam-
se em Capital Social, Reservas de Capital. Reservas de Avaliação Patrimonial,
Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados.

1
Grau de Liquidez é o maior ou menor prazo no qual bens e direitos podem ser
transformados em dinheiro.
2
Grau de Exigibilidade representa o maior ou menor prazo em que a obrigação
deve ser paga.

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1.10 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal
apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao
conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de
doze meses.

De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na


Demonstração do Resultado do Exercício discriminar:
 a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
 a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e
serviços vendidos e o lucro bruto;
 as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas
operacionais;
 o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
 o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão
para o imposto;
 as participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de
instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados,
que não se caracterizem como despesa;
 o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do
capital social.

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Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados em


obediência ao princípio da competência:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de
sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,
correspondentes a essas receitas e rendimentos.

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Vendas de Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Devoluções de Vendas
Abatimentos
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Com Vendas
Despesas Administrativas
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
Despesas Financeiras
(-) Receitas Financeiras
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
Resultado da Equivalência Patrimonial
Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes
Beneficiárias, Fundos de Assistência e Previdência para Empregados
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

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2 - CONTAS RETIFICADORAS
Também chamadas de redutoras, são contas que, embora apareçam num
determinado grupo patrimonial (Ativo ou Passivo) têm saldo contrário em
relação às demais contas desse grupo. Desse modo, uma conta retificadora do
Ativo terá natureza credora, bem como uma conta retificadora do Passivo terá
natureza devedora. As contas retificadoras reduzem o saldo total do grupo em
que aparecem.

REDUTORAS DO ATIVO

Estas são contas do Ativo com características de contas do Passivo, assim


sendo têm funcionamento inverso as do Passivo, estas contas ficam do lado
esquerdo do balanço e devem sempre apresentar saldos credores. Para que
uma conta do Ativo tenha um saldo credor é necessário que os aumentos e
diminuições nela ocorridos sejam assim registrados: As diminuições geram
lançamentos a débito e os aumentos a crédito.
► No Ativo Circulante:
• Duplicatas Descontadas
• Provisões para créditos de liquidação duvidosa
• Outras provisões

► No Ativo Permanente
• Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos
• Depreciação Acumulada
• Exaustão Acumulada
• Amortização Acumulada

REDUTORAS DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Estas são contas do Patrimônio Líquido com características do Ativo, assim


sendo, têm função inversa as do Ativo, estas contas ficam do lado direito do
balanço e devem sempre apresentar saldos devedores.
► No Patrimônio Liquido (PL)
• Capital a Realizar ou a Integralizar
• Prejuízos Acumulados
• Ações em Tesouraria

Para efeitos didáticos trataremos neste momento das Provisões para Créditos
de Liquidação Duvidosa; Depreciação, Exaustão, Amortização e Capital a
Realizar. O tópico Duplicatas Descontadas será tratado futuramente, ainda
nesta disciplina, dentro da temática captação de recursos; e as Provisões para
Perdas Prováveis na Realização de Investimentos, Prejuízos Acumulados e
Ações em Tesouraria em disciplinas futuras.

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2.1 – PROVISÕES PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA - PCLD

2.1.1 - CONCEITO
Essa provisão deve ser feita para cobrir as perdas estimadas na cobrança das
contas a receber, embora as despesas com esta provisão não sejam mais
dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social.

Desde o ano-calendário 1997, a legislação fiscal não mais permite a


dedutibilidade dessa provisão (Lei n.º 9.430/96 e IN SRF nº 93/97),
possibilitando, em vez disso, às empresas deduzir as perdas efetivas no
recebimento de créditos, na forma e nos prazos previstos na referida legislação
fiscal, conforme será discutido no tópico “d” deste item (o sentido do termo
perdas utilizado na legislação fiscal difere do sentido contábil).

No passado, a legislação fiscal permitia que se usasse um percentual (numa


época foi 3%, noutra 1,5%) sobre o saldo de duplicatas a receber para
determinar a expectativa de perdas com devedores duvidosos. Dessa forma,
constituía-se a conta Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, redutora
do grupo Clientes, e, em contrapartida, debitava-se uma conta de despesa
com devedores duvidosos. O nome Provisão para Devedores Duvidosos não é
o mais adequado, uma vez que a dúvida não recai sobre quem é o devedor,
mas se este honrará sua dívida, portanto, entendemos que a rubrica mais
pertinente seja Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa.

Todavia, embora a legislação fiscal tenha criado grandes restrições para o


reconhecimento da perda antes de sua efetiva concretização, princípios
contábeis e a legislação societária mantêm sua posição de que a empresa
deve constituir a provisão para perdas com base na expectativa de perda e, ao
final do exercício social, deve computar o valor da referida perda entre as
inclusões do LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real), para apuração da
base de cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social.

2.1.2 -FORMA DE APURAÇÃO DA PROVISÃO


A apuração do valor da provisão pode variar, pois cada empresa pode ter
aspectos peculiares a respeito de seus clientes, ramo de negócios, situação do
crédito em geral e a própria conjuntura econômica do momento.

É, portanto, importante serem considerados todos esses fatores conhecidos na


estimativa do risco e na expectativa de perdas com as contas a receber, que
devem estar cobertas pela provisão. Assim, algumas considerações
importantes quanto aos critérios para sua apuração devem ser feitas:
a) deve ser baseada na análise individual do saldo de cada cliente: Esse
trabalho deve ser feito com base na posição analítica por duplicata dos clientes
na data do balanço e em conjunto com os responsáveis pelos setores de
vendas e crédito e cobrança, de forma a exercer um julgamento adequado dos
saldos incobráveis;

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b) deve ser devidamente considerada a experiência anterior da empresa


com relação a prejuízos com contas a receber: Essa análise pode ser feita
por meio da comparação dos saldos totais de clientes ou de volumes de
faturamento com os prejuízos reais ocorridos em anos anteriores na própria
empresa. Complementando essa análise, é importante a contribuição dos
elementos ligados aos setores de vendas e crédito e cobrança, com sua
experiência e conhecimento dos clientes;

c) devem ser também consideradas as condições de venda: Obviamente, a


existência de garantias reais anula ou reduz as perspectivas de perdas;

d) atenção especial deve ser dada às contas atrasadas e a clientes que


tenham parte de seus títulos em atraso: Nesses casos, é importante a
preparação de uma análise das contas a receber vencidas, preferencialmente
comparativa com períodos anteriores.
Nessa técnica, as contas são agrupadas em função de seus vencimentos,
como vencidas há mais de um ano, entre 180 dias e um ano, entre 90 e 180
dias etc. Por meio dessa técnica, pode-se medir a tendência dos clientes em
atraso e a probabilidade de perdas, além da eficiência do sistema de crédito
utilizado e do próprio serviço de cobrança. O objetivo é sempre chegar a um
dimensionamento adequado da provisão. Essa análise por “idade” de
vencimento é particularmente importante nos casos em que há quantidade
muito grande de clientes, em que o risco está pulverizado.
Como se verifica, temos como prática comum e adequada:
 determinar o valor das perdas já conhecidas com base nos clientes
atrasados, em concordata, falência ou com dificuldades financeiras;
 estabelecer um valor adicional de provisão para cobrir perdas prováveis,
mesmo que ainda não conhecidas por se referirem a contas a vencer,
mas comuns de ocorrer, com base na experiência da empresa, tipo de
clientes etc.

A título de exemplificação, tomemos os percentuais dispostos na Resolução


BACEN nº 2682/1999:
PERCENTUAL
ATRASO RISCO APLICADO
1 a 14 dias Nível A 0,5%
15 e 30 dias Nível B 1%
31 e 60 dias Nível C 3%
61 a 90 dias Nível D 10%
91 a 120 dias Nível E 30%
121 a 150 dias Nível F 50%
151 a 180 dias Nível G 70%
superior a 180
dias Nível H 100%

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2.1.3 - CONTABILIZAÇAO
A constituição dessa provisão tem como contrapartida contas de despesas
operacionais (Despesas com Vendas). Quando um saldo se torna efetivamente
incobrável, ou seja, quando se esgotaram sem sucesso os meios possíveis de
cobrança, sua baixa da conta de clientes deve ser feita tendo como
contrapartida a própria provisão. Vejamos um caso prático de contabilização,
inclusive para recuperações de contas já baixadas contra provisão.

Realização da PCLD
D — Despesas c/ Crédito de Liquidação Duvidosa
C — Provisão p/ Crédito de Liquidação Duvidosa

Reversão da PCLD
D – Provisão p/ Crédito de Liquidação Duvidosa
C – Despesas c/ Crédito de Liquidação Duvidosa

Cliente pagou no exercício


D – Caixa / Banco c/ Movimento
C – Contas a Receber

Cliente não pagou no exercício


D – Provisão p/ Crédito de Liquidação Duvidosa
C – Contas a Receber

Cliente pagou fora do exercício devido


D – Caixa / Banco c/ Movimento
C – Outras Receitas

EXEMPLO: Suponhamos que os saldos iniciais de contas a receber e da


PCLD de determinado período sejam segregados por classe de risco e
sejam assim compostos:

CLIENTE VALORES A PERCENTUAL


ATRASO PCLD3
RECEBER APLICADO
61 a 90 dias A 100.000,00 10% 10.000,00
91 a 120 dias B 50.000,00 30% 15.000,00
121 a 150 dias C 25.000,00 50% 12.500,00
151 a 180 dias D 10.000,00 70% 7.000,00
superior a 180 E
dias 5.000,00 100% 5.000,00
TOTAL 190.000,00 49.500,00

3
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – PCLD: Apurado pela
multiplicação dos valores a receber vezes o percentual de perda.

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a) Realização da Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa com base


na planilha anterior.

Constituição da PCLD

D — Despesas c/ Crédito de Liquidação Duvidosa 49.500


C — Provisão p/ Crédito de Liquidação Duvidosa 49.500

b) Clientes da classe A pagaram $ 90.000 dos $ 100.000 que deviam e não


há perspectiva de recebimento da diferença. Os lançamentos contábeis e
a movimentação em forma de tabela desse evento são os seguintes:

Recebimento de clientes classe A


D — Caixa
C — Contas a receber classe A R$ 90.000

Portanto, a PCLD foi exata para amortecer a perda ocorrida, tendo sido:

Baixa de Clientes Classe A


D – Provisão p/ Crédito de Liquidação Dúvida
C – Contas a Receber Classe A – R$ 10.000

c) Clientes classe B pagaram $ 30.000 dos $ 50.000 que deviam. A PCLD


desse cliente era de $ 15.000 e o saldo líquido a receber era de $ 35.000,
superior ao valor recebido. Portanto, a PCLD foi insuficiente para amortecer
a perda ocorrida, tendo sido realizada integralmente e também havendo
efeito no resultado pelo registro da perda ocorrida no período por causa
da insuficiência da PCLD ($ 5.000). Os lançamentos contábeis e a
movimentação em forma de tabela desse evento são os seguintes:

Recebimento de clientes classe B


D — Caixa
C — Contas a receber classe B R$ 30.000,00

Baixa de Clientes Classe B


D – Provisão p/ Crédito de Liquidação Dúvida
C – Contas a Receber Classe A – R$ 15.000

Reconhecimento das perdas dos clientes classe B


D — Perdas com incobráveis
C — Contas a receber classe B R$ 5.000

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d) Clientes classe C pagaram integralmente os $ 25.000 que deviam, não


havendo perda alguma. Como havia a PCLD de $ 12.500, e esta não foi
utilizada, deve-se reverter seu saldo para o resultado. Os lançamentos
contábeis e a movimentação em forma de tabela desse evento são os
seguintes:

Recebimento de clientes classe C


D — Caixa
C — Contas a receber classe C R$ 25.000

Reversão da PCLD
D — PCLD classe C
C — Outras receitas operacionais R$ 12.500,00
(ou recuperação de despesas)
Obs.: Ao invés de realizar a reversão também é possível aproveitar o valor
para realização da Provisão para o período seguinte.

e) Clientes classe D pagaram $ 2.000 dos 10.000 que deviam, e entraram em


processo de falência, não havendo qualquer expectativa de receber o saldo
remanescente. Portanto, a PCLD deve ser integralmente realizada e o
saldo a receber remanescente deve ser lançado como perda com
incobráveis. Os lançamentos contábeis e a movimentação em forma de tabela
desse evento são os seguintes:

Recebimento de clientes classe D


D — Caixa
C — Contas a receber classe D R$ 2.000,00

Baixa de Clientes Classe D


D – Provisão p/ Crédito de Liquidação Dúvida
C – Contas a Receber Classe A – R$ 7.000

Reconhecimento das perdas dos clientes classe D


D — Perdas com incobráveis
C — Contas a receber classe D R$ 1.000,00

f) Um antigo Cliente E pagou o valor de $ 5.000 de dívidas que já haviam sido


consideradas incobráveis em períodos anteriores. Nesse caso houve uma
recuperação de crédito, e esta deve ser registrada na conta de resultado
Outras Receitas Operacionais. Os lançamentos contábeis são os seguintes:

Recebimento do Cliente F
D — Caixa
C — Outras Receitas Operacionais R$ 5.000,00
(Recuperação de Créditos)

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2.2 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

2.2.1 - DEPRECIAÇÃO
Fenômeno contábil que expressa a perda de valor que os valores imobilizados
de utilização sofrem no tempo, por força de seu emprego na gestão.
Conceitua-se depreciação como sendo a diminuição do valor dos bens
corpóreos que integram o ativo permanente, em decorrência de desgaste ou
perda de utilidade pelo uso, ação da natureza ou obsolescência.

O encargo da depreciação poderá ser computado como custo ou despesa


operacional, conforme o caso. A depreciação dos bens utilizados na produção
será custo, enquanto a depreciação dos demais bens há de ser registrada
como despesa operacional:

O lançamento característico da depreciação é:


D - Despesas (ou custo) de Depreciação
C - Depreciação Acumulada

A conta devedora é de resultado e representa o encargo econômico


suportado pela entidade.

A conta credora retifica o bem do ativo sujeito a depreciação. Integra o Balanço


Patrimonial, sendo demonstrada juntamente com a conta do bem que ela
retifica, em subtração a seu saldo.

NOTA: o encargo de depreciação somente é computável no resultado do


exercício a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em
condições de produzir.

O valor da depreciação acumulada não poderá ultrapassar o custo de


aquisição do bem a que se refere corrigido monetariamente. O mesmo se
aplica à amortização e à exaustão. Os encargos de depreciação dos bens do
ativo imobilizado que tenham ocorrido durante a fase pré-operacional serão
escriturados no ativo diferido para posterior amortização, no prazo mínimo de
cinco anos e máximo de dez anos.

Não é admitido o registro de quota de depreciação em relação aos seguintes


bens:
• terrenos, salvo em relação aos melhoramentos e construções;
• prédios e construções não alugados nem utilizados por seu proprietário na
produção de seus rendimentos ou imóveis destinados à venda;
• bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte
ou antiguidades;
• bens em relação aos quais seja registrada quota de exaustão.

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MÉTODO LINEAR:
A taxa de depreciação é obtida da seguinte forma:

100%
= Taxa de Depreciação
Tempo de Vida Útil

Segue abaixo a tabela de taxas aplicáveis aos bens de ocorrência mais usual:

Tipo Anos de Vida Taxa


Útil Anual
Edifícios 25 anos 4%
Máquinas e Equipamentos 10 anos 10%
Instalações 10 anos 10%
Móveis e Utensílios 10 anos 10%
Equipamentos de Informática 5 anos 20%
Ferramentas 5 anos 20%
Motocicletas 4 anos 25%
Veículos de passageiros 5 anos 20%
Veículos de transporte de 4 anos 25%
mercadorias

DEPRECIAÇÃO ACELERADA
A depreciação pode ser normal ou acelerada, diferenciando-se apenas pela
variação da taxa de depreciação aplicável, que poderá variar conforme o
número de turnos de utilização do bem a ser depreciado. Cada turno
corresponde a um período de oito horas.

Assim, para a depreciação acelerada será aplicado um dos seguintes


coeficientes sobre a taxa nominal utilizável:

 coeficiente 1,0 para um turno de oito horas de operação;


 coeficiente 1,5 para dois turnos de oito horas de operação;
 coeficiente de 2,0 para três turnos de oito horas de operação.

Exemplo: Um bem, valor de R$ 20.000, cuja taxa normal de depreciação de


10% a.a., no ano de x2 operou durante dois turnos de oito horas cada,
diariamente.
Neste caso, sua taxa anual de depreciação será acelerada, obtida
multiplicando-se a taxa normal pelo coeficiente 1,5. Assim:

10% a.a. X 1,5 = 15% a.a.

Ou seja, 20.000 x 15% = 3.000. Logo, o lançamento adequado seria:

D – Despesa com Depreciação


C – Depreciação Acumulada R$ 3.000

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DEPRECIAÇÃO POR SOMA DOS DÍGITOS

Método de depreciação acelerada quando um bem sofre um desgaste


significativamente maior nos primeiros anos de sua existência.

Exemplo: Um bem, valor de R$ 20.000, com vida útil de 5 anos.

1º - Soma-se o tempo de vida útil: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15

2º - O somatório do tempo de vida útil é atribuído ao denominador

3º - a taxa é composta pelo numerador (tempo de vida útil de forma


decrescente) / somatório de tempo de vida útil

Ano 1 = 5/15 Ano 2 = 4/15 Ano 3 = 3/15 Ano 4 = 2/15 Ano 5 = 1/15

DepreciaçãoAno1 = 20.000 * (5 /15)

DepreciaçãoAno1 = 6.666,67

USANDO A CALCULADORA FINANCEIRA HP 12C PARA CALCULAR A


DEPRECIAÇÃO SOMA DOS DIGITOS

Para iniciar os cálculos devem ser limpos os registradores financeiros, para


isso o procedimento é digitar na seqüência as teclas: f + FIN

Atribuir os dados nos registradores financeiros:


valor a ser depreciado deve ser inserido no registrador correspondente ao
Valor Presente - PV: 20.000 PV

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O número de períodos a ser calculado de ser atribuído ao registrador n: 5 n

Para se calcular o valor a ser depreciado no período, informa-se o mesmo e em


seguida usa-se a função SOYD, por exemplo, para saber obter os valores
referentes ao segundo período: 1 f SOYD

O valor obtido deverá ser 6.666,67, este é o valor a ser depreciado no período.
A calculadora obteve ainda o valor que ainda deverá ser depreciado no futuro
e, para visualizá-lo, basta utilizar a tecla x≷
≷y

Caso seja esperado algum valor residual (Exemplo – R$ 2.000), este deve ser
informado ao registrador financeiro de Valor Futuro – FV:2000 FV

2.2.1 - AMORTIZAÇÃO
Eliminação gradual e periódica do ativo de uma empresa, como encargos do
exercício, das imobilizações financeiras ou imateriais. É a recuperação
econômica do capital aplicado em:

I – Despesas que contribuam para formação do resultado de mais de um


exercício social.
Exemplos: Despesas pré-operacionais, Despesas com pesquisa e
desenvolvimento de novos produtos;

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II – Direitos cuja existência ou exercício tenha duração limitada ou bens cuja


utilização tenha prazo legal ou contratual limitado e desde que em nenhuma
hipótese caiba indenização, como:
a) bens intangíveis ou direitos de uso, como, por exemplo: patentes de
invenção. Fórmulas e processos de fabricação;
b) investimento em bens que, nos termos da lei ou contrato que regule a
concessão de serviço público, devem reverter ao poder concedente, ao final
do prazo de concessão;
c) direitos autorais, licenças, autorizações para exploração de determinada
atividade econômica, concessões para exploração de serviços públicos, bem
como o custo de aquisição, prorrogação ou modificação de contratos de
qualquer natureza, inclusive de exploração de fundos de comércio;
d) custo das construções e benfeitorias em bens locados, arrendados ou
cedidos por terceiros;
e) o valor dos direitos contratuais de exploração de florestas.

A taxa anual de amortização será fixada tendo em vista o números de anos


restantes de existência do direito ou o número de exercícios sociais em que
deverão ser usufruídos os benefícios das despesas registradas no ativo
diferido.

A amortização dos componentes do ativo diferido sujeita-se a dois prazos:


a) um mínimo de cinco anos, para fins fiscais;
b) um máximo de dez anos, que é aplicável a todas as pessoas jurídicas que
possuam escrituração contábil regular.

O lançamento característico da amortização é:


D – Despesas c/ Amortização
C - Amortização Acumulada

DEPRECIAÇÃO x AMORTIZAÇÃO

A depreciação atinge a perda de valor de coisas materiais, como máquinas,


móveis, etc., e a amortização destina-se apenas a significar perda de valor
de coisas imateriais ou de imobilizações financeiras; são objeto de
amortização: despesas gerais de instalação, aviamentos, dívidas a longo prazo
etc.

2.2.3 - EXAUSTÃO
Fenômeno patrimonial que caracteriza a perda de valor que sofrem as
imobilizações suscetíveis de exploração e que se esgotam no correr do tempo,
como, por exemplo, as reservas minerais e vegetais (bosques, florestas,
jazidas etc.).

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Corresponde à perda de valor decorrente da exploração de recursos minerais


ou florestais
ou de bens aplicados nessa exploração.

O lançamento característico da exaustão é:


D – Despesa c/ Exaustão
C - Exaustão Acumulada

DEPRECIAÇÃO x EXAUSTÃO

A depreciação é a perda de valor pelo uso; a exaustão é a perda de valor por


exploração; a depreciação é custo indireto de fabricação; a exaustão é custo
direto de fabricação.

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2.3 - DESCONTO DE DUPLICATAS


É uma operação financeira de curto prazo, na qual a empresa obtém recursos
nos bancos. Para realizar essa operação, é preciso ter feito vendas a prazo,
obtendo as duplicatas de venda mercantil. A instituição financeira aplica uma
taxa de desconto sobre o valor nominal do título, cobrando, também, tarifas e
IOF, creditando à empresa tomadora o valor líquido (valor nominal dos títulos
menos os encargos financeiros).

A empresa que desconta duplicatas é responsável pelo seu pagamento ao


banco, portanto, se a duplicata for liquidada em dia, o banco fica com o valor
pago pelo sacado. Caso o pagamento não ocorra no vencimento, dois ou três
dias após, o banco debita o valor da duplicata na conta da empresa que fez o
desconto.

Quando uma empresa desconta duplicatas de sua emissão nos bancos, deve
contabilizar o seu valor em conta específica (Duplicatas Descontadas),
retificadora do saldo da conta de Duplicatas a Receber, no ativo circulante.

Os valores cobrados pelo banco representam despesas antecipadas, que


devem ser registradas em conta própria, também no ativo circulante, e
apropriadas em contas de resultado à medida que forem sendo incorridos,
conforme o regime de competência.

A legislação do Imposto de Renda impõe que as despesas financeiras,


decorrentes de títulos cujo vencimento ultrapasse a data de encerramento do
exercício, devem ser apropriadas pro rata tempore, nos períodos-base a que
competem (art. 374, inciso I, do RIR/99).3.2.1 Contabilização

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Suponha que o gestor de uma empresa esteja com uma carteira de duplicatas
no valor de R$ 50.000 emitida contra seus clientes e com vencimento em 45
dias. Fazendo uma análise de sua projeção de caixa, verifica que terá
necessidade de recursos durante o próximo mês. Sua projeção também indica
que será uma necessidade passageira devido a um declínio sazonal das
vendas.

Assim, o gestor resolve descontar essas duplicatas em um banco, no dia 01 de


dezembro de 20X6, a uma taxa de juros de 3% ao mês e o banco aplica o
desconto sobre as duplicatas:

D = VF x i x n
D = 50.000 x 0,03 x 45
30
D = 50.000 x 0,03 x 1,5
D = 2.250
IOF = VF x 0,015 x n
12
IOF = 50.000 x 0,00125 x 1,5
IOF = 2.250 x 0,00645
IOF = 93,75
VP = VF – D – IOF
VP = 50.000 – 2.250 – 93,75
VP = 47.656,25
Onde:
D = Desconto
VF = Valor nominal da duplicata
i = taxa de desconto
n = prazo da duplicata
IOF = Imposto sobre Operações Financeiras
VP = Valor Presente (líquido creditado para a empresa)

Na data do desconto do título (01/12/20X6)


Débito: Bancos c/ Movimento R$ 47.656,25
Crédito: Duplicatas Descontadas R$ 47.656,25
Histórico: Desconto de duplicatas conforme borderô anexo.

Débito: Gastos Financeiros a Apropriar R$ 2.343,75


Crédito: Duplicatas Descontadas R$ 2.343,75
Histórico: juros e IOF incidentes sobre desconto de duplicatas.

No dia 31 de dezembro, para apurar o resultado, parte dos encargos será


lançada como despesa do exercício de 20X6:
Débito: Despesas Financeiras R$ 1.562,50
Crédito: Gastos Financeiros a Apropriar R$ 1.562,50
Histórico: Apropriação de encargos financeiros referentes ao exercício.

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No dia 15 de janeiro, pela liquidação do título:


Débito: Duplicatas Descontadas R$ 50.000
Crédito: Duplicatas a Receber R$ 50.000
Histórico: Pela liquidação das duplicatas nº ........

Débito: Despesas Financeiras R$ 781,25


Crédito: Gastos Financeiros a Apropriar R$ 781,25
Histórico: Juros e IOF sobre desconto de duplicatas referente a Jan / 20X7.

Caso os clientes não efetuem os pagamentos no vencimento, o banco debitará


a conta da empresa e o lançamento em sua contabilidade será:
Débito: Duplicatas Descontadas R$ 50.000
Crédito: Bancos c/ Movimento R$ 50.000

2.4 – CONTAS REDUTORAS DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO

2.4.1 – CAPITAL A INTEGRALIZAR


Ao constituir uma empresa, a parte referente ao “investimento” inicial realizado
pelo dono e/ou sócios.

Quando o sócio não intregraliza totalmente o valor referente ao montante


descrito no Contrato Social da Empresa a conta Capital a Integralizar é a conta
que deverá identificar essa situação.

O Capital Social Subscrito pode também ser chamado simplesmente de Capital


Social.

O Capital Social Integralizado é o capital social menos o capital a integralizar,


ou seja, representa o capital efetivamente entregue pelos sócios em favor da
empresa.

O Capital Social Não-Integralizado corresponde a parte ainda não


disponibilizada pelos sócios em favor da empresa, pode ser chamado de
Capital a Realizar ou Capital a Integralizar

Exemplo: Considerando que o Capital Social estabelecido no contrato social


da empresa seja da ordem de R$ 100.000, se...

a) for integralizado no ato, em moeda corrente nacional:


D – Caixa / Bancos c/ Movimento
C - Capital Social R$ 100.000,00

b) parte for integralizado no ato e à vista e o restante a prazo:


Exemplo – 70% à vista e 30% a prazo
D - Caixa R$ 70.000
D - Capital a Integralizar R$ 30.000

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C – Capital Social R$ 100.000

Vale ressaltar que o Capital Social poderá ocorrer em Bens e Direitos, ou seja,
em espécie (dinheiro), em valores a receber, bens, entre outros.

2.4.2 – PREJUÍZOS ACUMULADOS


Prejuízos Acumulados: resulta do confronto entre as receitas, operacionais e
não-operacionais, custos e despesas operacionais, provisões e outros valores
que forem transferidos para o resultado do exercício, em que o saldo líquido
apurado na demonstração do resultado do exercício, quando negativo,
denomina-se prejuízo contábil, e quando positivo, lucro contábil.

Exemplo: Transferência do resultado do exercício que foi deficitário da ordem


de R$ 30.000

D –Prejuízos Acumulados 30.000

C - Resultado do Exercício ou ARE 30.000

2.4.3 – AÇÃO EM TESOURARIA


Ações em Tesouraria: As ações em tesouraria são àquelas emitidas por uma
companhia e que foram posteriormente adquiridas (recompradas), no mercado,
por essa mesma companhia. Na maioria das vezes, a empresa opta pela
recompra das ações como forma de obter ações para os programas de
incentivo de empregados, ou para mais tarde serem dadas na forma de
proventos aos acionistas da empresa, ou até mesmo para revede-la no futuro.

Exemplo: Emissão de ações no valor de R$ 60.000

D – Ações em Tesouraria 60.000

C - Capital Social 60.000

Exemplo: Venda de ações no mercado financeiro no valor de R$ 40.000

D – Banco c/ Movimento 40.000

C - Ações em Tesouraria 40.000

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3 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES


Antes de estudarmos os métodos de avaliação de estoques, vamos verificar o
que diz a legislação do Imposto de Renda:

Decreto 3000/99 – Regulamento do Imposto de renda – RIR/99


Subseção III
Custo dos Bens ou Serviços
Custo de Aquisição
Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas será
determinado com base em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques
existentes, de acordo com o Livro de Inventário, no fim do período de apuração (Decreto-Lei nº
1.598, de 1977, art. 14).
§ 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de
transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou
importação (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 13).
§ 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição.
§ 3º Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de créditos na escrita fiscal.
Subseção IV
Critérios para Avaliação de Estoques
Art. 292. Ao final de cada período de apuração do imposto, a pessoa jurídica deverá promover
o levantamento e avaliação dos seus estoques.
Art. 293. As mercadorias, as matérias-primas e os bens em almoxarifado serão avaliados pelo
custo de aquisição (Lei nº 154, de 1947, art. 2º, §§ 3º e 4º, e Lei nº 6.404, de 1976, art. 183,
inciso II).
Art. 294. Os produtos em fabricação e acabados serão avaliados pelo custo de produção (Lei
nº 154, de 1947, art. 2º, § 4º, e Lei nº 6.404, de 1976, art. 183, inciso II).
§ 1º O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado
com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados para avaliação dos estoques
de produtos em fabricação e acabados (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14, § 1º).
§ 2º Considera-se sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da
escrituração aquele:
I - apoiado em valores originados da escrituração contábil (matéria-prima, mão-de-obra direta,
custos gerais de fabricação);
II - que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos estoques de matérias-
primas e outros materiais, produtos em elaboração e produtos acabados;
III - apoiado em livros auxiliares, fichas, folhas contínuas, ou mapas de apropriação ou rateio,
tidos em boa guarda e de registros coincidentes com aqueles constantes da escrituração
principal;
IV - que permite avaliar os estoques existentes na data de encerramento do período de
apropriação de resultados segundo os custos efetivamente incorridos.
Art. 295. O valor dos bens existentes no encerramento do período de apuração poderá ser o
custo médio ou o dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente, admitida, ainda,
a avaliação com base no preço de venda, subtraída a margem de lucro (Decreto-Lei nº
1.598, de 1977, art. 14, § 2º, Lei nº 7.959, de 21 de dezembro de 1989, art. 2º, e Lei nº 8.541,
de 1992, art. 55).
Art. 296. Se a escrituração do contribuinte não satisfizer às condições dos §§ 1º e 2º do art.
294, os estoques deverão ser avaliados (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14, § 3º):
I - os de materiais em processamento, por uma vez e meia o maior custo das matérias-primas
adquiridas no período de apuração, ou em oitenta por cento do valor dos produtos acabados,
determinado de acordo com o inciso II;
II - os dos produtos acabados, em setenta por cento do maior preço de venda no período de
apuração.

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§ 1º Para aplicação do disposto no inciso II, o valor dos produtos acabados deverá ser
determinado tomando por base o preço de venda, sem exclusão de qualquer parcela a título de
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações - ICMS.
§ 2º O disposto neste artigo deverá ser reconhecido na escrituração comercial.

A Lei 6.404/76, em seu art. 183, afirma: “Os direitos que tiverem por objeto
mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-
primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, serão avaliados pelo
custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor
de mercado, quando este for inferior”.

A partir de 01/01/96, o art. 13 da Lei n° 9.249/95, inciso I, tornou indedutível


qualquer provisão, excetuadas aquelas expressamente ressalvadas, entre as
quais não se inclui a provisão para ajuste de estoque ao valor de mercado.

Então, podemos dizer que a Regra Clássica para avaliação dos estoques é o
custo ou valor de mercado.

Entendendo-se por custo: o preço pago pela mercadoria, acrescido de frete,


seguros e outras despesas para movimentação do estoque, deduzidos os
impostos recuperáveis (ICMS, IPI) e valor de mercado: o preço usualmente
negociado na data do balanço.

Diante da existência do custo e do valor do mercado, para fiel cumprimento ao


princípio do conservadorismo, deverá ser escolhido o menor valor para avaliar
o estoque.

3.1 - APURAÇÃO DO RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS


1. Método da Conta Desdobrada
O método da conta desdobrada consiste em desdobrar a conta Mercadorias
em várias outras, tais como:
(+) Estoque Inicial;
(+) Compras de mercadorias (a vista ou a prazo);
(-) Impostos recuperáveis sobre compras de mercadorias (ICMS, IPI);
(-) Descontos e abatimentos incondicionais;
(-) Devoluções de compras;
(+) Fretes sobre as compras;
(-) Impostos recuperáveis sobre os fretes de compras de mercadorias (ICMS);
(-) Custo das Mercadorias Vendidas;
(+) Custo das Mercadorias Devolvidas;
= Estoque Final.

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Você já conhece as nomenclaturas exatamente. É o sistema até agora


desenvolvido pelo nosso estudo. Cada fato mercantil é registrado em uma
conta específica, para apuração do resultado do estoque. Essas contas são
chamadas de contas transitórias ou contas de controle auxiliar. Os valores
somente permanecem nessas contas até o fechamento do período. Depois,
são transferidas para as contas patrimoniais ou de resultados - essas nós já
conhecemos.

Estoque de mercadorias é igual à seguinte expressão:


Estoque Final = EI + C – ICMS – IPI – DI – DC + F – ICMS – ICMS – CMV + CMVD.

Equação Simplificada:
Estoque Final = Estoque Inicial + Compras – Custo das Mercadorias Vendidas
EF = EI + C - CMV

2. Método da Conta Mista


Por este método, a conta ESTOQUES, MERCADORIAS ou ESTOQUES DE
MERCADORIAS tem uma função: a de conta patrimonial, pois registra todas as
operações de movimentação de mercadorias em estoque, ou seja, todos os
lançamentos referentes a Compras (já deduzidos os impostos a recuperar),
Devoluções, Fretes de Compras, CMV, tudo é contabilizado por uma única
conta.

3.2 - RESULTADO COM MERCADORIAS (RCM)


É obtido da diferença entre o valor das Vendas Líquidas efetuadas em um
determinado período e o valor Custo das Mercadorias Vendidas incorrido nesse
mesmo período.

O Resultado com Mercadorias (RCM) é também denominado Resultado


Operacional Bruto. Quando positivo, é denominado Lucro Operacional Bruto
(ou Lucro Bruto) e, quando negativo, Prejuízo Operacional Bruto (ou Prejuízo
Bruto).

RCM = V - CMV

RCM = RESULTADO COM MERCADORIAS


V = VENDAS LÍQUIDAS
CMV = CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS

O Resultado Líquido de um período (lucro líquido ou prejuízo líquido) é obtido


adicionando-se ao RCM as outras receitas e deduzindo-se as outras despesas.

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3.3 - TIPOS DE APURAÇÃO DE ESTOQUES


A empresa pode ter em estoque o mesmo produto adquirido em datas
diferentes, com custos unitários diferentes. Surge, assim, a dúvida sobre qual
preço unitário deve ser atribuído a tais estoques na data do Balanço.

No Brasil, a legislação do Imposto de Renda tem permitido, apenas, a


utilização do método do preço ou custo específico, do custo médio
ponderado móvel ou a dos bens adquiridos mais recentemente (Fifo ou Peps).
Não é permitindo, para fins fiscais, o uso do Lifo ou Ueps, motivo pelo qual a
maioria das empresas, no Brasil, utiliza, principalmente, o critério da média
ponderada móvel.

3.3.1 – MÉTODO DO PREÇO CUSTO ESPECÍFICO


Neste método o custo de uma mercadoria vendida é exatamente o custo de
adquiri-la.

Para ilustrar numericamente, suponha-se que a empresa possua, no início do


mês de março, um estoque (inicial) de 20 unidades de certa mercadoria,
avaliada a R$ 20,00 cada, ou seja um total de R$ 400,00 em Estoque Inicial e
que a movimentação ocorrida no mês seja a seguinte:

Data Operação Descrição


05/mar Compra 30 unidades a R$ 30,00 cada
11/mar venda 10 unidades
17/mar venda 20 unidades
23/mar Compra 30 unidades a R$ 35,00 cada
29/mar venda 10 unidades

Para calcular o CMV de março e o valor do estoque final do mesmo mês pelo
“método do custo específico” há que se informar, relativamente às vendas, que
unidades estão sendo vendidas. Portanto, suponha-se agora, as seguintes
informações:
 As 10 unidades vendidas em 11/mar saíram do loto comprado no dia
05/mar;
 As 20 unidades vendidas em 17/mar saíram do estoque inicial;
 As 10 unidades vendidas em 29/mar saíram do loto comprado dia
23/mar.

Com isso, o Custo das Mercadorias Vendidas – CMV será de:

CMV = 10*R$30,00 + 20*R$20,00 + 10*R$ 35,00


CMV = R$ 1050,00

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Estoque Final = Estoque Inicial + Compras – CMV


Estoque Final = R$ 20*20 +30*R$30+30*R$35 - R$1050
Estoque Final = R$ 1300,00

3.3.2 – MÉTODO DO CUSTO MÉDIO PONDERÁVEL


Neste método o custo de uma mercadoria vendida é apurado pela fusão das
quantidades monetárias das novas compras com o custo total do que existia
em estoque antes da compra. O novo custo unitário passa então, a ser obtido
pela divisão desse valor global pelo preço total de unidades existentes. Cada
nova compra, se feita por um custo unitário diferente provocará alteração do
novo custo unitário tanto no que se refere as quantidades (existentes e
compradas) como o custo unitário (existente e da nova compra).

As vendas não vão provocar alteração do custo unitário, pois o custo unitário
das unidades vendidas é, sempre, o último custo unitário calculado.

Tomando como exemplo os dados descritos no tópico 7,1, teríamos:


Entradas Saídas Saldo
Data Valor Valor Valor Valor Valor Valor
Qtde unitário Total Qtde unitário Total Qtde unitário Total
SI 20 20,00 400,00 - - - 20 20,00 400,00
05/mar 30 30,00 900,00 - - - 50 26,00 1.300,00
11/mar - - - 10 26,00 260,00 40 26,00 1.040,00
17/mar - - - 20 26,00 520,00 20 26,00 520,00
23/mar 30 35,00 1.050,00 - - - 50 31,40 1.570,00
29/mar - - - 10 31,40 314,00 40 31,40 1.256,00

Para apurar o valor médio após a compra de 05/03:

Qtde inicial 20
Compras 30
Qtde final 50

Saldo R$ 400,00
Compras R$ 900,00
Total R$ 1.300,00

Custo Médio = Valor Total / Qtde Final


Custo Médio = R$ 1.300,00/50
Custo Médio = R$ 26,00

Note que até ocorrer nova compra todas as saídas são calculadas ao
custo médio de R$ 26,00.

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Para apurar o valor médio após a compra de 23/03:

Qtde inicial 20
Compras 30
Qtde final 50

Saldo R$ 520,00
Compras R$ 1.050,00
Total R$ 1.570,00

Custo Médio = Valor Total / Qtde Final


Custo Médio = R$ 1.570,00/50
Custo Médio = R$ 31,40

Note que até ocorrer nova compra todas as saídas serão calculadas ao
custo médio de R$ 31,40.

Observa-se que o Estoque Final de Março será de 40 unidades avaliadas em


R$ 1.256,00 pela Média Ponderável.

Estoque Final = Estoque Inicial + Compras – CMV


R$ 1.256,00 = R$ 20*20 +30*R$30+30*R$35 - CMV
CMV = R$ 1.094,00
3.3.3 – MÉTODO DO PRIMEIRO A ENTRAR PRIMEIRO A SAIR (PEPS)
Neste método o custo de uma mercadoria vendida é apurado seguindo o
raciocínio de que as primeiras mercadorias adquiridas são aquelas que são
vendidas primeiro.

Tomando-se o mesmo exemplo do tópico 7.1, teríamos:

Entradas Saídas Saldo


Data
Qtde Val. Unit. Valor Total Qtde Val. Unit. Valor Total Qtde Val. Unit. Valor Total
SI 20 20,00 400,00 - - - 20 20,00 400,00
20 20,00 400,00
05/mar 30 30,00 900,00 - - - 30 30,00 900,00
50 1.300,00
10 20,00 200,00
11/mar - - - 10 20,00 200,00 30 30,00 900,00
40 1.100,00
17/mar - - - 10 20,00 200,00 20 30,00 600,00
10 30,00 300,00
20 30,00 600,00
23/mar 30 35,00 1.050,00 - - - 30 35,00 1.050,00
50 1.650,00
10 30,00 300,00
29/mar - - - 10 30,00 300,00 30 35,00 1.050,00
40 1.350,00

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Observa-se que o Estoque Final de Março será de 40 unidades avaliadas em


R$ 1.350,00 pelo PEPS.

Estoque Final = Estoque Inicial + Compras – CMV


R$ 1.350,00 = R$ 20*20 +30*R$30+30*R$35 - CMV
CMV = R$ 1.000,

3.3.4 – MÉTODO DO ÚLTIMO A ENTRAR, PRIMEIRO A SAIR (UEPS)


Neste método o custo de uma mercadoria vendida é apurado seguindo o
raciocínio de que as últimas mercadorias adquiridas são aquelas que são
vendidas primeiro.

Tomando-se o mesmo exemplo descrito no item 7.1, teríamos:

Entradas Saídas Saldo


Data Valor Valor Valor Valor
Qtde unitário Valor Total Qtde unitário Total Qtde unitário Valor Total
SI 20 20,00 400,00 - - - 20 20,00 400,00
20 20,00 400,00
05/mar 30 30,00 900,00 - - - 30 30,00 900,00
50 1.300,00
20 20,00 400,00
11/mar - - - 10 30,00 300,00 20 30,00 600,00
40 1.000,00
17/mar - - - 20 30,00 600,00 20 20,00 400,00
20 20,00 400,00
23/mar 30 35,00 1.050,00 - - - 30 35,00 1.050,00
50 1.450,00
20 20,00 400,00
29/mar - - - 10 30,00 300,00 20 35,00 700,00
40 1.100,00

Observa-se que o Estoque Final de Março será de 40 unidades avaliadas em


R$ 1.100,00 pelo UEPS.

Estoque Final = Estoque Inicial + Compras – CMV


R$ 1.100,00 = R$ 20*20 +30*R$30+30*R$35 - CMV
CMV = R$ 1.250,

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3.3.5 - COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS:


Para uma observação dos reflexos dos quatro métodos ilustrados, suponha-se
que os preços unitários das três vendas realizadas tenham sido R$ 40,00, R$
45,00 e R$ 50,00, conforme ordem cronológica em que ocorreram. Logo, a
Receita total no mês de março seria de R$ 1.800,00, conforme demonstrado a
seguir:

Vendas
Data
Qtde Valor unitário Valor Total
11/mar 10 40,00 400,00
17/mar 20 45,00 900,00
29/mar 10 50,00 500,00
TOTAL 1.800,00

Tabulando-se os dados de forma resumida teremos:

Custo Média
Específico Ponderável PEPS UEPS
Vendas 1800 1800 1800 1800
(-) CMV (1050) (1094) (1000) (1250)
Lucro Bruto 750 706 800 550

Estoque
Final 1300 1256 1350 1100

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4 - OPERAÇÕES MERCANTIS
4.1 - COMPRA DE MERCADORIAS
É o ato através do qual a empresa comercial adquire a propriedade sobre bens,
objeto de seu comércio.

 Registros Contábeis das Operações de Compra


A escrituração das compras de mercadorias se faz sempre a DÉBITO da conta
representativa das Mercadorias e a CRÉDITO de uma conta de disponibilidade
(Caixa ou Banco c/ Movimento) no caso de pagamento a vista, ou a crédito de
uma conta de passivo (fornecedores, duplicatas a pagar) se a transação for a
prazo.

Exemplo: Compra a vista de R$ 200.000,00 em mercadorias:


Se for à vista:
D - Mercadorias/Estoque
C - Caixa/Banco .....................................200.000,00

Se for a prazo :
D - Mercadorias/Estoque
C - Fornecedores ............................200.000,00

E ainda se fosse uma parte à vista e outra a prazo:


D - Mercadorias/Estoque
C - Caixa .......................... 100.000
C - Fornecedores .................... 100.000 200.000
----------

Obs.: A utilização da conta “COMPRAS” no lugar de “MERCADORIAS”


geralmente é utilizada quando a empresa usa o Inventário Periódico e não o
Permanente.

Exemplo: Compra a vista de R$ 200.000,00 em mercadorias:


D - Compras
C - Caixa/Banco .....................................200.000

Como podemos observar a conta Mercadorias permanece intacta durante o


exercício, e seu saldo, depois da primeira operação de compra ou venda, já
não representará o valor do estoque existente, então, para apurarmos de forma
contábil basta transferirmos para a conta de CMV os três valores que
compõem. Assim serão transferidos a seu Débito os valores do Estoque inicial
e das Compras e a seu Crédito os do Estoque Final conforme abaixo:

D - CMV
C - Mercadorias ( pelo valor do estoque inicial)
C - Compras ( pelo saldo)

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D - Mercadorias
C - CMV ( pelo valor do estoque final)

4.2 - VENDA DE MERCADORIAS


É o ato através do qual a empresa comercial transfere a propriedade de bens,
objeto de seu comércio a terceiros.

 Registros Contábeis das Operações de Vendas


A escrituração das vendas de mercadorias se faz sempre a Débito de uma
conta representativa de disponibilidades (Caixa,Bancos), no caso de venda a
vista ,ou a débito de uma conta representativa de um Direito de Crédito
(clientes, duplicatas a receber), no caso de venda a prazo. A contrapartida será
a Crédito de uma conta de Receita (Vendas).

Exemplo: Venda à vista de mercadorias no valor de R$ 100.000,00


Se for à vista
D - Caixa
C - Receita Bruta de Vendas ..............................100.000,00

Se for a prazo seria assim:


D - Clientes
C - Receita Bruta de Vendas..............................200.000,00

E ainda se fosse uma parte a vista e outra a prazo:


D - Caixa.........................................................100.000,00
D - Clientes .....................................................100.000,00
C - Receita Bruta de Vendas --------------
200.000,00

E logo em seguida devemos fazer o lançamento contábil do CMV (Custo


das mercadorias Vendidas) conforme abaixo:
D - CMV
C - Mercadorias ( pela baixa do estoque)

4.3 - DEVOLUÇÃO E ABATIMENTOS DE MERCADORIAS


Quando um comerciante se vê prejudicado ao receber certa mercadoria cujo
tipo, qualidade, preço ou qualquer outro fator esteja em desacordo com seu
pedido, ou com a nota fiscal, ou mesmo com as condições físicas normais que
deveriam cercar o produto, pode ele adotar uma das seguintes medidas:
- devolver a mercadoria, total ou parcialmente
- solicitar um abatimento ao vendedor

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Tais aspectos poderão ser examinados tanto do ponto de vista do Vendedor


como do Comprador:

1º) Para o vendedor: a devolução e o abatimento da mercadoria vendida


deverão , de preferência, ser registrados em contas próprias, já que, se o
vendedor procedesse simplesmente ao estorno do lançamento feito por
ocasião da venda, deixaria de ter a informação relativa aos valores das
devoluções e abatimentos do período, pois a conta de Vendas daria
diretamente o valor líquido.

No caso de devolução:
D - Devolução de Vendas
C - Caixa (Clientes)

D - Mercadorias
C - CMV

No caso de abatimento:
D - Abatimento sobre Vendas
C - Caixa (Clientes)

Os saldos de tais contas de Devoluções e Abatimentos, no fim do período,


serão jogados contra o saldo de Vendas, para apuração do valor das Vendas
Líquidas:

D – Receita de Vendas
C - Devoluções de Vendas
C - Abatimentos sobre Vendas

Exemplo: suponhamos a seguinte situação


Receita de Vendas Abatimento s/ Vendas Devolução de Vendas
112.000 2.000 3.000

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Então a situação final será:


Receita de Vendas Abatimento s/ Vendas Devolução de Vendas
(a) 2.000 112.000 2.000 2.000 (a) 3.000 3.000 (b)
(b) 3.000
5.000 112.000
(c ) 107.000 107.000 (SD)

Resultado
107.000 (c )

2º) Para o comprador: a devolução ou abatimento alteram o valor de suas


compras; da mesma forma que no caso do vendedor, deverá ele abrir, de
preferência, contas específicas para tais fatos, para com isso obter melhores
informações. Em seu caso, os lançamentos ficarão:

Na devolução:

D -Fornecedores (ou Caixa)


C -Devolução de Compras

No Abatimento:

D - Caixa (ou Fornecedores)


C - Abatimentos sobre compras

4.4 - FRETES E SEGUROS

4.4.1 - FRETES
Para que uma mercadoria chegue ao estabelecimento do comprador em
condições de ser colocada à venda, gastos adicionais complementares ao
custo de aquisição são suportados, muitas vezes , pelo adquirente. Assim, os
fretes bem como outros gastos integram o custo da mercadoria e devem vir
discriminados na Nota Fiscal.

No caso do frete ser por conta do vendedor (fornecedor), deverá ser


computado como Despesa, incluído do Resultado do Exercício.

Contabilização:
Pela pagamento do Frete pelo FORNECEDOR

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Diário:
D - Despesas com Fretes e Seguros
C – Caixa 300,00

Razonete:
Desp. c/ Frete e Seguros Caixa
300 .............. 300

No segundo caso, quando o comprador assume o pagamento do frete, deste a


retirada da mercadoria do fornecedor até o seu estabelecimento, dá-se o nome
de frete CIF ou compra mais o frete ou frete a pagar. O frete, neste caso, é
parte integrante do custo da mercadoria, portanto deverá ser contabilizado
como estoque.

Assim, toda vez que a empresa assumir o pagamento do frete para transportar
mercadorias do fornecedor até seu ponto de comercialização, deverá lançar o
custo desse frete como custo da mercadoria, deduzindo os impostos
recuperáveis.

Contabilização:
Pelo pagamento de Frete e Seguros pelo COMPRADOR
Diário:
D - Despesas com Fretes e Seguros
C – Caixa 300,00

Pela incorporação do valor pago a título de Frete e Seguros na conta


Mercadorias
Diário:
D – Estoques/Mercadorias
C – Despesas com Fretes e Seguros 300,00

Razonete:
Estoques/Mercadorias Desp. c/ Frete e Seguros
................. (SD) 300 300 (1)
(1) 300

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4.4.2 - SEGUROS

O mesmo tratamento dado ao frete consideraremos no seguro, mas nem todas


mercadorias compradas possuem seguro, é mais comum o frete.

4.5 - . DESCONTOS CONCEDIDOS E OBTIDOS

Descontos comerciais são os concedidos pelo vendedor a favor do comprador,


no ato da compra, em função de vários motivos: seja pela grande quantidade
que está sendo vendida, seja porque o comprador é um cliente especial.

Tais descontos são diferentes dos Abatimentos. Enquanto estes são


concedidos após a venda, em função de avaria ou outro motivo descoberto a
posteriori, os Descontos Comerciais já são contratados no ato da venda,
quando ficam conhecidos em seu montante.

O procedimento mais comum é seu não registro na contabilidade do comprador


e do vendedor, com o registro da compra e de venda diretamente pelo valor
líquido.

Exemplo: Contabilização do Desconto pelo Vendedor


O Mercado Boas Compras vendeu mercadorias no valor de R$ 500,00; agora,
vamos colocar descontos incondicionais de $ 50,00, conforme NF nº. 015.

Contabilização:
Diário:
Pelo contabilização da Receita de Vendas
D – CAIXA/CLIENTES R$ 450,00
D - DESCONTOS CONCEDIDOS R$ 50,00
C - RECEITA DE VENDAS R$ 500,00

Razonete:
Caixa/Clientes Descontos Concedidos Receita s/ Vendas
450 50 90

Observações: É necessário contabilizar a venda pelo valor bruto e lançar o


desconto incondicional concedido, isto é, a interpretação da lei 6.404/76, que
diz que os descontos incondicionais concedidos serão deduzidos das receitas
brutas, para apurar a receita líquida.

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Exemplo: Contabilização do Desconto pelo Comprador


O Mercado Boitatá comprou mercadorias no valor de R$ 500,00; agora, vamos
colocar descontos incondicionais de $ 50,00, conforme NF nº. 015.

Contabilização:
Diário:
Pelo contabilização da Receita de Vendas
D – ESTOQUES/MERCADORIAS R$ 500,00
C - DESCONTOS OBTIDOS R$ 50,00
C – CAIXA/FORNECEDORES R$ 450,00

Razonete:

Estoques/Mercadorias Descontos Obtidos Caixa / Fornecedores


500 50 450

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5 - TRIBUTOS SOBRE COMPRAS E VENDAS


Dentre os principais tributos incidentes sobre compra e venda de mercadorias
e/ou produtos industrializados podemos citar:

5.1 - IPI – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS


Este tributo é de competência da União e incide sobre todo e qualquer produto
industrializado. A alíquota incidente varia de 0% ou muito baixa, como no caso
dos produtos alimentícios, vestuário, calçado, matéria prima básica dentre
outros, até 400%, no caso de cigarros.

De acordo com o Decreto nº 7.212/2010, o Art. 4º do citado diploma legal


caracteriza industrialização como qualquer operação que modifique a natureza,
o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou
o aperfeiçoe para consumo, tal como (Lei nº 5.172, de 1966, art. 46, parágrafo
único, e Lei nº 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo único):

I - a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obtenção de


espécie nova (transformação);
II - a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a
utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento);
III - a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto
ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);
IV - a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda
que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao
transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou
V - a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou
inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento).
Parágrafo único. São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o
processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou
equipamentos empregados.

Ainda de acordo com o aquele diploma legal caracterizam-se como indústrias o


estabelecimento a elas equiparados.

IPI sobre Vendas


Preço da Mercadoria R$ 70.000,00
Alíquota do ICMS 10%
Imposto a Recolher R$ 7.000,00
Valor Total da Nota R$ 77.000,00

Receita s/ Vendas Caixa/Clientes


70.000,00 77.000,00

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IPI a Recolher
7.000,00

IPI sobre Compras


Preço da Mercadoria R$ 50.000,00
Alíquota do ICMS 10%
Imposto a Recolher R$ 5.000,00
Valor Total da Nota R$ 55.000,00

Mercadorias Caixa/Clientes
50.000,00 55.000,00

IPI a Recuperar
5.000,00

Ao término de cada mês a empresa deverá apurar o IPI devido:

IPI a Recuperar IPI a Recolher


5.000,00 5.000,00 5.000,00 7.000,00
2.000,00

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5.2 - ICMS – IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E
INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÕES

De competência dos Estados e do Distrito Federal, tem como fato gerador


aqueles mencionados na sua denominação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior.

ICMS sobre Vendas


Preço da Mercadoria R$ 70.000,00
Alíquota do ICMS 18%
Imposto a Recolher R$ 12.600,00

ICMS sobre Compras


Preço da Mercadoria R$ 50.000,00
Alíquota do ICMS 18%
Imposto a Recolher R$ 9.600,00

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5.3 - ISS – IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA


Este tributo é de competência dos Estados e do Distrito Federal e aglutina os
serviços não enquadrados no ICMS.

ISS sobre Serviços Prestados


Preço do Serviço R$ 5.000,00
Alíquota do ISS 5%
ISS a Recolher R$ 250,00

Caixa/Clientes Receita de Serviços


5.000,00 5.000,00

ISS ISS a Recolher


250,00 250,00

5.4 - IVVC – IMPOSTO SOBRE VENDAS DE VAREJO DE COMBUSTÍVEIS


Este tributo é de competência dos Municípios e do Distrito Federal e incide
sobre os combustíveis exceto o óleo disel.

5.5 - PIS/PASEP – PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL/PROGRAMA DE


FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO
Calculado pela aplicação de uma alíquota sobre a soma das receitas que
entram no cômputo do Lucro Operacional, excluídos: descontos concedidos,
vendas devolvidas ou canceladas, IPI, reversões de provisões, recuperação de
créditos, resultado positivo na equivalência patrimonial, lucros/dividendos
derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição.
A Alíquota do PIS/PASEP no Regime de Tributação baseado no Lucro
Presumido é da ordem de 0,65% cumulativo e no caso de Lucro Real é da
ordem de 1,65% não cumulativo.

5.6 - COFINS – CONTRIBUIÇÃO SOBRE FINANCIAMENTO DA


SEGURIDADE SOCIAL
A Alíquota do COFINS no Regime de Tributação baseado no Lucro Presumido
é da ordem de 3% cumulativo e no caso de Lucro Real é da ordem de 7,6%
não cumulativo.

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Calculado pela aplicação de uma alíquota sobre a soma das receitas que
entram no cômputo do Lucro Operacional, excluídos: descontos concedidos,
vendas devolvidas ou canceladas, IPI, reversões de provisões, recuperação de
créditos, resultado positivo na equivalência patrimonial, lucros/dividendos
derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição.

CONTABILIZAÇÃO DE PIS/COFINS:
Receita/ Faturamento – R$ 800.000,00
ICMS – (18% * R$ 800.000,00) - R$ 144.000,00
PIS/PASEP – (1,65% * R$ 800.000,00) - R$ 13.200,00
COFINS – (7,6% * R$ 800.000,00) - R$ 60.800,00

PIS/PASEP s/ Faturamento PIS/PASEP a Recolher


13.200 (1) 13.200

COFINS s/ Faturamento COFINS a Recolher


(2) 60.800 60.800 (4)

Apuração do valor a ser recolhido dos Tributos

ICMS a Recuperar ICMS a Recolher


(SD) 90.000 90.000 (A) 90.000 144.000 SD
54.0000

PIS/PASEP a Recuperar PIS/PASEP a Recolher


(SD) 8.250 8.250 (B) 8.250 13.200 SD
4950

COFINS a Recuperar COFINS a Recolher


(SD) 38.000 38.000 (C) 38.000 60.800 SD
22.800

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6 – FOLHA DE PAGAMENTO
A empresa precisa preparar a folha de pagamento de seus empregados, pois é
um documento obrigatório para efeito de fiscalização trabalhista e
previdenciária.

Para elaborá-la, não existe modelo oficial, podem ser adotados critérios que
melhor atendam às necessidades de cada empresa. No mínimo, a folha de
pagamento deve apresentar os seguintes elementos:
 Nome dos empregados (segurados), indicando cargo;
 Função ou serviço prestado;
 Valor bruto dos salários;
 Valor da contribuição de Previdência, descontado dos salários;
 Valor líquido que os empregados receberão.

Da folha de pagamento, é emitido o recibo de pagamento, que indica os dados


que constaram da folha de cada um dos empregados e a estes é entregue.

6.1 - CÁLCULO DE FOLHA DE PAGAMENTO

6.1.1 - VALOR BRUTO DOS SALÁRIOS


É o valor considerado, para a empresa, como despesa total de salários. Além
dos salários, é, também, despesa, para a empresa, a contribuição de
Previdência parte empresa e o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço).

6.1.2 - PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS


De acordo com a legislação atual, todo empregado assalariado, regido pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), está obrigado a contribuir com a
Previdência Social. Essa contribuição é descontada dele em folha de
pagamento, e varia de acordo com a faixa salarial de cada empregado, sendo
calculada mediante aplicação de um percentual sobre o salário de contribuição
(é um valor fixado pela Previdência que serve de base para o cálculo das
contribuições previdenciárias).

Atualmente, o cálculo é feito com base na seguinte tabela:

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Tabela de contribuição mensal

TABELA VIGENTE
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico
e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração
a partir de 1º de Janeiro de 2013
Alíquota para fins de recolhimento
Salário-de-contribuição (R$)
ao INSS (%)
até 1.247,70 8,00
de 1.247,71 até 2.079,50 9,00
de 2.079,51 até 4.159,00 11,00
Portaria Interministerial MPS/MF nº 15, de 10 de janeiro de 2013

O valor limite para contribuição é de R$ 457,49 (teto de contribuição).

A Contribuição de Previdência parte referente à empresa corresponde ao


mínimo de 26,8% sobre o valor bruto da folha de pagamento (Esses
percentuais podem ser alterados pela Previdência. Portanto, o contabilista deve
ficar atento a possíveis alterações).

O valor mínimo de 26,8% tem o seguinte destino:


Previdência Social...............................................................................20,0 %
Terceiros (Salário Educação – 2,5% e Sistema S – 3,3%) ..................5,8 %
Risco Acidente do Trabalho (RAT) ..................................................1,0 a 3%
Fator de Acidente Previdenciário (FAP)............................................0,5 a 2,0

6.1.3 - FGTS (FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO)


Corresponde a 8% sobre o valor bruto da folha de pagamento, o qual será
recolhido na Caixa Econômica Federal, em nome dos empregados,
constituindo-se em despesa paga pela empresa aos empregados.

6.1.4 - IRF – (IMPOSTO DE RENDA NA FONTE)


É um imposto variável de acordo com o valor do salário. Sobre o valor bruto do
salário, aplica-se a tabela progressiva a seguir:

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Tabelas para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa


Física para o exercício de 2013.

Base de Cálculo(R$) Alíquota(%) Parcela a Deduzir do IR (R$)


Até 1.710,78 0,00% 0,00
De 1.710,79 até 2.563,91 7,50% 128,31
De 2.563,92 até 3.418,59 15,00% 320,60
De 3.418,60 até 4.271,59 22,50% 577,00
Acima de 4.271,60 27,50% 790,58

O valor mensal de dedução por dependente em 2013 é de R$ 171,97.

O valor retido do funcionário deverá ser repassado aos cofres públicos de


acordo com os prazos estipulados pelo governo federal.

Metodologia de Cálculo do IRRF R$


1. Rendimentos tributáveis
2. Deduções
2.1 Previdência oficial
2.2 Dependente Quantidade
O valor da dedução mensal é R$ 171,97, por dependente.
2.3 Pensão alimentícia
2.4 Outras deduções
Previdência Privada, FAPI e Parcela isenta de
aposentadoria, reserva remunerada, reforma e pensão
para declarante com 65 anos ou mais, caso não tenha sido
deduzida dos rendimentos tributáveis. Carne-leão: Livro
Caixa.
2.5 Total das deduções
3. Base de cálculo (1 - 2.5)
4. Imposto (Alíquota Aplicável de acordo com a faixa salarial)
5. Parcela a deduzir (de acordo com a faixa salarial)
6. Imposto Devido (4 - 5)

6.1.5 - SALÁRIO-FAMÍLIA
É um auxílio da Previdência Social aos trabalhadores de baixa renda que
possuem filhos menores de 14 anos de idade. A empresa paga esse valor para
o empregado e é reembolsada pela Previdência Social quando efetua os
recolhimentos correspondentes à folha de pagamento.

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Salário - R$ Valor Unitário da Quota (por Filho) - R$


Até R$ 645,55 R$33,16
De R$ 645,55 a R$ 971,78 R$23,36
Acima de R$ 915,06 Extinto

6.2 - CONTABILIZAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO


A contabilização da folha de pagamento é extremamente simples. Vamos
acompanhar com um exemplo.

Dada a folha de pagamento abaixo, efetue a contabilização.

1 - O funcionário Carlos de Souza recebe mensalmente o salário de R$


1000,00 e não possui dependentes.
a) INSS devido na Folha
(1000 * 8%) = R$ 80,00

b) IRRF devido na Folha


Isento

c) Encargos Sociais devidos pelo empregador (para efeito de estudo


consolidaremos todos os encargos aplicando a alíquota global de 26,8%)
(R$ 1000 * 26,8%) = R$ 268,00

2 - O funcionário Alberto Bernadini recebe mensalmente o salário de R$


2500,00 e não possui dependentes.
a) INSS devido na Folha
(2500 * 11%) = R$ 275,00

b) IRRF devido na Folha


Metodologia de Cálculo do IRRF R$
1. Rendimentos tributáveis 2500,00
2. Deduções
2.1 Previdência oficial 275,00
2.2 Dependente Quantidade 0,00
O valor da dedução mensal é R$ 171,97 , por dependente.
2.3 Pensão alimentícia 0,00
2.4 Outras deduções 0,00
2.5 Total das deduções 275,00
3. Base de cálculo (1 - 2.5) 2225,00
4. Imposto (Alíquota Aplicável de acordo com a faixa salarial) 166,88
5. Parcela a deduzir (de acordo com a faixa salarial) 128,31
6. Imposto Devido (4 - 5) 38,57

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c) Encargos Sociais devidos pelo empregador (para efeito de estudo


consolidaremos todos os encargos aplicando a alíquota global de 26,8%)
(R$ 2500 * 26,8%) = R$ 670,00

2 – Apresentando os dados consolidados:

Líquido a Encargos FGTS


Nome Salário INSS IRRF Receber Patronais
R$ 268,00 R$ 80,00
Carlos de Souza R$ 1.000,00 R$ 80,00 - R$ 920,00
R$ 670,00 R$ 200,00
Alberto Bernardini R$ 2.500,00 R$ 275,00 R$ 38,57 R$ 2.186,43
R$ 938,00 R$ 280,00
Total R$ 3.500,00 R$ 355,00 R$ 38,57 R$ 3.106,43

No último dia do mês:


1. Apropriação da folha de pagamento:
D – Salários
C – Salários a pagar R$ 3.500,00

2. Registro das retenções sobre os salários dos empregados:


D – Salários a pagar
C – INSS a recolher R$ 355,00

3. Contribuição da Previdência parte empresa:


D – Encargos sociais
C – Encargos Sociais a Recolher R$ 938,00

4. Apropriação do FGTS:
D – Encargo FGTS
C – FGTS a Recolher R$ 280,00

5. Retenção do IRRF:
D – Salários a Pagar
C – IRRF a Recolher R$ 38,57

No mês seguinte:
1. Pagamentos aos empregados
D – Salários a pagar
C – Caixa R$ 3.106,43

2. Recolhimento dos encargos:


D – INSS a recolher R$ 1.293,00
D - FGTS a Recolher R$ 280,00
C – Caixa R$ 1.573,00

3. Recolhimento do IRRF
D – IRRF a Recolher
C – Caixa R$ 38,43

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6.3 - PROVISÃO PARA 13º SALÁRIO


A contabilização mensal do 13º salário, que é facultativa, constitui-se em
importante instrumento para efeito de análise e apuração do resultado efetivo
das operações sociais da empresa. Além disso, tal prática atende ao Princípio
Contábil da Competência, segundo o qual as despesas e receitas devem ser
computadas à medida que vão sendo incorridas, independente do seu
pagamento ou recebimento, respectivamente.

Deve ser ressaltado, ainda, que a contabilização mensal dessa provisão, além
de extremamente recomendável, sob a ótica gerencial e contábil, pode vir a ser
interessante, também, do ponto de vista fiscal, para efeito de redução ou
suspensão da estimativa mensal ou de apuração do lucro real trimestral
(conforme o caso), porque as bases de cálculo do Imposto de Renda Pessoa
Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro serão determinadas, partindo-
se de um resultado contábil já influenciado pela despesa incorrida com o 13o
salário.

6.3.1 - CONTABILIZAÇÃO DO 13º SALÁRIO SOMENTE POR OCASIÃO


DO PAGAMENTO
Muitas empresas preferem contabilizar os encargos relativos ao 13o salário
apenas por ocasião do pagamento, ou seja, nos meses de novembro e
dezembro de cada ano, ou por ocasião do adiantamento nas férias do
empregado ou, ainda, nas eventuais rescisões de contrato de trabalho.

Como já frisamos, no caso das empresas que efetuarem o pagamento do


Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro com
base nos resultados apurados em balanços/balancetes trimestrais e daquelas
que reduzirem ou suspenderem a estimativa, esse procedimento, além de
questionável, do ponto de vista técnico, resultará em antecipação do
pagamento dos referidos tributos, em face da não-apropriação de uma despesa
incorrida.

6.3.2 - PROCEDIMENTOS PARA CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO


A provisão para o 13º salário é calculada, tomando-se por base a remuneração
do empregado no mês em que ela estiver sendo constituída, excluindo- se,
obviamente, os valores que não compõem a base de cálculo dessa
remuneração. Assim, pode-se constituir tal provisão com base em 1/12 ao mês
(completo) da remuneração mensal do empregado.

6.3.2.1 - Encargos sociais sobre a provisão


Concomitantemente à constituição da provisão para o 13º salário, também
devem ser provisionados os respectivos encargos sociais (contribuições
previdenciárias e FGTS).

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6.3.2.2 - Empresas optantes pelo balanço anual


Ainda que a pessoa jurídica efetue o pagamento do Imposto de Renda Pessoa
Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro por estimativa (balanço anual),
nada obsta que contabilize a provisão para o pagamento do 13o salário e
encargos sociais mensalmente, o que, aliás, afigura-se como o critério mais
apropriado, como já comentado, inclusive para o caso de suspensão/redução
da estimativa.

6.3.4 - EXEMPLO
Exemplificaremos, a seguir, a constituição da provisão para o 13º salário e
encargos sociais em 28/02/20X4, por uma empresa que constitua essa
provisão mensalmente e que apresente os seguintes dados (meramente
ilustrativos)

Saldo (em 30/01/20X4) da provisão para o 13º salário e encargos sociais


constituídos em 28/02/20X4
Empregado Maria José Cristiane Total
Aparecida da Augusto de de
Silva Souza Almeida
Data de admissão 01/02/20X3 20/05/20X3 05/02/20X4
Salário em 28/02 3.600,00 2.100,00 1.200,00
Proporcionalidade 2/12 2/12 1/12
Valor R$ 600,00 R$ 350,00 R$ 100,00 R$ 1.050,00
Encargos R$ 154,80 R$ 90,30 R$ 25,80 R$ 270,90
previdenciários e
terceiros (25,8%)
Seguro de Acidentes do R$ 12,00 R$ 7,00 R$ 2,00 R$ 21,00
Trabalho (1%)
FGTS (8%) R$ 48,00 R$ 28,00 R$ 8,00 R$ 84,00
Total dos Encargos R$ 214,80 R$ 125,30 R$ 35,80 R$ 375,90
Total geral da provisão R$ 814,80 R$ 475,30 R$ 135,80 R$ 1.425,90

Valores a serem provisionados em 28/02/20X4


Contas Valor Saldo da Valor a ser
Acumulado até provisão provisionado em
28/02/20X4- R$ constituída em 28/02/20X4 - R$
31/01/20X4 - R$
Provisão para 13º salário: 1.050,00 475,00 575,00
INSS sobre a provisão para o 270,90 122,55 148,35
13º salário:
Contribuição previdenciária 21,00 9,50 11,50
e terceiros
Seguro de Acidentes do 84,00 38,00 46,00
TrabalhoFGTS sobre a
provisão para o 13º salário
Total 1.425,90 645,05 780,85

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Obs.: Estamos partindo do procedimento mais usual, que a empresa


complemente, em 28/02/20X4, o saldo das contas de provisão. É também
aceitável e tecnicamente correta a reversão, em 28/02/20X4, do saldo não
utilizado da provisão constituída em 31/01/20X4 (que representará uma
“receita” de reversão de provisão), constituindo-se uma nova provisão.

Contabilização
Apuradas as despesas com o 13º salário e os respectivos encargos sociais,
exemplificaremos a contabilização desses valores, complementando a provisão
anterior constituída em 31/01/20X4.

Lançamento nº 1
Complemento da provisão para 13º salário:
28/02/2012
D – Despesas Administrativas (13º. Salário) R$ 575,00
C – Provisão para 13º. Salário R$ 575,00
Pela complementação do valor correspondente ao 13º salário devido, até essa
data, aos empregados do setor administrativo

Lançamento nº 2
Complemento dos encargos previdenciários (contribuição ao INSS, terceiros e
Seguro de Acidentes do Trabalho):
28/02/20X4
D – Despesas Administrativas – INSS R$ 159,85
C – INSS sobre Provisão para 13º. Salário R$ 159,85
Pela complementação da provisão para a contribuição ao INSS, Terceiros e
Seguro de Acidentes do Trabalho, incidentes sobre
o 13º salário devido, até essa data, aos empregados do setor administrativo

Lançamento nº 3
Complemento do FGTS:
28/02/20X4
D – Despesas Administrativas – FGTS R$ 46,00
C – FGTS sobre Provisão para 13º. Salário R$ 46,00
Pela complementação da provisão para o FGTS incidente sobre o 13º salário
devido, até essa data, aos empregados do setor administrativo

6.4 - PROVISÃO PARA FÉRIAS


Mesmo que a empresa apure seus resultados trimestralmente (balanços /
balancetes trimestrais), é muito importante que faça apropriação mensal das
despesas com férias e respectivos encargos sociais.

Se a empresa for optante do lucro presumido, é aceitável o registro da referida


provisão somente no final do ano-calendário ou por ocasião do levantamento
do balanço.

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No entanto, qualquer que seja a forma de tributação da empresa, é


recomendável a apropriação mensal, dando uma visão mais clara das
despesas.

6.4.1 - DETERMINAÇÃO DOS VALORES E LIMITE DA PROVISÃO


O limite do saldo da provisão para férias, no encerramento do período de
apuração (trimestral ou anual), deve ser determinado com base na
remuneração mensal do empregado e no número de dias de férias a que este
já tiver direito na data do balanço, considerando-se a inclusão do adicional
constitucional de 1/3 e os encargos sociais por conta da empresa.

É preciso estabelecer o critério de contagem de dias de férias com base no art.


130 da CLT (com a redação dada pelo art. 1º do Decreto-lei nº 1.535/77).

6.4.1.1. Por períodos completos


Após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o
empregado terá direito a férias na seguinte proporção:
a) até 5 faltas no período aquisitivo, 30 dias corridos;
b) de 6 a 14 faltas, 24 dias corridos;
c) de 15 a 23 faltas, 18 dias corridos;
d) de 24 a 32 faltas, 12 dias corridos.

6.4.1.2. Por períodos incompletos


Os períodos inferiores a doze meses de serviço, na data do balanço, as férias
serão calculadas com base na proporção de 1/12 (um doze avos) de 30 por
mês de serviço ou fração superior a 14 dias à data do balanço (ou sejam 2,5
dias por mês ou fração superior a 14 dias).

6.4.1.3. Constituição da Provisão para férias e encargos sociais em


31/12/20X3
Demonstrativo de férias e encargos sociais em 31/12/20X3
Empregado José da Silva
Salário em 31/12/X3 - R$ R$ 3.600,00
Início-Período Aquisitivo 02/01/X3
Fim-Período Aquisitivo 01/01/X4
Código FN
Dias 30,0
Férias R$ 3.600,00
Adicional Constitucional de 1/3 R$ 1.200,00
Total R$ R$ 4.800,00
Encargos previdenciários e terceiros (25,8%) R$ 1.238,40
Seguro de Acidente do Trabalho (2,0%) R$ 96,00
FGTS (8,0%) R$ 384,00
Total dos Encargos R$ 1.718,40

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7.4.2 - CONTABILIZAÇÃO
Lançamento nº 1
Provisão para Férias
D – Despesas Administrativas – Férias R$ 4.800,00
C – Provisão de Férias R$ 4.800,00
Provisão incidente sobre férias e adicional constitucional de 1/3 devidos.

Lançamento nº 2
Encargos previdenciários (contribuição ao INSS, Terceiros e Seguro de
Acidente do Trabalho) incidente sobre as férias.
31/12/2011
D – Despesas Administrativas – INSS R$ 1.334,40
C – INSS sobre Provisão de Férias R$ 1.334,40
Provisão para a contribuição ao INSS, Terceiros e Seguro de Acidentes do
Trabalho, incidente sobre férias e adicional constitucional de 1/3 devidos.

Lançamento nº 3
FGTS.
31/12/2011
D – Despesas Administrativas – FGTS R$ 384,00
C – FGTS sobre Provisão para Férias R$ 384,00
Complementação da provisão para o FGTS incidente sobre as férias e
adicional constitucional de 1/3 devidos.

4.2.1. Reversão da provisão em face de perda do direito às férias


Suponhamos que um empregado, contratado em 30/03/20X0, peça demissão
em 12/01/20X1. Nessa hipótese, por não haver completado 12 meses de
serviço, não lhes serão devidas as férias proporcionais, e o valor provisionado,
bem como os encargos sociais correspondentes, deverão ser revertidos, o que
originará os seguintes lançamentos:

Lançamento nº 4
Reversão da provisão para férias.
12/01/20X1
D – Provisão para Férias R$ 360,00
C – Recuperação de Despesas Administrativas – Férias R$ 360,00
Reversão do valor provisionado em 31/12/20X0, relativamente às férias e ao
adicional constitucional de 1/3 do empregado Fernando Torres, por pedido de
demissão, antes de completados 12 meses de serviço.

Lançamento nº 5
Reversão das contribuições previdenciárias.
12/01/2011
D – INSS sobre Provisão para Férias R$ 100,08
C – Recuperação de Despesas Administrativas – INSS R$ 100,08

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Reversão da provisão para a contribuição ao INSS, Terceiros e Seguro de


Acidentes do Trabalho, incidente sobre as férias e adicional constitucional de
1/3 do empregado Fernando Torres, por pedido de demissão,
antes de completados 12 meses de serviço.

Lançamento nº 6
Reversão do FGTS provisionado.
12/01/11
D – FGTS sobre Provisão para Férias R$ 28,80
C – Recuperação de Despesas Administrativas – FGTS R$ 28,80
Reversão da provisão para o FGTS incidente sobre as férias e adicional
constitucional de 1/3 do empregado Fernando Torres, por pedido de demissão,
antes de completados 12 meses de serviço.

6.4.3 - CONTABILIZAÇÃO DO PAGAMENTO DAS FÉRIAS


No ano seguinte (no nosso exemplo, em 20X1), as importâncias pagas a título
de férias serão debitadas à provisão, até o valor provisionado.

O mesmo tratamento deverá ser dado aos encargos sociais incidentes sobre as
férias pagas, cujo ônus cabe à empresa. Esses valores serão registrados nas
respectivas contas a pagar mediante débito às contas de provisão.

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7 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS
A projeção de recebimentos e pagamentos da empresa é um instrumento
importante para o bom gerenciamento. Para fazer essa projeção, é necessário
conhecer muito bem o comportamento das entradas e saídas de caixa no
passado. A DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa – é o relatório contábil que
pode mostrar o que aconteceu com o Caixa da empresa no passado, dando
base para a construção de uma projeção para a próxima semana, mês,
trimestre, ano etc.

Por meio do planejamento financeiro, o gestor saberá, com antecedência, o


momento em que haverá falta de recursos e o momento em que haverá
excesso de recursos, podendo planejar suas ações, ora solicitando empréstimo
para cobrir a falta de recursos momentânea, ora programando aplicações
temporárias dos excessos de recursos das operações da empresa.

7.1 - MOVIMENTAÇÃO DO CAIXA

7.1.1 - AUMENTAM O SALDO DE CAIXA


Originadas pelas operações
• Vendas a vista;
• Recebimento de vendas a prazo.
Originadas internamente
• Integralização de capital pelos sócios ou acionistas;
• Vendas a vista de itens do ativo permanente;
• Recebimento de vendas a prazo do ativo permanente;
• Juros recebidos de aplicações financeiras;
• Indenizações de seguros;
• Dividendos por investimentos em outras empresas.
Originadas por terceiros
• Empréstimos e Financiamentos bancários;
• Eventuais doações;
• Adiantamento de fornecedores.

7.1.2 - DIMINUEM O SALDO DE CAIXA


Pagamentos destinados às operações
• Compras a vista;
• Pagamento de compras a prazo (fornecedores);
• Pagamentos de despesas ou custos;
• Pagamentos de passivos originários de despesas ou custos.
Pagamentos destinados à amortização de dívidas e seu custo
• Empréstimos e financiamentos;
• Juros, taxas e correção da dívida.

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Pagamentos destinados à manutenção ou aumento das operações


• Aquisição de itens do imobilizado a vista;
• Pagamentos de passivos originados pela aquisição de imobilizado.
Pagamentos destinados a participações externas
• Aquisição de investimentos;
• Pagamentos de passivos originados pela aquisição de investimentos.
Pagamentos destinados à remuneração dos sócios ou acionistas
• Distribuição de lucros aos sócios;
• Dividendos a aos acionistas.

7.1.3 - NÃO AFETAM O CAIXA


• Provisão para devedores duvidosos;
• Depreciação, exaustão e amortização de ativos permanentes;
• Aplicação do método de equivalência patrimonial.

7.2 - APLICAÇÕES DE SOBRAS DE CAIXA


Quando o gestor observa, em sua projeção de caixa, que, durante um período,
haverá sobras de caixa, poderá optar pela aplicação financeira adequada à
extensão desse período.

• Para um período muito curto (alguns dias), poderá aplicar em Fundos de


Investimento; para períodos de sete dias ou mais, poderá aplicar na
BMF – Bolsa Mercantil e de Futuros.
• Para períodos de um mês ou mais, poderá aplicar em:
- CDB – Certificado de Depósito Bancário;
- Depósito a Prazo Fixo;
- Letras de Câmbio.

7.2.1 - CONTABILIZAÇÃO
Suponha que uma empresa tenha feito uma aplicação financeira de R$ 40.000
em Letras de Câmbio em 01/12/20X6 pelo prazo de 5 meses com valor de
resgate de R$ 60.000.
O lançamento contábil dessa operação será:
01/12/20X6
Débito: Aplicações em Títulos e Valores Mobiliários R$ 40.000
Crédito: Bancos c/ Movimento R$ 40.000
Histórico: aplicação em Letras de Câmbio, conforme comprovante.

01/12/20X6
Débito: Aplicações em Títulos e Valores Mobiliários R$ 20.000
Crédito: Receita Financeira a Apropriar R$ 20.000
Histórico: rendimento bruto da aplicação em Letras de Câmbio, conforme
comprovante.

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Apostila de Contabilidade Comercial

31/12/20X6
Débito: Receita Financeira a Apropriar R$ 4.000
Crédito: Receita Financeira R$ 4.000
Histórico: Apropriação do rendimento proporcional ao exercício de 20X6.

Obs.: A classificação da conta “Receita Financeira a Apropriar” será dedutiva


da conta “Aplicações em Títulos e Valores Mobiliários” no grupo Ativo
Circulante, devendo ser mostrada no balanço de 31/12/20X6, da seguinte
forma:

Ativo Circulante
-------------
Aplicações em Títulos e Valores Mobiliários R$ 40.000
(-) Receita Financeira a Apropriar R$ 16.000
R$ 24.000
No momento do resgate (30/04/20X7), será apropriado o restante da Receita
Financeira, repetindo o mesmo lançamento anterior pelo valor de R$ 16.000.

7.3 - CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA COBRIR FALTA DE CAIXA

7.3.1 - EMPRÉSTIMOS
Nas operações de empréstimo, os juros são contratados por ocasião do
empréstimo, portanto são conhecidos.

Suponha, agora, que o gestor de uma empresa tenha detectado, em sua


projeção de caixa, uma insuficiência de fundos no mês de dezembro,
providenciando a contratação de um empréstimo de R$ 35.000 em 01/12/20X6
pelo prazo de 60 dias (vencimento em 31/01/X7), gerando um encargo
financeiro de R$ 3.500.

7.3.1.1 Contabilização
01/12/20X6
Débito: Bancos c/ Movimento R$ 35.000
Crédito: Empréstimos a Pagar R$ 35.000
Histórico: empréstimo conforme contrato com o Banco “X”.

01/12/20X6
Débito: Gastos Financeiros a Apropriar R$ 3.500
Crédito: Empréstimos a Pagar R$ 3.500
Histórico: juros pelo empréstimo contratado com o Banco “X”.

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Em 31/12/20X6, parte da despesa de juros será apropriada ao exercício de


20X6.

31/12/20X6
Débito: Despesa Financeira R$ 1.750
Crédito: Gastos Financeiros a Apropriar R$ 1750
Histórico: Apropriação de despesa de juros proporcional ao prazo decorrido.

O balanço da empresa mostrará o seguinte em seu passivo:


Passivo Circulante
Empréstimos a Pagar R$ 38.500
(-)Despesa Financeira a Apropriar (R$ 1.750)
R$ 36.750

7.3.2 - DESCONTOS FINANCEIROS


São descontos oferecidos pela empresa aos seus clientes pela antecipação do
pagamento. Esse desconto é declarado na nota fiscal ou na duplicata,
informando ao cliente o valor para pagamento no vencimento e o(s) valor(es)
para pagamento antecipado.3.3.1 Contabilização

Uma venda no valor de R$ 30.000 para pagamento em 60 dias, com 3% de


desconto para pagamento em 30 dias, se o cliente aproveitar o desconto
deverá ser contabilizado da seguinte forma:

Para o vendedor
Débito: Caixa R$ 29.100
Débito: Descontos Financeiros Concedidos R$ 900
Crédito: Clientes R$ 30.000
Histórico: Recebimento de duplicata com desconto.

Para o comprador:
Débito: Fornecedores R$ 30.000
Crédito: Caixa R$ 29.100
Crédito: Descontos Financeiros Obtidos R$ 900

As contas de descontos financeiros concedidos e obtidos devem ser


encerradas na apuração do resultado, após ser apurado o resultado bruto.

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BIBLIOGRAFIA
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Contabilidade Comercial. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2000.
JACINTHO, Roque. Contabilidade Comercial. 2. ed. São Paulo: Ática, 1987.
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas,
2003.

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