UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA

NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO-UEMAnet

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL-UAB

PSICOLOGIA COGNITIVA E O PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM
Profa. Ma. Lorena Lima Ribeiro

São Luís/2021
 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

PLANO DE ENSINO

Curso: Especialização em Psicologia da Educação.

Disciplina: Psicologia Cognitiva e o Processo de Ensino Aprendizagem
Carga Horária: 45h.
 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

PLANO DE ENSINO
EMENTA:

Identificar e explicar o surgimento do fenômeno cognitivo na espécie humana; descrever

e analisar o fenômeno da cognição no paradigma do processamento de informação;
descrever e interpretar o fenômeno da cognição no paradigma culturalista; analisar e
interpretar as relações ensino, aprendizagem e criatividade a partir dos estudos
cognitivistas. Apresentar o novo contexto das Neurociências e sua relação com o processo
de aprendizagem.
 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

PLANO DE ENSINO

OBJETIVO GERAL:

Compreender sobre a origem e a evolução da psicologia

cognitiva, analisando a relação ensino-aprendizagem e suas
contribuições para as práticas educativas.
 UNIDADE I –
Origem e evolução da Psicologia Cognitiva

1. Filosofia da Mente;
2. Psicologia Cognitiva.

Objetivo da Unidade:

Conhecer sobre origem e evolução da psicologia cognitiva.

 CORPO E MENTE

MENTE X CORPO - VISÃO DE DESCARTES – VISÃO DUALISTA

René Descartes (1596 – 1750) - Existem dois tipos de matérias:

pensante (Res Cogitans) e a concreta (Res Extensa).

MENTE CORPO

ALMA SISTEMA NERVOSO

ESPIRITO BASES NEURAIS

CONSCIÊNCIA CORRELATOS ANATÔMICOS

PSIQUE FISIOLÓGICOS
 MENTE ÚNICA? MENTE DIVIDIDA?

PLATÃO ALMA TRIPARTIDA (RAZÃO – SENTIDOS)

(ORIENTA E EXECUTA) DESEJO (GUIADA PELAS EMOÇÕES –
CONTROLE DAS VONTADES) APETITES (EMOÇÕES
SENSUAIS).

ARISTÓTELES DESTACA EM TRÊS NÍVEIS:

*ALMA VEGETATIVA (PLANTA);

*ALMA SENSITIVA (ANIMAL IRRACIONAL);
*ALMA RACIONAL (HOMEM).
 VISÃO DA PSICOLOGIA EUROPEIA (SÉCULO XVIII) –
INAURUGA A CHAMADA PSICOLOGIA DAS FACULDADES

• WOLF – Desenvolvimento com potências para as ações de: lembrar, conhecer, sentir...
DIVISÃO EM COGNIÇÃO: Percepção, memória, entendimento, razão, sentimento,
desejo...

• REID – Diz existir cerca de 43 faculdades (cor, cautela, idealismo, linguagem...).

• TETENS – Diz existir faculdades: cognitivas, afetivas e conativas.

• KANT – Sentimento, conhecimento e desejo.

VISÃO DA PSICOLOGIA FRENOLOGIA – INTUITIVA

EXEMPLO: “Se as pessoas inteligentes possuem o cérebro grande, logo todas que
possuem o cérebro grande são inteligentes”.
 A Psicologia cognitiva está
relacionada a como os sujeitos
aprendem, lembram, percebem e
representam as informações que a
realidade fornece.
Abrange a percepção, o
pensamento e a memória, procurando
explicar como o ser humano percebe o
mundo e como se utiliza do
conhecimento para desenvolver
diversas funções cognitivas como:
falar, raciocinar, resolver situações-
problema, dentre outras.

Fonte: https://www.infoescola.com/psicologia/cognitiva/
 ANTECEDENTES HISTÓRICOS
Wilhelm Wundt (1832-1920)
Empenhou-se em trazer à Suas contribuições foram à
Psicologia o status de ciência, ao fundar
em 1879 o primeiro laboratório de
psicologia em Leipzig, na Alemanha.
Para Wundt, os eventos mentais
possuíam estruturas que podiam ser
analisadas em partes e podiam ser
observados e recordados.
William James (1890)
atenção e à memória e continuam
atuais após um século.
Distinguiu a memória primária
(presente ou curto prazo) e memória
secundária (passado ou de longo
prazo).
 John Watson (1878-1958) Edward Tolman (1932)

Fundador do comportamentalismo,
achava que o comportamento por ser objetivo Tornou-se um marco importante na
e observável era o objeto perfeito para a história da Psicologia Cognitiva, pois, através
psicologia. de seus experimentos com camundongos,
descobriu que a aprendizagem só pode ser
Teve seu pensamento reforçado pelo compreendida se enfocar processos e
movimento positivista, que destacava a estruturas internas.
importância de definições operacionais ou
observáveis para a ciência.
O método utilizado pelo behaviorismo
era o método experimental.
 Skinner (1904 - 1990) Donald Broadbent (1926-1993)

Acreditava que o comportamento é Despertou o interesse pela psicologia

determinado por reforços ou recompensas e aplicada, pela performance humana na
não por vontade própria. interação com máquinas, devido aos avanços
tecnológicos que estavam sendo produzidos.
Para ele, entre o estímulo e a resposta
existia uma caixa preta e, é essa “caixa preta”, Observou que os trabalhadores guiavam-
que a Psicologia Cognitiva vai se propor a se pelas informações recebidas das
estudar a mente humana, alicerçada no máquinas, mas nem todas elas eram
método experimental utilizado pelo utilizadas por eles. Comprovou que as
behaviorismo. pessoas aguardam o estímulo para poder
opor-se a ele e desconsiderá-lo.
 Karl Popper (1963)
Ressalta que a observação não é
objetiva, já que é diretamente impulsionada por
uma teoria.
A observação científica será sempre
impelida por hipóteses e teorias, assim o que é
observado dependerá do que se quer ver.
O pensamento de Popper traz a visão de
que a ciência não é uma meta narrativa, mas
envolve tanto a confirmação quanto a
falsificação.
Thomas Kuhn (1970)
Existem dois modos de ciência, uma
normal e outra revolucionária, e que a
transição de um modo para outro é que
instaura a crise intelectual numa disciplina.
Quando se acumulam certo número de
contradições, dúvidas e questionamentos,
ocorre o fator revolucionário da ciência, em
que o velho paradigma cede lugar em favor do
novo, sendo que esse movimento é cíclico e
interminável.
 Paul Feyerabend (1975)
Existem quatro estágios de
Trouxe à tona o ponto de que a desenvolvimento, ou seja, quatro
diferença entre ciência e não-ciência não estruturas cognitivas primárias:
é tão límpida como se acreditava ser e
que as metodologias da ciência falharam, sensório-motor (0-2 anos), a inteligência
uma vez que existem diferenças, não se expressa em ações motoras;
somente em relação às metodologias, pré-operatório (3-7 anos) a inteligência
mas sobretudo, em relação a quem a é de natureza intuitiva;
realiza. operatório-concreto (8-11 anos), o
desenvolvimento da inteligência se volta
para operações lógicas, mas ainda na
dependência de referenciais concretos;
Jean Piaget (1896-1980) operatório-formal (12-15 anos), é que o
pensamento passa a realizar abstrações.
Um dos principais representantes
da psicologia cognitiva. Para ele, a
aprendizagem é entendida como o
aumento do conhecimento.
 Outra característica da Psicologia
Cognitiva é a preocupação com o
método. A mesma nutriu o desejo de
manter na psicologia o padrão de
cientificidade compartilhado pelas
outras disciplinas da ciência.
Como principais características
da psicologia cognitiva destacam-se:
observação sistemática, o controle e
manipulação de variáveis.
Além da Psicologia Cognitiva, tem
outra área interessada pelo estudo da
cognição humana, a Ciência Cognitiva. Fonte: https://blog.psiqueasy.com.br/2018/04/23/a-neuropsicopedagogia-pode-
transformar-a-atuacao-do-educador/psicologia-cognitiva/.
 UNIDADE II –
Relação do fenômeno da cognição com a informação

1. Teoria do processamento da informação;

2. Cognição e informação.

Objetivo da Unidade:

Apresentar a relação do fenômeno da cognição com a informação.

 A Teoria do Processamento da Informação baseia-se no
uso da metáfora do computador como modelo da cognição
humana. Também discute o processo como se dá essa
transformação da informação.

Essa comparação dos processos mentais com o

computador procede do fato de o computador desenvolver
várias das atividades intelectuais atribuídas ao funcionamento
cognitivo.

Best (1992) destaca que, para a teoria do processamento

da informação, a mente é constituída de dois elementos:
software e hardware.
 A teoria do processamento da ✔A mente é formada por processos
informação é hoje a teoria mais cognitivos interrelacionados;
difundida e utilizada em Psicologia
Cognitiva. ✔O principal responsável pela vida
mental é a organização do
Existem algumas noções conhecimento;
básicas apontadas pelos autores
(BEST, 1992; EYSENCK; KEANE, ✔Processos cognitivos que
1994) que são consenso na visão do sustentam eventos mentais devem
processamento da informação: ocorrer dentro de uma ordem
específica, pelo menos em
algumas situações;
✔Já que eventos mentais são
abstratos, serão mais facilmente
compreendidos utilizando uma
análise abstrata e, apesar de
depender de substrato neurológico,
não se restringem a ele;

✔ O ser humano é autônomo e interage

com o mundo externo
intencionalmente;

✔A interação se dá através da mente

que é um processador de símbolos e
significados, que terão relação com Fonte da imagem: https://prezi.com/nt8o-lq4l4x7/teoria-do-processamento-
as coisas do mundo externo. da-informacao/.
 Cognição e informação

Cognição são elementos mentais que agem sobre a informação sensorial, buscando
a sua interpretação, classificação e organização, através dos quais adquire-se
informação e desenvolve conhecimentos.

Atenção

Reconhecimento de
atitudes e
comportamentos COGNIÇÃO Memória

Tomada de Decisão
Consciência
Resolução de
problemas
 Atenção/
✔Seletiva: escolha do foco de
Consciência atenção.
Painel de avião

Tipos:

✔ Seletiva;
✔ Vigilância;
✔ Sondagem;
✔ Dividida.
Fonte da imagem: https://br.depositphotos.com/stock-photos/painel-aviao.html
✔Vigilância: espera passiva por ✔Sondagem: busca ativa por sinais e
estímulos do ambiente. estímulos do ambiente.

Fonte da imagem: https://andrecerberus.wordpress.com/2013/02/07/epic-fail-hb20/. Fonte da imagem:

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5721279/mod_resource/content/1/200929_As
pectos%20cognitivos.pdf
 A PSICOLOGIA COGNITIVA ABRANGE
✔Dividida: alocação dos recursos de DIVERSOS TÓPICOS:
atenção para mais de uma tarefa.
✔ O conhecimento declarativo (refere-se à
informação factual);
✔ O conhecimento processual (está implícito
na habilidade da ação);
✔ Refuta a introspecção e adota o método
científico positivista como método válido de
investigação;
✔ Defende a existência de estados mentais
internos, como: o desejo; as crenças e as
Fonte da imagem: http://www.comidinhasdebebe.com.br/2012/06/mae- motivações;
mulher-esposa-trabalhadora-dona-de.html
✔ A inteligência humana e artificial;
✔ Representação do conhecimento e a
construção de conceitos;
✔ Elementos como: atenção, a percepção
visual e auditiva, linguagem, entre outras.
 Memória

Processos de memória:

✔Codificação;
✔Armazenamento;
✔Evocação.

Modelos de memória:

✔Tradicional;
✔Perspectivas alternativas.
Fonte da imagem: https://www.bayer.com.br/pt/blog/memoria-como-guardamos-informações.
 UNIDADE III –
Cognição no paradigma culturalista

1. A cultura como representação social;

2. As organizações sociais e sua relação com a teoria cognitiva.

Objetivo da Unidade:

Identificar os principais elementos que identificam a cognição em

um contexto cultural.
 A cultura como representação social

A compreensão dos saberes psicológicos no universo da cultura tem uma

importante contribuição no debate acerca das relações entre psicologia e cultura,
uma vez que busca proporcionar melhor entendimento acerca das
representações que permeiam a sociedade e suas simbologias.

Skinner (1976) destaca que a cultura é como se fosse um experimento de

comportamento. Isso significa que poderosa, é capaz de promover
posicionamentos transformadores na sociedade.
 No processo formador de
identidade, o Estado é entendido como
uma comunidade simbólica, que faz
parte de um sistema de representações
culturais. Isso faz com que as questões
culturais tornam-se principais fontes de
identidade de um povo.
Entretanto, a identidade nacional
não anula, tão pouco subordina, as
diferenças culturais, pois é o resultado
de diferentes classes sociais, cada um
com sua essência única.
Fonte da imagem: https://steemkr.com/pt/@martusamak/o-que-e-a-
cultura-cultura-e-representacoes-sociais.
 De acordo com Ortiz (2000), “Uma sociedade é um conjunto de
subgrupos cujos modos particulares se distinguem no interior de um modelo
comum” (ORTIZ, 2000, p.32). Dessa maneira, a sociedade se organiza em
torno de uma cultura que determina uma forma de ver e perceber o mundo,
através de ideias implícitas e explícitas.

Para a psicologia contemporânea, o pertencer de cada sujeito em seu

grupo social é fator determinante para sua cultura e as práticas por ela
inspirada. Nesse sentido, a cultura não é e nem pode ser vista como algo
unitário, uma vez que é composta de costumes divergentes que estão
sempre em conflito.
 Com a modernidade, as
ciências passaram a reger a
vida das pessoas, uma vez que
a cultura segue as orientações
da ciência, está moldada pelas
necessidades sociais, o que
acarretou a chamada
subordinação da cultura pelas
ciências.

Fonte da imagem: https://canaltech.com.br/ciencia/o-que-e-ciencia-

metodo-cientifico-e-divulgacao-cientifica-155693/.
 AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E SUA
Nesse contexto, a escola faz RELAÇÃO COM A TEORIA COGNITIVA
parte de uma cultura, de uma
sociedade, e, nesse sentido, como A perspectiva social acredita que a
uma instituição, com uma cultura aprendizagem é parte da cultura
própria, com uma determinada forma, organizacional, pois é fruto da interação entre
que tende a perpetuar-se. os as pessoas. Esta interpretação diz que os
sujeitos aprendem os padrões de
O princípio estabelecido por comportamento a partir das organizações
Vygotsky é que a formação das sociais.
funções psicológicas dá-se por meio
do uso de instrumentos culturais Como a aprendizagem é algo que é
(sociais), pois ao usá-los, os socialmente construída, focalizando a
indivíduos dominam a si mesmos, maneira pela qual as pessoas atribuem
assim como o meio no qual está significados a suas experiências, a ela são
inserido, sua base está na relação atribuídos valores, estes entrelaçados com a
entre cultura e desenvolvimento da questões culturais, estes influenciados pelas
mente. formas de comportamentos e práticas não-
canônicas.
 a) a aprendizagem dos indivíduos
A teoria Dewey, utilizada por Elkjaer ocorre pela interação social dentro de
(2001), na defesa de uma abordagem social
um contexto sócio-cultural, no qual os
da aprendizagem organizacional, mostra a
aprendizagem como uma contínua indivíduos participam na criação da
reorganização e reconstrução das realidade;
experiências vivenciadas, como um
processo que ocorre na interação social, b) o reconhecimento do papel das
considerando o agir, pensar, fazer e
pessoas e o papel do contexto
conhecer como partes indissociáveis do
processo de aprender. organizacional no processo de
aprendizagem nas organizações, e;
Os autores que consideram a
perspectiva social na compreensão sócio- c) o fato de que o conhecimento é
cognitiva (ANTONACOPOULOU; CHIVA,
gerado a partir das relações
2007; ELKJAER, 2003; GHERARDI;
NICOLINI, 2003; DEFILLIPPI; ORNSTEIN, interpessoais e das interpretações
2003) definem que: desenvolvidas durante o trabalho
(FREITAS; GODOI, 2008, p. 2).
 UNIDADE IV –
Relações ensino, aprendizagem e criatividade a partir dos
estudos cognitivistas

1.Teorias psicogenéticas e as bases da aprendizagem;

2. Neurociência aplicada á aprendizagem.

Objetivos da Unidade:

Entender como os estudos cognitivistas do ponto de vista da

neurociências, podem contribuir para interpretar as questões de
ensino e aprendizagem.
Fonte da imagem: https://educacao.estadao.com.br/blogs/vital-brazil/wp-content/uploads/sites/309/2017/11/avaliar-ensino-
aprendizagem-vital.jpg.
 Teorias psicogenéticas e as bases da
aprendizagem
A Psicologia na área da educação busca a ênfase no indivíduo e o seu
desenvolvimento intelectual, bem como suas competências e dificuldades
(NETTO; COSTA, 2017).

Neste panorama, o professor atua como mediador do desenvolvimento

cognitivo através da zona de desenvolvimento proximal estabelecida por
Vygotsky, promovendo um ambiente saudável para as funções da aprendizagem
(NETTO; COSTA, 2017).

Na atualidade, a Neurociência contribui consideravelmente, com o

panorama da aprendizagem, permitindo um melhor entendimento de como
ocorre este processo (GROSSI et al, 2014).
 A Neurociência consiste na compreensão do cérebro, investigando as
sinapses químicas e elétricas através da formação de redes neurais
específicas que edifica a mente e sustenta as várias funções mentais, isto é,
analisa como percebemos, agimos, pensamos, aprendemos e lembramos
(KANDEL et al, 2014).

A educação é definida como a ciência do ensino-aprendizagem, é o

processo no qual apresenta incessantes criações de conhecimento e de
procura pela transformação e de reconstituição da realidade pela ação-
reflexão humana (COSTA, 2015).

Neste cenário, é possível observar uma relação de contiguidade entre

as duas ciências, afinal o cérebro assume um importante papel no processo
na aquisição do conhecimento (OLIVEIRA, 2014).
 O construtivismo piagetiano considera o sujeito epistêmico, por outra, o
sujeito universal do conhecimento, com habilidades de elaborar suas próprias
organizações de esquemas ou estruturas de assimilação frente a novos
estímulos, viabilizando harmonização do sujeito para as exigências ambientais
(CHAKUR, 2005).

Piaget confere quatro estágios de evolução do desenvolvimento: sensório-

motora, préoperatória, operatório-concreto e operatório-formal (BRANDÃO,
2018).

Vygotsky considera que o meio físico e social envolve, significativamente, a

construção do conhecimento e de habilidades cognitivas. O teórico defende que
para o desempenho significativo da aprendizagem ou a realização efetiva de
uma atividade ou tarefa, é necessário que o sujeito esteja inserido no meio
social que pratique ou que estimule o conhecimento para a prática desta
atividade.
 Os princípios da aprendizagem iniciam-
se muito antes da chegada do aluno na
escola, pois, para Vygotsky, existem
basicamente dois caminhos para a
aprendizagem, o primeiro é nomeado como
conhecimento real, habilidades já
conquistadas pelo indivíduo que o permite a
dependência frente à solução de problemas,
e o segundo como conhecimento potencial
que são competências ainda não
consolidadas, ou seja, necessita do auxílio
de terceiros. A distância entre os dois
conhecimentos é denominada de zona de
desenvolvimento proximal (RABELLO;
PASSOS, 2009; COELHO; PISONI, 2012).
Fonte da imagem: https://www.edgebrasil.com.br/aprendeu/.
 Os campos funcionais estabelecidos por Wallon surgiu como prática de
não considerar o indivíduo como ser fragmentado, mas como um ser
completo, disciplinado pelos conceitos do meio social que foi agregado
culturalmente.

Os estudos da abordagem cognitiva não se aplicam de forma linear, mas

dialética, na qual o meio social é interligado com as relações afetivas e o
mundo físico conectado com a função da inteligência. A teoria Walloniana
descreve quatro estágios: psicomotricidade, afetividade (emoção), inteligência
e pessoa (visão do “eu” / formação do “eu”) (FARIA, 2015; DAUTRO; LIMA,
2018).
 Neurociência aplicada à aprendizagem

A Neurociência estuda o cérebro e suas

estruturas de forma detalhada, contribuindo dessa
forma, para investigar as funções cognitivas e
executivas que envolvem o processo de aprender.
A Psicologia, em suas várias abordagens, tem
contribuído, significativamente, para o avanço
dessa compreensão.
O cérebro está em constante mudança, uma
vez que este seja estimulado, favorecendo assim a
retenção de informações e estas transformadas Fonte da imagem: https://novaescola.org.br/conteudo/217/neurociencia-
conforme seu interesse. aprendizagem?gclid=Cj0KCQjwi7yCBhDJARIsAMWFScNAgSHJlAUypKG-
kdEstfIKFGeskMQ20vwfEc1nN7rZ1SHY1BKXcaQaAoYoEALw_wcB.

Estudiosos como Piaget (1896-1980),

Vygotsky (1896- 1934), Wallon (1879-1962) e
Ausubel (1918-2008), da Psicologia Cognitiva, são
os grandes destaques na área.
 De acordo com estudos atuais,
existem cinco ideias neuro-científicas
ligadas ao processo de aprender, que são:

1 - Emoção = interfere diretamente no

processo de aprender

• Visão Piagetiana - afetividade

(emoção) pode influenciar de forma
positiva ou negativa a aprendizagem;
• Visão de Wallon - defende a ideia de
que os indivíduos são resultados da
integração entre afetividade, cognição e
movimento;
• Visão de Vygotsky - a razão e a Fonte da imagem: https://blog.psiqueasy.com.br/2019/11/06/trabalhando-as-emocoes-
atividade-para-imprimir-parte-ii/
inteligência está intimamente ligada ás
questões emocionais.
2 - Motivação = estudos sobre o cérebro comprovam á importância da
motivação no processo de aprender.

• Visão Piagetiana – “É a procura por respostas quando a pessoa está

diante de uma situação que ainda não consegue resolver. A aprendizagem
ocorre na relação entre o que ela sabe e o que o meio físico e social
oferece. Sem desafios, não há por que buscar soluções. Por outro lado, se
a questão for distante do que se sabe, não são possíveis novas sínteses”. -
Tania Beatriz Iwaszko Marques.

• Visão de Ausubel - Essa disposição está diretamente relacionada às

emoções suscitadas pelo contexto. Pela perspectiva de Ausubel, o prazer,
mais do que estar na situação de ensino ou mediação, pode fazer parte do
próprio ato de aprender. Trata-se da sensação boa que a pessoa tem
quando se percebe capaz de explicar certo fenômeno ou de vencer um
desafio, usando apenas o que já sabe. Com isso, acaba motivada para
continuar aprendendo sobre o tema. - Evelyse dos Santos Lemos.
• Visão de Vygotsky - "A cognição tem origem na motivação. Mas ela não
brota espontaneamente, como se existissem algumas crianças com
vontade - e naturalmente motivadas - e outras sem. Esse impulso para
agir em direção a algo é também culturalmente modulado. O sujeito
aprende a direcioná-lo para aquilo que quer, como estudar“. - Claudia
Lopes da Silva.

Fonte da imagem: https://www.blog-desenvolvimento-pessoal.pt/2019/02/04/aprenda-a-motivar-se-e-a-motivar-os-outros/.

3 - Atenção = Segundo estudos o sistema nervoso só interessa-se por
aquilo que está atento.

• Visão Piagetiana – “De acordo com o psicólogo, prestamos atenção

porque entendemos, ou seja, porque o que está sendo apresentado tem
significado e representa uma novidade. Se há um desafio e se for possível
estabelecer uma relação entre esse elemento novo e o que já se sabe, a
atenção é despertada”. - Tania Beatriz Iwaszko Marques.

• Visão de Ausubel – “A mente é seletiva. Segundo Ausubel, só

reconhecemos nos fenômenos que acontecem a nossa volta aquilo que o
nosso conhecimento prévio nos permite perceber. Não hesitamos, por
exemplo, em interromper uma atividade quando sentimos um cheiro de
fumaça no ambiente. Conhecer padrões é fundamental para se dedicar, agir
e aprender sobre o que importa”. - Evelyse dos Santos Lemos.
• Visão de Vygotsky – “No decorrer do processo de desenvolvimento, a
atenção passa de automática para dirigida, sendo orientada de forma
intencional e estreitamente relacionada com o pensamento. Ou seja, ela
sofre influência dos símbolos de um meio cultural, que acaba por orientá-
la. Atenção e memória se desenvolvem de modo interdependente, num
processo de progressiva intelectualização”. - Claudia Lopes da Silva.

Fonte da imagem: https://blog.trello.com/br/atencao-plena-consciência.

4 - Plasticidade cerebral = o cérebro se modifica continuamente

• Visão de Vygotsky – “A cognição se constitui pelas experiências sociais, e

a importância do ambiente nesse enfoque é fundamental. À medida que
aprende, a criança - e seu cérebro - se desenvolve. A ideia é oposta à da
maturação, de acordo com a qual se deve aguardar que ela atinja uma
prontidão para poder ensiná-la”. - Claudia Lopes da Silva.

• Visão de Wallon – “A relação complementar e recíproca entre os fatores

orgânicos e socioculturais está presente em todas as análises de Wallon.
Para ele, a criança nasce com um equipamento biológico, mas vai se
constituir no meio social, que tanto pode favorecer seu desenvolvimento
como tolhê-lo”. - Laurinda Ramalho de Almeida.
• Visão de Piaget – “Para o estímulo
provocar certa resposta, é necessário
que o indivíduo e seu organismo sejam
capazes de fornecê-la.

Por isso, não basta ter um meio provocativo

se a pessoa não participar dele ou, como
complementaria o teórico, se ela for incapaz
de se sensibilizar com os estímulos
oferecidos e reagir a eles.
A aprendizagem, portanto, não é a mesma
para todos, e também difere de acordo com
os níveis de desenvolvimento de cada um,
pois há domínios exigidos para que seja Fonte da imagem: https://www.youtube.com/watch?v=l8lwgmSzYnk.

possível construir determinados

conhecimentos”. - Lino de Macedo
5 - Memória = é melhor associada a um conhecimento anterior já adquirido

• Na visão de Vygotsky – “Uma criança pequena constroi memórias por imagens,

associando uma a outra. No decorrer do desenvolvimento, ela passa a fazer essa
relação conceitualmente, pela influência e pelo domínio da linguagem - o
componente cultural mais importante. Com isso, passa de uma memória mais
apoiada nos sentidos para outra mais escorada na linguagem. Portanto, a
memória relacionada às aprendizagens escolares é uma função psicológica que
vai se definindo durante o desenvolvimento”. - Claudia Lopes da Silva.

• Na visão de Ausubel – “Aprendemos com base no que já sabemos. Essa premissa é

central na Teoria da Aprendizagem Significativa, de Ausubel. É preciso diferenciar
memória de aprendizagem significativa. A primeira é a capacidade de lembrar algo. Já a
segunda envolve usar o saber prévio em novas situações - um processo pessoal e
intencional de construção de significados com base na relação com o meio (social e
físico)”. - Evelyse dos Santos Lemos.
• Na visão de Wallon –
“O pressuposto da psicogenética
walloniana é que somos seres integrados:
afetividade, cognição e movimento.
Portanto, informações e acontecimentos
que nos afetam e fazem sentido para nós
ficam retidos na memória com mais
facilidade. Como a construção de sentido
passa pela afetividade, é difícil reter algo
novo quando ele não nos afeta”. -
Laurinda Ramalho de Almeida.

Fonte da imagem: https://pensarconcursos.com/otimizar-a-memoria/.

 ATIVIDADE NOTA 1 - GLOSSÁRIO

Olá, estudante!

A nossa proposta de atividade será o glossário. Dessa forma, crie um dicionário de termos que são
mencionados ao longo da nossa disciplina; você poderá criar novos itens, anexar arquivos e comentá-los.

Para que você seja avaliado, será necessário:

1. Postar pelo menos um conceito ainda não apresentado por seus colegas;
2. Participar pelo menos duas vezes da atividade: seja postando dois conceitos ou um comentário.

Importante: Caso você faça alguma citação, lembre-se de referenciá-la corretamente, além disso, as palavras
devem ser apresentadas em ordem alfabética.

Então, vou iniciar com a primeira palavra/termo e seu respectivo conceito:

COGNIÇÃO - O termo vem da raiz latina cognoscere, que significa “conhecer”. Quando falamos de cognição,
geralmente fazemos referência a tudo o que está relacionado com o conhecimento. Em outras palavras, a
acumulação de informações que adquirimos através da aprendizagem ou experiência (Fonte: COGNIÇÃO e
Ciência Cognitiva. Disponível em: https://www.cognifit.com/br/cognicao. Acesso em: 19 maio 2021).
 ATIVIDADE NOTA 2 – MAPA CONCEITUAL
Avaliar para desenvolver estratégias pessoais para a superação das dificuldades apresentadas

Olá, estudante!

A disciplina Psicologia Cognitiva e o Processo de Ensino-aprendizagem tem por objetivo compreender

sobre a origem e evolução da Psicologia Cognitiva, analisando a relação ensino-aprendizagem e suas
contribuições para as práticas educativas.

Agora, é momento de PRATICAR! Você irá elaborar um mapa conceitual com base nos conhecimentos
construídos durante a disciplina. Para isso, elabore um mapa conceitual, contemplando sua compreensão
sobre os seguintes textos:

• Mente, Cérebro e Cognição – João de Fernandes Teixeira:

Capítulo 1 – Mente e Cérebro

• Neurociência e Educação: Como o cérebro aprende – Ramon M. Cosenza:

Capítulo 3 – A Lanterna na janela: A atenção e suas implicações na aprendizagem.
Capítulo 12 – O diálogo desejável: As relações entre neurociência e educação.
Desenvolvimento da atividade:
• Poderá ser produzido em grupo de até 4 (quatro) estudantes;
• Cada grupo ficará com um texto-base para a elaboração do mapa.

ORIENTAÇÕES SOBRE O MAPA CONCEITUAL

O mapa conceitual é um instrumento usado para organizar e destacar as informações sobre uma
determinada temática abordada. Constitui-se como um recurso que pode ser usado para representar
graficamente, relações estabelecidas entre os conceitos, funções e ou características de um
determinado assunto. Dessa maneira, para elaborar seu Mapa conceitual você deverá:

1. Identificar conceitos/ palavras-chave e ideias que foram mais significativas para você;

1. No mapa conceitual, os conceitos SERÃO REPRESENTADOS POR VOCÊ. Ao relacionar os

conceitos/palavras-chave, VOCÊ INCLUI FRASES DE LIGAÇÕES, ou seja, PROPOSIÇÕES QUE VÃO
CRIANDO O SENTIDO CONCEITUAL. Dessa forma, ao estabelecer relações, o mapa irá se configurando
(Fonte: 4° encontro – Mapa conceitual. Disponível em: https://pt.slideshare.net/luamaria/4-encontro-mapa-conceitual. Acesso em: 19 maio 2021).

3. Mapa conceitual não precisa “ser bonito”, precisa fazer sentido e ter nexo. Exemplo:
Sobre a ferramenta – mapa conceitual:
Disponibiliza-se um vídeo com mais informações sobre a
construção do Mapa Conceitual:
Como fazer Mapas Conceituais - Conceptual Mapping /
CmapTools. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=RThwilejKw0. Acesso em:
10 maio 2021.

As opções de programas para que você possa construir seu

mapa conceitual:
Tutorial para utilizar o Software – Mindmeister.
Disponível em:
Fonte: MAPA conceitual – Verificação ou avaliação: o que pratica a escola.
https://www.youtube.com/watch?v=7LN5rmHPTWs. Acesso Disponível em: https://sites.google.com/a/dce.ufpb.br/avaliar-e-aprender/mapa-
conceitual. Acesso em: 19 maio 2021.
em: 10 maio 2021.
Tutorial para utilizar o CMPOOLTS.
Disponível em: https://cmaptools.br.jaleco.com/download.
Acesso em: 10 maio 2021.
Tutorial para utilizar o Word
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=4y567u5M7ro. Acesso
em: 10 maio 2021.
METODOLOGIA DE ENSINO

A referida disciplina será desenvolvida baseada nos princípios de interação,

autonomia, disciplina e cooperação.

RECURSOS DIDÁTICOS

• Videoaulas;
• Textos variados de produção do autor e de outros;
• Vídeos da plataforma youtube.

AVALIAÇÃO

Acontecerá a partir da participação do estudante nas atividades propostas no

decorrer da disciplina, respeitando-se as orientações e o cumprimento dos prazos
determinados.
 Referências

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 7. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

ORTIZ, R. Mundialização e cultura. São Paulo: Brasiliense, 2000.

PEREIRA, Eliane Regina. A psicologia em suas diversas áreas de atuação [recurso

eletrônico] – Ponta Grossa, PR: Atena Editora, 2019.

ROCHA, F. N.; BERNARDINO, A. V. S. O papel da identidade cultural e da representação

social na construção da subjetividade na sociedade pós-moderna. Revista Mosaico, v. 4 n. 1,
2013. Disponível em:
http://editora.universidadedevassouras.edu.br/index.php/RM/article/view/164. Acesso em: 30
mar. 2021.

STERNBERG, Robert. J. Psicologia Cognitiva. 5. ed. Norte Americana, 2010.

OBRIGADA!